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º Ano
(Aluno ao abrigo do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro)
A
Lê o texto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Ato III
Cena XI
O Prior de Benfica, o Arcebispo, Manuel de Sousa, Madalena, etc., Maria, que entra
precipitadamente pela igreja em estado de completa alienação; traz umas roupas brancas, de-
salinhadas e caídas, os cabelos soltos, o rosto macerado, mas inflamado com as rosetas héticas 1;
os olhos desvairados; para um momento, reconhece os pais e vai direita a eles. Espanto geral; a
5 cerimónia interrompe-se.
Maria — Meu pai, meu pai, minha mãe, levantai-vos, vinde! (Toma-os pelas mãos; eles
obedecem maquinalmente, vêm ao meio da cena: confusão geral).
Madalena — Maria! minha filha!
Manuel — Filha, filha… Oh, minha filha… (Abraçam-se ambos nela).
10 Maria (separando-se com eles da outra gente e trazendo-os para a boca de cena) — Esperai:
aqui não morre ninguém sem mim. Que quereis fazer? Que cerimónias são estas? Que Deus é
esse que está nesse altar, e quer roubar o pai e a mãe a sua filha? (Para os circunstantes). Vós
quem sois, espetros fatais?… quereis-mos tirar dos meus braços?… Esta é a minha mãe, este é
o meu pai… que me importa a mim com o outro? que morresse ou não, que esteja com os
15 mortos ou com os vivos, que se fique na cova ou que ressuscite agora para me matar?… Mate-
-me, mate-me, se quer, mas deixe-me este pai, esta mãe, que são meus. Não há mais do que
vir ao meio de uma família e dizer: “Vós não sois marido e mulher… e esta filha do vosso
amor, esta filha criada ao colo de tantas meiguices, de tanta ternura, esta filha é…” Mãe, mãe,
eu bem o sabia… nunca to disse, mas sabia-o; tinha-mo dito aquele anjo terrível que me apa-
20 recia todas as noites para me não deixar dormir… aquele anjo que descia com uma espada de
chamas na mão, e a atravessava entre mim e ti, que me arrancava dos teus braços quando eu
adormecia neles… que me fazia chorar quando meu pai ia beijar-me no teu colo. Mãe, mãe,
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
“Vós quem sois, espetros fatais?… quereis-mos tirar dos meus braços?
…” (ll. 12-13)
B
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a opção correta.
Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção
escolhida.
1.1. Este texto adota o género textual (5 pontos)
a. apreciação crítica.
b. artigo de opinião.
c. exposição sobre um tema.
1.2. No primeiro parágrafo são colocados em confronto dois pontos de vista: (5 pontos)
a. a leitura em livros impressos e a leitura em livros digitais.
b. o progresso tecnológico e as tradições ancestrais.
c. o conhecimento das línguas clássicas e a realidade atual.
1.5. A expressão “costuram-se os corpos e deita-se fora a alma” (ll. 13-14) é marcada (5 pontos)
a. pela metáfora e pela antítese.
b. pela hipérbole e pela enumeração.
c. pela gradação e pelo eufemismo.
1.6. Nos três últimos parágrafos, Inês Pedrosa argumenta que (5 pontos)
a. a aprendizagem de línguas clássicas tem repercussões ao nível social e económico.
b. o estudo das obras de Horácio e de Séneca não permite um conhecimento abrangente
da sociedade atual.
c. Séneca, Pessoa, Camões e Vieira são autores bastante conhecidos e apreciados pela
sociedade portuguesa.
1.7. O constituinte frásico “à morte” (l. 30) desempenha a função sintática de (5 pontos)
a. complemento oblíquo.
b. predicativo do complemento direto.
c. complemento do adjetivo.
Faz uma apreciação crítica da pintura de John Everett Millais, descrevendo-a sucintamente
e acompanhando a descrição de um comentário crítico.
A tua apreciação crítica deverá conter um mínimo de cem e um máximo de duzentas
palavras.