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PSICOLOGIA EDUCACIONAL 341

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sofro a desagradavel reaçâo de cair no châo. Tal é o
com as pernas ou balanço do corpo fora da bicicleta; o que diz a "lei do efeito" jâ aqui citada: — os individuos
tendem a repetir e, portanto, a aprender, as reaçôes que
que adianta é colocar a pessoa em cima da bicicleta e sao agradâveis e a nâo repetir e, portanto, nâo apren
sair andando com ela, ajudando-a a adquirir os necessa
der, as reaçôes desagradâveis.
ries reflexos do equilibrio do tronco e a coordenaçâo mus
Mas se o êrro nâo causa reaçôes desagradâveis,
cular de pernas e braços.
pode ser aprendido tanto quanto o movlmento certo.
Êste principio é, alias, a expressao de duas leis da Dai o grande perigo de se deixar o aluno fazer uma
aprendizagem jâ nossas conhecidas: "so se aprende â fa- cousa errada "uma vez s6": é que esse êrro tende a
zer fazendo", e "so se aprende a fazer fazendo na reali- gravar-se no seu sistema nervoso, tanto quanto o ato
dade" (leis da atividade e da realidade). acertado se lixa ern outro aluno. As vêzes um êrro
inicial no ato de andar, sentar-se, ou segurar no lâpis
203.3) PRINCfPIO DE ENSAIOS E ERROS. — pode fixar-se, gerando uma atitude viciosa, ou, como
Em tôda aprendizagem motora, a principio. os movi- se costuma chamar, um vicia.
mentos sao feitos sem coordenaçâo adequada. Os erros Salientando a importância de fazer o gesto certo
sào, per isso, numerosos. Mas, à medida que os ensaios desde a primeira vez diz GATES: "Sâo vâHdos os mes
vao sendo repetidos, os reflexos se formam, a coordena mos principios para outras formas de atividades moto-
çâo motora aumenta, e, portanto, os erros diminuem- ras. Ao escrever, desenhar, esculpir, mergulhar, dar
Exemplo: a criancinha que esta ensaiando andar, a cada cambalhotas sobre as mâos, precisa-se, em primeiro
momento erra na coordenaçâo motora ou no equilibrio lugar, assumir a posiçâo correta e, em segundo, con-
e cai no chao. Aos poucos, à medida que aumenta o nu servai'-se alerta aos bons e maus movimentos, seja ob-
méro de ensaios para andar, diminuem as quedas, ate servando o resultado, seja tentando, ao mesmo tempo,
o momento em que a criancinha nâo cairâ mais: dire- descobrir as causas dos erros e insucessos".
mos, entào, que ela aprendeu a andar. E completamos nés: para todo movimento hâ uma
forma certa, do ponto de vista mecânico, que propor-
Pelo mesmo processo de ensaios e erros aprendemo^ ciona maior segurança, economia de esfôrço e de
tôda e qualquer atividade motora: seja guiar automôvei» tempo, bem como melhor estética; devemos ensinar
atirar no alvo ou escrever a maquina. A trajetoria é seni' certo aos nossos alunos desde a primeira vez, nâo per-
pre essa: a principio, o numéro de erros é quase igu^ mitindo que a criança "aprenda errado para corrigir
ao de ensaios; depois, à medida que aumenta o nûmeîU depois".
de ensaios, diminui o de erros, até que êstes desaparecem
completamente ou quase. 203.5) PRÎNCÎPIO DA MEMORI2AÇÀO. — A
memôria desempenha importantissimo papel em tôda
203.4) PRINCfPIO DA PERSISTÊNCIA. — aprendizagem, inclusive na motora, que agora estamos
^ erro nâo tende a ser aprendido s examinando. Se nâo fosse a memôria, permitindo-nos
"guardar" o que aprendemos na véspera, a aprendiza
fruta, ela me amargaesperado. Exemplo: eu e
como um»
horrivelmente na bôca entao eu gem teria de recomeçar todos os dias do ponto zero. Hâ
nao tendo a comê-la novamente. A mesma coisa acon-
tece com a aprendizagem de andar de bicicleta, acuua
relatada: eu nao tendo a repetir os mesmos erros porque
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individuos desmemcnriados que desaprendem atos e mo- A aprendizagem ideativa é tâo importante e neces-
vimentcs, como, por exemple, tocar piano ou escrever. sâria quanto qualquer das outras duas (motora e afe-
Mas se a memoria é "condiçâo" para a aprendi- tiva). O ùnico êrro é fazê-Ia fiiialidade dominante da
zagem motora, ela é, ao mesmo tempo, subordinada escola, deixando quase de lado as outras duas. Nao
condenamos o intelectualisnio da escola: condenamos
aos proprios prlnciplos dessa aprendizagem motora. Na
apenas o seu excesso, em prejuizo da aprendizagem
realldade, para memorizar é precise apenas format motora e afetiva.
conexoes nervosas, tal como acontece para adquirir-
mos qualquer rejlexo.
A aprendizagem intélectualista é imprescindiyel na
vida humana; basta lembrar a propria definiçâo do
Aprende-se a guardar algo de memoria da mesma g um animal Tacional. Êle sô se diferencia
forma que se aprende a andar ou a tocar tambor. A dos outres animais porque tem raciocinio, isto é, idéias,
memorizaçâo é run fenômeno tâo mecânico quanto conceitos, juizos.
êsses. Além disso, hâ uma série enorine de cousas, que
Por tal motive é que insistimos sempre em dizer nâo podem ser adqulridas senâo pela aprendizagem idea
que, do ponto de vista pedagôgico, decorar nào é apren- tiva, como por exemplo, assuntos de Matematica, de
der. Inûmeras provas têm sido feitas pelos psicôlogos, Filosoiia, de Histôria, etc.
mostrando que o individuo decora "rios da Europa" ou
"regras de civilidade" ou "verbes irregulares" da mesma 204 1) VERBALISMO. — Infelizmente o ensino
forma e com a mesma inconsciência com que decora intelectualista corre sempre o grave perigo de se redu-
"silabas sem sentido", isto é, mecânicamente! zir a erisino verbalista: é que o aluno, de acordo com
Fazer uma criança repetir dez vêzes uma frase a "lei do mener esfôrço", em vez de aprender ideias,
como "U77i menino hem educado deve respeitav limlta-se a aprender palavras.
mestre", ou rezar, mecânicamente "Padre Nosso que es Nâo tendo, muitas vêzes, nenhum intéressé em
tais nos céus... é, do ponto de vista psicolôgico, a compreender o que o professor diz (porque nâo houve
mesraa cousa que fazê-la repetir, com perfeiçâo, as sila uma motivaçào que os despertasse), os alunos se limi-
bas raur-fro-ten-pil-laf-oro-hac-razi. — Que valor tem tam a decorar as palavras que o mestre transmite, ou
essas decoraçôes? Nenhum! que copiam em seus cadernos, ou que lêem nos livres.
A decoraçâo é, pois, imia consequência muito co-
mum, e dificilmente evitâvel, da aprendizagem idea
§ 2 0 4 ) A P R E N D I Z A G E M I D E AT I VA
tiva ou intelectualista. iÉ a deturpaçâo do ensino in
O segundo tipo de aprendizagem é o da aprendi- telectualista .
O verbalismo reduz o ensino a "palavras, palavras,
^^Snifica adquirir idéias, informaçôes, nada senào palavras", na expressâo tâo celebrada de
tnai nn " .. É a aprendlzagcm intelec- SHAKESPEARE. Sâo palavras que o professor fala, o
p p i p r i p îaa escola
celencia, ^ ^ desenvolve.
a p r e n d i z aCom
g e m efeito
q u e 90
, pou
o r95^ aluno escuta, grava e répété com muito acêrto: mas
ministrado nas escolaS nâo as intégra na sua consciência, nào as incorpora à
tra^cionais
o cerebro doéalmtelectualista:
mio de coiAecim tem
entopor obietivo
s! idéLs encbet
e conceitos.
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sua personalidade, e, em conseqiiência, nâo age de acôr-


e evitar a desgraça do papagaismo, isto é, da decoraçâo
mecânica e inûtil.
do com elas (vide NÔTULA n.° 62, abaixo).
§ 205) APRENDIZAGEM APRECIATIVA
204.2) ARTICULAÇAO COM A REALIDADE. —
Para evitar essa tendência ao verbalismo, o professor Chama-se aprendizagem apreciativa aquela que
précisa ter o culdado de dar à aprendlzagem intelec- ensina a gostar ou nâo gostar das cousas, a dar-mes
tualista um acentuado cunho de realidade, isto é, ligar valor es. A palavra apreciar significa isso: ter capaci-
constantemente o ensino com a vida. É preciso "con- dade de gostar, de dar valor. É assim que daemos a
siderar a situaçâo que a vida apresentara e dispor de um individuo: Você nâo sabe «P'"®''-"'',
tal maneira as circunstâncias de aprendizagem que o boa palestra, um bslo carâter, uma catedral imponente,
aluno possa praticar as r^acoes que dêle serào exlgi-
das posteriormente" (GATES). "'"^Se°nâo'soubermos apreciar, dar valor às cousas a
vida se transforma numa terrivel monoLoma, m^a m-
2 0 4 . 3 ) I N T E L E C T U A L I S M O E AT I V I S M O — M a s suportâvel mecanizaçâo, todos os
a principal forma de se evitar o excesso de intelectua- criaturas bumanas se reduzem a automates.
dermos ter prazer em viver, precisamos apreciar ^
lismo, e, mais ainda, de se evitar que a aprendizagem
ideativa se transforme em verbalismo, é dar ao ensino alguma cousa. Apreciar algo fora dessa exaustiva roti-
na de tràbalhar — corner — dormir. Apxecidx a ^eleza,
0 carater de ativismo. G professor précisa levar o aluno ou as diversôes. os esportes; a arte, as boas açoes alheias,
constantemente a jazer cousas, em vez de apenas ouvit a grandiosidade dos templos; ou a quietude dos campos,
0 que o mestre fala e 1er o que esta nos livros. a imponência da paisagem.
Dal a enorme importancia da Escola Ativa: ela
serve para contrabalançar os perigos do intelectualismo 205 1) APRENDER A TER SENTIMENTOS. —
Ora tudo isso précisa muitas vêzes ser ensinado. Se
hâ pessoas privilegiadas, que nascem com a capacidade
NÔTUtAS — N.« 62 de se emocionarem espontâneamente pela beleza das
cousas, no entanto, na maioria das vêzes, precisamos
O terrivel mal do verbalismo ensinar as criaturas a fazerem tal apreciaçâo. A apren-
dizao-em apreciativa (ou, como também se costuma cha-
^ Em defesa das privative
crianças,delas.
devemos dizer que o os
verbalismo marf emotîva, afetiva), diz AGUAYO, tem por objeto
nao é um defelto Constantemente adultos, estimular as respostas afetivas no individuo.
nomens importantes na v da, reduzem também suas atitudes a Mestre THORNDIKE afirma; "é preciso formar o
maquinalmente palavras, sermô2s, hâbito de experimentar sentimentos adequados". Esta
diseurs^, fo.mulas,
sera estarem juramentos
imbuidos do seusera estarem
conteùdc. Empensando naquilo,é
escala menor. afirraativa carece de expUcaçào: é que salvo os estados
afetivos primitives (como a dor, a alegria, a côlera, etc.),
orall? Si 10" Su''",?" apreseutada à outra, diz "roulto
prazer em connece-io ou encantado'" e 5 minutos deno s naO os damais sentimentos, como o respeito, a honestidade,
se letnbra mais da apresentada,.. Àté iraSS a Deii sao, às a honra, o amor à verdade, o amor ao belo, a veneraçâo
lorenouauto'SI d& ^«balista, mecânico, em que a pea-
futras^— Maria...", esta pe^iando enr
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tos, regras) e sim estimular atitudes morais. Em ou


a Deus, o cavalheirismo, o respeito ao proximo, etc., tras palavras: nao adianfca ensinar o que é a verdade,
precisam ser aprendidos. Ora, como temos repetido, mas sim ensinar o aluno a ser verdadeiro. De nada
■a p r e n d e r é a d q u i r i r n o v o s h d b i t o s . P o r i s s o é q u e i vale a criança ter o conceito de honestidade, mas sim
THORNDIKE diz que precisanios nos habituar a ter ter atitudes honestas (vide NÔTULA n.o 63, abaixo).
bons sentimentos. A aprendizagem apreciativa ou afetiva nao é uma
A criança ao nascer nao traz sentimentos inatos, matéria a mais, a ser ensinada dentro do curriculo,
mas sim a capacidade de possui-los. Ora, tudo que nao i mas sim uma longa e lenta série de atitudes e compor-
é inato é adquirido, é aprendido. Precisanios, pois, ! tamentos a serem despertados no aluno, durante a
aprender a ter sentimentos. aula de Português ou de Matemâtica, dentro ou fora
da sala, no reïeitôrio, no recreio, na rua...
205.2) COMPREENSÂO DA APRENDIZAGEM
APRECIATIVA. — A aprendizagem apreciativa ou afe- s 206) PRINCfPIOS COMUNS AS FORMAS
DE APRENDIZAGEM
tiva compreende, pois, a formaçâo de sentimentos men
rais (carater, honra, honestidade, dignidade, amor à Além dos principios peculiares a cada uma das très
verdade), sociais, politicos, religiosos e estéticos. A esses formas de aprendizagem que acabamos de passar era
cinco sentimentos se pode acrescentar, formando uma / revista — motora, ideativa e apreciativa — existera
categoria especial, o amor ao trahalho, o respeito ao também alguns principios comuns a tôdas, como ve-
trabalho allieio, o desejo de trabalhar, de fazer as cou- r e m o s .
sas por si.
206.1) A APRENDIZAGEM É UMA REAÇÂO. —
205.3) NECESSIDADE DESSA APRENDIZAGEM Tôda aprendizagem é uma reaçào do aiuno aos esti-
NA ESCOLA, — A escola tradicional nao dava a devida
atençâo a essa aprendizagem de valores, uma vez que
sua grande e dominante preocupaçâo era, como vimos, NÔTULAS — N.« 63

intelectualista: ensinar idéias, informaçôes, conheci- Para qne "inatruçâo moral e civica"?
mentos, conceitos. No entanto, nunca o mundo preci- ^
sou tanto como hoje que a escola desenvolva a apren- . É por êsse motivo que sempre nos lemos manifestado con
afetiva. Vivemos num mundo em crise, e tra a volta ao curriculo da matéria denominada antigamente
^ sobretudo de valores morals (visto que no de "INSTRUÇAO MORAL E CIVICA": nâo adianta fazer o aluno
aprender, durante um ano inteiro, o que é moral, o que é carâ-
o ml?" '^P'^eciinentos e técnicas o mundo atingiu ter, "deveres do bom cidadâo", etc., se a criança continua a agir
na vida diâria exataniente como antes de aprender essas de
-™lde 'lue se poderia sonhar finiçôes. O que adianta é desenvolver, dia por dia, durante
satélites artificlli?™"^^' super-sônicos, foguetes e o curso inteiro, da 1.^ à 5.® série, atitudes, comportamentos mo
rais, sociais, religiosos e estéticos no aluno o que nâo se pode
fazer com aulas, em dias e horas marcadbs com sabatinas e
a tôda escola e, principalmente, ■exames, mas sim através da orientaçào diâria de suas ativida-
uma consclE'^oml desenvolver nas crianças •des, a todos os mementos.
Mas fique bpm p? naqueles sentimentos.
transmltir conhecimentos
^^menios d^M
de Moral (definiçôes, concei"
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mulos e à motivaçâo fomecidos pelo professor. Nao
existe aprendlzagem passiva: o aluno Imovel na car- liar de acôrdo com a idade, a capacidade, e adianta
mento da turma.
teira escutando o que o professor fala, nao aprende,
apenas guarda o que escutou. A aprendlzagem so co- . Diz GATES: ''aquUo que se
meça no momento exato em que a criança reage, fala, modo pelo quai se aprende*'. Hifprpntp'3
faz, executa. Aprender é saher jazer. "Aprender é um mo conhecimento adqulrido por dois alun
processo ativo: aprendemos as reaçôes que praticamos". pode ter expressâo muito diversa para cada um.^s^^
■ 206.2) APRENDIZAGEM EXIGE ATENÇÀO. —
gundo o método com que foi aprendidm E p •
alunos aprendem o mesmo ponto rnptndo antieo
O professor deve chamar a atençâo do aluno para a Cisco"; mas o primeiro aprende
visao global da cousa a ser aprendida, mas posterior- de decorar todos os nomes dos ^ secundo
mente précisa chamar essa atençâo também sobre os da margem direita e da margem
detalhes da mesma.. Existem numerosos objetos^ de aprende pelo a influência do rio
nosso conhecimento diârio, cujos detalhes, apesar desse cia social e economica dos imnortân-
convivio diârio, nos sâo desconhecidos. O pslcôlogo
americano MYERS fêz uma experiência entre ^^estu-
dantes, perguntando-lhes esta cousa simpHssima: "cotno
sào os algarismos do sen relôgio?" (do relôgio que dlferente, segundo o metodo adotado.
aluno consulta pelo menos dez vêzes por dia!).
gando especialmente 200 rapazes e moças a respeito 0 206.4)
algarismo 4, se era escrito com IV ou com IIII, veri^ dizagem ^ aliamente ^^^-iaturas humanas
cou MYERS que 170 alunos, no total de 200 erraram - ç a s i n d i v i ^ a z s é r e a g i r. O r a , d i a n t e
a resposta! Perguntou depois o mestre americano ao entre si. % ^ada individuo tem um R dife-
alunos como era representado o algarismo 6 em
relôgios. Do total de 200, nada menos de 190 erraram^
pois afirmaram que o 6 era representado por VI, quau de maneira diferente.
do, na realidade, aquêle algarismo nem sequer Nâo aorendemos apenas o que nos ensmam; apren-
representado nos mostradores! (Muitas vêzes o 6 é sub demos isso modificado pela nossa personaUdade, pelo
tituido pelo ponteiro que marca segundos, outras vez
por um desenho ou simbolo.) nosso psiquismo. Conhecer é, em parte, interpretar.
Nosso psiquismo nâo funciona de maneira nenhuma
206.3) IMPORTÂNCIA DO MÉTODO. — como uma mâqulna fotogrâfica (embora o aparelho da
prmcipio fundamental é o da importância do método visâo humana seja semelhante a ela). Nos nao vemos
na aprendlzagem. Muitas vêzes os alunos (a clause apenas aquilo que esta ali: vemos também aquilo que
queremos ver. Por isso é que em face do mesmo
aprendem determinado assunto siiU' do mesmo episôdio, cada individuo tem uma compr
plesmente porque o professor nâo sabe explicar, naO ensâo diferente.
tem rnétodo. E nao hâ um método ûnico, sempre
para todo ensino. Ao contrârio, o método tem que va-
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letas, desde que o professor nâo peimita o seu abuso, e


É 0 que mostra o esquema abaixo: faça com que elas desapareçam o mais cedo possivel.
0 mesmo produz reaçôes § 2 0 7 ) O R I E N TA Ç A O P E D A G Ô G I C A
estimulo cm àifcrentes
(Como devo agir na minba escola)
I
Joâo
1. APRENDIZAGEM MOTORA. — Devemos levar

S Paulo R^ nossos alunos a ohservarem bem antes de fazerem. A


primelra aprendizagem se faz pela imitaçào.
Pedro ^ Rg
2. Para o alimo aprender uma cousa, o ■unico
José —> 1^4 caminho é mandarmos o aluno fazer essa cousa. Nâo
se aprende por ouvir dizer. Sô se aprende a fazer
fazendo.
Exemplo: o mestre mostra uma gravura, uma cena, 3. É um perigo deixar o aluno fazer uma cousa
aos alunos e pede que digam o que ali vêem; cada aluna errada "uma vez sô". O êiTO tende a gravar-se em
dira cousas diversas sobre o mesmo quadro... nosso sistema nervoso, tanto quanto os acertos.
4. Dai o êrro dos textes errados, isto é, da apre-
2 0 6 . 5 ) O PA P E L D A S " M U L E TA S " . — M u i t a s
vêzes, para os alunos aprenderem melhor um assunto, sentaçâo de palavras erradas para os alimos corrigi-
o professor lança mào de comparaçôes, de assoclaçôes^ rem. O aluno grava as duas formas e depois nunca
mais sabe quai é realmente a certa. Nunca se deve
de artifîcios. Tais associaçoes sâo naturais, licltas e dizer à criança: "você escreveu caza, esta certo ou
até desejadas, pois facilitam a aprendizagem. Todos errado?"
os processos mnemônicos sâo associaçoes dêsse tipo:
eu me lembro de uma cousa para me lembrar de outra. 5. APRENDIZAGEM IDEATTVA. — É preciso um
extreme cuidado da parte do mestre, para que a apren
Exemplo: para me lembrar do valor do Pi, digo "svm,
o zero é neutre", frase em que o numéro de letras de dizagem ideativa ou intelectualista nâo dégénéré no
cada palavra corresponde aos algarismos de Pi^ 3,1416. verbalisme: guardar apenas as palavras, sem cuidar do
seu conteûdo.
Outro exemplo: para me lembrar do numéro de dias
de um mes, vou contando polos "nos" dos dedos; se 6. Para evitar os maies do intelectualismo, o en-
o mes cai num nô, tem 31 dias, se cai num "ôco" (inter- sino deve estar fortemente ligado à realidade e ser
valo entre os nos) tem 30 dias. apresentado, no maximo possivel, dentro dos principlos
da Escola Ativa.
^ As a^ociaçôes
ncanos e artificios (quede
chamam pitorescamente oscrutch,
psicôlogos
isto é,ame-
rnni- 7 . A P R E N D I Z A G E M A P R E C I AT I VA O U A F E T I -
7^+ ajudam VA. — A escola primâna précisa urgentemente dar
exemplo de muletas é dizer,muito as crianças.
na conta de somar,Outro
"oito um grande desenvolvimento à aprendizagem apreda-
^ o de contar
Nâo vemos nenhum înconvenlente no uso das
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tiva^ isto é, dos valores morais, sociais, religiosoi, poli- § 209) EXERCfCIOS E EXPERIÊNCIAS
ticos, civicos, estéticos, etc.
8. Nao adianta, porém, ensinar conceitos de mo Experiência 1

ral, regras de moral: o que adianta é dar a nossos Para verificaçâo da aprendizagem apreciativa ou afe-
alunos atitudes morais, aproveitar todos os dias e cada . tiva, fazer a seguinte experiência:
momento para desenvolver nêles os valores acima cita- Tomar dois grupos de alunos da mesma série; ao gru-
po "A" serâo dadas aulas de Moral, sobre comportamen-
dos. De nada vale dar aula de Moral se nâo fazemos to na escola, na rua, no lar, etc., incluindo principios de
nossos alunos agirem moralmente. honestidade, respeito, dignidade, e c. Ao grupo "B" nâo
•serâo dadas aulas sobre ésses assuntos mas a caaa mo
9. DIFERENÇAS INDIVIDUAIS. — O professor mento que se apresentar, sera dito à criança: "nâo faça
nâo deve pretender que todos os alunos aprendam isso, porque..." (explicar as razôes).
Ao grupo "A" nâo se intervirà, fora da aula, nas suas
exatamente a mesma cousa, visto que as criaturas hu- atitudes; ao grupo "B" sô se intervirà nos momentos
manas têm suas diferenças individuais. Por mellior que oportunos.
seja 0 mestre, uns alunos aprendem mais, outros menos, Ao fim de certo prazo (um a très meses) vcrificar os
resultados de um e outro grupo, comparativamente.
uns aprendem de um jeito, outros de jeito diferente...
Experiência II
1 0 . M U L E TA S . — To d o s o s r e c u r s o s r a z o a v e i s ,
que possam facilitar a aprendizagem, poderao ser usa- Para verificar como prestamos pouca atençâo aos fa-
tos que rodeiam ncssa vida diâria, fazer um teste com os
dos, desde que nao viciem o aluno, isto é, sejam rati- alunos, perguntando-Ihes cousas dêsse genero:
rados em tempo oportuno. !• Seu relôgio tem os nûmeros marcados em alga-
rismos arâbicos ou romanos?
5 2 0 8 ) T O P I C O S PA B A D E B AT E 2. Como é marcado o numéro 6?
3. Quantos alunos hâ na turma de voces?
1. Enumerar os très tipos de aprendizagem dizendo 4. Quai é 0 quadro que esta na parede do lado di-
reito de nossa sala de aula?
de que consta cada um dêles, 5. No caminho da escola para casa, na rua taî,
2. Explicar o "principio do mergulhamento", daH" quantas farmâcias vocês encontram? A venda é
do exemples. antes ou depois da padaria? (O professor inteli-
3. Deve-se ou nâo apresentar ao aluno textes erra- gente saberâ inventar outras perguntas, que se
adaptem ao caso de cada escola.)
dos para êle os corrigir? Por que?
For que razao o ensino intelectualista tendo Experiência III
sempre a degenerar no verbalisme? Ouais os re* O professor apresentarâ aos alunos uma gravura com
vârias cousas (paisagem ou cena), durante um minuto,
* eCloses
n s i n apara
r o evitar
a l u nesse
o aperigo?
ter sentiinentos? depois farâ perguntas a respeito: quantas pessoas existem*
na cena? Como esta vestido o homem? De que côr é a
procéder para esse fim? casa? O cachorro esta perto do cave.îo? etc.. etc. (Para
provar que cada aluno aprende de uni jeito diferente.)
ter moral ^ e de Civisme fazem o alunO
nuè?^ Wa I cidadâo? Sim ou nâo? Pof
Quais? outres processos de consegui-^® PBlCOÏOBla Bduoftcloixal — *3
E54 AFRO DO AMARAL FONTOtJRA CAPÎTULO XIX
§ 210) LEITURAS C O M P L E M E N TA R E S
Aferiçâo da Aprendizagem
1 . A G U AY O , A . M . ■pcdagof:*ia Cientifica";
Editera Nacional; Sao Paulo, 1936.

2. AMARAL FONTOURA. 'Psicologia Geral";


v o l u m e 4 . ° d c s t a s é r i e A E S C O L A V I VA d a B i -
blioteca Didalica Brasilcira; 3." ediçâo; Edilôra
Aurora; Rio, 1960.
Ftcha-resumo:
3. AVEURILL, Lawrence — "Elements of Educa
tional Psychology"; Houghton & Mifflin C.®;
Boston, 1924. § §

4. GATES, A. I. — "Psicologia para Estiidantes 2 11 ) E V I P O R TA N C I A D A A F E R I Ç A O :


de Educaçâo"; 2; volumes; Saraiva & Cia.; Sâo Deve ser constantemente repetida, pols é ela que
Paulo, 1939. nos informa se o aluno esta aprendendo. Ensinap é
f a z e r o a l u n o a p r e n d e r.

5. JORDAN, A. M. —■ "Educational Psychology": 212) G ÊRRO DO EXAME:


Henry Holt C.®; New York, 1929. É um bilhete de loteria. Quase que sô examina a
memôria. Deve haver 300 exames por ano.
6, THORNDIKE, E. L. 'Educational Psycho
logy"; 3 volumes; Teachers College; Columbia 213) O MAL DAS PROVAS SUBJETIVAS:
U n i v e r s i t y ; N e w Yo r k , 1 9 2 7 . professôres diverses dâo à mesma prova notas diver-
sas. O mesmo professor, julgando duas vêzes a mes
ma prova, dâ-lhe notas diferentes.
214) VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS PROVAS
O B J E T I VA S :

a) Vantaçens: Objetividade — Validadê — Ca-


pacidade — Seletividade — Igualdade — Neutrall.
dade — Facilidade de correçâo.
b) Dcsvantagens: Sâo de organizaçâo muito
dlficil — Mecanizam o estudante — Impedem a li
vre expressâo da inteligência — Facilitam as res-
postas por acaso.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 357
356 AFRO DO AMARAL FONTOUBA

Flcha-resumo (conclusao) :

Ficha-rcsumo (continuaçâo) :

§ §

222) P E R F I L I N D I V I D U A L D O A LT J N O :

215) SOLUÇAO IDEAL; AS PRO VAS MISTAS: Ê 0 que mostra o progresse do aluno mês a mês
(grâfico de marcha).
A melhor soluçâo é organizarmos provas em parte
• objetivas e em parte subjetivas.
223) ESCALAS DE AFERIÇAO:
Sâo uma espécie de metro, em escala crescente,
216) OS VA R I O S TIPOS DE TESTE; onde o prôprio aluno mede a perfeiçâo de seu tra-
1 . Te s t e d e N i v e l M e n t a l ; 2 . D e e s c o l a r i d a d e ; 3 . D e balho. O "termômetro de letras".

aptidâo; 4. De personalidade; 5. De maturi-


dade. 224) APLICA^'OES PEDAGÔGICAS DO PRESENTE
CAPiTULO
217) EXEIttPLOS DE TESTES PEDAGÔGICOS:
225) T6PICOS PARA DEBATE
Te s t e s d e e n u m e r a ç â o — l a c u n a — e s c o l h a ù n i c a —
mùitipla escoliia — melhor razâo — completar sé- 226) EXERCICIOS E EXPERIÊNCIAS
ries-

227) LEITURAS COMPLEMENTARES


2 1 8 ) E S TA L O N A M E N T O D A P R O VA :
Prova estalonada ou padronizada é a experimentada,
meaiaa, concrolada. Apuragao da MODA e da
MEDIA.

219) TABULAÇAO DOS RESULTADOS:


É a verificaçâo da freqûência com que cada respos-
ta ou cada nota é encontrada.

220) PERFIL DA TURMA:


É 0 grâfico que représenta os resultados alcançadoa
numa prova.

221) PERFIL DA TURMA COM SITUAÇAO INDIVIDUAL:


mesmo genero do anterior, mas
fi c a k o classi-
5 211) IMPORTANCIA DA AFERIÇAO

Chama-se aferiçào da aprendizageTJi o ato de ven-


Jicar o que o aluno aprendeu. Também recebe os nomes
"de verificaçâo da aprendizagem" ou "do aproveita-
mento escolar" ou do "rendiniento escolar".
Sua importància é enorme, pois nos permite ver
se o aluno aprendeu, e o que aprendeu. Quantas vezes
pensamos que o menino compreendeu aquilo que ensi-
namos, êle prôprio também pensa isso, e, depois veri-
ficamos que estâvamos enganados, mestre e aluno, pois
este nada entendera, ou, o que é pior, entendera cousas
erradas!
Ora, conforme temos dite, ensino e aprendizagem
sâo fenômenos indissoiùvelmente ligados: se nâo houve
aprendizagem, nâo houve ensino (vide NÔTULA n.® 64,
abaixo).
Numa palavra; ensinar nâo é falar bonito, nâo é
dizer cousas certas; ensinar é fazer o aluno aprender.
Dai a importància da aferiçào da aprendizagem:
é ela que nos diz se nosso trabaîho pedagôgico esta
sendo util ou em pura perda.

NÔTULAS — N.o 64

Ensino e aprendizagem

Por al se vê que o profe^or dte "eu enstael


nâo aprenderam porque nao quiseram_ esta -^ue nâo
o médico dissesse "eu curei, o doente bom, uâo
quis". Ora, a verdade é_que se o doente nao
houve cura; se o aluno nao aprendeu, nuo h
361
360 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL

§ 212) O ÊRRO DO EXAME grau, uma nota. No fim do ano bastarâ apurar ess^
notas mensais, para verificar se o aluno esta ou n
Ainda existe em muitos lugares o sistema de veri- apto a ser promovido.
ficar 0 aproveitamento escolar unia so vez no ano, pelo
e x a m e d o fi m d o a n o . Em conclusâo.
Mas o exame é um processo completamente errado O exame, com suas caracteristicas atuais, de PJ®
de aferiçâo da aprendlzagem, pelas razôes seguintes: va de fogo" do fim do ano, deve ser extinto, e P^ssa
a ser uma atividade diària do professor. Em
1. O exame é um bilhete de loteria, que pode sair haver um exame por ano, deveriam existir 300 e
premiado ou bi'anco. Se sal branco, o aluno estudou por ano, como tarefa de rotina e sem o aparato nem
todos OS pontes marcados menos um, e cat justamente 0 jôgo de sorte do exame atual.
êsse que êle nào sabe...
2. Nos poucos mementos de um exame nao se
pode verificar o que o aluno sabe e nao sabe. Fazem-se
perguntas fragmentârias, uma daqul, outra dacolâ,
1§213)OMALDASPROVASSUBJETV
IAS
nào podendo o aluno encadear idéias, raciocinar: Verificado que a aferiçâo da
cisa ser uma tarefa de rotina diària, perg
tern que ter tudo "na pontlnha da lingua", isto é, deverà ser feita essa aferiçâo? , nmva- sub-
bem decorado.
Existem dois processes, dois tipos de pmva. su
3. Verificado que o aluno nao sabe, o professor jetivas e objetivas. ^^0 tem a
dlz "o senhor estâ reprovado, tern que repetir o ano". Prova subjetiva é aquela em ^ «ssunto pe-
Ora, teria sido muito mats simples, mais lôgico, mais hberdade de escrever o que quiser sob ^ quiser.
juste, que durante todo ano, dia por dia, mes por mês, "iido, e o professor llberdade de coriig q^g
o mestre verificasse se o aluno estava apren^endo. E Na prova objetiva, ao contrario, ^ x. g q pro-
se nao estivesse, o professor teria tempo e recursos responder exclusivamente o que se P ^^«gstas.
fessor sô pode corriglr em Estados Unidos
^ra descobrir asadequados.
os remédies causas da Onâo-aprendizagem e dar-
exame anual é como se N u m e r o s a s e x p e r i e n c i a s v, s o n o d e s e r
tem demonstrado que a prova sub]
deixasse o paciente sem assistência durante hem julgada: cada professor julga . gj^ dias
^^?®^te no fim do ano, examinâ-lo o rente, e. o pior é que um mesmo em
levar
ievar um
umanomuito
para ser
mal!
curada!"
Agora, sua doença vai diverses dâ notas diferentes à sen-
A experiência mais famosa no r^pometria, de
p o i s ■ ^ P ^ ^ ^ d i z a g e m e s c o l a r d e v e s e r, tido, foi realizada com uma prpY.^ Estados Uni-
ïomeç^ o Vroîessor, devendo êste le- nm aluno qualquer do cursp medio, nrofessôres;
dos. Essa prova foi dada a corrigir notas QO®
esta: 2 ' pois bem, êsses 114 mestres deram a p nâgiua se-
variaram de 28 até 92!!! (vide figura na p
4. No fim de mrio r...^ guinte).
mestre t®^a
r a daprendlzagem
uzirâ doe aluno
s t a por um°
ÏSICX)LOGIA EDUCACIONAL 8 6 3
^ 6 2 AFRO DO AMARAL FONTOURA

II) Simpatias e antipatias. — Mesmo sem querer


cometer uma injustiça, o professor se deixa influenciar
por suas preferências. O sentiment© é, muitas vêzes,
mais forte que o raciocinio. Inconscientemente somos
levados a protéger nossos amigos. (E as leis reconhe-
ceram tanto a existência dêsse sentimento que proibem
o juiz de julgar seus parentes e amigos!)

III) Erras e enganos na correçào. — As provas


s e 53 55 5 0 5 5 75 6 0 6 5 SO
de tipo subjetivo, sendo muito mais longas e comple-
FIGURA 17
xas, estâo mais sujeitas a erros de correçào. O pro
fessor, ao chegar ao fim de uma longa leitura, numa
PONTOS AT I i l C V I D O S A VilA P f t O VA DH G / J O J I I LTi ^ / A prova de varias paginas, esta sujeito a nâo se lembrar
A mesma prova rcccbcu t6d<ui csnas notas, dcadc 28 até Q2.
Verlicalmonte estâ a frequ&ncia, isto é, o wimcro de cxamina-
exatamente do que leu no inicio.
dores que dcram a mcsma nota. Assim, a nota 28 /oi dada
p o r u m e x a n i i n a d o r, a n o t a 5 3 f o i d a d a c i f i c o v ê z c s , a n o t a 6 5 IV) Alteraçào do julgamento por contiguidade.
apareccu scis vcses, a nota 85 duas vôsea e -a nota 92 /ai dada Se o professor lê uma prova ôtima, a prova seguinte
por dois examinadores. se for apenas boa, Ihe parecerâ fraca: é o mesmo fenô-
meno que sucede quando saimos de uma sala muito
Experiências semelhantes foi feita no Rio de Ja iluminada para outra regularmente clara, que se nos
neiro: forain dadas 11 provas de Português para seis parece mais escura, por influência da primeira.
diferentes professôres as classificarem. Nâo era para-
"dar nqta", mas apenas para colocar as provas em V) Alteraçào por coeficienie pessoal. — Os mais
ordem de classificaçâo : esta é a 1.^, esta é a 2.^ ®
essim sucessivamente. Pois bem: a prova do aluno "G ^versos fatores
fflor naquele alteram
instante, nosso
um julgamento:o nosL
aborrecimento, hu
cansaco
foi classificada por um professor em 1.° lugar e ^po^ nm encontre marcado. Qualquer orofessor
outre professor em 7.° lugar. A prova do aluno "E" f^^ a experiência: corrigir uma^mlf dar a note
classificada por um examinador em lugar, por outro Papel separado, depois euardâiA
no 7.0 lugar e finalmente por outro em 10.® lugar- corrigl-la de novo h-verâ uns dias e
Quanto à prova do aluno "B" foi classificada pelos sei» que a nota nova seja Welte da
examinadores no 2,o, 3.o^ 40^ 5p qo q g.o lugar! NÇ"
5^um
ficaçaodos
queseis examinadores
os^outros concordou
cinco haviam feito! com a classi' ■^as, sendo^neSs^lamraîtfl'"' ~ ^ provas subjeti-
a abordar 2 oTs <1"® «e limitar
as razôes que levam a resultados tâo dispara-
tados nas provas subjetivas: aluno jogar com Pi'ograma apenas. Dai o
grama de 40 e cair pvnt ® saber 39 pontes do pro-
^abe. Pode, ao contrS^q^K ® ^le nâo
Doderâ^aS^arîf^
me podera ® idéias
achar que esta pfôprias
errado o alunodo juîgador
que escreveU grama de 40eecair
cairexatamente
pÏÏ?' ^^ber um sô ponto do pro
esse...
uma coisa contraria ao seu ponto de vite. ^
3 6 4 AFRO DO AMARAL FONTOURA 365
PSICOLOGIA EDUCACIONAL

§ 214) VA N TA G E N S E D E S VA N TA G E N S DA P R O VA S qualquer incUnaçâo de simpatia, mesmo inconsciente.


OBJETIVAS Pela mesma razào, é aconselhâvel que os aplicadores
do teste nâo sejam os que o corrigem, a^im os qu
Em compensaçâo, as provas objetivas, ou testes, sô organizaram o teste nâo sâo os que o aplicam.
permitindo uma resposta certa, nao ficam subordinados
à opiniâo do professor:, ou a resposta esta certa, ou VII) Facilidade de correçào. — Nâo sô o teste ®
esta errada. Qualquer pessoa, de posse da chave de râpido na sua aplicaçào como o é na ^ '
correçào da prova, pode corrigi-la, e, ao contrario do Esta pode ser feita por qualquer pessoa, mecanicamen-
que nos mostrou a figura anterior, se dez pessoas cor- te, mediante as chaves de correçào.
rigirem a mesma prova terao que dar forçosamente a
mesma nota. VIII) Apuraçâo estatîstica. — Esta é
As vantagens da prova objetiva podem ser assim dade privativa dos testes: no regime das prov S
apresentadas:
ora impossivel qualquer apuraçâo hete-
uâo se podem comparar nem operar quant
I) Objetividade. Independem do critério de rogêneas, como eram aquelas. provas.
avaliaçâo pessoal.
IX) Restcmo. — Resumlndo os o^te
II) Y alidade e rnvidez. — Os testes sao précises Podemos dizer que os testes devem (nâo
e râpidos, mesmo quando apresentam um numéro avul- gumtes requisitos: 1) Objetividade Q^jgyvidade na
tado de questôes. permitir a influência do aplicadoi), ^
apuraçâo (permitir uma o\ Aoresentar
III) Capacidade. — Sendo râpidos, os testes pO" submetida à influência do x monter questôes
dem abarcar todo o programa, deixandd, como o faziaiu regular dispersào de resultados, ^âo as resol-
tao faceis que sô um aluno aluno possa
as^ provas antigas, de se dirigir apenas para dois ou va, e questôes tâo dificeis que so um
très itens do mesmo.

^Seletividade.
em questôes — Permitem
fâceis, médias uma
e diflceis, graduaçâo»
verificadas me-
"■"S co„. „.d. ,ue é M»». ' P»«V,r3
Objetiva apresenta também graves defeitos, emre
diante um trabalho estatistico. quais podemos citar:

, ^Joualdade de aplicaçào. — Podem ser apU- , I) Sâo de organizaçdo rnwîm ^^^^^{^acassado re-
numero de experiências com tes^s j^^dos. Exi-
milhôes de sujeitos, com dondamente porque êles de Pesquisa^,
mesmas condiçôes de aplicaçào, gem uma repartiçâo J especializados.
pïaçâo dos resultate^ e com- ou Serviço) corn técnicos alimente P ela
^tes de experimentada,
ter sido se fazer uma apergunta, nu^ ge
fim de que ^ deo
cadol^nium^turm?^!
cados numa turma pela—
suatestes nunca
professera, sâoimapU-
o que pede uluno pode responder, se a pergun
366 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL
367

sua compreensao e de seus conhecimentos. O que é


sam ser fàcilmente respondidas com ranidés nn . •
— testes. Na segunda parte entSo
fâcil para o adulte, pode ser dificilimo para a criança. o aluno se exprima livi-emente para
E ainda é precise cenhecer o meio em que e aluno vive mais profunda da sua cultura ®
para saber se êle pode eu nâe respender. nalidade. cuuura, mtehgencia e perso-
n) Mecanizam o estudante. — E êste é sem dù- § 216) OS VARIOS TIPOS DE TESTE
vida o seu mais grave defelto: habituam o menino a
respender com "paîavras" e nao a formular "racioci-
nios" completes. Hâ um certo "mécanisme" na res-
posta dos testes, tante assim que es alunes pela pri-
meira vez submetidos a exame através dos testes apre-
sentam resultados mais traces que es jâ "veteranes"
em os reselverem. pode humilhar o aluno e irritar os pais '
2 . Te s t e d e e s c o l a r i d a d e F 4 . -
III) Impedem a livre manifestaçâo da inteligên-
cia — Nâe permitem dissertaçôes, compesiçÔes, prevas
de inteligência global. O aluno nâe pode mostrar sua
imaginaçâo, capacidade criadera, nem capacidade de 3. Teste de aptiddo. — Ou vocacionni
resolver problemas. Apenas pode mostrar fragmentos destinado a verificar a capacidade, vocaçâo ou aptidâo
de inteligência. E a Psicologia Estruturalista (ou Ges- do mdividuo para determlnada profissâo
talt Psychologie) nos ensina que a inteligência humana
é sobretudo global, age e reage em situaçao global. 4 Teste de personalidade. — é o dprtfno^ '
pesquisar traços da personalidade, tais cWf
IV) Fadlitam a resposta por palpite. — O aluno, mento, carater e outros aspectôs. QuCdo o t
tende que escolher como resposta, uma entre cinco ou abrange a personaUdade em seu aspeoto
seis palavras que jâ estâo escrltas no teste, pode esc<> ma receber o nome de psicodiagnôstico
A esses quatro tipos podemos acrescento..
mero acaso ou palpite. Hssa possibili- to: o teste de maturidade (como o tertt
+CC+0 o? ^certar na sorte" se torna enorme quando. o RENÇO FILHO), destinado TvermSr ^OU-
lo respostas
ao alunos — delas.
nscar uma sim e nâo — cabendo estao aptes para iniciar a aprendiza^»^^ alunos
Neste capitulo estudamos aneifo leitura. (*)
colaridade ou de verificaçâo da arneL"®
5 215) SOLTJÇAO IDEAl,: AS PKOVAS MISTAS mente dita. ^ aprendizagem propria-
(■) Vide AMARAL FONTOURA "M
Bérie A ESCOLA VIVA da Blblioûca S,
aprendSgem
gentam uma parte
^ ^ verificaçâo da RIO. I960. Braslleira. Bdltôra Auroi^
meira parte oferecemos
s questôessubjetiva.
numerosas, Na pn-
que pos-'
368 AFRO DO AMARAL FONTOtJRA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 369

A ilustre professôra ALCINA BACKHEUSER esta- 3. Teste de lacuna ou complemento


beleceu o seguinte quadro de classificaçào dos vârics Ex. : O Brasil foi descoberto por
tipos de testes pedagôgicos:
4. Teste de resposta alternada: verdadeiro-falso
Ex.: Os mosquitos sao insetos nocivos
— Verdadeiro — Falso

I. Rccordaçao Respostn simples (questlonArlo) D. Pedro II proclamou a


a) Tlpos do re- compléta Independência do Brasil — Verdadeiro — Falso
. cordaç&o ou
CTOcaç&o
t Enumcraç&o

II. C^^mplcmcnto ou prccnchimcnto do lacunas 5. Testes de respostas altemadas : sim — nào


Ex.: Os mamlferos têm penas Sim — Nao
I. Rosposta altemnda
O rio Sao Francisco é o maior do
a ) Tc r d a d o l r o • ( a l s o Brasil Sim — Nao
(sclccionar, aubll-
b) sim - n&o
nliar, xlscar, etc.,
c) certo - errado
a palavra con-ve- d) igual - oposto 6. Teste de resposta alternada: certo — errado
nlente) Ex.: 10 é 0 triplo de 6 Certo—Errado
a) cscolha ùnlca
G aumentativo de cachorro
é câo Certo — Errado
b) Tlpos de reco-..
b) mùltlpla escolha
n h e c l m e n t o II. Resposta mûltipla c) melhores respostas

b) organlzaç&o ou
7. Teste de resposta alternada: mesmo — oposto
juigamento Ex.: bonito — feio Mesmo — Oposto
m. Empnrelhamento ou correspondôncla grande — pequeno Mesmo — Oposto
I V. Identlflcaçfio ou reconhcclmeiito feliz — venturoso Mesmo — Oposto
V. R e o r d e n a ç & o o u r e o r g a n l z a ç & o
VI. Correç&o
(Êste teste tambéni se chama de sinonimo-
L antônimo. )

8. Teste de escolha ûnica (sufalinhar a resposta certa).


§ an) EXEMPLOS DE TESTES PEDAGÔGICOS (®) Ex.: Maior pals da América do Sul:
Argentina — Brasil — Chile — Equador —
1. Teste de resposta simples ou questionârio Ve n e z u e l a .
Ex. ; Em que ano foi descoberto o Brasil? Principal ôrgâo de respiraçâo dos végétais:
Raiz — caule — fôlha — flor — fruto.
2. Teste de enumeraçào
Ex.: Cite os dois maiores Estados Centrais do Nota — deve haver, no mlnimo, 5 respostas,
Brasil. para uma escolha ûnica, a fim de diminuir
a probabilidade de adivlnliaçao.
(.) Apud Teobaldo Miranda Santo. - .«Manual do Professor Prlmârio'
Palcdogia Bducacional — Î4
PSICOLOGIA EDITCACIONAL 371
3 7 0 AFRO DO AMARAL FONTOURA

1. Amazonas
9. Teste de mûUipla escolha: ( 5 ) Fortaleza
2 . ( ) Sào Paulo'^
3 . Maranhâo ( ) Rio de Janeiro
(Voce deve fazer uma cruz diante dos très itens
4 . Piaul ( ) Porto AZegre
que completam de modo certo a frase abaixo. 5 . Cearâ
Lembre-se que so pode marcar très itens.) ( ) Belém
6 . Rio Grande do Norte. ( ) Curitiba
7 . etc., etc ( ) etc.
Ex. : O Brasil, cortado pelo Equador e pelo tropico
de Capriccrnio, 12. Teste de identificaçâo ou reconhecimento:

-) tem a maior porçâo na zona glacial É muito usado em geografia: dâ-se ao aluno um
-) tem a maior porçâo na zona torrida mapa mudo, com determinados pontos nume-
-) tem o norte mais quente que o sul rados, para que êle, na margem, repita os nu
-) tem o sul mais quente que o norte méros, colocando diante de cada um o nome
-) tem reglôes mais frias ao sul da cidade ou acidente flsico que êles repre-
-) tem regioes mais frias ao norte s e n t a m .
-) tem o norte mais frio que o sul.
13. Teste de organizaçâo:
10. Teste de melhor razao ou melhor resposta:
É muito usado em Histôria: dâ-se ao aîimo uma
Ex.: A fumaça sobe porque: série de fatos histôricos para que êle os coloque
em ordem cronolôgica acertada.
(—) sal com força do fogao
(- gosta das nuvens
é mais leve do que o ar. Ex.: ( ) Invasâo holandesa em Pemambuco.
(- -)
( ) Invasâo francesa no Rio de Janeiro.
Ex. : As îlorestas devem ser conservadas porquet ( ) insurreiçâo pemambucana.
( ) Invasâo holandesa na Bahla.
(—) aumentam o suprimento do oxigênio
(—) constltuem excelentes lugares para 14. Teste de borreçâo de frases;
caçadag
(—) fazem decrescer as inundaçoes Ex.: corrija as frases abaixo, escrevendo a frase
1 ' protegem os passariniios. certa ao lado:
11. Teste de emparelhamento ou correspondência: 1. Eu Ihe vi ontem
2. A gente fomos ao cinema
^ Parêntesis, na coluna à direita, 3. Conto consigo hoje para darmos um
à ^ cada item da coluna passeio
estâ feita ^ primeira marcaçâo ja
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 373

372 AFRO DO AMARAL FONTOURA § 2 1 9 ) TA B U L A Ç A O D O S R E S U LTA D O S

Além dos testes classificados no quadro anterior, Aplicada a prova e apurados os resultados, devem
êstes sèr tàbulados, isto é, distribuidos através dos di-
muitos outros tipos podem ser organizados. Exemples:
versos valores.

15. Testes de com-pletar séries (para matematica):


2 1 9 . 1 ) E X E M P L O D E TA B U L A Ç A O . — A p l i c a -
Ex.: Complete a série 1.2.4.8. 16. 32. —. —. —• mos uma prova a uma turma de 31 alunos da 2.^ série.
Depols de corrigi-la e dar as notas ou graus, vamos ver
16. Teste de analogia: quantos dêsses 31 alunos tiraram grau 10, 9, 8, etc., ou
seja, a freqûência com que cada grau é encontrado:
Ex. : carneiro estâ para rebanho assim como
abelha esta para R E S U LTA D O D A P R O VA O B J E T I VA A P L I C A D A
A 31 ALUNOS DA 2.» SÉRIE
estômago estâ para suco gàstrico assim como
figado esta para
Notas [Frequên- Apuracâo
1 cia da média
1 7 . Te s t e s d e c o n c o r d â n c i a :
1

Escreva o tempo correto do verbo: 10 2 10 X 2 = 20 195 ^ 31 = 6,2


9 3 9 X 3 = 27
Amanhâ eu e Joâo ao cinema. 8 4 8 X 4 = 32 MEDIA DA TURMA: 6,2

(verbo ir) 7 5 7 X 5 = 35
6 7 6 X 7 = 42
Se Pedro em casa, eu daria o 5 4 5 X 4 = 20
4' 3 4 X 3 = 12 MODA: 6
(verbo estar) 3 2 3X2= 6
teu recado.
2 0 2 x 0 = 0
(Na Dâerina seoruinte apre-
1 1 1 X 1 = 1
sentamo"? o HISTOGRAMA
0 0
g 218) ESTALONAMENTO DA PROVA correspondente a esta ta-
bulaçâo).
TO TA L . . 195

vain^^S' ohjetiva para ter


tas estâo^dPmfar?^^ saibamos se as questôes propos- 219.2) A MODA E A MÉDIA. — A moda e a
(isto é à nivel mental e à escolaridade média sâo dois valores estatisticos da mais alta im-
oTôinàâ se sâo fâceis. médias portância em Pedagogia. A moda é o valor de maior
didas etc. A tiidn exigem para serem respon- freqûência. Na tabulaçâo acima, a moda é o grau 6,
d e u m t e s t e . c h a m a o e s t a l o Tw / m e n t o que foi obtido sete vêzes, isto é, por sete alunos.
Quanto à média, como todos sabem, é obtida so-
é. poTs^°rprora^ob?âiva^fâ^^ padronizada mando-se todos os valores e dividindo-se pelo numéro
de valores. Quando vârios alunos obtêm a mesma nota,
medlda, controladi Ou seia 7 n?" '
(Êste trabalho evidentemput» ^estar os testes.
m as aos Seryiços ou Instiutes de pLq,^sa ldu?ac7onal.)
374 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL
375

para tirarmos a média da turma prlmelramente temos Tomemos a 2 a série, cuja tabulaçâo de provas foi
que multiplicar cada valor peia sua Irequência: é o apiesentada no paragrafo anterior. Sobre o eixo hori
que flzemos na 3.^ coluna da tabulaçâo aclma. zontal marcamos os valor es ou graus que uma nrova
pode receber: de zero a 10. Sôbrf o eix^o veSl
8 22«) PERFIL DA TURJVIA
cainos as frequencias, de zero até o numéro que cor-
zesponda à freqiiência da moûa. No caso em aprêço a
O bom professor, que realmente se intéressa pelo moda foi, como vimos, o grau 6, que teve a freqiiência
de 7. Entâo, podemos projetar o eixo vertical até 10,
aproveitamento da sua turma, précisa conhecer perma-
nentemente a situaçào pedagôgica da mesma. Para isso que é 0 numéro redondo mais proximo de 7.
deve ter sempre présenté, diante de seus oUios, o perfU Preparado o desenho do grafico, basta levantar as
colunas verticals correspondentes a cada grau: a altura
da turma, ou seja, a representaçâo grâfica dos resul-
de cada coluna sera dada pela freqiiência, isto é, pelo
tados da ultima prova. numéro de alunos que obtiveram aquêle grau. Tudo
O perfil da turma ou "grâfico da tunna" é apre-
pronto, teremos o que se chama um grafico em harras
sentado através de um histograma ou poligono de fre- ou colunas.
qiiências, conforme vemos abaixo: Se preferirmos, também podemos transformar o
poliffono de frequências ou histograma acima numa
curva. Bastarâ, para tanto, traçar luna linha curva,
partindo do ponto zero, que passara pela extremidade
superior de cada barra. Ti'açada a curva apagareî^
as barras, para ficar um desenho mais flegante. (No
grafico acima, a curva esta traçada pela hnha pon
A teada.)
\

v .
§ 231) PERFIL DA TUKMA COM A SITCAÇAO INDIVIDUAL
N
**<w. O grafico da Fig. 18, do tipo histograma ou poli
gono de freqiiências, nos mostra «
/ valor pedagogico da turma: se se trata de um
boa, média ou fraca. Mas nada a
0 situaçào de cada aluno da turma. O ideal, POitanto,
VALOREM OU GRAUS OU NOTAS
possuir o mestre um histograma onde figure
<ios alunos da turma, com o seu nome e a su
FIGURA 18
•caçâo, isto é, o seu adiantamento.
PBRFlij DA. TVRMA Para se obter tal grafico, depois de ^.tribuid
Hiatograma correspondant* a » v •. notas às crianças, levanta-se uma coluna
Turma da valor médio 1 ^ apreae^Uada no I'espondente a cada grau, escrevendo-se em baixo o
da par 7 aiunoa a nota um normal: a nota aeis foi aloançO'
vor 1 aluno e a nota dee por t alu-no».
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 377
3 7 6 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Aconselha-se que o hlstograma seja colorido a lâpis,


o — r o < j m <n o> «0
indicando as très areas ou zonas: a dos alunos fortes-
1 JOlO SILV s ' Ss 'Ns V
s s S WN
S
V s
(de nota 8 a 10) à esquerda, em verde; a dos alunos
2 MARtA FLC \ \.N\
>>:/ s
médios, de nota entre 5 e 7, ao centro, em amarelo: e,
3 HARIA CL S finalmente, a dos alunos fracas (notas 0 a 4) à direita,
4 PEÛRO FE colorlda em vermelho (sinal de perigo!).
5 ANTENOR Uma turma sera tanio melhor quanto maior fôr a
6 FLORA CA \\\^V ârea verde. Uma classe de aproveltamento médlo terâ
7 JOSE LEN
6 PEORINHO ^ S<
maior a ârea amarela. Numa turma de pouco aprovel
9 UOÂO ARM V \ S S \ tamento predominarâ a ârea vermelha. O ideal, natu-
10 MARIA Plf y/^z '////////////A y yA A ralmente, é a existêncla de classes hcmogêneas, isto é,
11 ANTONIO 1 V///////////?(///A Azy formadas por alunos que tenham aproxlmadamente o
12 MARIA HEl y / / / z M&yyy/yyyy z z mesmo adiantamento. Nesse caso é de desejar-se que
13 LAURA DO / / / / y / y em cada classe haja predomlnâncla absoluta dos alunos
14 JOSE DUL V / / / y / y d e u m a d e t e r m i n a d a c ô r.
1 5 PA U L O G O f y / / AA//////Y//A^//A
///// fZZ Feito 0 reajustamento das turmas (o que^em gérai
Z/z: ocorre no mês de junho ou juîho), as professor^ deve-
16 MARIA F0( / / / / y//A////A//Ay//y xâo trocar os alunos entre si. A professôra "A entre-
19 SUELI CCI / / / / y//JA//////Y///^
20 UBALDO C y / / / garâ à professôra ''3" seus alunos ''vermelhos' e rece-
ff/z berâ dessa colega os "verdes" que ela possuia. -^^im,
21
22
GLORIA M.
CARLOS S.
y y y yy//y///YZ/^///y z z z "A" terâ, tanto quanto posslvel, sômente alunos v -
yyyY//yy///Y^//y des" e "B" ficarâ corn uma turma ®
23 C A R L O TA y / / / yyyX^y/yyy///y/yy
24
25
MARtA PE
ANTONIO !
y / y alunos "vermellios", levando a efelto o ideal aa
26 MARIA SA»
Nova que é a existêncla de classes sempre que pos
27 FILOMENÀ liomogêneas.
2B PEDRO PtK
29 SIMÂO MA :^SsV^ § 222) PERFIL INDIVIDUAL DO ALUNO
30 BENEVIDE
31 OLAVO 01
O perfll da turma é essenclal e
PICJURA ly qualquer bom professor. Mas a Escola Nova ac
G/iA/^'ICO DA TUllilA. Em tôda clasav viodcima hA
^inda que em cada classe exista o perfll de cada
a>'A/ico Igual a êsac pcndttrado no. jyat'cilc ; todos os ahtnos ^soladamente. . , ^ ^ oinna
fi g u r a m n o g r d fi c o . A grande vantagem dêste ^"través dos
Poderâ acompanhar seu prôprlo progresse,
do aluno que o obteve. O grafico da figura n.o 18 se ^eses. o perfll Individual satisfara, assim, a ^
transiorma, assim, no da figura n.o 19- ambos repre- ^onselhado como fonte de i„tio consign
(vide § 192) : — a competlçao do aluno
e o segundo sob o aspecto individual. ^esmo.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 879
378 AFRO DO AMARAL FONTOURA
adotar mna côr para cada linha: assim, a linha prêta
Eis como organizar um grâfico de marcha^ indican-
do OS resultados mensais do aluno: corresponderia às notas de Portiiguês, a linha marron
às de Matemâtica e a linha côr de rosa às de Conhe-
cimentos (o que ainda facilitarâ o reconhecimento das
linh^, pois cada uma começa com a ietra inicial da
matéria que ela représenta — P — M — C).
Nas escolas americanas usa-se muito um tipo de
P O R T .
nistograma ligeiramente diferente do que acima propo-
îhos. EHo:
/
P O R T. 6
/ ~ ^ n
J \ :oNin3C.
10-
■"1

/ s

U AT E M .
\ /
/ ■ \
V
/
/ S
A I AT E M .
9 -

/
'CONHEC. y f e -

7 -

1
O
cx — „ X ? Of 04 Ot 0 4
4
a c
4 CD * 3 3 l D U l 3 0 l » j
Z - D - D « t « » o a c Q
3 -
ORAFICO 00 ALUNO JGAO SALGAOO ;

FIGURA 20 2 -
GRAFICO DE MARCHA
Ferfil individual, com as notas alcançada^ mêa a mia 1-
cm cada matéria.

Sôbre^ o eixo horizontal, marcam-se os meses, d® S


inarço até novembro ou dezembro; sobre o eixo ver « X
ë i/i
tical, a escala de notas, de zero a 10. Mês a mês o prôpr^^ «
o :
o
Q

H à J

aluno marcarâ suas notas, o que Ihe causarâ indizivd o


f . o
l-J 5 oc
o u
Z

prazer e corresponderâ a um dos nossos anseios: dar


utividade ao aluno. LINGUAGEM
c3
As très linhas que se vêem no grâfico acima cot^ o

respondem as très matérias: Linguaoem Maietnatico- FIGURA 21

Conhecimentos Gérais, Na sua ficha o aluno poder» ■P®r/i| individual, de utn mds, ou do fitn de afw>.
380 AFRO DO AMARAL FONTOURA

PSICOLOGIA EDUCACIONAL 381


Como se vê, nao é um grâfico de marcha, mas sim,
iim histograma; entâo teremos que fazer tantas fichas 2. Essa aferiçâo deve ser uma rotina diâria de
dessas para cada aluno quantos forem os meses do ano. classe e nâo um exame-espantalho de fim de ano.
Em ambos os tipos de grâfico (Figs. 20 e 21) note- 4 3. Em vez de 7im, deve haver 300 exames por ano.
se que assinalamos a altura correspondente à média 5,
ou seja a média minima a exigir do aluno; assim, en- Reunindo-se os exames do mes, tira-se a média e dâ-se
uma nota de aproveitamento mensal, que deverâ for
quanto o grâfico se mantém acima dessa liiiha, o aluno
vai indo bem, e quando desce abalxo da linha é que mai* ao lado das notas de provas parcial (em julho) e
o aluno nâo estâ aprendendo suficientemente. A linha final (em dezombro).
é, pois, 0 sinal de perigo, e poderâ ser pintada em
rfû ^ ' 4. subjetivas e objetivas têm vantagens e
vermelho.
aesvantagens, de forma que a melhor soluçâo é rea^
rmfv
o u t i a rnistas,
n a t u r e z a .que envolvam questôes de uma e
§ 323) ESCALA DE AFERÎÇAO

Outro sistema muito aconselhâvel de verificaçâo da aDlicflriflJ® conveniente tabular os resultados das provas
aprendizagem é o da escala de aferiçâo; a exemplo dos n i o d ea a media
p da
à suac turma
o n l i e(conforme
ça s e§m219).
pre a
grâficos acima referidos, tem a vantagem de ser uma
medida visual, que o prôprio aluno pode usar.
A escala de aferiçâo mais usada é a de escrita, antada atrasada à mais adl-
também conhecida pelo nome pitoresco de termômetro Perfis da tu, m pendurados na parede os
de letras: o aluno faz seu trabalho escrito de Lingua- como mostrarnno''"™ ^ situaçao individual, exatamente
gem e, em seguida, se dirige para a parede, onde esta
pendurado o "termômetro de letras". A propria cri- veitamento
mento hnuf
bom,amarelo e vermelho
ou regular (alunos de apro-
ou déficiente).
ança coloca a pâgina do seu caderno ao lado do ter 7
mômetro e verifica quai a espécie de letra de que êle suaq ensinar seus alunos a faze-
mais se aproxima; entâo darâ ao seu trabalho a nota
fe aproveitamento f—n corn os grâficos
correspondente a essa espécie, pois as letras estâo clas-
sificadas de zero a 10, desde os garranchos mais incom- terêsse e além^^c desperta o maior in-
preensiveis (nota zero) até a letra mais certa e' firme ^ e, ae
l m dsi so, serve como poderoso estm
i uo
l
(nota 10). inoentivo^parf aferiçâo de letras é um grande
escrita '=apricharem e melhorarem
§ 224) APLICAÇOES PEDAGÔGICAS
DO PRESENTE CAPITULO

1. Nâo hâ ensino se nâo houver aprendizagem- ^ § 225) TÔPI


COS PARA DEBATE
^ ^portância da aferiçâo da aprendi-
Ensmar é fazer o aluno aprender. Dai a grande im-
portanciA da aferiçâo da aprendizagem. Exphcar a frase "ensinar é fazer o aluno apren-
;
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
3 8 2 AFRO DO AMARAL FONTOURA 383

3. Enumerar as vaiitagens e desvantagens das pro- \ 3. CLAPARÈDE, Ed. — "Conio diagnosticar as


vas subjelivas. ^tidoes dos escolares"; traduçâo portuguêsa;
4. Enumerar as vantagens e desvantagens das pro-
vas objelivas. — "Psicologîa para Esludantes
de Educaçâo"; 2 volumes; Saraiva & Cia.; Sâo
5. Per que a Educaçao Renovada condena a idéia Paulo, 1939.
do exainc unico, no fim do ano?
6. Que diferença existe entre "perfil da turiiia" e
5. MAI^NHâO, Paulo — "Escola Experimental";
"perfU da lurma com a siluaçâo individual"?
Ediçâo do Aulor; Rio, 1935.
6. McCALL, "W. A. — "How to Mesure in Educa-
§ 226) EXERCiCIOS E EXPERIÊNCIAS tiou"; MacMillan; New York, 1922.
7. SANTOS, Teobaldo Miranda — "Manual do Pro
I) O professor de Pslcologla Educacional poderâ fessor Primârio"; Eiditôra Nacional: Sâo Paulo,
mandar que cada uma das alunas da sua turma confec-
cione suas prôprias fichas de resultado individual, le- 1948.
vantando dois grâflcos, a saber:
a) Histograma mensal com a aferlçâo da aprendi-
zagem por matéria (conforme Figura N.° 21).
b) Grâfico de marcha, com os resultados obtidos
pelo aluno mes a mês (nos têrmos da Figura N.° 20).

II) Igualmente poderâ o mestre mandar as alunas


levantarem o histograma ou poligono de frequêncla de
cada turma do Grupo Escolar. Para êsse fim pedirâ à
professera primâria que aplique à sua turma uma prova e a
corrija, entregando-a a seguir às professorandas, para que
estas, levantem o respective perfU da turma com a situa-
çâo individual (conforme Figura N.® 19).

§ 227) LEITURAS C O M P L E M E N TA R E S

1. ÂGUAYO, A. M. — "Pedagogia Oentifica";


Editera Nacional; Sâo Paulo, 1936.
— "Fimdamentos de
1° desla série A ESCOLA
VIVA da Bibhoteca Didâtica Brasileira; Editô-
ra Aurora, 5.* ediçâo; Rio, i960.
3- PA RT E
PSICOLOGIA DIFERENCIAL

Pslcologla Educaclonal —
CAPfTULO XX
A Personalidade

Ficha-resumo:

228) PSICOLOGIA DIFERENCIAL — CONCEITO


E OBJETO:

229. CONCEITO DE PERSONALIDADE:

1. Sentido psîcoiôgico — Personalidade é a sintese


integral de nossa atividade e maneira de ser
A personalidade como o complexo résultante'
de tôda nossa vida psiquica e social.
2. Sentido moral — Personalidade significando
"qualidades morals, de carâter".
.3. Sentido pragmàtico — Personalidade como aflr-
maçâo de valor e dominaçâo pessoal.
4. Sentido social — Personalidade signiflcanrtn
"pessoas importantes".
5. Sentido juridico — Personalidade como "siiiPUr»
de direitos". ^ujeito
230. A PERSONALIDADE PSICOLÔGICA:

1. Origem. 2. Desenvolvimento. 3. Necessidad#» dp


afirmaçâo, 4. Personalidade e luta. 5. Dupla ner
sonalidade.

231. DESPERSONALIZAÇAO :

1. O sonambulismo. 2. O hipnotismo. 3. A "fuga".


4. O autismo. 5. O sentimento de morte.
388 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Ficha-resumo (conclusâo):

§ 2 2 8 ) P S I C O L O G I A D I F E R E N C I A L — C O N C E I TO E O B J E TO
232. FERSONALIDADE MORAL, SOCIAL E
PRAGMATICA: Como foi dito no capitudo I dêste livro, a Psicologia
2 3 3 . O R I E N TA Ç A O P E D A G Ô G I C A : Educacional comprende très diferentes partes: a Psico
logia Genética, ou Evolutiva, ou da Criança; a Psicologia
— Como devo agir na minha escola. da Aprendizagem, e, finalmente, a Psicologia Diferencial,
de que nos vamos agora ocupar.
234. EXERClOIOS E EXPERIÊNCIAS. Psicologia Diferencial é o estudo das diferenças in-
235. TÔPICOS PA R A D E B AT E . dividuais, dos traços e caractères que distinguem os ho-
mens entre si. Até entào, no terreno da Psicologia Gérai,
2 3 6 . L E I T U R A S C O M P L E M E N TA R E S . estudamos os traços psicolôgicos que comuns a todos
os Individuos; formulâmes regras aplicâveis a todos os
alunos, de um mesmo grupo, isto é, na mesma fase da
vida, como por exemple, na terceira mfância (7 a 12
anos). Agora, vamos verificar que mesmo dentro de um
grupo por mais homogêneo que seja os individuos dife-
rem enta-e si. E diferem tanto que embora possamos dizer
que "todos os homens sâo iguais", também podemos atir-
mar que "todos os homens sâo diferentes entre si .
Do ponto de vlsta psicolôgico, as criaturas se dife-
renciam pela inteligência, pelo temperamento. pelo ca-
râter e p&a personalidade. Nas paginas que se seguem,
estUdûremOS dot^lli^damcntc cada lun dessGs assunto.s.
S 229) ^pNOlîlTO PE l'EltWONATiTDADE
A naiavra personaMade vem do latim persona, que
significava "a mâxara de teatro". Como se saue, os sto
res de teatro da antiguidade, naturalmente por deficien-
cia de caracterizaçâo, usavam mascaras diferentes. se-
gundo o papel que representavam, isto é. conforme u
pessoa" que encarnavam: o homem bom, o mau, o sa-
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 391
390 AFRO DO AMARAL FONTOURA

giâo, 0 partido politico, o grupo de recreaçâo, a cidade


bido, o raivoso, o avarento, etc. (dai a palavra persona- o pais, a classe social, etc.
gem, que até hoje significa o intérprete de teatro).
Varies sao os sentidos em que empregamos hoje 229.5) SENTIDO JURfDICO. — Em sentido juri-
essa palavra: dico, personalldade significa "sujeito de direitos". Nesse
sentido, dizemos que o jovem adquire personalidade ao
229.1) SENTIDO PSICOLÔGICO.-— A PERSONA- completar os 21 anos, ou seja, ao atingir a maioridade.
LpADE COMO COMPLEXO. — Personalldade é o que Da mesma forma, dizemos que a emprêsa, firma comer-
diferencia os Indlviduos entre si: "cada um tem a sua cial ou associaçâo tem "personalidade juridica", isto é,
personalldade propria". Podemos defini-la como o con- funciona perante as leis do pais como se fôsse uma
junto de traços, atributos e atitudes que marcam cada pessoa.
individuo, dlstinguindo-o de todos os outros. A persona
lldade é um todo, profundamente estruturado e alta- § 230) A PERSONALIDADE PSICOLÔGICA
mente complexo: résulta da constituiçâo do individuo,
do seu temperamento, do seu carater, da sua inteligên- 230.1) SUA ORIGEM. — A personalidade é uma
cia, do seu sentimento, da sua vontade, das suas condi- construçâo da experiência. A crlancinha, até os dois anos
çôes de vida, saùde e allmentaçao, do seu meio social, de idade, nâo tem consclência da sua existencia. Ela nao
dos grupos em que nasceu e vive, etc., etc. Todo êsse trej sabe que existe. Nâo hâ "consclência do eu . O r^ém-
mendo conjunto de fenômenos psicolôgicos e sociais é nascido se confunde com o mundo. Nos primeiros meses^
que produz esta sintese admirâvel — a personalldade.
êe
lel va o pé à bôca exatamente como ?
l va um chocah
l or^
ou a chupeta. Nâo sabe que aquele f
Tanto a crianca nâo tem "consclência do eu que
229.2) SENTIDO MORAL. _ Em sentido moral,
personalldade é o eu dotado de seus atributos morais,
até o d
' ois Los nlo sabe falar na primeira pessoa; nao
de seu carâter. Dizemos: "Fulano é uma grande por- diz "eu quero doce", mas "nenen quer
sonalidade moral", isto é, tem um grande carâter. Marli em vez de dizer "me da a boneca , fala da a bo-

_ 229 3) SENTIDO PRAGMATICO. — Em sentido ""''YforS'da personalidade se dâ de fora para


prâtico, personalldade significa "atrativo
de impressionar os outros". Nesse
sua aima.
nnUH.H "o artlsta Beltrano tem multa perso-
îîoHprderttimpressionar
poder • significar
osque
que oêle possui um gi'ande
veem. 230.2) SEU DESENVOLVIMENTO. - ^ mrfida
que vai tomando conhecimehto da sua peKon
criança também a vai ^esenvolven . ^p^jo corpo,
que o^lndLdun"tT^°° SOCIAL. _ Assim como dizemos limites espaçais fixos, que sao os ^ muscu-
mente nossui pi» "pex'sonalidade moral", igual- (altura, ^so. comprimento do braç°.
tomadroeTo "personalidade social". Esta é lar, etc.), mas a pessoa nao. a pe - ^ educaçâo,
adquîre nâ .vivências que a criatura cer indeflnidamente. Desenvolve-se atravês aa
do, a saber:
muia,aa vizmhança,
famfua^vfmerguUia-
o trabalho, a reU-
392 AFRO DO AMARAL FONTOXJRA PSICOLOGIA EDUCACIONAL
393

do trabalho, da luta pel^ vida, tante quanto através das É muito intéressante notar-sp mm
mulheres nao sentiam tal necessidade
relaçoes socials, da posiçâo, das realizaçôes, da riqueza, viver dentro do lar, tomando confe da
do conceito em que a pessoa é tida.
Em outras palavras: ao eu se vai adicionando o meu\
dos empregados e dos filhos. Hoje no entantn
as Tmnhas cousas passam a fazer parte de mim, incor-
des setores da nossa sociedade iâ se îîn+o ®?,S:ran-
sexo feminino essa ansia de ser aloupm ^t no
poram-se à minha personalidade. Com a mesma segu- sonalidade prôpria. sua per-
rança que digo minha perna ou men pensamento, digo
minha roupa ou minha biblioteca. A personalidade se
230.4) PERSONALIDADE E LUTA Fcoa
vai, assim, alargando à medida que possuimos mais cou de personalidade, de querer dominar Hp'r,s
sas, como Igualmente cresce e se alarga à medida que idéia de perder, de ficar para t^7l' ^
adquirimos mais amigos, mais relaçoes, mais prestigio lutas e rivalidades, 'de
social. tos e crm
i es que enchem o mundo. Exsi tem. sto aïS"
turas que lutam por urn ideal purissimo, subUme mL
230.3) NECESSIDADE DE AFIRMAÇÂO. — A avi- sao poucas. A maiona luta pela necessidade de afirma-
dez e a força com que as criaturas lutam por consegulr çao da sua personalidade. seja no emprêgo. na polffica
acumular bens, propriedades, fortunas, nao é apenas no clube, na associacao religiosa ou de classe.. ^ '
pelo confôrto material que essas cousas proporcionam,
mas também pelo 'prestigio que elas nos dâo, fazendo 230.5) A PERSONALIDADE E AS HONRARIAS.
assim crescer nossa personalidade. Riqueza e prestigio Em bem da verdade digamos que nem todos os ho
social aumentam a personalidade (vide NÔTULA nP 65, mens lutam para enriquecer, para juntar dinheiro ape
abaixo). Existe, pois, uma inexorâvel necessidade de nas. Muitos lutam por uma distinçâo, por uma honraria,
afirmaçào nas criaturas humanas. E quanto mais forte para ganhar prestigio social, para aparecer, brilhar. Hâ
é a personalidade do individuo, mais êle quer ser, so- homens ricos que gastam uma fortuna para se elegerem
bressalr-se, afirmar-se, dominar, tornar-se admirado. deputados, pela hom*a e prestigio que o cargo Ihes con
Hâ, enfim, nas criaturas humanas, uma necessidade cede. Existem atletas que colocam tôdas as suas forças
de afirmar-se, de ser alguém, de diferenciar-se do todo, flsicas na conquista de uma vitoria, que, as vêzes, Ihes
da massa amorfa dos homens, do rebanho humano. proporciona uma medalha de latâo e muitas vêzes nem
isso... (vide NÔTULA n.o 66, abaixo).
NÔTULAS — N.o 65

G "meu" se incorpora ao "eu' NÔTULAS — N.o 66

Nossos parentes, amigos e cousas que possuimos se incor- A personalidade e as honrarias

do nosso patrimônio vital da no«Q ÏT parte Sentimo-nos muito felizes quando eaiihamos
forma, para muitas pesso^ avidn?? personalidade. Da mesma uma medalha. urn tltulo novo porQue tudo ^
dinheiro, ter que entr^a^^umL ^iQ^ezas, perder quando nos concedem uma ii,e os homens m
d o s , s i g n i f i c a p e r d e r parte
u m a da
n asua
r f e personalidade.
^ automôvel possui- uumenta nossa personalidade. Els P
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 395
394 AFRO DO AMARAL FONTOURA

2 3 0 . 6 ) VA L O R R E L AT I V O D A S C O U S A S .
num egoismo ferez, mas ao contrârio, se dirija para
"sêde de personalidade" faz com que as criaturas corram ideais mais elevados, de solidariedade humana, de amor
fo rte me n te a tra s d a s co u sa s; ma s é i n te re ssa n ti ssi mo ao proximo e de amor de Deus.
notar que tais cousas nao apresentam o mesmo valor
230.8) DUPLA PERSONALIDADE. — Précisâmes,
para tôdas as pessoas. A maiorla luta desesperadamente
enfim, notar que a personalidade, embora seja una e
para conseguir dinheiro, mas nâo pelo prazer de juntar unica, comporta as vezes variaçôes, quebras, decaldas.
dinheiro e sim pelo confôrto, importância e prestigio so Em grau reduzido, tôda criatura tem, de vez em quando,
cial que 0 dinheiro proporciona aos seus felizes possui- 0 desejo de fazer cousas diferentes, de "sair de si mesma .
dores. Isso é normal. Mas hâ pessoas em que êsse desejo de * ser
Mas para outras criaturas, de natureza sentimental, diferente" é tâo intense que cria uma dupla personali
a personalidade cresce na medida em que possuem mais dade-. o individuo é um em casa e outro na rua; ou e um
a m o r, m a i s a m i z a d e s . P a r e n t e s e a m i g o s v a l e m , p a r a no emprêgo e outro no clube; ou é um de dia e ou ro
elas, mais do que dinheiro. Para um campeao de xadrez, de noite...
perder uma partida représenta uma diminuiçâo da sua Essa dupla personalidade pode chegai a ex remos
personalidade, o mesmo acontecendo com politico que terriveis, como veremos no paragrafo seguinte.
perde uma eleiçâo, ou com o bom aluno, quando tira uma
nota baixa... Nem esqueçamos aquelas senhoras e mo-
ças da "alta roda" que se sentem diminuldas na sua per § 231) DESPERSONALTZAÇAO
sonalidade, se sâo obrigadas a ir a duas testas seguidas
com o mesmo vestido... Chama-se despersonalizaçâo a perda
do eu, isto é, 0 enfraquecimento ou
230.7) FÔRÇAS CONSTRUTORAS DO BEM. — O da personalidade, que pode ser momenta ,
papel da religiao, da educaçâo, da moral, da sociedade, rio ou permanente.
da civilizaçâo, enfim, é orientar as criaturas. Orienta-las
para que essa "sêde de personalidade" nao se concentre
231.1) O SONHO. — O caso
personalizaçâo é o sonho: durante " nutros
tanto por uma simples eleiçâo no clube esportivo; ficam zan- momentâneamente de na realida-
gados quando nâo sâo chamados para "participarem da mesa", lugares, fazemos cousas que jamais ^ ^ expressâo
numa conferência; ou, pelo menos, querem "sentar na 1.^ fila". • • de. Muitas vêzes (mas nao sempie) o , para o
ardorosamente para "ser o pri- de desejos nâo realizados a.
p^ïa dïïrS?rl'^':°^ ^ fundo do nosso mconsciente. Em conseguimos.
"vencSVm^ c?ncS<;o criaturas desejam tanto que desejarlamos ser na realidaue e
Prêmio" (pdr mais
atençâo" pelo seu novo sociediade" "chamar a
trato no jornal" ou "ouvij^,, conhecidas", "ter seu re-
231.2) Outroscasosmomentaneos^^d^^jj ou
faz com que o indlviduo 4 ® radio". É que tudo isso bzaçâo ocorrem com o ôpio»
mais personalidade... sinta maior, mais Importante, com anestesia, ou intoxicaçâo pelo alcool, opi ,
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 397

396 AFRO DO AMARAL PONTOXJRA


O hipnotismo fol usado no século passado, pelo
conha, etc. Êsses tôxicos, aliâs, podem levar o individuo psicôlogo e médico inglês ESDAILE, a fim de operar seus
a praticar os maiores desatinos e crimes. Em tôdas essas doentes sem que êles sentissem dor alguma (pois a anes-
tesia sô foi descoberta mais tarde, em 1846, pelos ame-
situaçôes o individuo se despersonallza, fica "fora de si" :
ricaos JACKSON e MORTON).
parece que nâo é êle.
Modernamente voltou o hipnotismo a adquirir pres-
^ 231.3) SONAMBULISMO. — É o fenômeno do in- tlgio, sendo hoje usado por vârios dentistas, para trata-
dividuo caminhar e agir dormlndo (do latlm ambulare rem de seus clientes sem que êstes sintam dor alguma,
= andar). Résulta da formaçao de uma segunda per-
embora nao se jam anestesiados. Da mesma forma alguns
sonalidade, embrionâria, no Indlviduo, a quai sômente médicos norte-americanos estao usando o hipnotismo
se manifesta durante o sono, em que a personalidade
para obter o parto sem dor e sem necessidade de aneste-
normal decai e como que se recolhe. siar a parturiense. (Vide NÔTULA n.o 67, abaixo.)
O indlviduo sonambûlico levanta-se de repente, no Em nossos dias também muitos médicos têm usado,
meio do sono, percorre a casa, sai para a rua e pratica no tratamento de neuroses, fobias, obcessôes, etc., em
atos diverses, sempre dormindo. E é um grave perigo vez de hipnotismo, o método psicanalitico, ou psicanâlise,
acordâ-lo, pois o choque entre as duas personalidades
pode produzir até perturbaçao mental permanente.
Nâo hâ explicaçôes definitivas para o sonambulismo. NÔTULAS — N.o 67
Diz o ilustre psicôlogo Padre PENIDO: "parece que o
O hipnotismo cura docnças?
sonambulismo é um sonho cujas imagens adquirem
enorme força e tornam-se dinâmicas". As principais Como se sabe, muitos maies nervosos e mentais sâo imagi-
causas apontadas para o sonambulismo, segundo PIER" nàrios, isto é, nâo tem uma causa real, orgânica, mas resultam
RE JANET, sâo: I) Obcessào provocada pela morte de apenas de estados psiquicos do indlviduo, provenientes de cho- ^
pessoa querida; II) terror (houve numerosos casos de ques emocionais violentos, complexes, dores morais profundas,
estados de angùstia pelo fato do indlviduo nao realizar sua
^nambulismo entre soldados durante a primeira Grande personalidade. Em casos dêsse gênero c sofnmento realinente
existe, a pessoa esta doente, mas sem doença eui seu organismo.
rHanoo Desejos profundos,
lanças abandonadas pelos paisnâo satisfeitos
se tornam (muitas
sonâmbulas). E em gérai nâo adlanta tomar remédies, exatamente porque na
hâ nenhum ôrgâo lesado. nenhum
Milhares de pessoas ficam Parali^^cas ou mudas oy^ega^^
^ fenômeno seme- causas psiqulcas. No préprio ÎJîAnta altercaçâo em
cado por outra ^ diferença de que é provo- soubemos noticia de uma jovem «odendo dar mais
familia e, como reaçâo. ficou paralitica. ^ dâdo
força do seu olhar e °da ° ^'P"^°tizador. Êste, graças à um passe. Para a cura de tais
mir. Diminuindo n ^ua sugestâo, faz o paciente dor- bons resultados: durante o sono do pac-en .
tizador passa a dar^rdenf indivlduo, o hipno- convence de que êle nâo tem ^ada, ^ta ' ' novo. Em
estado hlpnôtlco o paciente anda, ^ala periôdlcam®"
pantosa e impressionantP exécuta corn es- idênticos casos os milagreiros, os santos que^P^^ ^^^^0" das
aparecem nos lugares do ® mesmos resultados,.
macumbas podem. às vêzes. obter os mesmos
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 399
398 AFRO DO AMARAL FONTOURA

§ 232) PERSONALIDADE MORAL, SOCIAL E PRAGMATICA


que obtém os mesmos resultados do hipnotismo, sem a
necessidade de fazer adormecer o paciente.
232.1) PERSONALIDADE MORAL. — Jâ disse-
mos (§ 229.2) que em sentido moral, personalidade é
231.5) OUTROS FENÔMENOS. — A despersonali- o e u d o t a d o d e s e u s a t r i b u t o s m o r a i s , d e s e u c a r â t e r.
zaçâo compreende ainda os fenômenos de fuga, autismo, Dêsse ponto de vista, a personalidade pode ser forte
dupla personalidade e sentimento de morte, todos de na- ou fraca, sincera ou falsa, humilde ou arrogante, ar-
tureza patologica. Na /wpa, forma-se uma segunda per rojada ou prudente, dinâmica ou apâtica, bondosa ou
sonalidade durante certo tempo, levando o indlviduo a perversa, simples e natural, ou cheia de artificialis-
outras cidades e outros paises. De volta, êle de nada se mo, etc., etc.
Essa lista pode ser indefinidamente prolongada,
lembra, nem sabe que estêve ausente. pois nâo hâ um numéro determinado, fixo, de atributos
No autismo a criatura se sépara da realidade, passa morais da criatura humana. E cada um dos citados
a viver dentro de um mundo imaginario, criado por ela, caractères pode variai* na sua graduaçâo: o individuo
e que so existe em seu espirito. pode ser, por exemplo, muito sincero, ou regularmente,
ou pouco, ou nada sincero.
Quanto à dupla personalidade, jâ estudamos os seus Mas a situaçâo se complica infinitamente, porque
aspectos nao-patologicos (§ 230.8). Aqui vamos citar a cada criatura possui atributos contraditôrios: uma for
forma extrema: ocorre quando uma personalidade nao ça se manifesta num sentido e outra em sentido opos-
tem conhecimento da outra e ambas dominam alterna- to... E como se nâo bastasse, a personalidade é forte-
damente o individuo. mente influenciada pelo meio ambiente, fisico e social;
0 sol, a chuva, o calor, a altitude (meio fisico) exercem
O famoso psicologo ALFRED BINET publicou uma
o b ra cl a ssi ca sô b re o a ssu n to : "L e s Al té ra ti o n s d e Id influência sôbre nossas atitudes, o mesmo acontecendo
com 0 meio social no quai vivemos merguihados (nossa
Personnalité" em que conta casos de individuos corretos,
que, sob a açâo de sua "personalidade-segunda" se familia, nosso trabalho, nossos divertimentos, nossos
tra,nsformam em depravados e crimlnosos, voltando, de amigos e nossos inlmigos). (Vide NÔTULA nP 67-A,
puis, à personalidade primitiva, sem nada saberem do que abaixo.)
iizeram. O cinema americano explorou êsse tema da du
pla personalidade ja por varias vêzes, mas o filme mais NÔTULAS — N.o 67-A
impressionante foi o célébré "O médico e o m.on'stro".
em que um médico caritativo e bom, "Dr. .Tekill". se O homem, êsse desconliecido...
periôdicamente num perverso, "Mister Hyde"', Essa tremenda complexidade de fatôres que se entrelaç^
voltando depois a ser o médico bondoso. e-entrechocam em nosso eu é que tornam tâo dificil o coniie-
cimento da aima humana. Nunca sabemos exatamente como
sâo os outros. fi muito dificil prevermos-o que détermina
despZso^X^çio: ^nSviduo ^
"corisciência do eu" e ® totalmente a
Pessoa farâ em determinada ocasiâo... , conhece
Pior ainda: na maioria das vêzes o homem nao
sei que estou morto". estou morto, a si mesmo 1 fi fâcil censurarmos os outros, porque
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
400 AFRO DO AMARAL FONTOURA 401

sâo os grupos sociais que fréquenta (vide a


232.2) PERSONALIDADE SOCIAL. Mostra-
mos (§ 229.4) que a personalidade social é formada
n.o 67-B, abaixo). ^ inoiula
pelas vivências résultantes dos vârios meios socials que 232.3) PERSONALIDADE PRAGMATICA É o
o individuo freqtienta (familia, vizinhança, escola, tra- conjunto de atributos prâticos e de simpatia de atra
balho, recx'eaçâo, religiâo, etc. ). çâo, que 0 individuo possui (ver § 229.3) ' é nes^
Ao pénétrai- em cada um dêsses grupos socials a sentido que os americanos usam constantemente a na
personalidade sofre adaptaçôes mûltiplas, tal como su- lavra. Corn seu espirito prâtico (às vêzes até demasia-
cede com o nosso organisme ao penetrar em um meio darnente prâtico...) os americanos se preocupam muito
fisico diverse daquele em que até entao se encontrava. mais corn aquilo que o individuo faz do que com aquilo
Nosso organisme sofre a influência das temperaturas, que êle e. Dao grande valor aos atributos da persona
da luz, da altitude, tante como nossa personalidade lidade que conduzem a eficiencia, ao triunfo no traba
sofre a influência dos costumes, hâbitos, maneiras di- lho, à vitôria na profissâo.
ferentes de pensar e agir de cada grupo social. Dada a tremenda concorrêneia que existe em todos
Exemple : ninguém tem as mesmas atitudes no os setores da vida, a criatura, para vencer lâ, précisa
local de trabalho e na igreja; o comportamento do in ter "magnétisme pessoal", capacidade de "convencer",
dividuo nâo é igual em casa e no clube; em cada uiTi audâcia, agressividade. Tais sâo, pois, os caracteristi-
dêsses grupos sociais modificamos nossos gestos, nossa cos da personalidade ptâtica. (Vide o teste que apresen-
linguagem, e, às vêzes, até nosso torn de voz. Podemos tamos no § 324 — Exercicios e Experiências.)
dizer (evidentemente exagerando um pouce) que cada
individuo tem tantas personalidades sociais quantos
§ 233) ORIENTAÇAO PEDAGÔGICA

momento tomaram esta ou aquela atitude. Também é facilimo


I) Dissemos no § 228 que "todos os homens sâo
dlzermos "se fôsse comigo, eu farJa tal cousa". Mas é dificillmo diferentes", isto é, que cada quai teip a sua persona-
prever corn segurança e certeza o qUe fariamos exatamente se
estlvéssemos naquela situaçâo do outro...
Por isso é que, hâ quase 2.000 ano.s atrâs SÔCRATES pro- NÔTULAS — N.o 67.B

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f itiostra que, lijuRtaixLciiio social, ber ajustado, porlaiito, 6 auaptaf-oo as m
mfca, fiaïcd. asS sltuaçâo: conhecemos qui- Junçôes do meip, , cgr
TôSenamoa ^ conliecemos sôbre o liomem- Mas. como seiiipre, "in medhim nio dGVGlBj)^
vofim corn n VGlociaude dp ° rabvlca loBUotee que Uçsajustados, possulndo uma Injunçao
personalidade tao am
nem
ficiais, aubmarinos ano Quliometros por hora, luas arti- dao nos curvemos a nenhuma do uielo g
gulho... e no entanto ri5n mundo num sô mej-
antecedêncla o que acon<-opo?i^®®^® prever corn 15 minutes de ^evemos, inversamcnte. curvar «ossa personalida^
t'Ceiû conslgo mesmo... qualquer preconceito social, por
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
402 AFRO DO AMARAL FONTOURA 403

lidade prôprla. E um dos principios fundamentals da Test"); III) WECHSLER ou Prova de Bellevue; IV)
RORSCHACH ou Prova das Manchas de Tinta* V)
Educaçâo Renovada é o do resyeito à personalidade da BEHN-RORSCHACH ou Prova "BERG", semelhante à
criança. Juntando êsses dois principios, a conclusao a anterior; VI) Prova de RAVEN ou das "Matrizes Pro-
tirar é que o mestre nao deve querer que todos os seus
alunos procedam da mesma maneira, gostem das mes- gressivas"; VII) P. M. K. ou Psicodiagnôstico Mioci-
nético, de MIRA Y LOPEZ.
mas matérias, saibam fazer os mesmos exercicios com
a mesma habilidade. Um menino sera melhor numa
I) KENT-ROSANOFF consiste numa série de cem
cousa, em Matemâtica, por exempio, outro darâ mais palavras-estlmulo, às quais o paciente deverâ respon-
para Linguagem. Um aluno sera mais dôcil, outro der com a primeira palavra ou pensamento que Ihe
mais rebelde. Um atenderâ ao carinhoso chamamento o c o r r a ,
da professera, outro precisara de mais energla. E nao
hâ por que preferir êste e censurar aquêle. II) TAT consiste numa série de 15 estampas para
o paciente interprétai*; apresenta-se o quadro e per-
II) A segunda conclusao a tirar é que desde cedo gunta-se: "o que é que você esta vendo ai?"
0 mestre deve multipUcar as ocasioes para o desabro-
char da personalidade do aluno. Em vez de obrigar
tôdas as crianças a fazerem as mesmas cousas pelos II) WECHSLER é um longo conjunto de provas,
mesmos processos, deve dar uma certa (note-se bem: incluindo: 1) Informaçâo, 2) Compreensâo verbal, 3)
uma certa, e nao total) liberdade para os alunos faze Raciocinio aritmético, 4) Memôria de numéros simples,
rem as cousas crlando seus proprios caminhos. 5) Verificaçâo de semelhantes, 6) Observaçao, 7 Com
preensâo visual, 7) Raciocinio prâtico (quebra-cabeças),
III) O desenvolvimento da personalidade Tïioral, 8) Construçâo com cubos, 9) Substituiçâo de nùmeros
da social e da pragmdtica devem constituir preocupaçao por sinais.
constante da escola. As crianças devem ser levadas 3-
saber querer e a lutar pelas cousas que querem alcan- IV) RORSCHACH consiste em apresentar ao pa
çar. isso enrijece a personalidade. Naturalmente ^ ciente 10 quadros, cada quai contendo uma mancha
desenvolvimento da personalidade moral devera estar de tinta, solicitando-se-lhe que interprète o que vê em
em primeiro piano, embora o das duas outras cada mancha.
também seja muito importante.
V) BERO — Do mesmo gênero que o anterior,
apresenta outras 10 manchas de tinta, para serem in-
§ 234) EXERCICIOS E EXPERIÊNCIAS terpretadas pelo paciente.
^ estudo gérai da personalidade sâo VI) RAVEN ou "Teste das Matrizes Progressivas"
—■ É uma interessantissima prova em que o paciente
tes dife?ençâ-los dos tas- deverâ escolher dentre vârios fragmentes de desenho,
Hâ numerncr^T • aspecto do psiquismo.
ressantissimos: i) atualmente, inte- quai o que serve para completar um desenho prèvia-
ï^ente apresentado.
vvras.
r a si) -MURRA
I I ) Y ou
o uTATd("Themati
as 1c 0 Appercepti
0 p a loan-
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 405
404 AFRO DO AMARAL FONTOURA

VII) P. M. K. OU Psicodiagnôstico Miocinético de


MIRA Y LOPEZ. — É uma admiravel prova em que o 1. Considerando que a famflla é o primeiro e o mais
Importante grupo social, respooda: você està sempre
paciente deverâ traçar linhas a lâpis, sobre uma fôlha disposto a ajudar os membres da sua casa em qual-
de papel. Primeiramente traçarâ linhas horizontals e quer tarefa para que seja sollcltado?

verticals, com a mâo direita e a seguir com a esquerda. 2 . Te m p a c l ë n c i a e c o m p r e e n s f i o p a r a c o m o s s e u s f a -


mlliares, na mesma proporçfio em que o demonstra
Enfim, desenharâ circulos, zigue-zagues e cadeias ou ter fora de casa?

correntes, primeiro com a mâo direita e depois com a 3. Estâ sempre disposto a ajudar seus vizinhos e os
mâo esquerda. O mais intéressante é que o paciente outros parentes, que nfio moram com você?
deverâ fazer todos êsses traços sem ver o papel. 4. Estâ sempre disposto a ajudar seus colegas de tra-
balho, mesmo que isso slgnlflque algtim trabalho ex-
traordinârio?
(Todos êsses psicodiagnôsticos acima enumerados
vêm detalhadamente publicados na obra "MANUAL DE 5. Responde com boa vontade e solicitude às informa-
çôes que Ihe pedem na rua?
TESTES", do mesmo autor dêste livre, o volume 10.° des- 6. Procura fazer o seu trabalho sempre da melhor ma-
ta mesma coieçâo A ESCOLA VIVA da "Biblioteca Didâ- nelra posslvel, sem vlver se lastlmando?
tica Brasileira".) 7. AJuda tanto quanto pode os Inferlores, os pobres,
aquêles qve precisam de você?
8 Nfio descarrega em cima dos inferlores os recalques
TESTE DE PERSONALIDADE P R AT I C A provenientes de Injustlças que acaso você sofreu por
parte de setis superiores?
Aqul estâ uma intéressante prova para voce medir a sua 9 Sabe o que quer na vida, tem um ideal de vida e
personaiidade prâtica (vide § 232.3). Leia atentamente as per- um piano mais ou mènes traçado para alcançâ-lo?
guntas feitas e, em seguida, coloque a nota que voce merece, em 10. Procura encarar a vida com bons olhos, sem pesslmls-
cada um dos 16 itens, na coluna à direita. Em cada item voce mo. mas com sense de realldade?
deverâ dar uma nota de 0 a 3. Exemple; — "Voce é um amig®
prestimoso de seus vizinhos?" Se voce nâo toma conhecimento 11. Ê capaz de lutar por alguma causa boa, que nfio
Ihe ofereça nenhuma recompensa senfio a satlafa-
da existência de seus vizinhos, coloque a nota 0; se mal os cum- çfio de colaborar para o bem?
primenta, coloque 1; se sô os visita em caso de morte, coloque 2;
se estâ sempre disposto a ajudâ-los, mesmo sem que êles peçam, 12. Sabe enfrentar as dlficuldades com finlmo forte? ..
coloque a nota 3. Depois, é sô somar as notas e ver quantos 13 Sabe reconhecer os seus defeltos e nfio flca zangado
ponws alcançou. A criatura que tivesse uma personaiidade quando os apontam. procurando corrlgf-los?
^ perfeita, ideal, deveria alcançar, evidentemente, 48 pou- 14. Sabe perder e encarar a derrota com serenldade, sem
suidor^S realidade, considera-se pof* flcar se descsperando e chorando, mas, ao coutrârlo,
70%dos
70% dos aïr °citados,
atrlbutos Indivlduo
ou sejaque consegue
um total atinglr
de 33 pmitos. com disposiçfio de "salr para outra"?
15. Sabe desculpar as fraquezas dos que o rodelam, e
perdoar os que o ofendem, sem guardar rancor? ..
16. Sabe economlzar dlnhelro para formar um patrlmô-
nlo para as ocaslôes dlficels?

Percentagem % SOMA
406 AFRO DO AMARAL FONTOURA CAPfTULO XXI
§ 2 3 5 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E A înteligência
1. Dar o conceilo de Psicologia Diferencial e di-
zer 0 que compreende ela.
2. Dar os varios conceitos de personalidade, no
sentido; a) Psicologico; b) Moral; c) Pralico
oil pragmatico; d) Social; e) Juridico.
3. 0 conceilo de personalidade, em cada individuo,
se forma de fora para dentro. Explicar isso. Flcha-resumo:

d. Que se entende por "necessidade de afinnaçâo"


da personalidade? §§

5. Explicar porque sao iao Importanles para os 337) CONCEITO DE INTELIGENCIA


individuos as honrarias, por mais simples que — É a capacidade de adaptaçâo
sejam. — É a capacidade de resolver problemas

6. Enumerar os principais estados de despersoua- 238) SEUS CARACTERES


lizaçâo e dizer em que consiste cada um deles. 1) é uma capacidade, e nâo um mecanismo
2) é uma quantidade constante, nâo pode ser au-
§ 2 3 6 ) L E I T U R A S C O M P L E M E N TA R E S mentada e é inata.
3) atlnge sua plenitude na adolescência.
1. ALLPORT, F. H. — "Personality"; Henry
Holt & Co.; New York, 1937. 239) C O N D U TA INTELIGENTE
— "ser inteligente é pensar, discernir, sugerir oni-
2. BINET, Alfred — "Les altérations de la pei- nar, criticar, définir"... *
sonnalité": Alcan; Paris, 1912. 240) TIPOS DE ÎNTELIGÊNCIA
3. COFFIN, Herschel — "The Psychology of Per- a) abstrata ou teôrica;
Longmans Green & Co.; New York, b) concreta ou mecânica;
c) social.

4. SIDIS, B ~ "Psychology of Suggestion"; Ap 241) A ÎNTELIGÊNCIA ENTRE SEXOS E RAÇAS


pleton; New York, 1921 — as mulheres nâo sâo mentalmente inferiores aos
h o m e n s
"Psychology
ty , McGraw-Hill; New of
York, 1937. Persona- — parece que a raça branca tem mais intellgêncla
que as demals.

I^alUv^T' f ; Psychology
y ' -Appleton; New York, 1927.of Per-
408 AFRO DO AMARAL FONTOXJRA

Ficha-resumo (conclusao):

§ 237) CONCEITO DE INTEUGÊNCIA

2 4 2 ) T E O R I A S S O B R E A N AT U R E Z A D A I N T E U G Ê N C I A
A palavra inteligência é pronunciada por tôda gente
muitas vêzes ao dia: "Fulano tem muita inteligência"
a) teoria anâtomo-fislolôgica; — "Voeê nem parece inteligente!" Mas se perguntarmos
b) teoria neuro-fisiolôgica; 0 que é Inteligência, ninguém responderâ...
c) natureza da capacidade mental (teorias de Stern
— Spearman e liiorndike). Ou, entâo, se dirâ que inteligência significa "viva-
cidade de espirito", ou "talento", ou "brilho", o que
243) FILOSOFIA DA INTCELIGÊNCIA pouco adianta. Hâ também quem confunda inteligência
— Intellgência é a faculdade de conhecer a essên- com "cultura" ou com "preparo", ou "conhecimentos".
cia das cousas. O conhecimento sensivel e o co- Ora, é precisamente o contrario: inteligência é
nhecimento intelectivèl. aquilo que permite ao individuo resolver problemas
mesmo quando nâo possul "preparo" ou "conheci-
244) APLICAÇOES PEDAGÔGICAS DO mentos".
PRESENTE CAPiTULO
A proposito, 0 psicôlogo BALLARD lembra a velha
2 4 5 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E histôria do rei e do abade.

2 4 6 ) L E I T U R A S C O M P L E M E N TA R E S . — Corria mundo a enorme cultura do abade; êle


Gra o homem mais preparado de todo o reino. Entâo,
certo dia, o rei o chamou e disse: "von fazer-îhe ti^ês
pGrguntas, se voce responder, terâ tôdas as honras e
récompensas que quiser; mas se nâo responder sera du-
ramente castigado, como embusteiro. Eis as très per-
guntas: — quanto valho eu? — quantos cestos de terra
tem o mundo? — em que estou pensanda neste mo~
mento?" E acrescentou o rei: "va para casa, pense e
rne responda amanhâ".

O abade foi para casa preocupadissimo: impossîvel


dar as respostas pedidas pelo rei! Seu desgôsto era tâo
'^isîvel que impressionou o seu criado, homem bom mas
^rialjabeto. O abade contou-lhe o casa e o criado res-
i'SICOLOGiA EDÙCACIONAL 411
410 AFRO DO AMARAL FONTOURA

yondeu: "ora, se é so por isso nào se aflija mais! Deixe 3. STERN: "Inteligência é a capacidade de adap-
par minha conta que amanhâ eu respondo ao rei..."
tar o pensamento, de um modo consciente, às novas
No dia seguinte, o criado se disfarçou hàbilmente exigências do meio, ou melhor, é a adaptabilidade garai
de abode e foi responder ao monarca. Êste fêz a pri- aos novos problemas e côndiçôes de vida."
meira pergunta: — "quanto valho eu?" "E o criado 4. THORNDIKE: "Inteligência é a capacidade de
logo respondeu: "Vossa Majestade vale 29 dinheiros, resolver problemas. "
pois é justo que valha menos 1 dinheiro que Jésus 4- 5. TERMAN: "Inteligência é a capacidade de pen-
Cristo". Veio a segunda pergunta: — "quantos cestos sar em têrmos abstratos."
de terra tem o mundo?" E logo o criado: "conforme o ^ 6. GATES: "Inteligência é um complexo de ca-
tamanho do cesto: se o cesto fôr do tamanho do mundo, pacidades inatas, constitucionais: capacidade de apren-
êste médira um cesto; se tiver a metade do\ tamanho der, de generalizar e demonstrar sagacidade no racio-
do mundo, êste médira dois cestos, se..— "Bern, cinio e resoluçâo de pi'oblemas."
bem, disse o rei, vamos à terceira pergunta: em que 7. WOODROW: "Inteligência é a capacidade de
estou eu pensando neste momento?" — "Vossa Majes adquirir reaçôes, capacidade para aprender."
tade estd pensa7ido que fala com o abade, mas saiba 8. BINET; "Julgar bem, compreender bem, racio-
Vossa Majestade que esta falando com o criado de sua cinar bem, eis o que liâ de essencial na inteligência.
teverendissima.. 9. COLVIN: "Inteligência é a capacidade de
aprender a ajustar-se ao meio."
Eis ai: o abade era um honiem muito preparado, 10. WARREN: "Inteligência é a capacidade de
muito erudito, mas pouco inteligente. O criado era uni adquirir e aperfeiçoar, pela experiência individual, novas
sujeito sem nenhuma instruçào, seih prépare, nias formas de resposta." ,
niuito inteligente... -t- 11. AGRAMONTE: "Inteligência é a capacidaae
de improvisai-, de adquirir e de aperfeiçoar novos mo-
do3 de reaçâo, que permitam ao sujeito adaptar-se,
vez melhor, a situaçôes problemâticas para as qu
riipp^î inteligência nâo se confunde corn "eru- carece de reaçôes jâ feîtas ou habituais.
"preparo",
defimçoes tem que é ela,
sido propostas. entâo?
Vejamo-las; Numerosas
§ 238) SEUS CARACTERES
inteligência vem de intelU-
f e r + ^ ^ 3 e r e , q u e s i g n i fi c a Quatro sâo os caractères jâ reconhecidos unive
dento das cS®?' ^ a facufdade de aler salmente para a inteligência:
mo, de ver aquilo out no seu inti 238.1) É uma capacidade: a "de
2. Definioan ^ nao vêem...
faculdade pela aufi — "Inteligência e a mecanismo jâ pronto, mas sim a vossibihdaae^^
em si mesmas. ou a fawîS®® ° mos algo. AGRAMONTE diz: "a capacidade
uma cousa nem uma qualidade, mas
atingir a essência das cousÏÏ " ^ procuraino
413
412 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL

maior'ou menor do individuo, mais ou menos anâloga No ato reflexo ou no instintivo, o individuo é levado
ao que em Quimica se chama Valencia " a agir independentemente de si mesmo. A açâo é ma-,
quinal, é automâtica. No ato habituai a conduta ja
238.2) É inata: a inteligência nasce com o indi- se estereotipou, mercê da repetiçâo, do treinamento.
O habita torna a conduta igualmente automatica.
viduo; nao pode ser adquirida, de fora para dentro.
Pois bem, a conduta inteligente se diferencia d^
238.3) Nâo se desenvolve: a quantidade de inte anterlcïres porque nesta bâ sempre uma
ligência de um individuo é constante, nâo pode ser au- individuo inteligente é aquêle que
mentada pelo ensino, embora o treinamento possa aper- nhos a seguir, vârias atitudes a tomar, sabe escolher
feiçoâ-la, burilâ-la, tal como a lapidaçâo aperfeiçoa a pe- a que melhor se adapta âo fim em vista,.
dra preciosa, embora nâo a aumente. o ato inteligente supôe, a®®™' ?ta"ao
uma previsâo, um descortinio mental, q p
238.4) Cresce até a adolescência: a inteligência é sujeito ver o que ali nâo esta.
como o sistema nervoso — vai crescendo com a idade A conduta inteligente signifier "compar^^^^
da criança. A primeira vista parece que esta afirma- descobrir e valorizar". » (AGRA-
çào esta em contradiçâo com a anterior. Mas tal nâo cemir, sugerir, opinar, criticar •„ * ^aseia na
acontece. O individuo jâ nasce com uma determinada MONTE). Enfim, ^ i'onduta mteUg^nte^^
capacidade de altura, digamos um metro e setenta cen compreensào prévia dos fins a at g ^
timetres. Êle nâo passarâ dessa altura, mas nâo nascs melhores meios e na soluçao mais P
com essa altura. Assim é a inteligência: embora cada tada dos problemas.
pessoa jâ nasça com determinada capacidade de inte
ligência, tal capacidade sô atinge sua plenitude com o
fim da adolescência. § 240) TIPOS DE INTELIGÊNCIA
Diyergem os autores a respeito da idade em que , Durante Inte-
liT?™ o mâximo da sua capacidade: se
ines- ° crescimento mental
^ TERMAN cessa
êsse limite é aos aos 14
16 anos. ;.î.nS.",ïïàS.'
"SKSu..: . =««■". »
O escritor... oacifico que hâ vârios
a i n t eaSpode
f a ainda
2 2desenvolver-se.
ou 23 anos Hoje jâ se tornou que descobre uma
tipos de inteligência: o cien inteligente como o
nova fôrmula fisico-quimica, vâlvulas,
§ 239) CONDUTA INTELIGENTE técnico de râdio, que uma emprêsa, que con-
Como se saVip >« a z .
ou o chefe de propaganda de superioridade
duta. O individim'rwîâ "^^rios niveis de açâo, de con- segue convencer todo o publico sooie
ou por instinto ou *1® ®?"^Plesmente por reflexo, do seu produto... ^ gô em quanti-
inteligência. Coxao finalmente, Em suma, a inteligência varia
outras citadas? *^guir a conduta inteligente da® dade mas também em qualidade.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 415
414 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Dos très tipos acima, o primeiro é de inteligência


Foi THORNDIKE, em 1920, quern classificou as
feôrica, os dois ultimes de inteligência pràtîca. Nenhum
inteligênclas em très espécies ou tipos: é superior aos déniais e de todos précisa o mundo para
0 seu progresse material e moral.
240.1) INTELIGÊNCIA ABSTRATA — é a capa- .
cidade de trabalhar com simbolos, palavras, formulas.
É a inteligência do filosofo, do matemâtico, do literate, § 241) A INTELIGÊNCIA ENTRE SEXOS E RAÇAS
do clentista. DESCARTES, COMTE, EINSTEIN, RUI
BARBOSA sao bem os exemples dêste tipo. 241.1) DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS. — Du
rante muitos séculos se acreditou que a mulher era men-
240.2) INTELIGÊNCIA CONCRETA — é a capa- talmente inferior ao homem, "nâo tinha inteligência
cidade de trabalhar com sêres concretes : aparelhos, como 0 homem". Hoje, as guerras e a luta pela vida têm
objetos, maquinas. É a inteligência do técnico de ràdio provado que nâo existe tal diferença intelectual. A mu
ou de eletricidade; é também o tipo de inteligência do
lher era "inferior" porque nâo Ihe permitiam subir, apa-
administrador de negocios ou do estrategista militar.
Corno paradigma temos CESAR, HENRY FORD, EDI recer em igualdade de condiçôes com o homem. Desde
SON, NAPOLEAO, SANTOS DUMONT (vide NÔTULA que o permitiram, Eva ocupa hoje quaisquer cargos an
n.o 68, abaixo). tes privatives dos homens, sem desmerecer.

Portante nâo hâ diferenças quantitativas entrera


240.3) INTELIGÊNCIA SOCIAL — é a capacidade
de conduzir povos, de manejar homens. É a inteligên inteligência feminina e masculina. O que hâ, sim, sao
cia do "chefe de pessoal" das emprêsas (que nâo se diferenças qiialitativas-. a inteligência da mulher é mais
confunde com o planejamento dos negôcios) ; é a capa de carâter prâtico; a do homem, de regra gérai, mais
cidade dos politicos, dos oradores populares, dos pro- abstrata. Nâo se conhece nenhuma mulher de valor na
pagandistas, dos diplomatas. Exemples: METERNICH, filosofia ou na matemâtica, assuntos abstratos, mas, em
FOUCHÉ, Rainha VITÔRIA, RIO BRANCO. compensaçâo, hâ grandes vultos féminines na politica
universal, dominando reis e milhoes de homens (Cata-
rina de Md'dicis, Vitôria e Elizabeth da Inglaterra, Ca-
tarina da Russia). A inteligência da mulher é mais sutil,
NÔTULAS — N.® 68 mais perspicaz. Vulgarmente se diz que "a mulher en-
xerga mais depressa", o que é verdade. E sâo numerosos
Os vârios tîpos de inteligência os casos em que a inteligência da mulher, "por trâs da^
cortinas" orienta, anima e dirige a obra do homem.
mas sabem dirigir negôcios^,i? r outras cousas. 241.2) DIFERENÇAS ENTRE . T Q^ue
isso é. evidentemente nma' 1 ficar rlcos... assegurado que a raça branca tem mais inteligen
cia concreta. Por outro ladn n inteligência: a intellgen- as demais. Alguns autores, porém, afirmam que
segue conquistar milhares de. vn? < ° ssmi-analfabeto que con^
çôes é um vivo exemolo
^ " ne ri» Junto aosocial.
inteligência povo e vencer elei-
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 417
416 AFRO DO AMARAL FONTOURA

para o seu perfeito desenvolvimento, da mesma forma


ligência dos brancos tern progredido mais graças ao meio
que as plantas nâo medram numa terra ruim...
ambiente, à civilizaçâo, que facilita todos os recursos
para o desenvolvimento mental do homem. Segundo tais
autores, desde que se coloquem à disposiçâo dos negros § 2 4 2 ) T E O R I A S S O B R E A N AT U R E Z A D A I N T E L I G Ê N C I A
e amarelos os mesmos recursos de estudo e cultura, seu
desenvolvimento mental sera idêntico ao dos brancos. Vârias teorias têm side publicadas, a respeito da
natureza da inteligência. Infelizmente, continuâmes no
Ora, é possivel responder a esta teoria dizendo que dominio das hipôteses até hoje... Dessas teorias, algu-
se OS amarelos, vermelhos e negros até hoje nao conse-
mas se ocupam com o problema ^isiolôgico da inteligên
guiram estabelecer uma civilizaçâo igual à dos brancos, cia e outras com o problema comportamental e de ca
é justamente porque sao mentalmente inferiores...
pacidade da inteligência. Passemo-las em revista:
A civilizaçâo séria, assim, uma conseqiiência da alta
capacidade mental dos povos, e nào o contrario. 242.1) TEORIA ANATOMO-FISIOLÔGICA. — Se
gundo esta teoria, a inteligência depende dos fatôres
Experiência feitas nos Estados Unidos (é verd^'^® anatômicos e fisiolôgicos do individuo, a saber: pêso e
que em escala muito pequena e, pois, nâo definitiva) tamanho do cérebro; métabolisme do sistema nervoso;
deram em resultado que o Q.I. médio dos meninos ne- irrigaçâo sangiiinea do cérebro, etc.
gros é de 85 e 0 dos meninos brancos quase 100 (sobre Nâo hâ dûvida de que a inteligência, tal como t^os
o significado de Q.I. vide § 251). os fenômenos psiquicos, tem sua sede no cérebro. J", se
No Brasil, a maioria absoluta dos negros tem njn foi longe o tempo em que se acreditava que a aima tmha
sede no coraçâo, ou no estômago, ou na glândula pi
niyel mental muito abaixo do dos brancos. Embora na
baja testes realizados nesse sentido, nossa experiência neal ...
diaria o reconhece claramente. No entanto, é Portanto, hâ uma correlaçâo estreita entre "vida
evar em linha de conta que o nosso negro, que até niental" e "sistema nervoso". Tanto é assim que o ho-
a^s atrâs ainda era escravo, talvez nâo tenha ainda tiû niem, possuidor da mais alta "vida mental", é também
0 animal que possui o mais complexe sistema nervoso.
merSais^ nportunidade para firmar suas qualidan De fato, o sistema nervoso, pràticamente inexistente
* 4. do meio é enorme nos animais inferiores, se vai desenvolvendo e compli-
cando, à medida que se sobe na escala animal, até atingir
teligência ® fenômenos o
docorpo,
individuo. seu grau mâximo de complexidade no homem.
é influenciada
criancas dp ambiente. E provà disso é que as Têm-se procurado estabelecer uma flaçâo entre
mumente mas elevado sâo, comumente ( "inteligência" e "cérebro". Realmente, o cérebro do n
inem tem um grande pêso. comparado corn o resro^ ^
ligência qu^os dotadas de nte
fracos e sem assist.P^^^ meios miserâveis, desnutrid - ^ui^po, sendo mesmo mais pesado, relativamen » q
dos outres animais.
dos os fenômenos
uienos da vidda A inteligência,
a, préci corno
sa de condiçôes - 9 7
Î

418 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 419

tas capacidades particulares (SI, S2, S3, etc., confor-


242.2) TEORIA NEUROFISIOLÔGICA. — Segun-
do esta teoria, desenvolvida sobretudo por HOLTZ, a in- me figura abaixo).
teligência é apenas o resultado da atividade nervosa, e
nao do tamanho nem do peso do cérebro'. A maior ou
menor capacidade intelectual depende da estrutura ner
vosa, ou seja, da maior ou menor capacidade de cresci-
mento dos dentritos e dos cilindros eixos que formam
OS neurônlos. (^)

242.3) TEORIAS SÔBRE A NATUREZA DA CA


PACIDADE MENTAL. — Hâ très teorias principals sôbre
a natureza da capacidade intelectual, como passamos a
v e r :

242.3.1) Teoria da capacidade geral (STERN) ^


Segundo esta teoria, a inteligência é uma capacidade h_o**rtOi
(/iqo'i)
geral (G) e nao especializada neste ou naquele setor ae
atividade de reaçâo em qualqur campo (FRYER). ^ FIGURA 22

campo especial de reaçâo no quai êle conseguirâ maior


eficiência depende apenas das circunstâncias e do meio. AS VA R I A S TEORIAS DA INTELIGÊNCIA

(Vide figura 22 na pagina seguinte.) Para STERN a inteUgêiicîa é uma sô, global, adaptando-se a cada
caso especial qtie sttrge. Para SPEARUAN hâ «mo certa quantidado
de inteligência global, tnas, acima delà, a inteligência se especializa
242.3.2) Teoria Ufatorial de SPEARMAN. — neste ou naquele sentido, ncste ou naquele campo de atividade :
acôrdo com SPEARMAN, a inteligência é formada poi" matemâtica — irabalhos — linguas — jogos, etc. Finaîmente para
dois fatôres: uma capacidade geral (G) e uma série de THORNDIKE nâo hâ uma inteligência global: hâ "inteligências"

capacidades especificas (SI, S2, S3, etc.). as quais per- especializadas para cada campo, em cada individuo.

mitem que o individuo reaja em cada campo particulai*-


musica — patinaçâo
gura 22),
matemâtica. etc. (conforme fi' § 243) FILOSOFIA DA INTELIGÊNCIA

242 Do ponto de vista puramente filosôfico, a inteligên


î.3.3)_ Tearia multifatorial de THORNDIKE. ^ cia é a faculdade pela quai conhecemos o que as cousas
ario, que a^^Pacidade
inteligênciageral de
capacidade geral de inteligência^
inteligenci^. sâo em si mesmas, ou faculdade pela quai procuramos
é formada por mui-
atinglr a essência das cousas.
Essa é a definiçâo de inteligência segundo à filosofia
(1) A reapeito de dentH+/s» o espiritualista, conforme vimos no § 237.-
lume IV desta Blbiioteca ^J,^"adro8 elxos consultar o cap. m ào
Psicoiogia Geral"
420 AFRO DO AMARAL FONTOURA 421
PSICOLOGIA EDUCACIONAL

Cabe-nos agora précisai' melhor êsse conceito.


Dizemos que a inteligência é a faculdade de conhe-
pacidade intelectual, e essa capacidade se mantém Idên-
tlca a vida intelra. ^ ^ i
cer as cousas em si mesmas, porque hâ duas maneiras No entanto, se a escola nao pode tornar o aluno mais
de se conîiecer uma cousa qualquer: ou em sua aparên- intellgente, pode facilitai' multo o desenvolvlmento dessa
da ou em sua essênda. inteligência, aperfelçoâ-la, lapldâ-la, como o joalheiro
O conheclmento das cousas eni sua aparênda, isto que nâo faz crescer uma_ pedra preciosa, mas a torna
é, segundo elas se apresentam a nossos sentidos, se cha mais vallosa pela lapidaçâo.
îna conheclmento sensivel. Para atlnglr, porém, êsse ideal, a escola précisa
O conheclmento dos sêres em sua essênda, Isto é, oferecer continuamente estimulos e oportunidades para
segundo nos inferimos ou deduzimos o que êles devem 0 aluno pensai-, refletlr, descobrir por si as melhores so-
s e r, s e c h a m a c o n h e c l m e n t o i n t e l e c t w e l . luçôes. O professor que "fala sozinho", que faz a ex-
As criaturas pouco intellgentes nao conseguem pos- posiçâo da materia" sem dar ^portunidade a que seus
sulr o conheclmento intelectivel das cousas. For Isso, alunos falem, ou pior alnda, que dita os pontos para
elas so podem compreender o concreto, o que vêem, o o meninô coplar no
que ouvem, o que tocam. Nao podem subir ao abstrato, ocasiôes de desenvolver a intehgencia infan .
nao conseguem generalizar. Sabem perfeltamente o que O certo, portanto, nâo sera dar o prato feito
é uma linha férrea mas nao podem compreender que uma alunos, mas sim fazê-los procurar o assunto por si mes-
llnha seja uma sucessâo de pontos... mos, empreender pesquisas na biblioteca da escola, ti
balhar pessoalmente (embora em équipé).
Ja as pessoas intellgentes conseguem subir do piano
concreto para o abstrato, do particular para o geral- Inteligência é a capacidade de resolver prob emas
Em outras palavras: podem manejar puros concsitos^- como dlssemos linhas atrâs. Entâo, para desenvo ^
inteligência dos alunos, é preciso que o profess .
Compreendem perfeltamente o conceito de "velocidade",
como uma pura relaçâo entre tempo e espaço, sem terem
tantemente propoiiha problemas para que eles ®
vam. Nam pense alguém, menos avisado, que P
q.ue Imaginar um homem ou um automovel correndo na mas" sâo sô os de Matemâtica... Qualquer pergunta,
estrada...
que obrigue o aluno a pensar antes de respon
nr. ^ ^ouhecimento intelectivel, no entanto, se basela "problema", seja de Português, <^^°Srafia ou Ciencia^
senszueZ. Ou seja, a Inteligência traba- ou alnda sôbre qualquer atividade da vida do aluno, em
dos oferecldos prlmltivamente pelos senti- casa ou na escola. . , ^
dissera; "nihtt est in intellects O método de projetos, tâo preconizado na Educaçao
cla ^que nao tppassado
^ sensu'* (nada Moderna (0 apresenta, entre outras, essa
antes pelosexiste na Inteligen-
sentidos). bôjo de cada projeta vêm sempre vânos
^4)APLICAÇOESPEDAGOGIOASDOPRESENTE cuja soluçâo os alunos têm que usar a i g
Exemple: organizar uma barrinha, na pa
OAPITUEO
(1) Sôbre novos métodoa de ensLno. e, especlalme^e, do
de projetos, consultar o volume 3.° desta Biblioteca
inato\ ^ Inteligência é um dado Snslno Primârlo".
nasce com uma determinada ca-
423
422 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL

com OS produtos brasileiros; outro exemplo: uma viagem 3. GATES, A. I. — "Psicologia para Estudanles de
pela Histôrla do Brasil, etc. Educaçâo"; 2 volumes; Saraiva; Sâo Paulo,
1939.
Em resumo; para desenvolver a inteligência dos alu-
nos, o professor nao deve dizer simplesmente "isso é 4. TERMAN, L. M. — "The Intelligence of School
assim", mas, ao contrario, apresentar aos alunos o pro- Children"; New York, 1919.
blema: — "Como é Isso?" — "For que isso é assim?"
— "Poderia ser diferente?"
5. VAISSIÈRE, De La ~ "Psicologia Pedagôgi-
ca"; Livraria do Globo, Porto Alegre, 1937.
§ 245) TÔPICOS PA R A D E B AT E

1. Moslre qua! a difcrença que existe entre inte


ligência de uni lado, e cullura ou conheciiiien"
tos, de outro.

2. É o honiem mais inteligente que a mulher? Sim


o u n â o ? F u n d a m e n t e d e v i d a n i e n t e a s u a Te s -
posta.

3. Dar exemples dos très tipos de inteligência:


teorica, concreta e social,

4. Discutir o problema da inteligência ein funçâ®


das raças e do iiieio social.

Pode o professor ajudar o desenvolvimento


mental de seus alunos? Como? De exemplos.

§ 246) LEITURAS COMPLEMENTARES

2.
teClh^LnAceP";i^'Aris.^BgOS
ÈDE "D • T T -
vraria Alves; Rio; Criança"; l-»'
CAPÎTULO XXII

A Medida da Inteligência

Ficha-resumo:

§§

247) MEDIDA DA INTELIGÊNCIA: OS TESTES


— Nào medlmos a inteligência, mas slm os seus pro-
dutos. — Os testes podem ser individuals ou co-
letivos, verbals ou nâo verbais.

2 4 8 ) O T E S T E D E B I N E T- S B V Ï O N
— A "escala métrica de inteligência" avalia: me-
tndria — imaginaçâo ~ ateiiçâo ~ poder de
compreensâo — sentimento estético — capaclda-
de de Julgamento

249) OUTROS TESTES DE INTELIGÊNCIA


1 ) Te s t e s i n d i v i d u a l s
1. Escala de Kohs (cubes)
2. Escala de Porteus (labirlntos)
3. Escala de Healy (completamento)
4. Escala de Pintner (recortes)
5. Teste de Goddard (reconheclmento de
formas).

2 ) Te s t e s c o l e t i v o s
1. Teste Alfa-Beta do exército americano
2. Teste de Goodenough
3 . Te s t e d e D e a r b o r n
4 . Te s t e d e B a l l a r d
426 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Ficha-resumo (conclusâo):

§ 247) MEDIDA DA INTELIGÊNCIA: OS TESTES

3§ Desde hâ multo tempo os homens se


do corn êste problema: — que cada
2 5 0 ) T E S T E D E I N T E L I G Ê N C I A C O N C R E TA E S O C I A L previa a inteligência de um indmduo. E ci ^
pessoa demonstra a inteligência que possui a
Teste de Stenquist (reuniao de peças)
Teste de Inteligência social da Universidade de suas açôes. de sua vida. Mas se fosse P°s"7®^®Xtos
George Washington. capacidade mental das pessoas. à
erres e prejulzos para a humamdade, nao se .
2 5 1 ) I D A D E M E N TA L E Q . I . ( q u o c i e n t e i n t e l e c t u a l ) testa de um cargo quem nâo tivesse suficien
— A escala de Q. I. segundo Stern.
cia para desempenhâ-lo. <5P ainda
Grande foi a grita contra essa^idéia. P
252) INTEHGÊNCIAS INFERIORES E SUPERIORES nâo sabemos o que é a inteligência - g^onhece
niedi-la? — "como medir uma cousa que nao
1) Idlotas na sua essência?" fombérn nâo sabemos
2) Imhecis A resposta foi esmagadora. — tamoe . g ^ juz
3) Cretlnos o que é a eletricidade, na sua essencia, e
4) Débeis mentals
5) Retardados
e a força consumidas pelo Pn^lic»- • • . . diretamen-
6) Normals
- 7) Superiores
Acresce que nâo medimos a a através da
8) Gênios ou quase gênlos te,^mas sim através de seus produtos, » pQ„sa. Mas
^Çâo do individuo. Medimos os a pessoa
253) G Q. I. EM FACE DA VIDA PRATICA para o fim desejado — conhecer previamente a
contentamo-nos com êsse processo. testes.
A) o Q. I. e as profissôes A medida da inteligência se individuais,
B) O Q. I. e OS dellnqiientes — Os crlmlnosos sao
em geral "retardados".
Os testes de inteligência coîetivos,
quando examinam uma pessoa de 9 ao mesmo
254) TESTES DE INTELIGÊNCIA quando examinam um grupo de mdmduos ao
255) APLICAÇÔES PEDAGÔGICAS DO PRESENTE
tempo. (1) iffem o eni-
CAPtTULO Podem tambéni ser verbais, quando ^
prêgo da linguagem (falada ou esc ^ciaiaobre
2 5 6 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E
<l) o autor dêste llvro publlcou recentementc résina
257) LEITURAS COMPLEMENTARES. o assunto "MANUAL DE TESTES'' {o volume iw-
COLA VIVA).
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 429

428 AFRO DO AMARAL FONTOURA


Nestes exercicios, sup5e-se estarem abrang.idas, a viva-
cidade, agudez, rapidez e amplitude de compreensào,
quando podem ser resolvidos sômente pela mimica e com assim como flexibilidade, exatidâo e "contrôle" mental.
o recurso das macs.
"Pode-se dizer, portanto, que a inteligência foi con-
Passemos em revista êsses vârios tlpos. cebida como ztm ccmposto de capacidades para aprender,
compreender fatos amplos e sutis, especialmente fatos
§ 2 4 8 ) O T E S T E D E B Ï N E T- S Ï M O N
abstratos, com vivacidade e exatidâo, de exercltar "con
trôle" mental e demonstrar flexibilidade e sagacidade
A primeira orgamzaçâo séria de testes de inteligên- na procura da soluçao de problemas."
cia no mundo foi feita por ALFRED BINET, o grande (Vide a descriçâo do teste BINET no fim dêste ca-
psicologista francês, em 1905. A seguir, e com a colabo- pltulo. )
raçào de THÉODORE SIMON, os testes foram escalo-
nados por idades, transformando-se numa verdadeira
escala métrica de inteligência, a quai foi publlcada p^ia § 249) OUTEOS TESTES DE INTELIGÊNCIA
primeira vez em 1908. . Vulgarizando-se pelo mundo afora o uso dos testes,
Ràpîdamente os testes BINET-SIMON se espalhara sobretudo para a medida da inteligência dos escolares,
pelo mundo inteiro. Os mais notâveis psicôlodos da ^^-,0 vârios outros tipos de testes foram surgindo. Hoje se
BOBERTAG — GODDARD — KUHLMAN — podem contar às centenas as provas dêsse gênero.
TERMAN, etc., nos Estados Unidos, na Inglaterra, ^ Como dissemos, os testes podem ser individuals ou
Alemanha fizeram revisôes dêsse teste, aplicando-o^a coletivos, verbais ou nao verbais.(0
lhares de crianças. Hoje em dia ninguém mais
dûvida a eficâcia do mesmo : seu triunfo é universal.
Os testes de BINET sâo uma série de problemas ^ 249.1) Testes individuals:
que se avaliam a memôria, a imaginaçâo, a
poder de compreensào, o sentimento estético e cl ^ ^ O protôtipo do teste individual verbal é o de BINET,
cidade de julgamento. , jâ referido acima. ^ .
Os principais testes individuals nâo veroai
H A. I. GATES: — "Em gérai, o ^
nL H incluir uma variedade de tarefas, 249.1.1) Escala de KOHS - colççâo de
capacidades mentais sôbre api'^n para juntar, formando desenhos, de acor o
tas p idéias, especialmente idéias ^jg delos prévios.
resoluçâo de problemas. Na verfade,
tin^rin^A^ P^ecisamente os fins de BINET e de seus c 249.1.2) Escala de ^eve
aT Vâriat" P^curaram obter testes que m^d'ssem rintos, de dificuldade crescente, que
Srender aprender, especialmente Percorrer, com a ponto do lâpis.
pSade de e abstratos e, tambem, a ca
geràl testes experiêncla, de inan®n^ (1) Vide, Bôbre o aESunto. o MANUAL VIVA
® coûBtltulndo o volume lO." desta mesma eône
a norâs sltuaç5es"de^v®®"" '^^P^cidade de
mente e ^ar,
dea fim
raciocînlr desomÇ
de chegar a uma âo.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 431
430 AFRO DO AMARAL FONTOURA

O teste alfa-beta permitiu uma rapida e eficiente


2 4 9 . 1 . 3 ) E s c a l a d e H E A LY — c o l e ç â o d e d e s e - organizaçâo das forças americanas, que assim mais de-
nhos, em cada um dos quais falta um detaihe, que o pressa se preparam para a batalha. O sucesso foi
individuo deve descobrir e complétai-. tamanho que se tern dito, naturalmente com um certo
249.1.4) Escala de PINTNER — coleçâo de recor-
exagêro, que "os testes de inteligência ganharam a l.°-
Guerra Mundial".
tes para juntar, formando uma figura.
Além dêsse, os principais testes coletivos sao os de
249.1.5) Teste de GODDARD — também cha- DEARBORN, GOODENOUCH, BALLARD, OTIS, TER-
mado de GODDARD-SEGUIN — consiste em colocar MAN, PXNTNER-CUNNINGHAM, HAGGERTY, etc.
sôbre uma tabua recortada varios pedacinhos, cada um
dos quais s6 pode ocupar determinado lugar nessa ta 249.2.1) Teste alfa-beta. — O teste do exército
americano se desdobra em duas séries: o teste alfa é
bua. É, pois, um teste de "reconhecimento de formas". coletivo verbal e o teste beta é coletivo nào verbal.
(Vide descriçâo dêsses testes ao fim do capitulo.) O teste alfa se compôe de 212 questôes, divididas
em oito grupos (vide NÔTULA n.o 70, abaixo).
2 4 9 . 2 ) Te s t e s c o l e t i v o s ; Cada grupo de questôes se destina a verificar uma
determinada qualidade, como mostramos abaixo:
O mais célébré dos testes coletivos é o alfa-beta,
também conhecido por Army Mental Tests, pois foi apli- 1.0) saber cumprir ordens;
cado ao exército americano, em 1917. Pela primeira 2.0) conhecimento minime de aritmética;
vez no mundo um exército foi organizado mediante
testes de inteligência! A prova, revolucionâria e auda- NÔTULAS — N.o 70
ciosa, foi aplicada a nada menos de 1 milhâo e 800 mil
homens, e o resultado foi altamente satisfatorio. Na Exemple do teste alfa
opiniao 'dos comandantes do exército americano, a clas-
sificaçâo dos soldados, feita pelo teste, foi confirmada 1) Se a terra estivesse mais perto do sol: a) as estrêlas desa-
geralmente pela experiência posterior (vide NÔTULA pareceriam; b) nossos meses serlam mais longos; c) a terra
n.o 69, abaixo). séria mais quente (eseolher e melhor resposta).
2) Aceitar e rejeitar; reverenciar e venerar; abjurar e renun-
ciar (dlzer se sâo semelhantes ou contrario).
3) Viver perigoso é perto um vulcâo de (coiocar a frase em
NÔTULAS — N.o 69 ordem e dlzer se é falsa ou verdadeira).
4) Completar as séries:
O "Army mental test"
1_2-4— 8 — 16 — 32— —
sific?dos emsubmetidos ao teste, foram clas- 1 — 4 __ 9 —16 — 25 — 36 — —
médio elevado 1 Inteligência; multo superior, superior,
OS homens dos inferior e muito inferior, 5) Completar analogias:
cados como capazes de «5?^^ superior e superior foram Indi- s) homem estâ para braço assim como ârvore esta ...
vado e médio foram Os dos grupos médlo ele- 0) aviâo estâ para ar assim como navio estâ para *
Os dos grupos inédio h«w sub-oficiais e sargentos.
grupo muito inferior para soldados e os do
^ tarefas subalternas e braçais.
432 AFRO DO AMARAL PONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 433

3.0) demonstraçâo de julgamento prâtico; 2 4 9 . 2 . 4 ) Te s t e d e B A L L A R D — c o n s i s t e e m 1 0 0


4.0) capacidade de distinguir cousas diferentes; questôes de bom senso, para os examinandos responde-
5.0) capacidade de distinguir a verdade; rem, de acôrdo com as insti'uçôes do examinador. (i)
6.0) capacidade de complétai' as cousas (poder de
iniciativa propria) ;
§ 25D) TESTE DE INTELIGÊNCIA CONCRETA E SOCIAL
7.0) capacidade de resolver por analogia;
8.0) minimo de conhecimentos gérais. Conforme vimos no § 240, hâ très tipos diverses de
Essas qualidades nao foram exigidas arbitrària- inteligência: abstrata, concreta e social. Os testes até
mente: a comissâo de psicôlogos encarregada de orga- agora enumerados se referem todos à inteligência abs
trata, ou escolar. Mas jâ têm sido organizadas algumas
nizar o teste consultou o Estado Maior do Exército ame- provas para a verificaçâo da inteligência concreta e
ricano, o qual determinou serem essas oito acima as social. Para esta ultima hâ o "George Washington Uni
"qualidades psicoldgicas fundamentals para um sol- versity Test of Social Intelligence", ainda quase des-
dado". conhecido no Brasil. Compôe-se de cinco grupos de
O teste beta se destina a selecionar os recrutas questôes: a) julgamento de situaçôes sociais; b) reco-
analfabetos ou os filhos de imigrantes, que nao conbC' nhecimento do estado mental de uma pessoa, pelas pa-
cem bem a lingua inglêsa. Comp5e-se de 94 questoes, proféré; c) situaçôes do comportamento do
divididas em 7 grupos: indiyiduo em publico; d) memôria para nomes e fisio-
nomias; e) espirito de autocontrôlé (esta prova é para
1.0) labirintos a percorrer;
2.0) cubos desenhados, para contar; porSês° Ifmour, expressâo intraduzivel em
3.0) séries de sinais para completar; M^sas ruin? "°a-Pacidade de receber as
4.0) séries de algarismos, para substituir por sim- moZ e Zn??, boa", ou seja, uma atitude
bolos; n t esportiva, em face da vida).
5.0) pares de numéros, para reconhecer se sao nsiPhrL - ijifeZipérecio concreta ou mecânica mais
iguais ou diferentes; nnwo STENQUIST, em uso nos Estados
6.0) figuras para complétai-;. , . vi?
vas.M
No?primeiro,
• "^onsistem em Tests",
"Assembly dois grupos dedeve
o paciente pro
• ) figuras geométricas para reproduzir (vide s
254, n.o 5^ "Army Mental Tests"). rio pequenas (tais como chaves, campainhas
para papel, etc.) ao seus respec-
nioft segundo teste, o paciente deve com-
desenhlr^«^l GOODENOVGH — consiste ©m rfûi J "®senhos
V leione, de objetos
automôveis), beme como
aparelhos mais comuns
comparâ-los para
sificaçào dos ° julgamento uescobrir os que sâo da mesma espécie.
diferentes levados
q esitos em consideraçao
(]â apresentados no § 143). 5
249 2 2^ T r»
âoa deacrlç&o detalhada de todos êsses testes no nosso llvro "Monuai
grupos de' desenh^^. ^ consta dé Ij A E6COLA
recentemento
VIVA daeBlbllotcca
constltxilndo
DJdâtlcaoBrasiielra,
lO.o volxime
Edltôradeata
Aurora.série
Ri"
nho, executar a^jordens
^ P^xîiente
que odeverâ, em cada desc^
examinador Ihe der.
^ 28
Palccdogia Educacional
434 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 435

I M 10X12 120
Q. I. = = 0,80, ou,
§ 251) IDADE MENTAL E Q. I. (quociente intelectual)
I C 12x12 + 5 11 9

Como vimos no § 238, a inteligencia vai crescendo


multiplicando o resultado por 100, a fim de eliminar a
com a idade, até o fim da adolescência, quando cessam
virgula (0,80 x 100 = 80.) teremos Q. I. = 80.
0 c r e s c i m e n t o fi s i c o e o m e n t a l . Se o menino tiver 10 anos e 4 meses e resolver testes
Portante, individuo normal é aquêle cujo cresci indicados para crianças de 14 anos e meio, seu Q.I. serâ:
mento mental acompanlia o crescimento fisico, ou seja,
acompanha a sua idade cronologica. Assim, uma cri- I M 14 X 12 + 6 174
anca de 7 anos de idade cronologica deve ter tainbém Q.I. = = 1,40
7 anos de id:ade mental, ou intellgência. IC 10 X 12 + 4 124
Foi 0 psicôlogo STERN, em 1912, quern estabeleceu 1,40 X 100 = 140. Q.I. = 140.
magistralmente a relaçâo entre as duas idades, a cro
nologica e a mental, chamando a essa relaçâo quociente STERN estabeleceu a seguinte escala de Q. I., mul
de inteligênda (Q.I.).
tiplicando sempre o quociente por 100, para eliminar a
O Q.I. é dado por uma fraçâo cujo numerador ^ virgula:
a idade mental — I.M. — (verificada através dos tes
tes de inteligência) e cujo denominador é a idade cro Q-I. Classificar.âo mental
nologica da pessoa — l.C. —. ,
abaixo de 25 — idiota
No caso da criança corn 7 anos de idade e coi
um nivel mental também de 7 anos, teremos: de 25 a 50 imbecil
de 50 a 7 0 creliuo
I M de 70 a 80 — débil mental
= 1 de 80 a 90 — retardado
Q.I. -
I C de 90 a 11 0 normal ou médio
de 110 a 140 inteligência superior
Em gérai se dâ a idade em meses, (multiplicand acima de 140 gênio ou quase gônio
0 numéro de anos por 12), para haver maior aprox
maçâo. Se a criança tem 7 anos e 4 meses de idau
mental e de idade cronologica, seu Q.I., serâ; Os tlpos mentais "cretino", "imbecil" e "idiota" cons-
tituem os oligofrênicos (do grego oligo = falta, escassez,
IM 7X12 + 4_ 88 e frenos = espirito, inteligência).
Q.I.
IC 7 X 12 + 4 8 8 Em gérai, num grupamento humano volumoso (po-
pulaçâo de uma cidade, de um pais, ou alunos de uma
ver os ® 5 meses, mas sô resol- escola, etc.) a distribuiçâo de niveis de inteligência (Q- •>
seu Q.I. serâ: ® criança de 10 anos,
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 437
436 AFRO DO AMARAL FONTOURA

30 OU 40 anos, nâo conseguem responder senao aos tes


obedece à curva normal de distribuiçâo, conhecida em tes até a idade de 3 anos (testes de BINET),. Sua IM
estatistica com o noma de "curva de GAUSS" ou "curva
é, pois, sempre igual a 36 no maxime. Se têm 15 anos
de sino". de idade, seu Q.I. sera:
I M 3 6
Q.I. = = 0,20 X 100 = 20.
I C 180

É inûtil tentar qualquer espécie de ensino para


êles. Podem, no entante, os idiotas, desempenhar bem
qualquer tarefa inteiramente mecânica, isto é, que nao
exija nenhum pensamento, tais como capinar, puxar
carrinhos, etc.

252.2) IMBECIS — O ivibecil é aquêle cujo Q;I-


oscila entre 25 e 50. Jâ nâo apresenta tantas deficiên-
t c k W cias sensorials porém ainda tem dificuldade de aa'ti-
cular as palavras. Nâo consegue aprender a 1er e escre-
FIGURA 23
ver, mas pode trabalhar em tarefas semelhantes às
anteriores ou que exijam um minime de inteligência,
DISTRIBUIÇAO DE NÏVEI8 DE INTELIOÈNCIA como por exemplo carregar pesos, ser ajudante de
E m u m g r u p a m e n t o q u a l q u e r, d c a d c q u e r c g u l a r m c n i t o r o J u m o s o , pedreiro, servente, cavouqueiro, etc. Enfim, pode desem
deverâ haver 58% do indivlduoa itormaia ou viediaiioa (Ç I ciitro penhar qualquer tarefa em que nâo tenha de "usar
90 a 109); 15% de retardadoa (QI de 80 a 89); 5% de dâbcia a cabeça", como se diz. Mesmo na idade adulta nao
(QI de 70 a 79) c 1% de oîigrofrôyiicoa (.Q 1 menas de 70). Par
outra îado, haverd 15% de indlviduoa intcUgcntea (Q I do 110 a consegue responder senào aos testes até 6 anos (vide
119); 5% de vvuito intéligentea (.Q I do 120 a 129 e 1 % rfo NÔTULA n.o 71, abaixo).
oriaturaa excepcionaia iQ I maior de 130. quaac aônioa) •

NÔTULAS — N.o 71
§ 252) INTELIGÊNCIAS INFERIOBES E SUPERIORES
Oligofrênicos na escola

252.1) IDIOTAS — Os indivîduos que apresen- Muitas vêzes os pais matriculam filhos imbecis na escola e
tam um Q-I. abaixo de 25 sâo classificados como idio^ os professores os aceitam. Resultado: o menino ficarâ 4 ou 5
anos na 1 a sene, sem aprender a 1er, caiisando grande confusâo
defeitos de visâo ou de audiçâo, ou ^ de 4 ou 5 outros, até o pai desistir Crianoa^
dirpitn- nunca podem articular as palavras
® balbucio ou tartamudeio; 'f ?-
semire têm faua ® s ?.s;
reito. Qualquer qhp „ • ' sabendo abotoar-se ^
v^uaiquer que seja sua idade, mesmo corn 10, 20,
438 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 439

252.3) CRETINOS — O cretino possui um Q.I.


Nêles a vida da inteligência prédomina sobre qualquer
entre 50 e 70. Em inglês chamam-no moron e em espa- outro aspecto da vida psicolôgica. Sâo, por isso cha
nhol moron (do grego moroos ~ bôbo.) Jâ nào apre- mados os intelectuais. Uma crianca de "inteligência
senta anomalias sensorials. Consegue aprender a 1er, superior", aos 7 anos resolve os testes de 10 anos ou
escrever, fazer as quatro operaçôes. Pode desempenhar seja, tem um nivel mental de 10 anos e aos 12 anos tem
o nivel mental de uni menino de 15 ou 16 anos.
quaisquer empregos em que nâo tenha que "resolver
problemas". Os cretinos dâo bons artifices e trabalha- 252.7) GÊNIOS OU QUASE GÊNIOS — Quando
dores manuais (pedreiros, carpinteiros, pintores, etc.). 0 jovem consegue atingir um Q.I. acima de 140 é con-
Sua I.M. (idade mental) jamais vai além de 9 anos. siderado gênio ou guase gênio. A experiência mais célé
bré nos foi descrita pelo psicôlogo HOLLINGWORTH,
252.4) DÉBEIS E RETARDADOS — As pessoas a respeito de uma criança cujo Q.I. ara 187. Aos 8
que tern Q.I. entre 70 e 80 sâo chamados debeis meti' anos e 4 meses essa' criança resolveu os testes de 15
tais. Podem freqiientar a escola, mas dificilmente con- anos! O menino prodigio conhecia bem algebra e geo-
se^guem passar da 3.^ série primâria. Sua idade mental metria. Conversava em francês, alemào, espanhol e
nâo vai além dos 10 ou 12 anos. Aquêles que têm Q-I* italiano. Traduzia latim e tinha as primeiras noçôes de
entre 80 e 90 sâo classificados como retardados. Podem grego. Sabia reconhecer o lugar no céu de cada cons-
fazer curso primârio e secundârio, mas estâo sempi'® telaçâo e tinha bom preparo em Histôria Natural e
em dificuldades para compreender o que professor ex- Gérai! Tudo aos 8 anos de idade! ! (vide NÔTULA n.o 72,
plica e jamais conseguem acompanhar a classe. Sua abaixo).
idade mental nâo ultrapassa os 12 ou 14 anos. Os
déheis mentais, de regra gérai, podem desempenhai' NÔTULAS — N.° 72
qualquer profissâo manual. Os retardados podem, nao
sô desempenhar tais tarefas como outras de auxiliai
Gênios ou quase gênios
de esciitôrio, balconista no comércio, etc.
Os que têm mais de 140 de Q.I. sâo considerados "gênios".
252.5) NORMAIS — Os normais ou médios sâo Quando se trata de crianças, sào as chamadas crianças prodîgio.
aqueles que têm Q.I. entre 90 e 110. Sua Idade men- Exemples: Mozart escreveu sonatas aos 4 anos; Reschevsky foi
campeào de xadrez aos 5 anos. _
^ idade cronolôgica. Fazem régulai' No Brasil, Antonio Mariano de Azevedo Marques (1797-1844)
fol professor de Latim aos 11 anos e catedrâtico de Latim e Re-
rior secundârio e da mesma forma curso sup^e- tôrica aos 16 anos. ^
sâo'esnîritnQ^^^ sobressaem no meio da classe. Nao O psicôlogo TERMAN catalogou 40 crianças de genio, no.
nada mas s® revelam "brilhantes" em Estados Unidos, como estas:
das ProfissôesSm^ ^ contento a quase totalidade
1 m manuais ou intelectuais.
(1) Eric, aos 6 a 11 m tinha ?50.
(2) Henry, aos 8 a 7 m tinha IM de 12 anos Q.LJJ
(3) Selma, aos 7 anos tinha IM de 10
(4) Tom, aos 10 a 5 m tinha IM de 15 q.i. 167.
suem Q.i^ de^io??S?®-— individuos que P?®' (5) Bernard, aos 9 a 4 m. tinha IM de 15 a 7 m,
superiores. Sâo ifiantes
brimai emconsiderados inteligênct(^
seus trabalhos e estudos.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL ^ 1
i: enGEMWHRoS
' CiVii

§ 2 5 3 ) O Q . I . E M FA C E D A V I D A P R AT I C A
ÎI fSACERDOTrS
253.1) O Q.I. E AS PROFISSÔES — Até que
iN6fnHE/ao$ ponto existe correlaçâo entre o Q.I. e a vida prâtica?
MfC/5NiC05 Em outras palavras: sera que os individuos de Q.I.
FSTEMo^.OAfcSil i alto sào, de fato, os que ocupam os empregos mais im
C 0 t 1 T / > Ô t L l ^ TA S
portantes, as profissôes mais complexas?
A experiência foi feita no exército americano, veri-
1! -jj OFICIAIS.^ ficando os psicôlogos que os individuos de Q.I. baixo
j £tAQUIV/dTA^ eram, realmente, os que desempenhavam na sociedade
'v éuAaoA-uuRos
as profissôes inferiores. Inversamente todos aquêles que
FOTO^QAfbsî ocupavam profissôes altas, possuiam Q.I. elevado. Eis
os resultados:
Ena resumo; num grupo de 30.000 homens do exér
WPS cito americano, os soldados obtiveram em média o Q.
H -E^COlTuRAâlO^ I. de 73, os cabos, 95; os sargentos, 107 e os oficiais
T C L E & R AT l S - r ^ 139 (GATES).
/ i ù ^ t c o ^
ELETRICI^T^S
Num estudo empreendido pela Universidade^ de
Ohio, a gradaçâo de Q.I. deu o resultado segumte.
MeCAniCo«»
Q.I.
POLl'CtA 11 2
, V^TTmiMARfO,^ . Veterinârios
/AUliLIAOCS OSCOHSfUlO Dentistas :L
PA O C ^ i o p s Farmacêuticos
PEPOftaoA '
C A f t P i H Te i a o s Engenheiros
P i M To a r s
H O TO I U 4 TA 5 Advogados ^^2
AUXILIABW OCftCtABICAl Médicos
T&AAiuHAOoaEi BV3nAf«
TRAeAufAoo(U3 osiAçûh
/iiMEiao& . Como .e vê. todos os ^dividuos
A L I ^ A l AT ff S dtingir profissôes universitârias ap
bem superior. y ^ de tôdas essas
FIGURA 24
As conclusôes que podemos
estatisticas sâo as seguintes; jai^ente tôdas as
a)_ Embora moralmente
mesmo valor,e (ji^idem
, dûvlda
emque.
O Ç./. £ AS PR0FI8S0ES

Nos Eatados Unidos foi apïicado o teste de inteîigêncla cm indi- profissoes tenham o infe-
iHduos do tôdaa as proflsaôes e verificou-se a pcrfeita correJaçâo: do ponto de vlsta Psj=°^°Sioo, ete mdividuos de
homens de baixo Q. I. ooupavam profiasôea modeatas: ti'abaïha- nores e superiores. Essas ultimas exig
dores braçais (Q.I. de 45 até 64). nomens de alto Q.I. detinham nivel intelectual bem elevado.
a s m a i s a l t a s p r o f i s s ô e a : e n g e a i h e i r o a ( Q . I . d e m a i s d e 11 6 ) .
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 443
442 AFRO DO AMARAL FONTOURA

2. Teste para criança de 7 anos: que diferença


b) O Q.I. é uma medida valiosa para a determi- existe entre uma borboleta e uma môsca? — Entre a
naçâo dêsse nivel mental, e corresponde amplamente madeira e o vidro?
à realidade;
0) Individuos que têm Q.I. baixo nao devem ser 3. Teste para 8 anos: no terreno.que se vê na
admitidos para as profissoes superiores, pois fracassa- figura 25, adiante, foi perdida uma bola. Você val pro-
râo irremedlàvelmente, perdendo anos de vida e adqul- curâ-la: mas nâo sabe de que direçâo veio, nem a en-
rindo sérios complexos; xerga. Quai o melhor caminho que você deve percorrer
d) Todos OS colégios deviam obrigatoriamente para encontrâ-la? (A criança deverâ desenhar êsse ca
apurar o Q.I. de seus alunos, a fim de encaminhâ-Ios minho sobre o terreno. As melhores respostas sâo os
as carreiras adequadas, evitando-lhes perda de tempo desenhos em forma de espiral, a partir da entrada do
e de dlnheiro, bem como decepçôes futuras. terreno, tal como se vê no desenho, ou o desenho em
forma de leque ou em forma de paralelas interiores
253.2) O Q. I. E A DELINQÛÊNCIA — Numerosas ao muro do terreno. )
experiências feitas nos Estados Unidos têm demonstrado
que OS criminosos sao na sua quase totalidade indivi
duos de Q.I. baixo (débeis mentais — cretinos —■ ip"
becis). O psicologo HEALY, per meio dos testes de in-
teligência, verificou que, em 4.000 jovens delinqliente^
a maioria absoluta possuia um Q.I. abaixo de 90. "0
mener delinqôiente, resume GATES, é tipicamente uma
criança mentalmente atrasada". For sua vez, ROOT
lançou G teste entre 1.916 criminosos adultos, numa
Penitenciaria, e constatou que o Q.I. dominante entre
êles era de 76.

§ 254) TESTES DE INTELIGÊNCIA

254.1) Teste de Binet-Simon

(modificado pela "Stanford Revision", de TERMAN) FIGURA 25

A bola no campo.

tes exemples de alguns dêsses tes-


coi xnais de ^5o'?esteslo inteligência ,
4. Teste para 9 anos: formar
paiavras (trabalho — dmheiro
perde o trem 6 anos: quando você lago — rio).
inteligente: esWrtt- ^eve fazer? (respost»
ta^ pouce inteUgente^ co° rer^ respoS"
1

PSICOLOGIA EDUCACIONAL 445


444 ÀFRO DO AMARAL FONTOURA

5 . Te s t e p a r a 1 0 a n o s : q u a i o a b s u r d e d e s t a
frase: "para ir de minha casa à igreja devo subir sem-
pre a ladeira, e para vir da igreja à minha casa tam- 2 5 4 . 2 ) Te s t e d o L a b i r i n t o d e F o r t e u s
bém devo subir sempre a ladeira".

6. Teste para 12 anos: colocar em ordem a frase:


Wova ao 'para eu corrigir professor pedi minha.

7. Teste para 14 anos: sâo 2 horas e 20 minutes;


que horas serâo quando os ponteiros trocarem entre
si de lugares?

8. Testes para adultos: numa caixa hâ duas cal-


xinhas mener es; dentro de cada uma dessas hâ duas
outras ainda menoi'es; quantas caixas hâ ao todo?

9. Idem — Tomar uma fôlha de papel, dobrâ-ia


pelo meio e depois novamente pelo meio. A seguir fazer,
ao centre do papel, um pequeno entalhe em forma de
V e tirar fora o fragmento do papel assim cortado-
Pergunta-se: quando desdobrar o papel, que figura apa-
recerâ recortada nêle? O paciente deverâ desenhar ^
resposta.

10. Idem — Ir à beira do rio e trazer 7 litros


agua exatamente, possuindo apenas uma vasilha FIGURA 26

na NÔTULA n.o 73, adiante). proceder (vide resposta Labirinto de Portouo

oossuinrin^vr^v,""
possumdo vasUhas deexatamente
7 e 5 Utros. Diz8erlitres
comod'âgua-
procéder- (O aluno deve percorrer o inteligente de-
Ponto S com a ponta do com um ou dois
^erâ acertar o caminho para > segunda

de 4 e 9 Utros corn duas vasil^^' f ros na primeira tentativa e sem


tentatlva.)
TULA n.o 73)procéder (resposta na ^
440 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL

1 . Laranja
2. Jaqueta
2 5 4 . 3 ) Te s t e d c G o d d a r d - S c g u i i i 3. C a c h o i To
1.
5 .
6 .
7 . Madeira

A O 8 .
9.
10.
11.

0[=]<=> 12.

2 5 4 . 5 ) Te s t e d o E x c r c i t o N o r t e - A m e r i c a n o

( " A r m y M e n t a l Te s t s " )

FIGURA 27 Como dissemos no § 249.2, o teste do exército ame-


ricano se compôe de duas formas, alfa, para as pessoas
Te s t e d e G o d d a r d .
ietradas, pois o teste é escrito, e beta, para os pouco le-
trados, ou filhos de estrangeiros, sem conhecerem bem a
iingua, pois o teste é nâo-verbal.
Nessa "tabua de GODDARD" o paciente devera
^locar OS^eiardadas
pedacos respectives, cada um no seu lugar-
nao conseguem acertar. Crlança 2 5 4 . 6 ) Te s t e a l f a
e gentes avaliam com o olhar os pedaços, antes d
Ho ? lugares (isto é, observant e analisant em o teste alfa se subdivide em 8 grupos
ou pot apalpadelas até acertar per exclusao corn um total de 212 perguntas. Bis o primeiro g P
delas :

254.4) Testes de semelhanças, de Mira y Lopez '• o o o o o


existe entrt^cad?utt^H ^ semelhança 4^^ 1- Paça o algarïsmo dois no segundo circnlo
lhança existe entre inro Exemple: que sem ' terceiro circule (5 segundos).
sâo frutas." ® e banana? — "É que arnbos
449
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
448 A F R O D O A M A R A L F O N TO U R A

5. o o O
5. Se o toque de recolher é de noite faça uma cruz no pri-
meiro circulo; se nao é, trace uma linha por baixo da pa-
lavra "nao" (10 segundos).
FIGURA 28

2, Trace uma lnha do circule 1 ao circ^Io 4, que p^e por


debalxo do circulo 2 e per cima do circulo 3 (5 segunaosj.
«• o o o o o
6* Escreva no primeiro circulo a resposta correta à pergunta:
"quantos meses tern um ano?" No segundo circulo nao faça
nada e no quinto escreva qualquer resposta errada a per
gunta que respondeu corretamente (10 segundos).

7. ABCDEFGHIJKLMNOP
FIGURA 29 7. Risque a letra que esta imediatamente depols do F e trace
^ i-A no quadrj uma linha por baixo da segunda letra depois de I. (lo
3. Escreva o algarismo 1 no espaço que eS^^spaco que segundos).
nao no triangulo e faça um^ nd i
triangulo e no quadrado (Iq segundd^

S. Q O O Militai- Oampo Laguna


8. Escreva no primeiro circulo a ultima letra da primeira pa-
lavra; no segundo a letra média da segunda palavra e no
terceiro a primeira letra da terceira palavra. (10 segundos).

9. 84 - 79 - 56 - 87 - 68 - 25 - 82 - 47 - 27 - 31
64-93-71-41-52-99
9. Risque todos os nûmeros que lorem malores de 60 e meno-
FIGURA 30
4 .
res que 60 (15.segundos)..
Faça
n o
3 n L-o
3 o e s p aespaço
ç o m , l P ? que
Q u a d re^tâ
a d o e f a r a ! i « e tiéP po Fslcoiosla Educacional - 29
quadrado. (10
451
450 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL

10.

10. Escreva um 4 ou um 5 em cada uma das partes maiores e


9
/ 7 7

qualquer numéro entre 6 e 9 na parte que estâ junto da /

menor (15 segundos).

11 . y - r - 7 - /
" 7 ^
/ V / / /

m b-A\ 8
0 /

/ /
/

/
/

FIGURA 31 s /
/

{ . u

11. Risque todos os nùmeros impares que estlverem em qu®" / /


drados e todos nûmeros impares que estlverem em quadra-
dos com uma letra. (25 segundos). Z Z Z / /
7 / / / /

/
/ / /
/
:7i / - / /
/ /
/
12. 123456789
1

/
/ ,/i /
HJ
/ / / / / /
/ /
/

12. Risque o numéro 3, a menos que 3 nao seja malor que 5» /

hipOtese em que deve sublinhar o nûmero 4 (10 segundos^

2 5 4 . 7 ) Te s t e b e t a & 71

1
pos comp5e-se também de 8
S
escrever naS ° exSminando, nao tem q^e
sibilidade ^de
aP^esentar todos.executar
anrp^ ^penas daremosordens.
aqui alguns
Na dêies- n o . 3 2 — C u b O B p a r a c o n t a r.

Subteste II _ «ad»
grupo ou monte ^ quantos cubos ha em ^
32 TUL pâgina sèguin^'^J^'
y^^nte e respostas^ no
e meio.
fim do
1
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 453
4 5 2 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Subteste ÏV — Veja a figura 33, na pâglna seguin-


te. Observe e grave bem o quadro a seguir, com os al- £ £ j l £ £ 4
£
N U o A
garismos 1 a 9: a cada algarismo corresponde um sim- a L £
bolo. Muito bem. Agora, nos 6 quadros que se seguem,
você vai substituir os algarismos pelos respectives sim-
bolos (3 minutes e meio).
I 4 I 4 I À H Ji % r A h

NÔTULAS — N « 73
L 9 4 ^ C St z r
I . H a

Rcspostas aos testes do enclier vasilhas

I )

Voce tern uma vasilha de 5 litres e uma de 3 litres. Enchc c 3 9 4 1 Ç- £ T- 3 C •Î f


5.
a de 5, despeja na de 3. Sobram 2 na vasilha grande. Despeja-
a de 3 fora, passa os 2 litres da maior para a mener e enche
novamente a maior: esta fica com 5 e a mener com 2, dando
o total de 7 litres como fora pedido.

I I ) 4 9 £ 3 ?- c fT ? 9 g- r ?■ c
k.
Você tern uma vasilha de 7 litres e uma de 5 litres. Enche
a de 5 litres, despeja na de 7. Enche outra vez a de 5 e des'
pe]a na de 7; pode despejar apenas mais 2, para compîétar a
n sobraram 3 litros na de 5. Despeja a vasilha de
q rToî? J ®"r7 OS 3 litros que sobraram na vasilha de 9 3 S 4 A ST ? A C V ? 4
S-.
%+5.5 ^litres
3 lur?.®
= 8.Qconforme
novamente a de 5, ficando asslm, com
fora pedido.

H I )

c. ti <9 S" À 1- S- a 6 9 3 f 1 8
de 9. Enche pela te?c&rav^%'^ï'^^ a de 4 e despeja na
çoube mais 1 litre. Entâa 4 e despeja na de 9. So
Joga fora a âgua da 3 litros na vasilha de 4-
ela. W enche novament^ a ® ® ^ Pia. 33 — Côdlgo griflco.

como fdra pedido. ® 4 e obtém 4 + 3 = 7


454 AFRO DO AMARAL FONTOURA FSICOLOGIA EDUCACIQNAL 455

Subteste V — Na relaçâo abaixo, voce vai assinalar


com uma + na extremidade direita os pares de numéros
que sâo iguais. Exemple: 39190 39190 + . (Tem
po: 4 minutes e meio.)

j r. a
U.O-i « '**
a

650 650 10243586 10243586


041 044 659012534 659012354
2579 2579 388172902 381872902
3281 3281 631027594 031027594
55190 55192 2^199901354 2499901534
39190 39190 2261059310 2261659310
658049 650849 2 9 11 0 3 8 2 2 7 2911038227
3295017 3290517 313377752 313377752
63015091 63019901 1012938561 1012938567
39007106 39007196 7266220988 7162220988
69931087 69931087 3177628449 3177682449
251004818 251004418 468672663 468672663
299056013 299056013 9104529003 9194529003
36015992 369155992 3484657120 3484657210
3910066482 391006482 8588172556 8581722556
3510273301 8510273301 3120166671 3120166671
263136996 263136996 7 6 11 3 4 8 8 7 6 7 6 111 3 4 5 8 7 9
451151903 4 5 11 5 2 9 0 3 26557239164 26557239164
3259016275 3295016725 8819002341 8819002341
582039144 582039144 6571018034 6571018034 F I G . 3 4 — D ^ s o n h o B p a r a c c m p l c t a r.
61558529 61588528 38779762514 38779765214
211915883 219915883 39008126557 39008126657
670413722 670143822 75658100398 75659100398 Subteste Vl — Ai estâo 20 figuras, em cada uma
17198591 17198591 4 11 8 1 9 0 0 8 2 6 4 11 8 1 9 0 0 7 2 6 das quais falta um detalhe. Assinale o que esta faltan-
36482991 36482991 6543920817 6543920871 do. (Tempo: 3 minutes; vide resposta na pagina se-
guinte.)
456 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 457

R E S P O S TA S D O S T E S T E S nrp SO e 90, embora incapazes de "com-


' <^0 "resolver problemas", têm, apesar disso,
6 ande capacidade de memôria.
Subteste II {contar os cubos) : 2 — 4 — 6 — 8 —
12 — 27 — 15 — 15 — 18 — 19 — 40 — 10 — 22 — 13 —
20 —50.
III) Aproveitamos para reiterar o que jâ dissemos
n a
'^'fpEA n.o 71 ("Oligofrênicos na escola") : crianças
Subteste V {veri^icar os pares de numéros idênti- na^ ^ 50_ou menos de Q.I. nâo devem ser aceitas
cos): devem ter cruz o 1°, 3.o, 4.o, 6°, UP, l^Pf anr^^
P endempodem
a lei*.acompanhar
Servem apenasodecurso, nem
chacota parasequer
os co-
17.0, 20.O, 24.0 e 25.o da coluna à esquerda e os pares l.°> ® confusao para a professera. Devem existlr (e jâ
fP, 7.0, 8.0, 9.0, 12.0, 10 0 18.0 19 o e 20.o da coluna xistem em muitos lugares) escolas especiais para oli-
a direita.
BOirenicos.
Subteste VI {verificar as lacunas das figuras):^
1- boca; 2. ôlho;3. nariz; 4. colher; 5. chamine, IV) Pinalmente, o professor précisa esclarecer o
o. oreiha; 7. filamentos; 8. selo; 9. cordas; 1. outra publico em geral e os pais em particular que a criança
nao pode ser na vida o que ela quiser, nem muito me-
amina; 11. gatilho; 12. rabinho do porco; 13. peina uos 0 que os pais quiserem. Por exempio: um menino
so^^bra do gato; 15. as bolas; 16-^ ^ tiue tenha Q.I. 90 nunca sera médico nem engenheiro,
e, 17. brace; 18. corneta de gramofone; 19- embora possa "tirar 0 curso", isto é, conseguir o diplo-
superior da
espelho; 20. naipe de ouros na pai^®
carta |ua, neste pais onde o ensino, infelizmente, ainda é tâo
nyresco, palavroso, teorico. Entao, sera melhor enca-
niinhar o menino para ser urn bom técnico, um bom em-
§ Z55) pregado na indùstria do que ser um médico so de nome,
APLICAÇÔES PEDAGÔGICAS DO PRESENTE um mau médico... (vide a relaçâo entre os niveis de Q.I.
CAPITULO c a.s profissôes, que apresentamos no § 253, figura 40).

oial na esco?a ^ ^"^Portância da Psicologia


nos segundo desde logo avaliar os § 356) TÔPICOS PARA DEBATE
objetivos: 0 Essa avaliaçâo 1. Que se entende por Q.I.? Quai a sua formula?
homogêneas ajudar a formaçâo de classes rn»
podemos e o qhp é mostrar desde logo o Q. 2). Quai a escala de niveis mentais, segundo STERN?
^ podemos esperar de cada aluno. 3- Quais sâo os caracteristicos de um idiota? O®
um imbecil? De um cretino? Devem
Q-I-
^to, nâo poderâ destacada em seu aprovei qiientar ou nâo as escolas comuns? Pov <T
I antiga, anp e,^ ^®ssair-se. saivn nn vpo-ime da 4. Pode um retardado seguir o curso primârio
curso secundârio? E o curso superior.
458 AFRO DO AMARAL FONTOURA CAPÎTULO XXIII

5. Que pode você dizer sôbre a correlaçâo entre o O Te m p e r a m e n t o


Q. I. e a delinqiiência?
6. Explique a correlaçâo existente cnti-e o Q.I. e
as profissôes.

§ 2 5 7 ) L E I T U R A S C O M P L E M E N TA R E S

1. AMARAL FONTOURA — "Manual de Testes"


Ficba«resumo:
— volume 10." da série A ESCOLA VIVA da "Bi-
blioteca Didaflca Brasileira"; Editera Aurora;
Rio, 1960.
§S

2. BINET & SIMON — "Testes para a Medida do 258) PSICOLOGIA GERAE E INDIVIDUAL:
Desenvolvimento da Inteligencia"; Edilora Me- — A Psicologia gérai estuda os fatos psîquicos Iso-
Ihoramentos; Sao Paulo, 1929. lados.

3. CLAPARÈDE — "Comment Diagnostiquer les — A Psicologia individual se ocupa do homem de


cada homem como um todo. '
Aptitudes chez les Écoliers"; Flammarion;
Paris, 1933.
259) TIPOLOGIA E CARACTERIOLOGIA:
4 . M AT H E U , P i e r r e — " L a D é t e r m i n a t i o n d e s — Tlpologla é a organizaçâo dos individuos em cth
Aptitudes par la Méthode des Tests"; Dela- pos homogêneos.
chaux; Paris, 1926. — Caracteriologla é o estudo de cada Individuo Hp
per si. ^
5. JUARROS, Cesar — "Determinaciôn de la Edad
Mental"; Ediciones Morata; Madrid, 1943. 2 6 0 ) C O N C E I TO D E T E M P E R A M E N TO :

fi n dde ser particular e natural de carto


ividuo.

261) CARACTERES DO TEMPERAMENTO:


1) É de fimdo flslolôglco
1) £ Inato
3) £ imutâvel.
460 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Ficha-resumo (conclusâo):

§§

262) CLASSIFICAÇAO DOS TEMPERAMENTOS:


§ 258) PSICOLOGIA DIFERENCIAL OU INDIVIDUAL

1) Classificaçâo de GALENO Se tôdas as crianças humanas possuem as mes-


2) Idem de BOLL e DELMAS espécies de fenômenos em sua consciência (sensa-
3)
4)
Idem
Idem
de
de
KRETSCHMER
JUNG.
Çoes, emoçôes, hâbitos, instintos, etc.) — como se expli-
ca que difiram tanto uma das outras?

APLICAÇÔES PEDAGÔGICAS DO A resposta é: — porque tais fenômenos, embora da


PRESENTE CAPITULO mesma espécie, variam infinitamente, de individuo para
Ver no individuo. Cada pessoa sente, pensa e age de forma di-
EXERCfCIOS E EXPERIÊNCIAS
Capitule ferente, segundo sua maneira de ser particular. Eis por
que a Psicologia diferencial também se chama Psicologia
TÔPICOS PA R A D E B AT E seguinte
individual: ela estuda as causas que tornam os individuos
LEITURAS C O M P L E M E N TA R E S
diferentes entre si, enquanto que a Psicologia gérai se
ocupou, conforme vimos, com os fenômenos que sâo co-
muns a todos os individuos.

G homem, encarado como simples animal é um in


dividuo. Como individuo, êle possui apenas vida veoeta-
tiva: nasce, cresce, corne, bebe, dorme, renroduz-se como
qualquer outro animal. Tem instintos, como os outros
animais. A crlatura humana, porém, possui a capacida-
de de ir mais além, de subir mais do que os outros sêres,
na escala mental e moral. É ai, entâo, que o individuo
se transforma em pessou. Podemos dizer que pesson é o
individuo co7n caTacteves mentais g- Tnotais pTôptios. ou
seja, pessoa é o individuo com uma personalidade prôprla.
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
462 AFRO DO AMARAL FONTOURA 483

de cada Individuo. o modo de ser natural de cada um


A personalidade, conforme verificamos anteriormen- Eis as prmcipais definigôes dadas pelos psicôlogos;
te, (Capitulo XX), se compôe de numerosos e complexes
atributos, entre os quais o temperamento e o carâter.
tendêLa
i ToM^em
l -w
i "Temperamento é um fundo de
§ 259) TIPOLOGIA E CARACTERIOLOGIA

Em , gérai se acelta que temperaviento é o conjunto


das disposiçôes orgânicas que formam o "substractum", binaçâo ^ ^ especial com-
a base do nosso psiquismo. E sobre essa base se levan-
ta 0 carâter^ que jâ é uma elaboraçâo, uma aquisiçâo
p o s t e r i o r.
de reaçL psiS ara^leX'- ^
A primelra tarefa da Fslcologia individual é, pois,
descobrir quais os elementos ou disposiçôes orgânicas que dsi pos\çô"'^Sanicas
vidual." K°OTgSdcqueaTaM^To^^5Hcada
constitui Î"®"^°/natureza
°=
' °"d
i ntoindi-
das
entram na formaçâo do temperamento. E a segunda e
classificar os temperamentos de acôrdo com tais disposi
çôes: eis a apologia. Podemos définir a tipologia como n
imdviad
isuoaeaxgc>
iiTe^'m
' aSa°dfe
taçôes
imn^^^
externas." mes-
a organizaçâo de grupos homogêneos de temperamen
tos". ^ E, de maneira gérai, fazer tipologia é separar os
individuos em grupos, ou em outras palavras, grupar os 5261)CARACTERESDOTEMPERA
.MENTO
mdlviduos segundo seus tipos semelhantes.
A caracterîologia tem jâ uma finalidade mais p^^^ LÔGS
l a^LSôbm^êse
t^mn^t^'°®FUNDOPS
IQ
I
a tipologia: consiste em estabelecer os oa
dp Prôprios que distinguem uma pessoa no mei
separa^^^^ outras do seu grupo. Enquanto a
ffia ^^^^^îduos semelhantes,
cada individu© de per si. a caracterio

§ 260)
CONCEITO DE TEMPERAMENTO
pilBllil
vida^veïe/devido aos nos^o^âr^- ^ ^emperamen-
"lusculfr respiratôHo f sistemas da
certas proporçne'^'"^?®''"®"^" slgnifica "mistura em tetnas nî Conforme
"las, assim séria anrefinmi
naturLa ê^stro-intestinal,
dêsses sis-
finir o temperampAt^® oonstltulçâo. Podemos de natureza de nosso temperamento.
como sendo a maneira particu»^
464 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOQIA EDUCACIONAL 465

Hoje em dia se acredita mais na açâo, sobre o tempera-


mento, das glandulas endôcrinas ou de secreçâo interna. § 262) CLASSIFICAÇAO DOS TEMPERAMENTOS

262.1) Classificaçâo de GALENO


2 6 1 . 2 ) O T E M P E R A M E N T O t . I N AT O . — C o n c l u -
83,0 Idgica do principio anterior é o carâter inato do tem- O célébré médico grego GALENO (século I da era
peramento: a criança jâ nasce com um determinado tem- crlstâ) estabeleceu a primelra classificaçâo de tempera-
peramento, embora êste sô muito mais tarde se manifeste. mentos que veio até nossos dias:

2 6 1 . 3 ) O T E M P E R A M E N T O É I M U TAV E L . E a) Temperamento sangulneo


nâo sô a criatura jâ nasce com um certo tipo de tempe-
ramento como também êste a acompanha até o tiimulo. b) Temperamento melancôlico
A experiência de muitos séculos tem demonstrado à sa- c) Temperamento bilioso
ciedade que nâo é possivel se transformai' o temperamen-
to de um indivlduo nem pela medicina, nem pelo exer- d) Temperamento linfâtico.
cicio fisico, nem pela educaçâo.^
262.2) Classificaçâo de BOLL-DELMAS
No entanto, aqui entra o papel decisivo da vontade:
ninguém pode transformai' o seu temperamento, mas Sômente nos tempos modernos surge outra classifi
pode dominâ-Io, pode controlar-se, de maneira a nâo se caçâo de temperamentos digna de nota: a de ACHILLE
deixar levar pelos seus primeiros impulses temperamen- DELMAS e MARCEL BOLL, que partiram das moléstias
tais. O papel da vontade é precisamente êsse de servir mentais.
de "vâlvula de segurança" aos excesses do temperamento Verlficando que cada individuo sâo ou normal tinhd
(vide NÔTULA nP 74, abaixo). sempre certa tendência para o exagêro de alguns de seus
traços marcantes, aproximando-se assim de um deter
minado tipo patolôgico, DELMAS e BOLL propuseram a
classificaçâo dos temperamentos tomando por base o tipo
NÔTULAS — N.o 74
patolôgico mais proximo de cada individuo normal.
A iuta entre o temperamento c a vontade _ Assim, dos cinco tipos fundamentals de psicovatas
abaixo, tiram eles os conceitos para os seus cinco tipos
llmltes para o poder da vontade, e que hâ de temperamentos: ^
nolto O temperamento vence tôdas as barreira^ do ' paranôicos
cisamentp o i? nossas boas Intençôes... Reside ai, pre-
assim todo<î ^^^Queza humana. Também, se nâo fosse perversos
seriamos senamos crlaturas perfeltas e todo-poderosas. Psicopatas mitonianiacos
valor da virtude^^^Tnrt^ dei^es. E, nesse caso, desaparecerla
puros. O que dâ "vaSl seriamos automàticamente ciclotimicos
aâmitaçân eLtïr^nT ® ® torna credor da nossa
diâria entre o bem^ « ^ vencer essa tremenda lu
hiperemotivos
" m e 0 mal dentro de si mesmo...

Pslcologia Educacional — 30
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
466 AFRO DO AMARAL FONTOURA 467

a) CONSTITUIÇAO PARANÔICA. — A nutriç^âo d) CONSTITUIÇAO CICLOTIMICA _ Esta cons


é a base do apatite que por sucessivas transformaçôes tituiçâo dériva da desigualdade da açào espontânea. Da
se apresenta sob a forma de desejo de possuir e de do- hiper-atividade que nao Ihe deixa um momento de ses-
m i n a r. A e s s a t e n d ê n c i a o s a u t o r e s d â o o n o m e d e sêgo, 0 sujeito passa a um perlodo de hipo-ativldade de
abulia, em que o mener esfôrço Ihe é impossivel. A pàco-
avidez — e à constitulçao respectiva o nome de 'paranoi se maniaco-depressiva représenta o seu estado patolôgico
ca. No temperamento que résulta desta tendência, pre- e o temperamento correspondente tem o nome de cicloti-
dominarâo o interêsse, a cobiça, o egoismo, a preocupa- mico.
çâo constante de sô procurai' vantagens pesioais. É ma
xima nos avarentos, minima nos desinteressados. O grau e) CONSTITUIÇAO HIPEREMOTIVA. — Da mo-
supremo manifesta-se na paranoia, caracterizada pelo tilidade, enquanto se manifesta como reatividade, pro-
lirio das grandezas, delirio de persegulçâo,^ pela vém, quando prédomina num individuo, este ultimo, tipo.
mania, a susceptibilidade exagerada, a hipertrofia
"eu". "O temperamento hip^remotivo é caracterizado pelo
exaeêro da sensibilidade, pela insuficiência do poder de
• -u- - vpfipvoq emotivos musculares e circulate-
b) CONSTITUIÇAO PERVERSA. — A tendência à ;S.c.S.S.S, y».»»" (.,.a amm.
reproduçâo é fonte, quando normal, dos sentimentos
truisticos. Contudo, quando anormal, élimina ou au
tera tais sentimentos. _ 263.3) Classificaçào de KRETSCHMER
"O temperamento a que os autores citados chama
de perverso, é caracterizado pelos individuos em
nota a ausência de .sentimentos morais. É a ancstc OS — •

moral dos Bôrgias, conforme o ultimo biôgrafo dos ^ timicos e esquizotimicos.


truosos membros desta triste familia, de ^ssassinos
bricQs em que se nâo descobre o mais fraco luzir 1.
1) temperamento
„^,.oTnpnto QueCICLOTtMICO. - '■Cicloti-
oscila entre a euforia e a
ralidade. A Loucura moral représenta a forma ps-t mico é o ^®^P . g a tristeza, ao longo da escala diaté-
gica dêste temperamento." depres^o, a al S , ^ ^aria entre o alto e o baixo; a
^KiSe vTda rapidez extrema à extrema lenti-
psicomotiliaaae ^gitado para o exterior, espirito rea-
CONSTI TUI
^ forma ÇAO MIde
genérica TOMANf ACA.
altruismo, —DasexU®
derivam U dâo. É extrovertMo voua excitaçôes, de
lista e fcmwL Reage^ q expressâo patolôgica de tal
lirmH também esta constituiçâo, caracterizada,
sociahilidade. Sob tal design^ SodoVe^'Spré-psci6tcioéapsciosemana
i co-depressvia.
^ tendência a aparecer, custe o que cu
L ^ ^^0 o mundo ocupar-se de - „ temperamento ESQUIZOTtMICO. -
nhpppr meio fôr. Da-se quzio^trmeréoe
tmperameno
t queoscUaaoolng
dade ^ ^^bulaçâo e mentira inconsciente, e P®|^
correspondente tem o nom
' da psicose do mesmo nonie.
468 AFRO DO AMARAL FONTOURA
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 469

escala psico-estética, isto é, da sensibilidade, afectibili-


dade, expansibilidade maximas, à insensibilidade, frieza,
concentraçâo em si, também mâximas. Grandes modifi-
C I C L O T I M I C O S
1ESQUZ
IOTM
IC
I OS
caçôes no ritmo psiquico entre a vivacidade e a teimosia I. AFETIVIOAOE
obstinada. Introvertido, auto-analisa-se e vive muito o
seu drama. Individuos idealistas, sistemâticos, ou ml- Bondoso. afetuoso, carlnboso. Sentimental, senslvel, capaz

santropos, insoclâveis, inacessivels à paixao; reagem par mais ou meuce para todos. de grande afelc&o, mas para pe-

forma inadequada as dlferentes excitaçôes. A esquizofre- queno nùmero de pessoas.

nia é a psicose que corresponde ao exagêro destas carac-


II. REAÇAO
teristicas psiquicas."
Atlvo, Ugelro, agltado. Blntu- P r u d e n t e , t l m i d o , r e fl e t l d o ,
O distinto educador BACKHEUSER, em seu llvro slasta, ardoroso, aïolto. ousado. com autodomlnio. De reaçSes
I m p u i s l To , d e r e a ç & o p r o n t a , mais lentas, Calmo. Pouco en-
"Biotipologla Educacionar' apresenta um magnifico qua- impetuoso.
dro comparative entre os temperamentos ciclotimico e tusiasta.

esqulzotimico, com relaçào a cada uma das principals ni. HUMOR

funçôes psiquicas. É êsse quadro que passamos a repro-


Alegre, brlncalh&o. rlsonho. Slsudo, grave. Antes pesslmls-
d u z i r.
Otlmista. ta que otlmista.

I V. n t R I TA B n . T D A O E

Colérlco. arrebatado, mas Custa mais a zongar-se, mas

"fogo de palba", n&o guardando em ccanpensaç&o é rancoroso e


resscntlmcntos. vlngatlvo.

V. A D A P TA B I L I D A D E

Acomodatlcio. condescendente, D l fl c l l de contentar, Intransl-

tolérante, adapt&vel, comodlsta. gente. Pouco tolérante. Peque-


llBonJelro. no espirlto de adaptaç&o.

VI. E X PA N S I B I L I D A D E

Expanslvo, franco, espontâ- Retraldo, reservado, pouco co-


n e o . munlcatlvo.

Vn. LOQUACIDADE

Falador. ProUzo. Adora "uma 1 SUenclceo, goatando mais de


boa palestra". j o u v l r q u e d e f a l a r. L s c ô n l c o .
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 47i
470 AFRO DO AMARAL FONTOURA

passo que os esquizotimicos nao passam de 12 a 13. Para


determinar eisa capacidade, costuma-se usar um mani-
Vni. SOCIABILIDADE
pulador elétrico, semelhante aos usados em radio telegra-
fia, 0 qual registra automàticamente o numéro de bati-
S o c l à v e l . a m à Te l , c o m e s p f z i - Retrafdo, gostando do estar
to do colaboraçfio, gostando do BÔ, mctldo conslgo. prcferlndo a
das que o dedo é capaz de dar per minute. Em falta de
c o m p a n b l a , m e s m o q u o n fi o t o - companbla do poucas e doter' manipulador elétrico, pode-se fazer a mesma experiência,
n h a m u l t a a fl n l d a d e c o m e l a . mlnados pcssoos. embora mais rudimentarmente, mandando o individuo
bater, com a maior velocidade possivel, numa tecla da
IX. VOLUBILIDADE
maquina de escrever. Em seguida, bastarâ contar o nu
méro de letras escritas, por varies individuos, para se
Vo l û v e l , m u d a n d o d o p r o p ô s i -
t o s . s e m c o n t i n u i d a d e d e a c fi o .
I ' e r t i n a z , p e r fi o v o r a n t e . t e l m o -
s o .
comparar a sua "rapidez de reaçâo" ou "motilidade".
Êsses dois tipos psicolôgicos estâo bem caracteriza-
X. PREPERÊNCIA DE CORES
dos nos dois herôis da imortal obra de CERVANTES:
"Dom Quixote de la Mancha". Dom Quixote représenta
Amlgo do cdrcs vivas. Amlgo dc cdres sombrias ou o tipo clâssico do esquizotimieo e seu fiel escudeiro San-
apagadas. cho Pança o tipo derramado do ciclotîmico.
XI. OBJETIVIDADE
262.4) Classificaçâo de JtJNG

Reallsta, prâtlco. objctlvo. Ideallsta. sonbador, subjetlvo. Outro moderno psicôlogo, CHARLES GUST A V
Apreclador da natureza, e do dado a elocubraçôes. Apreclador TTTNG de BasUéia, na Suîça, estabeleceu uma classifica-
llvros do descrlç&o da natureza
e de viagens.
de llvros

tasia tas.
do lendas e contos fan
pâo œi due considéra apenas dois temperamentos : o ex-
trovertido e o introvertido.
TEMPEBAMENTO EXTROVERTIDO. — Como
XII. ESPiRlTO DE AVA L I S E 'ndica é 0 daqueles individuos que vivem mais
u para fora". Sâo comunicativos e gostam
Propenso à generaUdade, à
Bintese.
Propenso
t a l b e .
& mlnûcla, ao de-
HP conversa. Sâo risonhos e bem dispostos. Têm
HP pm
facilidaae fâzer relaçôes,
largos. em qualquer
Estâo sempre lugar onde
dispostos a che-
ser-
Xni. AT I T U D E EXTERIOR
nutros Gostam de andar em grupo, amam as
Francos, abertos, acompanbam
a palavra com gestos que tradu-
Reservados, tlmldos,
quaee sem gcstlculaç&o ou a tern
falam
Ïtas e as recepçôes. Preocupam-se corn o que os outros
zem sou pensamento. moderada. S&o arlstocrâtlcos nas pensam de si.
manelras. Guardam uma fl s l o - TËMPEBAMENTO INTROVERTIDO. — Como
° vfr^r^P indica, é oindividuos
daqueles que vivem mais "voltados
nomla imlforme.
dentro". Sâo pouco comunicativos e

Enfim, diz BACKHEUSER, a reacao em tempo dos pouco ang


i os de conversar. Em gérai se apresentam
Em°i0 seguS'^os' cicloMm? esquizotimlcos.
ciciotimicos dao 27 a 28 golpes> ao
472 PSICOLOGIA EDUCACIONAL 473
AFRO DO AMARAL FONTOURA

d e fi s i o n o m i a f e c h a d a . F o r i s s o m e s m o c u s t a m a f a z e r Outra cousa muito importante para se notar, é que


nâo hâ "tipos puros". É o prôprio JUNG quem o diz:
relaçôes e nâo possuem muitos amigos. Vivendo mais — Nenhum homem é simplesmente introvertido ou sim-
dentro do seu mundo do que em contato com o mundo
plesmente extrovertido, mas, pelo contrârio, tem as duas
exterior, preocupam-se pouco com as criaturas que vl- possibilidades de temperamento; no introvertido a extros-
vem em redor de si. Muitas vêzes chegam a interessar-se
pecçâo esta como que adormecida ou latente, e, anàloga-
pelas pessoas que o envolvem, mas seu temperamento mente, no extrovertido a introversâo leva uma existência
pouco expansivo nâo Ihes permite demonstrar essa afeti- obscura.
vidade. De forma que muitas vêzes sâo egoistas, mas Na realidade, cada um de nos possui umas tantas
quando nâo o sâo deixam nos outros a impressâo de sê-lo. qualidades de temperamento Introvertido e outras tantas
Os introvertidos nâo gostam de andar em grupos, prefe- de extrovertido, mas hâ sempre o predominio de um ou
rlndo 0 isolamento. Nâo se preocupam muito com o ves- do outro temperamento.
tuârio nem com as opiniôes que os outros façam dêles.
— APLICAÇÔES PEDAGÔGICAS DO PRESENTE
CAPfTULO
Os extrovertidos dâo sempre bons poHticos. Têm EXERCfCIOS E EXPERIÊNCIAS
mais relativa facilidade no comércio e, de forma gérai, — TÔPICOS PARA DEBATE
em tôdas aquelas profissôes que demandam contato com leituras complementares.
0 publico. Os introvertidos, ao contrario, nâo têm muito
jeito para o comércio nem para negôcios onde seja neces- A respeito dêstes quatro assuntos, ver os parâgrafos
sârio lidar com o publico. Em compensaçâo os introver 268 a 271 no capitulo seguinte.
tidos sâo bons "homens de gabinete", conseguindo passar
horas e dias fechados entre livros ou em laboratôrios,
coisa que para os extrovertidos representam um suplicio.
Em suma, os extrovertidos de JUNG correspondem
aos ciclotîmicGs de KRETSCHMER, e os introvertidos do
autor suiço equivalem-se aos esquizotimicos do psicôlogo
alemâo (vide NÔTULA n.® 75, abaixo).

NÔTULAS — N ® 75

Te m p e r a m e n t o e êxito .»

ram?ntos^extrnv«?f^^ espécie de superioridade entre os tempe-


Ihor para determinadn^ introvertido. Cada quai se adapta me-
sôes. O segrêdo dn Svu atividade e para certas profis-
de tudo, em cada um vitôria na vida consiste, acima
com o seu temperament pô^ caminho na vida de acôrdo
CAPiTULO XXIV

O Carâter

Ficha-rcsumo:

§ §

2 6 3 ) C O N C E I T O D E C A R AT E R :
— É a forma gérai de reaçâo do indlviduo.
— É 0 conjunto de todos os dados que distinguem
um individuo de outro.

264) DIFERENÇA ENTRE TEMPERAMENTO E CARATER:


— O temperamento é inato, o carâter é adquirldo.
— Aquêle depends da constitulçâo orgânlca do in
dividuo; êste depende das influências do meio,
da educaçâo, etc.

265) CLASSIFICAÇAO DOS CARACTERES:

1) Classlficaçâo de TEOPRASTO
2) Idem de RIBOT
3) Idem de ADLER.

266) FORMAÇAO DO CARATER:

1) Influêncla do meio flsico


2) Idem da alimentaçâo
3) Idem da saûde
4) Idem do meio social
5) Idem dos acontecimentos.
476 AFRO DO AMARAL FONTOURA

Ficha-resumo (conclusâo) :

§ 2 6 3 ) C O N C E I T O D E C A R AT E R
§§
Etimolôgicamente, carâter significa "cousa gravada"
2 6 7 ) T E M P E R A M E N TO E C A R AT E R R A C I A I S : (do grego charasso = eu grave). É, pois, a marca, o
0 cunho prôprio, o distintivo. "A escolha do têrmo foi
1) Raça prêta: é sobretudo emocional e vive do muito feliz, lembra GEENEN: assim como o cunho dâ
prescrite; valor às moedas, mais do que o metal de que sâo feitas,
2) Raça branca: é sobretudo intelectual e vive do
assim também do carâter depende o valor do individuo
futuro;
3) Raça amarela: é sobretudo volitiva e vive vol- humano. Tal como o cunho faz conhecer a moeda, as
tada para o passado. sim o carâter é o retrato moral da pessoa. Como o relê-
vo da moeda pode estar em maior ou menor realce, assim
268) APLICAÇOES PEDAGÔGICAS DO PRESENTE hâ caractères apagados e caractères bem pronunciados.
CAPiTULO
Como 0 use gasta o cunho das moedas, pela fricçâo con
1) Educaçâo do caràter: a escola précisa ocupar-se tinua, assim a convlvência social tende ao nivelamento
da educaçâo do carâter de seus alunos. dos caractères."

2) Temperamento e Educaçâo: o mestre précisa Eis algumas das principals definiçôes de carâter:
conhecer bem o aluno, para tratâ-lo segundo
sua natureza. 1 — "É a forma gérai de reaçâo do individuo em
face do meio."
269) EXERCICIOS E EXPERIÊNCIAS 2 — "É o conjunto de dados, de elementos que dis-
tinguem um individuo de todos os outros."
270) T6PIC0S PARA DEBATE 3 — "Sâo as marcas prôprias de um ser."
271) LEITURAS COMPLEMENTARES. 4 — LALANDE: "É o conjunto das maneiras habi
tuais de sentir e de reagir que distinguem um
individuo de outro."

§ 264) DIFERENÇA ENTRE TEMPERAMENTO E CARATER

■ I Conforme acabamos de ver pelas definiçôes dadas, é


ainda bastante oscilante o conceito de carâter, e mais di-
flcil ainda é a sua diferenciaçâo do que seja tem-^eramen-
4 7 8 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCAHIONAL 479

to. Em têrmos gérais, podemos dizer que "o tempera- caractères, apresentando sua obra "Os Caractères", no
mento é inato e o carater é adquirido; o temperamento ano 319 A. C. TEGFRASTO enumera e descreve numero-
depende da constituiçào orgânica do individuo, 0 carater sos caractères, entre os quais o irônico, o lisonjeiro, o rûs-
depende das influências do meio, da edticaçào, etc. ^ tico, o falador, o oratorio, o abjeto, o gozador, o boateiro,
Em outras palavras: — carater é forma de açao; o calorento, o egoista, o bufâo, o intempestive, o apressa-
do, 0 cacete, o dispersive, o nobre, o ostentador, etc.
temperamento é a causa dessa açao, ou melhor, é um
dos fatôres que levam o individuo a agir de determinada
forma, v 265.2) CLASSIFICAÇAO DE RIBOT. — THEODU-
Diz DWELSHAUVERS: — "O temperamento é o LE RIBOT (1839/1916), sem dùvida nenliuma o maior
fundo biolôgico que serve de base à formacâo do carater". vulto da Psicologia francesa em fins do século passade
Ao que se acrescenta a palavra de KRETSCHMER: — e principios dêste, soube dar a esta ciência seu aspecto
novo: prâtico e experimental. RIBOT preliminarmente
"Quando nos referimos a alegre, irritdvel, môvel, rîgido, exclu! da classificaçao dos caractères o elemento inteli-
teimoso, pensamos no temperamento: todos êsses quali- gênçia, pois como demonstra, as faculdades intelectuais
ficatiyos exprimem propriedades elementares — colorido nada têm a ver com o carâter. Tanto assim que podem
psiquico, intervençâo do sistema nervoso na vida psiqui- existir criaturas muito inteligentes com ou sem carâter,
ca, grau, ritmo. Ao contrârio, nos qualificatives e, inversarmente, pessoas de muito carâter com muita
gracejador, correto, intrigante, desconfiado, sem escrupu- inteligência ou sem inteligência nenhuma. A seguir, con
los, vemos que tais propriedades nao decorrem natural- sidéra dois elementbs fundamentais como base de classi
mente de tal ou tal particularidade biolôgica fundamen- ficaçao dos caractères: a unidade, isto é, a coerência das
. tal, mas rçsultam da mistura de muitas particularidades tendências, e a estdbïlidade, isto é, a continuidade, a coe
dêste gênerb, bem como de reaçôes reciprocas entre elas rência das tendência no tempo. RIBOT sépara assim dois
e 0 ambiente". grupos de caractères: os que nâo têm unidade nem es-
tabilidade {os anormals), e os que possuem aquêles dois
Ouçamos, enfim, a palavra do filosofo argentino IN- elementos. Os anormais se subdividem em amorfos l
GENIEROS: — "O temperamento é o conjunto das ten- instaveis. Individuos amorfos sâo aquêles que nâo nos
dências congênitas, anteriores à experiência individual. suem forma propria de carâter. Individuos
E a predisposiçâo inicial para sentir e reagir de uma
maneira determinada à influência das inumerâveis cau
or que sucessivamente se mostram inertes e explosives
sas fisicas e sociais que atuam sôbre o individuo. O cara "sao incertos e desproporcionados nas suas reaçôL alim
ter e o resuitado da variacâo do temperamento, media do da mesma maneira em circunstâncias diferS » di-
te a experiência pessoal em cada momento da sua evo- ferentemente em circunstâncias idênticas". ® ^
uçao e que se manifesta pela conduta". Os caractères normals compreendem 3 grupos- os
sensitivos, os ativos e os apâticos. e û.
§ 265) CLASSIFICAÇAO DOS CARACTERES a) CARACTERES SENSITIVOS. — Sâo aquêles
O sentimento. Sâo muito impresûo-
naveis e tem mais vida interior que exterior. Compreen-
LES, o primeiro filôsofo a propor uma classificaçao d
i
460 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 481

dem OS pessimistas, os humildes, os tïmidos, os contem-


OS CARACTERES
plativos, OS emotivos,
a ) O colérlco
b ) O valdcso: arlstocratas,
b) CARACTERES ATIVOS. — Sao aqueles em que dandis. critlcos. espirl-
to« de contradlç&o.
prédomina a açâo. Têm mais vida exterior que interior. (A) am&vets. servlçals
Sâo otimistas, alegres, empreendedores. Pcdem ser subdi- c ) O clumento
Tlpos a g r c B s l To s d) O Inveloeo
vidldos em "muito ativos" e "medianamente ativos". En (falta de senti- ^ e) O recalcado: a soltclro-
mcnto do cole- na. a goraç&o antlga, a
tre os "medianamente ativos" se obtêm bons soldados, tlTidade) sogra, o apôetolo, etc.
navegantes, esportistas, comerciantes, industriais. Entre f )
(sio 06 "rcsscntldoa")
O avaro
os "muito ativos" estâo catalogados os llderes do povo, B) O mts&ntropofreaçOea
I . Segimdo o O malcrlado ^Indomltos
os chefes, os grandes générais. grau de een-
h )
l ) O sujo I
tlme n t o de
colctlvldade
c) CARACTERES APATICOS. — Sâo aquêles que (B) a) O timldo : orgulbosos.
agressives. Irônlcos, hu
manifestam pouco sentimento e pouca atividade. "Sob T i p o s d l s J u n t l To c m i l d e s .

sua forma pura, o apâtico tem por cunho prôprio a inér- (falta de senti- "
mento de colo- b) O timldo sexual ("com-
cia, a indiferença." tlvldade) plcxo de Amlei").

(C) f
d) CARACTERES MISTOS. — É possivel conside- Os alegres
rar ainda um quarto grupo de caractères, formado pela Tlpoe c o n j u n t i. 1 "
vns ( p r c s c n ç aa ! b) Os compasslvos
mistura dos dois primeiros, caso em que teremos os "sen- do
de
sentimento
coletividode) e ) Os gencrosos
sitivos-ativos".
r a) Os dlgnos (a vergonha)

RIBOT classifica entre os ativos César, S. Francisco ( A ) b ) Oa cqu&nimes (a sere-

de Assis, Alexandre, Lutero, Napoleâo. Entre os sensiti- Tlpos superlores


c)
nldade)

Os espfrltos de mando
'^os todos os grandes artistas, tais como Miguel Angelo H. Segundo a
(o dominlo).

ou Chopin. Entre os apâticos estâo colocados os estôicos, qualldade da


os mârtires da religiâo. Tc a ç C l o
terlolôglca
carac- r a) Os
miss&o
csplrltcs de sub-

(B) b ) Os perturbadores da psz


c ) Os pédantes
Tlpos inferlores d ) Os eepirltos infantls
1 CLASSIFICAÇAO de ADLER. — o psicô- e ) Os manlacos

ri? ADLER
e ouiNu (nascido
e, como em 1870),
êste, discipulo companheiro
de FREUD, formulou l f ) Os agourentos.

classificaçâo dos caractères, em seu livi'o S 266) FORMAÇAO DO CARACTER


seguir^ Homem", a quai reproduzimos a Vimos no parâgrafo 264 a
mento e carâter: aquêle é inato, êste
Mas, — que causas nos levam a adqui
pelccrfogia
482 AFRO DO AMARAL FONTOURA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 483

carater? Quais os fatôres que intervêm na formaçâo de se modificou por influência dos novos fatôres fisicos, de
um carâter — É o que vamos ver ràpidamente. saùde e de alimentaçâo.

e) INFLUÊNCIA DA SAÛDE. — Como acabamos


a) INFLUÊNCIA DO MEIO FÎSICO. — A primei- de dizer, a boa saùde é fator imprescindivel na formaçâo
ra causa a influenciar na formaçâo do carâter é o m&io de um bom carâter. O individuo doente, principalmen-
fisico. "A diversidade do solo devem os gregos, os germa- te do figado^ vive sem paciência, irritado; torna-se der-
nos e todos os povos de origem ariana, as suas aptidôes rotista, vê tudo pelo lado pior. Os antigos, na sua sabe-
doria nunca bastante louvada, jâ sabîam disso, e dai a
particulares, os seus traços caracteristicos... em uma pa-
lavra, seu carâter étnico", diz GEENEN. "O calor exces preocupaçâo que tinham pela saùde:
sive e continuo enerva os mùsculos, afrouxa a vontade
mens sana in corpore sano.
e tôdas as manifestaçôcs da vontade humana... O calor
excita ràpidamente e fortemente, deixando-nos logo Dai se origina também o grande carinho que tinham
prostrados... G frio, ao contrario, aplaca a sensibilida- pela educaçâo fisica, demonstrado nos "jogos olimpicos"
de, relaxa todos os impnlsos da vida e, por isso, é um e nos grandes estâdios cujas ruinas até hoje nos impres-
conservador, um reservatôrio de forças" (MANTEGAZA). sionam. Um corpo forte é a primeira condiçâo para um
Sabemos, por experiência propria, que o calor nos carâter forte. Uma simples dor de cabeça nos deixa de
pÔe aborrecidos, irritadiços. Se o calor aunienta ainda mau humor um dia inteiro...
mais ficamos desanimados, sem coragem para fazer nada.
O frio nos dâ vontade de agir, de andar depressa... d) INFLUÊNCIA DO MEIO SOCIAL. — A forma
çâo do carâter é também grandemente influenciada pelo
meio social em que um individuo vive. — "Chega-te aos
b) INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇAO. — A faita lions e seras um dêles": as boas companhias muito con-
de alimentaçâo, enfraquecendo o organismo, concorro correm para fortalecer o carâter das criaturas, assim
também para debilitar o carâter. Um individuo sub- como as mâs companhias tendem a perverter quem delas
nutrido nâo pode ter a mesma atividade que outro bem se aproxima. Quanto mais tenra a idade da criança,
alimentado e forte. Devemos aqui ressaltar o caso do quanto mais se fazém sentir tais influências, justamen-
po re roceiro brasileiro. Viajantes apressados, sem tem te pelo fato de estar o seu carâter ainda em formaçâo.
po para examinai a realidade do "hinterland" nacional, Todos nos sabemos a importância enorme que têm sôbre
^ nosso "jeca-tatu" nâo produzia, nâo o carâter das crianças a influência da garotada da vizi-
era indolente, por natureza. Ora, nada nhança, das empregadas e "babâs", dos coleguinhas de
° indolente do roceiro é tâo somen te escola.
Ta n t o a m b i e n t e , d a f o m e , d a m o l é s t i a . e) INFLUÊNCIA DOS ACONTECIMENTOS. — Se
Camarelân v devidamente tratado de seus maies o homem dirige os acontecimentos do mundo, também e,
Sa e cCeXnu;,'"''"' com abum
bre si mesma ° ® roceiro se reergue so-
ao mesmo tempo, influenciado por êles. E isso nâo
ter muita importância na formaçâo do carâter. O
capaz eenjoriio
. Que' sihomem
gnifica isso? _ Que o seu
trabalhador, carâter
disposto,
PSICOLOGIA EDUCACIONAL 485
484 ^FRO DO AUARAh FONTOURA

dmduo que se sai bem numa açâo qualquer, jâ com essa para quando tirarmos uma sorte grande na loteria...
Os brancos sâo sobretudo intélectuais: vivem mais da
vitoria adquire mais energias e confiança em sL para ten-
tar uma segunda emprêsa. Ao contrario, aquêle que inteligência, do raciocinio, da ciência e da técnica que
as demais raças.
foi mal sucedido uma, duas, très vêzes, acaba por se tor-
nar medroso, desanimado, pessimista. c) RAÇA AMARELA — Os amarelos vivem no
É claro que os homens excepcionais nao se deixam passade. Tôda sua vida psiquica gira em redor do culto
abater pelos acontecimentos, nem se influenciar por dos antepassados. Suas tradiçôes têm uma fôrça ina-
balâvel, "Para êles, os espiritos dos mortos continuam
quaisquer opinloes. Mas, para tanto, é necessârio pos- a dirigir e tomar conta dos vivos. Êsse apêgo ao pas
sulr uma força de vontade, uma fé profunda fora do
sade Ihes tira grande parte da atividade, porque nâo
c o m u m .
compreendem a necessidade de "progredir" que tanto
domina os brancos... Prudência, cautela, calma, dis-
§ 2 6 7 ) T E M P E R A M E N T O E C A R AT E R R A C I A I S
simulaçâo de seus pensamentos — sâo outras tantas
ivias nao sao sOmente os mdividuos que -se aisun- qualidades de carâter dos amarelos, cuja vontade é,
assim, mais desenvolvida que nas outras raças.
guem entre si pelos seus dotes de temperamento e cara-
ter. Também as raças humanas, os povos e os grupos I 268) APUCAÇOES PEDAÇÔGICAS DO
regionais menores possuem carater e temperamento pro- PRESENTE CAPtTULO
prios. Els, a respeito, os caractères diferenciais aponta-
dos por GEENEN: 268.1) EDUCAÇAO DO CARATER — Pelo que
acabamos de ver, é decisiva a influência da educaçào
a) RAÇA PRETA. — Tem sua vida psfquica vol- sobre o carâter. Aliâs^ em um de s_eus sentidos mais
tada para o présenta. Essa atividade psiquica é singu- usados, educaçào significa adaptaçâo; de forma que
larmente restrita. A vida moral e afetiva é môvel e su tcdas as pessoas que influem sobre a criança (os pais,
perficial. As .suas emoçôes sao vivas, porém de curta du- os conhecidos, as empregadas, os amiguinhos), mesmo
raçào. Os fenômenos volitivos ou ativos da raça negra sem querer, a estâo educando; para o bem ou para
se caracterizam pela abundância de reflexos e impulses 0 mal. . . ,
momentâneos, sem que intervenha uma vontade forte v Mas, dentro de um conceito m^ ngoroso, educar
conduta do negro é explosiva e caôtica. significa desenvolver as boas tendências da criança,
b) RAÇA BRANCA. — G branco se preocupa con- tornâ-la uma pessoa boa e forte, ^sposta e capaz.
Nesse sentido, como vemos, educar significa quase dar
InJi. O futuro. Sua ambiçâo reclama carâter. . 7 j • j-
to Pdesejam-se triunfos
e materne suscita futures.
o desejo O sentimen-
de uma sorte me- Ora por todos os motives, a parte moral do mdi-
viduo vie muito mais do que a sua parte intelectual.
tbtios. A fé religicsa espera uma recom- De nada adianta a uma pessoa ter vastes conhecimen-
e x o e r i ê n c i apaSsado
d n O spara
b r amelhorar
n c o s uot i porvir.
l i z a m Ha
a tofi se nâo tem a fôrça de vontade necessana para usa-
Î03 em beneficio de si mesma e da sua coletividade.
S l i a samanhâ,
P P para " E spara
tem o s a um
daqui s e ano.
m-
486 AFRO DO AMARAL FONT013RA PSICOLOGIA EDUCACIONAL 487

Donde se conclui que a escola so cumpre verdadei- § 269) EXERCfCIOS E EXPERIÊNCIAS


ramente a sua finalidade quando consegue melliorar e
fortalecer o carater de seus alunos. 1. Exercîcio de auto-anâlise — Pi'ocurar classifi-
car seu prôprio temperamento, segundo as diversas clas-
sificaçôes .propostas pelos vârios autores: BOLIj-DEL-
268.2) TEMPERAMENTO E EDUCAÇAO. — Ou
tra cousa importante a notar-se é que, sendo profun- MAS, KRETSCHMER, JUNG.
damente diverses os temperamentos, a natureza de 2. Pelos mesmos processos, procurar classificar os
cada individuo, é um grave ôrro a escola pretender agir temperamentos das pessoas conhecidas, dos parentes,
sôbre todos os alunos com um unico método. dos colegas.
Para encaminhar a formaçâo do carater do jovem, 3. Teste de temperamento. — Segundo a classi-
a escola précisa descobrir o processo mais consentâneo
com a natureza de cada um. G pi-ofessor conseguira ficaçâo de BOLL-DELMAS (ver pagina seguinte). Co-
loque nas colunas abaixo a nota de 0 a 3 adiante de
tudo de uma criança dôcil se agir êle prôprio com doçu- cada um dos atributos mencionados. A nota 0 signi
ra; mas nada obterâ e, pelo contrario, arrisca-se a for- fica ausência compléta da qualidade; as notas 1, 2 ou
mar um "complexe de inferloridade" no espirito da 3 significam que o individuo possui ponco, regnlarmen-
mesma se pretender usar de rispidez ou de ironia. te ou muito a qualidade indicada. Somando, depois as
Por causa da necessidade de se conhecer bem o notas de cada coluna, o leitor se classificarâ automà
temperamento do aluno, a fim de se poder influenciar ticamente dentro do temperamento correspondente à
benèficamente sôbre o seu carâter, é que a moderna coluna cuja soma for maior.
Pedagogia tanto insiste no valor da "educaçao indivi-
dualizada". É a escola soh medida, na feliz expressâo
d e C L A PA R È D E . NÔTULAS — N.o 76

Isso nâo significa que o mestre deva cuidar de Cada aluno é diferente
cada aluno separadamente, um a um (o que séria des- Nâo podemos tratar da forma igual cousas que sâo diferen-
truir o valor social da escola, a funçâo socializadora tes. Por exemplo: pretender cortar madeira com uma tesoura,
a escola) mas sim que o professor précisa conhecer porque a madeira é diferente do papel. Nem tratar igualmente
um cachorro e um sapo... Isso é tâo intuitivo que parece até
aluno, para melhor poder agir tolice ficarmos dando exemp'os... Pois bem: as criaturas hu-
miP cso podemos tratar de forma igiLal cousas manas sâo muito mais diferentes entre si que os objetos inani-
NÔTULA n.o 76, adiante). mados ou os animais, porque além de tcrem naturezas diversas
(diferenças de raça, de sexo, de idade, de constitulçâo, de sis-
c o r n a s l i d a m p o r d e v e r d e o fi c i o tema nervoso, de glândulas) ainda apresentam diferenças de
admlnistradores (professôres — médicos — temperamento, de meio social, de carâter. E no entanto, certes
professôres pretendiam a monstruosidade de tratar todos gj
quanto é ImportantP — PoUticos) sabem
carâter dos indiviâ^L ° temperamento e o nos da mesma forma, como se os men'nos fôssem pedras ou p
daços de pau ou automates sentadinhos n^ suas alidad®
Ihor poder agir sobre et tratam, a fim de m©- norando tais professôres que cada aluno é uma pes
polîticos, dos chefes t ® ° grande segrêdo dos diferente! ! !
homens: é saber manejam os
B c D E

1
PARAN6IC0 PEKVERSO M I T O M A - CICLOTIMICO HIPER-EMO-
NfACO T I V O

Gosta muito de Gosta de brl- Gosta de socle- Gosta de falar /Capacidade de


c o m e r gar dade se emoclonar

Desejo de pos- Ê agressive .. Gosta de apa- É expansivo .. Impresslonâvel


suJr recer

AmbiçSo jindif e r e n ç a Va l d a d e lÉ agitado Ofende-se por


—-f pelos outros tudo

Egoismo Mania de "con- (Tendêncla à ITem périodes Palta de do-


quistas" .... I fantasia ... | de profunda minio
—I depressâo ..

Avareza Vingativo ... lExageraçâo no A p ê e 0 aos Ama e odela


que faz amigos com faclll-
dade

SOMA .... SOMA ... SOMA ... SOMA ... SOMA ...

— Importante: observer bem a expressao do queslto pedido; por exemple: "falta de do-
minio" — se o leltor se domina multo bem em face das sltuaçôes novas ou desagradâvels,
tern zero neste quesito.
— Be a pessoa alcano.ar 1.5 pontes em um a dessa colunas, sen temperamepto terâ atln-
gldo um extreme Ja perigoso e digno de cuidados.

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490 PSICOLOGIA EDUCACIONAL 491
AFRO DO AMARAL FONTOtJRA

5. Teste de carâter — Prova de JUNE DOWNEY, feita, assim, em "situaçao real", e o carater do indivi
duo podera ser examinado. Infelizmente tais testes sao
para verificar a força de vontade, ou seja, o poder
de inibiçâo motora: pede-se ao paciente que escreva, o dificeis de ser aplicados.
mais devagar que possa, a expressâo "United States of
America". A Dra. DOWNEY oncontrou pessoas com
§ 2 7 0 ) T Ô P I C O S PA R A D E B AT E
tanta paclência e dominio sobre si que levaram 45 mi
nutes para escrever essas quatre paiavras, sem parar!
1) Qual a diferciiça cuire temperaniento e carâter?
6. Teste de cardter — Muitos autores propoem,
como teste para avaliaçâo do carater, provas de mûl- 2) Quais os fatôres que concorrem na formaçâo do
carâter?
tipla escolha, do tipo seguinte: da-se ao individu© a
frase abaixo e pede-se que êle escolha a resposta mais 3) Moslre algunias diferenças de temperamento e
adequada, na sua opiniâo: carâter entre as raças prêta, branca e amarela.
4) Cilar quatre caracleristicos do temperamento es-
TESTE DE C A R AT E R
quizottmico ou introvertido.
5) Cilar quatre caracteristicos do temperamento
Se voce encontrasse uma carteira cheia do dinheiro cicloUmico ou exlroverlido.
na rua, o que faria?

a) Ficaria com ela


b) Jogaria fora § 2 7 1 ) L E Î T D B A S C O M F L E M E N TA R E S
c) Entregaria à polîcia
d) Guardaria o dinheJro e jogaria a carteira fora 1 . A L L E N D Y — « L e s Te m p é r a m e n t s " ; P a r i s ,
e) Procuraria descobrir o dono para restitui-la
f) Se nâo encontrasse o dono, compraria coiLsas para 1922.
m l m
g) Se nâo encontrasse o dono, darla todo dinheiro 2) DOWNEY, June — "'Hie Will-Temperament
aos pobres. and his testing"; New York, 1923.
3. JUNG, Charles — "Tipos Psicologicos"; tradu-
Evidentemente as respostas que demonstram maior çâo espanhola; Madrid, 1942.
carâter sâô as das letras c), e) eg). Mas onde o teste 4. KRETSCHMER, E. — "La Structure du Corps
^ garante que, se o individuo se encon-
et le Caractère"; Paris, 1930.
posta nnp?' proposta,
que escolheu... agiria conforme a res- 5. PAULHAN, Fr. — "Les Caractères"; Paris,
é possivel tornar êsse 1909.

exemple: colocar ûma ca^t^- ^ o saiba. 6. SCHREIDER, Eug. — "Les Types .


onde o paciente vai dinheiro no chao, 2 volumes; Paris, 1937.
onde êle possa apanhâ la ' outre qualquer lugar»
Pamia-la sem ser visto A nrova sera
BIBLIOGRAFIA GERAL

(Ncsta Bibliografia sâo cnumeradas apcnas as obras geraU, as


•obras espccializadas em um dotermindo assunto sao citadas
no fim do capitulo respectivo)

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68) RABELO, Silvio — Psicologia do Desenho Iniantu»
Nacional; Sâo Paulo, 1935. Nacio*
69) RAMOS, Artur ~ Educaçâo e Psicanalise; Ecurora
nal; Sâo Paulo, 1934. afoneo* Bue-
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tôra Nacional; Sâo Paulo, 1935. «niumes;
76) DICIONARIO DE* PEDAGOGIA LABOR — 2 voiu
torial Labor; Barcelona, sem data.
Fundamentos de Educaçào
Prof. AMARAL FONTOURA

( B I B L I O T E C A D TO AT I C A B R A S I L E I R A — SÉRIE I
A E S C O L A V I VA — V O L . 1 . ° )

Livre que é, aclma de tado, um método de trai »


apresenta os conheclmentos bâsicos de Pedagogia d'
mente sistematizados, aborda a Psicologia da Infânc
diferenças Individuals e o "aluno-problema", e^î pai-^^a-
lur), dâ a Metodologla das diveisas matérlas da escola
primdrla e, /inalmente, apresenta o que hà de fundamen
t a l e m A d r. i l n i s t r a ç â o E s c o l a r, I n c l u s i v e e s c l a r e c i m c n t o s
sôbre o prcenchimcnto do "mapa estatîstlco" mtnsal. ora.
padronizado ein todo o Pals pclo I.B.G.E. Traz, ainda,
iim Vocalnilârio que permlte verlflcar piontamcnte a exu-
ta signincû':âo de qualquer têrmo usado em Pedagogia
como tumbéin Ir.formar-se sôbre os grandes mestres da
materia.

At

Sociologia Educaclonal.
Prof. AMARAL FONTOURA

(BIBLIOTECA DIDATICA BRASILEIRA — SÉRIE I


A ESCOLA VIVA — VOL. 2.°)
Neste livro sâo estudados minucijsaniente todos os rs-
pectos da sociologia educacional, e isso de modo racional, ,
.objetivo, verdadeiramente didâtico. Aléni da divisao em
uiiiùades correspondentes às partes principals da n^téria,^
esta é desdobrada em capitulos, itens e paragrafos, de for
ma a tornar a leitura atraente como também segura e
fàcil a compreenr"'^. . ..
Livro Indispeuw..-^os candidatos ao magisterio e
ùtil a todos os que se in. -ssani direta ou indiretamente
pelos assuntos educacionais.

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