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2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Germano Schamann Bortolotto
B739t
CDD 621.402
Impresso por:
Apresentação
Saudações, acadêmico! Muito bem-vindo à disciplina de
Termodinâmica I. Ao longo dos próximos meses, exploraremos esta área tão
importante da Física. A Termodinâmica tem sido estudada há muitos séculos
e é a base do funcionamento de diversas máquinas e indispensáveis à nossa
sociedade atual.
III
de outros livros, vídeos e experiências. Para isso, serão necessários disciplina
e comprometimento com sua formação acadêmica.
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA........................ 1
VII
4 CONDUÇÃO.......................................................................................................................................... 91
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 98
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 100
VIII
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo dessa unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Física é um dos ramos mais abrangentes da Ciência. Seus objetos de
estudo vão desde os maiores corpos do Universo (como estrelas, aglomerados
de estrelas e galáxias) até as menores partículas (como elétrons e quarks). As
mais diversas áreas da Física se desenvolveram para tentar explicar uma grande
variedade de fenômenos, como movimentos, colisões, gravitação, a dinâmica
dos fluidos e o eletromagnetismo. Para isso foi necessário o desenvolvimento de
conceitos como força e energia.
A área da Física que lida com transferências de energia e seus efeitos nos
mais variados sistemas é a Termodinâmica. É por meio dela que se pode entender
conceitos como temperatura, entropia e mudanças de fase.
Neste tópico será feita uma apresentação dos conceitos mais importantes
da Termodinâmica, mostraremos diversas aplicações para o melhor entendimento
dos fenômenos que envolvem mudanças de temperatura e seus efeitos na matéria.
2 TEMPERATURA
Em nosso dia a dia encontramos diversas situações em que utilizamos
uma ideia intuitiva de temperatura. É possível reconhecer quando um objeto está
mais frio ou mais quente que outro. Entretanto, como definir realmente o que
é temperatura, e como percebemos as diferenças entre corpos mais quentes ou
mais frios?
Essa não é uma questão simples. Tome como exemplo a experiência das
bacias, conforme descrita por Michelena e Mors (2008):
• Pegue três bacias, uma com água morna, outra com água à temperatura
ambiente, e outra com uma mistura de gelo e água.
• Mergulhe uma das mãos na bacia com a mistura de água e gelo, e a outra mão
na bacia com água morna.
3
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Nesta situação o café não está isolado termicamente, isto é, ele está em
contato com o ar e pode trocar energia com o meio ao seu redor. O café, que
antes estava quente, foi perdendo energia até atingir a mesma temperatura do
ambiente. Isso significa que a xícara de café está em equilíbrio térmico com o ar à
sua volta. Ao atingir o equilíbrio, cessaram as trocas de energia entre o café e o ar.
Imagine que temos dois objetos, A e B, que não estão em contato térmico, ou
seja, não trocam energia. Utilizamos o termômetro para medir suas temperaturas,
conforme ilustrado na Figura 1. Para isso, colocamos o termômetro em contato
com o corpo A e depois com o corpo B, e medimos as temperaturas. Se os valores
anotados forem iguais, podemos dizer que os corpos A e B estão em equilíbrio
térmico entre si, ou seja, estão com a mesma temperatura.
4
TÓPICO 1 | TEMPERATURA E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
5
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Exemplo 1:
Resolução:
Você já perguntou por que nosso corpo sua quando o dia está quente? Ou
por que os pelos de nosso corpo ficam eriçados quando estamos com frio?
6
TÓPICO 1 | TEMPERATURA E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
7
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
8
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Quando dois corpos que não estão em contato um com o outro estiverem
sob a mesma pressão, dizemos que eles estão em equilíbrio térmico.
b) ( ) Quando dois corpos estão em contato entre si e apresentam diferentes
temperaturas, dizemos que os dois corpos estão em equilíbrio térmico.
c) ( ) Quando dois corpos estão em contato entre si e apresentam mesma
pressão e volume, dizemos que eles estão em equilíbrio térmico.
d) ( ) Quando dois objetos estão em contato um com o outro e estão com a
mesma temperatura, dizemos que os corpos estão em equilíbrio térmico.
9
10
UNIDADE 1
TÓPICO 2
ESCALAS TERMOMÉTRICAS
1 INTRODUÇÃO
Para utilizarmos algum instrumento para efetuar qualquer tipo de medida
é necessário que este instrumento esteja calibrado, ou seja, que ele apresente
sempre os mesmos valores sob as mesmas condições.
2 TERMÔMETROS
Como mencionamos anteriormente, um termômetro é baseado no
comportamento de certas propriedades físicas de algumas substâncias sob
diferentes temperaturas.
11
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
12
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
3 ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Muitas escalas termométricas foram desenvolvidas ao longo dos últimos
séculos. Atualmente as mais utilizadas são as escalas Fahrenheit, Celsius e Kelvin.
Descreveremos brevemente suas origens, utilizações e como transformar os
valores de temperatura de uma para outra escala.
13
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
14
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Em que:
tc − 0 t f − 32
=
100 − 0 212 − 32
15
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
tc t − 32
= f
100 180
tc t f − 32
=
5 9
9tc
tf
= + 32
5
Exemplo 2:
Três amigos viajam aos Estados Unidos para visitar alguns pontos
turísticos. Um deles, Gabriel, fica doente no primeiro dia. Para verificar a
gravidade da situação, seus amigos compraram um termômetro e mediram a
temperatura de Gabriel. O termômetro indicou o valor 102,2 oF.
Resolução:
tc t − 32
= f
100 180
tc t f − 32
=
5 9
5(t f − 32)
tc =
9
16
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
5 (102, 2 − 32 )
tc =
9
5 ( 70, 2 )
tc =
9
5 ( 70, 2 )
tc =
9
tc = 39 oC
Com base nesses cálculos, verificamos que Gabriel está com febre alta,
pois a temperatura medida está bem acima daquela considerada normal para o
ser humano. Seus amigos devem considerar a possibilidade de levá-lo logo a um
médico.
9tc
tf
= + 32
5
9 × 36,5
=tf + 32
5
328,5
=tf + 32
5
t f 65, 7 + 32
=
t f = 97, 7 ℉
17
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
ATENCAO
Note que o tamanho do grau nas escalas Celsius e Fahrenheit não é o mesmo.
Enquanto que no intervalo entre o ponto de fusão e ebulição da água existem 100 graus
Celsius (0 a 100 oC), para o mesmo intervalo teremos 180 graus Fahrenheit (32 a 212 oF). Desta
forma, não basta adicionar a diferença de 1 grau (entre 36,5-37,5 oC) para obtermos a nova
temperatura em Fahrenheit.
9tc
tf
= + 32
5
9 × 37,5
=tf + 32
5
337,5
=tf + 32
5
t f 67,5 + 32
=
t f = 99,5 ℉
Exemplo 3:
a) 40 oX
b) 45 oX
c) 50 oX
d) 55 oX
e) 60 oX
18
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Resolução:
tc − 0 t − 10
= X
100 − 0 80 − 10
tc t − 10
= X
100 70
tc t X − 10
=
10 7
tc t X − 10
=
10 7
50 t X − 10
=
10 7
5 × 7 = t X − 10
35
= t X − 10
35 + 10 =
tX
t=
X 45 ° X
19
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Exemplo 4:
a) 160 oC
b) 160 oF
c) 80 oC
d) 40 oF
e) 40 oC
Resolução:
Em que:
tc t f − 32
=
5 9
tc 2tc − 32
=
5 9
9tc 5 ( 2tc − 32 )
=
9tc − 10tc =
−160
tc = 160亷
o
C
20
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
P − P0= K (T − T0 )
P= P0 + KT
21
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
TURO S
ESTUDOS FU
Foi com base nesse conceito de zero absoluto que foi criada a escala Kelvin
de temperatura. Essa escala tem como ponto zero (0 K) a temperatura -273,15 oC.
Isso significa que qualquer temperatura medida na escala Kelvin será positiva. A
22
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
T= Tc + 273,15
0 + 273,15 =
T= 273,15 K
100 + 273,15 =
T= 373,15 K
ATENCAO
23
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
24
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Temperatura
Kelvin (K) Celsius (oC)
Zero absoluto 0 – 273,15
Radiação cósmica de fundo em micro-ondas 2,7260 – 270,424
Ponto triplo da água 273,16 0,01
Ponto de ebulição da água 373,15 100
Lâmpada incandescente 2500 2227
Superfície visível do Sol 5778 5505
Núcleo do Sol 16 x 106 16 x 106
Bomba nuclear (pico de temperatura) 350 x 106 350 x 106
Colisão próton X núcleo no CERN 10 x 1012 10 x 1012
FONTE: Adaptado de Serway e Jeweet (2004)
NOTA
Exemplo 5:
a) 12
b) 21
c) 263
d) 285
e) 24
Resolução:
25
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Tmin= Tc + 273,15
Tmin= 15 + 273,15
Tmin = 288 K
Tmax= Tc + 273,15
= 27 + 273,15
Tmax
Tmax = 300 K
∆
=T 300 K − 288 K
12 K
∆T =
a) 285,5
b) 321,5
c) 290
d) 282
e) 288,7
Resolução:
26
TÓPICO 2 | ESCALAS TERMOMÉTRICAS
t K − TKf t F − TFf
=
TKe − TKf TFe − TFf
t K − 273,15 t − 32
= F
373,15 − 273,15 212 − 32
t K − 273,15 t F − 32
=
100 180
t K − 273,15 t F − 32
=
5 9
5
t K − 273,15 = ( t F − 32 )
9
5
t K − 273,15 =t F − 17, 78
9
5
tK
= t F + 255,37
9
t K 33,33 + 255,37
=
t K = 288, 7 K
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para uma escala termométrica ser criada é preciso definir pontos de calibração
que servirão de base para a comparação de temperaturas.
28
• Existe a conversão da escala Celsius para a escala Fahrenheit. Para isso utilizamos
a seguinte relação entre as temperaturas em Celsius TC e as temperaturas em
Fahrenheit TF .
9Tc
Tf
= + 32
5
• Existe a conversão da escala Celsius para a escala Kelvin. Para isso utilizamos
a seguinte relação entre as temperaturas em Celsius TC e as temperaturas em
Kelvin T.
T= Tc + 273,15
29
AUTOATIVIDADE
a) ( ) -40.
b) ( ) -35.
c) ( ) 10.
d) ( ) 40.
31
32
UNIDADE 1
TÓPICO 3
DILATAÇÃO TÉRMICA
1 INTRODUÇÃO
Você já se perguntou sobre o que são os estalos que ocorrem em uma casa
após um dia de muito calor, ou por que os azulejos devem ser sempre separados
um do outro por uma camada de rejunte? Após esse tópico você saberá a causa
desses fenômenos.
2 EXPANSÃO E CONTRAÇÃO
Como vimos anteriormente, uma das principais formas de verificarmos
a temperatura de um corpo é feita com base na expansão ou contração de uma
certa substância com a variação de temperatura.
33
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
3 DILATAÇÃO LINEAR
Em uma primeira situação vamos considerar um corpo idealmente linear.
Essa aproximação é possível se considerarmos um corpo em que seu comprimento
é muito maior que sua largura e altura. Estas outras dimensões podem ser, então,
desprezadas.
∆L = αL0∆T
Coeficiente de Coeficiente de
Material expansão linear Material expansão linear
α (oC)–1 α (oC)–1
Alumínio 22 x 10–6 Ouro 14 x 10–6
Aço 14 x 10–6 Platina 9 x 10–6
Carbono 3 x 10–6 Prata 20 x 10–6
Chumbo 29 x 10–6 Quartzo fundido 0,55 x 10–6
Cimento 6,8 x 10–6 Silício 2,6 x 10–6
Cobre 17 x 10–6 Tungstênio 4,5 x 10–6
Cromo 4,9 x 10–6 Vidro comum 8,6 x 10–6
Vidro borossilicato
Latão 18 x 10–6 3,2 x 10–6
(vidro pyrex)
Níquel 17 x 10–6 Zinco 26 x 10–6
FONTE: Serway e Jewett (2004, p. 562)
34
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
L – L0 = αL0∆T
L = L0 + αL0∆T
L = L0(1 + α∆T)
Exemplo 7:
FONTE: O autor
a) Com base no gráfico, calcule o coeficiente de dilatação linear dessa liga metálica.
b) Suponha que a dilatação continue linear mesmo a temperaturas muito altas.
Qual seria o comprimento da barra caso a temperatura atinja 300 oC?
Resolução:
35
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Note que o gráfico nos informa que para uma variação de temperatura
entre 0 e 20 oC houve uma variação de comprimento de 150 cm a 150,014 cm. Com
base nessas duas informações, e tomando L0 = 150 cm, podemos calcular o valor
do coeficiente de dilatação linear α.
Em que:
∆L = aL0∆T
= aá150 ( 20 − 0 )
150, 014 − 150
0, 014 = áa150 ( 20 )
0, 014 = áa 3000
0, 0001
aá =
3000
aá 4, 67 ×10−6 (o亷
= C)
−1
Com isso, vemos que o coeficiente de dilatação dessa nova liga metálica
vale a = 4,67 x 10–6(oC)–1.
(1++ a∆T)
LáL =TLL00(1
= ∆ )
=L 150 (1 + 0, 0014 )
L = 150, 21 cm
36
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
Com isso, quando a temperatura de uma barra composta pela liga metálica
estudada atingir 300 oC, veremos que o comprimento desta barra terá aumentado
de 150 cm para 150,14 cm.
Exemplo 8:
a) 0,23 mm.
b) 0,32 mm.
c) 0,56 mm.
d) 0,65 mm.
e) 0,76 mm.
Resolução:
∆L = aL0∆T
∆L
áa =
L0 ∆T
37
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
2, 0 ×10−5
aá =
1× 1
2, 0 ×10−5
aá =
1× 1
aá 2, 0 ×10−5 (o亷
= C)
−1
∆L = aL0∆T
∆L= 2, 0 ×10−5 × 80 × 20
∆L= 2, 0 ×10−5 × 80 × 20
∆L =0, 032 cm
4 DILATAÇÃO SUPERFICIAL
Quando estamos lidando com objetos aproximadamente bidimensionais,
como um disco ou uma chapa, é mais interessante calcularmos a variação da área
em função da temperatura.
L2 = [L0(1 + a∆T)]2
L2 = L02 + 2aL0∆T + a2 L02 ∆T2
A = A0 + 2aA0∆T + a2 A02 ∆T2
38
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
Note que ∆T é muito menor do que um, de forma que elevá-lo a potências
maiores que 1 resulta em um número que podemos desprezar. Desconsiderando
este termo, teremos:
A – A0 = 2aA0∆T∆A = 2aA0∆T
NOTA
Exemplo 9:
39
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
a) Ferro
b) Cobre
c) Zinco
d) Alumínio
Resolução:
Em que:
∆A = 2aA0∆T
Em que:
1m 2 104 cm 2
=
∆A m 2 35, 2 cm 2
= 35, 2 ×10−4 m 2
∆A
40
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
∆A
aá =
2 A0 ∆T
35, 2 ×10−4
aá =
2 (1)( 80 )
=aá 0, 22 ×10−4
Exemplo 10:
Resolução:
41
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
∆L = aL0∆T
∆L = aD∆T
∆L = 20 ×1,5 ×10−6 × 30
∆L =0, 009 mm
Dessa forma, a reposta correta para essa questão é a letra A, que afirma
que o anel “estava dilatado, com diâmetro 0,009 mm maior”.
5 DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
As considerações que fizemos até agora para dilatação linear e superficial
são válidas para algumas situações específicas. Entretanto, no mundo real
os objetos são tridimensionais e estamos geralmente mais intencionados em
descobrir a dilatação no comprimento, altura e largura de um dado material.
L3 = [L0(1 + α∆T)]3
L3 = L03 + 3αL03∆T + 3α2 L03 ∆T2 + α3L03∆T3
V = V0 + 3αV0∆T + 3α2 V0∆T2 + α3V0∆T3
V = V0 + 3αV0∆T
V – V0 = 3αV0∆T
∆V = 3αV0∆T
Exemplo 11:
Resolução:
43
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
4p R 3
V0 =
3
4p 0,13
V0 =
3
V0 = 0,00419 m3
∆V = 3aV0∆T
DV = 3´ 22 ´10-6 ´ 0,00419 (660 - 20)
DV = 0,000177 m3
V = V0 + DV
V = 0,00419 + 0,000177
V = 0,004367 m3
Exemplo 12:
a) 4 x 10–5
b) 3 x 10–6
c) 2 x 10–6
d) 1,5 x 10–5
e) 5 x 10–6
44
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
Resolução:
DT = T - T0
C- 0 亷
DT = 100 o亷 o
C
C
DT = 100 o亷
DV = V - V0
DV = 0,6 cm3
DV = 3aV0DT
DV
a=
V0DT
0,6
a=
400 ´100
a = 1, 5´10-5 (亷
o )-1
C
Exemplo 13:
46
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
Resolução:
DL = a L0DT
DL
a=
L0DT
50 m 100 %
=
DL 0,02 %
100DL = 50 ´ 0,02
50 ´ 0,02
DL =
100
50 ´ 0,02
DL =
100
1
DL =
100
DL = 0,01 m
47
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
DL
a=
L0DT
0,01
a=
50 ´ 20
0,01
a=
1000
a = 1,0 ´10-5 (亷
o )-1
C
Note que ambas as barras devem preencher o espaço d, e que cada barra
cresce em ambas as suas extremidades. Assim, cada barra irá contribuir com
metade de sua dilatação total para o preenchimento do espaço.
Sendo a medida d = 1 cm, devemos calcular o quanto cada barra deve
dilatar:
2 ´DL
d=
2
d = DL
Assim, a dilatação total de cada barra tem que ser igual ao espaço vazio
entre elas para garantir o preenchimento.
DL = a L0DT
d = a L0DT
d
DT =
L0a
0,01
DT =
50 ´1,0 ´10-5
DT = 20亷
o
C
48
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
6 DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS LÍQUIDOS
Quando a substância com a qual estamos lidando é um líquido, devemos
levar em conta o coeficiente de dilatação volumétrica β. Não faz sentido separar a
dilatação de um líquido em uma ou duas dimensões, porque um líquido sempre
toma a forma do recipiente no qual está contido. Para calcularmos a variação no
volume de um líquido devemos usar a seguinte expressão:
DV = b V0DT
V - V0 = b V0DT
V = V0 + b V0DT
V = V0 (1 + bDT )
Exemplo 14:
a) 1,32.
b) 1,64.
c) 0,66.
d) 3,45.
e) 0,58.
Resolução:
Em que:
∆âV== βV
∆V
V T 0∆T
∆
∆V = 1,1×10−3 × 60 × ( 20 − 10 )
∆V = 1,1×10−3 × 60 × (10 )
∆V =0, 66 L
ATENCAO
50
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
= V0 (1 + β∆T ) - V0 (1 + 3α∆T )
∆Vaparente
∆Vaparente
= V0 + V0β∆T - V0 - V0 3α∆T
∆Vaparente= V0β∆T - 3αV0 ∆T
Nesta expressão fica claro que, quando o líquido e o recipiente sofrem uma
mesma modificação de temperatura, a variação aparente do volume do líquido
é determinada pela diferença entre os coeficientes de dilatação volumétrica do
líquido e do coeficiente de dilatação linear do recipiente (considerando a dilatação
nas três dimensões). Agrupando os termos semelhantes, teremos:
( - 3α ) V0 ∆T
∆Vaparente =β
Exemplo 15:
51
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Resolução:
T
=0 (K) T0 ( o C ) + 273,16
( K ) 21 o C + 273,16
T0=
T0 = 294,16 K
T ( K )= T + 273,16
T ( K=
) 39 + 273,16
T = 312,16 K
∆T =T - T0
∆T =312,16 K - 294,16 K
∆T =
18 K
∆V =3αV0 ∆T
∆V =3 × 2,3 ×10-5 ×120 ×18
∆V =0,149 cm3
52
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
Val= V0 + ∆V
V
=al 120 + 0,149
Val = 120,149 cm3
∆V =βV0 ∆T
∆V = 5,1×10-4 ×119 ×18
1, 09 cm3
∆V =
Vgl= V0 + ∆V
V
=gl 119 + 1, 09
Vgl = 120, 09 cm3
Em que:
∆V =Val - Vgl
∆V =
121, 49 -120, 09
∆V =0.059 cm3
Assim, vemos que ainda seria possível colocar 0.059 cm3 de glicerina
dentro da taça de alumínio.
53
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
ATENCAO
54
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
FONTE: O autor
55
UNIDADE 1 | EQUILÍBRIO TÉRMICO E LEI ZERO DA TERMODINÂMICA
Exemplo 16:
56
TÓPICO 3 | DILATAÇÃO TÉRMICA
Resolução:
57
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
∆L =αL0 ∆T
=L L0 (1 + α∆T )
• Existem outros materiais, como um disco fino ou uma folha de papel, que
podem ser considerados bidimensionais.
58
∆A =2αA 0 ∆T
• A área final A de um objeto bidimensional pode ser obtida pela soma de sua
área inicial A com a dilatação sofrida (∆A) :
A A 0 (1 + 2α∆T )
=
∆V =3αV0 ∆T
V V0 (1 + 3α∆T )
=
∆V =βV0 ∆T
59
∆Vaparente =
∆Vreal - ∆Vrecipiente
∆Vaparente= V0 ( β - 3α ) ∆T
60
AUTOATIVIDADE
4 (UPE-PE) Ao lavar pratos e copos, um cozinheiro verifica que dois copos estão
encaixados firmemente um dentro do outro. Sendo um copo externo feito de
alumínio e o interno, de vidro, sobre as formas de separá-los, utilizando os
princípios básicos de dilatação térmica, analise os itens a seguir:
a) ( ) 15,5.
b) ( ) 11,2.
c) ( ) 7,0.
d) ( ) 6,4.
e) ( ) 3,8.
7 (UEFS – BA) Um recipiente de vidro tem 10 oC, o volume interno de 1,0 litro
e está completamente cheio com um certo líquido. Ao aquecer o recipiente
a 90 oC, ocorre um transbordamento de 4,8 cm3 desse líquido.
a) ( ) 9,4.
b) ( ) 10,2.
c) ( ) 11,3.
d) ( ) 12,1.
e) ( ) 13,5
62
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Em nosso dia a dia é muito comum ouvirmos frases como “estou com
muito calor” e “naquele lugar faz muito calor”. Será que essas frases estão
corretas? Veremos ao longo deste tópico diversas definições envolvendo os
conceitos de temperatura, calor e energia térmica, e veremos em quais situações
usar cada uma delas.
O estudo do calor é extremamente importante na sociedade atual. O
mundo moderno tem como um de seus pilares o uso de máquinas térmicas, como
aquecedores, motores e geladeiras. O princípio por trás do funcionamento dessas
máquinas é um dos responsáveis pelos principais métodos de geração de energia
elétrica. Além disso, é por meio do estudo dos processos de transferência de calor
que desenvolvemos técnicas de cozimento e armazenamento de alimentos.
Vamos começar com a discussão dos principais conceitos envolvidos
nesta temática.
2 A NATUREZA DO CALOR
Os séculos XVIII e XIX foram marcados, dentro do campo científico, pelo
rápido desenvolvimento da termodinâmica e de seus princípios. Como qualquer
área efervescente do conhecimento, havia muita disputa entre diversas teorias
para a explicação dos fenômenos térmicos, como a origem do calor.
Uma das teorias, bastante popular entre o final do século XVIII e meados
do século XIX, defendia a existência de uma substância denominada calórico, um
fluido invisível e inodoro que estaria dentro de todo e qualquer corpo na natureza.
Quanto maior a temperatura de um corpo, mais calórico ele teria. Assim, para
dois corpos entrarem em equilíbrio térmico, eles deveriam ser postos em contato
e o calórico escorreria do corpo que tivesse maior quantidade para o que tivesse
menor. O equilíbrio térmico aconteceria quando os dois corpos tivessem a mesma
quantidade de calórico.
65
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
fluido que podia ser armazenado dentro dos corpos. Foi com base nesses estudos
que Black estabeleceu os conceitos de calor específico e latente, propriedades que
variavam conforme a substância.
DICAS
66
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
ATENCAO
Outra unidade para calor que ainda é usada atualmente é a “British termal
unit”, o BTU, que indica a quantidade de calor necessária para aumentar de 63 oF
a 64 oF uma libra de água.
67
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Foi com base nessa experiência e em suas variações que Joule pôde
mostrar, com cálculos bastante precisos, que o calor está relacionado à energia
de um sistema. O valor aceito atualmente para o fator de conversão entre caloria
e joule é:
1 cal = 4,186 J
Este valor é conhecido como o equivalente mecânico do calor. O trabalho
experimental de Joule complementou o desenvolvimento teórico do conceito de
energia por Rudolf Clausius (1822-1888) e ajudou na consolidação do princípio
da conservação de energia na metade do século XIX.
DICAS
Você pode conhecer mais sobre a vida de James Joule e estudar mais a fundo
seus experimentos no artigo James Prescott Joule e o equivalente mecânico do calor:
reproduzindo as dificuldades do laboratório, de Rafaelle Souza, Ana Paula Silva e Thiago
Araújo. Nesse artigo é feita uma tentativa de reproduzir um dos experimentos de Joule. A
dificuldade dessa tarefa é o ponto central da discussão. Confira:
• SOUZA, R. S.; SILVA, A. P. B.; ARAÚJO, T. S. James Prescott Joule e o equivalente mecânico
do calor: reproduzindo as dificuldades do laboratório. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.
36, n. 3, p. 1-9, set. 2014.
3 QUANTIDADE DE CALOR
Vimos anteriormente que para aquecer 1 g de água de 14,5 oC a 15,5 oC,
precisamos de 1 cal, ou, equivalentemente, de 4,186 J, mas se tentarmos aumentar a
temperatura de outras substâncias? Qual será a quantidade de energia necessária
para aumentar 1 g de alumínio em 1 oC?
68
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
Q
c=
m∆T
Q
= mc∆T
69
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Uma análise atenta do Quadro 1 nos mostra que a água é uma das
substâncias com maior calor específico, ou seja, a água é menos eficiente em ganhar
ou perder energia térmica. Precisamos de muito mais energia para aquecermos 1 g
de água do que precisaríamos para aquecer 1 g de alumínio.
Exemplo 1:
a) 8,0.
b) 125.
c) 4000.
d) 8000.
e) 64000.
Resposta: Neste exemplo, nos foi informado que durante o eclipse total
houve uma queda de 8,0 oC na temperatura da cidade de Criciúma. A Lua impediu
que a luz do Sol atingisse essa região da Terra por alguns instantes, e foi suficiente
para que a água liberasse uma certa quantidade de energia ao ambiente. Para
calcularmos essa quantidade de energia é necessário levar em conta a massa, a
variação da temperatura e o calor específico da água.
∆T =T - T0
∆T =-8 o C
70
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
Q
= mc∆T
Q 1000 ×1× ( -8 )
=
Q = -8000 cal
Note que obtemos um valor negativo em função de a água ter cedido calor
ao ambiente. A resposta correta é, portanto, a letra d, 8000 calorias liberadas.
Exemplo 2:
Quando misturamos 1,0 kg de água (calor específico sensível c = 1,0 cal/g oC)
a 70° com 2,0 kg de água a 10 °C, obtemos 3,0 kg de água a:
a) 10 oC.
b) 20 oC.
c) 30 oC.
d) 40 oC.
e) 50 oC.
Q1 + Q 2 =
0
∆T1 =
T - T1
T - 70 o C
∆T1 =
∆T2 =
T - T2
T -10 o C
∆T2 =
71
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Q
=1 m1c∆T1
Q
=1 1000 ×1× ( T - 70 )
Q1 = 1000T - 70000
Note que no cálculo acima usamos a massa em gramas. Isso foi feito para
deixar a equação dimensionalmente correta em função de o calor específico ter
sido dado em cal/g°C.
Q
= 2 m1c∆T1
Q
= 2 2000 ×1× ( T -10 )
Q 2 = 2000T - 20000
Q1 + Q 2 =
0
1000T - 70000 + 2000T - 20000 =
0
3000T = 90000
90
T=
3
T = 30 o C
Com isso, vemos que as duas massas de água atingirão uma temperatura
de equilíbrio igual a 30 oC. A resposta correta para esta questão é a letra c.
72
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
E
IMPORTANT
Q = ± mL
74
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
FONTE: O autor
Exemplo 3:
a) -20.
b) -10.
c) 0.
d) 10.
e) 20.
Q=
a mc∆T
Q=
a 100 ×1× ( T - T0 )
Q=
a 100 ×1× ( 0 - 30 )
Qa = -3000 cal
75
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Q = mL
3000 = m80
3000
m=
80
m = 37,5 g
Exemplo 4:
a) 10 g.
b) 4,25 g.
c) 4,25 kg.
d) 5,25 g.
e) 5,25 kg.
Q
= mc∆T
Q 60000 ×1× ( 30 - 37 )
=
Q = -420000 cal
76
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
Q = mLf
420000 = 80 m
m = 5250 g
77
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO
INTRODUÇÃO
78
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
ESTABELECENDO CONEXÕES
79
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Portanto, abrir espaço para esse tipo de discussão é importante para quem
deseja auxiliar na formação de sujeitos conscientes, críticos e questionadores.
Oportunizando ao aluno o questionamento, a ciência deixa de ser vista por ele
como uma série de verdades imutáveis e indiscutíveis. Com essa visão mais
80
TÓPICO 1 | NATUREZA E QUANTIDADE DE CALOR
crítica da ciência, ela deixa de ser o lugar onde deuses são gerados no imaginário
do aluno, lugar onde não há espaço para o cinza, mas somente para o preto ou
o branco, o certo ou o errado, permitindo o entendimento de percepções da
realidade, em diferentes épocas. Tais discussões são relevantes para que se possa
compreender que a ciência não é baseada apenas em acertos, ou que uma visão
é mais atrasada em relação à outra, mas que tratam-se de visões construídas em
contextos diferentes e como tais devem ser analisadas. Afinal, “teorias obsoletas
não são acientíficas em princípio, simplesmente porque foram descartadas”
(KUHN, 2000, p. 21).
Essa é uma ideia que, para o aluno, ainda não está suficientemente
clara. Para ele a ideia de atraso, de inferioridade de uma cultura em relação
à outra, de uma época em relação à outra, é muito forte. Para muitos é difícil
compreender que em épocas diferentes as necessidades e objetivos possam ser
diferentes. Daí a necessidade de debates para contextualizar o conhecimento,
discutindo os vínculos com a realidade social em que ele foi estruturado. Nem
sempre o considerado natural numa época, o será em outra, e isso não significa,
necessariamente, atraso ou ignorância.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
81
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Da mesma forma, não se deve esperar que os alunos percebam todas essas
conexões de uma hora para outra. Ao entrevistar as coordenadoras de grupo e
questioná-las sobre a validade desse trabalho para a compreensão dos fenômenos
físicos tratados na Termodinâmica, as opiniões se dividiram. Algumas, apesar
de considerarem o trabalho interessante, disseram ter ainda alguma dificuldade
em ver a Física no contexto da pesquisa, enquanto outras aparentaram ter uma
visão mais clara da proposta. Uma chegou a afirmar que “se a gente lembra da
máquina, entende as leis da Termodinâmica”, e que tudo se relaciona não só
à pesquisa propriamente dita, mas também a outros assuntos que estão sendo
desenvolvidos em aula.
82
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Antigamente o calor era tomado como uma substância inodora, incolor e sem
massa que fluía do corpo mais quente para o corpo mais frio.
Q
= mc∆T
• A relação entre caloria (cal) e joule (J) foi estabelecida por James Joule, leva o
nome de equivalente mecânico do calor e é definida como:
1 cal = 4,186 J
83
• A quantidade de calor necessária para a mudança de fase de uma substância
pura é:
Q = ± mL
84
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 3,0.
b) ( ) 3,5.
c) ( ) 4,0.
d) ( ) 4,5.
e) ( ) 5,0.
a) ( ) 25 000 J.
b) ( ) 115 000 J.
c) ( ) 230 000 J.
d) ( ) 330 000 J.
e) ( ) 460 000 J.
85
4 Se 100 g de prata fundida a 960,8 °C forem posicionados sobre um bloco de
ouro de 500 g originalmente a 30 °C. Qual será a temperatura do sistema
após atingir o equilíbrio térmico? Imagine que este sistema está isolado, ou
seja, despreze qualquer perda de energia ao ambiente.
86
UNIDADE 2 TÓPICO 2
FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior falamos sobre a natureza do calor e como ele pode ser
calculado a partir do calor específico da substância estudada e da variação de
calor a que esta é submetida.
2 CONVECÇÃO
A convecção é um processo de transferência de calor que ocorre geralmente
em fluidos, sejam eles gasosos ou líquidos. Ela é caracterizada pela transferência
de calor quando a massa do fluido se movimenta, gerando o que se denomina
corrente de convecção.
87
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
3 RADIAÇÃO
A radiação é uma forma de transferência de calor através de ondas
eletromagnéticas. Como exemplo de ondas eletromagnéticas podemos citar as
ondas de rádio, as micro-ondas, a radiação infravermelha, a luz visível, a luz
ultravioleta, os raios X e os raios gama.
P = dQ
Podemos relacionar a taxa de emissão de energia rad dt de um corpo
com área superficial A por meio da seguinte expressão, também conhecida como
Lei de Stefan-Boltzmann:
Prad = σεAT 4
88
TÓPICO 2 | FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR
Exemplo 5:
Uma chapa circular de ferro, com raio de 50 cm, é aquecida até atingir
500 oC. Qual a quantidade de energia transmitida por radiação pela chapa?
Suponha uma emissividade de 0,40 e despreze qualquer absorção de radiação.
Prad = σεAT 4
A = 2πr 2
A = 2π ( 0,5 )
2
A = 1,57 m 2
89
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
T=
K TC + 273
T
=K 500 + 273
TK = 773 K
Prad = σεAT 4
Prad = 5, 6 ×10-8 × 0, 4 × 0, 79 × ( 773)
4
P=
rad 1, 25 ×104 W
Com isso, vemos que essa pequena chapa circular de ferro à temperatura
de 500 C é capaz de irradiar 1,25 x 104 joules por segundo.
o
Exemplo 6:
90
TÓPICO 2 | FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR
A = 6L2
A= 6 ×12
A = 6 m2
4 CONDUÇÃO
O fenômeno da transmissão de calor por condução é visto facilmente
no nosso dia a dia. Uma panela de metal no fogo se aquece rapidamente. Se
estivermos segurando a panela pelo seu cabo, veremos que, com o tempo, o cabo
também fica quente, e somos obrigados a largá-lo.
91
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
dQ
Pcond =
dt
FONTE: O autor
∂T
qx ∝ −
∂x
92
TÓPICO 2 | FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR
TQ - TF
Pcond = kA
L
93
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Exemplo 7:
Considere uma estufa que possui uma única janela de área total 1,75 m2.
Essa janela é feita de um vidro com 5mm de espessura. Essa estufa consegue
manter uma temperatura de 27 oC em seu interior. Se, no inverno, a temperatura
média do lado de fora da estufa é de 12 oC. Qual a quantidade total de energia
perdida através da janela durante um dia (24h)?
TQ - TF
Pcond = kA
L
L= 5mm= 5 ×10-3 m
TQ - TF
Pcond = kA
L
300 - 278
Pcond =0,8 ×1, 75 ×
5 ×10-3
Pcond = 6160 W
94
TÓPICO 2 | FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR
E
P=
t
E
P=
t
Q = Pt
Q 6160 × 86400
=
Q 5,32 ×108 J
=
Exemplo 8:
95
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
TQ - TF
Pcond-Aço = kA
L
373 - T
= 50, 2 × 4 ×10-4 ×
Pcond-Aço
0,1
96
TÓPICO 2 | FORMAS DE PROPAGAÇÃO DE CALOR
TQ - TF
Pcond-Cobre = kA
L
T - 273
Pcond-Cobre= 385 × 4 ×10-4 ×
0, 2
Pcond-Aço = Pcond-Cobre
373 - T T - 273
50, 2 × 4 ×10-4 × = 385 × 4 × 10-4 ×
0,1 0, 2
502 × ( 373 - T ) =
1925 × ( T - 273)
2427T = 712771
T = 293, 7 K
T = 20, 7 o C
373 - 293, 7
= 50, 2 × 4 ×10-4 ×
Pcond-Aço
0,1
Pcond-Aço = 15,9 W
293, 7 - 273
Pcond-Cobre= 385 × 4 ×10-4 ×
0, 2
Pcond-Cobre = 15,9 W
97
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
Prad = σεAT 4
98
• Se houver uma diferença entre a temperatura do corpo (T) e a temperatura do
ambiente (T0), a taxa da variação de energia do corpo será dada por:
TQ - TF
Pcond = kA
L
99
AUTOATIVIDADE
1 (UEPG, 2010 – Adaptada) Calor pode ser conceituado como sendo uma
forma de energia que é transferida de um sistema físico para outro sistema
físico, devido, exclusivamente, à diferença de temperatura existente entre os
dois sistemas. Sobre o fenômeno da transferência de calor, assinale V para as
alternativas verdadeiras e F para as falsas:
b) Se o cilindro é esticado até que o raio diminua para r2 = 0,50 cm, a taxa líquida
de transferência de radiação térmica passa a ser P1. Qual é a razão P2/P1?
100
4 (ENADE, 2014) Em geral, o efeito estufa é entendido como o processo pelo
qual parte da energia infravermelha – emitida pela superfície do planeta
e absorvida por determinados gases atmosféricos – é irradiada de volta, o
que torna a temperatura da superfície da Terra mais elevada do que seria
sem a presença da atmosfera. Para a termodinâmica, a transferência de calor
via condução e convecção é mais efetiva para o aquecimento da atmosfera
e, portanto, a radiação infravermelha emitida pela superfície é capaz de
aquecer apenas uma fração dos gases atmosféricos radiativamente ativos.
Considerando os aspectos termodinâmicos, avalie as afirmações a seguir:
6 (SERWAY; JEWETT, 2004) Uma barra de ouro está em contato térmico com
uma barra de prata de mesmo comprimento e área, conforme figura a seguir.
Uma extremidade da barra composta é mantida a 80 oC e a extremidade
oposta está a 30 oC. Quando a transferência de energia atinge o estado
estacionário, qual a temperatura na junção?
1 INTRODUÇÃO
O nosso modo de vida moderno é extremamente ligado a diversos
fenômenos termodinâmicos. O funcionamento de uma geladeira, de um ar-
condicionado, dos motores de combustão usados em veículos e máquinas
industriais e até mesmo o aquecimento de uma panela são exemplos de
equipamentos e situações em que empregamos conceitos da termodinâmica.
FONTE: O autor
103
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
dW = Fds
Note que o cilindro tem uma área de seção reta A. Quando o êmbolo se
movimenta verticalmente, o que ocorre é uma variação infinitesimal do volume dV:
dV = Ads
F
P=
A
F = PA
dW = PAds
dW = PdV
W = ∫ PdV
V1
104
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
Na Figura A, o gás sofre uma expansão do estado inicial (i) para o estado
final (f) variando sua pressão e volume.
Na Figura B, o gás sofre uma expansão inicialmente isobárica (pressão
constante) e depois uma transformação isovolumétrica (também chamada de
isocórica). Note que o trabalho (área cinza do diagrama) realizado pelo gás é
menor que o trabalho apresentado na Figura A. Lembre-se de que em uma
transformação isovolumétrica não há realização de trabalho. Na Figura C, o gás
sofre variação de pressão e volume simultaneamente.
Exemplo 9:
105
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
WT = WAB - WCD
106
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Lembrando que o trabalho pode ser calculado pela área abaixo de cada
curva de um diagrama PV, vemos que o trabalho total será a área delimitada
pelas quatro curvas do gráfico acima que formam um trapézio.
∆U ~ ∆T
No primeiro tópico desta unidade também vimos que calor é uma forma
de transferência de energia. Assim, se um sistema recebe calor e não realiza
trabalho, então esse calor foi “armazenado” na forma de energia interna, ou seja,
∆U = Q.
Caso não haja transferência de calor, ainda assim o sistema realiza trabalho
(trabalho positivo). O sistema está, portanto, diminuindo sua energia interna. Se
o sistema estiver sofrendo trabalho (trabalho negativo) sem trocas de calor, então
ocorre um aumento da energia interna. Essa relação é determinada pela seguinte
equação:
∆U =-W
∆U =Q-W
Q =∆U + W
107
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Exemplo 10:
W= P∆V
W = P ( Vv - Vl )
W= (1, 013 ×10 ) × (1671-1, 00 ) ×10
5 -6
W = 169 J
∆U =Q-W
108
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Q = mL v
Q = 1, 00 ×10-3 ×2, 26 ×106
Q = 2260 J
∆U =Q-W
∆U =2260 -169
∆U =2091 J
4 PROCESSO ISOTÉRMICO
Em um processo isotérmico não ocorre transferência de calor, ou seja,
∆T = 0.
∆U = Q-W
0 = Q-W
Q=W
109
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
Todos os pontos dessa linha curva estão a uma mesma temperatura. Neste
tipo de processo o gás aumenta seu volume. Para isso acontecer é necessário que
receba calor, ou seja, Q > 0.
FONTE: O autor
110
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Neste processo, o gás libera calor Q < 0. Quem realiza trabalho é meio
(trabalho negativo), ocasionando a diminuição de volume.
5 PROCESSO ISOBÁRICO
A Figura 11 mostra um processo isobárico no qual há expansão do volume:
FONTE: O autor
111
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
6 PROCESSO ISOVOLUMÉTRICO
O processo termodinâmico a volume constante também pode ser
chamado de isocórico. A Figura 13 mostra duas representações de processos
isovolumétricos com aumento da pressão:
FONTE: O autor
112
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
7 PROCESSO ADIABÁTICO
Existe ainda um outro tipo de processo, chamado de adiabático. Este
termo vem da palavra grega que significa “impenetrável”. De fato, um sistema
adiabático é um sistema que está isolado e não realiza trocas de calor com o
113
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
∆U =Q-W
∆U =-W
114
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
∆U =Q-W
∆U =-W
Neste caso, a variação do trabalho é negativa (∆W < 0), o que implica em:
∆U > 0
8 EXPANSÃO LIVRE
A expansão livre (Figura 17) é um tipo específico de processo adiabático
em que não há trabalho realizado sobre o gás. Neste caso, temos Q = 0, W = 0 e,
portanto, ∆U = 0.
115
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
9 PROCESSOS CÍCLICOS
Existem ainda processos cíclicos nos quais um gás pode sofrer sucessivas
transformações e acabar voltando ao seu estado original, conforme a Figura 18:
116
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
∆U = Q-W
0 = Q-W
Q=W
117
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FONTE: O autor
TURO S
ESTUDOS FU
118
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Exemplo 11:
FONTE: O autor
Resposta: O problema nos diz que QAB = 150 J e QBD = 600 J (calores
fornecidos ao sistema). A questão da letra a nos pede o valor da energia interna
no processo AB. Neste processo não há variação de volume, assim WAB = 0 e
∆UAB = QAB = 150 J.
WBD = P ( V2 - V1 )
WBD = 8, 0 ×104 × ( 5, 0 ×10-3 - 2, 0 ×10-3 )
WBD = 240 J
119
UNIDADE 2 | CALOR E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
W=
ABD WAB + WBD
WABD= 0 + 240
WABD = 240 J
Q ABD
= Q AB + Q BD
Q ABD
= 150 + 600
Q ABD = 750 J
∆U ABD =
Q ABD - WABD
∆U ABD =
750 - 240
∆U ABD =
510 J
∆U ACD =
∆U ABD
∆U ACD =
510 J
O trabalho total para o processo ACD será dado pela seguinte equação
(lembrando que durante o processo CD não há variação de volume (WCD = 0) e
que o processo AC ocorre à pressão constante):
W=
ACD WAC + WCD
WACD P ( V2 - V1 ) + 0
=
WACD = 3, 0 ×104 × ( 5, 0 ×10-3 - 2, 0 ×10-3 )
WACD = 3, 0 ×104 × ( 5, 0 ×10-3 - 2, 0 ×10-3 )
120
TÓPICO 3 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Q ACD =
∆U ACD + WACD
Q ACD
= 510 + 90
Q ACD = 600 J
DICAS
121
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Se o gás confinado for comprimido, o trabalho está sendo realizado sobre ele.
∆U =Q-W
122
• Em uma expansão livre não há transferência de calor nem trabalho realizado
sobre ou pelo gás, ou seja, a energia interna permanece inalterada, assim como
a temperatura.
• Um processo cíclico pode ser feito no sentido horário (como os ciclos que
descrevem máquinas a vapor e motores a combustão) ou no sentido anti-horário
(como os ciclos que descrevem o funcionamento de geladeiras e freezers).
123
AUTOATIVIDADE
124
FIGURA 21 – PROCESSOS TERMODINÂMICOS PARA EXERCÍCIO 3
1 1 1
2 2 2
1 2 1 2 1 2
FONTE: ENADE
FONTE: O autor
125
O gás dentro do cilindro é submetido a três processos:
126
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
EQUAÇÃO DE ESTADO
1 INTRODUÇÃO
Nas unidades anteriores, você estudou a conceituação de temperatura,
calor, capacidade térmica, e aprendeu a relacionar esses conceitos com diversas
atividades e situações do mundo real. Entretanto, o estudo da Termodinâmica
pode ser bastante complicado, então procuramos entender alguns fenômenos com
o desenvolvimento de modelos e aproximações. Se o modelo for bem entendido e
tiver êxito em explicar algumas situações, ele pode ser utilizado como base para
o estudo de problemas mais complexos.
2 EQUAÇÃO DE ESTADO
Uma equação de estado é uma equação que, baseada em determinadas
características físicas, é capaz de determinar o estado de uma dada substância.
Nas unidades anteriores, vimos que podemos utilizar as grandezas: pressão,
volume e temperatura para avaliar o estado de uma substância. Assim, a equação
de estado de uma substância será dada em função de sua pressão, volume e
temperatura.
Uma das primeiras relações entre essas variáveis foi descoberta por Robert
Boyle no século XVII e será apresentada a seguir.
é aberta e a outra é fechada. Nesse tubo era inserida uma certa quantidade
de mercúrio, de tal forma que uma quantidade de ar ficava presa na outra
extremidade do tubo, conforme o esquema na figura a seguir:
FONTE: O autor
PV = k
E
IMPORTANT
130
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
P1V1 = P2 V2
Exemplo 1:
a) 0,3.
b) 0,5.
c) 0,6.
d) 1,0.
e) 1,5.
131
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
=P 2 atm + 1 atm
P = 3 atm
P0 V0 = PV
V P0
=
V0 P
V 1
=
V0 3
V
≈ 0,33
V0
NOTA
132
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
V V0 (1 + β∆T )
=
1
( C)
o -1
β=
273,15
1
V= V0 1 + ∆T
273,15
273,15 + ( T - T0 )
V = V0
273,15
273,15 + T
V = V0
273,15
T
V = V0
T0
V T
=
V0 T0
133
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
P T
=
P0 T0
Exemplo 2:
a) 273 K.
b) 156 K.
c) 234 K.
d) 128 K.
e) 300 K.
134
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
P T
=
P0 T0
4, 0 ×105 Pa T
5
=
2, 0 ×10 Pa 78 K
T= 2 × 78 K
T = 156 K
m amostra
n=
M
135
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Você já quis saber qual a massa de uma molécula? É possível saber a massa
de uma molécula, de uma dada substância, pela seguinte expressão:
M
m=
NA
32 ×10-3
m=
6, 022 ×1023
m 5,32 ×10-26 kg / molécula
=
136
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
Va T
=
V0 T0
TV0
Va =
T0
Pa Va = PV
TV0
Pa = PV
T0
Pa V0 PV
= = constante
T0 T
Assim, vemos que a passagem de um estado (P0 , V0 , T0) para outro (P, V,
T) depende de uma relação entre as três grandezas. Essa relação é uma constante
para qualquer estado e, quando consideramos uma massa de um mol de gás, essa
J
constante tem o valor R = 8,314 , chamada de constante universal dos gases.
mol.K
O valor da constante universal dos gases pode ser obtido com base
nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP), que são P0 = 1
atm e T0 = 273,15 K. Um mol de qualquer gás ocupa um volume V0 = 22,4 L
quando estiver nas CNTP. Com base nesses valores, teremos:
1 atm ×22, 4 L
R=
273 K
1, 013 ×105 N / m 2 ×0, 0224 m3
R=
273 K
J
R = 8,314
mol.K
137
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
PV
=R
T
PV = RT
PV = nRT
Esta é a equação dos gases ideais e pode ser usada como uma ótima
aproximação na maioria das situações.
FONTE: O autor
138
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
pelos valores iniciais e finais do volume. Para calcularmos a área, podemos usar
a seguinte integral:
Vf
Wi →f = ∫ PdV
Vi
nRT
P=
V
Vf
nRT
Wi→f = ∫
Vi
V
dV
Vf
1
Wi→f = nRT ∫ dV
Vi
V
Vf
Wi→f = nRT ln V
Vi
Wi→f = nRT ( ln Vf - ln Vi )
V
Wi→f = nRT ln f
Vi
Você viu como a equação de estado dos gases perfeitos pode ser útil?
Lembre-se de usá-la sempre que as condições permitirem.
Exemplo 3:
Pi Vi = nRTi
Pi Vi
nR =
Ti
Pf Vf = nRTf
Pf Vf
nR =
Tf
Pi Vi Pf Vf
nR
= =
Ti Tf
Pi Vi Pf Vf
=
Ti Tf
Pf Vf
Tf = Ti
Pi Vi
350 ×103 × 12, 0 × 10-3
=Tf × 300
200 ×103 ×15, 0 ×10-3
Tf = 420 K
Exemplo 4:
140
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
PV = nRT
nRT
V=
P
1× 8,314 × 273,15
V=
1, 013 ×105
V = 0, 0224 m3
V = 22, 4 l
Exemplo 5:
Para o volume:
Para a temperatura:
t K= t C + 273,15
t=
K 20 + 273,15
t K = 293,15 K
141
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Agora precisamos apenas calcular o número de mols do gás. Isso pode ser
feito utilizando a equação dos gases ideais:
PV = nRT
PV
n=
RT
J
Tomando o valor de R como 8,314 t, teremos:
mol.K
100 ×10-4
n=
8,315 × 293,15
n 4,10 ×10-6 mol
=
Exemplo 6:
a) 2,5.
b) 5,0.
c) 7,5.
c) 10,0.
d) 12,5.
142
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
m
n=
M
4πr 3
V=
3
4π103
V=
3
V = 4000 cm3
(
Como o valor da constante universal dos gases R = 0, 080 atm.L
mol.K )
nos foi dada com unidade em litros, se torna interessante transformar em litros o
valor do volume que acabamos de calcular. Lembre-se de que 1 dm = 1 litro, de
forma que:
= cm3 4=
V 4000= dm3 4 l
PV = nRT
m
PV = RT
M
PVM
m=
RT
1× 4 × 30
m=
0, 08 × 300
m=5 g
143
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
CONTRIBUIÇÕES DA TERMODINÂMICA
144
TÓPICO 1 | EQUAÇÃO DE ESTADO
145
RESUMO DO TÓPICO 1
• Robert Boyle apresentou pela primeira vez a relação entre a pressão e volume
de um gás quando este está à temperatura constante. Essa relação é conhecida
como Lei de Boyle e é representada pela seguinte equação:
P1V1 = P2 V2
V T
=
V0 T0
P T
=
P0 T0
• Vimos que o mol é definido como a massa de uma substância que contém um
número de Avogadro (NA = 6,022 x 1023) de átomos ou moléculas.
M
m=
NA
146
• Podemos relacionar pressão, volume e temperatura com o número de mols (n)
e a constante universal dos gases R para estabelecer a Lei dos Gases Ideais:
PV = nRT
J
em que R = 8,314 .
mol.K
• A equação dos gases pode ser utilizada para o cálculo do trabalho em uma
expansão isotérmica.
147
AUTOATIVIDADE
A escala do eixo vertical é definida por Pb = –7,5 kPa e Pac = –2,5 kPa. No ponto
a, T= 200 K.
148
pneus era de 27,0 °C. Quando chegou ao destino de sua viagem, o motorista
percebeu que a pressão manométrica do ar (gás) nos pneus aumentara para
160,0 x 103 Pa. Considere o ar dentro dos pneus como sendo um gás ideal:
a) ( ) 0,5 P0.
b) ( ) 1,0 P0.
c) ( ) 2,0 P0.
d) ( ) 5,0 P0.
e) ( ) 10,0 P0.
149
150
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos anteriormente, um gás tem seu estado definido por suas
grandezas físicas, como volume, pressão e temperatura.
Outra grandeza bastante útil para o estudo de gases é o mol, que define a
massa de uma substância em função da quantidade de átomos ou moléculas que
a compõem.
Podemos relacionar essas grandezas com o trabalho realizado pelo gás e
com sua energia interna. Também poderemos estabelecer outros conceitos, como
capacidade térmica a volume ou à pressão constante, que são úteis para uma
melhor compreensão das características de um gás ideal.
2 ENERGIA INTERNA
Você deve se lembrar do experimento de Joule que estudamos na Unidade
2. Nesse experimento, James Joule estudou o equivalente mecânico do calor,
estabelecendo uma relação entre o trabalho realizado pelo gás e o calor fornecido
pelo sistema, sem ser necessário considerar a variação da energia interna.
DICAS
151
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
FONTE: O autor
Wi = Pi ∫ dV
Vi
Wi = Pi ( 0 - Vi )
Wi = -Pi Vi
152
TÓPICO 2 | ENERGIA INTERNA E CAPACIDADE TÉRMICA
Wf = Pf ∫ dV
Vi
Wf = Pf ( Vf - 0 )
Wf = Pf Vf
WT = Wi→f
W=
T Wi + Wf
WT = Pf Vf - Pi Vi
Q=0
∆U =Q - WT
∆U 0 - Pf Vf + Pi Vi
=
∆U =Pi Vi - Pf Vf
∆T =Tf - Ti
∆T =0
153
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Q
= mc∆T
A partir de agora, vamos aplicar essas ideias no estudo dos gases ideais.
Para isso, ao invés de estudarmos o calor de uma dada massa m de gás, iremos
considerar a quantidade de gás sendo dada por um número n de mols.
154
TÓPICO 2 | ENERGIA INTERNA E CAPACIDADE TÉRMICA
FONTE: O autor
Q nCV ∆T
=
155
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Neste caso, como temos um processo isovolumétrico, note que o gás não
realiza ou sofre trabalho. Com base na Primeira Lei da Termodinâmica, podemos
estabelecer uma relação com a energia interna:
∆U =Q-W
∆U =Q
∆U= nCV ∆T
FONTE: O autor
Q nCP ∆T
=
156
TÓPICO 2 | ENERGIA INTERNA E CAPACIDADE TÉRMICA
∆U =Q-W
W = PdV
W
= nR∆T
ou, equivalentemente:
C=
P CV + R
CP
γ=
CV
157
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Exemplo 7:
a) Quanta energia deve ser transferida para o gás pelo calor para aumentar sua
temperatura para 500 K se ele for aquecido a volume constante?
b) Quanta energia deve ser transferida para o gás pelo calor à pressão constante
para aumentar a temperatura para 500 K?
Resposta: Para a letra a devemos calcular o calor que deve ser transferido
ao gás para que este aumente sua temperatura de 300 K a 500 K em um processo
isovolumétrico.
Q nCV ∆T
=
158
TÓPICO 2 | ENERGIA INTERNA E CAPACIDADE TÉRMICA
Q= 3 ×12,5 × 200
Q = 7500
Q 7,5 ×103 J
=
Para a letra b, devemos calcular o calor que deve ser transferido ao gás para
que este aumente sua temperatura de 300 K a 500 K em um processo isobárico.
De forma análoga à situação anterior, temos que, à pressão constante, o
calor é uma função do número de mols, do calor específico Cp da substância e da
temperatura:
Q nCP ∆T
=
Q= 3 × 20,8 × 200
Q = 12480
=Q 12, 48 ×103 J
Exemplo 8:
159
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Dessa forma, vamos primeiro encontrar o valor de CV . Isso pode ser feito
facilmente, dado que o exemplo nos forneceu o valor de γ = 1,40. Além disso,
J
sabemos que o valor da constante universal dos gases é R = 8,314 .
mol.K
CP
γ=
CV
CV + R
γ=
CV
R
γ = 1+
CV
R
CV =
γ -1
8,314
CV =
1, 40 -1
J
CV = 20, 79
mol.K
∆U= nCV ∆T
∆T( Celsius ) =
Tf ( Celsius ) - Ti( Celsius )
∆T( Celsius ) =
11, 6 - 23,9
-12,3 o C
∆T( Celsius ) =
∆T( Kelvin ) =
-12,3 K
160
TÓPICO 2 | ENERGIA INTERNA E CAPACIDADE TÉRMICA
161
RESUMO DO TÓPICO 2
Q nCV ∆T
=
Q nCP ∆T
=
C=
P CV + R
CP
γ=
CV
• Para um gás ideal, a variação da energia interna é sempre dada por ΔU = nCVΔT,
sendo o processo isovolumétrico ou não.
162
AUTOATIVIDADE
J
a) Encontre o calor específico do ar a volume constante em unidades de o .
kg. C
b) Calcule a massa de ar no cilindro.
c) Suponha que o pistão seja fixo. Encontre a quantidade de energia necessária
para aumentar a temperatura do ar para 700 K.
d) Considere novamente as condições do estado inicial e que o pistão pesado
está livre para se mover. Encontre a quantidade de energia necessária para
elevar a temperatura para 700 K.
163
Durante a transição, calcule:
164
UNIDADE 3
TÓPICO 3
PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
1 INTRODUÇÃO
No terceiro tópico da Unidade 2 deste livro, nós estudamos diversos
processos termodinâmicos: isovolumétricos, isobáricos, isotérmicos e adiabáticos.
Para os três primeiros, sempre havia uma grandeza termodinâmica que
permanecia constante: volume, pressão e temperatura, respectivamente.
Neste tópico, veremos que as equações para gases ideais que vimos até
aqui também são válidas para o estudo de processos adiabáticos reversíveis,
como compressão e expansão.
2 EXPANSÃO ADIABÁTICA
A figura a seguir representa uma expansão adiabática que ocorre
muito lentamente. Note que a temperatura diminui durante o processo aqui
representado. Neste caso, dizemos que a expansão é quase-estática:
165
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
FONTE: O autor
PV = nRT
também chamada de equação dos gases ideais, ainda é válida. Dessa forma,
podemos imaginar que é a combinação dessas três grandezas que deve permanecer
inalterada durante o processo.
dU = dQ - dW
dU
= nCV ∆T
166
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
W = PdV
nCV dT = 0 - PdV
-PdV
dT =
nCV
PdV + Vdp =
nRdT
PdV
PdV + Vdp =
-nR
nCV
PdV
-n ( CP - CV )
PdV + Vdp =
nCV
Agora, vamos dividir por PV, reorganizar alguns termos e eliminar n para
simplificar a equação:
dV dP
+
( C - C ) dV
- P V
=
V P CV V
167
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
CP
No tópico anterior, vimos que γ = , de modo que teremos:
CV
dV dP dV
+ =- ( γ -1)
V P V
dV dP dV
+ = (1- γ )
V P V
dV dP dV dV
+ = -γ
V P V V
dP dV
+γ =0
P V
P V
dP dV
∫P P + V∫ γ V =constante
0 0
P V
ln + γ ln =constante
P0 V0
Ou ainda:
γ
PV
= constante
P0 V0
PV γ P=
= 0 V0
γ
constante
PV = nRT
T
P~
V
168
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
Teremos então:
T γ
V = constante
V
TV γ -1 = constante
Ou ainda:
γ -1 γ -1
T=
f Vf T=
i Vi C
Ti Vfγ -1
=
Tf Viγ -1
T
V~
P
Então:
γ
T
P = constante
P
Tγ
= constante
P γ -1
DICAS
169
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Exemplo 9:
Ti Viγ -1
Tf =
Vfγ -1
310 × (12 )
1,40-1
Tf =
191,40-1
0,4
12
Tf 310 ×
=
19
Tf = 258 K
170
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
Pi Vi = Pf Vf
Pi Vi
Pf =
Vf
2 ×12
Pf =
19
Pf = 1,3 Pa
Exemplo 10:
Tf Vfγ -1 = Ti Viγ -1
Ti Viγ -1
Tf = γ -1
Vf
γ -1
V
Tf= Ti × i
Vf
Tf 300 × (15 )
1,40-1
=
Tf 300 × (15 )
0,40
=
Tf = 886 K
171
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Pf Vf γ = Pi Vi γ
γ
V
Pf= Pi × i
Vf
Pf = 1, 01×105 × (15 )
1,4
Pf 44,8 ×105 Pa
=
Wi→f = ∫ dW
Vi
Vf
Wi→f = ∫ PdV
Vi
PV γ P=
= 0 V0
γ
C
C
P=
Vγ
P = CV - γ
172
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
Vf
Wi→f = ∫ CV - γ dV
Vi
Vf
Wi→f = C ∫ V - γ dV
Vi
Vf
V1- γ
Wi→f =C
1- γ
Vi
1
Wi→f =
1- γ
( CVf1- γ - CVi1- γ )
1
Wi→f =
1- γ
( Pf Vf - Pi Vi )
Podemos utilizar a equação geral dos gases ideais para obter novas
relações entre essas grandezas:
nR
Wi→f = ( Tf - Ti )
1- γ
CP
Temos ainda que γ = e que R = Cp – CV. Com isso:
CV
nR
Wi→f = ( Tf - Ti )
CP
1-
CV
nR
Wi→f = ( Tf - Ti )
CV - CP
CV
nRCV
Wi→f = - (T - T )
( CP - CV ) f i
nRCV
Wi→f = - ( Tf - Ti )
R
Wi→f = -nCV ( Tf - Ti )
Wi→f -nCV Tf + nCV Ti
=
173
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Wi→f = U i - U f
Wi→f = -∆U
Com isso, vemos que o trabalho realizado pelo gás durante uma expansão
adiabática pode ser calculado com a análise da variação da energia interna
durante esse processo.
Exemplo 11:
Wi→f = -nCV ( Tf - Ti )
Pi Vi = nRTi
Pi Vi
n=
RTi
1, 01×105 ×1, 0 ×10-3
n=
8,314 × 300
n = 0, 0405 mol
174
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
Wi→=
f -0, 0405 × 20,8 × ( 886 - 300 )
Wi→f = -494 J
1
Wi→f =
1- γ
( Pf Vf - Pi Vi )
1 5 1, 0 × 10
-3
Wi→f
= 44,8 × 10 × -1, 01×105 ×1, 0 ×10-3
1-1, 40 15
Wi→f = -494 J
Exemplo 12:
volume:
PV γ P=
= 0 V0
γ
C
γ
P0 V
=
P V0
175
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
T=
K TC + 273,15
T=
K 27 + 273,15
TK ≈ 300 K
Ti Vfγ -1
=
Tf Viγ -1
1,4-1
300 5Vi
=
Tf Vi
300
= 50,4
Tf
300
Tf ≈
1,9
Tf ≈ 158 K
Tf ≈ -115 o C
176
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
1
Wi→f =
1- γ
( Pf Vf - Pi Vi )
Pi = 10 atm → 1, 013×106 N / m 2
Pf= 1, 05 atm → 1, 064 ×105 N / m 2
V=
i 1 l → 10-3 m3
Vf = 5 l → 5 ×10-3 m3
1
Wi→f
=
1-1, 4
(1, 064×105 × 5 ×10-3 -1, 013×106 ×10-3 )
1
Wi→f ≈- ( 0,532 -1, 013) ×103
0, 4
Wi→f ≈ 1, 2 ×103 J
Este foi o trabalho realizado pelo gás durante sua expansão adiabática.
Exemplo 13:
177
UNIDADE 3 | PROPRIEDADES DOS GASES IDEAIS
Pi Vi = Pf Vf
Pi Vf
=
Pf Vi
10 5Vi
=
Pf Vi
10
Pf =
5
Pf = 2 atm
V
Wi→f = nRT ln f
Vi
V
Wi→f = nRT ln f
Vi
V
Wi→f = Pi Vi ln f
Vi
Wi→f = 1, 013×106 ×10-3 ln ( 5 )
Wi→f ≈ 1, 013×103 ×1, 6 l
Wi→f ≈ 1, 63×103 J
178
TÓPICO 3 | PROCESSOS ADIABÁTICOS PARA GASES IDEAIS
FONTE: O autor
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RESUMO DO TÓPICO 3
• Uma expansão adiabática lenta também pode ser chamada de expansão quase-
estática.
• As seguintes relações entre pressão e volume de um gás ideal são válidas para
uma expansão quase-estática:
γ
PV
=C
P0 V0
PV γ P=
= 0 V0
γ
C
CP
em que γ = e C é uma constante.
CV
γ -1 γ -1
T=
f Vf T=
i Vi C
Ti Vfγ -1
=
Tf Viγ -1
Tγ
=C
P γ -1
• Durante uma expansão adiabática o gás realiza trabalho, que pode ser calculado
com a seguinte equação:
1
Wi→f =
1- γ
( Pf Vf - Pi Vi )
180
• Também é possível calcular o trabalho por meio de considerações sobre a
variação na temperatura:
nR
Wi→f = ( Tf - Ti )
1- γ
Wi→f = U i - U f
Wi→f = -∆U
181
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
FREIRE, C. W.; LEITE, D. Variação de entropia na termalização espontânea de
dois blocos distintos revisitada. Revista Brasileira de Ensino da Física, São
Paulo, v. 38, n. 1, 1701, 2016. <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v38n1/1806-9126-
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SOUZA, R. S.; SILVA, A. P. B.; ARAÚJO, T. S. James Prescott Joule e o
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Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 36, n. 3, p. 1-9, set. 2014.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A., Física II: Termodinâmica e ondas. 12. ed.
São Paulo: Editora Addison Wesley, 2008.
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