[1] O documento discute estudos etnográficos e etnometodológicos em contabilidade, destacando como eles se concentram nas dimensões comportamentais e culturais da contabilidade dentro de organizações. [2] Esses estudos usam técnicas como observação participante e gravação de dados para gerar interpretações narrativas dos eventos observados. [3] Exemplos de estudos etnográficos em contabilidade são analisados para ilustrar essa abordagem.
[1] O documento discute estudos etnográficos e etnometodológicos em contabilidade, destacando como eles se concentram nas dimensões comportamentais e culturais da contabilidade dentro de organizações. [2] Esses estudos usam técnicas como observação participante e gravação de dados para gerar interpretações narrativas dos eventos observados. [3] Exemplos de estudos etnográficos em contabilidade são analisados para ilustrar essa abordagem.
[1] O documento discute estudos etnográficos e etnometodológicos em contabilidade, destacando como eles se concentram nas dimensões comportamentais e culturais da contabilidade dentro de organizações. [2] Esses estudos usam técnicas como observação participante e gravação de dados para gerar interpretações narrativas dos eventos observados. [3] Exemplos de estudos etnográficos em contabilidade são analisados para ilustrar essa abordagem.
Resenha do texto: Estudos etnográficos, etnometodológicos em contabilidade
Colin Dey
A pesquisa contábil interpretativa focalizou a atenção nas dimensões
comportamentais e culturais da contabilidade, e na natureza local e contextual da contabilidade dentro das organizações, destacando o papel importante das práticas organizacionais da contabilidade, dando maior significado, e ressignificando a realidade. O uso do estudo de caso contribuiu no sentido de iniciar o caminho de uma nova agenda de debates mais amplos na pesquisa qualitativa e também de explorar outras técnicas. Conceitos importantes utilizados no artigo, dados pela Wikipédia: Antropologia ciência que tem como objeto o estudo sobre o ser humano e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões. Etnografia é o método utilizado pela antropologia na coleta de dados. Baseia-se no contato intersubjetivo entre o antropólogo e o seu objeto, seja ele uma aldeia indígena ou qualquer outro grupo social sob o qual o recorte analítico será feito. A base de uma pesquisa etnográfica é o trabalho de campo. Etnometodologia é uma corrente sociológica desenvolvida primeiramente nos Estados Unidos a partir da década de 1960. Alguns anos depois, chegou à Europa. Trabalha com uma perspectiva de pesquisa compreensiva, em oposição à noção explicativa. Alguns atributos dos estudos antropológicos, etnográficos e etnometodológicos, tratam de reunir o máximo de detalhes possíveis, sobre o comportamento, pensamento e/ou processos organizacionais. Dar significado aos achados torna-se um requisito central do trabalho de campo. Usar técnicas de gravação contribui para acumular o máximo de dados possível. A experiência do pesquisador é usada para gerar uma interpretação narrativa, ou "descrição espessa ", dos eventos que ocorreram, exigindo um estreito envolvimento, uma imersão com o ambiente de pesquisa. No sentido antropológico é ser capaz de "entender ponto de vista do nativo" e "caminhar, falar e escrever sua história" (Jönsson e Macintosh, 1997, p. 370). O objetivo dos estudos etnográficos e etnometodológicos é "produzir uma narrativa sistemática do comportamento e sistemas de ideias dos atores em uma determinada cultura, organização, ou profissão, ou comunidade" (Jönsson e Macintosh, 1997, p. 370). Entretanto, a natureza exata do estudo etnográfico e etnometodológico tem sido motivo de alguma disputa, mesmo dentro da literatura contábil. Nem todos os etnógrafos mergulham em, ou interpretam suas experiências da mesma maneira. Como disse Rosen (1991, p. 12), a etnografia é um "elenco de construção na teoria e linguagem do descritor e de seu público". Portanto, embora os métodos usados na pesquisa etnográfica sejam importantes, o que é de maior importância é a questão do que o etnógrafo faz com a experiência vivida: a questão metodológica de como os dados são interpretados subjetivamente. Alguns princípios metodológicos representam os elementos básicos da etnografia: Primeiro... o interacionista faz perguntas “como” em vez de “por quê". Ou seja, como a experiência social é organizada, percebida e construída por diferentes pessoas com diferentes níveis de competência? Segundo... o interacionista rejeita a formulação de propostas que podem ser generalizadas às populações não observadas... Terceiro, a fim de compreender a definição de realidade do ator , a ênfase principal é colocada na compreensão e descrição dos... conceitos e significados empregados pelos atores na interação uns com os outros... Quarto, a interpretação significativa da experiência humana só pode vir daquelas pessoas que se imergiram profundamente no fenômeno que desejam interpretar e compreender ( 1988, pp. 61-62.) Para facilitar a compreensão do texto do autor cita alguns exemplos de estudos. De uma perspectiva etnometodológica, um exemplo notável é um estudo de Jönsson (1982), que examinou o uso de orçamentos dentro de uma autoridade local durante um período de três anos. Em comparação com a ênfase centrada no ator na comunicação informal e não oficial de Preston, Jönsson concentrou-se no uso de orçamentos formais como equipamento de "montagem de sentido" para construir e manter o "jogo orçamentário " cotidiano jogado pelos principais atores da gerentes de departamento e membros eleitos. As negociações orçamentárias eram passíveis de influência política na condução e no rescaldo das campanhas eleitorais. Durante o período de três anos de pesquisa, Jönsson descobriu que os atores desenvolveram suas habilidades para jogar o 'jogo do orçamento ', mas que isto não levou necessariamente a um orçamento mensurável melhor em nenhum sentido significativo. Os temas no centro desses estudos de campo seminais iniciais também têm sido significativos para orientar a direção das investigações empíricas subsequentes. O trabalho de Preston pode ser visto como encarnando uma preocupação mais ampla com formas tácitas e verbais de comunicação e com a intersubjetividade do conhecimento contábil. O estudo etnometodológico inicial de Jönsson , seus interesses estavam mais voltados para o tema do controle de gestão e o uso simbólico e interpretação de orçamentos. Outro exemplo cita a etnografia Covaleski e Dirsmith sobre o comportamento orçamentário em seis hospitais dos EUA é especialmente marcante na forma como demonstrou a consciência aguda dos atores dentro dos hospitais sobre as consequências políticas dos cortes orçamentários, bem como o papel desses orçamentos na perpetuação da impotência dos gerentes de enfermagem dentro dos hospitais. Uma maior profundidade dá uma visão adicional sobre os detalhes dos processos organizacionais. Esta foi a estratégia de Dent (1991) em seu estudo ferroviário e a abordagem de Roberts (1990) ao estudo da aquisição de uma empresa de manufatura em dificuldade por um conglomerado financeiro aquisitivo. Ambos os estudos são exemplares de várias maneiras, mas também contêm indícios de que seus autores poderiam justificadamente ter definido o campo com maior abrangência. Os eventos em Dent (1991) foram influenciados pelas políticas nacionais de privatização. Os eventos em Roberts (1990) provocaram uma resposta pública contra o esvaziamento ( debens.pp. 825–826) Há que se ter cuidado ao utilizar essa metodologia, pois teorias críticas podem realmente dessensibilizar a experiência do etnógrafo e obscurecer as próprias relações sociais que está tentando estudar . Por outro lado, uma ênfase excessiva nas lutas em torno das práticas locais corre o risco de deixar questões mais profundas de irracionalidade e opressão sem contestação (Alvesson e Willmott, 2012). Se a chave para usar o pensamento crítico dentro do estudo de campo qualitativo é encontrar o equilíbrio certo entre o foco etnográfico na compreensão e o foco crítico na explicação, então uma solução possível, como Jönsson e Macintosh (1997) sugeriram, é considerar como as teorias explicativas podem ser aplicadas posteriormente à experiência etnográfica, vez de antes ou durante experiência. Eles argumentaram que o pesquisador deveria gerar um diálogo na fase de redação, na qual o pesquisador é encorajado a fundamentar teorias nos dados etnográficos, desenvolver uma narrativa crítica, e então aplicar e interrogaras explicações críticas recém-geradas, voltando ao domínio empírico pela segunda vez.