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Grupo I
As «formigas cortadeiras» do género Atta apresentam uma complexidade social elevada. Os seus formigueiros são
constituídos por centenas de câmaras de diferentes tamanhos, onde se encontram as castas de formigas
especializadas em tarefas distintas. As formigas coletoras transportam as folhas, que são, posteriormente, cortadas.
Enquanto elas cortam o material vegetal, bebem a seiva que se liberta das margens cortadas, o que constitui uma
importante fonte de energia para estes insetos. No formigueiro, outras formigas cortam as folhas em frações cada vez
mais pequenas, mastigando-as e encharcando-as em enzimas, formando uma pasta mole, que é posteriormente
espalhada sobre um substrato de fungos. Há ainda, na superfície, formigas trabalhadoras responsáveis pela limpeza
do local e, no formigueiro, formigas coletoras de detritos, que os recolhem e transportam para câmaras específicas a
grandes profundidades. Nesta relação entre fungos e formigas, os fungos recebem proteção e alimento preparado
pelos insetos, podendo crescer e acumular nutrientes nas extremidades das suas hifas, onde se concentram açúcares
e proteínas que serão, posteriormente, utilizados pelas formigas, quando ingerirem essas extremidades. No percurso
evolutivo, surgiram plantas capazes de produzir inseticidas e fungicidas, que as protegem da ação das formigas. Em
paralelo, as formigas evoluíram no sentido de detetarem muitos desses compostos, evitando utilizar as folhas das
plantas que produzem essas substâncias.
1.1. Explique, do ponto de vista darwinista, o processo evolutivo das formigas cortadeiras que lhes permite, hoje,
evitar utilizar folhas de plantas produtoras de inseticidas e de fungicidas.
2. Em consequência da ingestão de água salgada, as gaivotas fazem osmorregulação por excreção de sais.
Explique, à luz do darwinismo, a evolução da capacidade de osmorregulação nas gaivotas.
3. Em consequência da ingestão de água salgada, as gaivotas fazem osmorregulação por excreção de sais.
Explique, à luz do neodarwinismo, a evolução da capacidade de osmorregulação nas gaivotas.
4.1. O camelo possui duas fiadas de pestanas protetoras dos olhos, o que lhe permite resistir melhor às tempestades
de areia. Numa perspetiva neodarwinista, o aparecimento desta característica deveu-se à
A. seleção natural exercida sobre a espécie.
B. adaptação individual à alteração ambiental.
C. necessidade de sobreviver a um ambiente adverso.
D. ocorrência de mutações na população ancestral.
4.2. A resistência de algumas bactérias à fagocitose, segundo uma perspetiva darwinista, provavelmente resulta da
A. adaptação individual.
B. ocorrência de mutações.
C. variabilidade intraespecífica.
D. necessidade de sobrevivência.
Nas zonas mineiras abandonadas onde se encontram frequentemente depósitos de escombreiras enriquecidos em
sulfuretos, ocorrem processos de oxidação e hidrólise que levam à produção de águas extremamente ácidas e
enriquecidas em metais. Estes ambientes impedem o normal crescimento e desenvolvimento das plantas. Dados
relativos à análise de solos não contaminados indicam que, em regra, os valores de cádmio (Cd) normais variam entre
0,01 e 1 mg kg–1. Qualquer valor acima de 1 mg kg–1 pode ser considerado tóxico para algumas plantas. Por outro
lado, valores acima de 400 mg kg–1 de zinco (Zn) e de 20 mg kg–1 de cobre (Cu) são considerados tóxicos para a
maioria das plantas. Juncus effusus é uma planta bem adaptada a estes ambientes, acumulando e tolerando metais
pesados por processos de bioacumulação. Esta planta, de pequeno porte, apresenta tolerância a pH baixo (entre 4 e
6) e a concentrações elevadas de metais, o que permite a sua sobrevivência em condições de toxicidade variável. Para
avaliar a sua tolerância a níveis de toxicidade elevados, investigadores recolheram amostras de Juncus effusus em
lagoas ácidas da mina do Lousal, com pH 2,9. Foram também recolhidas duas amostras de solo (solo 1, até 1 cm de
profundidade, e solo 2, parte subjacente à anterior) do local de onde se retiraram as plantas, tendo sido analisada a
sua composição química. Após lavagem em água destilada, os caules e as raízes foram colocados, separadamente,
numa estufa a 65º C, durante 24 horas. Depois da moagem dos mesmos, guardou-se uma determinada quantidade de
material, tendo o restante sido reduzido a cinza, durante 2h 30 min, a 550º C, para destruição da matéria orgânica. Os
resultados das análises químicas realizadas no decurso da investigação encontram-se registados na Tabela 1. Os
valores apresentados na tabela são expressos em mg kg–1 de cinza.
1. Segundo o darwinismo, a tolerância a concentrações elevadas de metais, em Juncus effusus, terá resultado da
3. Juncus effusus pode ser utilizado na recuperação de solos com elevada concentração de metais e com elevada
toxicidade, provocadas pela atividade mineira. Para esse efeito, esta planta é colocada, antes do repovoamento por
outras plantas, nesses mesmos terrenos.
Investigações recentes indicam que, numa sequência de DNA, pode haver duas ou mais informações codificantes, uma
principal e outras que levam à produção de uma ou mais proteínas alternativas (proteínas fantasma 1 e 2 – Figura
seguinte). Descobriu-se que cada mRNA pode ser lido de várias maneiras, originando proteínas diferentes que
coexistem na célula. Em células estaminais de rato, mais de metade dos locais onde se ligam os ribossomas não
corresponde aos locais de iniciação conhecidos. Foram sequenciados todos os mRNA de neurónios de rato e, entre as
250 novas proteínas, algumas são resultantes de sequências codificantes alternativas. Recentemente, foi também
identificado em ratos um mRNA resultante de uma região intergénica, que era identificada como não codificante. O
novo gene tem três exões e apenas é expresso em células pós-meióticas.
5. Explique de que modo os processos que originam as proteínas fantasma podem contribuir para uma maior
capacidade adaptativa dos seres vivos, constituindo um mecanismo complementar dos considerados pela teoria
neodarwinista.
Grupo IV
A insulina é uma hormona, codificada por um gene, que controla os níveis de glucose no sangue, mantendo-os numa
concentração adequada ao bom funcionamento do organismo. Quando uma mãe não produz insulina em quantidade
suficiente entre duas gravidezes, desenvolve diabetes tipo 2, e o segundo filho irá crescer num ambiente gestacional
onde a concentração de glucose no plasma ‒ glicemia ‒ é muito elevada. Segundo Guillaume Charpentier, este filho,
relativamente ao irmão mais velho, corre um risco quatro vezes maior de se tornar diabético. Aquele autor constata
ainda que, em células de crianças nascidas de mães diabéticas, se observa a adição de um grupo químico a alguns
nucleótidos dos genes implicados na regulação da produção de insulina, o que compromete essa regulação. Estudos
recentes têm demonstrado como os fatores ambientais ‒ alimentação, consumo de drogas, stress, poluição
atmosférica e condições climáticas ‒ influenciam a expressão dos genes, gerando mudanças nos caracteres sem que,
no entanto, ocorram mutações do DNA. Essa influência relaciona-se com o grau de ligação de certos grupos químicos
ao DNA ou às histonas (proteínas à volta das quais o DNA se enrola para formar a cromatina), podendo conduzir à
inativação ou à ativação da transcrição dos genes. Estes mecanismos de alteração da expressão do DNA podem ser
hereditários. Atualmente, um dos objetivos dos cientistas é identificar todos os locais do DNA em que ocorrem
modificações químicas semelhantes às descritas.
1. Os mecanismos de alteração da expressão do DNA referidos no texto consideram-se hereditários quando resultam
de
A. ligações de certos grupos químicos aos nucleótidos do DNA de células somáticas.
B. modificações da sequência de aminoácidos nas histonas de células que originam gâmetas.
C. ligações de certos grupos químicos aos nucleótidos do DNA de células que originam gâmetas.
D. modificações da sequência de aminoácidos nas histonas de células somáticas
4. As mutações que ocorrem numa sequência de nucleótidos que codifica uma proteína