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260 palavra, interagdes e representacoes sociais permeadas pela dindmica do senso comum que contam| saber cientifico com suas préprias categorias de interpret Em contraposi¢ao, apesar de assimilarem as concé dominantes e agirem também a partir das regras estabele pelos especialistas do sistema, as classes populares pos cOdigos resistentes 8 mudanga. Seu esquema interpretal estd centrado numa visdo mais totalizante do fendmen adoecer, que abrange a concep¢ao do ser humano como pofalma, matétia/esptrito e inclui relacoes afetivas ¢ condi de vida e de trabalho (sua situacao de classes em si) na de Sao de sua situagio de satide e de doenca, Apesar de reco) cerem 0 poder médico e subordinar-se a medicalizacao, as ses populares possuem uma visio critica, a partir da experién tanto dos profissionais e de suas técnicas como do sistema assisténcia € servico de que fazem uso. Por isso, reinterpret © esquema racionalizando, usam-no de acordo com seus teresses imediatos e concepgoes particulares € nao legitim, totalmente o saber médico. Sua relagio com a medicina off € sempre precatia, provis6ria e conflituosa, Sua interpreta da vida e da morte esta inevitavel mente perpassada, junto co} a critica ao sistema dominante, pelas crengas e tradicdes, py pratica da medicina caseira, tradicional e religiosa que faze! parte de seu imagindrio social vinculado a experiéncia coti na, Dessa forma, a partir do senso comum, elas resistem ni apenas linguagem erudita: contraditoriamente aceitam e re sam 0 lugar especifico de forca ou instrumento de trabalho. A satide coletiva € 0 espaco no interior do sistema domi nante que recompée uma representacao mais abrangente d satide, a0 englobar o social como determinante e os individu como componentes de classes em oposicio, rompendo a cot cepsao centrada no biolégico, no individual, na harmonia e n\ equiltbrio social, Satide toma entao o sentido de uma realiza ao atual e uma meta futura de um padrio de vida mais eleva do ¢ eqiiitativo da populacio brasileira, Capitulo 10 TECNICAS DE PESQUISA. Entrevista como técnica privilegiada de comunicacao REVISTA, TOMADA no sentido amplo de comunicacio pal, e no sentido restrito de coleta de informacoes sobre Jewerminado tema cientifico, é a estratégia mais usada no pro- fesso de trabalho de campo. Entrevista € acima de tudo sin nversa a dois, ou entre varios interlocutores, realizada por ador, destinada a consttuir informagdes e abordagem pelo iciativa do entr : esquisa, tinentes para um objeto de p ! revistador, de temas igualmente pertinentes tendo em vis- este objetivo. te ‘As entrevistas podem ser consideradas conversas com fina ade e se caracterizam pela sua forma de orgenizacio. Po- sm ser clasifcadas em (a) sondagem de opinido, no caso ¢ claborada mediante um questionétio woalmente strut: a escolha do informante esté condicionada a investigador; (b) io, no qual 1 respostas a perguntas formuladas pelo FO) ontrevista semi-estruturada, que combina perguntas fechadas ¢ jertas, em que o entrevistado tem a possibilidade de jie ter sobre o tema em questio sem se prender & indagacio for- 263 técnicas de pesquisa cada entrevista expessa de forma diferencada a Ive ra da realidade, tanto no ato de realizé-la como nos a so produzidos,Aém diss, pelo fato de capt ena fala sobre deterninado tema, a ener, quan sada, precisa incorporar O contexto de sua ety gue posse, seF acompanhada ¢ complements informagbes provenientes de obseragio partipante (rma, além da fala que € seu material primordial 0 ,ador ter em maos elementos de relagées, praticas, ‘cidades, omissdes e imponderdveis que pontuam o 262 técnicas de pesquisa mulada; (c) entrevista aberta ou em profiundidade, ety formante é convidado a falar livremente sobre unt | Perguntas do investigador, quando sao feitas, busca profundidade as reflexes; (d) entrevista focalizada, destina a esclarecer apenas um determinado probli entrevista projetiva que usa dispositivos visuais, co videos, pinturas, gravuras, fotos, poesias, contos, red outras pessoas, Essa tiltima modalidade constitui uny. 20 entrevistado para discorrer sobre 0 que vé ou Ié. | mente utilizada para se falar de assuntos dificeis de sen tados diretamente. ff por meio de entrevistas tambén Processam as narrativas de vida, igualmente denomly “historias de vida", *histrias biogréficas", “etnobio} ou “etno-historias”. Acrescentam-se a essas modalidadh grupos focais (Minayo, Assis & Souza, 2005). A entrevista como fonte de informagio fornece dado cundarios primarios de duas naturez: quisador poderia conseguir por meio de outras fontes a censos, estatisticas, registros civis, atestados de dbitos ¢ tos, a que Lundberg (1946) chama “objetivos"; Parga NW (1985) 0 denomina “concretos” e Gurvitch (1955) quali como pertencentes ao nivel “ecolégico ou morfoldgico realidade; (b) e os que se referem diretamente ao ind entrevistado. Sao informagdes que tratam da reflexao do py prio sujeito sobre a realidade que vivencia e a que os cien} {as sociais costumam denominar “subjetivos” e s6 podem conseguidos com a contribuicao da pessoa. Constituem tt representacio da realidade: idéias, crencas, maneira de pet opinides, sentimentos, maneiras de sentir; maneiras de atual condutas; projecdes para o futuro; razées conscientes ou ites de determinadas atitudes e comportamentos. Preciso lembrar também que a entrevista, como forma Privilegiada de interacdo social, esta sujeita a mesma dinamica das relacdes existentes na prépria sociedade. Quando se trata de uma sociedade ou de um grupo marcado por acirrados no. : : jumas consideragdes praticas sao, a seguir, relatadas ‘m ser levadas em conta em qualquer situacio aS exmpirica,sobretudo na formalidade de uma entrevisia hela estruturada, semi-estruturada ou nfo estrut vem respeito 2 entrada do entevstador em campo: ae 1 A aga daenrevinado (der cle Jue uma pessoa de confianga do ent oe jade, pessoa conhecida e bem-aceita) faca eee Se otlaege ten ether fa 6 mediador representa: ele tanto pode abrir como fe- ortas. 5 « Mengao do interese da pesquisa: o investigador deve coirer resumidamente sobre © abt aa ese a he em que seu Pair diet ou indramente pra aps cm vane menionareefereniarainstituigo 8 qual © pes te er de eden institucional oj, sobreudo cm case de peeguisas em equipe, o coordenador costuma es- i ue todos os aspectos prin- re carta introdutéria em q 3 prin aeaoe o papel é institucionalmente timbra- pais sao mencionados, ni i‘ (Ibe om adendo, € apresentado um termo de adesio paras 264 téenicas de pesquisa assinado pelo interlocutor. Esse termo passou a ser. desde pela Portaria 96/1996 do Ministério da Saiide «) la as pesquisas nacionais com seres humanos. Mesin do em conta todos esses cuidados, nada substitui a { fo feita por alguém de confianga de ambas as partes qui fazer a mediagao entre 0 pesquisador e seus interlocu * Explicasiio dos motives da pesquisa em linguagem di comum, em respeito aos que nao necessariamente do} 08 cédigos das ciéncias sociais, * Justificativa da escotha do entrevistado, buscando m\ Ihe em que ponto e porque foi selecionado para essa cont + Garantia de anonimato e de sigila sobre os dados, as rando aos informantes que nao se trata de uma entrevig Ee. onde os nomes precisam ser ditos e, ao mesmo te) mowando que sua contribuicio faz sentido para o con © Conversa inicial a que alguns pesquisadores denomi ‘aquecimento”. Visa a quebrar o gelo, perceber se 0 pos entrevistado tem disponibilidade para dar informacoes um clima 0 mais possivel descontraido de conversa. No de estar combinada com a observacio participante, a cons do da identidade do pesquisador pelo grupo vai se for) nas varias instancias de convivéncia, desde o inicio. " Apesar de todos os esforcos e cuidados, sempre hav dificuldades tfpicas das interagdes de pearaites como corri anteriormente. Igualmente, os procedimentos enum dos nao so nem normas rigidas nem um preceitudrio a cumprido de forma seriada pelo pesquisador. Sao sugestd a partir da experiéncia, de posturas que podem ajudé-lo Processo de interac4o e no didlogo com os interlocutores. * Entrevista Nao Estruturada, Aberta ou Nao Diretiva __ A entrevista nao estruturada ou também chamada “aber ta” pode ser definida como “conversa com finalidade", e Que um roteiro invisivel serve de orientacao e de baliza para do caso in irais mais profundas dos grupos; (c) a comparabilidade iliversos casos. Procura atingir essas metas, tentando man- nto posstvel e o tipo de relacionamento livre de amarras, rmal e aberto, dentro das limitagoes jd conhecidas. O en- vistador se libera de formulagdes prefixadas para introdu- perguntas ou fazer intervencoes que visem a abrir 0 campo xxplanacao do entrevistado ou a aprofundar o nfvel de in nagoes. Nas entrevistas abertas, a ordem dos assuntos tratados nao dece a uma seqiténcia rigida e, sim, € determinada freqite smyente pelas proprias preocupacdes, relevancias ¢ énfases que ntrevistado dé ao assunto em pauta. A quantidade de ma al produzido nesses encontros tende a ser maior, mais den- +e ter um grat de profundidade incomparavel em relagao ) questiondrio, porque a aproximagao qualitativa permite téenicas de pesquisa 265 isador e nao de cerceamento da fala dos entrevistados, \) sua realizacao, o pesquisador trabalha com uma espécie .quema de pensamento, buscando sempre encontrar os Jevantes para 0 aprofundamento da conversa. A infor- ndo estruturada persegue varios objetivos: (a) a descr ‘dual; (b) a compreensao das especificidades margem de movimentacéo dos informantes tao ampla Jes inacessiveis & simples pergunta e resposta. A bordagem desses diferentes niveis tem sido uma questio damental das Ciencias Sociais, aprofundada por alguns wores. Para Gurvitch, “4 superficie ecolégica € morfoldgica, no sentido lato do termo, os ambientes tanto naturais como técnicos, os objetivos, os corpos ¢ os comportamentos que pat da vida social e captiveis pela percepcao exterior” | ‘em seguida, “as condutas preestabelecidas que sio con- duzidas, hierarquizadas, centralizadas, segundo certos mo- delos refletidos ¢ fixados previamente em esquemas mais ‘ou menos rigidos'. [...] e por fim “papéis sociais assumi- 266 téenicas de pesquisa ividuos e por grupos, as atitudes coleti (1955, p. 112). Esse autor conclui dizendo: Parece impossivel compreender a realidade soci tal, se nao se admite que esta superposicao de planos metidos a um determinante mais ou menos flexivel, pousa sobre um solo vulcanico, onde se agita 0 que hi mais espontaneo e inesperado na vida coletiva: as co} tas criadoras, as idéias e valores coletivos, 08 estados 1 tais € os atos psiquicos coletivos (1955, p. 113). Segundo Michelat (1975), quando se considera que ci individuo, compreendido por meio das informacoes ofere das pela entrevista, é um exemplar restrito e peculiar de cultura e de sua subcultura, pode-se dizer em conseqiién que: (a) quanto mais importante é 0 material produzido entrevista, mais ele enriquece a andlise que busca atingir ni veis profundos; (b) a orcem afetiva € da experiencia € determinante dos comportamentos e da fala do que o lad racional e intelectualizado; (c) quanto menos estruturada & entrevista, mas permite emergir e ressaltar os niveis s6cio-ef tivo-existenciais. Areflexdo de Michelat (1975) questiona a pretensa “obj tividade", vista sob o Angulo positivista € que se raduz n nao-envolvimento, no uso renitente de linguagem intelectua- lizada que os interlocutores nao dominam, no conwole rigi- do de atitudes corporais, fisiondmicas, de gestos, frases e pa- lavras, a pretexto de “neutralidade’. No caso da pesquisa qualitativa, ao contrario, o envolvi- mento do entrevistado com o entrevistador, em lugar de ser considerado falha ou risco comprometedor da objetividade, € necessario como condigao de aprofundamento de uma re- lagdo intersubjetiva. A inter-relacio no ato da entrevista, que tgenicas de pesquisa 267 stempla 0 afetivo, o existencial, 0 contexto do dia-a-dia, as xiperiéncias e a linguagem do senso comum € condi¢ao sine 1 non do éxito da pesquisa qualitativa. "Sem intropatia é ‘cil se compreender os aspectos subjetivos da definicao da racao do entrevistado”, diz Parga Nina (1985, p.28), Aquem risa no perigo de o entrevistador se perder nessa imersao realidade, Lévi-Strauss avisa: E bem um fato objetivo que, 0 mesmo espirito que se entregou a experiéncia e se deixou modelar por ela, se tor- ne o teatro das operacdes mentais que nao anulam as in- formacdes da experiéncia, mas transformam a experiencia em modelo, tornando possiveis outras ‘operagées men- tais (1975, p. 217). Em Essai sur le Don, Mauss (1975) ensina os investigadores vyerem, na intersegio de duas subjetividades, a ordem de ver- ade mais aproximada a qual as ciéncias sociais e humanas po- dem pretender quando enfrentam a totalidade de seu objeto. ++ Entrevista semi-estruturada ‘A modalidade de entrevista semi-estruturada difere apenas em grau da no estruturada, porque na verdade nenhuma in- tcracdo, para finalidade de pesquisa, se coloca de forma total- mente aberta ou totalmente fechada. Mas, neste caso, a semi- ssiruturada obedece a um roteiro que € apropriado fisicamente © utilizado pelo pesquisador. Por ter um apoio claro na se- ‘giiéncia das questdes, a entrevista semi-aberta facilita a abor dlagem e assegura, sobretudo aos investigadores menos expe- rientes, que suas hipdteses ou seus pressupostos serao cobertos na conversa, No entanto, os pouco experientes, na hora da nndlise, correm sério risco pela tendéncia que tém de apenas ‘inalisar os temas previamente estabelecidos, sem ter 0 cuida- do de explorar as estruturas de relevancia dos entrevistados, trazidas do campo. téenicas de pesquisa 269 268 téenicas de pesquisa unto de especialistas. A partir Alguns a (ao Ener en lembram que, ante a explosio 9 ow roteiro) a um conjt matica, € importante dese1 be ert cng aleeanicn aera nvolver té Huns repostas, € feito outro instrumento que leva em conta a era prohindidade pes, i pure se discus contribuigdes dos especialistas ¢, outta vez thes é endere- (! is lo para que se pronunciem sobre seu grav de acordo com i nfirmagde conseguida. E assim se procede sucessivamen- o. E importante estratégia para instrumentos que exigem conhe- ‘a é usada também para ies poe {fechada ou questiondrio oh Gog neste trabalho, que se limita a pesqul iva, falar sobre ‘i Pie ieee eee ee = sioades da entrevista fech) ntos especializados. Essa técnic Fr ectete m e ng 6S eeinaat 3 ay qu Iida a construcio de instrumentos fechados ou sem Feces Pala ea aTaE SSEOTA eae rigo} Nuados de uma investigagao que vai ser felta muma ¢sca's cdo de dados e também para sua ai ase de jada, por exemplo, no caso dos estudos multicéntricos com a Saal aces as obras que tratam do assunto, a ne wo Avaliaga ac - eee ge por Tr inglao de Métodos (Minayo, Pesquisa em grupo 3 . No caso da pesquisa qualitati i e tém um lugar de aa era re os qul ‘is técnicas de grupo mais comuns para a atividade de pes: Ee AP ERO CG ENS Maliaie PSEC relacio iyisa sto_a8 de grupo focal e as de brainstorming ou de chant de qualitativas, 0 foco € posto na com) is, nas abord| ': Ambas sao largamente utilizadas em pesquisa qualita- See Tees preensio da intensi Sela de forma combinada com entrevstas, sea como €5- ee 6 relacdes humanas, a0 paso qui pare antitativos se dedicam a coi : - nhecer € a ex “ magnitud P rr cal se constitui m a secs a eee ‘A bem da verdade, € preciso di 2 ie aes . ae 7 que em toda abordagem oe ee aibe, eoal quae lanie Salewera agen qualia a jos precisam ser planejados, pois visam a obter infor Sa Tea ise nea nds nina eae e TE a je ambas se { nacbes, aprofundando a interacao entre OS participantes, seja me ara gerar consenso, seja para explicitar divergencias. A técnica + Técnica Delphi yore aplicada mediante um roteiro que vai do gets] 20 especifico, em ambiente nao diretivo, sob coordenacao de A técnica Delphi (Vai ipo de ee ae Noa ene oe: 1995) éu pemnoderador capaz de conseguir a participacdo ¢ © Ponto ab ine eearatnieana tnaerenTES: Rani ea oy io da utili de vista de todos e de cada um. O valor pri jpal dessa técnica i Gat eee envio de um fandamenta-se na capacidade humana de formar opinioes & busca conhecer a opinido de um grupo de 01/9 investiga tudes na interagao com outros individuos (KrueBer: 1988). suem informacées sobre determinado Aes que pot Nesse sentido, o uso dos grupos focais contrasta com a apli a: sua dimensio, a definigio de objetivos ma em relacéd) cacao de questionarios fechados de entrevistas em que cada snaechicaer asin comic sobreaatondager prioridades emt] ‘im 6 chamado a emitir opinides individualmente aaa ovenalni oceans do tema, Schrades (1987) comenta que, no mbito de determina: ao tngtrumente, (qucsy dos grupos sociais atingidos coletivamente por fatos ou six um tipo de entrevista ou con- omogéneos. Para serem bem- tgenicas de pesqu #88 2 |acdes especificas, desenvolver 7 m-se opinides infor ny historias de vida, das entrevistas abertas ou sembesteiet 0 pesquisador constr6t uma gentes, de mode que, sempre que entre os memb) We da observacao participante, munica¢ao sobre tais fatos, es) inie de possibilidades de informacées que The permitem trian- portamento dos individuoe. si olhaves e obter mais informacé es sabre a realidad. Pa arrcspaeeec tare lei citer tar Demon instorming ow, em portugues, chu de idéias, € uma téc- Paptcondelesrcei etre comporementey obsq «de grupo voltada para gerar nowas informasoes sobre te- ondertveis da vida social. Os grupos focai , relagdl 1s especificos e promover 0 pensa mento criativo (March et nese coniblemcntr taseeniseio ease Pe 03), Seu eiador, Osborn, em 1941 (1953), conclu due " ene ce oe easel processo interativo de grupo nao estruturado gerava mais bordagem qualitativa, Por isso sfo aaa adei@l ¢ melhores idéias do que quando oS individuos tabalhavam, far a pesquisa e formular questoes mais pene i ndividualmente, Auuilidade dessa técnica é miipla, No cam- nen an Nr aRb ee aabre TORN ec neate a 0) po da pesquisa social é muito proveitosa para ajudar a definir 0 em relacdo a crencas, atitudes e perce ee tema ou um projeto; para diagnosticar um problema; para olver hipéteses para estudos aes é Psoes; (c) isautir conceitos novos; para dar um novo rumo a um Proje- Bin eecoriaecni aterlaaiiat ntares; (d) 0 to buscando identificar obstaculos € solugoes. iba ants’ de vitta crerarioral a deans Nos grupos de brainstorming é tes papéis a serene de- ae cee ee gempenhados e alguns pré-requisitos: coordenador relator & mantes (seis a doze). A técnica exige a cae de i nembros, cada um com funcdes especificas. Ao coardenador dor e de um relator. O primeiro tem o pay an s pe ani cabe preparar a reunido, escolher os participantes, garantir um promover a participacao de wodon ars le focalizs ambiente calmo e relaxado. Em seguida, (1) deve nomear © badarea da tains ra rentundiar at discoses oe mondyy problema ou o tema em discussio Ou colocé-lo em tp porta- tado (1987) aasim resumem o papel d 840. Scrimshay Palio ou em exposicio por multinntdia; (2) explicar a6 rege ee A a anemmmeemaco gt meter eared (a) do trabalho, cuja esséncia consiste na maior liberdade possi po que nao ha respostas certas ou ee a para vel de expressio; (3) fixar os objetivos e recorda-los durante a B icpasteg docu a choen teen ol coe veorréncia da sessdo; (4) conduit © pracesso de chuva de as deixas para propor aprofundamentos; (2) ci im; (d) bus ‘déias ¢, ao final, orientar o aprosundamento do tema. eae ae east pemene acre Deals relacdi © relator, além de auxiliar 0 coordenador nos aspectos postas e comentarios considerados relevantes lualmente, r@ organizacionais, deve estar atento para nada deixar de anotar ie (| observar'as Cominicaghes naaveba para a pesqul sobre © processo criativo e interativo, registrando-o. A esc" OR ae ana cee is € (g) monitorar: Tha dos membros pelo coordenador € crucial para 0 éxito do ate no tempo previs~ trabalho, buscando-se que todos sejam compativeis com 0 270 téenicas de pesquisa to, Geralmente o temy A po de duragao de io na ie uma reuniao nao deve objetivo proposto. Pela finalidade que pretendem alcancar, preciso reforgar o papel cor esses grupos nao devem ter mais due Gnco & seis pessoas. mplem a Pp yplementar dos grupos focais, ‘Como pré-requisitos para o éxito dos grupos de trabalho n da sua importancia especif i pecifica e tnica, a i i inica, Junto com 0 uso de brainstorming, (a) € preciso que © ambiente estela and 272 técnicas de pesquisa lo e relaxado: (b) todas as idéias sio bem-vindas e nio. € buscar o seu aprofundamento, no tempo previsto trabalho de grupo. As etapas a seguir para 0 bom uso da técnica tem variantes, mas oferecem-se aqui duas propostas como * a sesso se inicia com cada membro do grupo eset do sua idéia com o menor niimero possivel de palavras pondo-a para 0 grupo; + 0 coordenador acolhe ¢ 0 relator lista as idéias sem t conclusées e sem interpretacées; ___ #0 exercicio de expressdo termina quando néo ha mi idéias propostas; + juntos, todos analisam, avaliam e orga) cao coletiva, visando ao objetivo proposto inicialmente. mai segunda modalidade € a chuva de idéias silenciosa: Participantes pensam e expressam suas i palavras numa folha de papel, em siléncio, O que foi escrito colocado sobre a mesa, A seguir todos trocam, agregando no vas idéias ao do companheiro ou companheira, sucessivamen te. Esse processo pode continuar num tempo médio de trinta minutos, permitindo aos participantes construir uns sobre ag ias dos outros, valorizando todas as contribuicoes e evitan: do-s lagdes dos membros mais dominantes do grupo. Vale ressaltar ainda que, como todas as outras formas de abordagem, também 0 grupos focais ou chuva de idéias es- to con: interacao social e devem ser usados a partir da consciéncia de suas vantagens e seus | Utilizagao de instrumentos para registro das vari pects ias modalida- O registro fidedigno, e se possivel ipsis litters, de entrevis- tas ¢ outras modalidades de coleta de dados que tem na fala nentagao desst ou po pessoa que continuard faze {ue 0 pesquisador tiver saido de campo. apés a entrevista, devendo fazer 0 mesmo com os registros da servacio, diminuindo a impor de seu objeto de pesquisa. téenicas de pesquisa 273 atéria-prima € crucial para uma boa compreensao da tema do grupo ou da coletividade estudada, Dentre ‘rumentos de garantia da fidedignidade o mais usual € Jo da conversa, Ou, ainda, quando existe possibilidade "ye abertura do grupo pesquisado, podem ser usados recursos, como filmagens. E necessdrio ressaltar que juer tentativa de assegurar 0 Fé ro em toda a sua inte- de precisa do consentimento do interlocutor. Em geral resquisador de campo nao costuma ter dificuldade na apre- es instrumentos e na consecugao da licenca dos revistados para utilizé-los. Ocorrem restrigoes e oposicies, entanto, quando o tema da fala € espinhoso, controverso ico e pée em risco 0 desempenho ou a reputacao da ndo parte de seu grupo depois Quando nao for possivel gravar ou fi | que o investigador tente registrar a fal ervacao participante, Nao se deve confiar na meméria, pois squisador permanentemente se infiltra na ob- rtancia da dinamica especifica Jigica do pes Observacao participante ‘A Observacio Participante pode ser considerada parte es- sencial do trabalho de campo na pesquisa qualitativa, Sua importincia é de tal ordem que alguns estudiosos a tomam nao apenas como uma estratégia no conjunto da investiga- do, mas como um método em si mesmo, para compreensio 8h realidade, Sobre 0 tema, Schwartz, & Schwartz propdemn a seguinte formulacao: Definimos observacio participante como um proces- so pelo qual mantém-se a presenca do observador numa 275 274 téenicas de pesquisa tecnicas de pesauisa situacao soc alidade de realizar uma in) sh atuais e sua legitimidade permanece aioe steer ao cientifica. O observador esté em relacao face a wski (1984), a partir de sua experi nee de ter 0 observados e, ao participar da vida deles, no insergio na realidade empire {a Paepaidear rio cultural, colhe dados. Assim o observador € pi ygem cientifica; (b) importéncta & © acao e apresenta- contexto sob observacdo, a0 mesmo tempo modi za detec de cole, orenacio «aren: e sendo modificado por este contexto (1955, p. 35) que denomina sicinee see Haiatains Otte esso de observacao direta, imento Essa conceituacao aparentemente completa nao poi mntos do trabalho de campo, como ore Bare pe considerada unanime no debate das ciéncias sociais. Ay trevistados e os de interpretacdes ¢ in tovérsias existem com relacdo 4 propria pratica de obs ador: 8), outro antropélogo in- 80, a0 “o qué” e ao “como” observar. Vale dizer que Junto com Raddliffe-Brown (1958), Eee ae seio da antropologia que se inicia a reflexao sobre a estrali Jos, Malinowski (1975; 1984) a Satan ee ries de Ohservacao, tratada como forma complementar de c asus primras décadas do sfculo XX, Sdo suas a SeB® preensao da realidade empitica. Uma coisa € certa na opi ra "Toda a estwura de una socedade encone so de todos 0s estudiosos: existe necessidade de o pesquisa porada no mais evasivo de todos os materia #6 MS relativizar 0 seu espaco social, aprendendo a se por no |u| no” (Malinowski, 1978). Sobre a tarela do outro. No trabalho qualitativo, a proximidade com os ta: terlocutores, longe de ser um inconveniente, € uma virt 3 Como lembra Da Matta, "para guir o piscar mecanic¢ Esse material evasivo que € 0 fisiolégico de uma piscadela sutil e comunicativa, € prec visto integrada reutante do todo © ibe a0 pete sentir a marginalidade, a solidao ¢ a saudade. E preciso cruz: organizé-la partir de trés pontos de Vis mae idareal’ea cs) (0s caminhos da empatia e da humildade" (1978, p. 35). Nes da constituicao; (b) os imponderdveis tivo (1978, p40) te texto, abordo as varias linhas de pensamento sobre 0 comportamento tipico; (c) € 0 espirito nat ; sunto e sua contribuigao especifica para a construcdo do pro: ‘ a ti \isa alee cTnece alee 4 stn fun tin a2 os ne social que apreendem apenas um Sd, nas + Debate Teérico em torno do conceito de Observacio Par: says, Coments qe ese rans ticipante ‘esqueleto da sociedade, mas na0 Ses ae © texto considerado pelos antropélogos com um classico porque o cientista estd longe do Iugar onde a vida a sobre Tiubatho de Campo foi escrito em 1922, por Malinowski, .s de grande importancia a propésito de sua insercao entre os nativos das rn Ha uma série de fendmeno: Lag preeratstt briand, denominado Os Argenautas do Pacifico (Malinowski que nao podem ser registrados por me 1984). Embora levando-se em conta que esse estudo reflete ___—_—_ as concepsées funcionalistas de seu autor, a rica experiér "Dara seer, er A ute Avi 1978 Radi Bre. Metal in Sc a i Colegio Os Pensadores, Sao Pat eee transmitida e as bases metodoldgicas por ele lancadas co} sainateteg, Chicago: The Univesity of Chicago ser humano nao tem uma do e cabe ao pesquisador powshi. Argonautas do Pacifico € outros textos 276 ‘tGenicas de pesquisa em documentos quantitativos, mas devem ser o] dos em sua realidade. Denominemo-los os “impo} da vida real”. Entre eles se incluem coisas como’ na de um dia de trabalho, os detalhes do cuidado corpo, a maneira de comer e de preparar as refeici tom das conversas e da vida social ao redor das cas; aldeia, a existéncia de grandes hostilidades e de simp e antipatias passageiras entre pessoas; a maneira sutil inquestionavel em que as vaidades e ambigGes pessoa refletem no comportamento dos individuos e nas rea emocionais dos que o rodeiam (Malinowski, 1978, p. 5! Nesse texto, Malinowski sugere um tipo de comportami to em campo, por meio do qual define a esséncia da ar logia: “Ela é uma atitude que consiste em desenvolver wn visio estereoscdpica das atividades e idéias humanas atra de conceitos inteligiveis a todos" (1978, p. 256). Malinowski ensina o que deve ser observado numa real dade empirica determinada: (a) 0 conjunto de regras formula das ou implicitas nas atividades dos componentes de um grt po social; (b) a forma como essas regras si obedecidas 01 transgredidas; (c) os sentimentos de amizade, de antipatia ou simpatia que permeiam os membros da coletividade; (d) 0 as- ecto legal ¢ © aspecto intimo das relagdes sociais; (¢) as tra- digdes, costumes e 0 tom ¢ a importancia que Ihe so atribut- dos; (f) as idéias, os motivos ¢ os sentimentos do grupo na compreensio da totalidade de sua vida, verbalizados ou denciados em gestos e atitudes por meio de suas categorias de pensamento. Embora Malinowski separe, para efeito de estudo, a re dade social em trés niveis (verbalizacoes, comportamentos, estruturas), sua intencdo € a reconstrucao teérica da totalida- de, a0 que denomina “arcabouco da constituigio” da socie- dade analisada, por meio do que € tipico e recorrente no gru- po social. téenicas de pesquisa 27 para conseguir aprender a “totalidade funcional”, Mali- jovwski (1978) apresenta um método, que em seus princfpios is pode ser assim resumido: ++ Ter objetivos realmente cientfficos ¢ conhecer os valores e crité- jas da etnografia moderna. oe fea imei na realidade e concomitantemente dominar os referenciais tedricos necessérios & investigacio. ‘\ atitude de observador cientifico consiste em colocar-se do pponto de vista do grupo pesquisado, com respeito, empatia ¢ insercdo, 0 mais intima e mais intensamente possivel. Signi- 2, por parte do pesquisado, ter abertura para o grupo, sep. sibilidade para sua légica e para sua cultura, lembrando-se de que a interacdo social faz parte da condicéo € da situagio dde pesquisa. Afirma Malinowski, utilizando-se de uma me: tifora: © emégrafo nao tem apenas que estender suas redes no lugar correto e esperar pelo que nela caird. Deve ser um cacador ativo e dirigi-las para sua presa e segui-la até as ‘suas tocas mais inacessiveis (1978, p. 45). Ou seja, cabe ao pesquisador ser um perscrutador insis- tente, que ests sempre entre as balizas dos conhecimentos teéricos e das informagdes de campo: © bom treinamento teérico e a familiaridade com os mais recentes resultados cientificos nao sao equivalentes a estar carregado de idéias preconcebidas, Se um indiv- ‘duo inicia uma pesquisa com a determinacao de provar certas hipoteses, se nao € capaz de mudar constantemen- te seus pontos de vista e de rejeité-los sem relutancia, sob a pressio da evidencia, € desnecessario dizer que seu tra- batho serd indtil (1978, p. 45). 278 i Picaicae da pudui téenicas de pesquisa Z No entanto, 0 mesmo autor sublinha a ne ; Wer corner jo cientista natural, preparacio teérica: stam pe eae gnifica nada para as moléculas, atomos ¢ elétrons Quantccsreblonars que nele existem. © campo de observacéo do cientista See ease te eee peste il, entretanto, quer dizer, a realidade social, tem rn cazppo, quanto mals ee: abiuate 8 ca timnificado especifico ¢ uma estrutura de relevancia para tdncia para 2 teoria tanto ae os fatos nai be seres humanos que vivem, agem € pensam dentro des- eer ea elhor eapacitado est sa realidade (1979, pp. 266-7). > abalho, As idéias preconcebidas tio peric eat Eacslee becblenas aif Preocupado com a cotidianidade do homer simples ow do Aces cena eae pensado} 1 da rua, esse autor diz, que os objetos de pensamento, a cena revelados, pela prime sirufdos pelo cientista social, tém de estar baseados no i, por seus estudos tedricos (1978, p fenso comum das pessoas que vivern cotidianamente dentro je determinada realidade. "A fenomenologia pensa a relagio entre pesquisador ¢ pes- Camere | area aan peaeiete sado como uma interacéo na qual as estrururas de signifi- SS ase ae rele se de ambos sio observadas e traduzidas para os constru- ace ees 08, 4 ligenas, onde a tos consistentes de um quadro referenci J te6rico, Para isso, Rae Sarena ride 0 social aeiea da wutz (1979) propde algumas atitudes ao trabalhador de sara eee a tee outs ae Ga id ‘ampo: (a) colocar-se no mundo dos entrevistados, buscan- ee eee do entender os princpios gerais ae seguem na sun vida coti- Recess cocina eee que as profund diana para organizar suas experiéncias, particularmente as de err ncse cue peeaeo maura seu universo social. Desvendar essa Iogica é condicao prelimi -cido. Se substantivamente a situacai nar da pesquisa; (b) manter uma perspectiva dinamica, que Sun igena ‘a0 mesmo tempo leve em conta as relevancia dos atores so- ferente, a Alsposiio de inteparse no context d “Fale e tenha em mente o conjunto de indagagées trazidas por investigacio empftica. No beeen eat para uma boa ele, a partir de sua abordagem teorica Atuar ativamente na ore) eee see meee eee Malinowski construgdo dessa relagio; (c) abandon na convivencia, uma Se a eee Eee aia formas da postura externa de cientista, entrando na cena social dos en- a eee ae se ea de subje- vevistados como uma pessoa comum que partilha do cot meats re 0 pesquisador e seus diano; (d) adotar no campo tvma linguagem do senso comum propria dos atores sociais que observa. 'As atitudes propostas por Schutz (1979; 1982), para quem vai a campo, sio também ressaltadas por Cicourel nos seus ceatitos sobre o observador participante, Fsse socidlogo insis- te particularmente na construcio, pelo pesquisador, do que * Colocar-se em boas condicai condigoes de trabail 7 no contexte, aberto a a oe diferenga essencial na estrutura dos objetos, los pensamentos ou construtos mentais formados pelas ciéncias sociais e pelas ciéncias naturais, |. ..] © mundo 280 tenicas de Pesquisa denomina modelo do ator, de pesquisa, fi anita ucoes elaboradas pelo cientista” (1969, p, 110) observador cientifico rm fornega um modelo do ator, agir num meio de objetos co Bo) senso comum. O observack cionalidades cientificas que tsa p seus resultados, das racionalicad atribui aos atores estudados (Ci urel, 1969, p. 110). vO mesino tema relative a inser po € também aprofundado por meio da proposta de quatro situa que vo de um extremo em que ante total, a0 outro, ante 7 ea Tal classificacdo que cito a seguir, . tem o mérito de ressaltar as postura balho de cam po, ond i pane aed cate clareza de atitudes E claro que as nogées de Westigador € um parti pare “familiar” e de “estr: iro” i ee cee #(1958) devem ser relativizadase adapta Pa psi aude da sociedade contemporinea, ieee ial, Gold (1958) entende a post Hous ieee 4 participar inteirament re es Sativa? em todas a ens david do grupo Ge est em ext yuo Sugerit com isso que 0 valor crucial, no que a quando inicia 0 estudo” (1969, pp. 1. 2) ees ‘Como nativo", tomar-se nativa”, expresses ao pone com pips peer se He seam amma dein ‘ 0 cientifico e do senso comum, “sao ambos co: 7 ecessita de uma teoria qu © qual esta orientado para m_caracteristicas atributdas Precisa distinguir as ra- para ordenar sua teoria e les do senso comum que ‘sao do pesquisador no cam- Raymond Gold (1958), por '66es teoricamente possive! juadores que passaramn a {ro da cultura nativa. em que s que se contenta em ser observador ainda que esqueméti- 's mais comuns no tra- a contribui preensiva das realidades cope séenicas de pesquisa 281 tegotia partcipagdo total corresponde melhor a0s Pes: i tores que se envolvem no estudo de sociedades indige- } como o mostra Lévi-Strauss: Quando assume, sem restrigao mental e sem segundas intengbes, as formas de vida de uma sociedade estrangei- fa, o antrop6logo pratica a observacdo integral, aquela além ta qual ndo hé mais nada, a ndo ser a absorcao definitiva i a um risco — do observador pelo objeto de sua ob- servacio (1975, P. 216). tise risco de imersdo total num mundo diferente fem sido jssumido por muitos pesquisadores que praticam a Pesquisa cipante ou Pesquisa-Acio, como observam cerios estit~ josos (Durham, 1986; Zaluar, 1986) ou mesmo Por investi- iver em comunidades indigenas den- © Partcipante-como-Observader adquire wim papel signifi ivamente diferente do status anteriormente descrito, Por neste caso, 0 pesquisador deixa claro para sie para o Br yo que sua relacao de campo se restringiré a0 tem da pesquisa. A participaco, no entanto, tende a ser profunda sctdar pela adocio de habitos, formas de atuacao solidéria © ae ciavzonjunta e acompanhamento de acontecimentos jal gados importantes pelos entrevistados dentro de suas rout! itidianas. A consciéncia, dos dois lados, de uma relacao tem poréria (enquanto dura o trabalho de campo) ajuda a mini- mizar os problemas de envolvimento que jnevitavelmente mivafecem, pondo sempre em. questa0 2 suposta “Objetivida- de" nas relagoes. 0 Stsersador-como-Participante 6 uma terceira modalidade de observacio. Costuma ser utilizada, freqiientemente, como satrategia complementar 20 uso das entrevistas, nas relaG0es Com os atores, em momentos considerados importantes Para feitos da pesquisa. Trata-se de um modo de observasa0 qua. 282 téenicas de pesquisa se formal, em curto es , spaco de tempo, e suas limi © i im vem ee contato bastante superfi “a mo Observad peas Observader-Total, © pesquisador no comuni Brupos que est estudando 0 fato de que os esté obse na ri eno se envolve com a vida dos seus intelocutores. “ol aso total” ¢ uma estratégicararamenteusada de forma Papel complementar ac ‘ati eae em relacio a outras iniciati ~ Os quatro papeis do observador,tiificados por G ase ). server para fins analiticos. Na verdade nenhum di cece eae a nao ser em condicoes especiai es fases do trabalho de camy p Po, um procediment ser s ser prvlegiado em relacio a0s outros. Isso ocorre pot ea dss condisoes de pesquisa ou de acontecimentos consid co pagan en relagdo a finalidade da investigacao. Mi @ priori do tipo de pesqui J quisador que se dese} a i leseja no ampe, ees consider sues ptspane processo construfdo du plamente pelo los atores sociais i Sera iais envolvidos. Esse pro a }cesso tem mom cruciais, que devem ser en a carados tanto do pon ; to operacional quanto teoricamente. O primeiro: # ls a . da em campo. ae Paul Benjamin, nu: fi , numa fo reflexéo sobre a entrada em cam) F oportuno e as vezes mesmo essencial fazer os contatos com as pessoas que controlam a comunidade. Essas pesso: iS pessoas) mais que impdem respeito. O apoio delas ao projeto pode las to pod ser crucial e elas podem ser titel se fazer outros conti ser ti ? : is para se fazer outros contatos antes SiPetiencia confirma e relativiza essas observacdes do antropélogo americano, Certamente as pessoas que intro © pesquis a a esquisador no campo sao com ele responsaveis tanto fecharao. O relato de Berreman (1975) sobre sua exper téenicas de pesquisa 283 \ sua primeira imagem, como por portas que se abrirao ou ma comunidade himalaia, ja resumido aqui, € bastante nte sobre o assunto. A experiéncia acumulada mostra © perfil dos informantes e a qualidade dos dados recolhi- tam que ver com o impacto da entrada e da apresentacao pesquisador. No entanto, sua sensibilidade e capacidade mpatia no campo podem minimizar aspectos impactan- ‘ciais. E possivel, por exemplo, na medida em que o tra ho avance, utilizar técnicas como a chamada “bola de ve", por meio da gual o pesquisador vai se informando re outros possiveis interlocutores, sucessivamente, € a5- n, prescindindo das pessoas que 0 introduziram no grupo, undo um lastro de confiabilidade para seu trabalho. Diante ‘uacao particular da pesquisa, esta em jogo a capacidade empatia, de observacio e de aceitagdo do pesquisador que 10 pode ser transformada em receitudtio pratico. Um segundo momento da insercio (segundo momento ui entendido apenas para fins de anlise) ¢ o da definicao » papel do pesquisador no interior do grupo onde estd se egrando, Benjamin afirma que Em parte o pesquisador de campo define seu proprio papel, em parte seu papel € definido pela situacao ¢ pela perspectiva dos natives (ou grupos). Sua estratégia é a de quem participa de um jogo. Ea nao pode predizer as jo- gadas precisas que o outro lado vai fazer, mas pode ante- ipé-las da melhor maneira possivel e fazer suas jogadas de acordo (1953, p. 431). Os papeis reais que 0 pesquisador desempenhard ‘vao va- 1 de acordo com a situagao de pesquisa, Na verdade, em Ge neve" consiste em, por meio de um interlocutor, iaandivae efeitos de “peder de pessoas € 'da do pesquisador em campo. "Tecnica "bo ipripos” oeasionalmente exstentes na ent

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