A respeito da imunidade formal, seus efeitos têm relação na regulação do processo-crime
especificamente quanto aos dois pontos seguintes: - A restrição da prisão como espécie de prisão cautelar, sendo possível unicamente a prisão em flagrante se, e somente se, o crime for inafiançável e desde que haja autorização da respectiva casa do congresso nacional pelo voto da maioria de seus membros; - A restrição do próprio processo-crime pelo exercício de um juízo político da respectiva casa do congresso nacional pelo voto da maioria do partido político com representação requerente. A imunidade formal não exclui o crime, mas apenas impõe a observância das prerrogativas constitucionais acima, visando à proteção da função pública eletiva em si, nunca à pessoa que ocupa o mandato. Aos deputados estaduais também haverá a possibilidade de as respectivas assembleias legislativas resolverem sobre a prisão em flagrante, bem como a possibilidade de sustarem o andamento da ação penal até decisão final
O Colegiado entendeu que a leitura da Constituição da República revela que, sob os
ângulos literal e sistemático, os deputados estaduais têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade conferidas pelo constituinte aos congressistas, no que estendidas, expressamente, pelo § 1º do art. 27 da CF. Asseverou que o dispositivo não abre campo a controvérsias semânticas em torno de quais imunidades são abrangidas pela norma extensora. A referência no plural, de cunho genérico, evidencia haver-se conferido a parlamentares estaduais proteção sob os campos material e formal.
A grande questão do julgado acima, em verdade, refletiu a fixação de entendimento
firmado não apenas para confirmar a possibilidade de reprodução, nos Estados, das normas previstas no art. 53, §§ 2º e 3º, da CF/88, mas também de lhes dar a mesma interpretação e extensão. Desde a expedição do diploma, não cabe falar-se em prisão preventiva ou, ainda, qualquer medida cautelar diversa da prisão que implique a impossibilidade o afastamento do exercício do mandato pelo parlamentar, seja ele componente do Legislativo Federal ou Estadual, sem que haja, para tanto, ratificação de decisões judiciais nesse sentido pela respectiva Casa no prazo de 24 horas. Qualquer ato emanado do Poder Judiciário que houver aplicado medida cautelar que impossibilite direta ou indiretamente o exercício regular do mandato legislativo deve ser submetido ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53, § 2º, da CF.
A irretroatividade das futuras novas sanções disciplinares do vindouro Código de Ética e Disciplina: da Polícia Militar do Estado de São Paulo em relação às transgressões disciplinares praticadas antes do início da vigência das novas normas repressivas