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Espelho, Espelho
Meu...
Elementos da Cultura da Imagem e
do Imaginário Social do Idoso
SERAFIM FORTES PAZ
Edição Online
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Expediente
Núcleo de Pesquisa e Extensão sobre Políticas Públicas Espaços Públicos e Serviço Social
Coordenação: Profª Drª Deise Gonçalves Nunes
Profº Drº Serafim Fortes Paz
AUTOR
Profº Drº Serafim Fortes Paz
Tipo de Publicação:
Online
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra para fins acadêmicos, desde que citada à fonte.
Não é permitida a reprodução parcial ou total desta obra para fins de comercialização.
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RETRATO
Cecília Meireles
Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida a minha face?
1 JÚNIOR, Eduardo Neiva. A Imagem. 2. ed. Série Princípios. Rio de Janeiro: Ática, 1994. p. 7.
2 O Espelho que se faz representar nesta poesia de Cecília Meireles, aqui nesta ‘imagem texto’ a nos revelar a imagem-
tempo que esculpe as marcas a todo o tempo em nós em nosso corpo físico e num tempo não percebido e somente no
espelho refletido, muitas vezes a nos falar do tempo perdido ou quem sabe da perda de tempo, ou ainda, ganhando o
tempo. Assim, o Espelho/Imagem/Símbolo se fará em imaginário, símbolo, imaginação, pensamentos, imagens ou
idéias, arte... revestido em ‘imagens textos’, ‘imagens estrofes/canções’, ‘imagens paisagens’, ‘imagens
figuras/estampas’, ou seja, estará atravessado a todo tempo e em todo o percurso do artigo.
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Este texto/artigo é assim fruto e parte dos resultados de uma pesquisa realizada a
partir da Universidade Federal Fluminense, iniciada em 1995 e encerrada em 1998.
Uma espécie de (des)identidade ou a perda dela, que se pode traduzir como meios
de isolamento, asilamento e morte social. (Elias, 1986).
Ao lidar com a imagem, nos damos conta de que estas são capazes de reter
símbolos impregnados de inúmeras informações, ou seja, "o simbolismo supõe a
capacidade de estabelecer um vínculo permanente entre dois termos, de maneira que um
'representa' o outro"; (Castoriadis, 1982). Ou ainda, como destaca o referido autor: em três
elementos: "significante, significado e seu vínculo"
"o simbolismo se crava no natural e se crava no histórico (ao que já estava lá); participa,
enfim, do racional. Tudo isto faz com que haja encadeamentos de significantes, relações
entre significantes e significados, conexões e conseqüências, que não eram visadas nem
previstas. "(Castoriadis, 1982).
3 Projeto de Extensão Interdepartamental da Universidade Federal Fluminense, apoiado pela Pró-reitoria de Extensão e
campo de estágio de Serviço Social da UFF, está voltado para aposentados e familiares dos servidores da UFF, alunos
e seus familiares e idosos da região de Niterói e adjacências. Funciona no prédio da Escola de Serviço Social de
Niterói, Salão Térreo do Bloco E, Campus Universitário do Gragoatá, São Domingos, Niterói.
7
"o simbólico pressupõe o imaginário radical e nele se apóia, isso não significa que o
simbólico seja, globalmente, apenas o imaginário efetivo em seu conteúdo. O simbólico
comporta quase sempre, um componente 'racional-real': o que representa o real o que é
indispensável para o pensar ou para agir ". (Castoriadis, 1982).
Assim como o tema da velhice vem sendo explorado nos últimos anos, o assunto
sobre a imagem de velhos é praticamente novo. E, por isso mesmo, o torna bastante
intrigante. Mas, também, nos dá um certo vigor e uma certeza de uma temática bastante
apropriada que pode auxiliar nos estudos sobre idosos brasileiros e sobre o fenômeno do
envelhecimento humano e populacional num país de vários contrastes e desigualdades.
Estes são alguns dos mecanismos que geram processos de dominação e exclusão
sobre a classe trabalhadora, assim como entre gerações, especialmente entre jovens e
adultos, o que impõem e reforçam, ideologicamente, um tipo de "apartheid" social e etário,
9
A Imagem não será tratada aqui como fruto da ficção (imaginação), nem tampouco
como descolada da realidade, mas, ao contrário, buscaremos compreendê-la como
10
Deste texto, farão parte algumas imagens que, com seus elementos, de alguma
forma, contribuíram ou ainda contribuem para a formação do imaginário social do velho e,
na mesma proporção, contribuem para fomentar a produção ou reprodução de estereótipos
sobre o sujeito velho.
Assim, pode-se perceber que uma infinidade de formas, símbolos e signos ainda
estão presentes na atualidade, e muitos deles percorreram séculos e gerações,
impregnados de valores, fatos, fantasias e imaginação, e que por muitos séculos, décadas
e anos, são parte da realidade dos homens.
5 No simbolismo a árvore é o símbolo da velhice. Por isso vê-se muitas logomarcas de entidades ligadas a idosos que
usam o símbolo da árvore.
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VELHAS ÁRVORES
Olavo Bilac
Já nos últimos séculos, uma das formas de "contos" e fábulas que ganha corpo e
passa a ser contada e recontada, especialmente para as crianças, são as "narrativas
maravilhosas" ou os chamados contos de fadas ou, simplesmente denominadas "histórias
infantis".7 Forma bastante expressiva, até em nossa época, as fábulas encantadas se
6 Nelly N. Coelho, em sua obra "O Conto de Fadas", Série Princípios – Editora Ática informa que: "todas essas formas
de narrar pertencem ao caudal de narrativas nascidas entre os povos da Antigüidade, que, fundidas, confundidas,
transformadas... se espelharam por toda parte e permanecem até hoje como uma rede, folclórica e de velhos textos
novelescos que, apesar de terem origens comuns, assumem em cada nação um caráter diferente."
Com o tempo foram enfraquecidas ou alteradas pelas inúmeras versões ou, mesmo,
pelos avanços industriais ou pelas "maravilhas" tecnológicas. Os "contos" continuam
presentes na atualidade, entretanto, os "contadores de histórias" praticamente
desapareceram.
O que é necessário ressaltar é que grande parte das histórias ou fábulas se constituí
num precioso acervo, pois muitas histórias permanecem inalteradas e preservam um
importante material de estudos, nas várias áreas do saber, onde "os contos de fadas são
parábolas que narram a trajetória de vida do ser humano" (Franz, 1977), nos auxiliando
nas explicações ou interpretações do homem e da sociedade como um meio de
aproximação da realidade, pois "o social concreto alimenta as fantasias literárias e produz
as representações do homem comum... aproximar a realidade da fantasia é torná-la
progressista, permitindo a passagem do subjetivo ao objetivo...(Barreto, 1992).
O conto, como forma de expressão ocidental, ganhou força nos dois últimos
séculos, principalmente na Europa. A história infantil, como conto, foi sistematizada na
Dinamarca por Cristian Andersen e na França por Charles Perrault, tornando possível que
esses "contos maravilhosos" chegassem a outros povos e continentes, estando presentes
até os nossos dias.
14
Cabe ressaltar que esse meio de comunicação e de expressão não se deu somente
na Europa ou por mera importação. No Brasil, por exemplo, desde outrora, particularmente
no Nordeste, se produzia a chamada "literatura de cordel", que se traduzia em uma forma
especial de comunicação entre os povos daquela região e que tinha um enorme poder de
difusão de conhecimentos e das tradições culturais (locais), através de pequenos livretos
em verso e prosa. Por trovas e modinhas, o povo do sertão nordestino, transmitia feitos,
fatos e histórias ocorridas nos povoados ou com os próprios personagens locais. Como
exemplo do poder desse instrumento utilizado pelos nordestinos está a história de
Canudos, que teve através da literatura de cordel, um grande aliado para transmitir
mensagens, assim como registrar os fatos históricos ocorridos em toda sua história.
8 Na simbologia, conforme nos apresenta Cirlot "é um dos símbolos da tradição". Recomenda-se a leitura do referido
autor, pois, há uma diversidade de elementos simbólicos referentes à árvore e sua relação com a velhice.
15
No mundo contemporâneo, são cada vez mais raras as famílias que ainda
preservam o hábito de "contar histórias" para as crianças e, nos lares que mantêm a
presença de avós, certamente, narrativas recordam os "tempos atrás". No entanto, na
maioria dos lares, perdeu-se esse hábito e a ação de muitos avós, por vezes, é
considerada maçante, chata, enfadonha, especialmente, porque muitos idosos repetem as
mesmas velhas histórias. Se repetem, o fazem justamente pela falta de estabelecer
relacionamentos novos e mais amplos com o mundo público. Como nos revela a imagem-
canção de Fátima Guedes:
NO FIM DA CASA
(Fátima Guedes)
Um isolamento que nos indica uma morte (social) em vida, como nos mostra o
trecho a seguir:
9 Guedes, Fátima. No Fim da Casa. Long Play: Lápis de Cor. Brasil, EMI/Odeon, 1981.
17
Assim, a imagem desse lugar (figurado no " 'quarto' do meu avô" (tanto pode ser nos
fundos, no sótão ou no porão quanto em um quarto qualquer da casa, de um asilo) imagem
18
da foto acima. Tais como, na charge e na fotografia do idoso na Clínica Santa Genoveva,
Rio de Janeiro, palco da morte de centena de idosos. Nas duas imagens aqui expostas,
estampam a solidão (a presença da morte) de idosos - moribundos. No caso da charge, o
idoso só e isolado em seu quarto liga-se, virtualmente, à festa da família através de um
extenso cordão-campainha - em guirlanda - que une o moribundo à família, une o "quarto"
(Fim da Casa) ao salão, situação que se retrata a outra imagem no trecho da mesma
música de Fátima Guedes:
"Muito embora vivo ele esteja aqui, nem sabe qual morto ele vive lá."10
Por outro lado, certamente, nos lares que preservam encontros (reuniões) e que
mantém a presença ativa e dinâmica do vovô ou da vovó, narrativas de "contos"
relembram os "tempos atrás". E a ação da memória viva traz aos netinhos: os mitos,
fábulas, fatos históricos ou heróicos, episódios de suas vidas ou de suas épocas. A ação
de "contar histórias" cultivada nas famílias, no passado, tenta ser resgatada por alguns
profissionais e/ou setores culturais, assim como em algumas famílias que ainda cultuam o
hábito de contar 'causos'" ou histórias..
Essas histórias, na sua maioria, são parte da tradição ocidental ou são oriundas da
mitologia antiga (especialmente a greco-romana), de fatos históricos ou heróicos, de
contos folclóricos, de lendas ou de fábulas fantásticas. Se fazem presentes até hoje e, por
sua riqueza de conteúdos míticos e simbólicos, se constituem num importante material de
estudo. Auxiliam, portanto, novos desvendamentos, interpretações ou explicações de
situações sociais e ideológicas, ou atitudes e comportamentos sociais. Pois: "o
maravilhoso, o imaginário, o onírico, o fantástico... deixaram de ser vistos como pura
fantasia ou mentira, para ser tratados como portas que se abrem para determinadas
verdades humanas".13
– "Espelho. Espelho Meu... Existe alguém no mundo mais bonita do que eu ?"
Vamos então, de forma breve, iniciar nossa aventura revisitando um pouco dessa
história para quiçá associar diversos elementos imagéticos que se encontram em quase
todas as clássicas histórias infantis:
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figura 01
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O Espelho
Pode representar uma certa introspecção, uma falta de comunicação da pessoa com
seu mundo interno. Total desconhecimento de sua personalidade mais íntima e profunda.
As pessoas que fazem parte de sua vida refletem toda uma série de características
que são parte de você mesmo(a). Reconheça-te em cada uma delas.
14 No sentido de oferecer outras possibilidades de compreensão e leituras sobre o espelho, extraímos, na íntegra, do
Dicionário de Símbolos, produzido por Jean-Eduardo Cirlot, o seguinte trecho referente ao simbolismo do Espelho:
"O próprio caráter do espelho, a variabilidade temporal e existencial de sua função, explicam seu sentido essencial e
ao mesmo tempo a diversidade de conexões significativas do objeto. Já se disse que é um símbolo da imaginação –
ou da consciência – como capacitada a reproduzir os reflexos do mundo visível em sua realidade formal. Relacionou-
se o espelho com o pensamento, enquanto este – segundo Scheler e outros filósofos – é o órgão de auto-contemplação
e reflexo do universo. Este sentido liga o simbolismo do espelho ao da água que reflete e o mito de Narciso que vê a
si próprio refletido na consciência humana. Pois bem, o mundo, como descontinuidade afetada pela lei da mudança e
da substituição, é que projeta esse sentido negativo em parte, caleidoscópio de aparecer e desaparecer, que o espelho
reflete. Por isto, desde a Antiguidade, o espelho é visto como sentimento ambivalente. É uma lâmina que reproduz as
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imagens e de certa maneira as contém e as absorve. Aparece com freqüência em lendas e contos folclóricos dotado
de caráter mágico, mera hipertrofia de sua qualidade fundamental. Serve então para suscitar aparecimentos,
devolvendo as imagens que aceitara do passado, ou para anular as distâncias refletindo o que um dia esteve diante
dele e agora se encontra bem longe. Esta variabilidade do espelho "ausente" ao espelho "ocupado" concede-lhe umas
espécies de fases e por isto, como o leque, está relacionado com a lua, sendo atributo feminino. Além, disso, é lunar
por sua condição refletora e passiva, pois recebe as imagens como a lua do sol. (Dicionário Universal de Mitologia.
Barcelona, 1835). Entre os primitivos, é também – e isto mostra com clareza sua pertinência à esfera lunar – símbolo
da multiplicidade da alma, de sua mobilidade e adaptação aos objetos que a visitam e retêm o seu interesse. Aparece
às vezes, nos mitos, como porta pela qual a alma pode dissociar-se e "passar" para o outro lado, tema este trabalho por
Lewis Carroll em Alice. Somente isto pode explicar o costume de cobrir os espelhos ou colocá-los voltados contra a
parede em determinadas ocasiões, especialmente quando morre alguém na casa (FRAZER, México, 1951). Tudo o
que dissemos não esgota o complexo simbolismo do espelho. Como o eco, é símbolo dos gêmeos (tese e antítese) e é
símbolo específico do mar de chamas (vida como doença) (SCHNEIDER, Marc. Barcelona, 1946) ( SCHNEIDER.
La danza de espadas y la tarantela. Barcelona, 1948). Para Loeffler, os espelhos são símbolos mágicos da memória
inconsciente (como os palácios de cristal) (LOEFFLER. Paris, 1949). Possuem um sentido particularizado os
espelhos de mão, emblemas da verdade (BAYLEY, Harold. Londres, 1952), e, na China, dotados de qualidade
alegórica à felicidade conjugal e de poder contra as influências diabólicas ( BEAUMONT, A. Nova Iorque, 1949).
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É nessa busca da imagem que o espelho indica então o mito de Narciso – "o reflexo
da imagem no espelho d'água" associação que remete, em latência, ao elemento vaidade.
15 No simbolismo a lua está relacionada à mulher em que o sol é considerado masculino (ativo) por ser produtor da luz e
a lua (passivo) que a reflete
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figura 02
Assim, a consciência está a lhe revelar, a todo instante, que sua "especial beleza" é
falsa, pois não a possui na totalidade. Fica assim evidente, então, o conflito que se
deflagra nessa dualidade (figura 03). A Rainha-Má aparentemente possui uma certa
beleza, porém está incompleta, ou imperfeita, pois não a possui verdadeiramente, se na
aparência ela possui a beleza esta não se confirma na essência por não possuir
qualidades: o de não ser boa, jovem e dócil.
figura 03
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Do mesmo modo – Branca de Neve – "de tão branca quanto a neve" – (qual o
desejo de sua mãe) – detinha uma "beleza" inigualável. Neste caso, a beleza transcende a
da aparência, exatamente porque incorpora essas qualidades - os "atributos naturais e
essenciais" da "verdadeira beleza".
figura 04
16 Neste duelo a mulher-rainha envelhece e se fragilizará exatamente na medida em que a menina – enteada – vai
deixando de ser menina e se tornando uma jovem-mulher. Ou seja, mais outro aspecto importante para a reflexão que
é o jogo, talvez, o grande duelo: a sexualidade. A exuberância da mulher em juventude e a decadência ou negação da
sexualidade na mulher que envelhece. Aspecto comum na maioria das histórias clássicas já que os personagens
centrais serão duas mulheres: a jovem e a velha.
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Estes clássicos infantis revelam com mais força, através das mulheres velhas e
feias versus jovens e belas, atributos aparentemente estéticos. Essa relação conflituosa
está a embutir atributos morais/ideológicos e valores sociais, inclusive, encobrindo a
própria sexualidade feminina. O visual alegre e colorido das donzelas (princesas) se
contrastam com o sombrio e ameaçador visual das velhas (bruxas), que vestidas de tom
escuro roxo e preto, causam medo e pavor. Neles estão elementos que irão compor o
imaginário social feminino e que se incorporarão gradativamente nas crianças e
dificilmente serão eliminados do discurso quando adultos.
Como pode ser notado nesse olhar sobre os contos de fadas, estes, com suas
imagens, seus símbolos e pelas mensagens maniqueístas, propõem estereótipos de bom e
mau, feio e bonito, prazer e desprazer, relacionando-os às imagens e personagens que
confrontam gerações velhas, feias e más versus jovens, belas e boas.
O conto Branca de Neve e os Sete Anões serviu de suporte para o nosso olhar
reflexivo-crítico, mas, outras tantas e muitas histórias infantis-clássicas, certamente,
poderiam nos emprestar as mesmas possibilidades de leituras, construção e interpretação.
Assim como estas acima indicadas, tantas outras histórias induziam, em geral, que
jovens servas/aldeãs fossem disciplinadas, comportadas e recatadas. Atributos essenciais
para conquistar príncipes belos, jovens e ricos.
As histórias de velhas bruxas irão povoar outras histórias mesmo que elas não
sejam necessariamente de histórias de bruxas. Na história A Velha e os Gansos, onde a
imagem da mulher idosa se assemelha a imagem de uma bruxa. Ou até mesmo a imagem
que é apresentada ao leitor na estampa de A Casa na Floresta (em tom preto-esverdeado)
e, reforçando a imagem, há uma legenda no rodapé com o seguinte texto: "Houve, certa
vez, uma velhinha já decrépita. Toda corcovada. Que vivia com um bando de gansos num
lugar ermo...". O que a imagem estampa associada a imagem texto, diante do isolamento
e solidão da velha e em suas imagens de suas condições físicas e contornos, pode
provocar a quem lê e vê se não uma sensação de pavor e horror à velhice.
Em outras histórias, temos a velha revestida de sinais que lembram a bruxa, tal
como nos apresenta a figura 05.
figura 05
Há também outras velhas bruxas disfarçadas de rainhas num confronto com belas
jovens. A história d' A Bela Adormecida é um exemplo típico. (figura 06)
figura 06
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A Bela Adormecida, uma princesa jovem e bonita que, por conta de um feitiço, sofre
uma espetada da agulha no tear (em face da proteção de jovens fadas madrinhas não
morrerá, mas cairá em sono profundo) e só despertará quando um jovem príncipe, rapaz
rico e belo, a libertará através do beijo de amor, sincero e verdadeiro, da maldição e,
juntos, a partir desse antídoto serão felizes para sempre. Ou em Rapunzel a Menina dos
Cabelos de Ouro, também atormentada pela velha que ameaça o romance com o jovem
príncipe (Figura 06.1).
Figura 06.1
figura 07
A avó não se apresenta como uma mulher feia e má, mas numa outra condição,
uma personagem velha e só. Esta nova imagem, no entanto, incorpora atributos
representativos do ser velho: doente, dependente e incapaz. Os estereótipos mais
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figura 08
A história de Chapeuzinho Vermelho não apresenta uma jovem bela, mas uma
menina viva e inocente, porém "desobediente", que se expõe ao perigo e ao ataque do
lobo velho e mau. A avó, já se apresenta em oposição, uma velha doente e introduz novos
aspectos da realidade às histórias infantis: a fragilidade, a dependência e a solidão.
figura 09 figura 10
17 Também cabe aqui uma reflexão: na maioria dessas histórias clássicas infantis os conflitos travados entre duas
personagens femininas, onde a maldade está sempre na figura da mulher velha em ataques as mulheres jovens. Por
detrás destas personagens, ideologicamente, está um controle sobre a sexualidade, onde se observa tanto a
sexualidade negada nas mulheres velhas quanto à elas colocada a responsabilidade pela perseguição (de forma
perversa e cruel) à possibilidade da sexualidade nas jovens.
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Essa relação aparece nas artes plásticas, por exemplo, onde podemos encontrar
referências aos idosos. Trazemos aqui as obras do artista italiano (quinhentista)
Arcimboldo. Nelas, encontramos as referidas correspondências das estações do ano
relacionando-as às idades. (figuras 11 e 12).
figura 11 figura 12
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Do mesmo modo, encontramos outras obras (réplicas, talvez) que fazem parte da
paisagem urbanística de dois locais públicos e importantes da cidade do Rio de Janeiro: a
Praça Paris, situada no bairro da Glória e o Campo de Santana, no Centro. Em cada um
desses locais, encontra-se um conjunto de 04 esculturas, com referência à figura humana.
(A título de informação: as esculturas da Praça Paris são elaboradas de cimento e em meio
corpo, enquanto as obras do campo de Santana são de corpo inteiro e em mármore).
Nas esculturas do Verão, temos duas representações: na Praça Paris temos a figura
de uma mulher-jovem (seminua) com os seios à mostra e parte do corpo descoberto
arrumando os cabelos, como se estivesse a sair de um banho (figura 15); no Campo de
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Como se poderá notar aqui há uma nítida diferença de gênero e atributos na mesma
representação simbólica (figura 16).
Praça Paris
figura 19
figura 20
40
Campo de Santana
figura 21
Não nos deteremos em outros detalhes simbólicos de cada estação do ano. Neste
trabalho, procuramos enfocar a significação da relação e a origem dessas imagens, em
figuras humanas, com as estações do ano. Elas associam e representam os ciclos solares
e as fases da lua – correspondendo, assim, suas quatro fases às quatro estações do ano e
as relacionando às quatro idades da vida humana.
Poderíamos, em síntese, apresentar as correspondências no quadro a seguir:
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Na análise simbólica, a partir destas referências gregas, idades humanas, ciclo solar
e ciclo lunar, curiosamente, nos fez refletir sobre a simbologia ligadas aos referidos ciclos
do sol e da lua, no ciclo solar fica bastante evidente nas referências as produções
agrícolas e aos aspectos da natureza relacionados às estações do ano. No entanto,
quando nos dirigimos ao ciclo lunar temos a informação que os gregos fazem referência a
imagem da mulher conforme a fase etária: primavera = mulher menina, verão = mulher
jovem, outono = mulher madura e inverno = mulher velha. Na busca de buscar informações
sobre por que relacionar os ciclos lunares à figura da mulher encontramos na simbologia a
seguinte referência, certamente machista, uma vez que o ciclo solar se caracteriza como
masculino já que o sol produz a luz e o calor, neste caso, significando atributos iluministas
a razão e a lua (como num espelho) se ilumina a partir da luz do sol. Neste caso, além da
subalternidade que lhe confere tal simbolismo, também, atribui-se a lua o caráter de
contemplação e emoção, neste caso, como atributos femininos. Assim como nas histórias
clássicas infantis, aqui, também, encontram-se fortes indícios de uma busca da
supremacia machista/masculina sobre a feminina, o que nos leva a sugerir que há algo a
ser desvendado e a ser refletido sobre essas origens e significados, supostamente
crivadas de assegurar a manutenção do poder no homem.
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No particular deste artigo, o que é importante, no entanto, ressaltar com estas obras
é a referência às idades com os fenômenos climáticos, especialmente a reprodução da
imagem do velho ligada ao inverno. Neste caso, a escultura do Campo de Santana retrata
uma imagem muito significativa do ancião curvado e com frio, que transmite, em primeira
instância, a representação da solidão, da carência e do abandono.
Todas essas imagens até aqui trabalhadas nos (re)velam conteúdos simbólicos –
sutis ou explícitos –, que espelham a presença de conflitos. No entanto, há outras formas
mais diretas de se difundirem imagens que pretendem a disseminação e incitação ao
"confronto" geracional ou intraclasses.
“Existe um tipo de violência que não faz parte das estatísticas de criminalidade, mas
que é verdadeiramente um crime. Que não é visível porque ocorre entre muros ou entre
quatro paredes, mas que é tão dramático quanto uma arma apontada para você na rua. É
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Se há formas sutis de violência há, no entanto, outras que são promovidas de forma
bem escancaradas.
figura 32
18 O panfleto foi distribuído, em 1993, em algumas localidades da cidade do Rio de Janeiro e em alguns Municípios
vizinhos que compõem o chamado "Grande Rio", locais de grande concentração de bairros populares. Essa
Campanha assinada pelo SINTREJ, explicitava o interesse econômico de fomentar confrontos entre os segmentos de
uma mesma classe – trabalhadores atvios versus trabalhadores aposentados. A campanha, após denúncia de
Federações de Aposentados e de diversos Sindicatos de Trabalhadores, foi impedida de atingir grande parte da
cidade. Porém, em alguns lugares como no município de São Gonçalo, conforme divulgado pelo Jornal O Dia,
houve registros policiais de agressões física à idosos, usuários de ônibus.
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Desse modo, a mídia publicitária, que tem como alvo segmentos de renda média ou
alta, apropria-se de discursos técnicos e profissionais ou, inclusive, de outras formas de
expressão, como trechos de músicas como "Forever young, I want be forever young"
(sempre jovem eu quero ser jovem para sempre), demonstrados no comercial de cigarros.
Crivado de atributos e símbolos da juventude atual: esportivo, dinâmico, colorido e com
muita ação. Apesar da propaganda "Cheia de vida", na verdade, veiculou, à época, um
produto da "morte". Paradoxalmente, ainda que obrigado a revelar nos produtos e nos
comerciais seu potencial mortífero ("causa câncer e mata"), o comercial incentiva a
população ao consumo de cigarros, atrelando-o à imagem de que se é atual – moderno –
fumar.
Como exemplos citaremos apenas alguns: "Eu sou é jovem", tornou-se um "chavão"
popular. A partir da fala (texto) insistente de um famoso personagem de Chico Anísio,
contrastando com outros personagens "velhos-gagás" que o mesmo programa possuía. Do
mesmo modo, no Programa Praça da Alegria, encontramos uma estereotipada velhinha
senil (bastante curvada e com problemas de mobilidade, em especial, arrancava risos pela
dificuldade de sentar e levantar), bastante "surda", acabava causando "os maiores
problemas" em decorrência de sua deficiência auditiva.
19 Em geral, as chamadas "piadas de salão" ou no anedotário popular tratam de conteúdos sobre alguns segmentos
socialmente discriminados, tais como: mulheres, homossexuais, deficientes físicos, idosos.
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figura 33
figura 34
"a recompensa pelo corpo ascético não é a salvação espiritual, mas a aparência
embelezada, um eu mais disputado... nesse novo ideário, a subjugação do corpo através das
rotinas de manutenção corporal é a precondição para a conquista de uma aparência mais
aceitável, para a liberação da capacidade expressiva do corpo. As rugas ou a flacidez
transformam-se em indícios de lassitude moral e devem ser tratadas com a ajuda de
cosméticos, da ginástica, das vitaminas, da indústria do rejuvenescimento." (Debert, 1997).
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Quem iria imaginar, outrora, que uma velhinha, num comercial de microondas,
poderia estar falando de um jeito tão natural e descontraído, sem o menor
constrangimento, que os jovens deveriam ocupar melhor o seu tempo praticando sexo do
que cozinhando. Ou, então, um casal de velhos em pleno exercício de "erotismo" dentro de
uma banheira, para vender sabonete infantil. Ou, ainda, uma senhora, bastante idosa,
chegando a casa e anunciando ao esposo (já com pouca audição) a compra do grande
sonho (desde a época de namoro), o parelho de som. No entanto, o que na verdade se
percebe é que, na maioria dos comerciais, os idosos são utilizados para vender produtos
de interesse de outras faixas etárias ou para cultuar a imagem dos jovens – os verdadeiros
consumidores. Debert revela que:
"os publicitários explicam o uso dos velhos na publicidade alegando, entre outras coisas,
que o choque que essas imagens provocam, invertendo o que acontece na vida real, ou que
o aspiracional são o segredo do sucesso de uma propaganda. Essas imagens, entretanto,
têm um papel ativo na definição de novos padrões de envelhecimento". (Debert, 1997).
20 Em nossa pesquisa, particularmente nas investigações realizadas pela Equipe de Iniciação Científica Projeto .
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É preciso destacar que, embora a realidade se mostre adversa, e sem deixar de ter
em conta as dificuldades materiais e sociais onde se situa a maioria dos idosos, pode-se
vislumbrar a necessária realização de ações e programas públicos, até mais otimistas, na
perspectiva de transformação e reversão desse quadro.
Acima de tudo, é preciso ter claro que imagens, em especial aquelas que versam
sobre a realidade, não são necessariamente representações fixas ou cristalizadas ou que
se estendem a todos indiscriminadamente. No caso dos idosos, por exemplo, há uma
pequena parcela desse segmento que desfruta de meios econômicos e materiais que
seguramente os coloca em situações mais favoráveis ao enfrentamento da velhice.
Que, no entanto, não é para essa grande maioria de idosos brasileiros que se volta
os Programas Sociais: "trata-se de propor ações que beneficiem os mais fragilizados, mas
não é esse o perfil dos velhos que essas ações mobilizam e que ganha visibilidade na
mídia". (Debert, 1997). De todo modo, a imagem de velho ideal, idoso saudável, velhice
com qualidade de vida, está a tomar cada vez mais força.
E, muitas vezes, por detrás das boas receitas se escondem intenções bastante
adversas ou perversas. Relembremos o primeiro projeto higienista do Brasil, por detrás do
primeiro projeto urbanista da cidade: o passeio público:
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A imagem se torna cada vez mais poderosa nos últimos tempos e incide sobre
nossas formas de pensar e de agir. Pois:
"o que quer que se faça – e mesmo que se tenha consciência disto – cada um de nós está de
fato mergulhado em um clima cultural e tomado por algo que resulta em que somos mais
pensados do que pensamos, que se age mais sobre nós do que agimos". (Maffesoli, 1993).
Uma vez que a vida humana e a realidade social não são determinadas sem as
necessárias contradições, e, por esta razão, da mesma forma que imagens podem
difundir modelos e estereótipos, do mesmo modo, podem, também, ser revertidas e
transformadas em outras imagens que busquem valorizar pessoas idosas e difundir
outros papéis sociais para o idoso na sociedade atual.
VELHOS E JOVENS
Antes de mim
Vieram os velhos
Os jovens vieram depois de mim
E estamos todos aí.
A Cidadania em Construção e a Nova Imagem do Velho
figura 35 figura 36
21 Trecho da música Jovens e Velhos, de autoria de Péricles Cavalcanti e Arnaldo Antunes, faixa nº 10 no CD da
cantora Adriana Calcanhoto, intitulado – SENHAS -, Columbia Compact Disc Digital Audio
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"eu não estou preocupada com o aumento das rugas em meu rosto, muito menos em
escondê-las ou, até mesmo, em me livrar delas, exatamente porque são as rugas de
meu rosto que registram a minha vida, o quanto vivi. Cada ruga possui uma história
por mim experimentada". (Fernanda Montenegro, 1998)
A velhice, enquanto registro do tempo e da vida, não se mede apenas pelos anos de
vida, tampouco a beleza se afirma pela aparência "estético-física", mas, sim, pelo acúmulo
de histórias, experiências e sabedoria e na firmeza e garra da "cabeça erguida".
Idosos produtivos ocupam cada vez mais espaços nas diversas áreas, tais como:
literatura – a Academia Brasileira de Letras serviria de exemplo, escritores como Jorge
Amado (figura 37), no jornalismo destaca-se o já centenário Barbosa Lima Sobrinho, na
política e na ciência, sexagenários e de mais idade têm contribuído com seus feitos, no
teatro e no humor vários artistas se destacam, como na figura 38, na filantropia e na
assistência na figura 39, são exemplos das celebridades.
Do mesmo modo, os idosos anônimos, ilustrados nas figuras 40, 41 e 42, que se
dispõem a se manter vivos, atuantes e atualizados em continuar sua trajetória de luta, na
conquista de espaços, direitos e dignidade.
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São rostos que marcam sua existência e presença, registram sua história da vida,
no tempo e no espaço, (figuras 43 e 44), e, desse modo, cultivam e exemplificam sua
existência, contribuindo socialmente e combatendo formas de negação, asilamento e
anulação.
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O HOMEM VELHO
(Caetano Veloso)
22 VELOSO, Caetano. O Homem Velho. Faixa nº 02, do CD Caetano Veloso, Polygram/Philips, 1986.
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figura 43 figura 44
57
Como faróis, nesta última década, os idosos brasileiros se tornaram uma espécie de
referência dos movimentos sociais organizados, nos dando uma demonstração de força e
capacidade de organização e luta, pela reivindicação, participação, mobilização e
organização nos anos 80/90.
23 Os espaços denominados Grupos de Convivência, Centros de Convivência, mesmo aqueles voltados somente para o
lazer, realização de festas, passeios, bailes, jogos..., podem se transformar em lugares de "resistência", no sentido de
se operar neles o lúdico. Nesse sentido, é preciso se refletir melhor sobre a Festa – enquanto recursos não só de
confraternização, mas de agregar pessoas e de possibilitar trocas em várias dimensões: afetivas, sociais, culturais e
políticas.
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figura 45
É com esse grau de participação que muitos homens e mulheres idosos acenam
para as novas mudanças e, dessa forma, acentuam sua beleza nestas últimas décadas
que antecedem o próximo século. Cada vez mais, idosos engrossam as passeatas e os
manifestos públicos, presentes nas lutas de um modo geral e, em especial, juntamente
com sua própria categoria – os trabalhadores.
Desse modo, já marcam e marcarão sua presença ativa nos mais diversos setores e
grupos sociais, contribuindo para a mudança dessas imagens, e, desta maneira, poderão
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figura 46
É com essa presença e participação, em todos os níveis, que os idosos estão a nos
mostrar que são belos velhos – trabalhadores –, tanto no passado quanto no presente,
permanecerão sempre trabalhadores e, como tal, compartilham dessa identidade e, assim,
continuarão a contribuir na construção desta nação, no seu desenvolvimento social,
econômico e cultural.
figura 46
Espelho, Espelho Meu ! ! ! ... Existe alguém no mundo mais bela do que Eu
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NUPESS/UFF
Serafim Fortes Paz
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