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CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES

Condutor elétrico é um corpo constituído de material bom condutor, destinado à transmissão da


eletricidade. Em geral é de cobre eletrolítico e, em certos casos, de alumínio.
Fio é um condutor sólido, maciço, de seção circular, com ou sem isolamento.
Cabo é um conjunto de fios encordoados, não isolados entre si. Pode ser isolado ou não, conforme o
uso a que se destina. É mais flexível que um fio de mesma capacidade de carga.

Figura 3.1 – Fios e Cabos

Seção nominal de um fio ou cabo é a área da seção transversal do fio ou da soma das seções dos fios
componentes de um cabo. A seção de um condutor a que nos referimos, não inclui a isolação.
Atualmente a especificação dos condutores, segundo a NBR 5410/04, é feita por sua seção em
milímetros quadrados (mm²).
Em instalações residenciais só podem ser utilizados condutores de cobre, exceto condutores de
aterramento e proteção.
Os condutores de alumínio podem ser utilizados em instalações industriais e devem atender as seguintes
prescrições:
 Seção nominal dos condutores seja ≥ 16 mm²
 A instalação seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou transformador, a partir de
uma rede de alta tensão, ou possua fonte própria.
 A instalação e manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
Nas instalações comerciais os condutores de alumínio podem ser utilizados se as
seguintes prescrições forem satisfeitas:
 Seção nominal dos condutores seja ≥ 50 mm²
 Os locais tenham baixa densidade de ocupação e percurso de fuga breve.
 A instalação e manutenção sejam realizadas por pessoas qualificadas.
3.1) TIPOS DE CONDUTORES

Em geral, os fios e cabos são designados em termos de seu comportamento quando submetidos à ação
do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e cobertura. Assim os cabos elétricos podem ser:
 Propagadores de Chama - São aqueles que entram em combustão sob ação direta da chama e a mantém
mesmo após a retirada da chama. Pertencem a esta categoria o etilenopropileno (EPR) e o polietileno
reticulado (XLPE).
 Não Propagadores de Chama - Removida a chama ativadora a combustão do material cessa. Considera-se
o cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene não propagadores de chama.
 Resistentes à Chama - Mesmo em caso de exposição prolongada, a chama não se propaga ao longo do
material isolante do cabo. É o caso dos cabos Sintenax Antiflan da Pirelli.
 Resistentes ao Fogo - São materiais especiais incombustíveis, que permitem o funcionamento do circuito
elétrico mesmo na presença de um incêndio. São usados em circuitos de segurança e sinalização de
emergência. A Pirelli classifica estes cabos como Afumex.

3.2) DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES FASE


Os condutores são dimensionados segundo os seguintes critérios:
a) Critério da Seção Mínima
b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente
c) Critério da Queda de Tensão
d) Critério da Capacidade Momentânea
Uma vez determinadas as seções possíveis para o condutor, calculadas de acordo com os critérios acima
referidos, adota-se a maior seção encontrada.
O critério da Capacidade Momentânea só é aplicado obrigatoriamente nos alimentadores principais e
secundários de elevada carga, verificando se a seção escolhida suporta a corrente de sobrecarga ou a corrente
de curto circuito determinadas pelo tempo de atuação da proteção e pelo nível de curto da rede.
No nosso trabalho consideraremos somente os três primeiros critérios.

a) Critério da Seção Mínima


A NBR 5410/04 estabelece os seguintes critérios com relação às seções mínimas para os condutores
fase, neutro e proteção.

Tabela 3.1 – Seção mínima dos condutores.

Chamamos circuito de iluminação a todo circuito destinado unicamente a fins de iluminação ou ligação
de pequenos motores monofásicos (geladeiras, ventiladores e demais aparelhos eletrodomésticos).
Chamamos circuito de força a todo circuito destinado a forca motriz, aquecimento, solda ou outros fins
industriais. No caso residencial, usamos força nas bombas, elevadores, aparelhos de ar condicionado,
insineradores, chuveiros, máquinas de lavar roupas, máquinas de lavar louças, boiler, etc.

b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente


O condutor não pode ser submetido a um aquecimento exagerado provocado pela passagem da corrente
elétrica, pois a isolação do mesmo pode vir a ser danificada. Os fatores que determinam a capacidade de
condução de corrente dos condutores são:
 O tipo de isolação do condutor
 O número de condutores conduzindo corrente
 A proximidade de outros condutores
 A temperatura ambiente
Quanto ao tipo de isolação podemos ter:
 PVC
 XLPE
 EPR
Quanto ao número de condutores carregados podemos ter:
Tabela 3.2 – Número de condutores carregados

No caso de quatro condutores carregados, a determinação da capacidade de condução de corrente dever


ser feita aplicando-se o fator de 0,86 às capacidades de condução de corrente válidas para três condutores
carregados sem prejuízo para os demais fatores de correção aplicáveis.
Quanto à maneira de instalar podemos ter:
Nesta tabela identificamos a letra e o número correspondente à maneira de instalação do cabo. Por
exemplo: se tivermos condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular embutido em
alvenaria, o método é B1.

Tabela 3.3/1 – Maneiras de instalar


Tabela 3.3/2 – Maneiras de instalar

Tabela 3.3/3 – Maneiras de instalar


A corrente transportada por um condutor, durante períodos prolongados em funcionamento normal,
deve ser tal que a temperatura máxima para serviço contínuo dada na tabela 3.4 não seja ultrapassada.

Tabela 3.4 – Temperatura característica dos condutores

As tabelas à seguir apresentam as capacidades de condução de corrente para condutores com


isolamento de PVC 70º C e EPR ou XLPE 90º C, considerando um máximo de 3 condutores instalados
segundo as maneiras de instalar indicadas na tabela.

Tabela 3.5 – Capacidade de condução de corrente dos condutores com isolação PVC.
Tabela 3.6 - Capacidade de condução de corrente dos condutores com isolação
EPR e XLPE
Faremos duas correções no dimensionamento do condutor:

Correção de temperatura - Se a temperatura ambiente for diferente daquela para a qual as tabelas foram
estabelecidas, deve-se aplicar o fator de correção K1.

Tabela 3.7 – Fatores de Correção para temperaturas ambientes diferentes de 30C para cabos não enterrados
e de 20C (temperatura do solo) para cabos enterrados (K1)

Correção por Agrupamento de Condutores – Quando tivermos mais de um circuito no interior do eletroduto,
faremos a correção K2, segundo a tabela:

Tabela 3.8 – Fatores de Correção K2 para agrupamento de circuitos ou cabos multipolares, aplicáveis aos
valores de capacidade de condução de corrente.
Existe ainda uma correção para agrupamento de eletrodutos K3, porém não utilizaremos a mesma, pois
esta correção será mais utilizada em instalações industriais.
Para facilidade de uso das tabelas de capacidade de correção de corrente dos condutores levando em
conta os fatores de correção, vistos anteriormente, deve-se corrigir o valor da corrente do circuito de modo
que a corrente a considerar, no uso das tabelas, seja uma corrente corrigida Icc , dada por:

Icc = Ic/ (K1 x K2), onde Icc é a corrente corrigida à ser considerada na consulta das tabelas.

Exemplo:
Dimensionar os condutores do circuito de iluminação com 1200 VA, dois circuitos agrupados no
interior do eletroduto, temperatura ambiente 40º C. Utilizar condutores com isolação de PVC e considerar a
maneira de instalar C.

c) Critério da Queda de Tensão


Os aparelhos elétricos são projetados para trabalharem com tensões determinadas, admitindo-se uma
tolerância de no máximo 5% do valor nominal de funcionamento. Assim a máxima queda de tensão que
devemos admitir desde o quadro de medição até o ponto de utilização deve ser de 5%. Como sabemos, a
queda de tensão (V=RI) é determinada em função da potência (corrente) e da distância (resistência) até o
medidor.
Esta queda de tensão, em porcentagem, pode ser determinada através da seguinte expressão:

Queda de Tensão (e%) = tensão de entrada - tensão na carga x 100


tensão de entrada

Figura 3.1 – Queda de Tensão a Considerar

Um método simples e prático para determinação dos condutores em função da queda de tensão, para
circuitos com pequenas cargas, consiste no emprego das tabelas a seguir, referentes as tensões de 127 e 220
V, e que indicam para os produtos W x metros, os condutores a empregar.
Para alimentadores trifásicos ou bifásicos disponíveis em quadros com cargas monofásicas, divide-se
a carga pelo número de fases (3 ou 2) e aplica-se as tabelas.
Tabela 3.9 – Soma das potências em Watts x distância em metros ( V = 127 volts)

Tabela 3.10 – Soma das potências em Watts x distância em metros (V = 220 volts)

Exemplo 1:

1) Dimensione os condutores do circuito de um ar condicionado de 18000 Btu 2900W/127 V, considerando:


- Condutores de cobre com isolação de PVC - Maneira de instalar B1
- Temperatura média ambiente 35⁰ - Queda de tensão 2%
- Três circuitos agrupados no interior do eletroduto. – Comprimento do circuito 10 m

a) Critério de seção mínima

Como trata-se de um circuito de força (ar condicionado) a seção mínima será # 2,5 mm²

b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente

In = P / V = 2900 / 127 = 22,83 A

Como a temperatura ambiente é diferente de 30 graus e o circuito não está sozinho no eletroduto,
precisamos aplicar os fatores de correção K1 e K2 a fim de determinarmos o valor da corrente
corrigida, assim temos:
Ic = In / (K1 x K2) = 22,83 / (0,94 x 0,7) = 34,7 A

Os fatores de correção K1 e K2 são obtidos, respectivamente, nas tabelas 3.7 e 3.8 da apostila!!!

De posse do valor da corrente corrigida vamos a tabela 3.5 da apostila, entrando na coluna
correspondente a maneira de instalar B1, sub coluna dois condutores carregados, encontrando um
condutor que suporte um valor de corrente maior ou igual a 34,7 A.
Consultando a tabela observamos que o condutor de # 6 mm² suporta até 41 A, ou seja, é o indicado
para as condições de condução de corrente deste circuito.

# 6 mm²

c) Critério da Queda de Tensão

No critério da queda de tensão vamos observar se a extensão (comprimento) do circuito não provoca
uma queda de tensão maior que os valores admitidos pelas normas.

Utilizamos a expressão: P x d = 2900 x 10 = 29 000 Wm

Consultando a tabela 3.9 da apostila, na coluna correspondente a 2% buscamos o condutor que suporte
um valor em W.m igual ou superior ao valor calculado. Desta forma encontramos que a seção do condutor
que não causará queda de tensão maior que 2% será de # 6 mm²

# 6 mm²

Lembramos que sempre deve ser escolhido o maior valor encontrado entre os três
critérios utilizados, ou seja, neste circuito utilizaremos o condutor de # 6 mm²

Exemplo 2:

1) Dimensione os condutores do circuito de um chuveiro 5400W/127 V, considerando:


- Condutores de cobre com isolação de PVC - Maneira de instalar B1
- Temperatura média ambiente 40⁰ - Queda de tensão 2%
- Três circuitos agrupados no interior do eletroduto. – Comprimento do circuito 12 m

a) Critério de seção mínima

Como trata-se de um circuito de força (chuveiro) a seção mínima será # 2,5 mm²

b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente

In = P / V = 5400 / 127 = 42,52 A

Como a temperatura ambiente é diferente de 30 graus e o circuito não está sozinho no eletroduto,
precisamos aplicar os fatores de correção K1 e K2 a fim de determinarmos o valor da corrente
corrigida, assim temos:
Ic = In / (K1 x K2) = 42,52 / (0,87 x 0,7) = 69,82 A

Os fatores de correção K1 e K2 são obtidos, respectivamente, nas tabelas 3.7 e 3.8 da apostila!!!
De posse do valor da corrente corrigida vamos a tabela 3.5 da apostila, entrando na coluna
correspondente a maneira de instalar B1, sub coluna dois condutores carregados, encontrando um
condutor que suporte um valor de corrente maior ou igual a 69,82 A.
Consultando a tabela observamos que o condutor de # 16 mm² suporta até 76 A ou seja é o indicado
para as condições de condução de corrente deste circuito.

# 16 mm²

c) Critério da Queda de Tensão

No critério da queda de tensão vamos observar se a extensão (comprimento) do circuito não provoca
uma queda de tensão maior que os valores admitidos pelas normas.

Utilizamos a expressão: P x d = 5400 x 12 = 64800 Wm

Consultando a tabela 3.9 da apostila, na coluna correspondente a 2% buscamos o condutor que suporte
um valor em Wm igual ou superior ao valor calculado. Desta forma encontramos que a seção do condutor
que não causará queda de tensão maior que 2% será de # 10 mm²

# 10 mm²

Lembramos que sempre deve ser escolhido o maior valor encontrado entre os três
critérios utilizados, ou seja, neste circuito utilizaremos o condutor de # 16 mm²

3.3) CRITÉRIO PARA DETERMINACÃO DA SECÃO MÍNIMA DO CONDUTOR NEUTRO

A NBR 5410/04 estabelece os critérios para dimensionamento da seção mínima do condutor neutro, ou
seja:
a) O condutor neutro, se existir, deverá possuir a mesma seção do condutor fase, nos seguintes casos:
 Em circuitos monofásicos a dois e três condutores, e bifásicos a três condutores, qualquer que seja a
seção do condutor fase.
 Em circuitos trifásicos quando a seção do condutor fase for inferior a 25 mm²
b) Nos circuitos trifásicos com condutores fase de seção superior a 25 mm², aplicar a seguinte tabela

Tabela 3.11 – Seção do Condutor Neutro em relação ao Condutor Fase.


3.4) CRITÉRIO PARA DETERMINAÇÃO DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO (TERRA)

É o condutor para ligação do equipamento à terra e deverá ser escolhido em função da seção dos
condutores do circuito, ou em função da graduação em ampères do dispositivo de proteção do circuito de
maior capacidade, conforme tabelas:

Seção dos Condutores Seção Mínima dos Condutores


Fases (S) em mm² de Proteção (S) em mm²
S 16 mm² S
16  S  35 mm² 16 mm²
S  35 mm² S/2
Tabela 3.12 - Seção mínima dos condutores de proteção em mm²

Poderão surgir resultados que não correspondam a um condutor existente na escala comercial. Neste
caso, devemos aproximar para a seção mais próxima, imediatamente superior.

Exemplo 3)

Dimensione os condutores do circuito que alimenta uma geladeira e um freezer, cada um com potência de
600W e tensão nominal 127 V, considerando:

- Condutores de cobre com isolação de EPR


- Maneira de instalar C
- Temperatura média ambiente 35⁰
- Queda de tensão 3%
- Dois circuitos agrupados no interior do eletroduto.
– Comprimento e disposição do circuito conforme desenho abaixo

a) Critério de seção mínima

Como trata-se de um circuito de força (geladeira e freezer) a seção mínima será # 2,5 mm²

b) Critério da Capacidade de Condução de Corrente

In = P / V = 1200 / 127 = 9,45 A

Como a temperatura ambiente é diferente de 30 graus e o circuito não está sozinho no eletroduto,
precisamos aplicar os fatores de correção K1 e K2 a fim de determinarmos o valor da corrente
corrigida, assim temos:
Ic = In / (K1 x K2) = 9,45 / (0,96 x 0,8) = 12,3 A

Os fatores de correção K1 e K2 são obtidos, respectivamente, nas tabelas 3.7 e 3.8 da apostila!!!
De posse do valor da corrente corrigida vamos a tabela 3.6 (isolação EPR) da apostila, entrando na
coluna correspondente a maneira de instalar C, sub coluna dois condutores carregados, encontrando
um condutor que suporte um valor de corrente maior ou igual a 12,3 A.
Consultando a tabela observamos que o condutor de # 0,75 mm² suporta até 16 A, ou seja, é o indicado
para as condições de condução de corrente deste circuito.

# 0,75 mm²

c) Critério da Queda de Tensão

No critério da queda de tensão vamos observar se a extensão (comprimento) do circuito não provoca
uma queda de tensão maior que os valores admitidos pelas normas.

Multiplicamos a potência de cada ponto por sua distância ao quadro de distribuição, somando os
valores encontrados a fim de consultar a tabela.

Utilizamos a expressão: (P1 x d1) + (P2 x d2) = (600 x 5) + (600 x 8) = 7800 W

Consultando a tabela 3.9 da apostila, na coluna correspondente a 3% buscamos o condutor que suporte
um valor em Wm igual ou superior ao valor calculado. Desta forma encontramos que a seção do condutor
que não causará queda de tensão maior que 3% será de # 1,5 mm²

# 1,5 mm²

Lembramos que sempre deve ser escolhido o maior valor encontrado entre os três
critérios utilizados, ou seja, neste circuito utilizaremos o condutor de # 2,5 mm²

Exemplo 4) Dimensionar os condutores do circuito que alimenta três aparelhos de ar


condicionado em um escritório, aparelhos tipo janela, 30.000 btu / 4000 W / 220 V.
Adotar as seguintes considerações:

- Condutores de cobre com isolação de XLPE


- Maneira de instalar C
- Temperatura média ambiente 45⁰
- Queda de tensão 2%
- Um circuito no interior do eletroduto.
– Comprimento e disposição do circuito conforme desenho abaixo

5m 5m 5m

4000 W 4000 W 4000 W


Exemplo 5 (Exemplo em planta)

Dimensionar o circuito da máquina de lavar (circuito 15), da casa da Maria Eduarda, utilizando
o print da planta mostrado abaixo. A máquina de lavar, recém adquirida pela família, em dez
prestações sem juros nas Casas Bahia, possui 800 W de potência e tensão nominal 127 V.

Considerações a serem adotadas:

1) Como trata-se de uma família classe média, utilizaremos um condutor com preço
intermediário, ou seja, condutores de cobre com isolação de PVC.
2) A casa possui as instalações embutidas em alvenaria, maneira B1 de instalar.
3) Trabalharemos com a queda de tensão máxima de 2%.
4) Como a casa fica em Bangu, lugar considerado como o mais quente do RJ, vamos
considerar como temperatura média ambiente 45 graus celsius.
5) O comprimento e o agrupamento do circuito devem ser obtidos na planta.

A ) Seção mínima

Circuito de força 2,5 mm²

B) Capacidade de condução de corrente

In = P/V = 800/127 = 6,3 A

Ic = In / (k1 . k2) = 6,3 / (0,79x0,8) = 9,97 A

Pela tabela 3.5 # 0,75 mm²

C) Queda de tensão

P x d = 800 x d

O comprimento do circuito será obtido na planta a


partir das medições indicas nas figuras.
O primeiro trecho tem 7 cm e o segundo 2 cm,
totalizando 9 cm. O valor em escala precisa ser
passado para a medida real em metros utilizando a
escala de 1:50.

9 cm x 50 = 450 cm
Passando para metros 450/100 = 4,5 m

Precisamos lembrar ainda que, além dos trechos em


linha reta, nos tetos, existem também as elevações, ou
seja, as descidas e subidas. Neste caso temos a subida
do quadro ao teto e a descida do ponto de luz da área
de serviço ao ponto da tomada da máquina de lavar.
Considerando pé direito 3m temos:
- do quadro de distribuição ao teto – 1,5 m
- do ponto de luz à tomada da máquina – 1,5 m

Então d = 4,5 + 1,5 + 1,5 = 7,5 m

800 x 7,5 = 6000 Wm

Pela tabela 3.9 # 1,5 mm²

Concluindo, serão utilizados no circuito condutores de


2,5 mm²
Exemplo 6) Dimensionar os condutores para o circuito do chuveiro (circuito 10) da
mesma planta 4400 W / 127 V.

Considerações a serem adotadas:

1) Como trata-se de uma família classe média, utilizaremos um condutor com preço
intermediário, ou seja, condutores de cobre com isolação de PVC.
2) A casa possui as instalações embutidas em alvenaria, maneira B1 de instalar.
3) Trabalharemos com a queda de tensão máxima de 2%.
4) Como a casa fica em Bangu, lugar considerado como o mais quente do RJ, vamos
considerar como temperatura média ambiente 45 graus celsius.
5) O comprimento e o agrupamento do circuito devem ser obtidos na planta.
Exemplo 7 (Exemplo em planta)

Dimensionar o circuito de iluminação e tomadas de uso geral (circuito 1), da casa da Maria
Eduarda, utilizando o print da planta mostrado abaixo. O circuito alimenta várias tomadas de
uso geral e um ponto de luz, totalizando 800 W e tensão 127 V..

Considerações a serem adotadas:

1) Como trata-se de uma família classe média, utilizaremos um condutor com preço
intermediário, ou seja, condutores de cobre com isolação de PVC.
2) A casa possui as instalações embutidas em alvenaria, maneira B1 de instalar.
3) Trabalharemos com a queda de tensão máxima de 2%.
4) Como a casa fica em Bangu, lugar considerado como o mais quente do RJ, vamos
considerar como temperatura média ambiente 45 graus celsius.
5) O comprimento e o agrupamento do circuito devem ser obtidos na planta.

A) Seção mínima

Circuito de iluminação e TUG # 1,5 mm²

B) Capacidade de condução de corrente

In = P/V = 800/127 = 6,3 A

Ic = In / (k1 x k2) = 6,3 / (0,79x1) = 7,97 A

Pela tabela 3.5 # 0,5 mm²

C) Queda de tensão

Como o circuito de iluminação e tomadas de uso geral


possui vários pontos distribuídos e com comprimentos
variados, para viabilizar o cálculo pelo critério da queda
de tensão, devemos fazer um esboço do circuito,
conforme mostrado abaixo.

300W

Os pontos não cotados são de 100 W

De posse do esboço fazemos o levantamento dos


comprimentos em planta, lembrando que precisamos
considerar também as elevações, ou seja, as distâncias
do quadro ao teto e do teto as tomadas.
O primeiro trecho vai do quadro de distribuição ao
ponto de luz da sala

5 cm x (50/100) = 2,5 m + 1,5 m (quadro ao teto) = 4m

O segundo trecho vai do ponto de luz da sala a tomada


de meia altura na parte de cima do desenho

3,5 cm x (50/100) = 1,75 m + 1,5 m (teto a tomada meia


altura) = 3,25 m

O terceiro trecho vai do ponto de luz da sala a tomada


baixa na parede à esquerda no desenho

3,5 cm x (50/100) = 1,75 m + 2,7 m (teto a tomada


baixa) = 4,45 m

O quarto trecho vai do ponto de luz da sala a tomada de


meia altura na parte de baixo do desenho

3,5 cm x (50/100) = 1,75 m + 1,5 m (teto a tomada meia


altura) = 3,25 m

O quinto trecho vai da tomada de meia altura localizada


na parte de baixo do desenho até as tomadas baixas à
direita.

4,5 cm x (50/100) = 2,25 m + 1,2 m (tomada meia altura


até tomada baixa) = 3,45 m

O último trecho interliga as duas tomadas baixas à


direita do desenho

1 cm x (50/100) = 0,5 m

Assim o esboço fica:


Encontra-se o ponto mais distante do quadro e considera-se para o cálculo da queda de
tensão o percurso do quadro a este ponto mais distante. As potências dos pontos fora
do trecho serão acrescentadas ao ponto do trecho do qual derivam e seus comprimentos
serão desprezados.

Assim o cálculo pelo critério da queda de tensão fica:

((300 + 100 + 100) x 4) + (100 x 7,25) + (100 x 10,75) + (100 x 11,25) = 4925 Wm

Pela tabela 3.9 o condutor será # 1,5 mm²

Concluindo, o condutor utilizado no circuito 1 será de # 1,5 mm²

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