Você está na página 1de 12

Nº 14, Fevereiro de 2020

Documento Científico
Departamento Científico de Infectologia
(2019-2021)

Novo coronavírus
(COVID-19)

Departamento Científico de Infectologia


Presidente: Marco Aurélio Palazzi Sáfadi (Relator)
Secretária: Cristina Rodrigues
Membros do Conselho Científico: Aroldo Prohmann de Carvalho, Analíria Moraes Pimentel,
Eitan N. Berezin, Euzanete Coser, Maria Ângela Wanderley Rocha,
Silvia Regina Marques

Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou,


Introdução
em 30 de janeiro de 2020, o surto como sendo
uma Emergência de Saúde Pública de Importân-
O ano de 2020 iniciou-se com a notícia do cia Internacional (ESPII).
aparecimento de um novo coronavirus zoonóti-
O genoma viral foi rapidamente sequencia-
co, que cruzou espécies para infectar populações
do, mostrando que ele é 75% a 80% idêntico ao
humanas. Esse vírus, chamado provisoriamen-
SARS-CoV e ainda mais intimamente relaciona-
te de 2019-nCoV, foi identificado pela primeira
do a coronavírus de morcegos3. O conhecimento
vez em Wuhan, na província de Hubei, China, em
detalhado das características antigênicas deste
pessoas expostas em um mercado de frutos do
novo coronavirus é de crucial importância, pois
mar e de animais vivos. A exemplo dos surtos
viabiliza o desenvolvimento de testes diagnós-
causados por dois outros coronavírus respirató-
ticos que permitam a rápida identificação do ví-
rios humanos que surgiram nas últimas duas dé-
rus, assim como o desenvolvimento de ensaios
cadas (SARS-CoV, MERS-CoV), o novo coronavirus
sorológicos para mapear a prevalência da infec-
COVID-19 causa doença respiratória potencial-
ção em uma determinada comunidade, além de
mente grave em alguns indivíduos1,2. Após o
constituir etapa fundamental para o desenvolvi-
relato pelas autoridades sanitárias da China de
mento de antivirais específicos e vacinas em um
milhares de casos confirmados e centenas de
futuro próximo.
mortes atribuídas ao novo coronavírus COVID-19,
assim como detecção de casos em diversos paí- É preciso, entretanto, reconhecer que as in-
ses, acometendo principalmente adultos acima formações disponíveis até este momento são
de 60 anos e portadores de co-morbidades, a preliminares e ainda há muito que aprender so-

1
Novo coronavírus (COVID-19)

bre o comportamento deste novo coronavírus, gêneros: Alfacoronavirus, Betacoronavirus, Ga-


particularmente no que diz respeito à sua trans- macoronavirus e Deltacoronavirus7.
missibilidade, potencial virulência, e espectro
Figura 1. Imagem do novo coronavírus COVID-19 em
de manifestações clínicas. Após a publicação
microscopia (fornecido pelo CDC da China).
de estudo5 descrevendo a ocorrência de trans-
missão do novo coronavírus COVID-19 por in-
divíduos infectados assintomáticos, evidências
recentes questionaram a qualidade dos achados
do referido estudo, sugerindo que a transmissão
só ocorra a partir de casos com sinais e sintomas
de doença do trato respiratório e não em situa-
ções em que a infecção é assintomática6.

Baseado na experiência com SARS-CoV e


MERS-CoV é provável que a transmissão do novo
coronavirus COVID-19 ocorra em menor intensi-
dade e competência por meio de aerossóis e fô-
mites e mais por gotículas, antecipando desta for-
ma a importância da implementação de medidas
de saúde pública, incluindo quarentena na comu-
nidade, diagnóstico oportuno e criteriosa adesão
às precauções universais nos ambientes de saú-
de, para mitigar a transmissão do COVID-192.

Em função da relevância desta situação epi-


demiológica e do risco potencial de introdução
deste novo coronavírus COVID-19 em nosso país,
a Sociedade Brasileira de Pediatria, por meio de
seu Departamento de Infectologia, escreveu este
documento com o objetivo de compartilhar com
a comunidade de pediatras brasileiros as infor-
mações mais atuais já disponíveis na literatura
médica e oferecer uma visão crítica destes dados
preliminares.

Até o ano de 2019, seis diferentes espécies


de coronavirus eram conhecidas como causa de
Etiologia doença em seres humanos, entre os quais quatro
delas — 229E, NL63, OC43, e o HKU1 — de alta
Coronavirus são vírus RNA com ampla dis- prevalência e tipicamente associados a quadros
tribuição entre humanos, outros mamíferos e de resfriados e infecções leves do trato respira-
aves. Na microscopia eletrônica, estes vírus são tório superior em pacientes imunocompetentes
vistos como círculos, com espículas que termi- de todas as faixas etárias. As outras duas cepas,
nam em pequenas gotas que se exteriorizam de — severe acute respiratory syndrome coronavirus
sua superfície, parecendo uma coroa (a palavra (SARS-CoV) e a Middle East respiratory syndrome
“corona” em latim tem o significado de coroa) coronavirus (MERS-CoV) — têm origem zoonótica
(figura 1). Os Coronavirus pertencem à subfamí- e estão associadas a quadros graves e potencial-
lia Coronavirinae da família dos Coronaviridae, mente fatais de insuficiência respiratória. O SARS-
ordem Nidovirales. Esta subfamília inclui quatro -CoV foi responsável por surtos de síndrome res-

2
Departamento Científico de Infectologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

piratória aguda grave no ano de 2002 e de 2003 manos de uma pessoa para outra ocorre principal-
na China, com 8.096 casos em 29 países e 774 mente por via aérea, por gotículas ao falar, tossir,
mortes (letalidade de 9,5%), enquanto o MERS- espirrar, por contato próximo como ao tocar ou
-CoV foi o agente responsável por surtos de doen- apertar as mãos ou ao tocar um objeto contamina-
ça respiratória grave ocorridos no Oriente Médio do e em seguida levar a mão à boca, nariz, olhos.
no ano de 2012, com registro de 2.494 casos em A transmissão oro-fecal foi raramente reportada.
27 países e 858 mortes (letalidade de 34%)8,9.
Já a transmissão deste novo coronavírus
A alta prevalência dos coronavirus, com am- COVID-19 parece ocorrer principalmente pelo
pla distribuição no mundo, aliado à sua diversi- contato com uma pessoa infectada, através de
dade genética e frequentes oportunidades de gotículas respiratórias geradas quando a pessoa
recombinação genômica, em locais com intensa tosse, espirra, ou por gotículas de saliva ou secre-
interação entre o homem e outros animais, é ce- ção nasal. Ainda não se determinou o tempo de
nário que facilita o surgimento periódico de no- sobrevida deste novo coronavírus em ambientes
vas cepas de coronavírus. e objetos e se existe transmissão por fômites9.

O novo coronavirus 2019 (Em 12 de janeiro de Uma maneira de estimar a capacidade de


2020, a Organização Mundial da Saúde nomeou transmissibilidade de um vírus é pelo cálculo de
temporariamente o novo vírus como novo coro- seu número reprodutivo (R0), o que representa
navirus 2019 - 2019-nCoV e em 12 de fevereiro o uma medida de sua taxa de ataque, ou seja, tra-
nomeou definitivamente como COVID-19), o séti- duz o número de infecções secundárias que ocor-
mo a ser descrito como causa de doença em se- rem a partir de um indivíduo infectado em uma
res humanos, foi identificado em pacientes com população susceptível. Estudos preliminares
pneumonia na cidade de Wuhan, província de apontavam que este novo coronavírus COVID-19
Hubei, China em Dezembro 2019-Janeiro 20201. estaria associado a taxas de R0 de 1,5 a 3,5, sen-
Análises filogenéticas classificaram o novo coro- do os dados mais recentes sugerindo um R0 de
navirus no gênero betacoronavirus, que incluem 4,08, ou seja, para cada caso, em média, haveria
coronavirus humanos, de morcegos e de outros quatro novos indivíduos infectados10. Para efeito
animais selvagens. Este novo coronavirus com- de comparação o R0 do vírus influenza A (H1N1)
partilha 79,5% de sua sequência genética com 2009 é de aproximadamente 1,3 e o do sarampo
o SARS-CoV e tem 96,2% de homologia com um 12 - 18. Não há evidências científicas, até o mo-
coronavirus de morcegos2. Ainda é desconhecida mento, demonstrando de forma inequívoca que
qual foi a espécie animal intermediária entre os tenha havido transmissão intra-útero ou trans-
morcegos e os humanos. No caso do SARS foram missão por leite materno deste novo vírus9.
os gatos civet, enquanto no caso do MERS foram O período de incubação estimado do novo
os camelos8. Os primeiros casos descritos foram coronavírus COVID-19 é de aproximadamente 5
associados a um mercado de frutos de mar e de dias (IC95% de 4,1-7,0 dias), apesar de termos
animais silvestres vivos na cidade de Wuhan, na descrições de casos com até 2 semanas desde a
província de Hubei, que tem uma população es- infecção até o início dos sintomas8,11-15. Ainda não
timada de 59 milhões de habitantes. é totalmente claro quando se inicia o período de
transmissibilidade, sendo que a maioria dos casos
secundários ocorrem a partir de indivíduos sinto-
máticos. Relatos preliminares sugerindo a possibi-
Epidemiologia e transmissão
lidade de transmissão a partir de indivíduos assin-
tomáticos foram recentemente questionados em
As evidências em relação ao padrão de trans- relação à metodologia utilizada, não sendo claro
missão deste novo coronavírus ainda não são neste momento se existe esta forma de transmis-
claras. A transmissão dos outros coronavírus hu- são associada ao novo coronavírus COVID-194,5.

3
Novo coronavírus (COVID-19)

No caso do SARS-CoV, observou-se durante Até o dia 12 de fevereiro de 2020, foram


o seu surto que uma significativa proporção das contabilizados 45.213 casos e 1.118 mortes em
transmisssões deste vírus ocorreram em ambien- todo o planeta, o que resultaria em uma taxa de
te hospitalar. A mais pláusivel explicação bioló- letalidade de aproximadamente 2,2%16. Entre-
gica para este fenomeno é a presença predomi- tanto, é nossa opinião que, em função de existir
nante de receptores celulares (enzima humana uma tendência de subnotificação dos casos leves
conversora de angiotensina - ACE2) para a glico- além da presença de infecções assintomáticos,
proteina S do vírus SARS-CoV no trato respirató- haja um provável viés de superestimação destas
rio inferior em comparação ao trato respiratório taxas. Todas mortes, exceto duas (uma nas Filipi-
superior, o que faz com que o pico da eliminação nas e a outra em Hong Kong), ocorreram na Chi-
viral nestes pacientes seja mais tardio, quando o na, sendo que 80% delas ocorreram em indívi-
paciente geralmente já se encontra hospitaliza- duos com mais de 60 anos e 75% em pacientes
do. O maior risco de contágio encontrado nos ca- com relatos de co-morbidades. Dos 45.213 ca-
sos de pacientes com doença grave do trato res- sos reportados até o dia 12 de fevereiro, 44.690
piratório inferior também se justifica pela maior (99% do total de casos) ocorreram no território
chance de exposição a secreções e geração de continental da China e os outros 523 (< de 1%)
aerossóis durante procedimentos invasivos de distribuídos em 28 países16 (figura 2). Não há
intubação e assistência ventilatória nos cuida- até o momento da edição deste texto nenhum
dos hospitalares a estes pacientes. caso confirmado no Brasil ou em qualquer outro
Importante enfatizar que ainda não se co- país da America do Sul e Central, tampouco no
nhece com exatidão o tempo de eliminação do continente Africano. Deve-se lembrar que as ca-
vírus no trato respiratório superior e inferior dos racterísticas climáticas no hemisfério sul neste
pacientes acometidos, mas estima-se que possa momento do ano (elevadas temperaturas e umi-
ser de semanas, de acordo com o previamente dade) não constituem condições que facilitam a
observado nos casos de infecção por MERS-CoV tranmissão e o “fitness” dos vírus respiratórios
ou por SARS-CoV. No caso do SARS-CoV a trans- de uma maneira geral, antecipando comporta-
missibilidade dos pacientes infectados é em mé- mento semelhante para este novo coronavírus
dia de 7 dias após o início dos sintomas6,7. COVID-19.

Figura 2. Mapa global com os casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19) atualizado em 8 de fevereiro e 20209

4
Departamento Científico de Infectologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Para se ter uma ideia comparativa do im- por 8,2% (IC95% 7,9–8,6) de todas as mortes
pacto deste novo coronavírus COVID-19 até o por doença respiratória naquele país, geran-
momento com o impacto que temos, por exem- do taxas de mortalidade de aproximadamente
plo, todos os anos pelas infecções causadas 6,5/100.000 habitantes18. No Brasil, em 2018 o
pelo vírus influenza sazonal, o CDC estima que vírus influenza foi responsável por 6.754 hospi-
a atual estação de gripe 2019/2020 nos EUA já talizações devidas à síndrome respiratória aguda
causou, até o dia 1 de fevereiro de 2020, entre grave (SRAG), resultando em 1.381 mortes por
210.000 e 370.000 hospitalizações e 12.000 a influenza (letalidade de 20%), a maioria delas
30.000 mortes atribuídas ao influenza17. Em uma em adultos acima de 60 anos, com uma taxa de
publicação de setembro de 2019, cientistas chi- mortalidade de 0,66/100.000 habitantes19.
neses estimaram que aproximadamente 88.100
(95% CI 84.200 – 92.000) mortes associadas a A seguir estão descritas as definições de caso
doença respiratória causada pelo vírus influen- publicadas pelo ministério da saúde do Brasil em
za ocorrem anualmente na China, respondendo seu boletim epidemiológico20:

Tabela 1. Definição operacional de caso suspeito para o novo coronavirus 2019 (COVID-19), de acordo com o
Ministério da Saúde do Brasil20:

Pacientes que preencham os seguintes critérios


devem ser definidos como casos suspeitos para COVID-19

Características clínicas Risco epidemiológico

Febre OU pelo menos um histórico de contato próximo com caso


sinal/sintoma respiratório confirmado do novo coronavirus
(tosse, dificuldade para respirar, E (COVID-19) em laboratório, nos últimos
batimento de asa de nariz, entre 14 dias antes do início dos sinais ou
outros) sintomas

Febre E pelo menos um sinal/sintoma histórico de contato próximo de caso


respiratório (tosse, dificuldade para suspeito para o novo coronavírus
E
respirar, batimento de asa de nariz, (COVID-19), nos últimos 14 dias antes do
entre outros) início dos sintomas

Febre E pelo menos um sinal/sintoma histórico de viagem para área com


respiratório (tosse, dificuldade para transmissão local, de acordo com a OMS,
E
respirar, batimento de asa de nariz, nos últimos 14 dias antes do início dos
entre outros) sinais ou sintomas

Febre pode não estar presente em alguns casos como, por exemplo, em pacientes jovens, idosos, imunossuprimidos ou que em algumas situações
possam ter utilizado medicamento antitérmico. Nestas situações, a avaliação clínica deve ser levada em consideração e a decisão deve ser
registrada na ficha de notificação.

Definição de caso provável de Infecção Definição de caso confirmado de Infecção


Humana: Humana:

Caso suspeito com o teste inconclusivo para Indivíduo com confirmação laboratorial pa-
COVID-19 OU com teste positivo em ensaio de ra COVID-19, independente de sinais e sinto-
pan-coronavírus. mas.

5
Novo coronavírus (COVID-19)

Definição de caso descartado de Infecção particularmente propensos a quadros mais gra-


Humana: ves e admisssão em unidades de terapia intensi-
va. Parece haver uma tendência de maior relato
Caso suspeito com resultado laboratorial ne-
de casos em indivíduos do sexo masculino6,9,14,15.
gativo para COVID-19 ou confirmação laborato-
rial para outro agente etiológico. Em relação ao curso da doença entre os in-
fectados, vários relatos sugerem que durante a
Caso Excluído de Infecção Humana: segunda semana da doença existe um potencial
risco de deterioração clínica. Nestes relatos, nos
Caso notificado que não se enquadrar na de-
casos que evoluíram com pneumonia, a dispneia
finição de caso suspeito. Nessa situação, o regis-
surgiu em média 8 dias após o início dos sinto-
tro será excluído da base de dados nacional.
mas (variando de 5 a 13 dias)6,9,14,15.

Entre os pacientes que foram hospitalizados,


em 17% a 29% deles houve evolução para sín-
Manifestações clínicas
drome respiratória grave e em 10% diagnóstico
de infecção secundária, com aproximadamente
Ainda não temos um conhecimento suficien- um terço dos pacientes necessitando de admis-
te do comportamento dos pacientes infectados são em unidades de terapia intensiva, 4% a 10%
com o novo coronavirus COVID-19 que nos per- ventilação mecânica e uma menor proporção
mita descrever toda a gama de manifestações (3%) dos casos requerendo oxigenação extra-
clínicas associadas a ele. Neste período de pou- corpórea (ECMO). Outras complicações relatadas
co mais de um mês de circulação, já houve des- incluíram infarto agudo do miocárdio e insufici-
crição desde infecções assintomáticas, quadros ência renal aguda. Restringindo a análise da leta-
leves de infecção de vias aéreas superiores até lidade apenas aos pacientes hospitalizados com
casos graves, fatais, com insuficiência respira- pneumonia, os dados preliminares apontam taxas
tória e pneumonia. A maior parte dos relatos da de letalidade de aproximadamente 10% a 15%9.
apresentação clínica de pacientes com infecção
confirmada pelo COVID-19 está limitada a casos
de indíviduos hospitalizados com pneumonia.
Os sinais e sintomas frequentemente relatados Diagnóstico
incluem febre (83% a 98%), tosse (76% a 82%)
e mialgia ou fadiga (11% a 44%) no início da Destaca-se que o quadro clínico é inespecífi-
doença. Dor de garganta também foi relatada co, similar ao encontrado em infecções causadas
em alguns pacientes no início do curso clínico. por outros vírus respiratórios, como influenza,
Sintomas menos comumente relatados incluem vírus sincicial respiratório, adenovírus, metap-
manifestações gastrointestinais, cefaléia e he- neumovírus, parainfluenza, outros coronavírus,
moptise6,9,14,15. etc, não havendo até o momento identificação
de achados clínicos que sejam exclusivos desta
Chama a atenção nas descrições de casos
infecção.
iniciais a quase ausência de casos sintomáticos
em lactentes, crianças e adolescentes, grupos De acordo com o último boletim divulgado
em que habitualmente se concentra grande par- pelo Ministério da Saúde20, no caso de pacientes
te dos casos de infecções respiratórias virais21. que atendam à definição de caso suspeito (vide
A idade média dos pacientes acometidos é de tabela 1) de infecção pelo COVID-19, deve-se
49 a 56 anos. Indivíduos idosos e aqueles com proceder à coleta de amostras do trato respirató-
co-morbidades como diabetes, doenças pulmo- rio. A confirmação diagnóstica é feita por técni-
nares crônicas, doenças cardiovasculares, câncer cas de reação de cadeia de polimerase em tempo
e pacientes imunocomprometidos mostraram-se real (RT-PCR) e sequenciamento genômico.

6
Departamento Científico de Infectologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

O profissional de saúde responsável pela co- procalcitonina se mostraram normais na maioria


leta de amostras respiratórias deverá utilizar os dos pacientes no momento da admissão hospi-
seguintes equipamentos de proteção individual talar.
(EPI):
Nos estágios iniciais dos casos de pneumo-
• Gorro descartável nia, as imagens das radiografias de tórax mostram
• Óculos de proteção ou protetor facial múltiplas pequenas opacidades irregulares e infli-
• Máscara do tipo N95, FFP2 ou equivalente trados intersticiais. Nos casos graves observa-se o
aparecimento de opacidade bilateral com aspec-
• Avental de mangas compridas
to de vidro moído, e consolidação pulmonar, com
• Luva de procedimento eventual formação de efusão pleural em alguns
A coleta de amostras deverá ser realizada de casos. Achados de tomografias de tórax mostra-
uma das seguintes formas: ram envolvimento pulmonar bilateral na maioria
dos casos, com múltiplas áreas de consolidação e
• Swab combinado (nasal/oral) OU
opacidades em aspecto de vidro moído9,12-15.
• Aspirado de nasofaringe (ANF) OU
• Amostra de secreção respiratória inferior (es-
carro ou lavado traqueal ou lavado bronco-al- Tratamento
veolar).

O procedimento de coleta de amostras respi- Ainda não existem medicamentos espe-


ratórias dos casos suspeitos de COVID-19 deve cíficos para o tratamento da infecção pelo
seguir o protocolo de coleta da Influenza. Con- COVID-19. Entretanto, medidas de suporte de-
tudo, considerando se tratar de um novo vírus vem ser sempre implementadas20.
ou novo subtipo viral em processo pandêmico, a O uso de corticoesteroides deve ser evitado,
amostra deverá ser coletada até o 7° dia dos sin- salvo nos casos em que sua indicação se dá por
tomas, preferencialmente até o 3° dia. outras situações clínicas, pelo risco de prolongar
Em serviços de saúde PÚBLICOS, é necessária o tempo de eliminação do vírus conforme pre-
a coleta de 1 (uma) amostra respiratória, confor- viamente observado em pacientes com infec-
me detalhado no tópico Técnica para a coleta e ções por MERS-CoV.
acondicionamento. Esta amostra deverá ser en- Os pacientes com quadros leves devem ser
caminhada com urgência para o LACEN. Em servi- orientados a permanecer em isolamento domi-
ços de saúde PRIVADOS, que tenham condições ciliar, acompanhados e monitorados de forma ri-
de realizar o diagnóstico laboratorial para vírus gorosa, pelo risco de piora e deterioração clínica
respiratórios, exceto COVID-19, é necessário principalmente na segunda semana da doença.
realizar a coleta de 2 (duas) amostras respirató- Estes pacientes deverão receber orientações de
rias ou realizar a coleta de 1 amostra que será controle de infecção, prevenção de transmissão
aliquotada em 2 partes. para contatos e sinais de alerta para possíveis
complicações e um acesso por meio de comuni-
cação rápida deve ser providenciado para even-
Achados laboratoriais e radiológicos tuais dúvidas ou comunicados.

Possíveis fatores de risco já identificados


As alterações laboratoriais reportadas com para quadros graves foram a presença de idade
mais frequência entre os pacientes hospitaliza- avançada e co-morbidades (diabetes, doenças
dos com pneumonia, no momento da admissão cardiovasculares, doenças pulmonares, câncer,
foram: linfopenia em 63% e elevação dos níveis doença hepática, renal, situações de imunocom-
de transaminases em 37%9,11,15,21. Os níveis de prometimento e gravidez).

7
Novo coronavírus (COVID-19)

Para os pacientes imunocomprometidos o fatizar que não temos ainda nenhum resultado
guia do Ministério da Saúde recomenda hospita- concreto de segurança e/ou de eficácia destas
lização e avaliação diagnóstica com provas mo- iniciativas terapêuticas que estão sendo imple-
leculares (PCR) antes da alta hospitalar ou trans- mentadas, a maioria delas em protocolos em in-
ferência, devido a possibilidade de transmissão vestigação.
prolongada. Pacientes que necessitarem de in-
ternação prolongada por outras comorbidades,
devem ter também testes moleculares (PCR) re-
Medidas de prevenção
petidos para eventual liberação de isolamento,
e controle de infecção
independente de ausência de febre e sintomas.

Dentro do manejo clínico dos casos de síndro- Precauções padrão


me respiratória pelo novo coronavírus COVID-19,
o Ministério da Saúde destaca as seguintes reco- O Ministério da Saúde recomenda ações pre-
mendações20: ventivas diárias para ajudar a prevenir a propa-
gação dos vírus respiratórios em geral, incluindo:
1. Terapia e monitoramento precoces de supor-
te (oxigenioterapia, fluidoterapia conserva- • Lavar as mãos frequentemente com água e sa-
dora na ausência de choque, antimicrobianos bonete por pelo menos 20 segundos, respei-
quando pertinente, evitar corticosteroides tando os 5 momentos de higienização. Se não
sem indicação, monitorar rigorosamente para houver água e sabonete, usar um desinfetante
os sinais de complicações) para as mãos à base de álcool;

2. Tratamento da insuficiência respiratória hi- • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as
poxêmica e síndrome do desconforto respira- mãos não lavadas;
tório agudo (SDRA). (ventilação não invasiva • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
nos casos leves e ventilação mecânica em ca- • Ficar em casa quando estiver doente;
sos com insuficiência respiratória hipoxêmica
• Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com
persistente, apesar da oxigenioterapia).
um lenço de papel e jogar no lixo;
3. Gerenciamento do choque séptico (reconhe-
• Limpar e desinfetar objetos e superfícies toca-
cimento precoce e ressuscitação com crista-
dos com frequência.
loides isotônicos e vasopressores quando o
choque persistir durante ou após a ressusci-
tação hídrica). Cuidados com o paciente e medidas de controle
4. Prevenção de complicações (reduzir dias de na chegada, triagem e espera
Ventilação Mecânica Invasiva; reduzir inci- • Utilizar precauções padrão para todos os pa-
dência de pneumonia associada à ventilação; cientes;
reduzir incidência de infecção sanguínea por
• Implementar procedimentos de triagem para
cateter; minimizar ocorrência de úlceras de
detectar pacientes sob investigação para o
decúbito; reduzir incidência de úlceras por
novo coronavírus durante ou antes da triagem
estresse e sangramento gastrointestinal; re-
ou registro do paciente: garantir que todos os
duzir incidência de doenças relacionadas à
pacientes sejam questionados sobre a presen-
permanência em UTI).
ça de sintomas de uma infecção respiratória e
O uso de antirretrovirais (lopinavir/ritona- histórico de viagens para áreas com transmis-
vir), previamente testados em pacientes com são do novo coronavírus (COVID-19) ou conta-
SARS-CoV e MERS-CoV, assim como o uso do to com possíveis pacientes com o novo corona-
Interferon-α2b inalatório, estão em investiga- vírus (COVID-19);
ção22. O remdesevir também foi usado em um • A triagem deve ser realizada em espaço bem
paciente nos Estados Unidos23. Importante en- ventilado que permita que os pacientes, em

8
Departamento Científico de Infectologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

espera sob investigação para o novo coronaví- ser encontrada no site do Ministério da Saúde:
rus, sejam separados dos demais pacientes e http://bit.ly/hospitaisncov
tenham fácil acesso a suprimentos de higiene • Evitar o transporte interinstitucional de casos
respiratória e higiene das mãos; suspeitos ou confirmados. Se a transferência
• Os pacientes suspeitos e seus acompanhan- do paciente for realmente necessária, este
tes devem usar máscara cirúrgica, lenços de deve utilizar máscara cirúrgica, obrigatoria-
papel em episódios de tosse e espirros, secre- mente.
ção nasal e realizar higiene das mãos frequen-
te com água e sabonete líquido ou preparação Abordagem do paciente e medidas
alcoólica desde a sua identificação no serviço de controle no atendimento ambulatorial
de saúde até sua chegada ao local de isola- e intra-hospitalar
mento;
• Os pacientes com sintomas de infecções respi-
• Todos os trabalhadores dos serviços de saú- ratórias devem utilizar máscara cirúrgica des-
de que atuam na triagem devem fazer uso da de a chegada ao serviço de saúde, na chegada
máscara cirúrgica e realizar a higienização ao local de isolamento e durante a circulação
das mãos antes e após a colocação da más- dentro do serviço (transporte dos pacientes de
cara. Caso o serviço tenha disponível, reco- uma área/setor para outro);
menda-se o uso da máscara N95, FFP2, ou
• Identificar e isolar precocemente pacientes
equivalente, pelos profissionais de saúde que
suspeitos. Imediatamente antes da entrada no
atuam na avaliação inicial e classificação de
quarto ou área de isolamento, devem ser dis-
risco.
ponibilizadas condições para a higienização
das mãos: dispensador de preparação alcoóli-
Abordagem do paciente e medidas ca; lavatório/pia com dispensador de sabonete
de controle no atendimento pré-hospitalar líquido; suporte para papel toalha abastecido;
móvel de urgência lixeira com tampa e abertura sem contato ma-
nual;
• Casos suspeitos, confirmados ou acompanhan-
tes devem usar máscara cirúrgica, lenços de • Limitar a movimentação do paciente suspeito
papel em episódios de tosse e espirros, higie- ou confirmado para fora da área de isolamento.
ne das mãos frequente com água e sabonete Se necessário o deslocamento, manter másca-
líquido ou preparação alcoólica; ra cirúrgica no paciente durante todo o trans-
porte;
• Todos profissionais de saúde e de apoio devem
utilizar gorro, óculos de proteção ou protetor • Não é recomendada a entrada de visitantes no
facial, avental impermeável, luvas de procedi- isolamento. Qualquer pessoa, estritamente ne-
mento, máscaras N95, FFP2, ou equivalente. cessária, que não seja trabalhadora do serviço
de saúde, que entrar no quarto ou área de iso-
• Melhorar a ventilação do veículo para aumen- lamento deve realizar higiene das mãos e fazer
tar a troca de ar durante o transporte; uso de máscara cirúrgica;
• Durante o transporte, deve-se evitar manipula- • Todos os trabalhadores de saúde (profissionais
ções desnecessárias para minimizar a possibi- da assistência e de apoio) que entrarem no
lidade de contaminação da equipe e do mate- quarto de isolamento deverão realizar higie-
rial; ne frequente das mãos com água e sabonete
• Sempre notificar previamente o serviço de líquido ou preparação alcoólica, antes e depois
saúde de referência para onde o caso suspeito de adentrarem o ambiente; fazer uso de gorro,
ou confirmado será encaminhado e realizar a óculos de proteção ou protetor facial; máscara
transferência do paciente, garantindo os cui- N95, FFP2 ou equivalente; avental impermeá-
dados de proteção às equipes receptoras. A vel de mangas compridas e luvas de procedi-
lista de serviços de saúde de referência pode mento.

9
Novo coronavírus (COVID-19)

Abordagem
• Sempre que possível, os pacientes suspeitos mento deve ter a entrada sinalizada com um
ou confirmados devem ser colocados em quar- alerta referindo para doença respiratória, a fim
tos privativos com ventilação adequada. Na im- de limitar a entrada de pacientes, visitantes e
possibilidade devem estar em área isolada jun- profissionais que estejam trabalhando em ou-
to com outros casos suspeitos ou confirmados tros locais do hospital;
de infecção humana pelo COVID-19. No caso • O acesso deve ser restrito aos trabalhadores
de separar em uma mesma enfermaria ou em da saúde (profissionais da assistência e de
outra área, grupos de pacientes, é fundamental apoio) envolvidos no atendimento e serviços
que seja mantida uma distância mínima de 1 de apoio e deve-se ter uma relação de todos os
metro entre os leitos dos pacientes. O quarto trabalhadores e outras pessoas que entrarem
ou área previamente estabelecida para isola- no isolamento.

10
Departamento Científico de Infectologia (2019-2021) • Sociedade Brasileira de Pediatria

REFERÊNCIAS:

01. Zhu N, Zhang D, Wang W, et al. A novel 14. Chen N, Zhou M, Dong X, et al. Epidemiological
coronavirus from patients with pneumonia in and clinical characteristics of 99 cases of 2019
China, 2019. N Engl J Med, 2020. DOI: 10.1056/ novel coronavirus pneumonia inWuhan, China:a
NEJMoa2001017 descriptive study. Lancet., 2020. doi:10.1016/
S0140-6736(20)30211-7
02.
Perlman S. Another decade, another
coronavirus. N Engl J Med, 2020. DOI: 10.1056/ 15. Huang C, et al. Clinical feature of patients
NEJMe2001126. infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan,
China. Lancet. 2020.doi:10.1016/S0140-
03. Tan WJ, Zhao X, Ma XJ, et al. A novel coronavirus 6736(20)30183-5
genome identified in a cluster of pneumonia
cases — Wuhan, China 2019–2020. China CDC 16.
Worldometer. Coronavirus. Disponível em
Weekly 2020; 2:61-62. https://www.worldometers.info/coronavirus/
#ref-22. Acesso em 9/Fev/2020
04.
Rothe C, Schunk M, Sothmann P, et al.
Transmission of 2019-nCoV infection from an 17. Centers for Disease Control and Prevention
asymptomatic contact in Germany. N Engl J Med (CDC).. 2019-2020 U.S. Flu Season: Preliminary
2020 Jan 30 doi: 10.1056/NEJMc2001468 Burden Estimates. Disponível em: https://www.
cdc.gov/flu/about/burden/preliminary-in-
05. Kupferschmidt K, Cohen J. Will novel virus season-estimates.htm. Acesso em 9/Fev/2020.
go pandemic or be contained? Science 2020.
367(6478) 610-611. 18. Li Li, Yunning Liu, Peng Wu et al. Influenza-
associated excess respiratory mortality in China,
06. Richman DD, Whitley RJ, Hayden FG. Clinical 2010–15: a population-based study Lancet
Virology. John Wiley & Sons, 2016. Public Health 2019; 4: e473–81
07. Su S, Wong G, Shi W, et al. Epidemiology, 19.
Brasil. Ministério da Saúde. Boletim
genetic recombination, and pathogenesis epidemiológico. Influenza. Disponível em:
of coronaviruses. Trends Microbiol 2016;24: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/
490-502. pdf/2019/setembro/06/BE-21-influenza-
04set19.pdf
08. Cui J, Li F, Shi ZL. Origin and evolution of
pathogenic coronaviruses. Nat Rev Microbiol 20.
Brasil. Ministério da saúde. Boletim
2019;17:181-92. epidemiológico 2. Infecção humana pelo novo
coronavirus 2019-nCoV. 2/Fev/2020. Disponível
09. Centers for Disease Control and Prevention em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/
(CDC). Coronavirus. Disponível em https://www. images/pdf/2020/fevereiro/04/Boletim-
cdc.gov/coronavirus/index.html. (Acesso em epidemiologico-SVS-04fev20.pdf
7/Fev/2020)
21. Chen ZM, Fu JF, Shu Q, et al. Diagnosis and
10. Cao Z, Zhang O, Lu X et al. Estimating the treatment recommendations for pediatric
effective reproduction number of the 2019- respiratory infection caused by the 2019 novel
nCoV in China. MedRix 2020 ; http://dx.doi. coronavirus. World Journal of Pediatrics 2020.
org/10.1101/2020.01.27.20018952 https://doi.org/10.1007/s12519-020-00345-5
11. National Recommendations for Diagnosis and 22. Arabi YM, Alothman A, Balkhy HH, et al.
Treatment of pneumonia caused by 2019-nCoV Treatment of Middle East respiratory syndrome
(the 4th edition). National Health Commission with a combination of lopinavir–ritonavir and
and National Administrative Office of Chinese interferon- β1b (MIRACLE trial): study protocol
Tradition Medicine. https://www.nhc.gov.cn/ for a randomized controlled trial. Trials.
xcs/zheng cwj/20200. Acesso 29 Jan 2020 2018;19:81.
12. Chan JF, Yuan S, Kok KH, et al. A familial cluster 23. Holshue ML, DeBolt C, Lindquist S, et al;
of pneumonia associated with the 2019 novel Washington State 2019-nCoV Case Investigation
coronavirus indicating person-to-person Team. First case of 2019 novel coronavirus in the
transmission: a study of a family cluster. United States. N Engl J Med. 2020. doi:10.1056/
Lancet. 2020. https ://doi.org/10.1016/S0140 NEJMoa2001191
-6736(20): 30154 -9.

13. Li Q, Guan X,Wu P, et al. Early transmission


dynamics in Wuhan, China, of novel coronavirus-
infected pneumonia. N Engl J Med., 2020.
doi:10.1056/NEJMoa2001316

11
Diretoria
Triênio 2019/2021

PRESIDENTE: MEMBROS: Dirceu Solé (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)


Luciana Rodrigues Silva (BA) Henrique Mochida Takase (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Dirceu Solé (SP)
1º VICE-PRESIDENTE: João Carlos Batista Santana (RS) EDITORES ASSOCIADOS: Evelyn Eisenstein (RJ)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Luciana Cordeiro Souza (PE) Danilo Blank (RS) Daniel Becker (RJ)
2º VICE-PRESIDENTE: Luciano Amedée Péret Filho (MG) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) Ricardo do Rêgo Barros (RJ)
Edson Ferreira Liberal (RJ) Mara Morelo Rocha Felix (RJ) Renata Dejtiar Waksman (SP) OFTALMOLOGIA PEDIÁTRICA:
Marilucia Rocha de Almeida Picanço (DF) COORDENAÇÃO:
SECRETÁRIO GERAL: Vera Hermina Kalika Koch (SP) COORDENAÇÃO DO PRONAP
Sidnei Ferreira (RJ) Fernanda Luísa Ceragioli Oliveira (SP) Fábio Ejzenbaum (SP)
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Tulio Konstantyner (SP) MEMBROS:
1º SECRETÁRIO: Nelson Augusto Rosário Filho (PR)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Cláudia Bezerra de Almeida (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Sergio Augusto Cabral (RJ) Dirceu Solé (SP)
2º SECRETÁRIO: COORDENAÇÃO DO TRATADO DE PEDIATRIA
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Luciana Rodrigues Silva (BA) Galton Carvalho Vasconcelos (MG)
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Ricardo do Rego Barros (RJ) Julia Dutra Rossetto (RJ)
Fábio Ancona Lopez (SP)
3º SECRETÁRIO: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL Luisa Moreira Hopker (PR)
Virgínia Resende Silva Weffort (MG) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
COORDENAÇÃO: Joel Alves Lamounier (MG) Rosa Maria Graziano (SP)
DIRETORIA FINANCEIRA: Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) Celia Regina Nakanami (SP)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
MEMBROS: Cláudio Leone (SP) SAÚDE MENTAL
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Gilberto Pascolat (PR) COORDENAÇÃO:
Cláudio Hoineff (RJ) Paulo Tadeu Falanghe (SP) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Roberto Santoro P. de Carvalho Almeida (RJ)
Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO:
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Rosana Fiorini Puccini (SP) MEMBROS:
Hans Walter Ferreira Greve (BA) João Cândido de Souza Borges (CE) Daniele Wanderley (BA)
Anenisia Coelho de Andrade (PI) MEMBROS: Vera Lucia Afonso Ferrari (SP)
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Rosana Alves (ES)
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) Isabel Rey Madeira (RJ) Rossano Cabral Lima (RJ)
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA) Gabriela Judith Crenzel (RJ)
COORDENADORES REGIONAIS Jocileide Sales Campos (CE) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP) Cecy Dunshee de Abranches (RJ)
NORTE: Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Silvia Wanick Sarinho (PE) Adriana Rocha Brito (RJ)
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) Gloria Tereza Lima Barreto Lopes (SE) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS
Adelma Alves de Figueiredo (RR) MUSEU DA PEDIATRIA
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) EM PEDIATRIA COORDENAÇÃO:
NORDESTE: DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO: Edson Ferreira Liberal (RJ)
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) MEMBROS:
Dirceu Solé (SP) MEMBROS: Mario Santoro Junior (SP)
SUDESTE: DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) José Hugo de Lins Pessoa (SP)
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) CIENTÍFICOS Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Isabel Rey Madeira (RJ) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) REDE DA PEDIATRIA
Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) COORDENAÇÃO:
SUL: DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA)
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) COORDENAÇÃO: Rubem Couto (MT)
Helena Maria Correa de Souza Vieira (SC) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Tânia Denise Resener (RS)
Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) MEMBROS:
CENTRO-OESTE: MEMBROS:
Regina Maria Santos Marques (GO) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA:
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Jefferson Pedro Piva (RS) Teresa Cristina Maia dos Santos
Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) Paulo César Guimarães (RJ) Sérgio Luís Amantéa (RS) SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA:
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Cléa Rodrigues Leone (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
TITULARES: João Lourival de Souza Junior
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO Aurimery Gomes Chermont (PA)
Gilberto Pascolat (PR) NEONATAL Luciano Amedée Péret Filho (MG) SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA:
Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Rosenilda Rosete de Barros
Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Ruth Guinsburg (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA:
Isabel Rey Madeira (RJ) Elena Marta Amaral dos Santos
Valmin Ramos da Silva (ES) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Hélcio Maranhão (RN)
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA:
SUPLENTES: Kátia Laureano dos Santos (PB) Dolores Fernandez Fernandez
Paulo Tadeu Falanghe (SP) Adelma Figueiredo (RR)
COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA André Luis Santos Carmo (PR) SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA:
Tânia Denise Resener (RS) Anamaria Cavalcante e Silva
João Coriolano Rego Barros (SP) Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Marynea Silva do Vale (MA)
Marisa Lopes Miranda (SP) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL:
Joaquim João Caetano Menezes (SP) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) GRUPOS DE TRABALHO Dennis Alexander Rabelo Burns
CONSELHO FISCAL Virgínia Weffort (MG) DROGAS E VIOLÊNCIA NA ADOLESCÊNCIA SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA:
TITULARES: PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS COORDENAÇÃO: Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto
Núbia Mendonça (SE) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) João Paulo Becker Lotufo (SP) SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA:
Nelson Grisard (SC) Normeide Pedreira dos Santos (BA) MEMBROS: Marise Helena Cardoso Tófoli
Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF) Marcia de Freitas (SP) Evelyn Eisenstein (RJ) SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
SUPLENTES: PORTAL SBP Alberto Araujo (RJ) DO MARANHÃO: Marynea Silva do Vale
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Luciana Rodrigues Silva (BA) Sidnei Ferreira (RJ) SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA:
João de Melo Régis Filho (PE) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA Adelma Alves de Figueiredo (RR) Mohamed Kassen Omais
Darci Vieira da Silva Bonetto (PR) À DISTÂNCIA Nivaldo Sereno de Noronha Júnior (RN) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS Luciana Rodrigues Silva (BA) Suzana Maria Ramos Costa (PE) DO SUL: Carmen Lucia de Almeida Santos
PÚBLICAS: Edson Ferreira Liberal (RJ) Iolanda Novadski (PR)
Beatriz Bagatin Bermudez (PR) SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA:
COORDENAÇÃO: Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) Marisa Lages Ribeiro
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) Darci Vieira Silva Bonetto (PR)
Carlos Eduardo Reis da Silva (MG) SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA:
MEMBROS: DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Luciana Rodrigues Silva (BA) Paulo César Pinho Ribeiro (MG)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Milane Cristina De Araújo Miranda (MA) SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA:
Maria Albertina Santiago Rego (MG) Dirceu Solé (SP)
Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Ana Marcia Guimarães Alves (GO) Leonardo Cabral Cavalcante
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Camila dos Santos Salomão (AP)
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Joel Alves Lamounier (MG) SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA:
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES DOENÇAS RARAS Kerstin Taniguchi Abagge
Evelyn Eisenstein (RJ) Fábio Ancona Lopez (SP) COORDENAÇÃO: SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO:
Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Salmo Raskin (PR) Katia Galeão Brandt
EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA
João Coriolano Rego Barros (SP) Joel Alves Lamounier (MG) MEMBROS: SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ:
Alexandre Lopes Miralha (AM) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Alberto de Almeida Burlamaqui do Rego Monteiro
Virgínia Weffort (MG) Paulo Cesar Pinho Ribeiro (MG) Ana Maria Martins (SP)
Claudio Cordovil (RJ) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO
Themis Reverbel da Silveira (RS) Flávio Diniz Capanema (MG) RIO DE JANEIRO: Katia Telles Nogueira
DIRETORIA E COORDENAÇÕES Lavinia Schuler Faccini (RS)
EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO COORDENAÇÃO: ATIVIDADE FÍSICA
COORDENAÇÃO: DO NORTE: Katia Correia Lima
PROFISSIONAL Renato Procianoy (RS) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Ricardo do Rêgo Barros (RJ)
MEMBROS: Luciana Rodrigues Silva (BA) DO SUL: Cristina Helena Targa Ferreira
Edson Ferreira Liberal (RJ) Crésio de Araújo Dantas Alves (BA)
MEMBROS: SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA:
COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSONAL Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) José Roberto Vasques de Miranda
José Hugo de Lins Pessoa (SP) João Guilherme Bezerra Alves (PE) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) Patrícia Guedes de Souza (BA) SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA:
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) Adelma Alves de Figueiredo
Mauro Batista de Morais (SP) Magda Lahorgue Nunes (RS)
Giselia Alves Pontes da Silva (PE) Alex Pinheiro Gordia (BA) SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA:
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) Isabel Guimarães (BA)
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) Dirceu Solé (SP) Rosamaria Medeiros e Silva
Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ) Jorge Mota (Portugal)
COORDENAÇÃO DO CEXTEP Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO:
(COMISSÃO EXECUTIVA DO TÍTULO DE EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA Dirceu Solé (SP) Sulim Abramovici
ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) EDITORES CIENTÍFICOS: SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA:
Clémax Couto Sant’Anna (RJ) METODOLOGIA CIENTÍFICA
COORDENAÇÃO: COORDENAÇÃO: Glória Tereza Lima Barreto Lopes
Hélcio Villaça Simões (RJ) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA:
Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ)
MEMBROS: EDITORA ADJUNTA: Elaine Carneiro Lobo
Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) MEMBROS:
Ricardo do Rego Barros (RJ) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO
Clovis Francisco Constantino (SP) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: Cláudio Leone (SP) COORDENAÇÃO:
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Sidnei Ferreira (RJ) Fernando Antônio Castro Barreiro (BA)
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) Isabel Rey Madeira (RJ) PEDIATRIA E HUMANIDADE
COORDENAÇÃO: Cláudio Barsanti (SP)
Flavia Nardes dos Santos (RJ) Sandra Mara Moreira Amaral (RJ) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Maria de Fátima Bazhuni Pombo March (RJ) Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Sergio Antônio Bastos Sarrubo (SP)
Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) Silvio da Rocha Carvalho (RJ) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ)
Sidnei Ferreira (RJ) Rafaela Baroni Aurílio (RJ) Clóvis Francisco Constantino (SP)
João de Melo Régis Filho (PE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Silvio Rocha Carvalho (RJ) Leonardo Rodrigues Campos (RJ) PRESIDENTE:
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Dilza Teresinha Ambros Ribeiro (AC)
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE) Mario Santoro Júnior (SP)
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Marcia C. Bellotti de Oliveira (RJ) Crésio de Araújo Dantas Alves (BA) VICE-PRESIDENTE:
PEDIATRIA AVALIAÇÃO SERIADA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
COORDENAÇÃO: CONSULTORIA EDITORIAL: CRIANÇA, ADOLESCENTE E NATUREZA
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) COORDENAÇÃO: SECRETÁRIO GERAL:
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) Fábio Ancona Lopez (SP) Laís Fleury (RJ) Jefferson Pedro Piva (RS)

12

Você também pode gostar