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A Saúde Mental

e a Pandemia
Raquel Pereira, 53761
Matilde Oliveira, 53752
Rita Vivo Santos, 53758
Francisco Silva, 52439

Marketing Operacional
1º Semestre 2020/2021

Universidade Técnica de Lisboa


Instituto Superior de Economia e Gestão
Introdução

Em 2019/2020 um novo vírus assola o mundo. Apesar de toda a inovação que, em pleno
século 21 dispomos, o vírus tem levado a melhor, matando milhões de pessoas por todo o
mundo. Ainda sem vacina ou medicamento para combater a pandemia, é urgente agir. Como o
nosso primeiro ministro António Costa disse “A vacina somos nós”.

No âmbito da unidade curricular de Marketing Operacional foi proposto realizar uma


campanha de sensibilização com enfoque na adoção de comportamentos sociais responsáveis e
na minimização dos comportamentos de risco, no contexto da pandemia de COVID-19.

Com isto, escolhemos a abordar o tema da saúde mental alertando, aos jovens entre os 18 e
os 25 anos, a importância da mesma e mostrando o impacto que a pandemia provou no
psicológico de todos. Com este objetivo, decidimos colocar-nos no papel da Associação
AlertaMente – Associação Nacional para a Saúde Mental.

Através deste trabalho esperamos, não só mudar comportamento dos jovens entre os 18 e os
25 anos em relação ao COVID-19, mas também mudar o estigma em torno da Saúde Mental.

Quem é a associação AlertaMente?

A Pandemia é um acontecimento que chama a atenção de muitos problemas que estavam


esquecidos na sociedade. Problemas que, de facto, afetam grande parte da nossa população,
mas, por alguma razão, entraram na esfera da indiferença e do esquecimento. Um destes
problemas, e provavelmente o mais grave, é o da Saúde Mental.
Falar abertamente deste tema já tinha a sua importância, mas com as consequências desta
nova realidade que nos afeta, torna-se imperativo que se faça um esforço adicional para alertar e
ajudar os jovens para esta dimensão tão importante das suas vidas.

Devido a esta falta de resposta no que toca ao acompanhamento das doenças mentais, surge a
Associação Nacional para a Saúde Mental, a AlertaMente, estabelecida em Abril de 2018 como
Associação sem fins lucrativos. Desde a sua constituição, tem-se posicionado na linha da frente
da Economia Solidaria Portuguesa, complementando os sectores publico e o Privado com
programas na área da Prevenção, Promoção e Respostas na área da Saúde Mental. Tem como
principal objetivo reduzir o estigma de que é alvo esta esfera tão importante da vida dos
cidadãos, sendo fundamental promover o debate sobre este problema, especialmente durante
esta pandemia, situação que pode facilmente originar complicações a nível psicológico.

Esta Associação pretende chamar a atenção deste problema e promover o especial


acompanhamento de qualquer pessoa que procure ajuda, através da fomentação do debate e de
campanhas de sensibilização.

Análise do Macroambiente e do Microambiente da associação AlertaMente

Macroambiente da AlertaMente
Demográfico: Em termos de ambiente demográfico temos a população portuguesa na sua
generalidade, sem distinção entre sexo, idade, localização, raça ou ocupação. No entanto, dado

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que a população portuguesa é maioritariamente envelhecida, a AlertaMente é afetada na medida
em que, este facto requer um cuidado redobrado na prevenção e no cuidado continuado.

Cultural: Culturalmente, a generalidade da sociedade portuguesa, ainda aborda o tema da


Saúde Mental com algum estigma. A falta de reconhecimento e de importância tecida a este
tema, afetam a Alertamente, na medida em que vão contra aquilo que, pela sua voz, a
associação pretende fazer ouvir em todas as instâncias necessárias para garantir direitos,
prevenir perturbações mentais, desmistificar e acabar com o tabu em torno deste tema.

Económico: No que toca ao ambiente económico a associação é afetada pela quantia de


donativos que recebe, e indiretamente, pela capacidade financeira exigida à sociedade para
investir na saúde mental. Por outro lado, o relatório da Saúde Mental desenvolvido pela
AlertaMente é um produto da Economia Solidária, estando provado que por cada dólar
investido em Saúde Mental, o colaborador reverterá quatro em produtividade ao passo que o seu
índice de felicidade também aumenta. Com este relatório a Associação tem a oportunidade de
avaliar o Estado da sua organização quanto à Saúde Mental e ao Impacto desta na cadeia
produtiva. Segundo a AlertaMente, do ponto de vista económico, a saúde mental pode e tem
benefícios em ser promovida com parcerias entre organizações pertencentes à economia social
em vez da tradicional economia de mercado. Por fim, trabalhar com a Associação Nacional,
permite um investimento com parâmetros de relação qualidade vs. preço vs. benefício mais
eficiente, exercendo um efeito positivo em termos económicos inclusive na Associação

Tecnológico: O ambiente tecnológico é talvez aquele que afeta de uma forma mais significativa
a AlertaMente, na medida em que a associação utiliza os meios digitais para chegar ao público
alvo. Por outro lado, o desenvolvimento da tecnologia permitiu à AlertaMente desenvolver o
Relatório da Saúde Mental em Contexto Laboral, dedicado às estruturas orgânicas do setor
público. Com uma metodologia cinematicamente comprovada, desenvolvida pela universidade
de Leicester no Reino Unido e homologada em Portugal pela Universidade de Aveiro, o
Relatório de Saúde Mental em Contexto Laboral é uma ferramenta tecnológica prática e útil à
operação da associação, identificando quais são estas patologias ou perturbações e em que
departamentos as patologias são mais marcantes.

Político e Social: Em termos do ambiente político e social, a AlertaMente proporciona parcerias


com o setor público no que toca a organização de eventos e conferencias dedicados à Promoção
da Saúde Mental nas Comunidades, de maneira a comunicar e erodir para os cuidados com a
saúde mental. A associação participa inúmeras vezes enquanto convidada, a complementar
conferencias das autarquias com o tema “Saúde Mental e a sua importância em todas as esferas
familiar, social e económica”. Por outro lado, a AlertaMente através da Rede Portuguesa de
Municípios (Saudáveis), pretende sensibilizar as autarquias, presentes em todo o território
nacional, para a importância da envolvência da Saúde Mental nas políticas autárquicas e de
apoio ao bem-estar do munícipe/cidadão em cooperação com organizações da Economia
Solidaria.

Microambiente da AlertaMente
Empresa: Conjunto de grupos que constituem a associação, desde a gestão de topo, a gestão
financeira, R&D, as compras, as operações e as vendas.

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Público: Toda a População Portuguesa, Media e Instituições com potencial interesse ou impacto
nas possibilidades da AlertaMente atingir os seus objetivos.
Clientes: Cidadãos portugueses.

Fornecedores: A AlertaMente desenvolve parcerias, financeiras e não financeiras com outras


organizações, quer nacionais, quer internacionais, tais como DGS, Seixal Saudável, Rede
Portuguesa de Municípios Saudáveis, Fundação Benfica, Camara Municipal do Seixal, Grupo
Azevedos, Jornadas Saúde Mental 2018, União Europeia, EU Health Policy Platform, OMS,
OCDE, Mental Health Global Alliance

Intermediários de Marketing: Canais de media, deputados da Assembleia Nacional,


presidentes e vereadores do Tecido Governativo Local, diretores da Segurança Social, diretores
de várias Secretarias de Estado, desde a secretaria de estado da Saúde à Segurança Social, vários
órgãos do Plano Nacional para a Saúde Mental, diretores clínicos de hospitais públicos e
privados, CEOs de empresas que têm como objetivo colaboradores felizes e motivados,
laboratórios, a Academia, investigadores e cientistas, outras Organizações Não Governamentais
na área da Saúde Mental, entre muitas outras partes, que se juntam para se debater ideias, sendo
um espaço de networking, dando a conhecer ao público em geral os assuntos abordados pela
AlertaMente.

Concorrentes: Blogues, associações, redes e entidades que tenham objetivos estratégicos


comuns com a AlertaMente, baseados essencialmente em gerar debate e programas de apoio
à saúde mental, numa perspetiva de criar soluções e respostas incluídas na Economia
Solidária Nacional.

Dados Secundários recolhidos acerca da Saúde Mental

A Saúde Mental manifesta-se em diferentes níveis e está na ordem do dia com impactos
dramáticos para o individuo, as suas famílias e comunidades. Segundo dados do Programa
Nacional de Saúde Mental, suportados pela Direção Geral da Saúde, 1 em cada 4 Portugueses, e
cerca de 50% da população, sofre de algum tipo de perturbação mental. Seja esta ansiedade,
stress, ataques de pânico ou depressão, que muitas das vezes levam ao suicídio.

No contexto laboral, os números são mais dramáticos. Segundo o último estudo da DECO, 1
em cada 3 trabalhadores Portugueses está em risco de burnout - esgotamento nervoso.
Salientando que em 2030 a OCDE prevê̂ que a Doença Mental será́ a causa número um de
incapacidade de trabalho, também adianta que Portugal se encontra acima da média Europeia no
que toca à Saúde Mental.

Atualmente, em Portugal, cada vez mais cedo são desenvolvidos problemas de saúde mental.
Segundo a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal é o
segundo país da Europa com maior prevalência de doenças psiquiátricas (22,9%), sendo ainda
referido, por outras entidades internacionais que é um dos países onde a intervenção e a
percentagem de pessoas com necessidades na área da saúde mental é maior. Apesar disto,
Portugal vai “mostrando um padrão diferente do encontrado nos outros países do sul da Europa,
nomeadamente Espanha e Itália”.

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"Portugal até não está mal no conjunto internacional, contudo 40% das pessoas com doença
mental grave não tiveram acesso a qualquer cuidado de qualidade", segundo José Caldas de
Almeida, Professor de Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa, numa entrevista ao Correio da Manhã.
Entre março e maio de 2020, foram vendidas mais de 5 milhões de embalagens de
ansiolíticos e antidepressivos. É um número assustador, principalmente se pensarmos que
muitas destas embalagens foram compradas sem receitas médicas ou porque as doenças que já
existiam antes da pandemia agravaram por falta de acompanhamento médico, em muitos dos
casos.
Com o avançar da pandemia e as medidas impostas pelo governo, os graus de stress e de
ansiedade têm vindo a aumentar, o que provoca comportamentos de risco como o uso de drogas
e o abuso de bebidas alcoólicas. Falando nos jovens, cerca de 31% dos mesmos têm sintomas
depressivos moderados ou graves. Segundo psicólogos, este é um número bastante preocupante.

Dados Primários recolhidos acerca da Saúde Mental

Com o objetivo de conhecer melhor a situação da pandemia, e as suas consequências na


saúde mental dos jovens, foi organizado um questionário com 12 perguntas, direcionado às
pessoas entre os 18 e os 25 anos, no qual foram obtidas mais de 100 respostas. O número de
respostas, embora seja reduzido, permitiu-nos tirar algumas conclusões sobre esta tema tão
esquecido na sociedade moderna, principalmente entre os jovens.
Numa das primeiras questões do formulário foi perguntado em que medida é que a pandemia
afetou, ou se afetou, o bem-estar mental das camadas mais jovens. Cerca de 31% das pessoas
interrogadas afirmaram que a pandemia teve muito pouco, ou nenhum impacto na sua saúde
mental. No entanto, a larga maioria, cerca de 66%, respondeu, que de facto, de uma maneira
mais ou menos evidente, esta nova realidade os afetou a nível psicológico. Estes valores são
bastantes significativos. Uma das grandes consequências que o COVID-19 nos trouxe, bem
como as medidas de segurança impostas pelo Governo, foi, sem dúvida, o isolamento social que
leva a fragilidades na saúde mental da população. Mostra que este tema é uma realidade que
influencia profundamente o dia-a-dia de muitas pessoas, apesar de ser um assunto muitas vezes
negligenciado.
Na questão seguinte, com vista a conhecer melhor a reação das pessoas que sentem estas
dificuldades, foi perguntado se houve alguma tentativa para encontrar um(a) ajuda/escape que
ajudasse a ultrapassar as dificuldades sentidas durante a pandemia, na qual cerca de quase 40%
dos interrogados afirmou que não. Fazendo a ligação entre estas duas primeiras questões,
chegamos à conclusão de que 52% das pessoas que se sentiram mentalmente afetadas pela
pandemia, não procuraram ajuda. Este número é muito elevado e não pode ser ignorado. De
facto, há muitas pessoas que sentem que a sua saúde mental foi, e está a ser, afetada por esta
pandemia e que não procuram qualquer tipo de ajuda ou escape emocional. Isto reflete o
estigma que o bem-estar mental carrega na sociedade jovem de hoje e da necessidade urgente de
voltar a debater estes assuntos. Este estigma, que a AlertaMente se compromete a corrigir
através de várias campanhas de sensibilização, é algo que deve ser combatido. A companhia e
os conselhos de amigos, familiares, combinado, em certos casos, com ajuda especializada, é
fundamental para lidar com problemas afetos à saúde mental, principalmente nos dias que
correm, onde o isolamento social passou a ser uma nova realidade.
Um dos momentos que tem marcado esta pandemia é o facto de podermos ter estado com
alguém que testou positivo para o COVID-19 ou termos sintomas que correspondem aos

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sintomas que o vírus provoca. Posto isto, colocámos a questão: “Como lidaste com o facto de
poderes estar infetado?”. Cerca de 34% dos inquiridos já se submeteu ao teste do COVID-19.
Procurámos perceber como estas pessoas se sentiram com a possibilidade de estarem infetados e
chegamos à conclusão de que cerca de 50% dos inquiridos que já realizaram o teste lidou mal
com a situação e cerca de 20% lidou muito mal. Podemos, facilmente, concluir que o facto de
alguém poder estar infetado afeta o bem-estar mental das pessoas, o que pode provocar graves
problemas de saúde como a ansiedade ou depressão.
Durante a elaboração no nosso questionário, decidimos incluir a seguinte pergunta: Como te
sentiste no confinamento respetivo ao mês de março? Com as 98 respostas que obtivemos,
conseguimos concluir que a maioria da nossa amostra, apesar de não ter passado o
confinamento respetivo ao mês de março de uma forma completamente tranquila e serena,
também não o passou de forma exaustivamente deprimente e solitária. Este duradouro período
de confinamento obrigatório causou ansiedade a 34,7% do nosso publico alvo. Por
contrapartida, 29,5% dos jovens que submeteram o questionário, lidaram com este período de
uma forma bastante melhor, mais otimista e confortável. Por outro lado, uma percentagem mais
baixa (18,4%) considerou-se deprimida e solitária nesta época da pandemia, tendo ainda, os
restantes 17,3% enfrentado esta fase de confinamento de uma forma mais indiferente.
Em suma, com a análise pormenorizada dos dados recolhidos com esta pergunta, em
conjunto com a 1ª deste questionário, pudemos concluir que, de uma forma geral, 81% dos
jovens que se sentiram ansiosos, deprimidos e solitários durante o confinamento respetivo ao
mês de março, são os mesmos que sentem que o seu bem estar mental foi e continua a ser
significativamente afetado pela pandemia. Do lado oposto a este, percebemos que 76% dos
jovens que assumiram um papel mais natural, otimista e confortável, bastante mais benéfico
para si e para a sua Saúde Mental, consideram na mesma que a pandemia está a afetar o seu
psicológico mas de uma forma não tão acentuada como o grupo de jovens acima referido
Seguidamente a esta pergunta, incluímos a seguinte no nosso questionário: “Em que medida
as relações afetivas com quem passaste o confinamento tiveram impacto no teu psicológico?”
Com o tratamento dos dados desta pergunta, foi-nos possível concluir que para a maioria do
nosso publico alvo (45,9%), as relações afetivas com quem passaram o confinamento foram
tremendamente impactantes no seu estado psicológico. No entanto, 37,8% consideraram que as
relações afetivas com quem passaram esta época de confinamento tiveram um impacto
significativo. Por fim, a minoria, correspondente a 16,3% da nossa amostra, revelou-nos que o
impacto destas relações no seu bem-estar mental foi bastante fraco, ou em certos casos, mesmo
nulo.
Desta forma, em uníssono com a pergunta anterior, torna-se possível concluir que a maioria
dos jovens que adotaram um papel mais favorável para si e para a sua Saúde Mental, tentando
sentirem-se otimistas e mais confortáveis durante o confinamento do mês de março, foram
aqueles cujo impacto das relações afetivas com quem passaram o confinamento no seu bem
estar mental, foi relativamente moderado, com uma percentagem abaixo do nível do nível 3,
inclusive, de 80,95%. Por outro lado, aqueles jovens cujo confinamento os tornou mais
ansiosos, deprimidos e solitários, sofreram um impacto nas relações afetivas bastante mais
significativo, com uma percentagem de impacto acima do nível 3, inclusive, por nós definido,
de 94,73%
Após o confinamento que fomos obrigados a cumprir em março começámos a voltar à
normalidade. Acreditamos que o mais provável é os jovens virem a sentir receio de voltar às
suas rotinas dentro dos novos padrões de normalidade. Com isto, achamos relevante colocar a
seguinte questão: “Quão receio sentiste ao retomar a tua vida normal, dentro dos atuais padrões

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de normalidade?”. Se assumirmos que quem respondeu moderado e bastante sentiu medo de
voltar à vida normal totalizamos uma percentagem de 55% de jovens que sentiram receio de
voltar, pouco a pouco, à sua rotina. É intuitivo perceber que o regresso dos jovens à
Universidade ou aos seus empregos, lhes cause medo ou receio, não se sentindo confortáveis
com as condições a que voltaram. No seguimento disto, procurámos perceber quais as medidas
que os jovens, ao retomarem a sua vida dentro da nova normalidade, acharam mais difíceis ou
mais fáceis de cumprir. Curiosamente, a obrigatoriedade da utilização de máscara e as medidas
de higienização pessoal foram, no geral, as mais fáceis de cumprir. Por outro lado, os jovens
acharam difícil e muito difícil o confinamento obrigatório em caso de testarem positivo, estarem
em vigilância pela DGS, terem de permanecer confinados em casa, a partir das 13 horas aos fins
de semana e feriados, bem como as medidas de distanciamento. O confinamento obrigatório
provoca uma grande solidão nos jovens e uma incerteza em relação ao seu futuro, tanto a nível
pessoal, como a nível da sua saúde. Estes fatores são, obviamente, fatores que afetam a saúde
mental dos jovens. Relativamente às medidas de distanciamento, temos assistido todos os dias
nas notícias festas ilegais e ajuntamentos com um número de pessoas superior ao previsto,
principalmente, na faixa etária do nosso público-alvo. Atendendo a esta situação, achamos que
os jovens consideram esta medida difícil de cumprir, acabando grande parte das vezes por se
encontrarem com amigos, sem terem em consideração as consequências, sendo, por isso, um
dos maiores focos no nosso país de proliferação do vírus. É necessário alertar os jovens para
estes comportamentos de risco e fazê-los ver que ninguém conhece as suas consequências, nem
se sabe como cada um reage ao vírus. Enquanto AlertaMente, pretendemos não só ajudar os
jovens com a campanha que vamos desenvolver a não terem medo de pedir ajuda e conversarem
sobre as suas incertezas, como também alertar aqueles que, de certa forma, facilitam e abrem as
portas ao vírus.
Perante a pergunta: “Como tens lidado com o agravamento da pandemia e com o novo
estado de emergência?”, conseguimos inferir que metade dos jovens (50%) têm lidado bastante
mal com o decorrer da pandemia, com o respetivo agravamento, e com as medidas que tiverem
de ser impostas como consequência deste agravamento, sendo uma destas medidas a entrada
num novo estado de emergência. Consideramos este número bastante significativo, pois sendo
metade da nossa amostra, reflete indiretamente a maneira como, as medidas que têm de ser
tomadas para combater este vírus, podem afetar a saúde mental dos jovens. Por outro lado, a
outra metade dos jovens que responderam ao nosso questionário (50%), têm lidado de uma
forma positiva e indiferente com o agravamento da pandemia. Com esta pergunta conseguimos
perceber que existem duas vertentes. Tanto há jovens que reagem de forma negativa e
desmotivada a este agravamento, como há jovens que lidam naturalmente com este tema. Esta
clara oposição, leva-nos a concluir que nem toda a população jovem consegue tomar uma
posição benéfica e favorável para a sua própria saúde mental, perante este agravamento e todas
as novas medidas.
Nas respostas relativas à pergunta: “Como achas que a pandemia irá afetar o teu futuro?”,
percebemos que a maioria dos jovens está preocupada relativamente ao seu futuro.
Economicamente, a pandemia irá afetar-nos a todos os níveis, mas especialmente, a maioria dos
jovens que responderam a esta pergunta, sentem que serão maiores alvos deste impacto
profissionalmente, com a dificuldade à entrada no mercado de trabalho, como consequência da
crise que atualmente vivemos e que se prolongará por mais anos. Muitos destes também estão
preocupados a nível académico, cuja principal preocupação é não conseguirem usufruir da
experiência académica da forma que deveria ser aproveitada e, de certa forma, receiam que o
tipo de ensino que atualmente vigora os possa prejudicar a nível de conhecimentos. Algumas

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respostas também demonstraram a insegurança dos jovens relativamente às suas relações sociais
no futuro, enfatizando o desconforto e a ansiedade devido à desconfiança que sentem quando
convivem com pessoas, achando que os afeta atualmente e que poderá vir a afetar o seu futuro,
tanto a nível pessoal como a nível profissional. Por outro lado, numa vertente mais positiva,
certos jovens consideram que a pandemia irá unir de uma forma mais profunda as pessoas, e
fazer com que estas valorizem a sua liberdade e a companhia daqueles que os rodeiam. Em
suma, a maioria dos jovens demonstraram preocupação relativamente às consequências que a
pandemia terá nas suas vidas futuras, devido à incerteza que atualmente vivemos e à dubiedade
que o futuro nos reserva.
Com a recolha da informação primária conseguimos estudar os comportamentos dos jovens
face à pandemia e aos seus possíveis impactos na saúde mental dos mesmos. Desta forma,
podemos inferir que, a grande maioria do nosso público-alvo sente um enorme desconforto
psicológico, apesar de nem sempre manifestado. Nós, enquanto AlertaMente pretendemos
reverter este medo, incentivado a faixa etária entre os 18 e os 25 anos a reverter o estigma deste
tema, olhando para saúde mental com a importância que a mesma merece, sendo a nossa grande
mensagem encorajar a que se olhe mais para o interior, iluminando-se cada vez mais o exterior!

Campanha de sensibilização da associação AlertaMente


Introdução
No seguimento do tema Os impactos da Pandemia na Saúde mental, a associação
AlertaMente criou uma campanha de comunicação de saúde pública, com enfoque na
sensibilização para a adoção de comportamentos sociais responsáveis e para a minimização dos
comportamentos de risco, no contexto da pandemia de COVID-19.
Enfrentamos uma atualidade nunca antes imaginada que interfere com a saúde mental dos
jovens, nomeadamente situações de confinamento, ausência de ambiente universitário,
quarentena, entre muitos outros que não são superados de igual forma por todos os jovens. Para
os ajudar a combater estes problemas, criamos uma campanha de sensibilização que promove a
saúde mental e acima de tudo o Bem-Estar dos jovens, motivando-os a manifestarem-se em caso
de necessidade
A associação pretende com esta campanha sensibilizar os jovens entre os 18 e os 25 anos,
para a reflexão de um assunto atual nos dias de hoje e incentivar a mudança de comportamentos
face a este tema, apelando a uma abordagem natural, combatendo o estigma. Uma vez que a
sociedade atual, não está preparada nem amparada para abordar um tema com esta delicadeza,
nós, enquanto associação pretendemos reverter isso, fazendo emergir a importância da
desmitificação deste tema na atualidade.
Este tema, como já referimos, afeta 31% dos jovens portugueses e, portanto, é mais comum
do que muitas pessoas pensam. Por isso escolhemos 4 meios que consideramos que sejam os
melhores para chegar ao público mais jovem: Instagram, Youtube, Mupis, Twitter

Objetivos de comunicação
No decorrer da discução e da elaboração do nosso trabalho, definimos um conjunto de
objectivos, que definem e resumem na integra o objetivo central que pretendemos atingir com a
escolha do nosso tema “O impacto da pandemia na Saúde Mental”.

1. Lutar contra o estigma da abordagem do tema da Saúde Mental, apelando à importância


dos cuidados a ter com a mesma;

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2. Promover a reflexão, o debate e a participação da população em torno do impacto do
COVID-19 na Saúde Mental dos jovens entre os 18-25;

3. Analisar os impactos do confinamento, das medidas tomadas ao longo da pandemia, e


do COVID-19, na saúde mental e no quotidiano do nosso público alvo (18-25);

4. Incentivar a procura de suporte emocional;

5. Enfatizar que isolamento físico e confinamento não significam isolamento social;

Mensagem-Chave
Atualmente, existe uma lacuna entre o cuidado que se tem e o cuidado que se almeja ter no
que toca à saúde mental, muitas das vezes, não tido em conta com o devido cuidado e
importância merecida. A grande questão é: Porque será que isto acontece? A resposta que
consideramos ser a mais acertada, é baseada no facto deste tema ainda ser, atualmente, um
estigma e alvo de vergonha e grande dificuldade na sua discussão e abordagem.
Desta forma, e mediante a nossa associação, AlertaMente, os objetivos do nosso trabalho e a
finalidade da nossa campanha, construímos a seguinte mensagem chave, que resolvemos torná-
la no nosso hashtag, visando transmitir ao nosso publico alvo a sensibilização para a adoção de
comportamentos sociais responsáveis e para a necessidade de acabar com a desvalorização deste
tema, lutando contra o estigma da sua abordagem e apelando à importância de o tornar uma
prioridade.
#MakeYourMentalHealthaPriority

Canais de media adequados


O primeiro meio que, enquanto associação escolhemos, foi a rede social Instagram, uma vez
que a maior parte dos jovens frequenta esta rede diariamente. Assim sendo, ao escolhermos o
Instagram, a nossa comunicação abrangerá um público jovem mais elevado. Neste meio
publicamos o anúncio que criamos, com o intuito de apelar emocionalmente aos jovens. No
decorrer do anúncio, incluímos o depoimento de alguns jovens que manifestaram a forma como
a pandemia os está a afetar, algumas frases motivacionais por nós elaboradas e para finalizar
encerramos com a nossa mensagem-chave. Também publicamos vários post’s nesta aplicação,
com intuito de promover, uma vez mais, comportamentos responsáveis quer a nível pessoal, no
que toca a saúde mental, quer a nível social a adotar face à pandemia.

De seguida, escolhemos o meio Youtube, onde utilizamos o mesmo anúncio publicitário que
utilizamos para o meio Instagram. Como sabemos, a internet tem milhões de utilizadores todos
os dias. Sendo que o Youtube é um dos sites mais visitados, a associação considerou que assim
poderia chegar a mais jovens.

A nossa associação também achou relevante publicitar na rede social Twitter, uma vez que
os jovens entre os 18 e os 25 anos a utilizam com bastante frequência. Nesta rede publicitamos
o anúncio que criamos, bem como alguns dos post’s comuns à página de Instagram

Por fim, utilizamos o Mupi como meio publicitário para transmitir uma mensagem simples e
clara. A nossa ideia foi focarmo-nos em passar uma mensagem forte baseada no objetivo central
da nossa campanha.

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Conclusão
Foi-nos proposto realizar uma campanha de sensibilização para a adoção de
comportamentos responsáveis para a diminuição das consequências da pandemia do COVID-19.
Escolhemos focar-nos no tema da Saúde Mental, e como esta está a ser afetada pela nova
realidade da pandemia. Criamos um questionário para ser feito aos jovens (entre os 18 e 25
anos) com o objetivo de entendermos melhor a forma de como estes têm reagido a este período
e quais são os comportamentos adotados nesta faixa etária. Analisámos, também, os dados
estatísticos disponibilizados por várias associações de renome em Portugal. Ao proceder a este
estudo, percebemos que o estado da saúde mental dos portugueses, principalmente em tempos
de pandemia, é muito mais grave e afeta muito mais pessoas do que se tem, normalmente, em
conta. Concluímos também que na faixa etária mais nova, existe um certo receio para falar de
temas relacionados com a Saúde Mental, mesmo quando precisam de ajuda. Existe claramente
um estigma social relacionado com este tema.
Por outro lado, ao realizar esta campanha, concluímos também que, felizmente, existem
muitas maneiras de minimizar os impactos psicológicos que a pandemia trouxe. Tentámos
mostrar aos jovens através desta campanha, que o isolamento físico das pessoas que gostamos,
não significa necessariamente que haja um isolamento social completo. Quisemos também,
incentivar o diálogo e a procura de suporte emocional para estes tempos mais difíceis, mas, mais
importante que tudo, tivemos como principal objetivo, lutar contra o estigma que a saúde mental
acarreta. De facto, está ao nosso alcance a diminuição das consequências da pandemia, através
da renovação do debate sobre estes temas.

References
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https://a3796c02-3377-4380-bdad-
1c041b889e39.filesusr.com/ugd/ed839a_09341a1ccf6e49daa170ddf09d95da91.pdf
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2/12/2020)
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9
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Rita Rogado (Outubro de 2020). SIC Notícias. Disponível em:
https://sicnoticias.pt/especiais/saude-mental/2020-10-10-Como-esta-a-saude-mental-
das-criancas-e-dos-jovens- (Acesso em: 15/10/2020)

ANEXOS

Gráficos que ilustram alguns dos dados apresentados sobre o questionário

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Exemplos de Mupis em diferentes locais conhecidos dos jovens

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