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Objetivos
• Compreender as mudanças contemporâneas na concepção de saúde e
doença.
• Analisar os aspectos políticos envolvidos na conceituação do direito à saú-
de e na ideia de “promoção à saúde”.
• Identificar as novas formas de abordagem do paciente críticas ao “modelo
biomédico”.
Conteúdos
• Da Declaração de Alma-Ata ao surgimento do SUS: a saúde em seus aspec-
tos biopsicossociais.
• Cultura, sociedade e a relação entre paciente e profissional da saúde.
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UNIDADE 4 – POLÍTICA, CULTURA E SAÚDE
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa última unidade de estudo, você está
preparado?
Nesta unidade, realizaremos uma leitura das transforma-
ções recentes nas concepções e políticas de saúde, proporcio-
nadas por uma série de críticas e proposições que surgiram no
âmbito nacional e internacional. Recuperando as discussões das
unidades anteriores, compreenderemos como surgiram propo-
sições mais participativas e inclusivas de se pensar a saúde em
termos coletivos e individuais. Esboçaremos também os obstá-
culos de sua efetivação no contexto brasileiro e outros interesses
econômicos e ideológicos postos em disputa.
Além do foco em diretrizes e políticas internacionais e go-
vernamentais, vamos refletir sobre as mudanças no que tange à
relação entre profissional de saúde e paciente, levando em conta
a inserção sociocultural do paciente, bem como os aspectos cul-
turais e existenciais da doença.
Vamos começar?
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Várias reflexões, disputas e deliberações programáticas foram
estabelecidas em torno da questão da saúde internacionalmente. Sobre
elas, pode-se afirmar:
a) A Declaração da Conferência Internacional Sobre os Cuidados de Saú-
de em Alma-Ata e a Carta de Ottawa não se consolidaram como refe-
rências de políticas públicas.
b) A consolidação do SUS nada teve a ver com as discussões e as confe-
rências internacionais.
c) Elas respaldaram estritamente o “modelo biomédico”.
d) Elas foram fundamentais para a consolidação de políticas públicas que
levavam em conta os condicionantes sociais da saúde e os aspectos
biopsicossociais da doença.
4) C
onsiderar a doença como algo não estritamente biológico, mas como
parte da experiência de vida do paciente, não diz respeito a:
a) Abordar os aspectos socioculturais do paciente e sua forma subjetiva
de lidar com a doença.
b) Aspecto fundamental da contemporaneidade, caracterizada pelo pre-
domínio de doenças crônicas.
c) Capacidades que precisam ser desenvolvidas pelos profissionais da
saúde no sentido de ouvir o paciente e compreendê-lo não como um
corpo doente, mas como uma subjetividade socialmente situada.
d) Desconsiderar os aspectos sociais da doença, seja no que tange às ati-
vidades diárias do paciente, bem como em sua interação com demais
pessoas, abrindo a possibilidade de ter que conviver com o estigma da
doença.
5) O estigma:
a) pode ser definido como uma marca social que altera a forma como
as pessoas veem certos indivíduos a partir de determinados atributos
que passam a predominar sobre suas outras características.
b) não precisa ser levado em conta pelo profissional da saúde, posto que
não é de sua competência.
c) envolve aspectos da doença que não remetem às relações sociais e aos
aspectos culturais de determinada sociedade.
d) nada se relaciona com a doença.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas
propostas:
1) d.
2) a.
3) b.
4) d.
5) a.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o final desta unidade, encerramos o nosso estudo.
Buscamos nesta última unidade refletir sobre a história das po-
líticas, práticas e profissões relacionadas à saúde, não entendi-
da como linear e progressiva, mas em termos de evolução. Em
oposição a essa visão, procuramos recuperar o sentido político
que envolve pensar a saúde. Os conceitos de saúde e doença são
históricos e sociais, refletindo na maneira como se combatem ou
reforçam as desigualdades sociais.
Além disso, exploramos os aspectos culturais envolvidos
na relação entre profissional da saúde e paciente. Esses temas
são aprofundados no Conteúdo Digital Integrador que ampliará
seu conhecimento sobre o assunto.
Ao terminar esta unidade, reflita sobre tudo o que apren-
deu a respeito da Sociologia Aplicada à Saúde, quais as relações
entre os temas tratados nas unidades e como você, futuro pro-
fissional da saúde, pode levar para a prática o conhecimento
adquirido.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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