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Na obra "A ascenção do cristianismo no ocidente", o autor Peter Brown aborda as relações entre o

cristianismo e o Império Romano entre os séculos III e V mostrando como a religião deixou de ser
perseguida e atraiu um grande número de fiés.

No século III o Império Romano passava por um período de crise, falências, derrotas militares e
fragmentação política. O Imperador Diocleciano implantou a chamada "Tetrarquia" que foi uma
reestruturação da sociedade e trouxe maior estabilidade para essa região, assim, o Imperador e seus
agentes passaram a ter as funções que eram exercidas pelas elites locais. Com esse sistema implantado,
houve uma grande modificação em relação à forma com que o Estado tratava as elites locais. Somente a
corte imperial passou a ser fonte de privilégios, fazendo com que os poderes locais perdessem suas
regalias. A partir disso, as cidades que se desenvolveram, foram aquelas que se transformaram em
centros administrativos. Dessa forma, em cada região criou uma metropolis responsáveis de centralizar a
administração.

Nesse período, os habitantes do Império Romano e das cidades vizinhas mantinham-se com o cenário
religioso inalterado. Contemplavam à seus deus, sendo a sociedade o Império de Diocleciano
essencialmente politeísta. Era óbvio para o senso comum a existência de muitos deuses e tinham a
necessidade de venerá-los em gestos públicos como forma de reverência e gratidão. Os deuses
constituiam uma presença invisível junto a da espécie humana. A religio (forma apropriada de se venerar
cada deus) servia de suporte para transmitar as tradições no interior de famílias, e até, de comunidades
inteiras. Alguns deuses tinham importancia maior que os outros, religio recebida por esses deuses
dependia da imagem que os adoradores tinham de si mesmo. Apesar de privilegiar certa divindade, não
havia negação de outros deuses.

Em 312, após ter vencido uma batalha, o Imperador Constantino entra em Roma. Para celebrar sua
vitória, os altares dos deuses já estavam prontos, no capitólio, para rebecer o sacrífio. Após não ter
aparecido para a celebração, o Imperador se justificar em função de ter recebido um sinal do Deus dos
cristãos e atribui sua conquista e Ele. Em seguida a esse acontecimento, cristianismo se tornou região
oficial do Império.

Alguns anos depois em Niceia, Constantino promoveu uma conferência ecumênica mundial. O encontro
ofereceu à igreja cistã ver-se a mesma, pela primeira vez como portadora privilegiada de uma mesma lei
universal.

Em 303, Diocleciano promulgou um ùltimo conjunto de medidas que ficou conhecido pelos cristãos com
"grandes perseguição". A perseguição indicou a chegada à idade adulta tanto no novo Império como na
igreja cristã. A partir do seu surgimento até o início do seculo IV a igreja havia passado por modificações.
Desde as perseguições a igreja já contava com uma hierarquia bem definida. Os cristãos da época já se
referiam às suas suas igrejas como local de veneração, embora sendo estruturas humildes. O discurso
cristão apresentava todos os seres humanos como estando sujeitos à mesma lei universal de um só deus
e igualmente capazes de salvação conseguida pela associação permanente e excluvisa a único grupo
religroso. Salvação significava, antes de tudo, afastamento da idolatria e ao poder dos demônios. Os
cristãos não negavam a existência dos deuses pagãos, apenas afirmavam que estavam na Terra para
afastar os homens do verdadeiro Deus.

Além de se convertar ao cristianismo e tornar a religião oficial do Império Constantino, assim como
Diocleciano, reorganizou o Império por meio de metropolis. Um exemplo dessas "cidades mãe" é
Constantinopla que era a Nova Roma, a cidade reinante.

O século IV marcou o estabelecimento da palavra "pagão" para inferiorizar o culto politeísta. Desde a
conversão de Constantino a sensação entre os cristãos era de que a história estava ao seu lado. Além
disso, Constantino, progressivamente cercou o culto pagão, fechou templos e foi omisso em relação à
violência cometida pelos cristãos aos templos pagãos.

Diante disso, com base nas transformações ocorridas no cristianismo, após o século V, um dos diversos
fatores para a queda do Impédio Romano Ocidental foi, considerando o marco da passagem da
passagem da Antiguidade para a Idade Média, a relação estabelecida pela igreja com o Império que
enfraqueceu ainda mais o Império assim como as invasões e migrações bárbaras.

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