Outro aspecto que contribuiu para a constituição da ciência geográfica moderna foi a evolução do
pensamento resultante de debates teóricos que envolveram diversas áreas do conhecimento e novas visões de
mundo. É importante perceber, portanto, que o processo de constituição da ciência geográfica não se deu de
forma rápida, mas resultou das contribuições de muitos pesquisadores; alguns deles estabeleceram rupturas
com visões que predominaram anteriormente, enquanto outros deram continuidade ao pensamento vigente.
As Escolas Geográficas
No século XIX, a Geografia foi sistematizada num contexto de transformações ocorridas no período. Na
busca por organizar a ciência, surgiram vários debates, especialmente os que tentavam definir o objeto de
estudo da Geografia. É assim que surgiram as Escolas Geográficas com destaque para a alemã (também
conhecida como Determinista – Friedrich Ratzel) a francesa (denominada possibilista – Paul Vidal de La
Blache). Essas escolas geográficas se diferenciavam pela compreensão que tinham da relação entre a
sociedade e a natureza, pelo seu posicionamento sobre o que deveria ser o objeto da Geografia e por sua ideia
de organização dos Estados Nacionais. Em comum elas traziam o método descritivo, a defesa das classes
dominantes e de seus ideais, e a divulgação favorável ao capitalismo vigente.
Algumas concepções defendidas por essas correntes teóricas alemã e francesa passaram a ser questionadas na
década de 1950, com os debates surgidos após a Segunda Guerra Mundial e com a nova organização do
espaço geográfico mundial. O desenvolvimento do capitalismo se intensificou, e os Estados Unidos
ocuparam uma posição de destaque e hegemonia no cenário mundial. Nesse período, os pesquisadores
iniciaram uma série de criticas ao método descritivo das Geografias Modernas e, dessa forma, contribuíram
para o surgimento da Nova Geografia ou New Geografhy. Essa vertente, de origem anglo-saxônica,
fundamenta sua análise espacial na Matemática a e trabalha com modelos voltados ao planejamento.
Estudiosos afirmaram que essa Nova Geografia, apesar de criticar o método descritivo das Geografias
Modernas e de adotar análises estatísticas do espaço, continua servindo aos objetivos das classes dominantes
e ao modo de produção capitalista.
A partir dos anos 1970, um intenso debate trouxe para a Geografia as questões sociais, econômicas e politicas
do mundo contemporâneo, como o desenvolvimento desigual do capitalismo. Os autores que compartilhavam
dessa nova perspectiva teórica se posicionaram criticamente diante da realidade propuseram o uso dos
saberes geográficos para a transformação do mundo. Essa corrente ficou conhecida como Geografia Crítica,
na qual os geógrafos destacam as contradições que ocorrem na organização do espaço promovidas pelas
sociedades contemporâneas e decorrentes da produção capitalista. Essa Geografia não se constitui de forma
homogênea, e dela derivam entre outras, a Geografia Humanística e a Geografia Cultural. A Geografia
Crítica envolve pesquisadores que apresentam em comum o fato de considerar o espaço geográfico o
conceito central dessa ciência. Entretanto, cada uma das vertentes da Geografia Crítica constrói o conceito de
espaço com base em teorias próprias. Nesse sentido, dois autores em especial contribuíram para os debates
sobre o espaço geográfico: Yves Lacoste e Milton Santos.
Escolas Geográficas
Determinista Possibilista Teorética ou Geografia Geografia
quantitativa Crítica cultural
Período XIX XIX - XX XX - (1950) 1970 1980
Método Descritivo Descritivo Matemático Dialético Fenomenológico
Objeto de Território Região xxxxxx Espaço Lugar
estudo
Geógrafo de Friedrich Paul Vidal de xxxxxxx Yves Lacoste e Yi – Fu Tuan
destaque Ratzel La Blache Milton Santos.
1. Sobre a história da Geografia responda:
2. Copie em seu caderno os termo a seguir, relacionando as correntes teóricas da Geografia com os períodos, o
contexto histórico e a fase do capitalismo.
3. Assinale, a seguir, a alternativa que melhor indica o conceito atual de espaço geográfico: