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COLÉGIO ENSINO

POLIVALENTE FREI MATUTINO


JOÃO BATISTA Série: 1º Turma: A - F Bimestre: I
Disciplina: GEOGRAFIA Professor(a): PRISCILLA RÉGIA

Aluno (a): Data: / / 20

A construção da Ciência Geográfica


Desde a Antiguidade, os conhecimentos geográficos ajudam os seres humanos a conhecer e a dominar o
espaço. Nos dias atuais, a Geografia assume um papel importante para compreender a relação entre as
sociedades e natureza, mas deve considerar que essa ciência resulta de um longo processo histórico de
construção.
A geografia é essencial nas análises atuais sobre o processo de organização e reorganização do espaço, para o
qual cada indivíduo sozinho ou coletivamente, dá sua contribuição. Ela permite compreender as
transformações promovidas no espaço e tem ajudado os grupos sociais a se posicionar de forma mais ética e
critica diante das questões ambientais, sociais, econômicas e culturais.
Em todas as sociedades, em diversos períodos históricos, os saberes geográficos foram imprescindíveis e
continuam sendo até hoje. Não existe sociedade que não tenha construído noções espaciais. Não bastava
apenas percorrer um determinado percurso na busca de alimentos e de proteção, era necessário conhecer o
espaço percorrido para que se pudesse retornar em outro momento. A escrita e os mapeamentos, por
exemplo, possibilitaram a certos grupos, como os egípcios, ter mais domínio espacial e permitiram também
localizar as riquezas naturais, como as minas de metais preciosos. Nas sociedades grega, romana,
mesopotâmica, chinesa, inca, maia, asteca, entre outras, os conhecimentos geográficos permitiram formar e
expandir seus territórios. Essas civilizações descobriram o espaço e o dominavam. Foram os grego que
desenvolveram as primeiras noções de polos, linhas imaginarias, esfericidade da Terra, projeções cartografia,
latitude e longitude.
Durante a Idade Média, a Igreja Católica emergiu como centro do poder na Europa e considerou inapropriada
grande parte do conhecimento geográfico produzido até então, por não ter origem nas escrituras. Nesse
período, os árabes, que não estavam sob o domínio da Igreja Católica, traduziram e divulgara grande parte
dos textos da Antiguidade. Mas foi com o desenvolvimento do modo de produção capitalista e com o
expansionismo europeu, iniciados no século XVI, que o conhecimento geográfico evoluiu mais rapidamente
e assumiu maior importância para a sociedade. Os conhecimentos geográficos desse período resumem-se,
então, a livros que contêm dados estatísticos, relatos de viajantes sobre lugares desconhecidos, obras sobre
determinados elementos naturais, catálogos sobre os continentes e os países do globo, entre outros.
A historia inicial dessa ciência se relaciona com fatos importantes da Europa do início da Idade Moderna: o
desenvolvimento do capitalismo, a constituição do Estados Nacionais e a expansão dos domínios europeus.
Somente em períodos mais recentes é que surgiram referencias às produções geográficas de outras áreas do
planeta.
Naquele período, destacaram-se como principais autores Carl Ritter e Alexander von Humboldt. O centro de
suas análises era a natureza e, para fazer esse trabalho, desenvolveram um método. É a produção desses
autores que vai dar corpo o que hoje conhecemos como Geografia. As transformações promovidas pelo
Iluminismo, no século XVIII, formaram a base de sistematização do conhecimento geográfico. Com o
acúmulo de conhecimentos e com novos procedimentos para organizá-los, a Geografia passou a constituir
uma ciência com método, objetivos e objetos de estudos próprios.
A partir do século XIX a Geografia ganha importante papel dentro das escolas, as disciplinas escolares
tiveram importante papel, pois difundiram os ideais nacionalistas. Nessa concepção, para defender e expandir
o território era necessário conhecer suas riquezas e elementos naturais, suas cidades e regiões, suas grandes
construções. A escola seria o espaço adequado para divulgar esses conhecimentos. A geografia escolar
possibilita compreender as relações sociais, econômicas, culturais e até afetivas que aconteceram no espaço.
Além disso, a conquista da cidadania e a consciência do papel de sujeito transformador do espaço geográfico
são algumas das finalidades que a escola busca e que a Geografia procura desenvolver.
Para vários autores da atualidade, algumas condições históricas relacionadas ao desenvolvimento do
capitalismo favoreceram a constituição da Geografia como ciência, no século XIX:
 O conhecimento do mundo como um todo;
 O acúmulo de informações sobre os vários lugares da Terra;
 O aprimoramento das técnicas cartográficas.

Outro aspecto que contribuiu para a constituição da ciência geográfica moderna foi a evolução do
pensamento resultante de debates teóricos que envolveram diversas áreas do conhecimento e novas visões de
mundo. É importante perceber, portanto, que o processo de constituição da ciência geográfica não se deu de
forma rápida, mas resultou das contribuições de muitos pesquisadores; alguns deles estabeleceram rupturas
com visões que predominaram anteriormente, enquanto outros deram continuidade ao pensamento vigente.

As Escolas Geográficas

No século XIX, a Geografia foi sistematizada num contexto de transformações ocorridas no período. Na
busca por organizar a ciência, surgiram vários debates, especialmente os que tentavam definir o objeto de
estudo da Geografia. É assim que surgiram as Escolas Geográficas com destaque para a alemã (também
conhecida como Determinista – Friedrich Ratzel) a francesa (denominada possibilista – Paul Vidal de La
Blache). Essas escolas geográficas se diferenciavam pela compreensão que tinham da relação entre a
sociedade e a natureza, pelo seu posicionamento sobre o que deveria ser o objeto da Geografia e por sua ideia
de organização dos Estados Nacionais. Em comum elas traziam o método descritivo, a defesa das classes
dominantes e de seus ideais, e a divulgação favorável ao capitalismo vigente.
Algumas concepções defendidas por essas correntes teóricas alemã e francesa passaram a ser questionadas na
década de 1950, com os debates surgidos após a Segunda Guerra Mundial e com a nova organização do
espaço geográfico mundial. O desenvolvimento do capitalismo se intensificou, e os Estados Unidos
ocuparam uma posição de destaque e hegemonia no cenário mundial. Nesse período, os pesquisadores
iniciaram uma série de criticas ao método descritivo das Geografias Modernas e, dessa forma, contribuíram
para o surgimento da Nova Geografia ou New Geografhy. Essa vertente, de origem anglo-saxônica,
fundamenta sua análise espacial na Matemática a e trabalha com modelos voltados ao planejamento.
Estudiosos afirmaram que essa Nova Geografia, apesar de criticar o método descritivo das Geografias
Modernas e de adotar análises estatísticas do espaço, continua servindo aos objetivos das classes dominantes
e ao modo de produção capitalista.
A partir dos anos 1970, um intenso debate trouxe para a Geografia as questões sociais, econômicas e politicas
do mundo contemporâneo, como o desenvolvimento desigual do capitalismo. Os autores que compartilhavam
dessa nova perspectiva teórica se posicionaram criticamente diante da realidade propuseram o uso dos
saberes geográficos para a transformação do mundo. Essa corrente ficou conhecida como Geografia Crítica,
na qual os geógrafos destacam as contradições que ocorrem na organização do espaço promovidas pelas
sociedades contemporâneas e decorrentes da produção capitalista. Essa Geografia não se constitui de forma
homogênea, e dela derivam entre outras, a Geografia Humanística e a Geografia Cultural. A Geografia
Crítica envolve pesquisadores que apresentam em comum o fato de considerar o espaço geográfico o
conceito central dessa ciência. Entretanto, cada uma das vertentes da Geografia Crítica constrói o conceito de
espaço com base em teorias próprias. Nesse sentido, dois autores em especial contribuíram para os debates
sobre o espaço geográfico: Yves Lacoste e Milton Santos.

Escolas Geográficas
Determinista Possibilista Teorética ou Geografia Geografia
quantitativa Crítica cultural
Período XIX XIX - XX XX - (1950) 1970 1980
Método Descritivo Descritivo Matemático Dialético Fenomenológico
Objeto de Território Região xxxxxx Espaço Lugar
estudo
Geógrafo de Friedrich Paul Vidal de xxxxxxx Yves Lacoste e Yi – Fu Tuan
destaque Ratzel La Blache Milton Santos.
1. Sobre a história da Geografia responda:

a) Qual e a relação entre a sistematização da ciência geográfica e o desenvolvimento do capitalismo?


b) O que diferencia a Geografia que seus avós e pais estudaram da que você estuda hoje?

2. Copie em seu caderno os termo a seguir, relacionando as correntes teóricas da Geografia com os períodos, o
contexto histórico e a fase do capitalismo.

a) Geografia Crítica Pós-Guerra Mercantilismo/expansão do capitalismo


b) Nova Geografia Modernidade Capitalismo financeiro/economia mundializada
c) Geografia Moderna Contemporaneidade Capitalismo industrial/hegemonia norte-americana

3. Assinale, a seguir, a alternativa que melhor indica o conceito atual de espaço geográfico:

a) Compreende o substrato superficial onde habitam os seres vivos terrestres.


b) Abrange o meio físico da Terra e suas dinâmicas naturais, tais como o clima, o relevo e a vegetação.
c) É o resultado da interação mediada pelas técnicas entre as práticas humanas e suas sociedades com a superfície
terrestre e seus elementos.
d) É tudo aquilo que pode ser contemplado pela visão em um ambiente imediatamente próximo.
e) É o “palco” das práticas sociais, caracterizando-se por ser um receptáculo das ações antrópicas.

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