Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-5939-044-1 (eBook)
CDU: 37.015
CDD: 370
DOI: 10.31560/pimentacultural/2021.441
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PIMENTA CULTURAL
São Paulo - SP
Telefone: +55 (11) 96766 2200
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO....................................................................................................... 18
Os organizadores
Prefácio
Psicologia escolar e eventos emergenciais: resistência e luta
por uma educação socialmente referenciada.......................................................... 22
Iolete Ribeiro da Silva
Parte 1
Entre o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste
Capítulo 1
O congresso nacional brasileiro no contexto da pandemia de Covid-19:
análises a partir da Psicologia Escolar Crítica......................................................... 30
Ana Virgínia Maria da Silva
Débora Magalhães Araújo
Fauston Negreiros
Capítulo 2
Psicologia e educação: mediações em tempos de pandemia................................ 66
Maria da Apresentação Barreto
Cynara Carvalho de Abreu
Gêdson Resende de Almeida
Capítulo 3
Atuação de psicólogas escolares em contexto de pandemia:
análise de práticas profissionais.............................................................................. 91
Regina Lucia Sucupira Pedroza
Camila Moura Fé Maia
Capítulo 4
Do imprevisível pandêmico ao intencional formativo:
uma psicologia educacional/escolar para pensar o enfrentamento
ao adoecimento docente........................................................................................ 118
Soraya Cunha Couto Vital
Sonia da Cunha Urt
Capítulo 5
Intervenções psicoeducativas em saúde mental no IFPA
na pandemia de Covid-19....................................................................................... 147
Marília Mota de Miranda
Ingrid Ferreira Soares da Silva
Jeanne Kelly Soares Liberato
Elana do Perpétuo Socorro Magno Coelho Amorim
Ana Carolina Leal Folha Castro
Capítulo 6
Reinventando-se: recortes sobre a atuação dos serviços de psicologia
escolar educacional do IFPI frente a pandemia da Covid-19................................ 172
Cristiana Galeno da Costa Pereira
Erotides Romero Dantas Alencar
Idalina Rosa Mendes da Rocha Sá
Luciana Maria Guimarães e Silva
Silvana Teixeira de A. Sousa
Capítulo 7
A Covid-19 e a atuação da psicologia na Rede Pública Estadual
de Ensino do Amazonas......................................................................................... 200
Claudia Maria da Costa Lustosa
Ellen Belmonte Barros
Capítulo 8
Grupo Há Braços: ações de acolhimento de estudantes por profissionais
da psicologia do IFPB durante a pandemia de Covid-19...................................... 225
Icaro Arcênio de Alencar Rodrigues
Alex Ribeiro da Silva
Anna Paola Sivini Lins e Silva
Letícia Lacerda Bailão
Capítulo 9
Repercussões da pandemia de Covid-19 na Educação Pública Estadual
no Amazonas........................................................................................................... 251
Laimara Oliveira da Fonseca
Emily Rosário Menezes
Marck de Souza Torres
Breno de Oliveira Ferreira
Capítulo 10
Ensino superior em tempos de pandemia: sofrimento, culpa e
(im)produtividade.................................................................................................... 272
Lucas Silveira da Silva
Paulo Roberto Mendes Júnior
Francisca Eloísa do Nascimento Araújo
Capítulo 11
Aprendizagem e ensino remoto emergencial no contexto da pandemia
da Covid-19: o que famílias do Piauí têm revelado................................................ 287
Carolina Martins Moraes
Marcelly de Oliveira Barros
Maria Gabriela do Nascimento Araújo
Rafaela Brenda Araújo da Silva
Fauston Negreiros
Capítulo 12
Laços e nós: a atuação do psicólogo escolar educacional na saúde mental
dos professores diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19)................ 328
Ana Caroline Inácio de Alencar Aguiar
Elivelton Cardoso Vieira
Millena Vaz da Costa Valadares
Capítulo 13
Projeto de extensão “em conexão: tecendo e cultivando redes de cuidado
de si e do coletivo” e suas contribuições à saúde mental em tempos
de pandemia pela Covid-19.................................................................................... 347
Christiane Maria Ribeiro de Oliveira
Josicleide Nailde Costa
Laura Cristhiane Mendonça Rezende Chaves
Mariana Mercês Mesquita Espíndola
Myrtes Danyelle Silva Sousa Leão
Ruth Malafaia Pereira
Capítulo 14
O ciclo das emoções: relato de experiência da psicologia escolar,
no contexto de distanciamento social, com crianças e suas famílias.................. 371
Rayanne Linhares Azevedo
Gabriela Sousa de Melo Mietto
Beatriz Macedo Buchmann
Anny Caroline Gomes Nolasco
Larissa Santos Lopes
Capítulo 15
Vozes que ressoam: a psicologia escolar/educacional e o processo
educativo em tempos de Covid-19 no Mato Grosso do Sul.................................. 398
Aldenor Batista da Silva Junior
Gabrielle Da Valle Oliveira
Pãmella da Silva Aranda
Thiago Dos Santos Ferraz
Capítulo 16
Alianças entre psicologia e educação para o enfrentamento do sofrimento
psicossocial no estado do Tocantins...................................................................... 418
Ladislau Ribeiro do Nascimento
Jayana Milhomem de Souza
Capítulo 17
Reinvenção da psicologia escolar em contexto pandêmico: desafios
e possibilidades do ensino médio ao superior...................................................... 441
Ana Maria Batista Correia
Jéssica Vieira Costa
Leandro Gomes Reis Lopes
Paulo César Borges de Sousa Filho
Rhaissa Andrêssa Ramos de Sousa
Capítulo 18
A psicologia escolar e a cultura surda: desafios e possibilidades diante
da pandemia............................................................................................................ 469
Vânia Aparecida Calado
Aléxia Thamy Gomes de Oliveira
Beatriz da Silva Dias
Erica Larissa Fernandes de Souza
Laleska Caroline de Freitas e Silva Honorato
Larissa Layze Gonçalves Reges
Capítulo 19
Desafios na educação em tempos de pandemia: contribuições
da psicologia escolar.............................................................................................. 492
Denise de Carvalho Silva
Caio Pereira de Sousa
Ana Caroline Gomes Lemos
Mychelle de Moura Ribeiro
Leanne Carvalho Silva Rodrigues
Capítulo 20
Psicologia escolar: inovações e reinvenções das práticas psicológicas
durante a pandemia da Covid-19............................................................................ 518
Gabryelly Stephany da Silva Campelo
Denise de Carvalho Silva
Ingrid dos Santos Sousa
Janaina Keila Pereira Damasceno
Ana Carolina Pinto Soares
Capítulo 21
Da educação básica ao ensino superior: construindo práticas
em psicologia escolar no cenário da pandemia.................................................... 538
Carlos Eduardo Gonçalves Leal
Dryelle de Castro Melo
Paulo Natanael Sousa Sales
Capítulo 22
Educação e saúde mental em tempos de pandemia da Covid-19:
Projeto Neurolive..................................................................................................... 556
Ana Raquel de Oliveira
Renata Gomes Monteiro
Andrea Kiss Alves Gonçalves
Kayron Tiago Araújo de Sousa
Laurentino Gonçalo Ferreira Filho
Capítulo 23
Orientação parental em tempos de pandemia: contribuições
do psicólogo escolar............................................................................................... 580
Manuella Martins Santos Moura Batista
Lucas Emanoel Matos Cavalcante
Mychelle de Moura Ribeiro
Pedro Wilson Ramos da Conceição
Parte 2
Do Sul ao Sudeste
Capítulo 24
Cenas da escola em casa e cenas da casa na pandemia Covid-19:
contribuições da psicologia histórico-cultural....................................................... 597
Márcia Regina Cordeiro Bavaresco
Marilene Proença Rebello de Souza
Tatiana Platzer do Amaral
Capítulo 25
Professores trabalham? Reflexões da Psicologia Escolar e Educacional
sobre o trabalho docente em tempos de pandemia.............................................. 624
Marilda Gonçalves Dias Facci
Alexandra Ayach Anache
Tamiris Lopes Ferreira
Capítulo 26
Psicologia na escola e a pandemia: buscando um caminho................................ 654
Raquel Souza Lobo Guzzo
Soraya Sousa Gomes Teles da Silva
Leticia Gonzales Martins
Laís de Castro
Laura Lorenzetti
Capítulo 27
Escuta na escola como possibilidades de promoção de Saúde Mental.............. 683
Edvania Bonatto Pauletti
Konstans Steffen
Luciana Winck Corrêa
Capítulo 28
Educação e Covid-19: percepções e expectativas frente ao trabalho
remoto no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)........................... 712
Mara Christiani Pimenta
Rafael Farias Gonçalves
Gustavo Henrique Silva de Souza
Capítulo 29
Pandemia, Saúde Mental e Educação: inquietações, reflexões e práticas.......... 730
Aline Spaciari Matioli
Bruno Eduardo Procopiuk Walter
Capítulo 30
Escola pública, docência e pandemia: registros de uma equipe
multiprofissional...................................................................................................... 753
Heloiza Iracema Luckow
Maria Alice de Carvalho Echevarrieta
Maria Luísa de Oliveira Silveira Tschoepke
Allan Henrique Gomes
Capítulo 31
O percurso da comissão de educação do CRP-RS e a pandemia:
aproximação em meio ao isolamento..................................................................... 776
Carolina Freitas de Lima
Fabíola Giacomini
Monique Cauduro Doormann
Silvana Maia Borges
Vinícius Cardoso Pasqualin
Capítulo 32
Possibilidades de atuação da psicologia escolar em cenário pandêmico:
grupo de estudos e de ajuda mútua para mulheres como forma
de enfrentamento.................................................................................................... 805
Camila Silva Marques Serrati
Kamila Carleto Fernandes
Capítulo 33
Estigma e patologização dos problemas de aprendizagem: impactos
na formação de crianças do Ensino Fundamental................................................ 817
Cristina Miyuki Hashizume
Capítulo 34
Psicologia escolar em tempos de pandemia: dilemas, incertezas
e perspectivas de atuação...................................................................................... 838
Liliane dos Guimarães Alvim Nunes
Lucianna Ribeiro de Lima
Klênio Antônio Sousa
Cláudia Silva de Souza
Gabriela Martins Silva
Capítulo 35
A psicologia escolar e educacional pensando as infâncias na pandemia:
os reflexos do antes ao depois do isolamento social sobre as crianças............. 868
Renata Plácido Dipp
Andreia Mendes dos Santos
Giovanna Gonçalves de Bortoli
Capítulo 36
A psicologia escolar no planejamento e organização do cuidado coletivo
em saúde mental: um relato de experiência.......................................................... 883
Aneliana da Silva Prado
Camilla Corso Silveira
Capítulo 37
O projeto acolhe CED: reflexões iniciais sobre uma proposta de acolhimento
psicossocial em educação e saúde........................................................................ 903
Marta Corrêa de Moraes
Maria Fernanda Diogo
Rogério Machado Rosa
Capítulo 38
A proposta de uma pedagogia da convivência para discutir o novo contexto
escolar..................................................................................................................... 932
Denise D’Auria-Tardeli
Eliane Queiroz Cunha Pralon
Capítulo 39
Contribuições e desafios da psicologia escolar e educacional para o ensino
superior no contexto da pandemia de Covid-19.................................................... 955
Fernanda Zatti
Carlos Alexandre Campos
Capítulo 40
O uso do teleatendimento como ferramenta para o enfrentamento
da Covid-19: uma experiência de educação em saúde......................................... 978
Alessandra Aniceto Ferreira de Figueirêdo
Aline Vilhena Lisboa
Celestino José Mendes Galvão Neto
Ueslei Solaterrar da Silva Carneiro
Renata De Carli Rojão
Capítulo 41
Possibilidades de intervenção para a psicóloga escolar e educacional
no período da pandemia da Covid-19 no estado de São Paulo............................ 992
Carla Cristina Kawanami
Luiz Nazareno Cavalcanti Junior
Capítulo 42
Grupo de acolhimento e escuta ativa para professores: a construção
de uma prática em tempos de pandemia............................................................. 1010
Rodrigo Toledo
Capítulo 43
Protocolo de orientação de estudos: prevenindo a ansiedade em provas
e a procrastinação acadêmica.............................................................................. 1029
Luiz Ricardo Vieira Gonzaga
Guilherme Carvalho de Paula Francisco
Capítulo 44
Educação em tempos de Covid-19: uma reflexão sobre a necessária
resiliência e autoeficácia dos professores durante a pandemia......................... 1055
Guilherme Becker
Jéssica Carvalho Casali
Laura Zilberman Iuchno
Berenice Moura da Roza
S UMÁRI O 18
Dessa maneira, a presente obra Onde está a psicologia escolar
no meio da pandemia?, organizada por Fauston Negreiros e Breno de
Oliveira Ferreira, professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI)
e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), tem o objetivo de
apresentar estudos, pesquisas, debates e experiências na interface da
psicologia e educação no cenário da pandemia de Covid-19, reunindo,
assim, trabalhos inéditos sob o olhar analítico e crítico de profissionais
e pesquisadoras/es da área, nas cinco regiões do Brasil.
S UMÁRI O 19
entre as famílias e as escolas; trabalho docente e seus desafios
pedagógicos do ensino remoto; papel da psicologia na escola;
práticas de promoção e cuidado à saúde mental; ações da psicologia
em institutos federais e universidades diante do trabalho remoto;
atividades realizadas com equipes multiprofissionais; conjunto
de ações da comissão de educação de um conselho regional de
psicologia; grupo de estudos e de ajuda mútua para mulheres como
forma de enfrentamento; estigma e patologização dos problemas de
aprendizagem; reflexões sobre a atuação junto a crianças antes e
depois do isolamento social; proposições de acolhimento e cuidado
à saúde mental; uso do teleatendimento como ferramenta de
intervenção; grupo de acolhimento e escuta ativa para professores;
protocolo de orientação de estudos; e, reflexões sobre processos
interpsíquicos e intrapsíquicos em contextos educacionais.
S UMÁRI O 20
entre os estudantes têm um papel decisivo no desenvolvimento
afetivo-social umas das outras. Considerando toda essa complexidade
do ato de aprender, é evidente que não se pode promovê-lo, em toda
sua potência e plenitude, com os estudantes confinados em suas
residências, envoltos em uma atmosfera social de apreensão, sem a
possibilidade de encontro compartilhado com professores e colegas
senão por meios virtuais – quando estão disponíveis. Somos um país
com desigualdade social, nem todos têm acesso! É preciso encontrar
caminhos para enfrentar a situação imposta pela pandemia, e que
não se perca de vista que os conteúdos curriculares devem se tornar
ferramentas mediadoras da inserção ativa de estudantes no mundo,
sob pena de serem adotadas políticas que adulterem o sentido de
currículo, tratando-o como mera lista de temas e conteúdos que deve
ser submetido a uma espécie de checklist. Afinal, não restam dúvidas:
educação à distância não substitui a educação presencial!
Os organizadores
S UMÁRI O 21
Prefácio
PREFÁCIO
PSICOLOGIA ESCOLAR E EVENTOS
EMERGENCIAIS: RESISTÊNCIA
E LUTA POR UMA EDUCAÇÃO
SOCIALMENTE REFERENCIADA
PSICOLOGIA ESCOLAR
E EVENTOS
EMERGENCIAIS:
RESISTÊNCIA E LUTA
POR UMA EDUCAÇÃO
SOCIALMENTE
REFERENCIADA
O ano de 2020 nos surpreendeu em muitos sentidos. O mundo
globalizado do Século XXI, encontra-se marcado pela pandemia da
Covid-19 que parou o mundo e impôs mudanças nas rotinas alterando
o nosso modo de trabalhar, estudar, cuidar da nossa higiene e do
ambiente doméstico entre muitos outros impactos. Embora atinja toda
a população e esteja disseminada entre as distintas classes sociais,
a pandemia não as afeta da mesma forma. A desigualdade social
amplia os prejuízos e sofrimentos provocados pela pandemia afetando
a possibilidade de acesso à saúde, ao trabalho, à alimentação,
habitação, educação e tecnologia.
S UMÁRI O 23
As instituições de ensino, diante dos impactos de longo prazo
da pandemia de Covid-19 passaram por grandes transformações e
a psicologia escolar, como uma disciplina e uma especialidade de
atuação profissional tem muito a dizer. A promoção do desenvolvimento
humano e da aprendizagem são objetivos da psicologia escolar e a
análise de cenário atual e das perspectivas futuras devem considerar
necessariamente as demandas das pessoas e das coletividades para
a promoção de justiça social.
S UMÁRI O 24
Dados da Pesquisa por Amostra Domiciliar Contínua (PNADC)
informam que o acesso à internet nas residências apresenta percen-
tuais abaixo de 80% na maioria dos estados, mas em nenhuma unida-
de federada chega a 80% de acesso com conexão por banda larga e
mais da metade delas não chega sequer a 60% com esse tipo de co-
nexão; há disparidade de acesso entre os estudantes da rede pública
e rede privada (IBGE, 2017). Enquanto apenas 31% dos estudantes do
ensino fundamental e 42% do ensino médio da rede pública, possuem
a condição mais adequada computador/tablet e acesso com banda
larga em casa, os estudantes da rede privada possuem 77% e 83%
respectivamente. A promoção do ensino remoto sem a implementação
do acesso igualitário às TICs produz ampliação das desigualdades
educacionais. Com essas desigualdades a escola não chegará a to-
dos/as os/as estudantes do país.
S UMÁRI O 25
Educadoras/es, em sua maioria, tiveram de uma hora para
outra utilizar plataformas e dispositivos de comunicação remota sem
preparo prévio. A pressão dos sistemas de ensino para o trabalho
remoto tende a gerar um empobrecimento do trabalho pedagógico
tendo como consequência, a prevalência do conteudismo, o excesso
de atividades, o desgaste e frustração pelo pouco retorno dessas
atividades, a sensação de impotência das famílias e o sentimento de
incapacidade das/os educadoras/es.
S UMÁRI O 26
navegação segura. Com a pandemia as crianças estão expostas cada
vez mais cedo a esse mercado voraz.
S UMÁRI O 27
REFERÊNCIAS
IBGE Educa. Uso de internet, televisão e celular no Brasil. Disponível em:
https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-deinternet-
televisao-e-celular-no-brasil.html (2017).
MARASCIULO, M. Na pandemia de Covid-19, negros morrem mais do que
brancos. Por quê? Galileu. 29 de maio de 2020. Disponível em: <https://
revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/05/na-pandemia-decovid-19-
negros-morrem-mais-do-que-brancos-por-que.html>. Acesso em 15/11/2020.
S UMÁRI O 28
PARTE 1
Parte 1
ENTRE O NORTE,
O NORDESTE
E O CENTRO-OESTE
1
Capítulo 1
O CONGRESSO NACIONAL
BRASILEIRO NO CONTEXTO
DA PANDEMIA DE COVID-19:
ANÁLISES A PARTIR DA
PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA
O CONGRESSO NACIONAL
BRASILEIRO NO CONTEXTO
DA PANDEMIA DE COVID-19:
ANÁLISES A PARTIR DA PSICOLOGIA
ESCOLAR CRÍTICA
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.30-65
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 31
No cenário escolar, a COVID- 19 torna este espaço como um
lugar com alto grau de risco de transmissão da doença, por ser um
ambiente onde há uma intensidade de relações e contato humano.
Nesta perspectiva, professores e estudantes se tornam os principais
vetores de transmissão da Covid-19, diante disso as políticas mundiais
de retorno às atividades coletivas têm deixado as escolas em último
plano, conforme dados da ONU e UNESCO (2020).
S UMÁRI O 32
problemas de uma determinada população na tentativa de gerir
soluções. Em outras palavras, são espaços de conhecimentos teóricos
e empíricos, levantando discussões, promovendo, modificando ou
recomendando ações governamental. Um dos espaços de atuação
e que merece destaque é na promoção de ações no Legislativo,
na elaboração e fiscalização de Projetos de Leis (PL’s). (CFP, 2007;
SILVA e ARAÚJO, 2020; NUNES e NASCIMENTO, 2019; NEGREIROS,
BARROS, e SOUZA, 2020).
S UMÁRI O 33
pautada no entendimento e reconhecimento da importante e necessária
intervenção política da Psicologia (NEGREIROS, 2018).
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
ESCOLAR E EDUCACIONAL
S UMÁRI O 34
cionadas aos processos de ensino-aprendizagem e da organização
da escola. Esse profissional deve estar comprometido no combate
às ideias cristalizadas e psicologizantes em relação à concepção
de que as problemáticas educacionais têm raízes apenas no pró-
prio estudante, desconsiderando outros aspectos que atravessam a
vida deste. A Psicologia deve estar implicada em ajudar e fomentar
a responsabilização da escola no cumprimento de sua função social
(TANAMACHI; MEIRA, 2003).
S UMÁRI O 35
dos afetados, assumindo uma conduta ética baseada na defesa da
garantia de direitos (CFP, 2005; CFP, 2013).
S UMÁRI O 36
METODOLOGIA
S UMÁRI O 37
Psicologia, Políticas Educacionais e Covid-19, visando discutir e
fomentar através da análise dessas proposições, a perspectiva
do quadro educacional brasileiro e os aspectos do processo de
escolarização considerados nos projetos de lei em meio à situação
desafiadora da pandemia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
S UMÁRI O 38
Como observado no gráfico 1, os meses apresentam
quantidades variadas de proposições legislativas. Entretanto, o
mês de abril (N= 53) e maio (N= 34) foram os meses com maiores
números de PL’s na Câmara dos Deputados, a casa em que correu
o maior número de projetos de leis nesse momento de pandemia. O
mês de março, que foi o primeiro mês, não obteve tantos PL’s, pode-
se sugerir que foi o mês de adaptação ao novo cenário, já os outros
dois meses que seguem, vem com um número bem mais elevado de
proposições legislativas, em que se pode denotar a necessidade de
uma discussão mais precisa e urgente relacionada ao COVID-19 no
Brasil, devido ao alastramento da situação, que, de acordo com os
dados do Ministério da Saúde (2020), de março até maio houve um
aumento significativo de casos.
S UMÁRI O 39
Não obstante, a análise de similitude apresenta um grafo (árvo-
re máxima) que representa a conexão entre os vocábulos do corpus
textual, de modo que a partir desta análise é possível compreender a
estrutura de construção do texto e os temas de eventual relevância, a
partir da coocorrência entre as palavras (SALVIATI, 2017).
S UMÁRI O 40
a pandemia do novo coronavírus. Por sua vez, o núcleo “covid-19”
dispõe de PL’s sobre a suspensão das aulas presenciais e da cobrança
de pagamento do FIES pelos estudantes em caráter temporário,
enquanto durar a pandemia do SARS-CoV-2. Além disso, neste vértice
se observa a conexão com PL’s que consideram a criação de um fundo
emergencial de financiamento estudantil.
Fonte: Autores
S UMÁRI O 41
Entendendo os resultados da similitude.
S UMÁRI O 42
próximas do centro da nuvem (SALVIATI, 2017). Vale destacar que esta
é uma análise lexical relativamente simples, todavia ela é graficamente
interessante, em razão de fornecer uma ideia inicial do conteúdo do
material textual (CAMARGO; JUSTO, 2018).
Fonte: Autores
S UMÁRI O 43
SENADO FEDERAL
Projeto de Lei Emenda
PLS nº 1079/2020 Altera a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, para suspender
temporariamente as obrigações financeiras dos estudantes
beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)
por 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação
desta Lei, prorrogáveis por igual prazo pelo Poder Executivo.
PLS n° 1277/2020 Inclui § 1º-A ao art. 44 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, para prever a prorrogação automática de prazos
para provas, exames e demais atividade para acesso
ao ensino superior em caso de reconhecimento de
estado de calamidade pelo Congresso Nacional ou de
comprometimento do regular funcionamento das instituições
de ensino do país.
PLS n° 1886/2020 Institui o Certificado de Recebíveis da Educação (CRE) -
Emergencial - em decorrência do estado de calamidade
pública pela pandemia de COVID-19.
PLS nº 786/2020 Altera a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, para autorizar,
em caráter excepcional, durante o período de suspensão das
aulas em razão de situação de emergência ou calamidade
pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos
com recursos do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis dos estudantes
das escolas públicas de educação básica.
S UMÁRI O 44
ensino, a partir desses benefícios. Além disso, verificou-se um tema
que defende a suspensão ou adiamento de provas/seleção para
ingresso na rede de ensino superior, e outro relacionado à assistência
estudantil para esse período emergencial.
Eixos temáticos f %
Rede particular de ensino 32 27,59
Assistência aos estudantes 26 22,42
Ensino Superior 17 14,65
Estratégias de ensino 17 14,65
Assistência aos trabalhadores da educação 9 7,76
Financiamento da educação pública 8 6,89
Financiamento do Ensino Superior 6 5,18
Acesso ao Ensino Superior 1 0,86
TOTAL 116 100
S UMÁRI O 45
encontradas 19 proposições em processo de tramitação, por sua vez,
na Câmara dos Deputados obteve-se um número de 97 proposições
nessa situação.
S UMÁRI O 46
em todas as faixas de renda. Nesse sentido, a referida proposição
busca amparar financeiramente aquelas famílias que possuem seus
filhos matriculados em instituições privadas de ensino. Dessa forma,
as instituições privadas devem levar em consideração a questão
financeira de seu público estudantil que teve de se moldar de acordo
com o cenário atual de calamidade.
S UMÁRI O 47
de qualidade. Com isso, é necessário ter-se um atendimento que
consiga abarcar os sujeitos e localidades que a era tecnológica não
consegue alcançar devido a questões socioeconômicas. Logo,
políticas de inclusão digital seriam propicias nesse período em que os
meios digitais estão sendo fundamentais para o aprendizado remoto
(CARNEIRO; RODRIGUES; FRANÇA; PRATA, 2020).
S UMÁRI O 48
respectivamente, que participarem de desenvolvimento de projetos
relativos à COVID- 19. Outras PL’s trazem sobre regras que assegurem
os estagiários no campo de estágio, direito do estudante ao trancamento
de matrículas gratuitamente e a questão de estágio remoto na área da
saúde, considerando o período excepcional de calamidade.
S UMÁRI O 49
Constatando o quanto essas medidas educacionais e de isolamento
são discriminatórias, torna-se mais desafiante para alguns grupos
sociais, sobretudo aqueles que apresentam uma vulnerabilidade social,
política, econômica em relação aos grupos privilegiados (BARBOSA e
CUNHA, 2020; SANTOS, 2020).
S UMÁRI O 50
de salários e uma prevenção do contágio da COVID-19, é preciso pen-
sar além. E assim, propor políticas públicas que respalde os referidos
trabalhadores nas diferentes esferas da vida desse profissional, seja
social, econômica, como também na valorização do seu bem-estar
físico e mental.
S UMÁRI O 51
a implantação de tecnologia no ensino, se esse alunado é desprovi-
do de recursos essenciais para sobrevivência. Neste sentido, desta-
ca-se, inicialmente, o papel constitucional da União de suplementar
recursos, considerando sua responsabilidade de garantir equidade e
padrão de qualidade na educação. (ALVES, FARENZENA, SILVEIRA
e PINTO, 2020; BARBOSA e CUNHA, 2020)
S UMÁRI O 52
-se uma grande movimentação das instituições financeiras brasileiras
na concessão de linhas de créditos para quitação ou financiamento de
mensalidade destes estudantes.
Eixos temáticos f %
Acesso ao Ensino Superior 23 46,94
Financiamento do Ensino Superior 19 38,78
Normas de funcionamento do Ensino Superior 4 8,16
Rede particular de ensino 3 6,12
TOTAL 49 100
S UMÁRI O 53
O eixo que obteve o maior número de PL’s foi Acesso ao Ensino
Superior, com uma porcentagem de 46, 94 %, que em sua maioria a
situação de status não é informada. A temática dos projetos de leis em
questão concentra-se no adiamento do ENEM e das demais provas e
atividades de seleção para acesso ao ensino superior.
S UMÁRI O 54
proteção aos beneficiários do programa. Diante dessa emergência
sanitária vários setores têm sido afetados economicamente, e não é
diferente com os estudantes beneficiários do Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies), e as também as Instituições de Ensino Superior (IES)
privadas vinculadas ao programa, em especial as pequenas e médias.
A partir disso, foram pensadas medidas emergenciais para amenizar
tais prejuízos (PL 1758/2020). No entanto, várias dessas propostas
foram apensadas ou arquivadas, é possível levantar como hipótese o
fato que a maioria apresentarem textos, sugestões similares.
S UMÁRI O 55
das mensalidades das Universidades privadas. Essas medidas foram
pensadas diante das demandas emergentes resultados da pandemia.
S UMÁRI O 56
fragilizados psicologicamente, a partir da mudança de rotinas, escassez
de recursos e implementação de novas tecnologias no processo de
ensino aprendizado. Neste sentido, a Psicologia escolar e educacional,
a partir de uma prática pautada pelos postulados da Psicologia
Histórico-Cultural, deve buscar compreender as relações educacionais
no cenário atual como um contexto de crise, mobilizando a expressão
do pensamento, fala, memória, imaginação, entre outras funções
psicológicas na busca para compreender e lidar com as demandas
atuais. Além de serem sustentadas na criação de situações sociais
de desenvolvimento, marcadas pela possibilidade da vivência que
permite ressignificar os sentidos configurados nas relações escolares,
construídas em um processo histórico (POTT, 2020; VIGOTSKI, 2006).
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
S UMÁRI O 57
Constatou-se uma diversidade de temas que permeavam as
PL’s, como formas de ações ou medidas emergentes diante dos
impactos no campo educacional gerados pela pandemia. No entanto,
percebeu-se a partir dos resultados uma fragmentação e defasagem
nas discussões de algumas propostas. Logo, presumisse a importância
da coletividade, da comunidade escolar participar de forma mais
efetiva em tais decisões.
S UMÁRI O 58
comprometida com a construção de uma sociedade que vigore uma
educação universal e equitativa.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, M. A. S. Impactos da pandemia da covid-19 na educação brasileira
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o Edital nº 25/2020, de 30 de março de 2020 e o Edital nº 33/2020, de 20
de abril de 2020, ambos do Ministério da Educação / Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, e que dispõem sobre as
diretrizes, os procedimentos e os prazos do Enem 2020 impresso. Câmara
dos deputados, DF, Brasília. Disponível em:< https://www.camara.leg.br/
proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2252087 >.
BRASIL. Projeto de Lei n.º 2456, de 07 de Maio de 2020. Suspende a
finalização de contratos de estágios durante período de pandemia da
Covid-19 em estado de calamidade pública e dá outras providências;
altera a Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 (Lei do Estágio). Câmara
dos deputados, DF, Brasília. Disponível em:< https://www.camara.leg.br/
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BRASIL, Projeto de Lei nº PL 1495, de 02 de Abril de 2020. Dispõe sobre
as instituições de ensino superior da rede privada que optaram pelo Ensino
a Distância (EAD) ou por Vídeo Conferência, obrigadas a reduzirem as
suas mensalidades em 20% (vinte por cento), mediante formulário de
requisição do estudante ou seu representante legal, durante o período
que durar o Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana
pelo Novo Coronavírus causador da COVID-19. Câmara dos Deputados,
Brasília, DF. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/
fichadetramitacao?idProposicao=2242849
S UMÁRI O 60
BRASIL, Projeto de Lei nº 1758, de 09 de Abril de 2020. Dispõe sobre alterar
o art. 13 da Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, para disporsobre as
recompras de títulos da dívida do Fundo Fies relacionado aos contratos
iniciados até dezembro de 2017 durante o estado de calamidade pública
decorrente da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Câmara dos
Deputados, Brasília, DF. Disponível em: https://www.camara.leg.br/
proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2247295
BRASIL, Projeto de Lei nº 3962, de 28 de julho de 2020. Dispões sobre
autoriza a cursar instituição de ensino superior o aluno aprovado no
Exame Nacional do Ensino Médio - Enem ou no vestibular sem concluir
Ensino Médio no período da pandemia do coronavírus (Covid-19). Câmara
dos Deputados, Brasília, DF. Disponível em: https://www.camara.leg.br/
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BRASIL. Projeto de Lei n° 1163, de 30 de Março de 2020. Dispõe sobre a
redução de, no mínimo, 30% (trinta por cento) no valor das mensalidades das
instituições de ensino fundamental, médio e superior da rede privada cujo
funcionamento esteja suspenso em razão da emergência de saúde pública
de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Senado Federal,
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BRASIL. Projeto de Lei n.º 1419, de 2 de Abril de 2020. Permite pactuar
sobre a redução das mensalidades decorrentes de contrato de prestação de
serviços educacionais, na modalidade presencial, por instituições privadas
de ensino, diante do estado de calamidade pública causado pela pandemia
do coronavírus (COVID-19). Senado Federal, Brasília, DF. Disponível em:
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9.394, de 20 de dezembro de 1996, para regular a oferta de atendimento
educacional alternativo a alunos com imunodepressão ou em grupo de
risco, em caso de emergência sanitária reconhecida na forma da legislação.
Câmara dos deputados, DF, Brasília. Disponível em:<https://www.camara.leg.
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§ 3º ao art. 12 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, para dispor
sobre a obrigatoriedade das escolas públicas de educação infantil
e do ensino fundamental incluírem a Vitamina C (ácido ascórbico)
nos cardápios da alimentação escolar. Câmara dos deputados, DF,
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S UMÁRI O 61
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as condições para fomento a cursos de pós-graduação stricto sensu pela
Diretoria de Programas e Bolsas no País da CAPES”. Câmara dos deputados,
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S UMÁRI O 65
2
Capítulo 2
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO:
MEDIAÇÕES EM TEMPOS
DE PANDEMIA
PSICOLOGIA
E EDUCAÇÃO:
MEDIAÇÕES
EM TEMPOS
DE PANDEMIA
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.66-90
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 67
uma pandemia. Nesse sentido, toda a comunidade internacional,
até mesmo onde o vírus ainda não havia chegado, deveria ficar em
alerta. Aqui no Brasil, ainda no fim de fevereiro, alguns casos de
contaminação já haviam sido registrados e, na segunda quinzena do
mês de março, chegou a recomendação pela suspensão das aulas,
bem como de diversas outras atividades, e, junto, a indicação explícita
de distanciamento social.
Foi assim que, como num piscar de olhos, em todo país, tivemos
a suspensão das aulas presenciais. A rapidez da paralisação também
engendrou uma rápida alternativa para levar adiante as atividades de
ensino: a educação remota passou a ser apontada como solução
viável. De uma hora para outra, tivemos que nos render aos encantos
e desafios das ferramentas tecnológicas. Destacamos que, na UFRN,
a recomendação para retomada das atividades de ensino nessa
modalidade foi discutida e vivenciada num movimento permeado
por severas críticas e muita resistência por parte de docentes e
discentes. A indicação foi deflagrada sem uma discussão mais ampla
e sem consideração das reais condições de alunos e professores. As
discussões sobre o ensino remoto aguça mais inquietações do que
certezas, quem sabe a sistematização da experiência nos ajude a
ampliar essa discussão.
S UMÁRI O 68
materializa: condições de atendimento na educação pública e privada,
na saúde, na assistência social e até nas condições de sepultamento.
Os enterros dos mais pobres nas valas comuns jamais serão apaga-
dos da nossa memória, uma triste imagem da desigualdade que nos
marca da chegada ao final da vida. No momento em que estamos
fazendo esta escrita, aqui no Brasil, mais de cento e quarenta mil vidas
já foram ceifadas.
S UMÁRI O 69
de ensino da atividade de pensar as contradições para além das
aparências (VIÉGAS e GOLDSTEIN, 2017). Notadamente, esses
movimentos visam sedimentar a educação como ferramenta a favor
do capital, preparando pessoas úteis ao processo produtivo, alienadas
em relação ao que produzem e cada vez mais distantes dos processos
de humanização defendidos por Leontiev (2004). Esse, portanto, é um
explícito retrocesso das universidades em relação ao que estávamos
começando a vislumbrar através das políticas de expansão e acesso
ao ensino superior que, talvez, se encaminhavam para provocar
rupturas nas desigualdades que são centenárias em nosso país. Os
filhos da classe trabalhadora, os mais pobres, os negros, os indígenas,
os quilombolas e as pessoas com deficiência começavam a se
aproximar dos espaços de saber erudito. No entanto, os caminhos
formativos que se vislumbram daqui em diante poderão retroceder e
voltar a reforçar aquela lógica que, durante tantas décadas, fez dos
espaços universitários lugares seletos, para pessoas que utilizavam
do conhecimento para impor dominação e manutenção de privilégios.
S UMÁRI O 70
o ajustamento dos indivíduos às demandas do capital e, consequen-
temente, de uma ampliação dos processos de exclusão, o aporte teó-
rico da psicologia histórico-cultural aponta possibilidades de rupturas
através da promoção do acesso ao conhecimento. Precisamos nos
comprometer com projetos de formação que removam os obstáculos
que estão postos entre os sujeitos e o conhecimento (TANAMACHI e
MEIRA, 2003), comprometimento esse que defende o cultivo do pen-
samento crítico e que se materializa em práticas alinhadas com os
processos de humanização.
S UMÁRI O 71
estado de coisas. Por outro lado, quando a crise é passageira,
ela deve ser explicada pelos factores que a provocam. Mas
quando se torna permanente, a crise transforma-se na causa
que explica todo o resto”. (SANTOS, 2020, p. 5)
MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA E
EDUCAÇÃO REMOTA
S UMÁRI O 72
perspectiva, assinala que, para tratarmos sobre qualquer fenômeno, faz-
se necessário o conhecimento das condições concretas que permitem
sua emergência. Somente desvelando essas condições é que também
conheceremos sua dinâmica e suas contradições (VIGOTSKI, 1996).
Para esse psicólogo soviético, era importante se opor a toda forma de
determinismos e defender a adoção da perspectiva histórica e o papel
ativo dos homens na criação das suas condições de vida.
S UMÁRI O 73
dialéticos. Ressalta-se, portanto, a importância do conhecimento
das condições concretas nas quais a vida se materializa. Destarte,
também Tuleski (2008) discorre sobre a obra de Vigotski e enaltece
sua postura de se contrapor a uma prática de psicologia restrita aos
espaços de laboratório.
S UMÁRI O 74
de generalização, abstração e desenvolvimento do intelecto. A
mediação como processo aparece ainda nos estudos de Maciel e
Oliveira (2018, p. 103), que afirmam: “Vigotski utilizou o conceito de
mediação não simplesmente como “ponte”, “elo” ou “meio” entre as
coisas, mas sim como um processo”.
S UMÁRI O 75
outro, o nível atingido pela criança com auxílio e colaboração de
outra pessoa, apoiada nas funções em processos de maturação.
S UMÁRI O 76
conhecimento que possa escancarar a insustentabilidade desse
modelo de sociedade excludente. São ações planejadas que
almejam implantar um governo totalitário capaz de controlar a vida
pública e privada dos seus cidadãos e, por compreender o potencial
da educação, começa minando os espaços de disseminação do
conhecimento. Uma explícita tentativa de defender a educação
deslocada de sua dimensão política, uma educação que supostamente
seja neutra e que não defenda interesses partidários.
S UMÁRI O 77
um mercado rentável no setor da educação. Agora, desde o princípio
da pandemia, se escancara a venda dos pacotes de tecnologias de
informação e comunicação (TICs) que já rondavam as IES com a
oferta do ensino a distância e similares. A paralisação das atividades
presenciais de ensino colocou essas TICs como redentoras do ano
letivo, visto que seriam a alternativa viável para explorar o ensino
remotamente em meio à necessidade do distanciamento físico.
S UMÁRI O 78
se atrasam, desanimam, pensam em desistir e alguns chegam a
duvidar se são merecedores de terem ingressado no ensino superior.
O CICLO DE MESAS-REDONDAS
S UMÁRI O 79
foram efetivamente consideradas as condições concretas de que um
grupo considerável de professores e alunos dispunha ou não para
levar adiante aquela proposta; e estranhamento, que se deu porque
teríamos de executar uma proposta que não havíamos concebido e
que excluiria muitos alunos das possibilidades de participação.
S UMÁRI O 80
29/06 Suicídio em tempos de pandemia 201
01 /07 Ansiedade em tempos de pandemia 189
06/07 Ciência, verdade e pandemia: e a psicologia com isso? 136
08/07 Saúde do trabalhador em tempos de pandemia 167
13/07 Crise, pandemia e Psicologia 126
15/07 Isolamento Social, Política e Saúde 153
Mental em tempos de pandemia
20/07 Feminismos e resistências em tempos de pandemia 133
21/07 A psicoterapia e avaliação em tempos remotos 121
22/07 Saúde Mental em tempos de pandemia 156
23/07 Racismo, Psicologia Transpessoal e 110
necropolítica além da pandemia
24/07 Relações Pessoa-Ambiente e pandemia: 105
espacializando desigualdades
27/07 Educação remota em tempos de pandemia 116
28/07 Mídias, infâncias e escola: reflexões 122
para além da pandemia
29/07 Luto em Tempos de Pandemia 179
S UMÁRI O 81
A experiência almejava proporcionar espaços de diálogos entre
a Psicologia e a Educação, bem como com outras áreas do saber.
Ambicionava, ainda, dispor de um espaço de interação online com
os participantes, a fim de ampliar os caminhos de aprendizado,
formação e reflexão e proporcionar à comunidade interna e externa à
UFRN um ambiente de trocas de saberes e experiências a partir dos
temas tratados e em meio à pandemia. De fato, esse tipo de atividade
possibilitou a participação de pessoas de outras localidades do estado
do Rio Grande do Norte e de outras cidades do território nacional
(Niterói/RJ, São Paulo/SP, Porto Alegre/RS, Brasília/DF) e internacional
(Sheffield/UK e Santiago/Chile).
S UMÁRI O 82
e aprendizados acerca dos processos psicossociológicos em contexto
de trabalho remoto, notadamente, sobre trabalho em equipe.
S UMÁRI O 83
momentos que fogem à normalidade, como esse que estamos vivendo,
ainda continuam nos avaliando e nos cobrando um desempenho
pautado nessa lógica. Para ilustrar essa afirmativa, basta observar
que, logo após a suspensão das aulas presenciais, ainda na primeira
semana, já começaram as preocupações das universidades sobre o
que seria feito para salvar o ano letivo.
S UMÁRI O 84
momentaneamente da sala virtual ou a qualidade do áudio não permitia
uma boa comunicação. Segundo relatos registrados nos formulários
de avaliação aplicados após cada mesa-redonda, duas horas de
transmissão ao vivo consumiam cerca 2GB do seu pacote de dados
e, frequentemente, houve o pedido para que o evento fosse concluído
em menos tempo. Alguns participantes ainda relataram que essa
experiência foi a oportunidade de saírem da ociosidade acadêmica.
S UMÁRI O 85
E não se trata apenas dos determinantes associados a ter ou não
ter acesso. Além da dimensão relacionada às condições concretas,
para funcionar como atividades de ensino, tínhamos de garantir a
adequada mediação pedagógica, visto que a aprendizagem deveria
ser assegurada aos envolvidos. E, nesse sentido, o ensino remoto
demonstrou limitações. Não proporcionamos a todos os estudantes
as mesmas garantias de acesso e de permanência. Constatamos
que a plataforma utilizada apresentava instabilidades em alguns
momentos e também não permitia que os usuários visualizassem
as mensagens enviadas pelos demais, dificultando, segundo eles, o
processo de aprendizagem. Se defendemos que a educação é um
direito de todos, não podemos pactuar com as modalidades que já
promovem exclusão desde o ponto de partida.
S UMÁRI O 86
Os interesses e propósitos defendidos por trás dessa modalidade
de ensino ensejam vigilância constante. A educação pública tem se
tornado uma arena de disputa de alguns conglomerados empresariais
de educação a distância. Agora, muitos desses grupos têm apresentado
soluções rápidas, colocando-se como alternativa viável e buscando as
brechas para abocanhar, com avidez, fatias de um mercado promissor;
eles vendem suas plataformas digitais e negociam a educação como
mercadoria a ser repartida entre os mais “espertos”. Para Costa
(2012), o Estado, ao invés de atuar com investimentos que assegurem
educação de qualidade para todos, defende a acumulação do capital
e incentiva as iniciativas privadas. Ademais, compromete os processos
de ensino, uma vez que, em função de quem financia, os resultados
esperados assumem conotações diferenciadas. A preocupação em
preparar para o mercado se sobrepõe aos processos de humanização,
e, assim, prevalecem os interesses de quem financia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 87
para a mediação acontecer, não podemos deixar de reafirmar algumas
dificuldades que sobressaíram nessa experiência: fadiga mental,
questões ergonômicas inerentes à postura diante de longo período em
frente a telas de computadores e/ou smartphones, dificuldade de acesso
online, condições adequadas para concentração e participação ativa
da atividade, falta de familiaridade com as tecnologias da informação
e comunicação, falta de equipamento com configurações necessárias
para a participação, entre outras.
S UMÁRI O 88
mesas-redondas abriu possibilidades de interlocução com temáticas
que podem ampliar os interesses de discentes e docentes na construção
de conhecimentos que coloquem a psicologia e a educação a serviço
da vida e dos diálogos promotores de emancipação humana.
REFERÊNCIAS
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Maria Luísa Lima; FERNANDES, Sara Ruth Ferreira. (2019) Formação em
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S UMÁRI O 90
3
Capítulo 3
ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS
ESCOLARES EM CONTEXTO
DE PANDEMIA: ANÁLISE DE
PRÁTICAS PROFISSIONAIS
ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS
ESCOLARES EM CONTEXTO
DE PANDEMIA:
ANÁLISE DE PRÁTICAS
PROFISSIONAIS
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.91-117
A pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov-2) surpreendeu
o mundo. A crise sanitária teve impactos significativos na vida da
população, afetando não só os sistemas de saúde, mas a economia,
a política e também a educação. Segundo dados da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
devido às medidas de prevenção à COVID-19, doença causada pelo
novo coronavírus, escolas foram fechadas em 190 países, chegando a
afetar 1,57 bilhão de estudantes, cerca de 90% de todos os alunos do
mundo (UNESCO, 2020).
S UMÁRI O 92
A PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS
IMPACTOS NA EDUCAÇÃO
S UMÁRI O 93
à excepcionalidade do momento, seria possível promover atividades
educativas à distância, por meio das mais diversas tecnologias, em
especial as digitais.
S UMÁRI O 94
de sofrimento psíquico, em especial de quadros de ansiedade e de
transtorno de estresse pós-traumático. Esses impactos, que podem
se prolongar inclusive após os períodos mais críticos de isolamento
social, requerem medidas de atenção e fortalecimento de ações de
saúde mental.
S UMÁRI O 95
Historicamente, a psicologia na escola atuou muitas vezes em
uma perspectiva de prevenção e tratamento dos aspectos emocionais
que afetassem os processos de aprendizagem. Essa perspectiva foi
amplamente criticada por ter um caráter individualizante dos processos
educativos, ignorando fatores econômicos, políticos e sociais que
perpassam o processo de ensino e aprendizagem (MAIA, 2017).
S UMÁRI O 96
Essa proposta de acolhimento no grupo se propôs a ajudar
as psicólogas e os psicólogos a encontrar possibilidades criativas
de modo que possam lidar com essa situação, diminuindo possíveis
angústias geradas pelas novas demandas no trabalho. Essa ação
ganha relevância uma vez que essas e esses profissionais não foram,
nem puderam ser, preparados para esse momento que tanto os
mobiliza emocionalmente.
S UMÁRI O 97
relações estabelecidas entre eles. Essa técnica surgiu a partir da
compreensão de Balint (1988) de que a personalidade do médico
é o primeiro remédio administrado ao paciente. Nesse sentido, o
profissional deveria tomar consciência de suas práticas, suas reações
automáticas, suas convicções científicas de maneira a utilizar a
“droga-médico” da melhor forma possível.
S UMÁRI O 98
diversas profissões. Para além de uma formação técnica, o grupo
permite o acolhimento das angústias dos profissionais envolvidos,
não dissociando o sujeito profissional, que comparece como um todo
nos seus processos de saber-fazer.
S UMÁRI O 99
observado pelas autoras. Foram realizados 12 encontros com duração
de 1 hora e meia. O convite para participação era feito para todas por
e-mail, sem a obrigatoriedade de cada uma estar presente em todos
os encontros. A participação média foi de sete psicólogas, sendo o
número de inscritas de 18.
S UMÁRI O 100
Algumas reflexões sobre as falas das psicólogas escolares
S UMÁRI O 101
a qual tinham discordâncias, mobilizou muito as psicólogas escolares.
Os relatos eram de que se sentiam atadas, impedidas de agir, ou de
que suas ações não fariam sentido nesse contexto tão difícil para
profissionais da educação, estudantes e suas famílias.
S UMÁRI O 102
com os demais profissionais da escola. Relaciona-se assim com a auto
cobrança sentida em uma expectativa de profissional ideal, que poderia
dar conta da complexidade das problemáticas escolares. O fenômeno
educativo envolve aspectos pedagógicos, econômicos, políticos e
culturais, sociais e individuais, que ultrapassam a possibilidade de
compreensão e resolução por parte de uma única especialidade.
S UMÁRI O 103
construir colaborativamente, com os demais atores da escola, ações
significativas e viáveis para esse momento.
S UMÁRI O 104
consciência de sua própria exclusão, ou seja, como aquela que
é relegada pelo sistema a perpetuar exclusões involuntárias com
seu poder técnico de discriminações.
S UMÁRI O 105
Mas talvez se a gente tivesse na rotina presencial, a gente não
teria esse tempo para parar e refletir. E acho que a gente está
adoecendo justamente pois não estamos conseguindo parar.
S UMÁRI O 106
significados nelas contidos. A raiva e o conflito são reações humanas
possíveis, ainda mais em situações complicadas como a que vivemos.
A ideia, portanto, não é silenciar os conflitos, mas entendê-los como
possibilidades de desenvolvimento. A partir do diálogo, o grupo pode
construir relações de respeito encontrando soluções coletivas para os
problemas vivenciados no cotidiano escolar.
S UMÁRI O 107
profissionais em suas escolas. Algumas delas, inclusive, buscaram
junto à coordenadora e à observadora material de leitura para
embasar futuras ações. Com o passar dos encontros, vários foram
os relatos de realização de grupos de escuta no formato Balint por
parte das psicólogas escolares. A maioria dessas ações ocorreram
com os professores de suas escolas, mas houve também encontros
com gestores, com profissionais da limpeza e outros setores da
comunidade escolar:
O grupo tem me ajudado muito. Para ouvir e ser ouvida, e até
pensar coisas criativas. [...] Eu propus isso junto com a minha
pedagoga, e estamos fazendo quinzenalmente, e tem surtido
efeito. Se a gente puder acolher essas famílias, acolher esses
professores, já é alguma coisa, pois quase ninguém tem esses
espaços. Esse espaço aqui é essencial.
S UMÁRI O 108
muito distantes. O fato de utilizar o fechamento da câmera para
esconder o rosto, em momentos de emoções intensas, dificulta o
acolhimento dessas emoções por parte da coordenadora. No entanto,
permite ações comunicativas outras, como a utilização do bate-papo
escrito paralelamente.
S UMÁRI O 109
O clima de confiança criado no grupo permitiu que as
participantes expusessem suas dificuldades, abrindo também
espaços para mudanças de postura frente aos problemas enfrentados.
Observamos que de um primeiro momento marcado por sensação de
impotência e muitas dúvidas sobre o que e como fazer nesse momento
inédito de ensino remoto, passou-se à construção de possibilidades
de atuação alicerçadas nas trocas entre as profissionais.
S UMÁRI O 110
perguntarem sobre qual a função da escola e da psicologia escolar
nesse momento:
Os gestores da minha escola são do grupo de risco, eu me
ofereci para entregar cesta verde, pois é comida, as pessoas
precisam comer. Às vezes eu me sinto mais assistente social que
psicóloga, mas nisso que estou tentando me aterrar.
S UMÁRI O 111
resposta, de pronta entrega. Que esse vínculo, essa relação é
tão importante, que a psicologia tem muito mais a oferecer nesse
campo da relação, da escuta.
S UMÁRI O 112
do momento. O grupo Balint, além de ser um dispositivo que auxilia
na diminuição das angústias vivenciadas, propicia a construção de
novos fazeres. As falas que se seguem ressaltam a importância do
grupo para o bem-estar das pessoas envolvidas: “partilhar isso, estar
junto, foi muito reconfortante. Veio autocobrança e cobrança externa. A
gente precisa desses momentos”; “tô melhor só de poder ter falado”;
“tô mexida, bagunçada, mas me sinto acolhida. Pode não mudar o
contexto, mas a disposição para aquilo alcança”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 113
“novo normal” que amplia exclusões já vividas por muitos estudantes,
especialmente os pobres, pretos e pessoas com deficiência.
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S UMÁRI O 117
4
Capítulo 4
DO IMPREVISÍVEL PANDÊMICO
AO INTENCIONAL FORMATIVO:
UMA PSICOLOGIA EDUCACIONAL/
ESCOLAR PARA PENSAR
O ENFRENTAMENTO AO
ADOECIMENTO DOCENTE
DO IMPREVISÍVEL
PANDÊMICO
AO INTENCIONAL FORMATIVO:
UMA PSICOLOGIA EDUCACIONAL/ESCOLAR
PARA PENSAR O ENFRENTAMENTO
AO ADOECIMENTO DOCENTE
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.118-146
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 119
educacionais são o limite para uma ação pedagógica transformadora,
mas entender a educação a partir de determinantes históricos que
incidem sobre ela, e que as mudanças das formas de produção da
existência humana foram gerando historicamente determinadas
concepções de educação e de formação docente.
S UMÁRI O 120
A IMPREVISIBILIDADE DA PANDEMIA
E A REALIDADE DOCENTE
S UMÁRI O 121
A imposição inesperada dessas circunstâncias pode ser
identificada como fonte de provocação de crise à docência, porque
causou tensão, medo, insegurança, dúvidas, afastamento físico e
social dos alunos e trouxe à baila problemas estruturais da sociedade
que também reverberaram na vida e no trabalho do professor, como
desigualdades e vulnerabilidades que, apesar do esforço, dificultaram
o preparo e a ministração de aulas on-line, exemplificativamente.
S UMÁRI O 122
Esse conteúdo pode ser visto como uma ironia ou uma crítica,
e faz pensar que, apesar de a vinda avassaladora da COVID-19 ter
imposto rigorosas restrições à sociedade e, por consequência, às
instituições escolares, inviabilizando a permanência do processo
educativo em modo presencial e promovendo o denominado ensino
remoto, há também um contexto neoliberal no qual esse processo está
inserido e o professor é partícipe.
S UMÁRI O 123
ou acréscimo à lista de espaços virtuais e ações que ainda podem ser
desenvolvidas e veiculadas nestes ou outros.
S UMÁRI O 124
no dia 17 de setembro de 2020, que para os professores “tá bom
ficar em casa, por dois motivos: primeiro eles ficam em casa e não
trabalham, por outro colabora que a garotada não aprenda mais
coisas, não volte a se instruir. [...] É inadmissível perdermos o ano
letivo.” (ROCHA, 2020, s.p).
S UMÁRI O 125
É essa ideia [...], ele se converte em uma ideologia [...]” (MIRANDA,
2018, s.p), como a explicitada no post do Facebook: “Professora é a
indústria e a riqueza do Brasil!”
S UMÁRI O 126
FORMAÇÃO CONTINUADA E ADOECIMENTO
DOCENTE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
S UMÁRI O 127
Para que tal formação permanente aconteça, o mesmo autor
assevera que é preciso
[...] superar definitivamente os enfoques tecnológicos,
funcionalistas, burocratizantes, aproximando-se, ao contrário,
de seu caráter mais relacional, mais dialógico, mais cultural-
contextual e comunitário, em cujo âmbito adquire importância
a relação que se estabelece entre todas as pessoas que
trabalham dentro e fora da instituição (escolar). (IMBERNÓN,
2016, p.8, acréscimo nosso).
S UMÁRI O 128
Diante desses dados, esclarece-se que nesse trabalho a
formação continuada de professores é entendida como a que
acontece em processo permanente/constante após a formação inicial,
intentando contribuir para o aperfeiçoamento de saberes necessários
à atividade docente (VITAL; URT, 2019).
S UMÁRI O 129
do trabalho têm gerado precarização do trabalho docente e maior
suscetibilidade ao adoecimento do professor.
S UMÁRI O 130
Em sentido emancipatório, Barros e Girotto (2019) afirmam que,
com as novas demandas do mercado de trabalho e dos processos
de aprendizagem e desenvolvimento do sujeito no contexto da
sociedade atual, as propostas de formação continuada precisam estar
atentas às exigências que influenciam e desafiam a maneira de os
professores verem e agirem sobre sua atividade principal – “o ensino
baseado em conhecimentos” científicos elaborados (p. 79). Aliado a
isso, consideram que é importante pensar essa formação a partir da
apropriação de um método de análise da realidade, que compreenda
e perceba o real, analise-o em sua complexidade e desenvolva ações
educativas que proporcionem luta a favor da emancipação.
S UMÁRI O 131
PARA ALÉM DA PANDEMIA: O INTENCIONAL
FORMATIVO E O ENFRENTAMENTO
AO ADOECIMENTO DOCENTE
S UMÁRI O 132
tempo de trabalho [...]. Hoje não temos nenhum outro tempo senão o
tempo de trabalho” (HAN, 2018, p. 13).
S UMÁRI O 133
configura como um cenário de crise, logo, indubitavelmente, apresentou
aos professores instabilidades pessoais e profissionais. O que propõe-
se, contudo, é tratá-la segundo o ponto de vista vygotskiano, como um
período de transição e possibilidades, com um olhar não determinista
da realidade pandêmica, nem, tampouco, de sua negação, mas sob
a compreensão de que trouxe à baila ou potencializou a visão sobre
necessidades e desafios que, apesar de não serem inéditos, podem
ser repensados, ressignificados, agora a partir de outra perspectiva.
S UMÁRI O 134
Por isso, no âmbito de uma formação continuada pensada como
possibilidade de enfrentamento ao adoecimento de professores, pode-
se considerar que a Psicologia Histórico-Cultural pode proporcionar
subsídios para uma Psicologia Educacional/Escolar que pense a
educação fundamentada no objetivo de promover o desenvolvimento
a partir de princípios que vão além da instrumentalização docente, que
procure legitimar a formação do pensamento teórico, o conhecimento
científico e a cultura. Além disso, que legitime a realidade educacional
como um produto humano passível de transformação, não reduzido
a dimensões individualizadas, às variáveis psicológicas subjetivas,
mas entendida no contexto da prática social e seu sentido político, que
pode proporcionar competência para lidar com a realidade adversa.
S UMÁRI O 135
É nesse sentido que Borges (2014, p. 163) reafirma que na
sociedade do capital, ao pertencer à classe trabalhadora, o professor
está sujeito “à lógica de exploração da classe dominante, que detém os
meios de produção. De modo que os conflitos e interesses manifestos
nas contradições referentes ao trabalho sigam a lógica linear da
manutenção do modo de acumulação capitalista” em voga.
S UMÁRI O 136
Compreendemos a necessidade das aulas remotas, mas
nos entristece, desmotiva e adoece a incompreensão do
excesso de cobranças aos professores, que já é de praxe e
com as videoaulas aumentaram, sem olhar com zelo o lado do
professor. (TI, 2020, s.p).
S UMÁRI O 137
atribuições e seu consequente adoecimento, mas considerá-la para
além de explicações psicologicistas, levando em conta as condições
de vida e de trabalho não como dados ou variáveis da situação, mas
como algo produzido pelas relações entre os homens, pelo dilema
subjetivismo-objetivismo e pela compreensão de uma dialética
histórica abstrata.
Contudo,
Esses pontos – que apenas indicam desdobramentos do
processo de neoliberalização sobre a educação – são também
indicadores da urgência e da natureza da luta a ser travada. A
voracidade com que produzem os ataques a esse campo na
atualidade, antes que ocultar, é a expressão da sua importância
estratégica na guerra em curso. Por mais difícil que seja o
confronto com essa realidade, este certamente não é mais difícil
do que a própria realidade. (MIRANDA, 2020, p. 11).
S UMÁRI O 138
Sobre tais premissas é que se pensa em uma formação
continuada intencionalmente alicerçada nos fundamentos da Psicologia
Histórico-Cultural, reverberada em uma Psicologia Educacional/
Escolar que promova a possibilidade de não conformação, mas de
impulsionamento à resistência e à orientação para organizar planos
de ensino e estabelecer procedimentos que ecoem em um trabalho
docente também intencionalmente histórico e crítico, não alienante.
S UMÁRI O 139
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 140
renovação no processo educacional e contribua, entre outros fatores,
para a construção de outras possibilidades de relação humana, a partir
da não generalização do ensino remoto, virtual, visto que a educação
se faz na contextura dessa relação.
S UMÁRI O 141
Compreende-se aqui que uma demanda importante para o
processo de formação continuada de professores é contribuir para
a superação de tais concepções, promovendo análises, diálogos,
discussões acerca dos fatores constituintes do adoecimento docente,
para além de olhares patologizantes e despersolanizantes, por isso
propõe-se romper com modelos estereotipados de Psicologia e
Educação e assumir propostas e projetos de formação docente que,
segundo Vital e Urt (2017, p. 16517), “possibilitem novos modos de
aquisição de conhecimento, de pensar e de agir. Que rompa com
uma visão estreita de ensino e se paute em princípios que concebem
o sujeito de forma” totalizante, dando “suporte ao desenvolvimento
da autonomia docente e trabalhando na contramão do ensino e” da
aprendizagem espontaneísta e/ou conteudista.
S UMÁRI O 142
Isso pressupõe acolher, auxiliar e atender o professor em
adoecimento, mas, concomitantemente, pensar e desenvolver propostas
formativas transformadoras, que o façam olhar para além da aparência
desse fenômeno, compreender suas relações de trabalho e construir
objetiva e intencionalmente instrumentos de enfrentamento, buscando
alternativas de superação das formas alienadas de seu desenvolvimento.
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S UMÁRI O 146
5
Capítulo 5
INTERVENÇÕES PSICOEDUCATIVAS
EM SAÚDE MENTAL NO IFPA
NA PANDEMIA DE COVID-19
INTERVENÇÕES PSICOEDUCATIVAS
EM SAÚDE MENTAL NO IFPA
NA PANDEMIA DE COVID-19
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.147-171
A pandemia de COVID-19 é considerada uma situação
de emergência global, atravessando todo “tecido social”, não
poupando praticamente nenhuma área da existência humana, seja
ela coletiva ou individual, com repercussões diversas na esfera da
saúde mental (LIMA, 2020).
O PSICÓLOGO NA ESCOLA E A
PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
S UMÁRI O 148
não aprendia. Assim, deu-se início ao seu estabelecimento enquanto
um campo de saber, com atuação específica junto a crianças com
problemas de aprendizagem, o que continuou a partir da criação
da profissão de psicólogo no Brasil, em 1962, iniciando a fase da
psicologia educacional e da escolar. Posteriormente, nas décadas
de 80 a 90, diante de várias críticas a esse modelo, começou-se a
refletir como a psicologia poderia se afastar dessa normatização
e classificação dos alunos de acordo com transtornos, déficits e
deficiências (BARBOSA, 2012).
S UMÁRI O 149
Ronch, Iglesias e Avellar (2018) realizaram um estudo onde
analisaram 17 pesquisas sobre a atuação do psicólogo nas escolas
com enfoque na promoção de saúde e prevenção de doenças
publicadas em periódicos nacionais. Para elas, pode-se perceber
que novos caminhos estão sendo traçados no âmbito da psicologia
escolar, deixando-se de lado o modelo de atendimento clínico
individual e entendendo a escola como um ambiente de promoção
de saúde e valorização da vida. Considera-se esse olhar como
um avanço na formação de uma possível identidade profissional
do psicólogo escolar voltada para a potencialização da vida e de
relações saudáveis através da educação.
S UMÁRI O 150
o desenvolvimento de ações voltadas para a prevenção de agravos
de saúde, a promoção da saúde e qualidade de vida do sujeito e o
fortalecimento dos fatores de proteção (BRASIL, 2002). Temas como
cultura de paz, inclusão e acessibilidade, empoderamento, além do
desenvolvimento de espaços/ambientes que proporcionem bem-estar
e estimulem o desenvolvimento humano e a construção de relações
interpessoais saudáveis e, ainda, o desenvolvimento de habilidades
pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e da
vida, descritos como objetivos da PNPS (BRASIL, 2015), devem estar
presentes nos programas de promoção da saúde desenvolvidos por
psicólogos escolares.
S UMÁRI O 151
Abed (2016), além da transmissão do conhecimento, a função
da escola é, também, desenvolver e fortalecer nas crianças e
adolescentes competências variadas capazes de auxiliá-las na
construção de uma vida feliz e produtiva. Tais competências podem
ser chamadas também de habilidades socioemocionais, como
motivação, perseverança, capacidade de trabalhar em equipe e
resiliência diante de situações difíceis.
S UMÁRI O 152
PANDEMIA DA COVID-19 E SEUS
IMPACTOS NA EDUCAÇÃO
S UMÁRI O 153
A suspensão das aulas no Brasil também foi marcada pela
ausência de um imediato posicionamento do governo federal com
relação ao fechamento das escolas, o que levou as instâncias
inferiores do governo agirem de forma autônoma e com isso, houve a
inexistência de ações preventivas homogêneas no país desde o início
da pandemia, pois, basicamente, cada estado e municípios, adotaram
critérios próprios (FICANHA et al., 2020).
S UMÁRI O 154
conhecidas pelos professores e expôs a falta de estrutura da maioria
das escolas brasileiras, principalmente as públicas.
S UMÁRI O 155
Contudo, mesmo diante desse cenário, o trabalho dos servidores
da área da educação não parou. Frente à necessidade de cumprir o
isolamento social, os servidores migraram quase que imediatamente
para o regime de trabalho remoto, conforme INSTRUÇÃO NORMATIVA
Nº 03, de 27 de abril de 2020 (IFPA, 2020), adaptaram suas casas para
o trabalho, tendo de conciliá-lo com a rotina de afazeres domésticos
e, sob ameaça de contaminação por um vírus ainda sem previsão de
cura, tiveram que manter o foco e reinventar novas formas de viver e
garantir o direito de ensino aprendizagem dos estudantes.
S UMÁRI O 156
mais saudáveis de lidar com as emoções, com a prevenção e até a
minimização do sofrimento mental diante de situações adversas.
S UMÁRI O 157
mergulhar na literatura existente em busca de subsídios que
norteassem este fazer desafiador e completamente novo imposto
pela pandemia da SARS-Cov-2.
S UMÁRI O 158
O autor destaca que nos grupos operativos sempre existirão
os papéis de líder, porta-voz, sabotador e bode expiatório, sendo
necessário identificar quais as pessoas estão desempenhando cada
papel, para que se possa atuar de maneira mais assertiva junto a
eles. Assim, cada psicólogo através de sua expertise identificou como
melhor se caracterizava seu campus (que foi visto como uma pessoa)
e levou suas impressões para o grupo de psicólogos do Programa
de Educação Socioemocional, que juntos trabalharam na organização
da estratégia que atendesse às demandas individuais dos campi e
coletivas da instituição como um todo (o grupo operativo).
S UMÁRI O 159
Devido a necessidade deste processo de identificação, buscou-
se conhecer melhor a realidade e percepções individuais e coletivas
dos servidores, colaboradores e discentes do IFPA, através de uma
pesquisa sobre Saúde Física e Mental, que foi divulgada e coletada por
plataformas digitais. Os dados coletados auxiliaram na compreensão do
mundo interno dos grupos, fomentando o planejamento e estruturação
das ações a serem desenvolvidas na Instituição (ações coletivas) e nos
campi (ações focais), levando-se em consideração a linguagem, faixa
etária, gênero e nível de conhecimento.
S UMÁRI O 160
livre expressar, requereu a formulação de materiais que simulassem
o diálogo presencial com o público-alvo. Segundo Cunha (1988), o
jogo pedagógico é aquele fabricado com o objetivo de proporcionar
determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material tradicional,
devido conter aspecto lúdico e utilizando recursos intencionalmente
pensados para atingir objetivos específicos.
INTERVENÇÕES DA PSICOLOGIA
DO IFPA NA PANDEMIA
S UMÁRI O 161
Em março de 2020, a Pró-Reitoria de Ensino (PROEN), em
parceria com Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP), iniciou a
implantação do Programa de Educação Socioemocional do IFPA, uma
ação de Educação e Saúde para o desenvolvimento de ações coletivas
de competências socioemocionais na comunidade acadêmica.
Para tanto, foi feita uma formação educacional com o grupo de
Psicólogos(as) para que os mesmos pudessem coordenar as ações
nos campi e Reitoria nos quais estão lotados para atuação profissional.
S UMÁRI O 162
Dentre os quais, o Conselho Federal de Psicologia baseou a prática
de escuta psicológica online, na já existente na Resolução CFP nº
11/2018, e na resolução CFP nº 04/2020, criada especificamente para
atender o período de pandemia.
Materiais audiovisuais
S UMÁRI O 163
slide, de forma educativa. Além do que, segundo Lima (2020), a
produção de conhecimento em educação e saúde passou a explorar
outros recursos da internet, como as transmissões ao vivo que é o caso
das lives, webinars e também os podcasts.
Live
S UMÁRI O 164
em saúde mental do estado do Pará e Brasil, dividido em 3
modalidades de atendimentos: online, presencial e por telefone.
Cada local, grupo ou instituição apresentada tinha a descrição
da forma de atendimento e público-alvo, de maneira a otimizar e
facilitar a procura por apoio emocional no período de isolamento e
após a flexibilização das atividades.
Cards Educativos
Revista
S UMÁRI O 165
a todos. Contendo um total de 25 páginas, os temas trabalhados
foram: sentimentos emergentes diante da pandemia, alterações
de rotina incluindo novas relações de trabalho e estudo, questões
como autoconhecimento, relações familiares e sociais, inserção de
novas tecnologias nas relações e manutenção de laços afetivos. A
revista foi lançada nos sites oficial do IFPA no dia 04 de junho de
2020 para downloads e distribuição feita por e-mail aos servidores e
também encaminhada via aplicativo de mensagens, destacando esta
última, como uma forma de compartilhamento de informações rápida
e acessível à população em geral, usada frequentemente nesta
pandemia. A revista teve reportagem publicada na página oficial do
Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF) como uma ação de
atenção à saúde no período de pandemia. Até o até fim da coleta de
dados para o referido artigo, a revista já somava, na página oficial do
IFPA, uma média direta de 504 downloads.
E-books
S UMÁRI O 166
comunidade acadêmica por e-mails e via aplicativo de mensagens. Os
três e-books até fim da coleta de dados já somavam na página oficial
do IFPA, uma média direta de 807 downloads, ressaltando que este é
o primeiro mês do lançamento na página.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 167
Objetivando auxiliar nesse processo, de forma a amenizar os
impactos emocionais decorrentes deste momento tão avassalador,
os grupo de psicólogos (a) do Instituto Federal do Pará, por meio do
programa de educação socioemocional, procuraram adaptar suas
práticas, reorientando suas ações, para que pudessem atender a
comunidade acadêmica, mediando a adaptação a esse novo cenário,
através de um novo fazer, voltado a atender as especificidades de
nossa comunidade.
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S UMÁRI O 170
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Acesso em: 23 de setembro de 2020.
S UMÁRI O 171
6
Capítulo 6
REINVENTANDO-SE: RECORTES
SOBRE A ATUAÇÃO DOS SERVIÇOS
DE PSICOLOGIA ESCOLAR
EDUCACIONAL DO IFPI FRENTE
A PANDEMIA DA COVID-19
REINVENTANDO-SE:
RECORTES SOBRE A ATUAÇÃO DOS SERVIÇOS
DE PSICOLOGIA ESCOLAR EDUCACIONAL DO IFPI
FRENTE A PANDEMIA DA COVID-19
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.172-199
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 173
nº 835, institui o Comitê de Prevenção ao Coronavírus (COVID-19),
com o objetivo de orientar a comunidade acadêmica e conduzir as
ações para a prevenção do novo coronavírus (IFPI, 2020a). Pelas
decisões do Comitê, avaliando a gravidade epidemiológica e a
dimensão do risco provocada pela doença, o Instituto Federal do
Piauí, desde o dia 19 de março de 2020, adotou o regime de jornada
em trabalho remoto para todos os seus servidores (IFPI, 2020b).
A suspensão das atividades acadêmicas e administrativas foi
prorrogada por tempo indeterminado, permanecendo a realização
de trabalho remoto. Em casos excepcionais, a critério do Reitor e/ou
dos Diretores-Gerais, em momentos que se fizessem necessários,
os servidores poderiam ser convocados presencialmente para
atuarem em suas unidades de lotação.
S UMÁRI O 174
forma experimental, com as séries finais dos cursos técnicos de nível
médio (integrados, concomitante/subsequente) e os módulos finais dos
cursos de graduação. Inicialmente, foram ofertados e desenvolvidos
cursos de formação, na modalidade remota, para os servidores
docentes e técnicos, com duração de quarenta horas, voltados para
o uso de ferramentas educacionais digitais na realização das aulas:
“Recursos Web do G Suite na Construção de Materiais Educacionais
Digitais” e “Criação de Vídeoaulas e Webconferência”. Posteriormente,
em 18 de junho de 2020, por meio da Resolução 14/2020 do Conselho
Superior do IFPI (CONSUP, 2020), ampliou-se o ensino remoto para
todas as séries e modalidades de ensino, em andamento até o mês de
setembro, período do fechamento deste capítulo.
S UMÁRI O 175
de seus ambientes de trabalho. É sobre essas experiências de trabalho
reais em um contexto virtual que tratarão as páginas deste capítulo,
considerando as vivências e experiências desses profissionais que
atuam nos campi do IFPI.
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
ESCOLAR EDUCACIONAL DO IFPI
NO CONTEXTO DA PANDEMIA
S UMÁRI O 176
de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões
relevantes no dia-a-dia da escola.
S UMÁRI O 177
• Manter contato com os alunos para acolhimento e atendimento
das demandas que surgirem;
S UMÁRI O 178
a vivência de atividades lúdicas, culturais e laborais para a comunidade
interna e em geral. O Programa foi intitulado “Você em casa e o IFPI
em movimento” e, a partir dele, muitas ações foram sendo elaboradas
pelos diversos setores e profissionais da instituição, dentre eles, a
Psicologia, que atuou desenvolvendo atividades educativas e outros
projetos os quais serão descritos nas seções seguintes.
S UMÁRI O 179
Corroborando com a compreensão de que esse protagonismo
juvenil promove aprendizagem significativa e propicia melhor
qualidade de vida e capacidade de pensar nos sujeitos, Kim (2018,
p. 4) afirma que:
As metodologias ativas caracterizam-se como métodos de ensino
que fortalecem a formação de vínculos democráticos na relação
entre professor, alunos e conteúdo. Apoiam-se na aprendizagem
significativa por descoberta, que estimula a criatividade na
construção de soluções para os problemas da prática.
S UMÁRI O 180
fazer a Psicologia Escolar Educacional. Mas as ações precisavam ser
ampliadas e um questionamento insistia em se fazer presente durante
os planejamentos de ações: como fazer Psicologia Escolar Educacional
“fora” da escola e sem o contato presencial com a comunidade escolar,
professores, alunos e famílias?
Psiconectad@s
S UMÁRI O 181
impactos da pandemia na saúde mental; empatia; resiliência;
desenvolvimento emocional na adolescência; sentimentos; como
trabalhar pensamentos; distorções cognitivas; autocuidado; técnicas
de respiração e relaxamento; gratidão; saúde mental na escola;
procrastinação; superação; infodemia2; crimes sexuais; gaslighting3;
porque e para que ser estudante, emoções, mitos sobre a atuação da
psicologia e psicofobia. A forma abordada inclui dicas de filmes, livros,
músicas, conteúdo textual, vídeos, reflexões, desafios e enquetes
com os assuntos pertinentes à psicologia escolar educacional, com o
propósito de auxiliar a instituição em seu papel social na formação de
cidadãos críticos e ainda oferecer suporte psicológico à comunidade
escolar para enfrentamento das adversidades advindas com a
pandemia, considerando, dessa forma, de acordo com Antunes e
Meira (2003, p. 43) que:
O psicólogo não é um “resolvedor” de problemas, um mero
divulgador de teorias e conhecimentos psicológicos, mas um
profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade,
pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem
entre os sujeitos e o conhecimento e a formar cidadãos por
meio da construção de práticas educativas que favoreçam
processos de humanização e reapropriação da capacidade
de pensamento crítico.
S UMÁRI O 182
na disseminação da informação aos alunos, a possibilidade de
integração de tratamentos psicológicos e programas de prevenção
baseados em evidências torna-se realista e tangível”, conforme
destacam Ghosh et al. (2016, p.153).
S UMÁRI O 183
Intervenções nas salas de aula virtuais,
redes sociais e aplicativos
S UMÁRI O 184
aplicativos de multiplataformas, como o WhatsApp e o Telegram, bem
como as diferentes redes sociais – Facebook, Instagram, como meio
de comunicação mais direta e rápida entre alunos e servidores.
Ghosh et al. (2016) descrevem que cada vez mais o uso das
tecnologias vinham se incorporando ao ambiente de sala de aula,
trazendo muitos benefícios e ampliando os métodos de aprendizagem
e instrucionais para docentes e estudantes. Fato este que foi
impulsionado pelo contexto do isolamento social.
S UMÁRI O 185
Também foi realizado o projeto “De Olho no Enem” em parceria
com a coordenação dos cursos integrados, trabalhando com os alunos
que se preparam para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM), temas da saúde emocional e que impactam no processo
de aprendizagem, tais como: autocuidado emocional; organização
de estudos e rotinas; relacionamentos interpessoais/familiares;
enfrentando desafios; o sentido da resiliência; lidando com frustração
e com ansiedade; foco e concentração.
4 Por posvenção entende-se o cuidado realizado no momento do luto por suicídio, ou seja,
todas as ações de ajuda a pessoas impactadas por um suicídio.
S UMÁRI O 186
Atividades com grupos de alunos e famílias através do Google
Meet também estão sendo realizadas. Um primeiro encontro cuja
temática foi escolhida pelos próprios alunos, através de enquete no
Instagram, intitulado “Me conta da tua janela...como anda a sua Saúde
Mental?”. A roda de conversa virtual se propôs a discutir e compartilhar
entre os participantes as estratégias utilizadas para o cuidado com
a Saúde Mental diante do contexto atual e os feedbacks têm sido
positivos. A proposta de continuidade abordará temáticas diversas
sugeridas pelo público alvo, tais como: cultura do cancelamento na
internet, valorização da vida, relações virtuais, ansiedade, etc.
S UMÁRI O 187
O questionário foi constituído de onze perguntas, abordando
emoções e comportamentos que, por ventura, poderiam ter emergido
ou se intensificado com o início do período de distanciamento social.
Abordou também as possíveis mudanças que possam ter ocorrido em
vários aspectos, como, por exemplo, humor, autoconfiança, interesse
pela vida, hábitos alimentares, sono, convivência familiar, interesse
em trabalhar/estudar dentre outros. Verificou-se o grau de satisfação
com a saúde mental do respondente, colaborador, a frequência com
a qual tem vivenciado as emoções, pensamentos e sintomas de
tristeza, ansiedade, desespero, medo, estresse, pensamentos sobre
morte/morrer, etc. Averiguou-se ainda sobre os comportamentos auto
lesivos, sobre pensamento suicida, sobre o uso de álcool e/ou outras
drogas, quanto ao uso de medicação (para depressão, ansiedade
e outros problemas psicológicos/psiquiátricos), e sobre a procura
por algum serviço de saúde mental. Além disso, indagou-se sobre
quais estratégias adotadas pelos respondentes para cuidar da saúde
mental. Especificamente em relação à COVID-19, inquiriu-se sobre o
que causa maior preocupação. E, por fim, avaliaram-se os impactos
do distanciamento social nas atividades de trabalho e/ou estudo.
S UMÁRI O 188
contexto, sobre a realização de estudos e trabalho remoto foi
identificado um rebaixamento da qualidade na realização dessas
tarefas, acompanhada de queda na concentração e memória, baixa
motivação e energia, ansiedade e irritação e uma maior dificuldade
de organização para realização destas.
S UMÁRI O 189
Para a atuação nesse período, se pensou na perspectiva de
trabalhar educação em saúde, construindo material educativo sobre os
cuidados pertinentes para evitar o contágio pela COVID-19, abordando
os aspectos práticos de higiene corporal, higiene bucal, atitudes de
autocuidado emocional, favorecendo cuidado integral à comunidade
escolar, além da divulgação dos canais e a forma de acessos aos
respectivos setores.
No que diz respeito às cartilhas e aos materiais informativos, é
importante que sejam elaborados em linguagem acessível, com
diagramação visualmente atrativa e ajustada às características
do público-alvo[…] materiais informativos disponibilizados em
áudio e vídeo (i.e., que não demandem leitura) podem ser uma
boa alternativa, especialmente para pessoas com menor nível
de escolaridade. (SCHMIDT et al, 2020, p.16-17).
S UMÁRI O 190
Destaca-se também a atividade “Podemos sim, continuar
ajudando.” que foi organizado por técnicas de enfermagem, com a
colaboração da psicóloga e médica da de um dos campi da instituição.
Com a mesma finalidade de intervenção, angariou-se valores para
adquirir materiais de higiene e limpeza (detergente, sabonete, água
sanitária) para posterior distribuição junto aos estudantes do IFPI
socialmente vulneráveis. Aconteceu, além disso, a campanha de
doação de cestas básicas a alunos e suas famílias em situação de
vulnerabilidade social, agravada pelo contexto da pandemia, através
da campanha “Doe uma cesta básica sem sair de casa”.
S UMÁRI O 191
Atuação com a comissão de assistência estudantil
S UMÁRI O 192
As ações de assistência estudantil serão executadas por
instituições federais de ensino superior, abrangendo os Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, considerando suas
especificidades, as áreas estratégicas de ensino, pesquisa e
extensão e aquelas que atendam às necessidades identificadas
por seu corpo discente.
S UMÁRI O 193
A saúde mental dos educadores também deve ser foco de
atenção, afinal, eles sofreram uma reviravolta muito significativa
na sua atuação: foram inseridos no ensino remoto, que tem toda
uma especificidade e organização próprias, sem uma preparação
adequada. É importante salientar que o que se vivencia hoje é um
ensino remoto de emergência, a maneira possível para que a atuação
docente aconteça e não se perca o papel da escola nesse momento.
S UMÁRI O 194
visando à ampliação dessas atividades para todas as turmas, bem
como a mediação em reuniões entre os alunos e a direção, no que
tange às dificuldades apresentadas pelos alunos durante as aulas
remotas. É importante também salientar ainda que os psicólogos/as
participaram das reuniões de pais desenvolvendo atividades educativas
de orientação às medidas de conduta preventiva, à confecção de
material educativo para disseminação de informações pertinentes ao
cuidado com a saúde, orientações acerca do manejo de emoções e
regulação emocional promovendo maior engajamento e adoção de
comportamentos efetivos de proteção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 195
trabalho do psicólogo escolar educacional, profissional que, através
do refazer-se frente às novas demandas, reitera sua importância
na construção de um trabalho pautado nos aspectos éticos e que
prioriza uma educação de excelência.
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S UMÁRI O 197
IFPI. Portaria nº 952 de 04 de maio de 2020 - Homologa a Nota Técnica
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https://doi.org/10.1590/1982- 0275202037e200072.
S UMÁRI O 199
7
Capítulo 7
A COVID-19 E A ATUAÇÃO
DA PSICOLOGIA NA REDE
PÚBLICA ESTADUAL DE
ENSINO DO AMAZONAS
A COVID-19
E A ATUAÇÃO
DA PSICOLOGIA NA REDE
PÚBLICA ESTADUAL
DE ENSINO DO AMAZONAS
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.200-224
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 201
Nesse contexto, realizamos levantamento bibliográfico e
documental, com o objetivo de verificar as estratégias adotadas
pelos profissionais de psicologia da Secretaria de Estado de
Educação e Desporto (SEDUC/AM) em face do retorno às aulas
presenciais em Manaus após o afrouxamento do isolamento social
em decorrência da Covid-19.
S UMÁRI O 202
bem-estar e do desenvolvimento saudável de crianças, tendo, com o
passar do tempo, ampliado o seu público alvo, alcançando também os
adultos que fazem parte da comunidade escolar.
S UMÁRI O 203
Já as práticas emergentes - descritas por Martinez (2010) como
mais amplas e abrangentes, requerendo uma atitude mais pró-ativa do
psicólogo - consistem em: a) Diagnóstico, análise e intervenção em nível
institucional, especialmente no que diz respeito à subjetividade social
da escola, visando delinear estratégias de trabalho favorecedoras das
mudanças necessárias para a otimização do processo educativo; b)
Participação na construção, no acompanhamento e na avaliação da
proposta pedagógica da escola; c) Participação no processo de seleção
dos membros da equipe pedagógica e no processo de avaliação dos
resultados do trabalho; d) Contribuição para a coesão da equipe de
direção pedagógica e para sua formação técnica; e) Coordenação
de disciplinas e de oficinas direcionadas ao desenvolvimento integral
dos alunos; f) Contribuir para a caracterização da população estudantil
com o objetivo de subsidiar o ensino personalizado; g) Realização de
pesquisas diversas com o objetivo de aprimorar o processo educativo;
e, h) Facilitar de forma crítica, reflexiva e criativa a implementação das
políticas públicas.
S UMÁRI O 204
em gestão de políticas públicas de educação diante das demandas
educacionais no Brasil.
S UMÁRI O 205
A SEDUC/AM E A PSICOLOGIA
S UMÁRI O 206
Além disso, a partir das informações que constam no Portal, é
possível verificar que a lotação dos psicólogos estatutários encontra-
se dividida da seguinte forma: 12 profissionais na capital e 15, no
interior, em ambos cenários, as lotações estão distribuídas entre sede
administrativa, unidade administrativa e unidade educacional, não
coincidindo a presença de dois profissionais em um mesmo local,
apesar de a organização de trabalho ser de apenas 30 horas semanais
para cada psicólogo (AMAZONAS, 2019).
S UMÁRI O 207
(em quaisquer níveis de escolaridade, o que causa diferenciação
salarial), que possuem a graduação em psicologia, atuarem como
psicólogos na Secretaria.
S UMÁRI O 208
A Covid-19 e as Diretrizes Estabelecidas pelos Conselhos
Federal e Regional de Psicologia (CFP e CRP)
S UMÁRI O 209
estabelecido na Resolução CFP nº 10/2005 que versa sobre o
uso das TICs.
E por fim, no artigo quarto ficam suspensos os artigos 3º, Art. 4º,
Art. 6º, Art. 7º e Art. 8º da Resolução CFP nº 11/2018 durante o período
da pandemia do COVID-19 até quando intecorra por parte do CFP a
publicação da Resolução que trate sobre as TICs.
S UMÁRI O 210
O CFP, por meio das notas orientativas nº 11, de 2018,
e nº 4, de 2020, que a modalidade de atendimento remoto
não é recomendável a adolescentes nas seguintes condições:
a) adolescentes que apresentem quadro de crises ou surtos
psiquiátricos; b) adolescentes que apresentem ideações suicidas
ou automutilação; c) adolescentes que tenham sofrido violência
institucional. Vale ressaltar que tais orientações aplicam-se não
somente ao público das medidas socioeducativas, como também
ao público da rede pública de ensino básico.
S UMÁRI O 211
essenciais conforme o caso, bem como o modo de oferecê-los
neste momento de calamidade pública;
S UMÁRI O 212
de Propostas dos Congressos Nacionais de Profissionais, em especial
o do 10º CNP, entre outros.
As Propostas da SEDUC para a Atuação de Psicólogos Durante
o Retorno às Aulas Presenciais
S UMÁRI O 213
Quadro 01: Bases legais para atuação no retorno às aulas presenciais
DOCUMENTO PROVIDÊNCIAS
Constituição Estabelece que a educação é direito de todos e dever
Federal de 1988 do Estado e família
Segundo o Artigo 23, a educação básica poderá
Lei de Diretrizes e organizar-se por forma diversa sempre que o interesse
Bases Nacional da do processo de aprendizagem assim o recomendar, e em
Educação - LDBEN seu artigo 32, § 4º, ratifica que o ensino à distância pode
n° 9.394/96 ser utilizado como complementação da aprendizagem
ou em situações emergenciais no ensino fundamental
Decreto n.o Dispõe sobre as medidas para o enfrentamento
40.520, de 14 de da emergência de saúde pública de importância
março de 2020 internacional decorrente do novo Coronavírus
Portaria no. 311, Determina, no âmbito da rede pública estadual de
de 20 de março de ensino do Amazonas, o Regime Especial de Aulas Não
2020 da SEDUC/AM Presenciais para a Educação
Estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da
educação básica e da educação superior decorrentes das
medidas para enfrentamento da situação de emergência
de saúde pública de que trata a Lei no 13.979, de 06
Medida Provisória de fevereiro de 2020, bem como dispensa todos os
n.o 934, de 1o de sistemas de ensino do país, em caráter excepcional, da
abril de 2020 obrigatoriedade de observância ao cumprimento dos 200
dias de efetivo trabalho escolar no ano letivo de 2020, desde
que cumprida a carga horária mínima anual estabelecida
nos referidos dispositivos, observadas as normas a serem
editadas pelos respectivos sistemas de ensino
Propõe a reorganização do Calendário Escolar, além da
Parecer CNE n°
possibilidade de cômputo de atividades não presenciais
05/2020, aprovado
para fins de cumprimento da carga horária mínima anual
em 28/04/2020
em razão da Pandemia da COVID-19
Estabelece e orienta procedimentos para a reorganização
Resolução Nº. 039 das atividades e dos calendários escolares do ano letivo
de 30 de abril de de 2020 para todo o Sistema Estadual de Ensino, a saber,
2020 do CEE/AM escolas públicas e privadas, em razão das medidas para
o enfrentamento do novo Coronavírus
S UMÁRI O 214
Decreto Nº
Prorroga os prazos de suspensão, que especifica até o
42.278, de 13 de
dia 31 de maio de 2020, e dá outras providências
maio de 2020
Deixa a critério dos Conselhos Estaduais e Municipais
de Educação o detalhamento das ações, por meio de
Parecer n° 05/2020 documentos específicos, que se referem às sugestões
contidas no texto para que estas possam atender às
peculiaridades e necessidades de cada sistema;
Expede normas orientadoras complementares à
Resolução n° 039/2020 do CEE/AM, assim como
regulamenta critérios para o retorno às atividades
Resolução n° escolares presenciais, para as instituições de Educação
057/2020, de 24 Básica, em todos os níveis, etapas e modalidades,
de junho de 2020 a saber, Instituições Públicas Estaduais e Municipais
localizadas em municípios que não possuem Sistemas
de Ensino instituídos, assim como as escolas da rede
privada de ensino;
Parecer CNE/CP no Orientações Educacionais para a Realização de Aulas e
011/2020 - Aprovado Atividades Pedagógicas Presenciais e Não Presenciais
em 07/07/2020 no contexto da Pandemia.
S UMÁRI O 215
intransigente da educação, qualificando o processo educacional na
formação integral dos alunos.
S UMÁRI O 216
de aula; h) Formulário on line – disponibilizado aos profissionais e
comunidade escolar quanto aos sentimentos acerca da possibilidade
de retorno às aulas; e, i) Promoção de Lives no Centro de Mídias -
CEMEAM - com temáticas de aprendizagem socioemocional.
S UMÁRI O 217
Entretanto, o número de pedagogos lotados na Secretaria
é infinitamente maior que o de psicólogas e assistentes sociais
na proporção de 1092 pedagogos, 22 assistentes sociais e 27
psicólogas, (Portal da Transparência – 12/2019) ainda assim, há
escolas sem pedagogos e apoio pedagógicos. Daí a importância de
promover concurso público com o número maior de vagas para estas
categorias profissionais.
S UMÁRI O 218
CONCLUSÃO
S UMÁRI O 219
seus integrantes a partir da sua expertise e experiência colaboraram
para a construção dos materiais que contam no Portal Saber + da
Secretaria de Educação.
S UMÁRI O 220
REFERÊNCIAS
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junho de 2020. Dispõe sobre normas orientadoras complementares à Resolução
n° 039/2020 do CEE/AM assim como regulamenta critérios para o retorno às
atividades escolares presenciais, para as instituições de Educação Básica, em
todos os níveis, etapas e modalidades, a saber, Instituições Públicas Estaduais
e Municipais em cujos municípios não possuem Sistemas de Ensino instituídos,
assim como as escolas da rede privada de ensino. Manaus. 2020.
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______. Lei Federal Nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Dispõe
sobre a dispensa de todos os sistemas de ensino do país, em caráter
excepcional, da obrigatoriedade de observância ao cumprimento dos
200 dias de efetivo trabalho escolar no ano letivo de 2020, desde que
cumprida a carga horária mínima anual estabelecida nos referidos
dispositivos, observadas as normas a serem editadas pelos respectivos
sistemas de ensino.
______. Medida Provisória N.º 934,de 1º de abril de 2020. Dispõe sobre
normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e da educação
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S UMÁRI O 222
______. Parecer CNE n° 05/2020. Aprovado em 28/04/2020. Dispõe sobre
a proposta de reorganização do Calendário Escolar, além da possibilidade
de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da
carga horária mínima anual,em razão da Pandemia da COVID-19. Brasília.
2020. Disponível.http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman
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S UMÁRI O 223
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desafios na atuação profissional. Cadernos da Fucamp, v.19, n.37, p.45-59/2020
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Práticas e Concepções. Psicologia: Ciência e Profissão, 2013, 33 (4), 794-807
S UMÁRI O 224
8
Capítulo 8
GRUPO HÁ BRAÇOS:
AÇÕES DE ACOLHIMENTO
DE ESTUDANTES POR PROFISSIONAIS
DA PSICOLOGIA DO IFPB DURANTE
A PANDEMIA DE COVID-19
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.225-250
INTRODUÇÃO
1 Alex Ribeiro da Silva – Campus Picuí; Ana Carolina Simões Andrade Santiago Mousinho
– Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis; Anna Paola Sivini Lins e Silva – Campus João
Pessoa; Eduardo Vieira da Cunha Ferraz – Campus João Pessoa; Icaro Arcênio de Alencar
Rodrigues – Campus Campina Grande; Jeordan Rangel de Figueiredo Júnior – Campus
Princesa Isabel; Letícia Lacerda Bailão – Campus Monteiro; e Renalle Ruana Pessoa
Ramos – Campus Cajazeiras.
S UMÁRI O 226
pandemia nos estudantes dessa instituição, desenvolveram atividades
a distância, por intermédio de diversas plataformas/aplicativos,
cujo objetivo principal foi o de acolher demandas de sofrimento de
discentes dos 21 campi que compõem a referida instituição. O grupo
foi autodenominado de “Há braços”. Portanto, o intuito deste trabalho
é descrever as atividades desenvolvidas pelo grupo Há braços e refletir
sobre os pontos positivos e limitações dessas ações.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
S UMÁRI O 227
condicionadas pela pandemia de covid-19, situação singular na
história de vida dos servidores do IFPB, assim como de estudantes
dessa instituição de ensino e seus familiares, houve a necessidade
da equipe de psicólogos se reinventar e, aproveitando os recursos
tecnológicos de comunicação a distância, executar a Política de
Assistência Estudantil, acolhendo os sofrimentos dos discentes.
S UMÁRI O 228
educação: ensinar a compreensão entre as pessoas como
condição e garantia da solidariedade intelectual e moral da
humanidade. (MORIN, 2000, p. 93).
S UMÁRI O 229
Figura 1 – Conteúdos que as instituições de ensino
deveriam trabalhar durante a pandemia
S UMÁRI O 230
Outro aspecto importante a ser destacado sobre saúde mental
durante a pandemia de covid-19 consiste nas informações publicadas
sobre a doença e as consequências para quem as acessa. Ahmad
e Murad (2020) identificaram que as mídias sociais tiveram impacto
significativo na disseminação do medo e do pânico sobre o surto
de covid-19 no Curdistão iraquiano, influenciando negativamente na
saúde mental. A divulgação de notícias falsas, do número de infecções
e de mortes por covid-19 foi citada pelos 516 participantes da pesquisa
como principais fatores causadores de pânico.
S UMÁRI O 231
pontos positivos e limitações dessas ações, pode-se caracterizá-lo
como de metodologia descritiva. Para Sampieri, Collado e Lucio (2013),
um estudo descritivo busca especificar propriedades, características e
traços importantes de qualquer fenômeno a ser analisado. São úteis
para apresentar com precisão os ângulos ou dimensões de fenômenos,
acontecimentos, comunidades, contextos ou situações. Então, buscar-
se-á descrever o percurso metodológico que deu início ao grupo Há
braços e o desenvolvimento dele.
S UMÁRI O 232
para discentes de todos os campi; criação e gerência de grupos de
WhatsApp para acolher e promover atividades da Psicologia; e também
o desenvolvimento de trabalhos pelo Instagram, em parceria com
profissionais de outras áreas, incluindo as Equipes de Referência em
Saúde Mental (ERSM), criadas em 2020, cujo objetivo é o de fortalecer
a saúde mental na comunidade do IFPB (IFPB, 2020a).
Atendimentos virtuais
S UMÁRI O 233
os psicólogos escolares do grupo Há braços forneceram ao alunado
durante esse período de pandemia. Nesse sentido, contamos também
com a contribuição de duas psicólogas que não estavam vinculadas
ao grupo Há braços, mas que compõem o rol de psicólogos do IFPB.
S UMÁRI O 234
Para ter acesso ao serviço de escuta psicológica individualizada,
o estudante deveria ser aluno regularmente matriculado em qualquer
modalidade de cursos do IFPB — Formação Inicial e Continuada
(FIC), Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), técnico integrado, técnico subsequente, superior, pós-
graduação — e preencher o formulário de solicitação de atendimento
que foi disponibilizado no site do IFPB. A notícia no site da instituição
foi divulgada em abril do corrente ano, bem como disponibilizado o link
de acesso (IFPB, 2020e).
S UMÁRI O 235
Tabela 1 – Solicitações de atendimentos por campus
S UMÁRI O 236
instabilidade do sinal de internet ou dados móveis do celular
insuficientes para a realização de uma chamada de vídeo, limitando
o atendimento à troca de mensagens de áudios ou até mesmo por
meio da digitação de textos.
GRUPOS DE WHATSAPP
S UMÁRI O 237
uma atividade que gostavam de fazer. Essa atividade decorreu durante
o dia inteiro, tendo a presença de todos os profissionais para moderá-
la. Para tanto, os psicólogos se alternavam em horários específicos
para garantir a atividade proposta. Em seguida, foram realizados
acordos de funcionamento do grupo, como, por exemplo, a proibição
de uso de palavras ofensivas e envio de conteúdos do tipo “corrente”.
S UMÁRI O 238
Figura 2 – Vídeo sobre ansiedade
S UMÁRI O 239
4 – Atividade sobre habilidades socioemocionais
S UMÁRI O 240
tarefas decorridas dessa reunião estavam relacionadas à confecção
de material de divulgação; elaboração de texto para publicação (no site
do IFPB e no Instagram do Há braços, assim como nas redes sociais
dos diversos campi, como os grupos de WhatsApp institucionais); e
contatos com profissionais para colaborar com o tema, por exemplo.
Essas atividades eram efetivadas pelos integrantes da equipe Há
braços. Dessa forma, o tema da semana era construído e executado
coletivamente. Após essas atividades, ele era apresentado ao grupo dos
estudantes e desenvolvido durante um período de aproximadamente
três a quatro dias.
S UMÁRI O 241
as principais mencionadas entre os profissionais e as próprias pessoas,
sendo decorrentes do isolamento causado pela pandemia. Portanto, o
grupo no WhatsApp procurou construir laços e trocas entre as pessoas
com a ideia de dizer que elas não estavam sozinhas e que “há braços”
para compartilhar afetos e histórias, mesmo aquelas mais difíceis.
S UMÁRI O 242
sentido que a mesma foi adotada, pois era importante a realização
de lives, para que uma dinâmica de interatividade fosse criada entre
as pessoas e o projeto Há braços que, nesse momento, ganhou
um alcance muito além de visibilidade entre os estudantes da rede
do IFPB, bem como toda a comunidade escolar, pois mães, pais,
irmãos, amigos, professoras, professores e técnicos administrativos
começaram a acompanhar mais de perto parte das atividades que
eram desenvolvidas pelo projeto Há braços.
S UMÁRI O 243
Sendo a conta do Instagram comercial, pode-se ter acesso
a dados de compartilhamento, engajamento, posts salvos, que a
configurou uma ferramenta de avaliação do nosso trabalho, permitindo
estimar o comportamento dos seguidores junto à plataforma digital.
S UMÁRI O 244
Somaram-se um total de nove lives de sarau que reuniram mais de
trinta participantes declamando poesias, cantando e/ou tocando
instrumentos e lendo textos de autoria própria ou de outros autores,
como a literatura de cordel.
S UMÁRI O 245
Figura 7 – Divulgação do Sarau Especial
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 246
demandas de sofrimento mental de estudantes do Instituto Federal da
Paraíba, provenientes do período de pandemia de covid-19.
S UMÁRI O 247
REFERÊNCIAS
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2020. Dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por
meio de Tecnologia da Informação e da Comunicação durante a pandemia
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S UMÁRI O 250
9
Capítulo 9
REPERCUSSÕES DA PANDEMIA DE
COVID-19 NA EDUCAÇÃO PÚBLICA
ESTADUAL NO AMAZONAS
REPERCUSSÕES DA PANDEMIA
DE COVID-19 NA EDUCAÇÃO
PÚBLICA ESTADUAL NO AMAZONAS
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.251-271
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 252
Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde então, a Covid-19
tem trazido impactos incalculáveis para a população mundial. Neste
cenário, determinações, decretos e leis de diferentes naturezas foram
expressos pelo governo do estado do Amazonas para fins de prevenção
e readaptações da nova realidade educacional. Em contrapartida,
estas medidas emergenciais possuem objetivos sanitários, mas
também políticos.
S UMÁRI O 253
manifestações, propuseram por continuar as atividades pedagógicas
do ano de 2020 de maneira remota em determinadas modalidades de
ensino (BRASIL, 1996).
S UMÁRI O 254
Amazonas (Cemeam), o qual oferta a transmissão de aulas à distância
por meio de canais de televisão aberta, sites e aplicativos aos alunos
da rede pública de ensino.
S UMÁRI O 255
será preservada para o trabalho pedagógico dos professores. Com
50% dos alunos na escola, os horários de intervalo e saída também
serão divididos a fim de evitar aglomerações.
S UMÁRI O 256
Quanto aos servidores, o projeto prioriza o acolhimento destes
junto ao Instituto Península, cuja ação prioriza o desenvolvimento
integral a partir de quatro dimensões: corpo, propósito, emoções e
mente. Para isso, foi criada por professores de diferentes estados
junto ao Instituto Península, a plataforma “Vivescer”, que por meio da
educação a distância oferta quatro cursos voltados para as quatro
dimensões, sob as quais foram criadas jornadas de atividades. A
“Jornada Emoções” objetiva ensinar aos educadores sobre o papel
das emoções no processo de ensino-aprendizagem, de modo que
desenvolvam estratégias de regulação e, ainda, que ajudem os
alunos na autorregulação das emoções. A “jornada corpo” se volta
a relacionar as relações somáticas entre emoções e corpo. Com foco
cognitivo, a “jornada mente” instiga o entendimento e a forma com que
os modelos mentais e vieses cognitivos influenciam no ensino. Por fim,
a “jornada propósito” instiga os educadores a pensarem o significado
atribuído subjetivamente à docência e a relação com seus propósitos
de vida. O plano de formação está disponível pelo Centro de Formação
Profissional Padre José de Anchieta (Cepan).
S UMÁRI O 257
trabalho que envolvam a implementação, execução e acompanhamen-
to contínuo das competências socioemocionais na escola.
S UMÁRI O 258
desenvolvimento de atividades ligadas às atividades esportivas e as
artes, como a leitura de poesias, poemas, teatro, contação de histórias,
danças, jogos e outros. Há também sugestões relacionadas ao desen-
volvimento de atividades de atenção plena (mindfulness) a serem con-
duzidos pelos professores, como exemplo, a recomendação é de que
o docente reúna os alunos sentados em círculo, disponha de melodia
que identifique o início da meditação e, ao final, abra espaço para que
os alunos expressem seus sentimentos a respeito daquele momento.
S UMÁRI O 259
apresenta está na oferta de ensino remoto que, desconsiderando as
dificuldades de acesso igualitário a recursos tecnológicos, fere o direito
à educação e a igualdade de condições para o acesso e permanência
das crianças e adolescentes nas instituições de ensino preconizado
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no artigo 53. Segundo
Pereira (2020), as dificuldades de acompanhamento das aulas remotas
atingem tanto os professores, quanto os alunos e suas famílias, dentre
as principais queixas apresentadas está a falta e a instabilidade da rede
de internet, a falta de TV e a dificuldade de assimilação do conteúdo
sem a assistência dos educadores. Sobre isso, destacamos que dentre
as consequências da implementação urgente do ensino remoto, está
a dificuldade na aprendizagem devido a distância dos educadores e
do ambiente escolar, segundo Gragnani (2020), alguns alunos da rede
pública têm realizado um movimento nas redes sociais para reprovar
no ano letivo de 2020 devido às dificuldades enfrentadas no ensino
virtual, segundo pesquisa feita com 14 jovens de escola pública, estes
corroboram tais queixas e acrescentam que devido a estas condições,
descartam a possibilidade de um bom rendimento no Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) e, ainda, se sentem desmotivados.
S UMÁRI O 260
Oliveira, Gomes e Barcelos (2020) estudaram os impactos
do uso da tecnologia e o sistema de recompensamento de horas/
aula, onde avaliou-se a possibilidade de tornar escolas regulares em
unidades de tempo integral. De acordo com os autores e pesquisa
bibliográfica realizada, estas estratégias não são promissoras, pois
o uso de tecnologias atenderia somente uma pequena parcela de
estudantes. Dada a realidade brasileira e multiplicidade entre os
estados, os déficits educacionais já eram consideráveis anteriormente
e com a pandemia o país não dispõe de recursos para que a inclusão
digital alcance a todos neste momento. O sistema de recompensa de
horas/aula não se demonstrou eficaz, pois, segundo os autores, não
há evidências científicas de que a ampliação da carga horária agrega
ganhos de aprendizagem. Esta alternativa poderá ainda diminuir a
qualidade de ensino, uma vez que os alunos poderão cansar-se da
rotina duplicada sem conseguir absorver os conteúdos.
S UMÁRI O 261
(ANDES), quinze dias após a retomada das aulas, 342 professores dos
1.064 testados, foram contaminados, o equivalente a 32,2%. A esse
respeito, a FVS-AM considerou que este fato não caracteriza impacto
significativo no aumento de casos, quando comparados ao panorama
de infecção a nível estadual. A fundação descartou também possíveis
surtos em unidades escolares, informando que os professores que
testaram positivo, entraram em contato com o vírus entre os meses de
abril, maio e junho.
S UMÁRI O 262
desastre ocasionado, uma vez que ao retomarmos a informação de
que as instituições de ensino privadas retornaram com um mês de
antecedência, se torna evidente a influência das classes dominantes
sobre a máquina pública.
S UMÁRI O 263
posto, apontamos que os professores, já sobrecarregados com suas
próprias demandas de trabalho, não podem ser os únicos responsáveis
a conduzirem na escola estes projetos conforme idealiza o Plano de
Retorno do Estado. Ainda sobre o plano e as condições exploradas
anteriormente, destacamos como inviável a exemplificação que um
professor possa conduzir uma reunião 5 minutos antes do início das
aulas para que os alunos falem sobre seus sentimentos e emoções,
ou que esse mesmo professor possa conduzir técnicas psicoterápicas
com seus alunos.
S UMÁRI O 264
ainda, ajudar os alunos beira o irreal, pois atribui mais uma função aos
docentes: auxiliar emocionalmente seus alunos. Não basta estarem
sobrecarregados com o ensino híbrido (presencial e remoto), com o
grande número de alunos por classe, por problemas de saúde, por
talvez também terem perdido familiares ou pessoas queridas e, até
mesmo, terem também sido vítimas não letais da Covid-19, enfim, é
preciso lembrar que os educadores também tem suas fragilidades
e vulnerabilidades e assim como os discentes também precisam de
acolhimento, proteção e segurança nas escolas.
REFLEXÕES FINAIS
S UMÁRI O 265
por Covid-19, diante disso foram ofertadas aulas remotas para toda
rede pública de ensino por aproximadamente cinco meses, até o
retorno gradual das atividades baseado em um Plano de Retorno das
Aulas utópico. A partir dos fatos, nos questionamos quanto o “novo
normal” nos custará.
S UMÁRI O 266
e rotula grupos que são considerados perdíveis, substituíveis e não
passíveis de preocupação. Estaria a comunidade escolar dentro
destes grupos? Um exemplo disto é que o Tribunal de Justiça do
Amazonas (TJAM) publicou no dia 10 de setembro uma liminar onde
considerou ilegítimo o indicativo de greve proferido pelo Sindicato
dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam),
autorizando o desconto dos dias não trabalhados pelos professores
(TJAM, 2020). Em contraponto, no dia 8 de setembro, o Pleno do TJAM
se reuniu para discutir a Portaria nº 1.753/2020 acerca do retorno das
atividades presenciais do judiciário tendo em vista a preocupação da
maioria dos desembargadores com informações extraoficiais acerca
do aumento de contaminações por Covid-19 no Amazonas. Sendo
assim, questionamos se algumas vidas importam mais que outras.
S UMÁRI O 267
Trazendo estes dados para a realidade amazonense, estado
cuja extensão territorial é a maior do país e por isso mesmo enfrenta
inúmeras dificuldades de acesso a diferentes serviços, essas alterna-
tivas necessitam de ajustes e poderiam ser desenvolvidas em duas
grandes possibilidades. Como primeira sugestão, a avaliação diag-
nóstica pode ser possível e organizada pela secretaria de educação
para que se saiba como os alunos estão retornando após a pandemia.
Bem como o trabalho de tutoria que poderia ser um projeto em parceria
com as universidades da cidade, investindo assim na aproximação da
universidade com a comunidade.
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S UMÁRI O 268
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S UMÁRI O 270
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estadual-considera-ilegitimo-movimento-grevista-dos-trabalhadores-da-
educacao-e-autoriza-o-desconto-dos-dias-nao-trabalhados>.
VALLE, A; STACHON, P. R. Portaria que prevê o retorno das atividades
presenciais do TJAM será reanalisada. Tribunal de Justiça do Amazonas.
Manaus, 08 set. 2020. Disponível em: <https://www.tjam.jus.br/index.php/
menu/sala-de-imprensa/3217-portaria-que-preve-o-retorno-das-atividades-
presenciais-do-tjam-sera-reanalisada>
S UMÁRI O 271
10
Capítulo 10
ENSINO SUPERIOR
EM TEMPOS
DE PANDEMIA:
SOFRIMENTO, CULPA
E (IM)PRODUTIVIDADE
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.272-286
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 273
[...] as dúvidas e respostas são semelhantes à educação básica,
mas em um nível micro institucional, dada a autonomia que
cada Universidade possui em relação às respostas acadêmicas
à Pandemia. Sobretudo porque o Ministério da Educação
publicou a Portaria nº 343, em 17 de março de 2020 que
estabeleceu diretrizes para ampliar a modalidade à distância de
forma emergencial, no ensino superior. (ARRUDA, 2020. p. 262).
S UMÁRI O 274
Nesse cenário de adversidades, falando em educação, a
premência por metodologias eficazes que assegurassem o processo
de ensino e aprendizagem impingiu a toda comunidade acadêmica
uma intensa e rápida adaptação às atividades remotas. Além, é
claro, de uma sobrecarga mental, principalmente, direcionada aos
estudantes universitários (EL PAÍS, 2020). Afinal, como promover a
escuta do sofrimento humano nesse cenário, aparentemente, caótico?
E, ainda mais intrigante e desafiador, como escutar sujeitos imersos
nesse contexto político, aparentemente, arbitrário4? Essas questões
direcionaram as reflexões aqui propostas.
O contexto
S UMÁRI O 275
Dessa forma, é imprescindível ressaltar os desafios de
um campus implantado no interior do Estado, cuja realidade
socioeconômica desfavorável afeta, direta e indiretamente, o perfil e
desempenho do corpo discente.
Fonte: Autor
S UMÁRI O 276
O SOFRIMENTO NOSSO DE CADA DIA:
ISOLAMENTO E (IM)PRODUTIVIDADE
S UMÁRI O 277
a culpabilização. Encarar esse fenômeno demandou que partíssemos
de uma problematização que fizesse jus ao enredamento de variáveis.
S UMÁRI O 278
Durante a pandemia, os atendimentos virtuais foram ofertados
em três dias alternados da semana, geralmente, nas segundas,
quartas e sextas-feiras. Aos acadêmicos dos cinco cursos ofertados
pelo Campus da UFC de Crateús eram disponibilizadas datas e
horários no sistema eletrônico AGENDE9 para que marcassem os
atendimentos nos dias e horários que melhor se encaixassem às
suas rotinas. Inicialmente, a maioria dos alunos que eram atendidos
presencialmente optou por continuar os atendimentos somente quando
as atividades presenciais retornassem, alegando preferir a modalidade
tradicional de atendimentos psicológicos. No entanto, passadas duas
semanas de isolamento social, houve um aumento circunstancial de
marcações e, bruscamente, uma elevação da demanda tanto por
novos acadêmicos quanto por aqueles que já haviam sido atendidos
na modalidade presencial.
S UMÁRI O 279
Queixas ouvidas anteriormente11 foram reafirmadas, somadas
então, ao medo, ao pânico da situação pandêmica e, em todas
as falas, havia um ponto em comum. A “sensação ruim” por não
estar produzindo, o “tempo perdido”, a conclusão do curso que se
atrasaria ainda mais, o fato de não ter computador, a aula “chata”, as
inúmeras distrações em casa, a internet ruim, ter somente um celular
para estudar, enfim, toda essa dinâmica resultava num processo de
culpabilização. Recaindo, sobre o próprio sujeito, uma intensa culpa,
inclusive por não possuir as “condições ideais” para a continuidade
das atividades acadêmicas12.
S UMÁRI O 280
podem incidir direta e indiretamente na saúde mental dos discentes ao
se depararem com tantas disparidades.
S UMÁRI O 281
permitimos a emergência de um sujeito através do compartilhamento
de experiências no espaço coletivo. Estar numa instituição educacional,
por si só, possibilita milhares de atravessamentos, desde que haja uma
escuta efetiva, não da ordem da informação, mas sim da evocação. Ou
seja, uma narrativa aberta a construções e reconstruções, um tempo
pensado na perspectiva daquele que fala, daquele que emerge.
S UMÁRI O 282
desafios, que muitas vezes, parece que vamos paralisar, entretanto,
enquanto houver voz, há possibilidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 283
REFERÊNCIAS
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S UMÁRI O 286
11
Capítulo 11
Com isso, tudo que envolve o viver teve que ser repensado -
como trabalho, estudos, cuidados em saúde, interações sociais, etc.
- e novas formas de fazê-lo tiveram que ser construídas a partir da con-
juntura social na pandemia. Ao se pensar na educação, em específico,
precisou-se considerar práticas educativas mediadas por tecnologias
em decorrência da necessidade de manter o distanciamento social,
considerando as possibilidades do contexto, a realidade das crianças
S UMÁRI O 288
e de suas famílias e os aspectos legais. Entretanto, é fundamental que
se problematize tais práticas, pois, a simples utilização de recursos
tecnológicos e das possibilidades que a internet disponibiliza, não
significa em si mesmas formas inovadoras de ensino (SANTOS, 2020).
S UMÁRI O 289
mas de aprendizado e realização de atividades. Essas questões vêm
atravessando o cotidiano de diversos profissionais e famílias no país.
S UMÁRI O 290
breve caracterização, apontando o ensino remoto emergencial como
uma estratégia educacional temporária que visa fornecer soluções
rápidas e de forma remota ao processo de ensino e aprendizagem.
Pode ocorrer de modo síncrono, quando requer a participação do
estudante e professor no mesmo instantes/tempo e ambiente virtual,
como salas de bate-papo, webconferências, lives e outros; e/ou de
modo assíncrono, não requer a presença e a participação desses
atores escolares em tempo real, como vídeo aulas gravadas, fórum de
discussão, entre outras. Estas estratégias são temporárias e tem por
característica principal o retorno ao formato original presencial a partir
do momento em que este for seguro.
S UMÁRI O 291
ensino-aprendizagem. O desafio de tecer estratégias educacionais
em meio a um contexto consideravelmente inédito, tornou essa tarefa
imensamente desgastante para todos os atores implicados. Além disso,
a falta de diretrizes consolidadas e relacionadas ao momento que o
mundo tem vivido gera muitas incertezas com relação a efetividade
do ensino ofertado, sobre a partir de quais critérios isso será avaliado,
entre outros (MIGNONI DE OLIVEIRA, CORRÊA e MORÉS, 2020;
RONDINI, PEDRO e DUARTE, 2020).
S UMÁRI O 292
existentes. O fato dos estudantes não se deslocarem fisicamente à
escola, participando de aulas online, via rádio e/ou pela televisão,
exigiu uma grande reconfiguração em como se dá esse processo.
Recaiu sobre os pais e responsáveis a necessidade de um maior
acompanhamento e interação frente a nova rotina de estudos e
atividades escolares, além de exigir uma nova maneira de conexão
entre a família e escola (SENHORAS, 2020).
S UMÁRI O 293
A PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA E OS
PROCESSOS EDUCACIONAIS EM MEIO AO
CONTEXTO PANDÊMICO DA COVID-19
S UMÁRI O 294
estão se relacionando frente a essa nova realidade, é importante que
se atenha a processos antes já estabelecidos socialmente e como as
mudanças afetam em diferentes formas e meios. Por isso, percebe-
se o quanto a psicologia escolar aplicada em uma perspectiva crítica
pode contribuir nesse cenário educacional, levando em conta todo o
contexto relacionado ao vírus, sua disseminação, como este atingiu
principalmente a grupos sociais atravessados por vulnerabilidade
financeira, por fatores raciais e etnico-culturais; para que a partir daí
se possa repensar novas práticas e estratégias para uma atuação que
agregue o máximo de situações e segmentos educacionais possíveis.
S UMÁRI O 295
direito dos sujeitos. Esses princípios enfatizam a fundamentalidade de
que tais ações sejam pautadas na realidade de cada região, assim
como as especificidades dos modos de aquisição de conhecimentos
das crianças e os posicionamentos dos docentes, gestores e famílias.
E que tais ações proporcionam principalmente o acolhimento e
promoção de bem-estar físico, psíquico e social tanto dos adultos
(pais, responsáveis e profissionais da educação), quanto das crianças
(MELLO, NEGREIROS e ANJOS, 2020).
S UMÁRI O 296
MÉTODO
Tipo de Estudo
S UMÁRI O 297
Os participantes eram de ambos os sexos, sendo maior parte
do sexo feminino (88%), seguidos dos participantes do sexo masculino
(12%). Além disso, no que diz respeito ao nível de escolarização dos
participantes, 65,3% possuem formação universitária, 32% declararam
ter concluído o Ensino Médio e os outros 2,7% correspondem aos
participantes que concluíram até o Ensino Fundamental. A seleção da
amostra foi não probabilística, por conveniência.
S UMÁRI O 298
Estado. Esta é a região onde fica concentrado o maior número
de estabelecimentos de ensino.
Instrumentos, procedimentos de
coleta e de ética em pesquisa
S UMÁRI O 299
ANJOS, 2020), sendo composto por itens sociodemográficos para a
caracterização dos participantes (idade, sexo, estado civil, quantidade
de filhos e profissão) e dos estudantes em escolarização sob a sua
responsabilidade; bem como pela seguinte pergunta aberta: como
tem ocorrido a experiência de mediação da aprendizagem dos filhos no
período de isolamento social pela COVID-19?
S UMÁRI O 300
Procedimento de Análise de Dados
S UMÁRI O 301
RESULTADOS E DISCUSSÕES
S UMÁRI O 302
com 20 ST (14,08%); e Classe 1, com 24 ST (16,9%). No que diz respeito
a CHD é importante destacar que o corpus principal se segmentou em
quatro ramificações principais (ver Figura 1). Na primeira ramificação
se observa a Classe 4, enquanto no outro subcorpus se apresenta a
Classe 3 e a Classe 2. Já na terceira ramificação se verifica a Classe
6, enquanto no subcorpus seguinte constata-se a presença da Classe
5 e da Classe 1.
S UMÁRI O 303
Figura 1. Dendrograma da Mediação da Aprendizagem Escolar durante
o período de isolamento social pela COVID-19.
Fonte: Autores
S UMÁRI O 304
Classe 4 – Os Desafios do Ensino no Lar
S UMÁRI O 305
tempo, assim como há uma preparação para o vestibular, as aulas
online podem implicar na aprendizagem.
S UMÁRI O 306
Com isso, ao demandar às famílias o papel de mediar o
processo de ensino e aprendizagem da educação escolar durante as
aulas remotas é imperioso considerar o nível de instrução dos pais e/
ou responsável para mediar o saber científicos ensinados pela escola;
a natureza do vínculo família-estudante, que se difere do vínculo
professor-estudante no que concerne a mediação do conhecimento
escolar; e condições ofertadas, que frente aos resultados apresentados
evidenciam a dificuldade em diferenciar o espaço outrora era apenas
domiciliar, e que agora tem se transformado em um espaço escolar
temporário. Somado a isto, têm-se condições de acesso à internet
e às ferramentas digitais e também, as condições de vida e saúde
decorrentes dos riscos de contaminação devido à COVID-19, que
juntos tornam-se fatores limitantes para a qualidade do processo de
ensino e aprendizado.
S UMÁRI O 307
“Sim. Neste momento de isolamento, de restrições. No começo
foi difícil, mas tudo é uma questão de adaptação. Suas tarefas
são enviadas, tem momentos de reuniões com a professora.
Está tendo avaliações online” (Participante 58, sexo feminino,
possui ensino superior, de um a dois filhos, escola privada,
ensino fundamental I).
S UMÁRI O 308
Para Vygotsky (2000) o conhecimento científico amplia a pos-
sibilidade de o aluno compreender e transformar a realidade, pois
a aprendizagem provoca o desenvolvimento das funções psicoló-
gicas. Martins (2013) explica que a “quantidade” de aprendizagem
qualifica o desenvolvimento, e a quantidade de desenvolvimento,
por sua vez, qualifica o ensino. O teórico pondera, todavia, que
embora a inserção social em sua abrangência pressuponha apro-
priações, isto é, novas aprendizagens, e com isso desenvolvimento
dos seus sujeitos, ressalva, contudo, que nem toda aprendizagem
é desenvolvente, pois depende da seleção dos conteúdos e da
forma como é organizada aprendizagem.
S UMÁRI O 309
Classe 2 – Ensino Remoto Emergencial:
Uma Aprendizagem Possível
S UMÁRI O 310
dialeticamente a relação entre conteúdo e forma na socialização
do saber sistematizado. Cabe, portanto ao professor, enquanto
mediador, no uso dos aparatos tecnológicos e digitais, desenvolver
uma atividade norteada, pautada em finalidades, isto é, objetivos
a serem atingidos, e colocar em movimento o processo de ensino
(transmissão), e aprendizagem (apropriação) do saber escolar.
“Sim. Vejo que ainda falta muito para as aulas suprirem as reais
necessidades dos alunos, porém fomos pegos de surpresa e
os professores, alunos e família estão tendo que se adaptar à
nova realidade” (Participante 127, sexo feminino, possui ensino
superior, de um a dois filhos, escola privada, ensino médio).
S UMÁRI O 311
Diante deste contexto pandêmico, inúmeras famílias precisaram
adaptar abruptamente suas casas e seu cotidiano a fim de proporcio-
nar um melhor ambiente de ensino para seus filhos. Essas mudanças
repentinas impactam diretamente a aprendizagem destes devido às
diversas formas de adequação à essa nova realidade. Considerando
o contexto brasileiro, de desigualdade social e econômica, onde mui-
tas famílias não possuem ambientes e dispositivos digitais adequados
para esse tipo de atividade e o uso da internet ainda é considerado
privilégio, torna-se ainda mais evidente as dificuldades de implementa-
ção dessa nova estratégia de ensino e as desigualdades educacionais
presentes no país (JOYE, MOREIRA e ROCHA, 2020).
S UMÁRI O 312
da educação, estudantes e suas famílias durante e após a vivência
do período pandêmico, e com isso avaliar o processo educativo tal
qual ele ocorre, considerando as estratégias utilizadas, quer seja as
superações e adaptações, quer seja as limitações e dificuldades, que
precisam ser consideradas concretamente.
S UMÁRI O 313
formação dos alunos é um agravante para o processo de adaptação
à esta estratégia. Ademais, o caráter remoto e o déficit de capacita-
ção dos docentes para manejar os processos educacionais por meio
de tecnologia e plataformas digitais pode comprometer a interação e
comunicação entre os alunos e os profissionais da educação, revelan-
do-se um desafio para manter os alunos ativos e interessados no pro-
cesso de aprendizagem. O que coaduna com Tavares e Melo (2018), a
educação presencial tem vantagens que muito favorecem e fortalecem
o processo de ensino e aprendizagem, como o suporte dado ao aluno
pelo professor, as interações sociais que acontecem no ambiente es-
colar e que também favorecem esse processo.
S UMÁRI O 314
sujeito sobre sua realidade. Esta análise precisa ser não mecânica e
reducionista, rompendo a dicotomia de prender-se a subjetivismo que
analisa os fenômenos considerando os fatores internos e problemas
psicológicos, ou por outro lado, detendo-se a mera crítica das relações
sociais, é preciso considerar as complexas relações que envolvem a
base material da sociedade (MEIRA,2014).
S UMÁRI O 315
Classe 1 – Ensino Presencial versus
Ensino Remoto Emergencial
S UMÁRI O 316
Além disso, tendo em vista que os escolares se encontram
no ensino fundamental I, um ciclo composto por um alunado com
menor maturidade psíquica e que demanda uma maior mediação dos
educadores, o uso das TICs como ferramentas auxiliares no processo
de ensino-aprendizagem pode ser um desafio para a aprendizagem
dos estudantes durante a pandemia da COVID-19.
S UMÁRI O 317
estão envolvidos com estudantes (MEIRA, 2014). Desse modo, todos
estes fatores precisam ser considerados na comparação entre o ensino
presencial e o ensino remoto emergencial, e sua repercussão em uma
menor aprendizagem.
S UMÁRI O 318
Figura 2. Árvore máxima da Mediação e da Aprendizagem durante
o período de isolamento social pela COVID-19.
Fonte: Autores
S UMÁRI O 319
Desse modo, o termo “aula” se refere a uma nova estratégia
de ensino, de maneira que o ensino se dá por meio da internet,
utilizando-se de diversas plataformas pelas escolas a fim de promover
o aprendizado dos alunos.
S UMÁRI O 320
para mediação docente, o processo de ensino-aprendizagem ainda é
encarado com resistência pelos pais.
S UMÁRI O 321
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 322
Evidenciou-se que, as famílias comparam o ensino convencional
com o ensino remoto, e consideram haver um menor aprendizado
neste segundo, pois percebem de modo negativo o rendimento dos
estudantes, e atribuem ao fato de ser algo totalmente novo para todos
os envolvidos. Apontam ainda, para as dificuldades de acesso e
manejo dessas ferramentas digitais e quanto ao acesso à internet, o
que é imprescindível para o processo de adaptação a esta realidade.
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S UMÁRI O 327
12
Capítulo 12
LAÇOS E NÓS:
DO PSICÓLOGO ESCOLAR EDUCACIONAL
NA SAÚDE MENTAL
DOS PROFESSORES
DIANTE DA PANDEMIA
DO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19)
DOI: 10.31560/PIMENTACULTURAL/2021.441.328-346
INTRODUÇÃO
S UMÁRI O 329
sobre suas práticas pedagógicas, precisou revisitar o próprio caminho
e suas emoções, para se fortalecer diante de tantas adversidades.
S UMÁRI O 330
SER DOCENTE EM TEMPOS DE PANDEMIA
S UMÁRI O 331
noite. Outros, sentem que sua casa agora também é sua sala de aula
e apresentam dificuldades para se “desligar” do trabalho. Todas essas
situações acrescidas do histórico da realidade do professor no Brasil
podem ser disparadores para adoecimento psíquico desse grupo.
S UMÁRI O 332
nesse período de crise sanitária. No documento, eles relatam o fazer
desse profissional divido em atuação junto à gestão, aos docentes,
famílias e aos alunos.
METODOLOGIA
S UMÁRI O 333
isolamento social, estava paralisado por causa das dificuldades
quanto a compatibilidade de horários dos mesmos. No entanto, com
o surgimento do novo coronavírus e a necessidade de aulas remotas,
decidiu-se retomar o projeto, utilizando as plataformas de transmissão
da escola para a realização desses momentos com os professores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
S UMÁRI O 334
Círculo da confiança. Em cada um dos encontros foram desenvolvidas
atividades que promoveram reflexão a despeito dos temas propostos.
Essas atividades, a maneira como foram executadas e seus resultados
estão descritos na Tabela 1.
Promover um
momento de
Vídeo – Parte reflexão a respeito
Flexibilidade do 1 do Poema de ser flexível com
ser aprendente Laços e Nós Compartilhamento relação a vida e a
(MIZUTA, 2010) do vídeo e respeito do lugar
posterior discussão de todos como
com o grupo seres em constante
a respeito das aprendizado
impressões
relacionadas Propiciar
Vídeo – Parte
considerações
2 do Poema
Concorrência e sobre a importância
Laços e Nós
produtividade da colaboração em
(MIZUTA,
meio às mudanças
2010)
constantes
S UMÁRI O 335
Vídeo – Parte Estimular o
Comunidade
3 do Poema sentimento de
e senso de
Laços e Nós pertencimento
pertencimento
(MIZUTA, 2010) do grupo
Provocar
Vídeo – Parte discussões a
4 do Poema respeito do que
Recomeços Laços e Nós se pode fazer
e mudanças (MIZUTA, quando está imerso
2010) a constantes
mudanças
Compartilhamento
Vídeo – Alunos do vídeo preparado
explicando pelos alunos
o Círculo da explicando o que
Confiança é o Círculo da
(LIV, 2019) confiança e quais
suas regras
Círculo da Momento de
expressão livre Proporcionar
confiança
em que várias um espaço seguro
Círculo da perguntas e temas de expressão
Confiança foram sorteados e de sentimentos
quem desejasse e impressões
falar, tinha espaço
para isso
S UMÁRI O 336
educador precisa reorganizar o que já sabia pra saber ainda melhor.
Isso às vezes dá medo e às vezes dá vontade de desistir. Também
ressaltou-se o quanto é importante pensar numa forma de ensinar e
aprender sem certo e errado, mas com flexibilidade. Foi pedido também
que eles pensassem em quem os ensinou a dar “o primeiro laço no
cadarço” e o quanto essa pessoa se tornou uma referência importante
para eles. Foi pontuado que eles também são referências para seus
alunos e precisavam se lembrar que, nesse processo de ensino eles
vêm aperfeiçoando esses ensinamentos, dando sua cara a eles, seu
próprio modo de pensar.
S UMÁRI O 337
Outra coisa a se destacar do relato dos professores nesse
encontro é que alguns deles nem, sequer, possuíam os equipamentos
necessários para se produzir uma aula remota, e precisaram comprar
ou pedir emprestado para a escola. Tal fato aponta o quanto que essa
metodologia “tende a exacerbar as desigualdades já existentes, que
são parcialmente niveladas nos ambientes escolares, simplesmente,
porque nem todos possuem o equipamento necessário” (DIAS &
PINTO, 2020, p. 546). A realidade dos professores no Brasil é marcada
por essa desigualdade e baixos salários. A situação de pandemia
também evidenciou tal fato.
S UMÁRI O 338
Posteriormente, foi feito uma relação com o trecho do poema
pontuando que os laços nos ajudam a entender que fazemos parte de
uma comunidade, que pertencemos a ela e que nela nos amparamos.
Os nós podem trazer a sensação de isolamento e desamparo porque
trazem a ideia de competição. Quando se estar competindo, há o
esquecimento que temos com quem contar e que também podemos,
humildemente, pedir ajuda quando não aguentamos mais.
S UMÁRI O 339
de trabalho. Outros já trouxeram o quanto que alguns colegas serviram
mesmo de suporte emocional, principalmente nos primeiros dias, onde
havia uma enxurrada de informações que despertavam ansiedade,
medo e tristeza.
S UMÁRI O 340
se sentiram ao serem acolhidos pela comunidade escolar e como
se sentem pertencentes ao grupo. Vale destacar que ao ter um
sentimento de pertencimento o indivíduo sente que faz parte daquilo e
consequentemente se identifica com aquele local, assim vai querer o
bem, vai cuidar, pois aquele ambiente faz parte da vida dele (MORICONI,
2014). Tal sentimento, quando presente ajuda também o indivíduo a se
conhecer melhor. Ele passa a pensar mais na importância de voltar
o olhar para si para poder entender como ele se comporta frente à
presença do outro. Por isso, trabalhar esse tema com os professores
também foi importante para ajuda-los a perceberem a necessidade
de pensarem a respeito de suas próprias questões, para que esses
vínculos sejam cada vez mais fortalecidos.
S UMÁRI O 341
No encontro, foi comentado a respeito de um ensinamento
budista que diz: ande reto por uma estrada cheia de curvas. Esse
ensinamento foi usado para pontuar que é possível se ajustar às quinas,
às arestas e seguir com firmeza e autenticidade, mesmo precisando
parar para se ajustar a um novo caminho. E que ir por um caminho
conhecido é confortável, mas pode ser inflexível e pode também levar
a dar com a cara no muro.
S UMÁRI O 342
fazer durante o Escola de Professores. Os alunos fazem essa dinâmica
durante as aulas de Habilidades Socioemocionais que são dadas pelos
psicólogos escolares. Ela é intitulada Círculo da Confiança.
S UMÁRI O 343
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S UMÁRI O 344
REFERÊNCIAS
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S UMÁRI O 346
PROJETO DE EXTENSÃO “EM
CONEXÃO: TECENDO E CULTIVANDO
REDES DE CUIDADO DE SI E DO
COLETIVO” E SUAS CONTRIBUIÇÕES
À SAÚDE MENTAL EM TEMPOS
Capítulo 13
13
Christiane Maria Ribeiro de Oliveira
DE PANDEMIA PELA COVID-19IFPE, christianeoliveira@recife.ifpe.edu.br
PROJETO DE EXTENSÃO
Myrtes Danyelle Silva Sousa Leão
IFPE, myrtesleao@recife.ifpe.edu.br
“EM CONEXÃO:
Ruth Malafaia Pereira
IFPE, ruthmalafaia@recife.ifpe.edu.br
S UMÁRI O 348
e que as instituições de educação, correspondem a um lugar
de manifestação da vida, são consideradas, portanto, um meio
privilegiado e uma possibilidade de excelência para realizações
de ações no âmbito da promoção e prevenção da saúde mental.
(ESTANISLAU; BRESSAN, 2014).
S UMÁRI O 349
Uma dessas possibilidades de atuação interdisciplinar nas
instituições de educação se configura no âmbito de projetos de
extensão, que propiciam novos desenhos de intervenção na realidade
social, e favorecem uma abordagem baseada em diferentes saberes,
possibilitando um diálogo mais efetivo com a sociedade (FERREIRA,
2015; NOBRE et al., 2017).
S UMÁRI O 350
voltadas ao cuidado e atenção em saúde (DOS SANTOS; DE PINHO,
2019; RAUBER, 2017).
S UMÁRI O 351
é coordenado por uma das psicólogas do IFPE, Campus Recife. O
projeto é formado por uma equipe multiprofissional: uma psicóloga,
três enfermeiras, uma pedagoga, uma assistente de estudantes e uma
discente. Conta com uma parceria com a coordenação de psicologia
da instituição. O projeto recebeu apoio da Pró-Reitoria de Extensão do
IFPE, PROEXT, e da Diretoria de Extensão do Campus Recife, DIEX.
S UMÁRI O 352
e atividades que seriam realizadas. Foram escolhidas metodologias
ativas, que permitem a interação do público, como é o caso das
oficinas e rodas de conversa. Além disso, a elaboração de materiais
digitais e palestras, fizeram parte das ações.
S UMÁRI O 353
e livres, que se constituem no encontro com o outro, em coletivos
democráticos e participativos”.
“Gerenciamento do estresse”
S UMÁRI O 354
contribuindo no desenvolvimento de estratégias para minimizar os
impactos e promover bem-estar.
S UMÁRI O 355
Outra oficina que também buscou trabalhar o eixo gerenciamen-
to do estresse foi: “Cultivando o bem-estar com a meditação: aquie-
tando a mente”. Essa oficina utilizou-se de práticas de meditação com
o objetivo de ajudar o estudante a lidar com o estresse e com os desa-
fios cotidianos impostos pela COVID-19. Ocorreu em dois momentos
principais: um mais teórico, com a conceituação e destaque dos be-
nefícios da meditação pela mediadora, e um outro momento em que
foram vivenciadas duas práticas de meditação, baseadas em técnicas
de respiração e atenção plena. A facilitadora destacou a importância
da meditação em tempos de dificuldades, como os vivenciados du-
rante o isolamento social, tais como: estresse, ansiedade, distúrbios
do sono e sentimentos de incertezas decorrentes da pandemia pela
COVID-19, enfatizando que a técnica pode contribuir no enfrentamen-
to da situação. Ao final, foi solicitado o feedback por parte dos alunos,
que relataram sensação de pleno relaxamento e de leveza.
S UMÁRI O 356
do ensino remoto. Essas questões podem gerar uma maior dificuldade
de adaptação e aumento do estresse em relação aos estudos. Assim,
buscando desenvolver, junto com os estudantes, estratégias para
minimizar os impactos decorrentes dessas mudanças e favorecer o
processo de aprendizagem em tempos de pandemia, foram realizadas
uma roda de conversa e uma oficina.
S UMÁRI O 357
importante, urgente e circunstancial (BARBOSA, 2012). Os estudantes
foram convidados a fazer um exercício prático através do qual eles
avaliaram como estavam distribuídas as prioridades no uso do seu
tempo, com o objetivo de ajudá-los a melhor gerenciar suas atividades
cotidianas, e assim organizar sua rotina de estudos.
S UMÁRI O 358
mesmas podem acarretar a saúde mental do indivíduo, promovendo
discussões sobre o uso equilibrado das tecnologias.
S UMÁRI O 359
Durante a roda de conversa, os participantes relataram uma
intensificação nos problemas de relacionamento no ambiente familiar,
seja com pais, companheiros e/ou filhos na pandemia, impactando
consideravelmente nas condições de convívio. Buscou-se propiciar um
espaço de fala e trocas. Foram discutidas estratégias para autocuidado
nesses momentos de isolamento que se faz necessário permanecer
em ambientes que podem se configurar como fatores de risco para a
saúde mental. O espaço da roda propiciou um clima de acolhimento e
respeito a fala dos participantes. A roda procurou favorecer um espaço
de escuta e reflexão sobre as questões referentes às dificuldades
vivenciadas no ambiente doméstico no contexto de isolamento.
S UMÁRI O 360
MARTINS, et al. 2020; CAMPOS; TCHALEKIAN; PAIVA, 2020). No Brasil,
o aumento da violência contra a mulher, ao longo do primeiro mês
da pandemia, também tem sido noticiado, tendo sido identificado no
mês de março um aumento de 17% no número de ligações notificando
violência contra a mulher (MARQUES, et al. 2020).
S UMÁRI O 361
Setembro Amarelo: “Em Conexão com a Vida e Pela Vida”
S UMÁRI O 362
uma poderosa ferramenta de comunicação e educação em saúde,
possibilitando ser usada como estratégia de informação, orientação
e sensibilização para a importância dos cuidados com a saúde e a
saúde mental no contexto da pandemia (MARQUES, 2020; MAUCH et
al, 2020; DESLANDES, 2020).
S UMÁRI O 363
de estratégias de cuidado em saúde mental, alicerçadas pelas novas
tecnologias e mídias digitais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
ENTRE FIOS E DESAFIOS
S UMÁRI O 364
A psicologia, por sua vez, pautada em uma perspectiva crítica,
exige uma leitura mais ampla acerca das interfaces entre saúde
e educação, buscando uma atuação coletiva e em diálogo com os
diversos atores que compõem o ambiente escolar. Nesse sentido,
projetos de extensão podem contribuir para uma atuação da psicologia
e demais profissionais numa perspectiva de novas possibilidades de
intervenção e de cuidado e promoção a saúde mental, de forma a
contribuir com a efetivação de um entendimento da saúde sob uma
perspectiva ampliada.
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S UMÁRI O 370
14
Capítulo 14
S UMÁRI O 372
especialistas haviam sido agendados e, com isso, a equipe de
psicologia escolar estava se organizando para dar início ao trabalho
com as demandas identificadas.
S UMÁRI O 373
condições precisam estar à altura física da criança, com materiais que
estimulem as diferentes áreas, integrando-se na formação total do ser.
Algumas dessas áreas são: vida prática, área sensorial, matemática,
linguagem e educação cósmica (MONTESSORI, 1987).
MUDANÇAS REPENTINAS
S UMÁRI O 374
dessas medidas em cada um dos membros da família, que podem
expressá-los em diferentes momentos e em diferentes intensidades
(QUEIRÓS; PASSOS, 2018). Apesar da história recente da humanidade
ser marcada por diversos acontecimentos trágicos, sejam eles de
ordem natural ou humana, que têm como consequência o impacto
emocional (QUEIRÓS; PASSOS, 2018), este ano, em especial, com
a mudança súbita e não planejada dos acontecimentos, houve uma
grande frustração e crescimento do nível de ansiedade de todos
envolvidos, em uma perspectiva global e de período de tempo
prolongado (OLIVEIRA; GOMES; BARCELLOS, 2020). Nesse sentido,
Linhares e Enumo (2020) e Silva, Lordello, Schmidt e Mietto (2020,
prelo) percebem o cenário atual como caótico e altamente estressor,
com impactos no sistema familiar e no desenvolvimento das crianças.
S UMÁRI O 375
NOVA ROTINA:
AULAS ON-LINE E SEUS DESAFIOS
S UMÁRI O 376
Mesmo com todos os esforços, fisicamente as crianças deixa-
ram de frequentar a escola, que é um dos microssistemas essenciais
ao desenvolvimento (FERREIRA; MOURA; MIETO, 2020). Isso gerou
lacunas não só na aprendizagem formal, pois elas foram privadas da
socialização com os pares, onde ocorrem momentos fundamentais de
interação, trocas, experiências lúdicas, desafios, frustrações e contro-
le de impulsos, que são ainda mais significativos ao desenvolvimento
infantil (LINHARES; ENUMO, 2020). Muitas crianças, que faziam acom-
panhamento com diferentes especialistas, como psicóloga, fonoaudió-
loga, terapeuta ocupacional, entre outras, ainda tiveram as terapias
suspensas, o que também aumentou algumas dificuldades escolares
e sociais, dentro de casa.
S UMÁRI O 377
sem conseguir acolhê-los em suas demandas, principalmente por
também estarem em home-office, com uma maior sobrecarga de
trabalho. Linhares e Enumo (2020), ainda ressaltam que, em especial
no contexto de pandemia, a saúde mental das crianças deve ser um
ponto de atenção, considerando-se que elas se constituem como uma
população mais vulnerável.
S UMÁRI O 378
emocional e social, destaca que a área pedagógica resultava em uma
melhora significativa:
Se você é uma criança dominada pelo aborrecimento, pela raiva,
angústia, ansiedade, ou qual for a causa de estresse em você,
terá uma capacidade diminuída em prestar atenção ao que o
professor está lhe dizendo. Mas se você consegue controlar
essas perturbações emocionais, sua memória ativa - ou seja,
a capacidade de atenção para absorver informação - aumenta
(Goleman, 2011, p. 107).
S UMÁRI O 379
e singular. Apesar de uma estrutura similar, os desafios e anseios
foram diferentes em cada edição. O primeiro ponto foi pesquisar na
literatura o que havia de referências sobre as emoções, compilando-
se artigos, dissertações e teses sobre o assunto, de forma que o
conteúdo chegasse às famílias de maneira acessível e aplicável,
no dia a dia. Apesar da psicologia possuir um acervo considerável
sobre o desenvolvimento infantil, há uma escassez em relação ao
tema pesquisado. Autores conhecidos, como Wallon, Vygotsky e até
Freud, comentam sobre a importância da questão social e afetiva,
porém, não aprofundam diretamente na importância de cada emoção.
A principal obra de Vygotsky sobre as emoções, por exemplo, não é
ainda acessível em Língua Portuguesa (VIGOTSKI, 2004) e as obras
de estudiosas brasileiras contemporâneas sobre o assunto, pouco
difundidas para profissionais que atuam nos contextos escolares
(TOASSA, 2009, 2014).
S UMÁRI O 380
ambientes sociais sempre se fizeram presentes, como a escola, os
amigos, os avós e os tios (SILVA; NUNES; BETTI; RIOS, 2008). Porém,
com o isolamento, os outros sistemas de apoio foram limitados e o
núcleo familiar exerceu um forte e intenso modelo (SILVA; LORDELLO;
SCHMIDT; MIETTO, 2020, prelo).
S UMÁRI O 381
CADA CICLO TEM SUA HISTÓRIA
S UMÁRI O 382
de expressão de acordo com a faixa etária e a sua importância
no desenvolvimento da criança, bem como, ao longo da vida.
S UMÁRI O 383
O CICLO DAS EMOÇÕES
S UMÁRI O 384
Por ser o medo um dos sentimentos vivenciados com conside-
rável intensidade, tanto pelos adultos quanto pelas crianças durante a
quarentena, decidimos abordá-lo no início do ciclo. Várias das ativida-
des propostas incluíam a participação dos adultos, de forma que tam-
bém pudessem elaborar essa emoção. De acordo com Ornell, Schuch,
Sordi e Kessler (2020), ao vivenciar essas experiências relacionadas à
pandemia as pessoas poderiam ter um aumento significativo de um
estado de medo e de alerta, podendo acarretar, como consequência,
em um aumento da ansiedade da população geral.
Esse fato foi uma das motivações para que a equipe, de forma
breve, abordasse sobre a ansiedade junto com a emoção do medo.
Buscou-se relatar as características das crianças que poderiam es-
tar vivenciando um quadro ansioso, a fim de que os pais pudessem
reconhecer os sinais de ansiedade em seus filhos e, assim, sou-
bessem quando procurar por uma ajuda profissional. Finalmente,
atrelado a essas emoções, foi abordado o possível retorno às aulas
presenciais, pois poderia ser um fator que causasse ansiedade e
medo em muitas famílias.
S UMÁRI O 385
pedagógicas para serem realizadas em casa. Possivelmente,
momentos de grandes alegrias aos olhos das crianças, tais como
grandes socializações para comemorar festas de aniversário, passeios
e visitas de pessoas queridas, foram proibidos e ficaram cada vez mais
distantes na memória.
S UMÁRI O 386
de tal expressão pelos adultos de referência da criança, bem como os
desdobramentos desses dois aspectos no desenvolvimento infantil. O
papel do acolhimento foi destacado no manejo desta emoção.
S UMÁRI O 387
ser vivenciado, gera um misto entre duas emoções básicas, tristeza e
alegria. Ou seja, dependendo do contexto, da intensidade e da forma
como uma pessoa interpreta uma situação, ela pode vivenciar a alegria
de relembrar um acontecimento e, em seguida, se sentir triste por conta
da privação ou do afastamento de algo ou alguém.
S UMÁRI O 388
elas só conseguirão transmitir que algo não está bem por meio de
comportamentos relacionados à raiva, tornando-se necessário ensiná-
las a expressarem os seus sentimentos, por meio de palavras.
S UMÁRI O 389
da outra pessoa são ouvidos e compreendidos, ou seja, é fornecida
a atenção necessária a essa escuta (FALCONE, 1999; MOTTA;
FALCONE; CLARK; MANHÃES, 2006).
S UMÁRI O 390
elogiá-la de forma saudável. Nesse sentido, em relação à autoestima,
buscou-se evidenciar a relevância de elogios sinceros, específicos e
realistas, bem como o cuidado com a “bajulação” excessiva (MYERS,
2014, p. 62). As estratégias direcionadas ao estímulo da autoconfiança
orientavam sobre a importância de dar oportunidade à criança na rea-
lização de tarefas progressivamente mais complexas, de acordo com
o nível de desenvolvimento.
S UMÁRI O 391
Ensino Religioso aproveitou para trabalhar o tema nas aulas virtuais,
embasando-se no Ciclo das Emoções. Isso ressalta a relevância de
se trabalhar as questões psicológicas no ambiente escolar e, além
disso, do corpo pedagógico e da equipe de psicologia atuarem, em
conjunto. Todas as dimensões precisam ser cuidadas e acolhidas.
S UMÁRI O 392
Uma vez que todos os Ciclos estavam finalizados, foi realizado
um encontro diferenciado pela psicóloga supervisora. Durante uma
reunião on-line, cada integrante da equipe comentou sobre o que
achou da experiência de criação, qual Ciclo mais gostou, qual teve mais
dificuldade e qual teve mais facilidade na escrita. Todas comunicaram
que a elaboração do projeto proporcionou mais experiências positivas
do que negativas e que, inclusive, algumas estratégias sugeridas
puderam ser implementadas pelas próprias autoras. No âmbito das
dificuldades, houve certa concordância: foram experienciadas maiores
dificuldades na escrita sobre a saudade e a alegria, de forma que
fossem abordadas informações para além do senso comum e com
respaldo da literatura. Já no âmbito das preferências e das facilidades,
as respostas foram mais diversificadas. Algumas hipóteses levantadas
pela equipe para isso foi o perfil de cada uma, bem como a singularidade
do ser humano na vivência de cada emoção e sentimento.
S UMÁRI O 393
à vivência das atividades on-line. Presencialmente, a validação dos
sentimentos de toda a comunidade escolar, bem como a proposição
de estratégias, era uma prática da equipe, por meio das mais diversas
intervenções. Por fim, ressaltamos que o ambiente montessoriano,
demonstra o cuidado e o respeito com a criança, aspectos essenciais
para uma boa relação, que integram com o trabalho da psicologia.
Muitos pais, ao buscarem este método, esperam que seus filhos sejam
mais autônomos, responsáveis e, em especial, adultos emocionalmente
mais conscientes. Ao longo dos anos, o trabalho da psicologia se
intensificou com esses pais, em rodas de conversa, até para que eles
entendessem que o estímulo precisa ir além da estrutura da escola,
precisa ser levado em prática em casa e outros ambientes.
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S UMÁRI O 397
15
Capítulo 15
(Beethoven)
S UMÁRI O 399
As estratégias da gestão escolar são subsidiadas pelos decretos
e normativas legais de estados e municípios que estabeleceram a sus-
pensão das atividades escolares presenciais como medida de urgência
e, por conseguinte, adoção dos meios digitais para fins educativos.
S UMÁRI O 400
determinado espaço acabam revelados, mas toda uma teia social
que contribui para os fatos históricos e seus influentes, os meios de
comunicação e as oportunidades de confronto e mediação.
O PSICÓLOGO ESCOLAR/EDUCACIONAL
E SEU PAPEL EM CONTEXTOS DE
CRISE DO CAPITALISMO
S UMÁRI O 401
que o circunda por meio do trabalho, atividade principal desenvolvida
por ele, e dos instrumentos criados.
S UMÁRI O 402
para fazê-lo máquina” (MARX, 1988, p.204). Assim, todo contexto de
crise passa a ser visto como interferência à máquina que produz e
controla o homem.