Você está na página 1de 2

História Artística da Europa

Séculos V-X

Duas culturas com pesos desiguais:

A do Sul- Mais forte, ainda revigorada no século VI pelas incursões que, a partir do Oriente, o
imperador Justiniano chefiou. Ele conseguiu repelir por algum tempo as monarquias
germânicas e suas tropas ocuparam de nova a Itália.

Em Roma- As margens do Adriático em Ravena ergueram-se em sinal de vitória, com o


emblema da reconquista cultural, edifícios majestosos que ostentavam aquilo em que ia se
transformando então a arte antiga sob a influência do pensamento plotiniano e de uma
espiritualidade que ao recusar a sombra como uma das manifestações da matéria, condenava
a profundidade, consequentemente o pleno relevo, e era um convite a esmagar as imagens no
espelhado dos mosaicos.

As guerras causaram grandes estragos, e dois incidentes vieram enfraquecer a cultura do Sul
face à dos “bárbaros”. Primeiro a peste, que grassou brutalmente na segunda metade do
século VI, e prosseguiu com surtos esporádicos até meados do séc.VIII. Ao se propagar pelos
litorais e pelas estradas, a epidemia afetou, sobretudo, as cidades, ou seja, onde estavam os
alicerces das tradições antigas, enquanto para os campos e, ao que parece, todo o norte da
Gália e a Germânica. Por outro lado, uma vasta porção dos territórios meridionais passou para
a esfera de influência da civilização islâmica.

Mas, mesmo assim, Roma não deixou de fascinar os povos germânicos. Depois que
Constantino oficializou o cristianismo, a igreja passou a ganhar força, apropriando-se de todaa
herança cultural da antiga Roma.

Não só a igreja, como a cultura germânica, começou a ganhar força, ao recusar fazer uso das
imagens, uma justificativa de desenraizamento das “religiões virais” (pagãs), porém o papado
utilizava as imagens para divulgar a sua doutrina a população iletrada.

Em meados do século VI, o cristianismo chegou a Irlanda e alguns anos mais tarde, a Inglaterra,
onde começaram o processo de cristianização, levando livros contendo escritos do latim
clássico, visto que, essa região não possuía nenhum resquício da cultura romana. Portanto foi
nos mosteiros que se concentraram os livros, as imagens e todos os reflexos dos espíritos
romanos.

Outro fator interessante é a grande importância dada aos livros. O livro era de fato uma obra
de arte, visto que, havia todo um trabalho em sua capa (uso de metais preciosos e pedras),
gravuras, e as palavras divinas (a maioria dos textos era vinda da Igreja, mas a caligrafia
também era toda trabalhada, também considerada uma arte). Os poucos que tinham acesso à
esses livros eram os letrados e os bens nascidos.

960-1160:

A principal inovação deste período consistiu na emergência de uma escultura, que se propagou
a leste, para os países eslavos, cuja cristianização era apoiada pelos reis da Germânia, e chegou
à Itália. Também houve a volta do classicismo (nota-se nas artes do tesouro), buscado em
Bizâncio.

Outra notoriedade foi o reatamento das rotas comerciais, através das cruzadas, e os
normandios que se aventuravam para o sul e as cidades passavam a se reanimar. A formação
de congregações tinha uma concentração de produção artística e cultural, sendo os
promotores da expansão da arte pela Europa. As imagens deixaram de ser temidas, assim
como a “ameaça do paganismo”.

Você também pode gostar