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Para os autores citados por Sant'anna, o poder se constitui como relação entre um
mandante (“ser”) e um mandado (“não-ser”), dentro de uma determinada área. O
mandado deseja o que o mandante é/tem (eficiência, competência...). O poder, portanto,
não está nas coisas, mas nessas relações, que podem mudar ao longo do tempo; não há,
então, um mandante absoluto ou eterno. Após a Segunda Guerra Mundial, o poder
torna-se a capacidade de reunir pessoas em torno de si próprio, fazendo de si um modelo
ideal a ser seguido: “atual, inovador, portador de soluções e mensagens ainda não vistas
e que propõe um novo ao social”. (SANT'ANNA, p. 41)
O fato “novo”, então, está ligado à maneira como essa figura se apresenta, ou seja, à sua
aparência, que acaba funcionando como instrumento de sedução na relação com o outro
(o que Le Breton fala sobre “orientar o olhar do outro”). Dentro de uma sociedade
moderna, que não depende de crenças ou de um forte senso de comunidade, a novidade
torna-se algo sempre buscado (a moda, por exemplo, surge com esse interesse por
aquilo que é novo).
“A crença de que para lá está o futuro a alcançar. O aqui é o que já foi, o que lá será o
novo, o que deverá ser, sempre melhor e mais bonito”. (SANT'ANNA, p. 42). Para
exercício do poder na contemporaneidade, a aparência se faz necessária, pois o poder é
expresso de forma menos autoritária e muito mais sedutora.