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KALINES SANTOS DA SILVA

OS IMPACTOS DOS ABUSOS PSICOLÓGICOS


NO ÂMBITO CONJUGAL

SÃO LUIS -MA

2020
KALINES SANTOS DA SILVA

OS IMPACTOS DOS ABUSOS PSICOLÓGICOS


NO ÂMBITO CONJUGAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à faculdade Pitágoras, como
requisito parcial para a obtenção do título
de graduado em Psicologia

Orientador: Andreia Luizão

SÃO LUIS -MA

2020
1 INTRODUÇÃO
A violência contra a mulher é um dos fenômenos de grande impacto no
âmbito da saúde pública em geral, onde vemos a mulher em situação de violência,
onde é possível aspectos de uma produção individual, mas como uma trama de
relações que envolvem todas as partes envolvidas. Nesse sentido, a fronteira
entre a figura de agressor e de agredido, vítima ou cúmplice, é de complexa
demarcação quando se concebem as situações de violências contempladas em
um processo de construção relaciona.

A sociedade contemporânea em que vivemos onde esse tipo violência


contra a mulher, especialmente a que se consolida no âmbito das relações
domésticas, constitua o tema mais amplo da pesquisa, onde serão apontados os
assuntos especificamente como objeto de análise a violência psicológica presente
nas relações conjugais, onde é aquela é mais praticada devido que é considerada
uma ação onde não possível perceber se não for analisada ou dita pela a pessoa
agredida e devido a isso, produzir um sofrimento moral ou muitos danos
psicológicos.

Essa violência se caracteriza por meio de ameaças medo, controle,


humilhação, indiferença, ciúme patológico, desqualificação, intimidação, tortura.
Essas formas de violência provocam sérios danos psicológicos nas mulheres,
como insegurança, frustração, medo e sentimento de ansiedade, por isso as
consequências são as piores possíveis para a mulher, uma vez que afeta a
autoestima e a saúde.
Esse seguinte trabalho tem como objetivo geral, estudar a fragilidade da mulher
que enfrenta a violência psicológica. Onde tem os seguintes objetivos específicos
que é demostra como compreender as causas da vulnerabilidade da mulher em um
relacionamento abusivo, entender as consequências que o abuso psicológico pode
causar na mulher, apresentar a importância do acompanhamento psicológico nas
mulheres vítimas do abuso psicológico.
Onde esta é uma pesquisa bibliográfica, no qual vão ser utilizadas as bases de
dados online da literatura latino-americana e do caribe em ciências da saúde
(lilacs), scientific electronic library online (scielo), google acadêmico. Onde foi
realizada a pesquisa com os termos: Violência psicológica no âmbito conjugal, Os
critérios que vão ser usado para seleção dos artigos vão ser aqueles de periódicos
nacionais e internacionais que abordassem “o que é violência , violência psicológica
, atuação do psicólogo com títulos que obtenham palavras como: violência , mulher
,abuso , danos psicológicos, conjugal

.
2. UMA ANÁLISE DA HISTÓRIA DA MULHER NA SOCIEDADE

2.1 A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA MULHER

Todos os humanos utilizam a linguagem como a sua principal forma de se


expressar, através disso é possível que os indivíduos conseguem dizer sobre um
outro sujeito e assim contribui para a sua subjetivação. De acordo com Kehl(2008)
“a língua com sua estrutura, suas práticas e convenções, é a expressão mais
importante da herança simbólica que o sujeito pode receber”. Em outras palavras o
indivíduo já vem ao mundo com as características de uma linguagem que já foi
pré-estabelecida. A mesma autora também relata que “As formações de linguagem
precedem os indivíduos e os inscrevem em determinadas posições na ordem
simbólica” (KEHL,2008, p. 9).
A primeira característica que o sujeito a aprende devido a linguagem é
diferença de gênero, o que é ser do gênero masculino e ser do gênero feminino,
na sociedade, onde assim conseguir o pertencimento “a um de dois grupos
identitários carregados de significações imaginárias (KEHL, 2008, p. 27). Está
incluso na sociedade é se encaixa nos padrões e ideais pré-estabelecidos para
cada gênero.
Segundo Ruwer (2004) Ser mulher ou homem é acaba por “situar o
indivíduo no mundo determinando de oportunidades, escolhas, estratégias,
trajetórias, vivências, etc” (p. 32). Entretanto pode se perceber com a história do
mundo, que o gênero masculino se sobrepõe ao feminino, onde o homem tem
mais poder do que a mulher. Onde eles não têm que se definir, pois é obvio o que
é ser homem, já a mulher pra ela demostra algo para a sociedade, ela tem que
declara como mulheres, pois esta informação não é clara para a sociedade. “O
homem representa a um tempo o positivo e o neutro, a ponto de dizermos ‘os
homens’ para designar os seres humanos” (BEAUVOIR, 2009, p. 15).
Priore (2011) afirma que devido ao contexto histórico onde o homem foi o
primeiro a fazer grandes descobertas, então eles podem definem qual é o papel
que a mulher tem que estabelecer na sociedade. Devido a isso quando se estuda o
ser humano, é sempre com a perspectiva do homem e com a coisas que são ser
consideras neutras pra ambos os gêneros, é dita como masculino assim excluindo
a mulher, sendo possível falar do homem sem falar da mulher, mas impossível falar
da mulher sem compará-la ao homem. O homem é o corpo perfeito e a mulher é
aquilo que o homem não é. “A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao
homem, e não este em relação a ela” (BEAUVOIR, 2009, p. 17).
Pode se dizer que a função da mulher na sociedade não fica claro se ela
não se destaca, que para o homem é natural, a mulher tem passa pelo uma
transformação forçada para ela realmente dizer que está ali. Segundo Behauvoir
(2009) “não se nasce mulher, tornasse mulher”, pois nenhuma fêmea humana
nasce mulher uma criação imposta às mulheres, com o intuito de diferenciar e
controlar os corpos das fêmeas.
Desde do começo dos tempos as mulheres são modeladas para o
casamento, onde os seus únicos objetivos de vida é cuida do marido e filhos e
somente atividades que satisfaça eles e nunca pensa em si própria. Kelh(2008)
afirma que esse pensamento vem de como a educação é preposta para o sexo
masculino e para o feminino, a educação dos homens sempre é demostrada com
a finalidade da expansão de atributos como a força, o caráter, o intelecto, os
talentos e o conhecimento, enquanto a educação das mulheres visava restringir
estes atributos, sendo aconselhável que elas recebessem somente o essencial de
informações.

Se tinha a ideia de que a mulher deveria ser domesticada para que ela não
tivesse qualquer tipo de desejo que não fosse o já pré-determinado pela sociedade,
algo que foi considerado normal por vários séculos. Até mesmo em questão
biológicas e anatômicas as genitálias femininas se tiveram poucos estudos e era
considerada uma versão interna e misteriosa da genitália masculina. Acreditava-se
que a vagina tinha o poder de atrair os homens para reprodução e deleites, pois,
diferentemente das fêmeas de outras espécies, as mulheres não se saciavam
facilmente após o coito necessário à reprodução, colocando os homens em contato
direto com o pecado (DEL PRIORE, 2011).
Nos séculos XII e XVII, a igreja dizia que a mulher era um mal sobre a terra,
onde era considerada um ninho de pecado e devido a isso a igreja teve que dá um
basta a sexualidade feminina, afirmando o papel sexual da mulher era somente e
essencialmente reprodutor. (DEL PRIORE, 2011, p. 35)
Durante muitos séculos a mulher teve que ser somente aquela boa moça
onde o seu papel era ser somente uma dona de casa, uma boa esposa e mãe, e
as mulheres que não exerciam esse papel era considerada como prostitutas, onde
os homens chefes de família de acordo com a igreja poderia ter necessidades
sexuais e a mulher tinha que se submeter somente ao papel de reprodutora” (DEL
PRIORE 2011,p.83). A esse pensamento tem o entendimento de Bertin (1990) que
a mulher nesse período só servia pra ser duas coisas “putas ou mães ” se tornando
assim escravas de sua sexualidade, uma vez que não há espaço para algo
diferente disso.
Somente na revolução Francesa, no fim do século XVIII, que surgiu o
pensamento de amor romântico devido a literatura, onde as mulheres começaram
a ter direito de ler onde era algo exclusivo do homem. Ao longo do tempo o habito
de leitura surgiu entre as mulheres burguesas e assim surgiu
uma nova atividade além das atividades domesticas e assim podendo a
oportunidade de explora mais sobre esse mundo literário. Nesse período começou
a surgir o tal do amor conjugal onde “A literatura ‘inventou’ o amor burguês, e o
casamento burguês abriu espaço para uma invasão literária que enriqueceu o
imaginário das mulheres” (KEHL, 2008, p. 79).
Porém devido a esses pensamentos românticos que era implantados devidos
aos contos românticos, as mulheres não tinham conhecimento de o que aconteciam
nas noites de núpcias e assim vivenciavam verdadeiros estupros já no início da sua
vida sexual, passando então a achar que isso era sexo e detestando estes
momentos em que deveriam cumprir uma das obrigações matrimoniais (DEL
PRIORE, 2011).
Outro pensamento que foi implementado pelos contos literários e pela a
própria sociedade, foi daquele casamento feliz onde aquela mulher que está sendo
treinada desde pequena para ser aquela mulher mãe e dona de casa e quando
alcança o casamento seria a mulher mais feliz do mundo. Contundo não era assim
que funcionava muitas das mulheres se sentiam frustradas, logo que o homem
tinha mais direitos de alcançar outros objetivos além de ser o chefe da família após
o casamento, ele poderia encontra a sua satisfação em lugares como o trabalho
na vida pública e em espaços onde é valorizado socialmente, já a mulher era pra
suprimir todas as necessidades do marido e devido a isso muitas delas faziam
absurdos para manter seus maridos, pois o casamento foi, por muito tempo, a
única possibilidade de realização dessas. (KEHL, 2008, p. 81).
Em 1963, a feminista americana Betty Friedan escreveu um livro Mística
feminina, que se tornou um dos principais desencadeadores da segunda onda do
movimento feminista. Onde ela entrevistou várias mulheres sobre como era a suas
vidas de casadas e como mulher na sociedade, o resultado que ela teve foi que
todas as mulheres se sentiam vazias e infelizes.
O sentimento de estar vazia, sentir-se incompleta, ter a impressão
de não existir, sentir-se cansada e aborrecida, zangar-se facilmente com
as crianças e o marido, chorar sem motivo aparente pontuava as angustias
das falas. O problema acabava, muitas vezes, por desaguar nos
consultórios de médicos, psicanalistas ou era temporariamente driblado
com a ajuda de tranquilizantes (DUARTE, 2006, p. 288)

Friedan (1971) concluiu que as causas da infelicidade das mulheres eram


que as regras impostas e pré-determinadas a elas era o que trazia a tristeza e o
vazio, e que o casamento e a maternidade eram completas decepções, pois, além
de nem sempre serem os conto de fadas romântico que as mulheres esperavam,
mesmo que o fossem, não eram suficientes para preencher o tempo nem as
expectativas das mesmas.
Olhar para trás e brevemente percorrer a trajetória das mulheres ao longo
do tempo se faz necessário como modo de esclarecer de onde as coisas vêm e
como se transformaram naquilo que hoje se tem como verdade, pois verdades não
nascem ao acaso, precisando se enraizar nos discursos para valerem.
(KEHL,2008, p.37).
2.2 SURGIMENTO DA VIOLÊNCIA PSICOLOGICA NA MULHER

Para entender a questão da violência psicológica contra a mulher na


relação conjugal, primeiro temos que compreender, todas as relações socias que
está inserido as mulheres e os homens. De acordo com Medrado e Lyra (2003)
para entender a violência de homens contra as mulheres temos que compreender
o cenário de gênero, onde se deve incluir análises sobre os processos de
socialização masculinas e os significados de ser homem em nossa sociedade, que
historicamente que não se explicam a partir do fator puramente biológico, mas
também das construções sociais destas diferenças, que favorecem as
desigualdades entre os sexos e também as de como para reprimir suas emoções,
sendo a agressividade, incluindo a violência contra a mulher , formas geralmente
aceitas de provas da masculinidade.

A violência é um complexo fenômeno biopsicossocial, passível de


compreensão apenas dentro da especificidade histórica, já que "na
configuração da violência se cruzam problemas da política, da economia,
da moral, do direito, da psicologia, das relações humanas e institucionais,
e do plano individual(MINAYO,1994, p. 7).

Ter o controle da mulher é um problema mundial relacionado ao poder, aos


privilégios e ao controle exercido pelo homem em quase todas as sociedades.
Devido ao sistema de dominação e exploração mais antigo que é o patriarcado,
sistema de relações sociais que assegura a dominação do sexo masculino sobre o
sexo feminino e que, mesmo considerado por alguns autores como uma ordem
ultrapassada, até hoje, mantém suas marcas nas relações de gênero. As mulheres,
não obstante as suas conquistas, ainda são consideradas objetos da satisfação dos
homens, reprodutoras de herdeiros, de força de trabalho e de novas reprodutoras.
O poder, e como consequência, as violências, física, psicológica, sexual,
patrimonial, praticadas contra as mulheres indicam que homens e mulheres têm
uma participação desigual em função do seu sexo. (SAFFIOTI, 2001).

De acordo com Cunha (2007) “como a ideologia de gênero não garante


totalmente a obediência das vítimas potenciais às ordens do patriarca, este
necessita fazer o uso da violência”.(CUNHA,2007,p. 52). Através das palavras
desse autor é possível ter uma clareza que a dominação masculina, devido ao
sistema patriarcal é influenciada pela perspectiva feminista e marxista, entendendo
violência como expressão do patriarcado, em que a mulher é vista como sujeito
social independente, no entanto, historicamente violentada pelo controle social
masculino.

É possível notar que na nossa sociedade, existe enraizado uma presença


machista e discriminatória contra todas as mulheres, pois até mesmo na mídias e
propagandas existes uma forte apelação sexual da imagem da mulher, onde
devido a esse comportamento é possível perceber uma discriminação que pode
abalar na saúde em aspectos físicos, morais e sociais.

Qualquer tipo de violência contra a mulher é uma grave violação de direitos,


como afirma os autores Teles e Melo:
Violência, em seu significado mais frequente, quer dizer uso de
força física, psicológica ou intelectual para obrigar outra pessoa a fazer
algo que não está com vontade; é constranger, é tolher a liberdade, é
incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua
vontade, sob pena de viver gravemente ameaçada ou até mesmo ser
espancada, lesionada ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem
ao seu domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano.
(TELES E MELO, 2003, p. 15)
Devido essas discriminações contra a mulher, existe uma lei chamada: “Lei maria da
penha ou Lei 11.340/2006 que tem como objetivo criar mecanismos para coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher. Pode se citar o Art. (5º) que reza:
“Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

3.VIOLÊNCIA CONJUGAL

3.1 CONCEITOS DE VIOLÊNCIA

De acordo com um estudo publicado pela World Health Organization (2011) a


violência conjugal tem consequências muito altas na população mundial, onde as
vítimas são as mulheres e homens a maioria dos agressores. Os efeitos causados
por esse tipo de violências, pode dura a vida inteira, atingir várias gerações, trazer
várias consequências na saúde física e mental, educação e emprego (WHO, 2011).

De acordo com Matos (2002) As vítimas desse tipo de violência apresentam


vários sintomas de depressão, ansiedade e stress pós-traumático (PTSD) quando
comparadas com mulheres que não sofreram a este tipo de abuso. A Organização
das Nações Unidas (ONU), definiu que o termo “violência conjugal” (Intimate Partner
Violence) são os comportamentos numa relação íntima que causem dano físico,
sexual ou psicológico, incluindo a agressão física, coação sexual, abuso psicológico
e comportamentos controladores (WHO, 2011).

A OMS caracterizou a violência como:


“O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si
próprio, contra pessoa, ou contra grupo ou uma comunidade, que resulte ou
tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico,
deficiência de desenvolvimento ou privação” (MATOS,2002, p. 81)

Existe vários tipos de violência que a mulher sofre como a violência


doméstica que é quando acontece algum tipo de agressão a noção de território
geográfico e simbólico, onde pode atingir também pessoas que não pertencem a
família, que convivem parcial ou permanentemente no domicilio do agressor.
(MATOS , 2002, p. 85).

A violência familiar é caracterizada por “toda ação ou omissão que prejudique


o bem-estar, a integridade física, psicológica a liberdade e o direito ao pleno
desenvolvimento de outro membro da família” (CESCA, 2004, p. 41) Esse tipo de
violência pode acontecer dentro ou fora do domicilio.

A violência contra a mulher é definida de várias maneiras, uma delas é toda


agressão que traz algum tipo consequência física, psicológica, sexual, patrimonial,
que tenha por motivação principal o gênero, ou seja, é praticado contra mulheres
expressamente pelo fato de serem mulheres.(DEBERT& GREGORI, 2008).

A violência conjugal é a que “ocorre entre os conjugues em uma relação de


intimidade, em outras palavras qualquer relacionamento afetivo que se mantenha ou
tenha sido desfeito” (CUNHA, 2008, p. 168). Esse autor relata que esse tipo de
violência é caracterizado pelo desejo de dominação e controle sobre a mulher. Esse
tipo de violência é quando a mulher é contextualizada nas relações conjugais,
devido que os agressores são na grande maioria homens e as vítimas são mulheres
(DEBERT & GREGORI, 2008).

De acordo com Silvia (2007) existem 4 tipos de principais de violência


conjugal:

Violência física: É o uso desejado da força física, contra outra pessoa, onde
pode causa danos físicos, através de arranhões, empurrar, abanar, cortes, asfixiar,
esbofetear, picar, queimar, uso de arma e ainda a imposição de restrições físicas.

Violência Sexual: É quando se utiliza a força física para estimular a outra


pessoa para realizar uma relação sexual contra a sua vontade, onde tenta esse
consumar o ato sexual que não é capaz de compreender a natureza ou condição do
ato, ou de declinar a participação ou comunicar a sua recusa.

Ameaças de violências física ou sexual: gestos, palavras ou arma para


comunicar a intenção de trazer algum tipo de dano na outra pessoa.

Violência psicológica ou emocional: É quando traz danos a vítima devido a


ameaças de atos ou táticas coerciva, como leva a humilhação para outra pessoa,
realizar deliberadamente qualquer coisa que faça a vítima sentir-se diminuída ou
embaraçada, isolar a vítima dos amigos e da família e impedir o acesso da vítima ao
dinheiro e a outros recursos básicos. É considerado também quando ocorre anterior
de violência física ou sexual, ou ameaças das mesmas.

3.1 A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONJUGAL


De acordo com Silvia (2007) A violência psicológica é o tipo de ataque que
mais acontecem na relação conjugal onde traz vários prejuízos para a saúde da
vítima. As mulheres que estão nesse contexto é visto com maior probabilidade de
continua na relação conjugal violenta quando comparadas com mulheres expostas
tanto na violência psicológica e física (BLASCO-ROS, SÁNCHEZ-LORENTE, &
MARTINEZ, 2010).Ela pode ser caracterizada como algo invisível devido que
causa muitos prejuízo a saúde mental da vítima e devido a isso possivelmente pode
ter aparecimento de transtornos psicológicos, desestruturação psíquica, e inclusive
levar ao suicídio (SILVIA, 2007).

De acordo Hirigoyen(2006) Na maioria das vezes a violência física só surge


quando a mulher resiste a violência psicológica. As mulheres que sofrem desse tipo
de violência tendem a lembra somente da agressão física, mas não de quando teve
o primeiro abuso psicológico, já que violência psicológica é algo em que na
sociedade não tem uma grande relevância e devido que não deixa marcas visíveis
(CASTELLANO, GARCÍA, LAGO, & RAMÍREZ, 1999).

Apesar das mulheres dizerem que a violência psicológica é considerada a


mais desagradável que a física, parece ser, no entanto, consensual que mulheres
em situação de violência conjugal, tendem a não identificar a situação de abuso a
que estão expostas, quando o abuso é apenas de cariz psicológico. Como afirma
Blasco-Ros, Sánchez-Lorente e Martinez (2010) onde relatam que as vítimas nesse
contexto de violência psicológica precisam de maior ajuda para se libertarem desse
tipo de relação conjugal e restabelecer a sua saúde mental, quando comparadas
com mulheres vítimas simultaneamente de violência psicológica e física.

3.2 A VULNERABILIDADE DAS VITIMAS

De acordo com a literatura os fatores de vulnerabilidade existem muitos, e


com isso é possível perceber algumas características comuns entre as vítimas
como a baixa autoestima; auto caracterização como aquela mulher “dona de casa”
em estereótipo prescrito para o papel da mulher; se culpa pelas ações do agressor;
sofrer de culpa negando o sentimento de raiva e terror; apresentar uma face
passiva para o mundo, apesar de ter força para manipular seu ambiente de modo a
sobreviver; reações de stress moderado a grave, com queixas psicológicas e
fisiológicas; usar o sexo como forma de estabelecer intimidade; acreditar que
ninguém será capaz de ajudá-la a resolver sua situação, exceto ela própria;
acreditar frequentemente que merece as punições que recebe; tipicamente
subestima as suas capacidades em consequência do agressor repetidamente lhe
chamar incompetente e incapaz de resolver problemas por si própria; história de
violência doméstica na família de origem; existência de filhos (crenças sobre a
separação e os filhos, dependência económica e medo de perder os filhos);
isolamento social; medo provocado por ameaças de morte e de castigo; crenças de
amor romântico (WHO, 2011).
“Compreender porque se tolera um comportamento intolerável é também
compreender como se pode sair dele” .Qualquer mulher, seja qual for a sua
personalidade ou condição social pode vir a sofrer violência pelo seu
parceiro, mas aquelas que apresentam alguns fatores de vulnerabilidade,
apresentam maior dificuldade para se libertarem deste tipo de relação,
porque perante as agressões, apresentam uma resistência menor
(Hirigoyen, 2006, p. 16),

3.3 A RELAÇÃO CONJUGAL VIOLENTA E CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE


MENTAL

De acordo com Hirigoyen (2007) a mulher que sofre de violência conjugal ela
passa por vários abusos do agressor, onde mesmo demostra comportamentos de
doçura e brutalidade. Onde vai prejudicando a saúde mental da vítima, devido que o
agressor vai destruindo a sua autoestima e devido a isso ela vai se recluindo dos
familiares e amigos próximo a chega em um isolamento social. Segundo Walker
(1979) ressalta que pode surgir na mulher uma patologia definida por “síndrome da
mulher agredida” que caracterizada pela baixa autoestima, medo, depressão e
culpa. O isolamento social e a baixa autoestima vão trazendo vários prejuízos para o
psicológico da vítima devido a manutenção da autoestima que é fundamental para a
estabilidade das relações sociais (Peixoto, 2003).

O desenvolvimento da violência conjugal tem início com microviolências que


de acordo com Hirigoyen (2007) os abusos psicológicos vão se desenvolvendo
desde do chamego , à possessão, ao controle, até ao isolamento, à perseguição, à
difamação, às desqualificações, às humilhações, às ameaças, aos insultos, levando,
pouco a pouco, a mulher a duvidar dela própria e a perder todo o seu sentido crítico.
Durante esse percurso a vítima vai sendo domada pelo por tudo o que seu parceiro
a diz e manda fazer até o ponto dela perde a sua individualidade, onde a mesma
não sente nem desejos, perde a sua própria opinião na relação.
Um aspecto que contribui para o mantimento da vítima na relação conjugal
violenta são as crenças relativas ao amor, ao ciúme e à relação romântica que
também podem desenvolver com a mulher negligencie as agressões infligidas pelo
seu parceiro. Em geral quando se tem a violência psicológica, em muitos dos casos
é ignorado devido que o prejuízo que é trazido para a vítima é se justificar por amor,
devido que a dominação e o ciúme possesivo são geralmente aceitos como uma
prova de amor (HIRIGOYEN, 2007. p 17).

Puente e Cohen (2003), ressaltam que a violência exercida pelo o agressor


caracterizado como ciumento, é mais tolerada, e os homens que são ciumentos são
também considerados mais românticos no amor com a parceira do que os homens
não ciumentos. Os mesmos autores dizem que ainda, que neste tipo de relações em
que ocorrem sentimentos de ciúme exacerbados, a mulher tende, a interpretar os
atos violentos como provas de amor. Devido a esta interpretação da violência como
uma evidência de amor, as vítimas tendem a não identificar estas formas de abusos,
para algo que pode trazer prejuízos para a saúde mental da vítima, e não tendo
consciência de que estão sofrendo abusos do seu parceiro (PUENTE & COHEN,
2003).

Um comportamento onde a vítima não está tendo consciência de que ela esta
sendo abusada é de que quando a vitima observa que as coisas não estão indo
bem no relacionamento, tendem a acreditar que pode fazê-los o seu companheiro
muda o seu comportamento abusivo através do “amor” , e devido a isso ela vai a
suportar por muitos anos a vivência de uma relação perturbadora .Os
comportamentos amorosos do agressor intercalados com os comportamentos
agressivos, representam um reforço intermitente que contribuem para que a mulher
desvalorize as agressões, porque se centra “na parte boa” do relacionamento que
anteriormente viveu, desejando que outros momentos bons possam ocorrer
novamente (HIRIGOYEN, 2006,P.18)

Nesse processo de danos psicológicos e agressões de todas as formas a


vítima experimenta sentimentos como vergonha, humilhação e perplexidade que a
levam a procurar em si mesma os motivos que a colocaram naquela situação, auto
culpabilizando-se por esta naquela situação.
A auto culpabilização é uma resposta adaptativa que corresponde à
necessidade das pessoas se julgarem capazes de controlar aquilo que lhes
acontece, de preservarem a sua confiança num mundo onde as coisas não
acontecem por acaso e de atribuir um significado a acontecimentos que de
outra forma seriam inexplicáveis” (Silva, 1995, p.117).
Quando a mulher está com o sentimento de se auto se culpabilizar, e ao
atribuir a si mesma que é por causa dela que a relação está ruim, pode sentir que
tem alguma margem de manobra, ou poder, para controlar e mudar a relação
violenta. E tudo isso vem devido que culturalmente a função da mulher é trazer a
felicidade do parceiro e com isso faz com que ela se sinta vulnerável e assuma toda
culpa e que está merecendo todos esses abusos do seu parceiro (HIRIGOYEN,
2006, p .18)

4. A PSICOLOGIA E A ASSISTÊNCIA A MULHERES EM SITUAÇÃO DE


VIOLÊNCIA

4.1 A PSICOLOGIA E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

A psicologia é um campo recente de conhecimento, onde teve seu início no final


do século XIX e no começo do século XX. No Brasil suas atividades tiveram seu
surgimento nas áreas de estudo vinculadas com a medicina, educação e filosofia
(ANTUNES,2004). Esse campo de estudo foi regulamentado 1962, devido ao
auxilio nos quesitos colocados entendimento e classificação do funcionamento
mental dos alienados, do desenvolvimento e funcionamento cognitivo infantil e seu
processo de aprendizagem, além de realização de seleção de pessoas para o
trabalho, configurando-se como profissão de ajustamento.

De acordo com Coimbra (1995) o início das atividades clinicas na psicologia na


década de 70 a 90, tinha o enfoque na institucionalização e na briga de espaço pelo
mercado devido que tinha de dividir com a área medica. As outras áreas tiveram
outros caminhos, porém era junto com o campo de estudo clinico e assim surgiu
outros campos para o profissional da psicologia atua.

Nos dias atuais os campos de atuação do psicólogo têm uma visão tecnicistas,
onde é possível perceber que o sujeito é ser a-histórico e tem característica de
aspectos universais do humano, até as mais críticas, aquelas que consideram o
indivíduo como ser histórico e a subjetividade como sendo constituída nas relações
concretas no contexto social, político e institucional.

Quando se trata do assunto violência, Coimbra (2002) afirma que é algo de


grande presença no cenário brasileiro, que tende a ser uma problemática nos
ambientes familiar, privado e individuais. Desta maneira, os contextos em que for
aplicado a individualidade do indivíduo seriam fortalecidos através de uma a
intervenção girando em torno de características individuais, psicológico-existenciais
e familiares dos sujeitos envolvidos nas situações de violência naturalizando e
especializando estes conflitos. Considera que estas características de intimidação,
familiaríssimo e psicologização seriam marcas da atuação do psicólogo brasileiro e
que dizem respeito “à própria produção desse espaço como território privado e à
construção das práticas psi no país”. (Coimbra, 2002, p.83)

Pode se ter o entendimento que são por esses motivos que o psicólogo atua
nesses espaços onde ocorre a violência doméstica e/ou intrafamiliar. É de grande
relevância que a violência de todas as formas contra as mulheres, não deveria ser
algo como fenômeno restrito ao mundo privado e familiar, pois têm dimensões
políticas e sociais, vistas as iniquidades de gênero na gênese do problema e as
violações de direitos envolvidas.

A atuação do psicólogo nesse contexto o profissional deve estar preparado


teoricamente na psicologia clínica e na social. Dutra (2008) ressalta que não se deve
pensa no homem, sem entender a sua história e nem onde ambiente que o mesmo
vive. Diante dessa situação foi criado a clínica ampliada que tem como o objetivo de
expandir o modo de atuação do psicólogo clínico, bem como diversificar sua
metodologia em diferentes espaços físicos.

Quando o psicólogo tem que lidar com assuntos relacionados com violência
contra a mulher ele tem que métodos de intervenção diferenciada nesse tipo de
situação, pois se difere do modelo da clínica, no qual o trabalho é feito em um
consultório, através de psicoterapia individual. No caso a atuação do psicólogo em
casos de violência contra a mulher, o trabalho do psicólogo está vinculado à
intervenção da justiça e, portanto, não se limita ao consultório privado, sendo feito
em um ambiente diferenciado com intervenções individuais ou grupais de caráter
socioeducativos. Como o trabalho é feito em conjunto com a justiça, o psicólogo
atuante nessa área acaba realizando um trabalho multidisciplinar. (COSTA &
BRANDÃO, 2005).

Para se ter êxito é necessário que o ocorra atendimento às vítimas e o


agressor, é necessário interligar o conhecimento e a atuação da Psicologia com
outros campos do conhecimento e outras instituições envolvidas nesse processo.
Sempre com o foco em intervenções que trazem a relação do contexto jurídico e
social no qual a vítima e o agressor estão inseridos criando um espaço terapêutico e
estratégias de intervenção psicossocial a fim de prover as mudanças subjetivas
(COSTA, BRANDÃO, 2005).

4.2 O PAPEL DO PSICÓLOGO NO ATENDIMENTO AS MULHERES VÍTIMAS DE


VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

Os danos psicológicos que a mulher sofre ou já sofreu algum tipo de violência


é algo que muda completamente sua saúde mental , “a pessoa sob jugo não é mais
senhora de seus pensamentos, está literalmente invadida pelo psiquismo do
parceiro e não tem mais um espaço mental próprio” (HIRIGOYEN, 2006, p. 182).
Devido a isso é necessário de um apoio externo que ajude a ela cria mecanismos
com ela consiga se manter em seu dia a dia sem sofrimento devido os danos
trazidos devidos aos abusos do seu parceiro. (HIRIGOYEN, 2006). O profissional
para ajuda nesse processo é o psicólogo independente da sua abordagem ou
método escolhido para atender.

Primeiro passo que o psicólogo deve ter é cria um vínculo terapêutico com a
vítima, um onde ela se sinta à vontade e em um ambiente confiável, pois, somente
desta forma, ela conseguirá conta sobre a sua história de vida e experiencias que
lhe causaram tanta dor e possíveis traumas (SOARES, 2005; PIMENTEL, 2011).

A finalidade do atendimento psicológico a essas mulheres que foram


violentadas é fazer com que elas resgatem sua condição de sujeito, bem como sua
autoestima, seus desejos e vontades, que foram totalmente negligenciados durante
todo o período em que viveu em uma relação abusiva. Onde o tempo que elas
estarão em procedimento terapêutico elas possivelmente terão coragem para dá
um fim na relação em que trouxe sofrimento (HIRIGOYEN, 2006; SOARES, 2005).

De acordo com Bastos (2009) a escuta terapêutica nesse contexto, é uma


ferramenta de grande valor principalmente para a paciente onde ela vai poder se
expressar, algo que ela estava sendo reprimida devido ao seu relacionamento
abusivo. A escuta ativa faz com que o foco do psicólogo seja totalmente para a fala
da paciente. Essa ferramenta faz com que o terapeuta realize intervenções
inesperadas, que faça com que a paciente pense de forma diferente da que havia
pensado até então. Na atuação do psicólogo no cenário de mulheres vítimas de
violência é fundamental que o terapeuta utilize a escuta ativa. Pois, a partir do
entendimento e da ampliação da consciência do que viveu, a paciente conseguirá
se proteger da violência, e também recuperar o seu “eu” que foi negligenciado e
reprimido por muito tempo (HIRIGOYEN, 2006, p. 183).

É necessário com que o terapeuta seja paciente e saiba ou aprenda a lidar


com a frustração. Devido que ele tem uma função de grande relevância nesse tipo
de contexto, devido que ele vai proporciona um espaço em que a mulher elabore e
realize mudanças, a seu modo e seu tempo, devido a isso é possível com que seu
trabalho seja difícil devido as dificuldades para conduzir a terapia, logo que ele
realizar alguns tipos de intervenções em que a paciente se sinta pressionada a
ponto de desistir do processo terapêutico. O ritmo do trabalho feito com mulheres
nesse tipo de situação, na maioria das vezes é um processo lento e duradouro, onde
é possível ter muitas reviravoltas, como por exemplo a paciente pode vir a retorna o
relacionamento com o agressor. Nessa situação o terapeuta dever ter muita cautela
para não julgar a decisão da paciente. O profissional vai ter que cria estratégias e
intervenções com que a paciente consiga entender os fenômenos que ela
naturalizou e assim ela possa mudar suas altitudes (HIRIGOYEN, 2006).

De acordo com Hirigoyen (2006) é necessário seguir algumas etapas para


esta em um processo terapêutico em mulheres vítimas de violência. O primeiro
passo da psicoterapia é fazer com que a mulher veja o tipo de violência que ela
sofreu. O mesmo autor relata que a maioria das mulheres tem dificuldades em
compreensão que está em um relacionamento abusivo, devido que ela já meio que
já naturalizou tudo aquilo que o parceiro faz com ela, principalmente se for a
violência psicológica onde a maioria não consegue identificar esse tipo de violência.
Contundo assim que a vítima consegue a percebe que está em um relacionamento
abusivo e sofre vários danos de todas formas para ela, a mesma consegue ter a
capacidade de mobilizar recursos para sair dessa situação.

Outra função do psicólogo quando se trata desse cenário de violência contra


a mulher, é de auxiliar a paciente entender que ela experienciou uma situação de
violência praticada pelo seu parceiro de relação , onde ela não tem culpa das ações
dele , logo que a maioria das vítimas se transforma em um indivíduo passivo devido
aos maltrato do seu parceiro. Onde é um dos tipos de abusos psicológicos que elas
mais sofrem, onde o homem nega toda a responsabilidade pelo ato agressivo e faz
com que a mulher acredite que a culpa foi dela. (HIRIGOYEN, 2006).
A maioria das mulheres que estão em algum tipo de relacionamento abusivo
possuem a dificuldade de identificar os comportamentos em que o seu parceiro está
a violentando de alguma forma e tem o pensamento de aquilo que está fazendo com
ela não é algo fora do padrão normal de um relacionamento. Uma das possíveis
intervenções do psicólogo nesse contexto é fazer com que a mulher se questione, a
fim de fazer com que ela mesma pense e chegue a sua conclusão. Uma boa
pergunta seria: “Se você fizesse a mesma coisa, como é que seu parceiro reagiria?”.
(HIRIGOYEN, 2006).

A psicoterapia, tem o foco de trabalhar com que as mulheres consigam a


entender que se livre do pensamento culpa, que elas acham que são dela e sim dos
seus cônjuges. Quando a mulher está em um processo terapêutico ela começa a
recuperar sua capacidade crítica sobre as coisas que são boas ou ruins para ela.
Tem o entendimento sobre os abusos que ela está sofrendo do seu companheiro
de relação e também começa a identificar os comportamentos violentos e que esse
modo de agir dele servem para esconder seus próprios medos e fragilidades. “A
submissão cessa quando a vítima se conscientiza de que, se não ceder, o outro
não terá nenhum poder”. (HIRIGOYEN, 2006, p.188). Trabalhado esses aspectos
acima, poderá ser feito com a paciente, uma análise da sua história individual, a fim
de compreender em quais momentos da sua vida ela se tornou vulnerável a este
tipo de relacionamento e criar possibilidades de mudanças subjetivas.
Por último o psicólogo deve auxiliar ela identificar quais são as perdas e os
ganhos que ela tem ao continuar fixada na relação. Outro aspecto importante a ser
trabalhado é auxiliar a vítima a mobilizar energia, para sair da situação de
submissão e do papel de dominada no qual se encontra. Para isso a vítima precisa
mudar sua postura diante do agressor ou reconstruir sua vida longe dele.
(TENÓRIO, 2012).
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