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RECREAÇÃO E LAZER
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014
790.1 S583r
ISBN: 978-85-8377-238-5
CDD 790.1
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Juliana Biggi
Dandara Louise Vieira Matavelli Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rafael Antonio Morotti
Josiane Marchiori Martins Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Lidiane Maria Magalini Talita Cristina Bartolomeu
Luciana A. Mani Adami Vanessa Vergani Machado
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera Projeto gráfico, diagramação e capa
Raquel Baptista Meneses Frata Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai CDD 658.151
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Introdução aos estudos do lazer e da recreação. Lazer, ludicidade e educação.
Formação e atuação profissional no campo do lazer e da recreação. Políticas
(públicas) de lazer. Pesquisa aplicada ao lazer.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Caro aluno, seja muito bem-vindo!
Agora iniciaremos os estudos de Recreação e Lazer, que
compõe os cursos de Graduação na modalidade EaD.
No Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará as
quatro unidades básicas que compõem o material, preparadas es-
pecialmente para que você possa realizar seus estudos relativos a
esta obra. Com isto, esperamos que você tenha contato com con-
hecimentos que irão contribuir para seu processo de formação e
atuação profissional no campo da Educação Física, em especial no
que se refere à área de recreação e lazer.
8 © Recreação e Lazer
Abordagem geral
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados em Recreação e Lazer. Veja, a
seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Cultura: de acordo com Chauí (1994), "é a maneira pela
qual os humanos se humanizam por meio de práticas
que criam existência social, econômica, política, reli-
giosa e artística" (p. 295). Daolio (2008) afirma que as
definições contemporâneas para esse termo têm consi-
derado, além da produção material e externa aos seres
humanos, as maneiras de compreender a cultura, que
também incorporam os processos contínuos e dinâmi-
cos de orientação e significação empreendidos pelos ho-
mens, ou seja, um processo de manipulação simbólica.
O autor nos alerta para o fato de que os profissionais da
Educação Física não atuam diretamente sobre o corpo
ou sobre os movimentos em si, mas, sim, tratam dos se-
res humanos em suas manifestações culturais, relacio-
nadas ao corpo e ao movimento humano.
2) Indústria cultural: expressão que aparece pela primeira
vez no livro Dialética do Esclarecimento, de Max Horkhei-
mer e Theodor W. Adorno, e que foi cunhada para substi-
tuir, com maior precisão, o termo cultura de massa. Com
Questões autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Recreação e Lazer, pode
ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, medi-
ante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você
estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa.
Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus
conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática
profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, aluno na modalidade EaD, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
© Caderno de Referência de Conteúdo 19
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASSANI, Jaison José; VAZ, Alexandre Fernadez. Indústria Cultural. In: GONZÁLEZ,
Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo (Org.). Dicionário crítico de Educação
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LINHALES, Meily Assbú São as políticas públicas para a Educação Física/Esportes e Lazer,
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______. Conceito de lazer. Revista Brasileira de Educação Física e Desportos, Brasília, n.
4, p. 11-21, 1979.
2. CONTEÚDOS
• Recreação e lazer: vínculos históricos.
22 © Recreação e Lazer
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
No cotidiano de muitas pessoas, é comum a menção aos
vocábulos "lazer" e "recreação". Se sairmos às ruas perguntando
o significado de ambos os termos, veremos que dificilmente uma
pessoa não saberá anunciar um entendimento para essas ex-
pressões.
Às vezes, a referência a esses termos se dá de forma sepa-
rada, ou seja, há a utilização de apenas uma das palavras (recrea-
ção ou lazer), e, em outras ocasiões, a associação entre ambas é
recorrente, indicando, dessa forma, a possibilidade de um vínculo
relacional.
A associação entre a recreação e o lazer pode ser verificada
em algumas áreas do conhecimento, o que gera dúvidas no que
se refere aos significados, à especificidade e à abrangência desses
termos.
De acordo com Gomes (2003), é possível identificar diversas
interpretações sobre os significados e as relações historicamente
construídas entre recreação e lazer. Para a autora, poderá ha-
ver uma identificação entre os termos (ambos compartilhando o
mesmo significado), um entendimento que considera a recreação
como uma função do lazer ou uma compreensão que aponta para
a existência de significados distintos para a recreação e o lazer.
Sociedade greco-romana
Foi aproximadamente no século 5º a. C. que ocorreu o "flo-
rescimento cultural do mundo grego", como o denominam os his-
toriadores. Essa época é conhecida como a fase clássica da Grécia,
representada pelo apogeu de Atenas: capital das artes, da ciência,
da filosofia e da política, fervilhante de novas ideias.
Os atenienses demonstravam paixão pela perfeição. Suas
construções eram imponentes, a arquitetura e o artesanato prima-
vam pela riqueza de detalhes; os jogos olímpicos eram motivados
pela busca da excelência.
Os jogos aconteciam no monte Olimpo e eram, antes de
tudo, um evento de cunho religioso, no qual deveriam ser ofereci-
dos sacrifícios e orações a Zeus.
Além de Zeus, muitos outros deuses eram cultuados pelos
gregos. Acredita-se que o teatro, a tragédia, a comédia e a decla-
mação da poesia tiveram origem nos rituais realizados pelas se-
guidoras de Dionísio, o deus do vinho. A Grécia clássica abrigava
uma centena de anfiteatros, e neles se encenavam muitas peças
sobre vários temas.
© U1 - Recreação e Lazer: Apontamentos Históricos e Conceituais no Campo da Educação Física 41
Sociedade medieval
A fase conhecida como Idade Média abrange um período
muito extenso, com características profundamente distintas ao
longo dos séculos. Essa etapa revelou-se heterogênea em termos
de tempos, lugares, formas de agir e categorias sociais.
Como será evidenciado neste tópico, muitas dessas variáveis
influenciaram a constituição do lazer e do trabalho em nosso meio,
especialmente considerando a vida social das pessoas comuns.
No século 5º, começa a se formar um sistema social, político
e econômico conhecido como feudalismo, cuja origem está rela-
cionada ao declínio do Império Romano do Ocidente, conforme
tratamos no tópico anterior.
Com a queda de Roma, muitos senhores abandonaram as
cidades e foram morar no campo, em suas propriedades. Em bus-
ca de trabalho e proteção, os cidadãos de poucas posses acom-
panharam os grandes senhores, ocasionando o esvaziamento das
cidades e a completa fixação da população no campo. Surgem,
então, os feudos medievais.
Com as invasões na Península Ibérica e na Europa Oriental, a
navegação e o comércio no mar Mediterrâneo foram bloqueados.
Isolada dos outros continentes, restou à Europa efetuar a simples
troca de mercadorias, sendo a agricultura praticamente a única
atividade econômica desenvolvida. Essas condições foram decisi-
vas para o estabelecimento dos feudos.
O feudo era o domínio de um senhor feudal, a unidade de
produção do feudalismo. Compreendia uma ou mais aldeias, as
terras cultivadas pelos camponeses, a terra da Igreja, a casa do
senhor (situada na parte mais fértil da propriedade), as pastagens,
os prados e os bosques comuns.
No feudalismo, as relações sociais podiam ser resumidas nas
relações entre servos e senhores. Enquanto os senhores tinham a
posse legal das terras e exerciam o poder político, militar, jurídico e
Sociedades urbano-industriais
O projeto da Modernidade primou, entre outros aspectos,
pela fragmentação dos tempos e dos espaços sociais, aspecto de-
terminante para o redimensionamento da sociedade urbana e in-
dustrial. Essa nova orientação provocou um maior distanciamento
entre público e privado, entre ciência e religião, entre trabalho e
lazer.
O objetivo deste tópico é compreender alguns dos elemen-
tos que impulsionaram o processo de institucionalização do lazer
no contexto da moderna sociedade urbana e industrial, conside-
rando, em especial, as influências advindas do mundo do trabalho.
Por mais conceituadas que fossem as cidades, antes da era
Moderna, as áreas rurais eram as grandes produtoras de riqueza. À
medida que o padrão social de riqueza se alterou da posse de terra
© U1 - Recreação e Lazer: Apontamentos Históricos e Conceituais no Campo da Educação Física 55
Sociedade contemporânea
Geralmente, o trabalho é concebido como uma obrigação,
e não como uma autêntica possibilidade de realização humana.
Para Padilha (2004), como o trabalho é colocado em situação de
oposição à liberdade, esta só poderia ser vivenciada pelo trabal-
hador no tempo fora do ato produtivo. Sendo assim, o tempo livre
surge como um suposto tempo de liberdade, de liberação das am-
arras, das obrigações e das contradições presentes no mundo do
trabalho.
É necessário lembrar que as sociedades humanas sempre se
organizaram em "tempos sociais", ou seja, em momentos determi-
nados pelas atividades sociais neles desenvolvidas: o tempo para o
trabalho, para a educação, para a religiosidade, para a família, para
o descanso etc. A vida coletiva é regida pela articulação desses
momentos. A compreensão do tempo livre, que representa um
tempo social, sempre esteve vinculada aos significados do trabal-
ho e do tempo de trabalho. Em decorrência, seu principal sentido
prevalece como o de um tempo de não trabalho (PADILHA, 2004).
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade, qual seja a abordagem histórica do lazer e da recreação,
assim como da apropriação conceitual destes fenômenos.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade.
Lembre-se de que, na Educação a Distância, a construção do
conhecimento ocorre de forma cooperativa e colaborativa; com-
partilhe, portanto, as suas descobertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) No decorrer desta unidade, estudamos a trajetória histórica da recreação
em nosso país. Sendo assim, aponte os principais elementos que influencia-
ram o entendimento dessa prática social nos diferentes contextos históricos.
9. CONSIDERAÇÕES
Conforme pudemos observar, a recreação e o lazer percor-
reram trajetórias históricas diferentes, embora a ligação entre am-
bos os fenômenos seja estreita.
Esta unidade apresentou algumas considerações sobre o
lazer, a recreação e o trabalho em seus aspectos histórico-con-
ceituais, e teve como principal objetivo situar você no campo de
estudos sobre lazer/recreação, privilegiando o enfoque desse as-
sunto a partir de discussões relacionadas ao trabalho.
Não pretendemos esgotar o tema, mas tão-somente for-
necer elementos para que possamos iniciar um diálogo sobre essa
questão, cuja importância é, há muito tempo, reconhecida entre
os estudiosos e os profissionais engajados na área de lazer/rec-
reação.
Este debate é fundamental para um curso de graduação
em Educação Física, pois permite que você tenha contato com
questões básicas para essa área. Além disso, poderá fornecer sub-
sídios que poderão auxiliá-lo, independentemente do fato de você
estar ainda iniciando suas pesquisas sobre lazer/recreação, em seu
processo de formação profissional.
Esperamos que tenha um bom proveito nas próximas re-
flexões!
© U1 - Recreação e Lazer: Apontamentos Históricos e Conceituais no Campo da Educação Física 79
10. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
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© U1 - Recreação e Lazer: Apontamentos Históricos e Conceituais no Campo da Educação Física 81
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lazer: contribuições da fenomenologia. In: PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis (Org.).
Teorias do lazer. Maringá: EDUEM, 2010. p. 73-102.
2
1. OBJETIVOS
• Compreender o lazer como direito social e como política
social.
• Promover articulações entre lazer e cidadania.
• Explicitar as relações entre lazer, Estado, mercado e so-
ciedade.
• Identificar práticas políticas de lazer historicamente cons-
truídas no Brasil.
2. CONTEÚDOS
• Lazer como direito social.
• Processo histórico de políticas de lazer.
• Focalização ou universalização das políticas.
84 © Recreação e Lazer
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, vamos tratar dos fundamentos do lazer como
direito social e como objeto de políticas sociais. Queremos discutir
a relação entre cidadania e inclusão social para então pensarmos
em alguns elementos históricos do lazer. O lazer, restrito à com-
pensação da insatisfação e da alienação causadas pelo trabalho,
à recuperação psicossomática do trabalhador, a um produto de
mercado e à possibilidade de realização humana restrita aos inte-
resses do capital, está desvinculado das questões mais amplas que
constituem a dinâmica social.
Teremos a oportunidade de entender o que significa a afir-
mação de que o lazer é um direito social em nosso país, buscando
compreender suas relações com o Estado, com o mercado e, por
fim, com o processo de desenvolvimento humano.
© U2 - Dimensões Políticas do Lazer 85
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Pautando-se nos estudos realizados nesta unidade, assim como em outras
referências consultadas, explique o que significa a afirmação de que o lazer
é um direito social.
9. CONSIDERAÇÕES
Em síntese, essa releitura histórica das políticas de lazer no
Brasil nos mostra que o lazer não é uma esfera social isolada. Inse-
re-se nas relações sociais e é perpassada por relações de poder, da
mesma forma que toda a sociedade.
Nesse contexto, mesmo imbuídos da necessidade e dos de-
sejos de mudanças históricas, estamos sempre em confronto com
vários interesses: políticos, econômicos e outros.
© U2 - Dimensões Políticas do Lazer 115
10. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
BRASIL. Constituição (1891). Constituição da República dos Estados Unidos do
Brazil de 1891. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro, RJ,
24 fev. 1891. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
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Brasil de 1934. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro, RJ,
16 jul. 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
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novembro de 1937. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro,
RJ, [s.d.]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
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setembro de 1946. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro,
RJ, 19 set. 1946. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constitui%C3%A7ao46.htm>. Acesso em: 11 set. 2012 d
3
1. OBJETIVOS
• Enfatizar a relação entre o lazer e a educação como cam-
pos de estudos.
• Apresentar e discutir o conceito de campo.
• Apresentar estudos que articulam lazer e educação.
• Apresentar estudos que articulam educação e lazer.
• Apresentar e ilustrar com exemplos os conteúdos cultu-
rais do lazer.
2. CONTEÚDOS
• A educação na contemporaneidade.
• O campo de estudos do lazer.
• Articulações entre lazer e educação.
• Interesses culturais do lazer.
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4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Podemos afirmar que, em nosso país, foi a partir de 1970
que o lazer deixou de ser visto como um tema estudado por ini-
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5. A EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Propomos um diálogo sobre o significado da educação em
nosso contexto social, tendo a sociedade globalizada e informati-
zada deste século 21 como referência.
O que estamos entendendo por educação? O que essa nova
configuração trouxe para o contexto educacional? O que preten-
demos para os sujeitos que estamos educando? Essas questões
de que trataremos devem ser respondidas a fim de que tenhamos
em nossos horizontes um papel definido ao atuarmos no campo
do lazer.
A cada dia, percebemos que a sociedade em que vivemos
tem se modificado. Tudo tem acontecido muito rapidamente. Res-
postas que antes nos convenciam e confortavam, hoje não aten-
dem mais às nossas expectativas.
Interesse físico
É representado pela prática de atividades físicas de modo
geral. As práticas esportivas, os passeios, as pescas, a ginástica,
realizadas em espaços específicos (academias, ginásios) e não
específicos (ruas, residências), são exemplos representativos. De
acordo com Coutinho e Maia (2009, p. 36), poderíamos pensar nas
seguintes ações para o desenvolvimento desse conteúdo:
• Todo o universo de jogos esportivos tradicionais e adaptados
(paraolímpicos).
• Prática de modalidades esportivas não comuns ao dia a dia dos
participantes. – Ex: golfe – utilizando bolinha de tênis ou bor-
racha e um taco de madeira; rugby – tomando cuidado com
questões de segurança; esgrima – utilizando um giz colorido
tentando pintar a roupa do companheiro.
• Brincadeiras tradicionais que possam estar meio esquecidas –
Ex: bolinha de gude com suas diversas variações.
• Dia do Recreio sobre rodas – estimular as crianças a trazerem
suas bicicletas, skates, patins, patinetes, carrinho de rolimã e
organizar espaços para eles se divertirem. Tomar o cuidado para
que não se cause constrangimento, caso muitos participantes
não tenham e não tragam nenhum desses brinquedos. Pode-se
pensar numa forma de estimular o brincar junto, partilhando o
brinquedo que se trouxe.
Interesse intelectual
Nesse contexto, interesse intelectual é a ênfase é dada ao co-
nhecimento vivido, experimentado, fundamental para a formação
do indivíduo. O que se busca é o contato com as informações objeti-
vas e explicações racionais, por meio de cursos ou leitura, por exem-
plo. As sugestões apontadas por Coutinho e Maia (2009, p. 41) são:
• Mini-palestras sobre o tema gerador – convidar profissionais ou
até mesmo pais de participantes para falar sobre meio ambiente.
• Mesas de discussão temáticas – expor um problema ambiental
que acomete a localidade onde está inserido o PST, buscando
sugestões coletivas para solução do problema.
• Rodas de discussão a partir de situações vivenciadas, para pro-
posições coletivas de possíveis modificações nas regras e estru-
turas das atividades propostas, tornando-as mais participativas
e/ou cooperativas.
• Jogos de mesa – xadrez, dama, gamão.
• Jogos intelectivos (que podem ser trazidos pelos participantes)
– perfil, imagem e ação, batalha naval.
• STOP – utilizando categorias adaptadas a cada região. Neste
jogo sorteia-se uma letra do alfabeto para que todos escrevam
uma coisa ou objeto que comece com esta letra. Ex: nome de
carro, de filme, de fruta.
• Gincanas com provas de conhecimentos gerais ou relacionados
a um tema específico.
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Interesse artístico
O interesse artístico abrange as mais diversas manifestações
artísticas, como teatro, cinema, artes plásticas, buscando a satis-
fação do imaginário (imagens, emoções e sentimentos). Seu con-
teúdo é estético. As festas podem ser incluídas nesse segmento
do lazer. Coutinho e Maia (2009, p. 39) nos sugerem as seguintes
atividades:
• Oficinas de dança – utilizando danças típicas da região bem como
outras formas de dança que possam demonstrar a diversidade
cultural de nosso país e até mesmo de outros países. Ex: dança
de salão, hip-hop, brinquedos cantados, ginástica maluca criada
de forma coletiva, entre outras manifestações.
• Filmes relacionados ao tema gerador – uma sessão de cinema
improvisada, ou até mesmo uma visita ao cinema da cidade.
• Teatro – apresentação de um grupo de teatro da região ou uma
oficina para as crianças e adolescentes possam produzir suas pró-
prias peças ou esquetes teatrais.
• Música – oficina de instrumentos musicais ou organização de um
festival onde os participantes poderão apresentar os seus talen-
tos.
• Oficina de vivências e confecção de artes plásticas (escultura e
pintura), fazendo uso de materiais recicláveis.
Interesse social
O interesse social manifesta-se quando se procura um conta-
to direto com outras pessoas, por meio de um relacionamento ou
convívio social. Exemplos específicos são os bailes, os cafés, os ba-
res e a frequência a associações servindo como ponto de encontro.
Para esse conteúdo, Coutinho e Maia (2009, p. 41) nos apontam:
• O momento do lanche pode ser feito em forma de piquenique,
onde um grupo de participantes recebe uma quantidade X de
alimentos para serem preparados e divididos entre si. Os grupos
podem receber alimentos diferentes, gerando a possibilidade de
intercâmbio entre os mesmos.
• Festa temática – num dia especial os alunos poderão vir fanta-
siados para uma festa com música, dança e um lanche diferente.
Interesse turístico
A busca de novas paisagens, ritmos e costumes distintos da-
queles vivenciados cotidianamente é a aspiração mais presente
nos interesses turísticos. Os passeios, as viagens e a visita a shop-
pings centers constituem exemplos desse tipo de interesse. Couti-
nho e Maia (2009, p. 45) apresentam as seguintes sugestões:
• O momento do passeio que faz parte do planejamento do Recreio
nas Férias.
• O conhecimento ou reconhecimento do espaço circunvizinho da
localidade onde funciona o núcleo (Ex: praças, espaços culturais,
museus, prédios históricos), na perspectiva de demonstrar possi-
bilidades de lazer não percebidas ou exploradas pela população.
Interesse virtual
Compreende as formas de atividades de lazer que utilizam
tecnologia como as do computador, do videogame e da televisão.
a) conteúdo físico;
b) conteúdo prático;
c) conteúdo social;
d) conteúdo intelectual;
e) conteúdo artístico;
f) conteúdo turístico;
g) conteúdo virtual.
4) Apresente exemplos de como poderíamos desenvolver cada uma dessas di-
mensões com um público frequentador de um clube social.
11. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim de mais uma unidade!
Agora que você teve a oportunidade de pensar sobre as
questões importantes para a sua formação no que tange às articu-
lações entre o lazer e a educação, reflita sobre sua futura prática
pedagógica nesse campo.
Os elementos teóricos trazidos para o debate nesta unida-
de favorecerão a construção de um entendimento mais amplo do
processo de formação e atuação profissional. Aliás, esse será o
tema de nossa próxima unidade.
Vamos a ela?
12. E-REFERÊNCIAS
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LARAIA, Roque. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
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MELO, Victor Andrade de; ALVES JÚNIOR, Edmundo de Drummond. Introdução ao lazer.
São Paulo: Manole, 2003.
© U3 - Interfaces entre o Lazer e a Educação 147
4
1. OBJETIVOS
• Compreender como se organizam os bens culturais.
• Reconhecer a possibilidade de contribuição, por meio das
atividades de lazer, para a construção de uma cidade mais
justa e uma vida melhor aos seus habitantes.
• Entender o conceito de animação cultural.
• Abordar aspectos inerentes ao processo de formação e
atuação profissional no campo do lazer.
• Compreender a animação cultural como uma das possi-
bilidades para a elaboração de programas e projetos de
lazer.
2. CONTEÚDOS
• Profissionais do lazer: formação e atuação.
• A animação cultural.
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4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, trataremos das questões relativas ao proces-
so de formação e atuação profissional no campo do lazer, apresen-
tando suas especificidades quanto à formação e aos seus campos
de atuação na sociedade atual.
Esta unidade se justifica na medida em que o profissional da
Educação Física também é um profissional do lazer, atuando desde
o planejamento até a execução de ações de lazer.
Sendo assim, vamos aos estudos!
6. A ANIMAÇÃO CULTURAL
Caminhando diretamente ao assunto, traremos uma defini-
ção que será fundamental para esta unidade. Trata-se do conceito
de "animação cultural". Segundo Melo (2006, p. 28-29), animação
cultural é:
[...] uma tecnologia educacional (uma proposta de intervenção pe-
dagógica), pautada na idéia radical de mediação (que nunca deve
significar imposição), que busca permitir compreensões mais apro-
fundadas acerca dos sentidos e dos significados culturais (conside-
rando as tensões que nesse âmbito se estabelecem), que conce-
dem concretude à nossa existência cotidiana, construída a partir
do princípio de estímulo às organizações comunitárias (que pressu-
põe a idéia de indivíduos fortes para que tenhamos realmente uma
construção democrática), sempre tendo em vista provocar ques-
tionamentos acerca da ordem social estabelecida e contribuir para
a superação do status quo e para a construção de uma sociedade
mais justa.
Cultura erudita
Trata-se de manifestações que normalmente se organizam
em "escolas" que contemplam certas características em comum.
São manifestações de longo alcance, que são destacadas por figu-
ras insignes, reconhecidas pela excelência de sua produção, que as
representam. Veja alguns exemplos:
• Artes plásticas: Renascimento – Leonardo da Vinci; Barro-
co – Caravaggio; Surrealismo – Salvador Dalí.
• Cinema: Expressionismo – Fritz Lang; Neorrealismo ita-
liano – Roberto Rosselini; Nouvelle Vague – François Tru-
ffaut; Cinema Novo – Glauber Rocha.
• Literatura: Greco-romana – Homero; Idade Média e Re-
nascença: Dante Alighieri e Shekespeare; pós-Renascença
– Goethe e Dostoiévski
• Música: Classicismo – Mozart; Período Romântico – Franz
Listz; Período Moderno e Contemporâneo – Erik Satie,
Claude Debussy e Maurice Ravel. Brasil – Machado de As-
sis, Manuel Bandeira e José de Alencar.
Essas manifestações normalmente gozam de prestígio so-
cial. Tendem a ser valorizadas e a estabelecer padrões estéticos.
Como são frequentadas notadamente por indivíduos ligados às
camadas privilegiadas economicamente, constroem ao seu redor
uma ideia de prestígio e certo poder de decisão.
Por que seriam acessadas prioritariamente por membros
das elites econômicas? Será que é por que as pessoas mais humil-
des não gostam desse tipo de diversão?
Certamente não. A primeira ressalva que deve ser feita: o
fato de alguém ser rico não o credencia automaticamente a apre-
ciar esse tipo de manifestação.
Cultura de massa
Chamamos de cultura de massa a que é produzida, em geral,
pela indústria do entretenimento, diretamente relacionada aos
meios de comunicação, e normalmente modulada para atender a
um grande contingente de pessoas.
Para atender ao gosto médio, a cultura de massa costuma re-
forçar alguns clichês, organizar-se de forma estandardizada, e não
investir em investigações ou experiências no âmbito das peculiari-
dades da linguagem.
Na verdade, a cultura de massa é bastante heterogênea, ofe-
recendo produtos bastante diferenciados, envolvendo os mais di-
ferentes desejos e gostos. Mais do que discutir a questão da quali-
dade, o fundamental é perceber que a ela se atrelam diretamente
estratégias comerciais e interesses de grupos específicos.
É lógico que existem coisas de melhor qualidade que conse-
guem romper o sem-número de atividades de qualidade duvidosa
que são oferecidas, mas essas constituem exceções em um quadro
que parece piorar a cada dia.
Com isso, não estamos adotando uma posição preconceituo-
sa. Muito pelo contrário, estamos preocupados com a possibilida-
de de que isso venha a ocorrer.
O prazer que as pessoas obtêm com as atividades da cultura
de massa é obviamente legítimo e não pode ser desconsiderado.
Cultura popular
Quando falamos em cultura popular, normalmente estamos
nos referindo a uma produção local, bastante relacionada a uma
tradição.
Por certo, nos dias de hoje, em função da ação dos meios
de comunicação, muitas vezes as atividades relacionadas à cultura
popular já conseguem chegar a um grande número de pessoas,
algumas vezes com suas características notadamente modificadas,
em função não só dos encontros culturais, mas também da ação do
mercado, que as transforma, tornando-as mais "palatáveis", mais
vendáveis, um produto de consumo. Isso quer dizer que, como
normalmente têm menor poder de influência e decisão, muitas
vezes as atividades relacionadas à cultura popular tornam-se mais
frágeis perante a ação do mercado cultural.
Essa dimensão deve ser observada. Não adianta acreditar
que devemos preservar as manifestações exatamente na sua for-
ma original, se é que isso é possível. Devemos perceber que muitas
vezes seus parâmetros são tão alterados que, no fundo, estamos
observando outro produto, uma distorção profunda dos sentidos
originais.
Mas, mesmo com tantas ações do mercado cultural, há re-
sistências. Muitos grupos conseguem preservar o essencial de sua
manifestação ou conseguem dialogar com a cultura de massa sem
perder a consciência de suas origens. A questão, mais uma vez re-
8. POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO
Animação cultural é a postura do profissional de lazer peran-
te a cultura erudita, a cultura de massas e a cultura popular. Ani-
mação é originária da palavra grega anima, que quer dizer alma.
Dessa forma, encontramos o termo que julgamos mais ade-
quado para definir o profissional de lazer: ou seja, "animador cul-
© U4 - Lazer: Formação e Atuação Profissional 165
tural". Esse termo define com mais rigor a natureza do seu conhe-
cimento e da sua intervenção.
Por certo, outros termos serão encontrados para definir o
profissional de lazer (recreador, gentil organizador, agente cultural
e até professor), mas nenhum deles pode definir com tanta pre-
cisão o que esperamos ser seu compromisso político-pedagógico
específico ao se trabalhar na dupla perspectiva educacional: edu-
cação para e pelo lazer.
Observamos, também, que alguns estudiosos preferem a
utilização do termo "animação sociocultural", mas o sentido é se-
melhante ao de animação cultural.
É interessante observar que ambas as dimensões educativas
não estão livres de risco nem definem, a priori, uma atuação cujo
compromisso seja o de superação do status quo.
As abordagens funcionalistas também concordam com as
duas dimensões, utilizando-as a partir de sua visão de mundo.
Sendo assim, devemos tomar cuidado para que educar não seja
adaptar os indivíduos à sociedade em vigor, mas, sim, o processo
contrário, de questionamento dessa ordem.
É interessante, então, discutir um pouco mais sobre as possí-
veis intencionalidades existentes ao redor de diferentes perspecti-
vas de animação cultural.
Para entendermos de forma ampla as diversas possibilidades
de intervenção da animação cultural, recorremos à classificação
proposta por P. Besnard e aceita por José Antonio Caride Gomez
(1997). Conforme esses autores, podemos encontrar três grandes
perspectivas de atuação, sendo uma delas diretamente relaciona-
da à manutenção da ordem social. A outra entende serem neces-
sárias reformas nessa ordem, enquanto a terceira tenta promover
uma transformação completa dessa estrutura.
12. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
GRUPO DE PESQUISA "ANIMA". Lazer, Animação Cultural e Estudos Culturais/UFRJ.
Disponível em: <http://www.anima.eefd.ufrj.br/>. Acesso em: 05 out. 2012.
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em: 18 set. 2012.