Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

PERÍODO LETIVO: 2020.3 – ERE

DATA: 15/01/2021

CAPÍTULO 1: ELETROSTÁTICA

Jhonnes Amaral Soares Toledo


Sumário
O CAMPO ELÉTRICO.....................................................................................................................3
DIVERGENTES E ROTACIONAIS DE CAMPOS ELETROSTÁTICOS....................................................4
POTENCIAL ELÉTRICO...................................................................................................................7
TRABALHO E ENERGIA NO CAMPO ELÉTRICO..............................................................................9
O CAMPO ELÉTRICO
LEI DE COULOMB

A lei de Coulomb é uma lei de interação entre duas cargas. É uma lei fundamental da natureza.

F qQ : Força que q faz em Q


Podemos escrever a lei de Coulomb:

1 qQ 1 ⃗r −⃗r '
F qQ=
⃗ r^ ou ⃗
F qQ = qQ
4 π ε0 r ² 4 π ε0 ¿ ⃗r −⃗r ' ∨³

F Qq=−⃗
Vale a terceira lei de Newton: ⃗ F qQ

PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO

Suponha que temos q 1 , ... , qn cargas. Individualmente a interação entre elas é calculada pela
lei de Coulomb.

O princípio da superposição nos diz:


n
F q=∑ ⃗
⃗ F iq =⃗
F1 q + ⃗
F 2 q +...+ ⃗
Fnq
i=1

Ao colocarmos uma carga de prova Q as cargas pontuais q 1 , ... , qn geram um campo elétrico ⃗
E
sobre o ponto onde está situado Q , além de exercer uma força elétrica F .

A força elétrica é dada por

F =Q ⃗
⃗ E
OBS: Se Q>0, ⃗
Fe⃗
E possuem mesma direção e sentido.
Se Q<0, ⃗
F e⃗
E possuem sentidos contrários.

CAMPO ELÉTRICO
O campo elétrico gerado por n cargas pontuais, em uma distribuição discreta é dado por
n
1 qi
E ( ⃗r )=
⃗ ∑ r^
4 π ε 0 i=1 r i ² i
Podemos também escrever o campo elétrico para uma distribuição continua de cargas com
uma densidade de cargas.

Seja ρ( r⃗ ') a densidade volumétrica de carga. Podemos escrever então que:

ρ( r⃗ ') dτ '=dq
Onde: dq é umelemento de carga infinitesimal

Para este caso, temos:

1 dq ⃗r −⃗r '
E ( ⃗r )=
⃗ ∫ ¿
4 π ε 0 ¿ ⃗r −⃗r ' ∨² ¿ r⃗ −⃗r ' ∨¿

Escrevendo em termos de ρ(⃗r ' ),

1 ρ(⃗r ' )dτ '


E ( ⃗r )=
⃗ ∭ r^
4 π ε0 r²

Além da distribuição volumétrica de cargas, temos também:

Distribuição superficial de cargas, σ (⃗r ' )

σ (⃗r ' )da ' =dq


Para este caso, temos:

1 σ ( ⃗r ') da '
E ( ⃗r )=
⃗ ∬ r^
4 π ε0 r²

Distribuição linear de cargas, λ (⃗r ' )

λ (⃗r ' )dl '=dq


Para este caso, temos:

1 λ(⃗r ' )dl '


E ( ⃗r )=
⃗ ∫ r^
4 π ε0 r²

DIVERGENTES E ROTACIONAIS DE CAMPOS


ELETROSTÁTICOS
LINHAS DE CAMPO
As imagens acima são de linhas de campos para uma carga pontual, cujo o campo é radial.
Temos a representação de linhas de campo para uma carga positiva, uma negativa, e por
últimos estas duas interagindo entre si (dipolo elétrico). Através das linhas de campo podemos
visualizar os campos vetoriais de maneira mais fácil!

FLUXO DE CAMPO

Fluxo de um campo elétrico é definido por

E .d a⃗
∅ E=∬ ⃗

E (linhas de campo são igualmente espaçadas)


Seja um campo uniforme ⃗

 E (nenhuma linha atravessa a


Fluxo de uma superfície paralela as linhas de campo de ⃗
superfície):

E .d a⃗ =0
∅ E=∬ ⃗

 E (fluxo máximo):
Fluxo de uma superfície perpendicular as linhas de campo de ⃗

E .d a⃗ =EA cos θ=EA


∅ E=∬ ⃗

A imagem acima representa o fluxo de um campo elétrico em uma dada superfície.

Fluxo sobre uma superfície fechada envolvendo uma carga pontual. Vamos considerar uma
espera de raio R.

Sabemos que o campo é radial e cai 1/r² para uma partícula pontual.
Vamos escrever, respectivamente, o fluxo do campo elétrico, o campo elétrico e o elemento
de área infinitesimal geral de uma esfera:
E .d a⃗
∅ E=∬ ⃗

1 Q
E=
⃗ r^
4 π ε0 r ²

d ⃗a =R ² sinθ dθdφ r^
Ao calcular o fluxo elétrico obtemos um resultado curioso, onde o valor do fluxo do campo
elétrico não depende da área da esfera, nos dando um valor constante

Q total
∅ E=
ε0

Para uma distribuição de cargas q 1 , ... , qn, podemos escrever que o fluxo total é:
n n Q∫ ¿
E .d a⃗ =∬ (∑ ⃗
∅ E=∬ ⃗ Ei ). d ⃗a=∑ ∬ ⃗
Ei . d a⃗ = ¿
i=1 i=1 ε0

Tiramos a conclusão que se quisermos calcular o fluxo sobre uma superfície que envolva certa
região do espaço com n cargas, não importará a geometria da superfície, o fluxo terá sempre o
mesmo valor. Está a lei de Gauss.

FORMA INTEGRAL DA LEI DE GAUSS

Q∫ ¿
∯ E
⃗ .d a
⃗ = ¿
ε0

FORMA DIFERENCIAL DA LEI DE GAUSS

Podemos representar a carga total como,

Q∫ ¿=∭ ρ ( ⃗r ' )dτ ' ¿

Podemos então escrever o fluxo como,

1
∯ ⃗E .d ⃗a = ε ∭ ρ(r⃗') dτ '
0

Ao aplicarmos o teorema fundamental para divergentes, obtemos:

1
∭ (⃗∇ . ⃗E )dτ= ε ∭ ρ( ⃗r ) dτ
0

A partir do resultado acima, temos então a lei de Gauss na forma diferencial,


⃗ ρ(⃗r )
∇ .⃗
E=
ε0
APLICAÇÕES DA LEI DE GAUSS

Quando existe simetria, ao aplicar a lei de Gauss, obtemos uma maneira muito fácil e simples
de se calcular o campo elétrico. A lei de Gauss deve ser usada quando existe simetria, abaixo
listaremos os tipos de simetria:

 Simetria esférica: A gaussiana é uma esfera concêntrica;


 Simetria cilíndrica: A gaussiana é um cilindro coaxial;
 Simetria plana: A gaussiana na forma de ‘caixa de pílulas’.

E
O DIVERGENTE DE ⃗

Sabemos que o campo elétrico é dado por

1 r⃗ −⃗r '
E ( ⃗r )=
⃗ ∭ ρ( ⃗
r ' ) dτ '
4 π ε0 ¿ r⃗ −⃗r '∨³

Calculando o divergente do campo elétrico

⃗ 1 ⃗ r^ 1 1 ρ( r⃗ )
∇ .⃗
E= ∭ ∇ .[ ρ( ⃗
r ' )dτ ' ]= ∭ ρ(⃗
r ' )dτ ' 4 πδ ³( ⃗r −⃗
r ')= 4 πρ(⃗r )=
4 π ε0 r ² 4 π ε0 4 π ε0 ε0
Com isso concluímos a lei de Gauss.

OBS: para calcular o divergente acima, usamos as condições de delta de Dirac.

E
O ROTACIONAL DE ⃗

Calculando o rotacional usando sua definição e utilizando coordenadas cartesianas (análogo ao


calculo do divergente acima, por isso vou apresentar o resultado final), obtemos:

∇x⃗
E=0
Temos um resultado esperado, visto que o campo elétrico (gerado por cargas) é central, logo
não tem rotacional.

POTENCIAL ELÉTRICO

∇x⃗
E=0 implica em algumas consequências importantes.
Podemos escrever

∫ ( ⃗∇ x ⃗E ) . d ⃗a=0
Usando o teorema fundamental para rotacionais, temos a seguinte implicação:

∮ ⃗E . d l⃗ =0
A consequência é que o campo elétrico formado por cargas é conservativo! Sua integral não
depende do caminho, somente dos extremos!

Para varias cargas varias cargas, basta usar o princípio da superposição e mostramos que
também é conservativo, ou seja,
n
⃗ ∑ ∮⃗
∮ ⃗E . d l= Ei .d l⃗
i=1

POTENCIAL ELÉTRICO DE CARGAS PONTUAIS EM DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS

Como o rotacional de campo elétrico é zero, isso nos permite escrever o campo elétrico como
gradiente do potencial, ou seja,

∇x⃗ E =−⃗
E=0 → ⃗ ∇V

Podemos então reescrever ∮ ⃗E . d l⃗ usando o resultado acima e aplicar o teorema


fundamental do gradiente. Temos então,
b b

∫ ⃗E . d ⃗l=−∫( ⃗∇ V ). d ⃗l=−[V ( b)−V (a)]


a a

O potencial é definido como:


r
E . d l⃗
V (⃗r )=−∫ ⃗
ref

Temos que escolher um ponto de referencial para calcular essa integral de linha.

Para o potencial elétrico também vale o princípio da superposição, quando temos distribuição
de cargas.
n
V =∑ V i
i=1

n
1 qi
V (⃗r )= ∑
4 π ε 0 i=1 r i

POTENCIAL ELÉTRICO DEVIDO A UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS


n
1 dqi 1 ρ(⃗r ' )dτ '
V (⃗r )= ∑ = ∭ ¿
4 π ε 0 i=1 r i 4 π ε 0 ¿ r⃗ − ⃗
r ' ∨¿
E =−⃗
⃗ ∇V
Essas duas equações nos da uma ferramenta nova para calcular o campo elétrico, visto que o
campo elétrico é uma ‘coisa’ real, já o potencial é uma construção matemática.
TRABALHO E ENERGIA NO CAMPO ELÉTRICO
F ext uma força que se opõe a força elétrica. Podemos escrever a energia potencial como:
Seja ⃗
r 12 r 12 r 12

U 12=∫ ⃗
F ext . d ⃗l =−∫ q ⃗
E . d ⃗l =−q ∫ ⃗
E . d ⃗l =qV ( r 12)
∞ ∞ ∞

Temos então que a energia de um sistema com duas cargas pontuais é:

q1 q 2
U 12=
r 12
U 12 >0 , se as cargas tem o mesmo sinal .

U 12 <0 se as cargas tem sinais opostos.

OBS: Tomamos como referencia o infinito no ponto zero.

ENERGIA PARA UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS

A quantidade para reunir uma configuração de cargas pontuais é:


n
1
W = ∑ qi V ¿ ¿
2 i=1

 A energia de um sistema para uma distribuição volumétrica:

1
U sist= V ( r⃗ ') ρ(⃗r ' )dτ '
2∭
 A energia de um sistema para uma distribuição superficial:

1
U sist= V (⃗r ' )σ (⃗r ')da '
2∬
 A energia de um sistema para uma distribuição linear:

1
U sist= V ( r⃗ ') σ (⃗r ' )dλ '
2∫
ENERGIA DE UM SISTEMA DE CARGAS SEM REFERÊNCIA AS ELAS

ε0 ε0
U sist= ∭ E ² dτ + ∯ (V ⃗
E ). d ⃗a
2 2
OBS: Esta soma é constante, ou seja, se um termo cresce o outro decresce.

Para todo espaço a energia é:

ε0 ❑
U sist= ∭ E ² dτ
2 Todo
espaço
SUMÁRIO DE RELAÇÕES ENTRE ρ , ⃗
EeV

Você também pode gostar