Número: 8000175-44.2020.8.05.0161

TJBA
PJe - Processo Judicial Eletrônico
12/02/2021
Número: 8000175-44.2020.8.05.0161
Classe: INTERDIÇÃO
Órgão julgador: V DOS FEITOS DE REL DE CONS CIV E COMERCIAIS DE MARAGOGIPE
Última distribuição : 31/08/2020
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: Nomeação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
CELESTE MARIA SOUZA LIMA (REQUERENTE) FRANCISCO DE ASSIS GUEDES (ADVOGADO)
MARSELHE VERUSCA LIMA SEIXAS (REQUERIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
71567 31/08/2020 16:44 Petição Inicial Petição Inicial
440
71569 31/08/2020 16:44 Petição de Celeste Maria Sousa Lima Petição Inicial
171
71569 31/08/2020 16:44 Documento identificação Documento de Identificação
246
71571 31/08/2020 16:44 Documentos comprovação Documento de Comprovação
135
Em anexo.
Assinado eletronicamente por: FRANCISCO DE ASSIS GUEDES - 31/08/2020 16:43:16 Num. 71567440 - Pág. 1
https://pje.tjba.jus.br:443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20083116431687700000069329894
Número do documento: 20083116431687700000069329894
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito, da Vara Cível, da Comarca de Maragojipe\Ba.
CELESTE MARIA SOUSA LIMA, brasileira, solteira, funcionária pública estadual aposentada
(professora), portadora da cédula de identidade nº 04376938 13 – SSP\Ba e do CPF nº
016.754.195-15, residente e domiciliada à rua Monsenhor Adolfo Cerqueira nº 65, Centro, nesta
cidade, por seu advogado infrafirmado, portador do CPF nº 017.148.215-87, inscrito na OAB\Ba
sob nº 5489, com escritório à rua Goes Calmon nº 147, Centro, na cidade de São Felipe, neste
Estado, onde recebe as intimações, dirige-se a V. Excia., para propor a presente Ação de
Interdição em face de sua sobrinha MARSELHE VERUSCA LIMA SEIXAS, brasileira, solteira,
portadora da cédula de identidade nº 09718023 79 – SSP\Ba e do CPF nº 849.431.495-53, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:
Preliminarmente, requer:
A – concessão do benefício da gratuidade da Justiça, por ser pobre, conforme declaração anexa.
A Requerente é funcionária pública estadual, aposentada como professora, cujos vencimentos
não lhe permitem arcar com as despesas do processo judicial e dos honorários advocatícios,
motivo pelo qual faz o presente pedido.
B – que as intimações sejam feitas em nome de Francisco de Assis Guedes, advogado na

presente Ação, sob pena de nulidade.
DOS FATOS
01 – A Interditanda residia com os pais, em Salvador e, aos oito anos de idade, o casal se separou,
o pai foi para lugar distante e sua genitora ficou sem condições de tê-la em sua companhia, já
que trabalhava. A Interditanda é portadora da Síndrome de Dow, nasceu com essa doença, assim
cresceu e se encontra até a presente data. Para sua genitora, após a separação, era impossível
conciliar o trabalho com os cuidados que deveria dedicar à menor. Diante dessa situação, a
Requerente resolveu acolhê-la, trazendo-a para sua residência, mantendo-a sob seus cuidados.
02 – Em 02 (dois) de maio de 1997, por esse Juízo foi concedida à Requerente, a Guarda da ora
Interditanda, conforme Termo de Guarda e Responsabilidade, anexo.
03 – Decorrente da Síndrome de Dow, a Interditanda apresenta transtorno mental, o que a

impossibilita de se contactar com as pessoas que a cercam. Além disso, caminha muito pouco e
ainda assim, com ajuda; tem os pés pequenos, bem desproporcionais ao corpo; não conversa e
sua linguagem limita-se ao uso de apenas três palavras: “Tia”, “pepê” e “cocô”; “Pepê” quer
dizer comer. Em razão disso, está, infelizmente, incapaz de reger sua vida e gerir qualquer
negócio, estando, pois, sem condições de praticar os atos da vida civil.
04 – O genitor da Interditanda, após a separação, viajou e se encontra em lugar desconhecido.

Quanto à genitora da Interditanda, a mesma se encontra aposentada, em Salvador e suas
condições de saúde são precárias, não tendo condições de cuidar da filha.
DO DIREITO
Diz o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 3º, III:
Artigo 3º - “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil”:
III – “Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento
para a prática desses atos”.
A Interditanda é, como se verifica de seu desequilíbrio mental, doente da vontade e da

inteligência, porque não compreende o que faz, razão porque o faz desordenadamente.
Segundo o disposto no artigo 1.767, I e III do citado Diploma legal, diz:
Artigo 1.767 – “Estão sujeitos a curatela”:
I – “Aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário

discernimento para os atos da vida civil”.
III – “os deficientes mentais”...
Nessas condições, está a Interditanda sujeita a curatela, por motivo de não gozar da clareza da
razão, indispensável, para exercer por si os atos da vida civil.
Assim, compete à peticionária (artigo 1.768, II do Código Civil, na qualidade de tia da

Interditanda, promover a presente Ação de Interdição para, na qualidade de sua curadora,
praticar em seu nome, todos os atos da vida civil.
DO PEDIDO
Diante do exposto, a Peticionária requer a Vossa Excelência:
I – sua nomeação provisória, como curadora da Interditanda, conforme preceitua o artigo 749,
Parágrafo Único do Código de Processo Civil;
II – seja a Interditanda citada para os fins previstos no caput do artigo 751 do Código de Processo
Civil;
III – face à impossibilidade da Interditanda deslocar-se até a sede do Forum, seja a mesma ouvida
em casa, conforme diz o § 1º do artigo 751 do citado Diploma legal, procedendo-se como
determinam os demais parágrafos;
IV – que sejam observadas as determinações do artigo 752 e seguintes do CPC;
V – a intervenção do Ministério Público;
VI – seja, na sentença, feita a nomeação da Requerente como Curadora da Interditanda,
conforme estabelece o artigo 755, I do mesmo Diploma legal, procedendo-se ainda de acordo
com os demais incisos do citado artigo e dos artigos seguintes.
Protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito como pericial,
testemunhal e documental.
Dando à causa o valor de R$1.000,00 (hum mil reais),
P. deferimento
Maragojipe (Ba), 31 de agosto de 2020
Francisco de Assis Guedes
OAB\BA nº 5489

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B – que as intimações sejam feitas em nome de Francisco de Assis Guedes, advogado na

03 – Decorrente da Síndrome de Dow, a Interditanda apresenta transtorno mental, o que a

04 – O genitor da Interditanda, após a separação, viajou e se encontra em lugar desconhecido.

Diz o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 3º, III:

Artigo 3º - “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil”:

A Interditanda é, como se verifica de seu desequilíbrio mental, doente da vontade e da

Segundo o disposto no artigo 1.767, I e III do citado Diploma legal, diz:

Artigo 1.767 – “Estão sujeitos a curatela”:

I – “Aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário

III – “os deficientes mentais”...

Assim, compete à peticionária (artigo 1.768, II do Código Civil, na qualidade de tia da

Diante do exposto, a Peticionária requer a Vossa Excelência:

IV – que sejam observadas as determinações do artigo 752 e seguintes do CPC;

V – a intervenção do Ministério Público;

Dando à causa o valor de R$1.000,00 (hum mil reais),

Maragojipe (Ba), 31 de agosto de 2020

Francisco de Assis Guedes

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