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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
Profa. Jociane Stolf
570
V947c Von Linsingen, Luana.
Ciências Biológicas e os PCNs/ Luana Von Linsingen
Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial, Grupo
UNIASSELVI, 2010.x ;
186 p.: il
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-335-8
APRESENTAÇÃO...................................................................... 7
CAPÍTULO 1
O Ensino de Ciências............................................................... 9
CAPÍTULO 2
A Prática Pedagógica do Ensino de Ciências ................... 43
CAPÍTULO 3
Os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Educação
em Ciências Natutrais e Biologia.........................................77
CAPÍTULO 4
Aspectos Essenciais do Ensino de Ciências ................... 111
CAPÍTULO 5
Novas Perspectivas para o
Ensino de Ciências e Biologia ........................................... 151
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Bons estudos!
7
C APÍTULO 1
O Ensino de Ciências
ConteXtualiZação
Ensinar Ciências, hoje, é tão necessário quanto problemático. Você saberia
para que serve o suor, por exemplo, se não tivesse aprendido alguma coisa sobre
pele, sistema excretor ou endócrino? Se não tivesse visto algo sobre calor e
estados físicos da água?
A Ciência – sem o “s” porque se pensa em uma entidade – está tão presente
no cotidiano como a nossa língua materna e a matemática. No geral, porém,
percebemo-na “pelas pontas”, fragmentada, muitas vezes até enigmática. Outras
tantas vezes a usamos sem sequer nos perguntar acerca dela – ou você costuma
pensar sobre o mecanismo do código de barras toda vez que vai ao supermercado?
11
Ciências Biológicas e os PCNs
Refl etir um pouco sobre como o Ensino de Ciências foi instaurado no Brasil
e sob que panorama mundial auxilia a entender a maneira como acabamos
ensinando Ciências hoje, mesmo com diversas propostas metodológicas
alternativas e novas propostas curriculares.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
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Ciências Biológicas e os PCNs
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
importância da vivência científi ca não apenas para eventuais futuros cientistas, mas
também para o cidadão comum.
LDB ou LDBEN
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Ciências Biológicas e os PCNs
• analisar as variáveis;
Atividade de Estudos:
Lembrando o passado!!!
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
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Ciências Biológicas e os PCNs
Bem aceito pelas correntes construtivistas, também foi alvo de críticas por
não levar em consideração que a construção do conhecimento científi co tem
exigências relativas a valores humanos, à construção de uma visão de Ciência
e suas relações com a Tecnologia e a Sociedade (infl uência do pensamento dos
Estudos CTS) e ao papel dos métodos das diferentes ciências.
Da década de 1980
aos dias atuais, a Da década de 1980 aos dias atuais, temas relativos ao meio
interdisciplinaridade ambiente, saúde, relações entre indústria e agricultura, ciência e
e o construtivismo
tecnologia, foram sendo incluídos nos currículos. A interdisciplinaridade
são tendências
marcantes que até e o construtivismo são tendências marcantes que até hoje têm aplicação
hoje têm aplicação pretendida nas escolas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
pretendida nas sugerem fortemente a participação ativa do professor, com o suporte de
escolas. livros e materiais didáticos.
Atividade de Estudos:
18
Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
Fundamental e Médio deveriam ter base nacional comum, mas cada escola
poderia complementar com suas características regionais e locais sociais, culturais
e econômicas. As ciências naturais e físicas têm obrigatoriedade reforçada nos
currículos, preferencialmente dentro da realidade social e política brasileira.
Ensinar Ciências
Para que ensinar Ciências? Melhor dizendo: para que aprender Ciências?
Esta é uma boa pergunta para fazer a si mesmo, pois é a mesma que muitos
alunos se fazem, junto a um desanimado suspiro a caminho da sala de aula.
• atrai talentos para as carreiras científi cas, necessárias ao mundo que temos
hoje, marcadamente tecnológico e científi co;
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de estudos:
Investigação rápida
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
21
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
22
Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
cotidiano do aluno de modo que façam sentido. Apenas desse jeito é que eles
verão a importância de se aprender Ciências, e mais importante: desenvolverão
um olhar investigativo e questionador para o mundo à volta deles.
Além disso, o ensino de Ciências não pode fi car direcionado apenas para
os conhecimentos que já foram produzidos e publicados (embora também seja
importante conhecê-los). É preciso criar nos alunos, em todas as fases da
Educação Básica, a necessidade de eles mesmos buscarem sempre pelo novo,
despertando o gosto pela pesquisa e pela produção individual, que deve ser
socializada em benefício do coletivo.
Atividade de Estudos:
Pense um pouco!!!
O Conceito de Ciência
O que é Ciência?
Atividade de Estudos:
Pense um pouco!!!
1) O que é Ciência para você? Anote suas refl exões e guarde, pois
iremos retomar esta atividade mais adiante.
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Veja o que uma turma de sexta série (em 2009) respondeu à pergunta:
• é a disciplina Ciências;
• é aquilo que gera a Natureza;
• é vida;
• é o corpo humano;
• ensina como cuidar do meio ambiente;
• existe em tudo;
• é uma descoberta;
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
Para muitos autores, o conceito de Ciência não é claro para grande parte
das pessoas. É comum pensá-la relacionando-a quase exclusivamente a
desenvolvimentos científi cos notáveis ou a nomes de cientistas conhecidos (mal
recordando o que eles exatamente faziam ou para quê).
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Ciências Biológicas e os PCNs
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
FASE
TEORIA / PERÍODO
(Normal/ Revolucionária/Transição)
Geração Espontânea ou Abiogênese / séc. XVI
Biogênese/ séc. XVII
Biogênese/ séc. XIX
Experimento de Mendel/ séc. XIX
Experimento de Mendel/ séc. XX
Teoria da Evolução de Darwin/ séc. XIX
Teoria da Evolução de Darwin/ séc. XXI
Teoria dos Campos Mórficos/ séc. XXI
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
Considere que:
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
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Ciências Biológicas e os PCNs
O ConHecimento CientÍFico
Diante do mundo, os primeiros conhecimentos que construímos são baseados
em situações concretas: o que vemos, o que tocamos, o que ouvimos, o que sentimos
pela gustação e pelo olfato. As impressões que obtivemos dessas experiências
variam de muito palpáveis a muito difusas. Porém são concretas, porque vêm do
mundo imediato, físico.
Esta aparente circulação solar pela atmosfera terrestre se torna um coefi ciente
de realidade que, por sua vez, valoriza ao extremo o conceito associado, que é: a
Terra é fixa no centro do universo.
b) A generalização
bomba; o sistema nervoso a uma rede elétrica ou telefônica; o cérebro a uma noz;
um computador a um cérebro; e por aí vai.
Atividade de Estudos:
Pense um pouco:
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Ciências Biológicas e os PCNs
Para Bachelard, fi car afl ito atrás de um “lugar” defi nitivo para o ornitorrinco
na taxonomia é um falso problema, que demanda tempo, inteligência,
investimento pessoal que poderia ser aplicado com mais sucesso em pesquisas
de maior validade.
Esse tipo de ação, contudo, vai contra a necessidade das certezas imediatas
que as convicções primárias oferecem, gerando mau humor e resistência.
Atividade de Estudos:
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
Pense um pouco!!!
Algumas ConsideraçÕes
Um dos objetivos deste capítulo girou em torno da contextualização do
ensino de Ciências, tanto pelo resgate abreviado de sua história no Brasil, em
consonância com o mundo, quanto pela discussão de alguns aspectos em sua
atualidade que terão maior aprofundamento nos capítulos adiante.
A anedota que diz que os alunos são do século XXI, os professores são do
século XX e a educação é do século XIX faz, na verdade, uma síntese desse
quadro de adaptações. Os alunos que nasceram no mundo como está hoje e que
estão apressados e impacientes com a “lentidão” dos mais velhos, mais adiante
também enfrentarão a complexa arte de se adaptar: saber o que é e o que não é
possível ser mudado e o que deve ser mantido.
Outra meta era caracterizar, de forma geral, conceitos que são essenciais
para a prática do ensino de Ciências: o conceito de Ciência, o conceito de
Conhecimento Científi co e o conceito de Conhecimento Científi co Escolar.
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Ciências Biológicas e os PCNs
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Capítulo 1 O ENSINO DE CIÊNCIAS
ReFerências
BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para
uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BAZZO, Walter A.; LINSINGEN, Irlan; PEREIRA, Luis T. V. (Ed.). Introdução aos
estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Madrid: OEI, 2003.
41
C APÍTULO 2
A Prática Pedagógica do Ensino
de Ciências
ConteXtualiZação
Todos nós construímos nossas compreensões sobre o que é um professor (o
chato, o “pai” / “mãe”, o durão, o legal), o que deve fazer, que papel deve exercer,
a função social da escola. Essa construção não se dá somente no contato com
a escola, mas também por meio de fi lmes, livros, propagandas, até mesmo em
anedotas.
Você verá que a construção dessa identidade profi ssional não é algo natural,
um “dom” recebido, e muito menos fácil; mas resultado de muita transpiração,
dedicação e paciência.
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
Polêmica!!!
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
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Ciências Biológicas e os PCNs
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/
como-responder-perguntas-indiscretas-alunos-fazem-respostas-
professor-546796.shtml?page=0
a) O professor iniciante
Diante desses confl itos, os professores lidam de modo pessoal, agindo das
seguintes formas:
Atividade de Estudos:
RELATO FASE
“[...] Quanto tempo eu demorei para aprender física? Não foi nem um nem dois
anos. [...] Hoje em dia eu vejo que é muito difícil você exigir o aprendizado do seu
aluno em seis meses ou um ano. [...] Se para mim levou tanto tempo, tenho certe-
za que para ele vai demorar também”. (BEJARANO; CARVALHO, 2003, p. 10).
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Ciências Biológicas e os PCNs
b) O professor e a saúde
ATIVIDADE PROBLEMA
Permanecer em pé Dores nas costas, nas pernas e nos
pés; desvios e sobrecarga da coluna.
Corrigir trabalhos escolares LER (Lesão por Esforço Repetitivo)
e outras complicações relativas aos
REPERCUSSÕES DE ORDEM FÍSICA
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Antes que você comece a achar que estamos querendo assustá-lo e fazê-lo
fugir da profi ssão, saiba que o propósito deste quadro é mostrar alguns problemas
que podem surgir caso não sejam tomadas algumas medidas de precaução.
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Ciências Biológicas e os PCNs
• Diminua o volume de tarefas a levar para casa (não as dos alunos; as suas).
Tente corrigir trabalhos, tarefas e avaliações na escola. Pode acontecer, na
organização dos horários das disciplinas, que fi que um “espaço” para você (as
chamadas “janelas”). Ao invés de maldizê-las, aproveite o tempo para
planejar aulas, atividades e também para diminuir a carga de correções
Aquilo que o para levar para casa.
afeta física e
emocionalmente
termina por Essas são algumas sugestões para evitar ou amenizar problemas
comprometer físicos e emocionais decorrentes da profi ssão docente. Nem sempre é
também o seu possível manter-se saudável; mas o ideal é se esforçar para isso. Afi nal,
desempenho
aquilo que o afeta física e emocionalmente termina por comprometer
profissional.
também o seu desempenho profi ssional.
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Evite:
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Ciências Biológicas e os PCNs
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
O PlaneJamento
Planejar é programar um roteiro onde se esboçam metas,
Planejar é
prioridades e intenções. No caso do planejamento voltado à educação,
programar um
contudo, essa simples defi nição se torna bem mais intrincada. A roteiro onde se
começar, desvela-se em pelo menos três modalidades (LIBÂNEO, esboçam metas,
1994): o plano da escola, o de ensino e o de aulas. prioridades e
intenções.
a) Plano da escola
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/questoes-
essenciais-projeto-pedagogico-427805.shtml
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
Pense um pouco
b) Plano de Ensino
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
Pense um pouco:
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Ciências Biológicas e os PCNs
c) Plano de aula
Cada plano de aula
esboça a previsão
do que será tratado Dentro do plano de ensino estão os planos de aula. Cada plano de
em uma aula ou aula esboça a previsão do que será tratado em uma aula ou conjunto de
conjunto de aulas. aulas, tendo por isso um olhar mais específi co, em que revela métodos
de abordagem do assunto, atividades em classe e o conteúdo em si.
http://revistaescola.abril.com.br/planos-de-aula/
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/buscarAulas.html
Em outros dizeres, não adianta prepararmos uma aula só, mas um conjunto de
aulas, uma sequência didática.
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
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Ciências Biológicas e os PCNs
• aplicação;
• avaliação.
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Um erro comum é O planejamento, acima de tudo, precisa ser fl exível, pois cada
usar o momento turma é diferente da outra, cada nível tem suas particularidades e cada
do planejamento ano traz sua novidade. Embora existam escolas que ainda entendem
apenas para
organizar uma o planejamento de maneira burocrática, como mero preenchimento
sequência de de fi chas com prazos de entrega (AMORIM, 2009), e também como
conteúdos para instrumento de controle da “efi ciência” do professor (MONTEIRO,
determinado 2009), não é possível cumpri-lo à risca: sempre haverá modifi cações e
período.
é inclusive esperado que tal aconteça.
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Enquanto planejar tem a ver com a estreia das atividades com os alunos,
a avaliação tem a ver com fechamento dessas atividades. Entretanto, esse
fechamento nada tem a ver com o “fi m” de determinado período ou tema; ao
contrário, quanto mais avaliações houver no decorrer do tema, melhor.
A Avaliação
Avaliar vem do latim a + valere (KRAEMER, 2005), ou atribuir valor e mérito
ao objeto em estudo. A compreensão da ideia de atribuição de valor, porém,
dentro do processo ensino-aprendizagem, tem sido interpretada como uma
“medição” dos conhecimentos adquiridos pelos alunos, e não num sentido mais
desconectado deste aspecto “numérico” da medição.
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Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
Agora responda:
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
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http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/aval_fcc_18_p007-011_c.pdf
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Ciências Biológicas e os PCNs
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
O sistema social se contenta com as notas - as Sistema social preocupado com o futuro - já
notas são suficientes para os quadros estatísticos. alertava o ex-ministro da Educação, Cristó-
Resultados dentro da normalidade são bem vistos, vam Buarque: “Para saber como será um
não importando a qualidade e os parâmetros para país daqui a 20 anos, é preciso olhar como
sua obtenção (salvo nos casos de exames como o está sua escola pública no presente”. Esse
ENEM que, de certa forma, avaliam e “certificam” é um sinal de que a sociedade já começa
os diferentes grupos de práticas educacionais e a se preocupar com o distanciamento
estabelecimentos de ensino). educacional do Brasil com o dos demais
países. É esse o caminho para revertermos
Implicação - não há garantia sobre a qualidade, o quadro de uma educação “domesticado-
somente os resultados interessam, mas estes são ra” para “humanizadora”.
relativos. Sistemas educacionais que rompem com
esse tipo de procedimento tornam-se incompatíveis Implicação - valorização da educação de
com os demais, são marginalizados e, por isso, resultados efetivos para o indivíduo.
automaticamente pressionados a agir da forma
tradicional.
Para que a nova avaliação funcione, o professor necessita de Mudar a forma como
uma reformulação conceitual porque mudar a forma como se avalia se avalia implica
implica mudar também a forma como se ensina e, especialmente, mudar também a
como se planeja o processo de ensino. forma como
se ensina.
É claro que o aluno precisa colaborar também. Para isso
acontecer, recomenda-se uma negociação com a classe, expondo os objetivos
da avaliação e discutindo os critérios, enfatizando a necessidade da participação.
Atividade de Estudos:
Pense um pouco!!!
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Ciências Biológicas e os PCNs
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Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
a) ( ) Somente o I.
b) ( ) Somente o II.
c) ( ) Somente o III.
d) ( ) Nenhum deles.
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Ciências Biológicas e os PCNs
Uma boa avaliação, qualquer que seja ela, envolve três etapas:
PROVA RELATÓRIO
TIPO PROVA OBJETIVA
DISSERTATIVA INDIVIDUAL
Série de perguntas diretas, Série de perguntas que Texto produzido pelo
Definição
68
Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Analise os itens que muitos er- cias e novos enfoques que do ponto em que os
raram para ver se a questão foi permitam ao aluno chegar alunos se encontram
mal formulada ou se é preciso à formação dos conceitos na compreensão dos
retomar o conteúdo específico. mais importantes. conteúdos trabalhados.
eficaz. argumentos.
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Ciências Biológicas e os PCNs
CONSELHO DE
TIPO AUTOAVALIAÇÃO OBSERVAÇÃO
CLASSE
Análise oral ou por escrito que Análise do desempenho do Reunião liderada pela
Definição
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Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
esse instrumento será usado sidere somente os dados a reunião não virar só
para ajudá-lo a aprender. fundamentais no processo uma confirmação de
de aprendizagem. aprovação ou re-
provação.
Forneça um roteiro de Elabore uma ficha com Conhecendo a pauta
autoavaliação, com as áreas atitudes, habilidades e de discussão, liste os
Planejamento
sobre as quais você gostaria competências que serão itens que pretende co-
que ele discorresse. Liste observadas. Isso vai auxil- mentar. Todos devem
conteúdos, habilidades e iar na percepção global da ter direito à palavra
comportamentos. turma e na interpretação para enriquecer o diag-
dos dados. nóstico dos problemas.
Use esse documento ou Compare as anotações do O resultado final deve
depoimento como uma das início do ano com as mais levar a um consenso
Análise
grupo para ajudá-lo a superar mento do aluno e permite deve prever mudanças,
as dificuldades. a elaboração de inter- tanto na prática diária
venções específicas para como no currículo e na
cada caso. dinâmica escolar, sem-
pre que necessário.
71
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
A Autoavaliação
Uma das formas de estimular o aluno a se empenhar no seu desenvolvimento
conceitual é a autoavaliação, assunto polêmico por ser mal compreendida e mal
aplicada.
72
Capítulo 2 A PRÁTICA PEDAGÓGICA
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
• Dupla reflexão: Numa autoavaliação do tipo escrita, o aluno refl ete para
preencher sua parte e, depois, o professor o avalia seguindo os mesmos
critérios. As divergências e os pontos fracos indicados por ambos devem ser
considerados no encaminhamento de melhorias.
Atividade de Estudos:
Repensando
Com base no que você leu neste capítulo e no anterior, formule uma
nova justifi cativa para a disciplina de Ciências, considerando desta
vez:
73
Ciências Biológicas e os PCNs
Algumas ConsideraçÕes
Muitas coisas que fazemos são movidas por planejamento, seja ele
sistemático ou não. Quando vamos ao supermercado, por exemplo, temos uma
listinha de compras nos guiando, esteja ela escrita ou na cabeça. Para montar
a listinha, precisamos checar a despensa, avaliar nossa situação fi nanceira e
programar o uso dos itens ao longo dos dias. E, mesmo com a listinha, algumas
coisas não podem ser levadas – ou porque aumentaram de preço, ou porque
estavam em falta - enquanto outras, que não estavam planejadas, acabam
entrando no carrinho.
ReFerências
AMORIM, Fabrícia. Abordagem contextualizada e interdisciplinar em
projetos de ensino de ciências visando a inclusão social: um estudo nas
escolas do Maciço do Morro da Cruz - Florianópolis, (SC). 126 f. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de
Pós-Graduação em Educação Científi ca e Tecnológica, Florianópolis, 2009.
BIBIANO, Bianca. Refl etir e avançar. Revista Nova Escola, ano XXV, n. 230, p.
80-82, mar. 2010.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Coleção Magistério:
2º Grau; Série Formação do Professor).
75
Ciências Biológicas e os PCNs
NUNES, Ronaldo. Da intenção à ação. Revista Nova Escola, ano XXV, n. 229,
p. 72-74, jan./fev. 2010.
POLATO, Amanda. Quem tem medo de... prova. Revista Nova Escola, ano
XXIV, n. 224, p. 82-84, ago. 2009.
SANT’ANA, Ilza M.; RAMOS, Heloisa C. Os nove jeitos mais comuns de avaliar
os estudantes e os benefícios de cada um. Revista Nova Escola. São Paulo,
ed. Especial “Planejamento”, jan. 2009. Disponível em: <http://revistaescola.abril.
com.br/planejamento-e-avaliacao/tabela_avaliacao_024.html>. Acesso em: 08
jun. 2010.
76
C APÍTULO 3
Os Parâmetros Curriculares
Nacionais e a Educação em
Ciências Naturais e Biologia
ConteXtualiZação
Você já se deu conta de que a sua habilitação lhe capacita e propicia um
vasto campo de atuação no que diz respeito às variedades oferecidas pela
licenciatura? Falamos em Ensino de Ciências e Ensino de Biologia ou professores
de Ciências e professores de Biologia... e, talvez, você comece a cismar com
essas denominações e a pensar: “puxa, mas estou me formando em licenciatura
para Biologia! Por que enfi ar Ciências no meio?”.
Sim, você estará capacitado(a) para ambos os níveis com o seu diploma,
desde que leve em consideração que, para cada nível, um assunto específi co
será abordado de uma forma determinada. No Ensino Médio, por exemplo, será
possível um maior aprofundamento dos conteúdos e das discussões em Biologia,
inclusive no enfoque de Genética. No Ensino Fundamental, contudo, o viés da
Biologia é mais “suave”, enfocando Ecologia no 6º ano, Zoologia no 7º, Corpo
Humano no 8º e... bem, no 9º ano a coisa fi ca um pouquinho mais complexa para
nós, formados em Ciências Biológicas. Na antiga 8ª série, o enfoque passa a ser
a química e física. É bom que você já fi que sabendo deste detalhe.
O currículo programado pela maior parte das escolas (e que se refl ete nos
livros didáticos) nos obriga a abordar temas como Matéria, Energia, Elementos
Químicos, Gravitação, Modelos Atômicos... esses assuntos que geralmente
estudamos quando estávamos no colégio, mas que raramente retomamos no
curso de Biologia – quando o fazemos, o é com outro enfoque. É possível trabalhar
esses assuntos, que são inegavelmente importantes, sem recorrer a cálculos e
fórmulas. Mantendo-se concentrado nos conceitos e procurando contextualizá-los
através do enfoque ambiental e tecnológico, construindo-os para que os alunos
exercitem a cidadania, pode ser a melhor opção.
Que conteúdo seguir? Como organizar uma aula? O que é mais relevante
e o que é menos relevante? Não tenho a menor pretensão em responder estas
questões, apenas apresentar algumas dicas, orientar você a respeito do onde
procurar as respostas a delas. O resto, você aprende com a prática e com o
tempo.
• ser relevantes do ponto de vista social e ter revelados seus refl exos na cultura,
para permitirem ao aluno compreender, em seu cotidiano, as relações entre
o homem e a natureza, mediadas pela tecnologia, superando interpretações
ingênuas sobre a realidade a sua volta.
80
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
81
Ciências Biológicas e os PCNs
VisÕes de CurrÍculo
Consultando o Dicionário Aurélio Eletrônico (2009), o termo currículo quer
dizer: “1. Ato de correr. 2. Atalho, corte. 3. Parte de um curso literário. 4. As
matérias constantes de um curso. 5. Adaptação de Curriculum vitae”. Qual delas
se encaixa no âmbito educativo? Provavelmente a resposta que você pensou é
o item 4, que é uma acepção defasada e discutida de Currículo.
82
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
83
Ciências Biológicas e os PCNs
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=ar
ticle&id=12624:ensino-fundamental-publicacoes&catid=195:seb-
educacao-basica.
Atividade de Estudos:
84
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
85
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
86
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
87
Ciências Biológicas e os PCNs
88
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
Atividade de Estudos:
89
Ciências Biológicas e os PCNs
90
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
91
Ciências Biológicas e os PCNs
EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO
Na área Em Biologia
Símbolos, códigos e nomenclaturas de ciência e tecnologia
92
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
Elaboração de comunicações
Elaborar comunicações orais • Escrever relatórios, pequenas sínteses e fazer relatos orais,
ou escritas para relatar, ana- utilizando linguagem específica para descrever com precisão
lisar e sistematizar eventos, fenômenos biológicos (como, por exemplo, a circulação do
fenômenos, experimentos, sangue nos vertebrados ou a clonagem de um ser vivo), car-
questões, entrevistas, visi- acterísticas dos seres vivos observados ao microscópio (como
tas, correspondências. a estrutura básica de uma célula ou de um microrganismo), a olho
desarmado (como a distinção entre as diferentes ordens de insetos
ou as adaptações de plantas de ambientes secos) ou, ainda, para
descrever características de um determinado ambiente (como a
caatinga ou os cerrados).
• Produzir textos argumentativos sobre temas relevantes, atuais e/
ou polêmicos, como, por exemplo, os referentes à biotecnologia, à
sexualidade, à biodiversidade e outras questões ambientais.
• Elaborar resumos, identificando as ideias principais de um texto,
de um filme ou de uma reportagem televisiva relacionadas a
temas biológicos.
• Escrever resenhas de livros; produzir roteiros para entrevistar
especialistas ou membros da comunidade sobre um tema específico,
como os problemas de saúde decorrentes do lixo, das enchentes, de
hábitos de vida; organizar as respostas e apresentar de forma clara e
objetiva os resultados obtidos.
• Escrever reportagens enfocando as questões críticas para o
âmbito local ou geral como as relacionadas a lazer, moradia, tra-
balho, nutrição, saneamento e outras que dizem respeito à saúde
e à qualidade de vida.
93
Ciências Biológicas e os PCNs
• Representação/Expressão e Comunicação:
94
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO
Na área Em Biologia
Estratégias para enfrentamento de situações-problemas
Identificar em dada situação- • Identificar em experimentos ou a partir de observações realiza-
-problema as informações das no ambiente como determinadas variáveis – tempo, espaço,
ou variáveis relevantes e temperatura e outras condições físicas – interferem em fenôme-
possíveis nos biológicos, como, por exemplo, a influência da temperatura
estratégias para no crescimento de micro-organismos e no metabolismo dos seres
resolvê-la. vivos, da salinidade do meio para as trocas de nutrientes ou tro-
cas gasosas, da exposição da planta ao Sol na sua reprodução e
propor maneiras para controlar os efeitos dessas variáveis.
• Aplicar conhecimentos estatísticos e de probabilidade aos
fenômenos biológicos de caráter aleatório ou que envolvem um
universo grande para solucionar problemas, tais como: prever a
probabilidade de transmissão de certas características hereditá-
rias, ou estabelecer relações entre hábitos pessoais e culturais e
desenvolvimento de doenças.
95
Ciências Biológicas e os PCNs
Selecionar e utilizar instru- • Fazer uso de escalas para representar organismos, parte deles
mentos de e estruturas celulares.
medição e de cálculo, utilizar • Elaborar suposições e hipóteses sobre fenômenos estudados
escalas, fazer estimativas, e cotejá-las com explicações científicas ou com dados obtidos
elaborar hipóteses e inter- em experimentos. Por exemplo, confrontar as hipóteses dos
pretar resultados. alunos sobre a origem da vida com as apresentadas pela ciência;
antecipar os resultados de um experimento que esteja avaliando
a influência de fatores ambientais – luz, umidade, temperatura –
na germinação
de sementes e compará-los com os dados experimentais.
• Investigação e Compreensão
96
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL
Na área Em Biologia
Ciência e tecnologia na história
Compreender o conhe- • Perceber os conhecimentos biológicos como interpretações
cimento científico e o sobre o funcionamento e as transformações dos sistemas vivos,
tecnológico como resultados construídas ao longo da história e dependentes do contexto
de uma construção humana, social
inseridos em um processo em que foram produzidas.
histórico e social. • Analisar ideias biológicas, como a teoria celular, as concepções
sobre a hereditariedade de características dos seres vivos, ou,
ainda, as teorias sobre as origens e a evolução da vida como
construções humanas, entendendo como elas se desenvolveram,
seja por acumulação, continuidade ou ruptura de Paradigmas.
97
Ciências Biológicas e os PCNs
• Contextualização Sociocultural:
98
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
b) Os Temas Transversais
99
Ciências Biológicas e os PCNs
As relações entre Ciência e Ética também devem ser consideradas. Elas são
diretas, na própria prática de investigação e difusão do conhecimento e, também,
indiretas, expressas nas relações entre Ciência, poder e economia. A questão do
uso de animais em laboratório, seja cosmético, seja biofarmacêutico, seja para
estudo universitário, é um bom exemplo dessa discussão.
c) Os Temas Estruturadores
101
Ciências Biológicas e os PCNs
ciências ambientais, visa a mostrar aos alunos como a vida se diversifi cou a partir
de uma origem comum e dimensionar os problemas relativos à biodiversidade.
Atividade de Estudos:
Materiais Didáticos
Com os documentos ofi ciais que servem de diretrizes e inspiração ao
planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento dos conteúdos para os níveis
Fundamental e Médio de ensino, há um material de apoio ao professor, chamado
regularmente de Material Didático.
102
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
A praticidade assumiu o lugar da refl exão e foi neste palco que surgiu o
livro didático, com uma posição de direcionamento e orientação do trabalho
escolar, tornando-se inclusive elemento obrigatório nas escolas. O professor foi
progressivamente deixando o lugar de centro do ensino e transformou-se em uma
espécie de auxiliar das atividades didáticas promulgadas pelos autores do livro
didático. (CEZAR; CALSA; ROMUALDO, 2009).
103
Ciências Biológicas e os PCNs
http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID132/v10_n3_a2005.pdf
104
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
Atividade de Estudos:
Este material tem sido alvo de intensa avaliação conceitual, O LD tem sido
industrial, comercial, de adoção, de avaliação e de utilização porque alvo de intensa
possui papel excepcional na veiculação de conhecimentos científi cos, avaliação conceitual,
graças a seu potencial em disseminar informações e a sua facilidade industrial, comercial,
de adoção, de
na utilização diária por alunos e professores, o que confere ampla
avaliação e de
penetração na comunidade escolar de todas as camadas sociais. utilização porque
(SANDRIN; PUORTO; NARDI, 2005). Os autores também alertam possui papel
para o fato de que a regulação criteriosa voltada aos livros didáticos excepcional na
para o Ensino Fundamental não se aplica àqueles para o Ensino veiculação de
Médio. Assim, se você se vir ministrando aulas neste nível de ensino, conhecimentos
tenha atenção redobrada! científicos.
105
Ciências Biológicas e os PCNs
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/historia-livro-
didatico-mec-pnld-532344.shtml
106
Capítulo 3 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E
A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E BIOLOGIA
O LPDL (livro paradidático lúdico) também tem objetivo pedagógico – por isso
é um paradidático - porém se vale fundamentalmente da ludicidade, propondo
atividades ou experiências que estimulem as sensações, as emoções e a razão.
Atividade de Estudos:
107
Ciências Biológicas e os PCNs
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Algumas ConsideraçÕes
A não ser que já se possua uma inclinação para a coisa, geralmente não
gostamos de ler documentos legais. São longos, abarrotados de cláusulas e
tortuosidades técnicas que, quando não dão sono, dão afl ição. A leitura de tais
documentos, além de tudo, consome um tempo enorme e se existe algo de que o
professor se queixa, é da falta de tempo.
Explicando o que são essas siglas – PCN e PCNEM - sua organização, sua
importância, seus objetivos para os níveis Fundamental e Médio de ensino, as
competências promulgadas para os alunos de Ciências e Biologia, entre outros
detalhes, a intenção foi de fazer com que eles e você entrassem em contato.
As atividades aplicadas ao longo do percurso tinham como foco fazer com que
você não deixasse passar em branco aspectos importantes – como a questão do
currículo, as diferenças entre Temas Transversais e Estruturadores, entre outros
detalhes – e, também, tivesse uma ideia de algumas questões que são pedidas
em concursos. E você fará alguns, caso pretenda ingressar na rede pública.
Por último, mas não menos importante, foram apresentados três dos
materiais didáticos mais frequentes nas escolas: o sempre presente livro didático,
alvo de muitas discussões, críticas e controvérsias, mas também capaz de ser um
amigo do professor; e os livros paradidáticos, que são comuns, utilizados, porém
nem sempre de maneira atenta.
ReFerências
ARAÚJO, Mauro S. T.; SANTOS, Cristina C. Abordagem de tópicos de
educação ambiental utilizando um livro paradidático no ensino fundamental. In:
ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 5,
2005, Bauru, SP. Atas... São Paulo: ABRAPEC, 2005.
109
Ciências Biológicas e os PCNs
CEZAR, Kelly P. L.; CALSA, Geiva C.; ROMUALDO, Edson C. Livro didático: seu
papel nas aulas de acentuação gráfi ca. Educar em revista, Curitiba: UFPR, n.
34, p. 215-230, mai./ ago. 2009.
ConteXtualiZação
Selecionar o conteúdo parece ser uma das primeiras e cruciais preocupações
de professores em início de carreira. Essa preocupação, claro, continua a perturbar
as mentes docentes ao longo da caminhada profi ssional, porém, em parte porque
você acaba se familiarizando com o que se espera no nível de escolaridade no
qual está lecionando, deixa de se tornar uma coisa central. Suas preocupações
passam a ser não tanto o que dar, mas como dar o conteúdo.
Assim, se você ainda não tinha ouvido falar sobre taxonomia dos verbos
de aprendizagem, história da Ciência, interdisciplinaridade, problematização e
recursos instrucionais, por exemplo, este é o momento.
Caso você não só já ouviu falar como ainda leu algo a respeito, é uma
oportunidade para uma revisão, novas leituras, solução de algumas dúvidas e,
talvez, percepção de algumas confusões e pluri-interpretações, tão comuns no
campo do conhecimento.
Principais
Ensino-aprendizagem Objetivo é que
ABORDAGEM Aluno é Professor é autores e
leva em conta o aluno
seguidores
• Passivo. • Autoridade. • Aulas expositivas. • Domine o • Émile Chartier.
• Assimilador de • Transmissor • Exercícios de fixação. conteúdo • Georges
Tradicional
conteúdos. de conteú- • Leituras-cópia. cultural Snyders.
dos. universal.
• Elemento • Selecionador • Ênfase nos meios • Lide “cien- • B. F. Skinner.
para o qual e organi- que proporcionam o tificamente”
Comportamen-
o material é zador dos ensino. com os
talista
preparado. meios de problemas da
ensino. realidade.
• Ativo. • Facilitador da • “Não-diretivo”. • Seja criativo, • Rogers.
• Centro do aprendiza- • Conteúdos programá- participativo e
processo. gem. ticos selecionados a que “aprenda
Humanista partir dos interesses a aprender”.
dos alunos.
• Ênfase na autoava-
liação.
• Ativo. • Criador de • Baseado no ensaio e • “Aprenda a • Jean Piaget e
situações no erro. pensar”. Jerome Bruner
desafiadoras • Pesquisa, investiga- (criadores).
e desequili- ção. • J. Dewey, Mon-
Cognitivista bradoras. • Solução de proble- tessori, Decroly
mas. (seguidores).
• Ênfase em trabalhos
em equipe e nos
jogos.
114
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
115
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
116
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Devo frisar que o quadro construído visa a introduzir para você alguns aspectos
dessas abordagens, não sendo, por isso, conclusivo nem mesmo profundo. Por
essa razão, é mais do que recomendável que você aceite as indicações de leitura
a seguir.
117
Ciências Biológicas e os PCNs
http://www.erebiosul2.ufsc.br/trabalhos_arquivos/comunicacoes%20
construtivismo.pdf
www.portal.santos.sp.gov.br/seduc/request.php?297
b) Objetivos de Aprendizagem
Você lembra que vimos, no capítulo anterior, que existem três dimensões
básicas a ser consideradas na elaboração de um planejamento? Quais eram elas?
Atividade de Estudos:
118
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Dimensão Definição
Cada nível de raciocínio tem associação com verbos de ação ou verbos que
sintetizam o mais adequadamente possível o que se espera que o aluno faça ao
atingir aquele objetivo.
119
Ciências Biológicas e os PCNs
Síntese Reunir ideias para formar algo novo. Categorizar, generalizar, reconstruir.
Avaliar, criticar, julgar, justificar, argu-
Avaliação Fazer julgamentos sobre o valor.
mentar, respaldar.
Nível Verbos
Lembrar Reconhecer, recordar.
Compreender Classificar, comparar, exemplificar, explicar, inferir, interpretar, resumir.
Aplicar Executar, realizar.
Analisar Atribuir, diferenciar, organizar.
Avaliar Criticar, verificar.
Criar Gerar, planejar, produzir.
Veja que não apenas os níveis foram “rebatizados” como a “síntese” (agora
“criar”) trocou de lugar com a “avaliação” (agora “avaliar”).
A taxonomia dos verbos pode ser muito útil para o planejamento e desenho de
eventos de aprendizagem. Ela também oferece apoio ao esforço de compatibilizar
testes de avaliação com conteúdo de ensino.
120
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
Dica: avalie em conjunto os verbos que defi nem o que é para ser
feito pelo aluno e a proposta da questão.
121
Ciências Biológicas e os PCNs
c) Estratégias de Ensino
Tem como objetivo principal fundamentar os resultados científi cos que são
abordados em sala.
que queremos ensinar e, assim, fazer com que ele visualize as razões e a
importância de saber sobre esses resultados.
123
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
124
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
• A Divulgação Científica
Para Bertolli Filho (2007), é uma prática realizada por comunicadores e por
cientistas que se apoiam em recursos da mídia, com formatação própria – que
depende da forma como está sendo veiculada, se por meio escrito, televisionado ou
falado via rádio – cujo objetivo é compartilhar a uma maioria de indivíduos entendidos
como leigos um patrimônio de pensamentos e informações científi cas
que é geralmente restrito a uma minoria, cunhada de especialista. A divulgação
científica é parte
Silva e Almeida (2005) concordam com isso, afi rmando ainda do espaço público
de circulação de
que a divulgação científi ca é parte do espaço público de circulação
discursos sobre a
de discursos sobre a ciência e da ciência, que fazem parte do ciência e da ciência.
processo de produção do conhecimento científi co.
125
Ciências Biológicas e os PCNs
http://www.sbf1.sbfi sica.org.br/eventos/epef/x/atas/resumos/T0077-
1.pdf
http://www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/viewarticle.
php?id=399&layout=abstract
126
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
Antecipando a Prática
127
Ciências Biológicas e os PCNs
• A Atividade Experimental
128
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
129
Ciências Biológicas e os PCNs
130
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
131
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
Exemplo I:
Exemplo II:
Exemplo III:
132
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Exemplo IV:
Monte uma maquete que esquematize uma célula vegetal, com suas
estruturas principais e organelas, usando tinta, isopor e massinha de
modelar.
133
Ciências Biológicas e os PCNs
Para que serve uma atividade dessas? Os alunos nem chegaram perto de
praticar a experiência, pois foi monopolizada pelo professor; não houve nenhuma
problematização, nenhum questionamento que os pudesse fazer
Se não houver pensar (por exemplo: a gente consegue fazer esse ovo fl utuar? Como?
contextualização, Alguém aí tem uma ideia?); e a atividade encerrou-se em si mesma,
provocação e já que não foi proposta nenhuma nova experiência baseada na inicial,
continuidade; com diferentes líquidos e diferentes corpos.
continuará uma
demonstração
vazia. Na mesma esteira, atividades espetaculares, que envolvem cores,
sons, odores, faíscas e mini-explosões não servem para os propósitos
do ensino-aprendizagem se não houver contextualização, provocação
Usar a atividade
e continuidade; continuará uma demonstração vazia.
experimental como
confirmação da
autoridade científica Usar a atividade experimental como comprovação de leis e teorias
retira o espírito (confi rmação da autoridade científi ca). Sob este viés, aproxima-se do
crítico dos alunos. caso da História da Ciência sendo usada como autoridade: retira o
espírito crítico dos alunos, privando-os da autonomia investigativa. Em
Os resultados outras palavras, torna-se inútil a seus objetivos.
errados devem ser
valorizados para Os resultados errados, tanto os gerados por nós professores
instigar sugestões quanto pelos alunos, devem ser valorizados para instigar sugestões de
de explicações e explicações (por que isso não funcionou, se fi zemos o que o roteiro
de melhorias.
mandou?) e de melhorias (como podemos fazer isso funcionar?).
134
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
135
Ciências Biológicas e os PCNs
3) Qual sua opinião sobre o modo como ela levou os problemas que
surgiram durante a atividade? Você faria diferente? Como?
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• segundo, para demonstrar aos alunos que a explicação que têm sobre
determinado assunto não se sustenta e, assim, apresentar a explicação
científi ca como melhor alternativa.
É sempre útil fazer uma sondagem do que o aluno já sabe, ou como ele
entende o conteúdo que vamos abordar em aula. Se, por exemplo, ele já
demonstrar um arcabouço teórico ou prático relativamente sólido, podemos
ser mais breves na introdução do assunto. Se, ao contrário, verifi carmos que
ele pouco sabe ou demonstra um conhecimento muito distante daquele que
objetivamos, precisaremos de uma estratégia mais elaborada, mais tempo de
aula no planejamento, etc.
137
Ciências Biológicas e os PCNs
138
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
2º) Tratamento de um tema, em uma disciplina específi ca, como uma fusão de
saberes, descartando um especialismo excessivo.
Atividade de Estudos:
139
Ciências Biológicas e os PCNs
Contextualizar é
Contextualizar é aproximar a relação entre o mundo do cotidiano
aproximar a relação
entre o mundo do e o mundo científi co escolar: traçar paralelos entre os dois mundos,
cotidiano e o mundo de modo que os alunos percebam as semelhanças, as diferenças e
científico escolar. possam dialogar com os dois discursos, identifi car um no outro.
140
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
O aluno, através da
• A Pesquisa pesquisa, aprende a
formular hipóteses,
É uma estratégia apresentada na forma escrita e/ou oral, interpretar
individual, em duplas ou em grupo (de três alunos em diante), que resultados, elaborar
visa a construção do conhecimento através da busca, interpretação e problemas, recolher
apresentação de material, com base em fontes diversifi cadas, sobre dados, pesquisar
e registrar as
determinado tema proposto. O aluno, através da pesquisa, aprende
informações que
a formular hipóteses, interpretar resultados, elaborar problemas, conseguiu.
recolher dados, pesquisar e registrar as informações que conseguiu.
141
Ciências Biológicas e os PCNs
• A Ciência pode ser usada para melhorar nossas condições de vida. Mas, se
mal empregada, pode provocar doenças e morte.
Estimula o
olhar atento e • A Observação
investigativo sobre
os fenômenos, a Estimula o olhar atento e investigativo sobre os fenômenos,
fim de estabelecer a fi m de estabelecer relações mais amplas sobre eles. Mais do que
relações mais
simples constatação dos fatos, o aluno deve construir hipóteses que
amplas sobre eles.
os expliquem.
142
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
• A Atividade em Grupo
– Seminário
Mesmo sendo a modalidade mais comum em sala, não tem a devida atenção
por parte dos professores, que se limitam a apresentar temas à escolha e módulos de
pesquisa (expressões vagas como “na Internet, em livros, no caderno...”). É preciso
ensinar os alunos a prepararem e apresentarem o seminário: fazê-los pesquisarem
sobre o tema escolhido e apresentarem os resultados por escrito, mostrar vídeos de
seminários efi cientes, orientar a montagem de esquemas-guia para a apresentação
oral; ajudá-los a planejar a apresentação, antecipando possíveis reações da plateia
e orientando possíveis respostas para questões às quais não sabem responder,
143
Ciências Biológicas e os PCNs
– Entrevista
– Debate
144
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Atividade de Estudos:
Complete as lacunas:
145
Ciências Biológicas e os PCNs
• Os Recursos Instrucionais
Atividade de Estudos:
Desafi o!
146
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
______________________________________________________
______________________________________________________
Algumas ConsideraçÕes
Com um caráter introdutório, neste capítulo foram apresentados elementos
que são imprescindíveis para a elaboração de uma aula que fuja da monotonia.
A monotonia é fatal para a aprendizagem. Vá por você: consegue ler este
Caderno, ou mesmo este capítulo, até o fi nal, sem parar, e depois afi rmar que
entendeu tudo?
Eu não acreditarei se você disser que sim. Nossa mente fi ca cansada após
um tempo – dizem que de quinze a vinte minutos – de concentração insistente e,
a menos que você tenha uma impressionante leitura dinâmica com capacidade
de compreender além de memorizar, não é possível ler este material dentro
deste tempo.
147
Ciências Biológicas e os PCNs
criatividade e capacidade para adaptar cada uma a cada situação exigida em sua
prática cotidiana.
Era isso que tinha em mente ao elaborar este capítulo (bem como o último):
proporcionar a você um pequeno leque de opções, a fi m de diversifi car suas aulas.
ReFerências
AMORIM, Fabrícia. Abordagem contextualizada e interdisciplinar em
projetos de ensino de ciências visando a inclusão social: um estudo
nas escolas do Maciço do Morro da Cruz – Florianópolis, SC. 2009. 165 f.
Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação Científi ca e
Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, 2009.
BAUMGARTEN, Cláudia; OLIVEIRA, Daisy L.; ZEN, Maria I. D. “De onde vem
o bicho-da-goiaba?” Algumas infl uências sócio-culturais na elaboração de
explicações biológicas. In: OLIVEIRA, Daisy L. (Org.). Ciências nas salas de
aula. Porto Alegre: Mediação, 1997. p. 19-29. vol. 2 (Cadernos de Educação
Básica).
148
Capítulo 4 ASPECTOS ESSENCIAIS
DO ENSINO DE CIÊNCIAS
GÓES, Maria C. R.; CRUZ, Maria N. Sentido, signifi cado e conceito: notas sobre
as contribuições de Lev Vigotski. Pro-posições, Campinas, v.17, n.2, p. 31-45,
mai./ago. 2006.
MAY, Rollo. Poder e inocência: uma análise das fontes da violência. Trad. Álvaro
Cabral. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.
149
Ciências Biológicas e os PCNs
SILVA JÚNIOR, César; SASSON, Sezar. Biologia: volume único. 4. ed. reform.
São Paulo: Saraiva, 2007.
TRIGO, Elisabete C.; TRIGO, Eurico M. Viver e aprender ciências: 3ª série. 10.
ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2001.
150
C APÍTULO 5
Novas Perspectivas para o Ensino
de Ciências e Biologia
ConteXtualiZação
Falar sobre as teorias e os conceitos é bom, saudável e necessário. Porém,
sem algo mais prático, aplicável, no qual basear-se, não é de muita ajuda na hora
do aperto.
Este último capítulo tem por objetivo principal apresentar a você perspectivas
educacionais novas (embora não inéditas) e interessantes, com roteiros didáticos
que aliam grande parte das estratégias e abordagens que foram discutidas ao
longo deste Caderno de estudos.
Boa leitura!
Educação AmBiental
Antes de apresentar os aspectos que caracterizam a Educação Ambiental
sugiro que você responda a atividade de estudo que segue baseando-se nos
conhecimentos que possui sobre o assunto. Posteriormente, vamos comentar
sobre cada uma das alternativas.
Atividade de Estudos:
Problematizando!!!
153
Ciências Biológicas e os PCNs
154
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/og/pog/arqs/livro_ieab.pdf
Estudos CTS
Se você consultar o primeiro capítulo, vai perceber que já viu esta sigla,
CTS. O que ela signifi ca em termos de letrinhas e de implicações?
155
Ciências Biológicas e os PCNs
CT DE
concordo totalmente depende
C D
concordo discordo
I DT
indeciso discordo totalmente
2) O conhecimento científi co, uma vez aceito, não pode ser alterado.
______________________________________________________
156
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Esta atividade tem por objetivo fazer com que o aluno refl ita acerca de
suas concepções sobre Ciência e Tecnologia, em suas inter-relações
com a Sociedade. Não existem respostas corretas ou incorretas.
A esta altura imagino que você tenha intuído o que signifi cam as letrinhas (ou
consultado o Conceito Técnico do primeiro capítulo): CTS é uma contração da
expressão Ciência, Tecnologia e Sociedade.
Com o lançamento dos livros A estrutura das revoluções científi cas, do físico
Thomas Kuhn, e Primavera Silenciosa, da bióloga Rachel Carsons, em 1962, as
discussões sobre as interações CTS fi caram ainda mais intensas, desencadeando
em uma politização sobre C&T.
Atividade de Estudos:
Investigação Rápida
158
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
159
Ciências Biológicas e os PCNs
Ênfase na teoria sobre a prática, no crescimento Ênfase sobre a prática para chegar à
e na mudança de teorias. teoria.
http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=10504206
160
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Prática sugerida:
161
Ciências Biológicas e os PCNs
Prática sugerida:
162
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Atividade de Estudos:
Pense um pouco!!!
Existem duas questões que são fundamentais na hora de decidir pelo uso
das TICs (POLATO, 2009):
164
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
6º) Seja autodidata na Internet: busque os chamados tutoriais, que são textos que
explicam passo a passo como funcionam programas e recursos.
7º) Ajude os alunos a refl etirem sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata
sobre a responsabilidade e as consequências acerca daquilo que se publica.
8º) Discuta precauções no uso da Internet. Leve textos que orientem a navegação
segura, como a cartilha sobre o uso seguro da Internet que está no site: http://
www.safernet.org.br/site/prevencao/cartilha/safer-dicas.
http://revistaescola.abril.com.br/geografia/pratica-pedagogica/karla-
emanuella-veloso-pinto-professora-nota-10-2009-506543.shtml
165
Ciências Biológicas e os PCNs
Atividade de Estudos:
a) Literatura
Seguem algumas:
• Ficção científica
• Literatura infantojuvenil
168
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
• Materiais Utilizados:
• Questionamentos:
• Sugestões:
169
Ciências Biológicas e os PCNs
• Sugestões:
• Objetivos:
170
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
• Procedimentos:
• Atividades:
Águas que caem das pedras no véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas no leito dos lagos, no leito dos lagos
http://literaturaeciencias.tracaletras.com.br/?page_id=839
Atividade de Estudos:
173
Ciências Biológicas e os PCNs
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
174
Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
movimento que não é encontrada com frequência nas HQs (riscos e jogos de
sombra – especialmente nos mangás em preto e branco, muito comuns). Além
disso, a leitura do mangá obedece ao costume japonês: de trás para frente, de
cima para baixo, da direita para a esquerda.
Tanto as HQs quanto os mangás têm sido sugeridos como instrumento para o
ensino de Ciências, seja para a Educação Ambiental (LISBÔA; JUNQUEIRA; DEL
PINO, 2008), seja para a perspectiva CTS (LINSINGEN, 2007), seja para o ensino
de Física (TESTONI; ABIB, 2003, 2004) - neste caso, uma HQ desenvolvida pelos
pesquisadores - seja para a Educação em Saúde (CABELLO; MORAES, 2005) -
no caso, hanseníase.
Metodologia:
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Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
• Teatro
Peças que possam
A manifestação teatral, tanto de peças que já tratam de ser montadas pelos
temas científi cos – como Lição de Botânica, de Machado de Assis alunos, auxilia
na organização
(SALOMÃO, 2005) - como peças que possam ser montadas pelos
dos conceitos
alunos, auxilia na organização dos conceitos aprendidos, a fi m de aprendidos.
poder representá-los.
h t t p : / / o j s . c 3 s l . u f p r. b r / o j s 2 / i n d e x . p h p / e d u c a r / a r t i c l e /
viewFile/16492/11003
Atividade de Estudos:
Investigação Rápida
• Arte-Educação: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/aed_l.
php?t=001
• Ser (Abril Educação): http://www.ser.com.br/main.jsp?lumPageId
=480F8D7C2798BCE2012798D7F7D84804&lumII=480F8D7C27
98BCE2012798EFDFF6079C
• Portal do Professor (MEC): http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
index.html
• Educa Brasil: http://www.educabrasil.com.br/eb/
• Alô, Professor (Ciência Hoje): http://cienciahoje.uol.com.br/alo-
professor
• Ciência à Mão (USP): http://www.cienciamao.if.usp.br/
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Tendo na linguagem
audiovisual maior
acessibilidade do b) Cinema
que a linguagem
científica, servindo O uso de fi lmes – fi cção científi ca, fi cção, documentário, animação,
como intermediário
longa ou curta-metragem – como auxiliar ou agente problematizador
na formação de
novos conceitos. de assuntos no ensino de Ciências tem sido almejado principalmente
por tornar mais compreensível o discurso que o professor tenta
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Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Uma vez que o cinema é uma arte, no mais das vezes associada ao
entretenimento, precisa de ajustes para ser incorporado no ensino como
instrumento (como, aliás, qualquer um desses Recursos Alternativos). Assim,
alguns autores, como Machado (2008), sugerem editar cenas específi cas de
fi lmes. Machado (2008, p. 293), especifi camente, traz em seu artigo um modelo
do que chama de “pequeno plano de aula”, que mostra a matéria/o assunto
específi co a ser abordado, o tempo do recorte do fi lme e informações sobre a
cena extraída. Dessa maneira, acredita o autor, é possível organizar a
aula e o tempo investido pela exibição do fi lme. Importância de
formar debates após
Outros autores, como Santos e Santos (2005), salientam a a exibição, com
leituras adicionais
importância de formar debates após a exibição, com leituras adicionais
sobre o tema
sobre o tema abordado. Esses autores fazem duas propostas de aula, abordado.
com um fi lme para cada. Uma sobre o tema poluição, outra sobre drogas.
Avalie bem para que público você está exibindo o fi lme, atentando
Avalie bem para que
não apenas sobre o tema possível de trabalhar em sala, como também
público você está
o nível do próprio fi lme. Ao assistir, pense em como reagiria a maioria exibindo o filme.
de seus alunos, tendo em vista as seguintes indagações: é para o
Ensino Médio ou o Fundamental? Para a oitava série ou para a sexta?
As respostas mudam muitas abordagens.
1º) A escolha do fi lme deve considerar: as capacidades dos alunos, a faixa etária,
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Ciências Biológicas e os PCNs
4º) Saiba as conexões existentes entre o fi lme e as aulas que serão (ou estão
sendo) dadas.
5º) Verifi que as possibilidades de paralelos entre este e outros recursos, como
livros, textos de divulgação científi ca, mapas e esquemas, música, saídas a
campo, etc.
6º) Tenha clareza do que será pedido depois da exibição: qual o tipo de produção
que será exigido dos alunos, quais as refl exões que serão estimuladas, como
será a avaliação, etc. Os autores recomendam que não se exija atividades
antes da exibição (como um resumo do fi lme) porque, desse modo, eles não
assistirão nada, e sim fi carão tomando notas.
8º) Selecione materiais de apoio, como links sobre o fi lme ou o tema na Internet,
textos de jornais e revistas, etc.
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Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
cada sala, o que signifi ca que você precisa agendar o uso da sala disponível para
isso. Quando esta não existir, é sinal de que você vai precisar levar a aparelhagem
para a sala de aula, instalar e preparar tudo antes que os alunos cheguem. Tem
vezes até que eles já estão na sala, como acontece no caso de uma aula entre
aulas. Isso signifi ca que alguns minutos serão perdidos, por isso, conte com este
detalhe no planejamento.
Atividade de Estudos:
a) Nível de ensino
b) Conteúdo (ou tema gerador)
c) Abordagem e metodologia
d) Objetivos de aprendizagem
e) Avaliação
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Ciências Biológicas e os PCNs
c) RPG
Role Playing Game,
é basicamente
Do inglês Role Playing Game, é basicamente um exercício de
um exercício de
interpretação interpretação e criação de narrativas orais na forma de jogo, com
e criação de sistema de regras bem defi nido e regido por um jogador chamado de
narrativas orais Narrador. Como não comporta o conceito de vencedores e perdedores,
na forma de jogo, não estimula a competição; e como, para poder jogar melhor,
como, para poder exige pesquisa e aprofundamento, é excelente para transformar o
jogar melhor,
roteiro fantástico em um roteiro didático (NASCIMENTO JUNIOR;
exige pesquisa e
aprofundamento, PIETROCOLA, 2005).
é excelente para
transformar o
roteiro fantástico d) Música
em um roteiro
didático.
Sem ser um recurso inédito no terreno educativo, a música interfere
no emocional, subvertendo o domínio afetivo sobre o cognitivo. Isto é:
antes de pensar sobre o que ouve, a pessoa sente sobre o que ouve. Gostando
ou não gostando, um movimento de atenção parte do ouvinte – e isso é meio
caminho andado entre aluno e professor.
Atividade de Estudos:
a) Nível de ensino
b) Conteúdo (ou tema gerador)
c) Abordagem e metodologia
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Capítulo 5 NOVAS PERSPECTIVAS PARA O
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d) Objetivos de aprendizagem
e) Avaliação
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Algumas ConsideraçÕes
Onde encontramos Ciência?
Está no nosso dia a dia instrumental, nos aparelhos telefônicos, nos e-mails,
na tevê, nas Novas Tecnologias.
A Ciência está em tudo. Faz parte da nossa cultura e, como tal, é transmitida,
transformada e dinamizada a cada geração. Por conta disso, precisa ser
compreendida por nós e por nossos alunos, mesmo quando fora do terreno da escola.
A escola serve, afi nal, como um contraponto às afi rmações sedutoras que
bombardeiam as pessoas – os professores, os alunos, os pais, amigos e familiares
- outro olhar, às vezes mais correto, às vezes impositivo, às vezes beligerante, às
vezes, até, compassivo, mas um olhar diferenciado, que o aluno precisa para se
balizar em sua caminhada pela existência.
A intenção deste capítulo, bem como de todo este caderno de estudos foi a
de oferecer a você este outro olhar. Se funcionou, fi co feliz.
ReFerências
AULER, Décio; BAZZO, Walter A. Refl exões para a implementação do
movimento CTS no contexto educacional brasileiro. Ciência e Educação, Bauru,
SP, v.7, n.1, p. 1-13, 2001.
MENEZES, Luis C. A língua em todas as disciplinas. Nova Escola, ed. 221, abr.
2009.
PIASSI, Luís P.; PIETROCOLA, Maurício. De olho no futuro: fi cção científi ca para
debater questões sociopolíticas de ciência e tecnologia em sala de aula. Ciência
e Ensino, Campinas/Unicamp, v.1., número especial, nov. 2007.
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Ciências Biológicas e os PCNs
QUINTANILHA, Leandro. Para o alto e avante! Vida simples, ed. 55, p. 22, jul.
2007.
ZANETIC, João. Física e arte: uma ponte entre duas culturas. Pro-posições,
Campinas, v. 17, n. 1, p. 39-57, jan./abr. 2006.
ZEN, Maria I. H. D. et al. Aprendendo com Era uma vez.... In: OLIVEIRA, Daisy
Lara de (Org.). Ciências nas salas de aula. 1 ed. Porto Alegre: Mediação, 1997.
p. 39-46. (Cadernos de Educação Básica, 2).
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