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O Índice de

Desenvolvimento
Humano Municipal
Brasileiro
Série Atlas do DesenvolvimentO
Humano no Brasil 2013
Realização Equipe Técnica
Jorge Chediek PNUD Raíssa Teixeira, Jacob Said, Luisa Kieling
REPRESENTANTE-RESIDENTE DO PNUD NO BRASIL (UNV), Samantha Salve (UNV)
Arnaud Peral IPEA Rafael Guerreiro Osório, Pedro Herculano
REPRESENTANTE-RESIDENTE ADJUNTO DO PNUD NO BRASIL G. Ferreira de Souza, Nikolas de Camargo
Marcelo Côrtes Neri Pirani, Renan Amabile Boscariol, Daniele Reis

O ÍNDICE DE
PRESIDENTE DO IPEA de Oliveira
Marilena Chaves FJP Olinto J. O. Nogueira (Coordenação),
PRESIDENTE DA FJP Fernando Martins Prates, Vera Scarpelli

Supervisão
Castilho, Mônica Galupo Fonseca Costa,
Priscilla de Souza da Costa Pereira, Bruna DESENVOLVIMENTO
Maristela Baioni Duarte Matias
REPRESENTANTE RESIDENTE ASSISTENTE PARA PROGRAMA

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD Colaboradores HUMANO MUNICIPAL
Sergei Suarez Dillon Soares PNUD Daniel de Castro (Coordenador de
CHEFE DE GABINETE

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA


Comunicação), Yuri Lima, Daniele Godoy,
Rogério Carlos Borges de Oliveira
BRASILEIRO
Maria Luiza de Aguiar Marques Projeto Gr áfico Atlas Web Explico
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO – FJP Desenvolvimento Atlas Web – IPEA Erivelton
Guedes, Cléber Oliveira, Rodrigo Queiroz,
Coordenação Rafael Barbosa, Leoflávio Silva, Ricardo Silva,
Daniela Gomes Pinto Alexsander Pimenta, Reinaldo Rocha, Valter
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD Lorran
Marco Aurélio Costa Programação ATI/FJP Rodrigo Diniz Rosa,
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA Tiago Francisco Ferreira, Luiz Marques de
Maria Luiza de Aguiar Marques Oliveira
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO – FJP Consultoria Técnica FJP Irineu Rigotti, Laura
Wong, José Alberto Magno de Carvalho

Publicado pelo Programa das Nações Edição PNUD Brasil


Unidas para o Desenvolvimento Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Projeto Gráfico Impresso Explico
(PNUD). Brasileiro. – Brasília: PNUD, Ipea, FJP, 2013. Fotos Kenia Ribeiro-CNM/PNUD Brasil (p. 4, 6 e 18);
Ana Nascimento/MDS (p. 10); Divulgação/Ascom
Esta publicação é fruto de uma parceria 96 p. – (Atlas do Desenvolvimento Ipea (p. 12); Divulgação/ACS FJP (p.14); João Viana/
entre o PNUD, o Instituto de Pesquisa Humano no Brasil 2013). Ascom IPEA (p. 35, inf. dir.), Daniela Santos/ACS FJP
Econômica Aplicada (IPEA) (p. 35, sup. dir.), Katherine Judd/PNUD Brasil (p. 35,
e a Fundação João Pinheiro. Incl. bibl. sup. esq. e inf. esq.)
ISBN: 978-85-7811-171-7 Primeira edição Julho de 2013
© PNUD 2013 Segunda edição Dezembro de 2013
1. Desenvolvimento humano Tiragem 3000 exemplares
Impresso no Brasil 2. Desenvolvimento urbano 3. Desenvolvimento social Impressão Portal Print Gráfica e Editora Ltda-ME
e econômico 4. Cidades 5. Necessidades básicas
6. Empoderamento 7. Bem-estar social 8. Segurança
humana 10. Educação 11. Dinâmica populacional
12. Governo municipal 13. Brasil I. PNUD II. IPEA
III. Fundação João Pinheiro III. Série
Dezembro 2013

PNUD, IPEA e FJP


www.atlasbrasil.org.br 5
10 Prefácio Jorge Chediek

12 Prefácio Marcelo Côrtes Neri

14 Prefácio Marilena Chaves A FERRAMENTA O Atlas Brasil 2013 e o processo de construção

16 Agradecimentos 32 O atlas Brasil 2013


32 Para que um Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil?

O CONCEITO 33 Para quem é o Atlas Brasil 2013?

22 Desenvolvimento humano, IDH e IDHM 34 Processo de construção

24 Medindo desenvolvimento humano:


o IDH e o IDHM
OS RESULTADOS
25 As três dimensões do IDH 40 IDHM
25 Adaptando o IDH
46 IDHM Longevidade
26 O Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal 60 IDHM Educação
26 IDH Global
27 Como ler o IDHM 2013 74 IDHM Renda
27 Histórico do IDHM
27 Por que o IDHM é importante
28 Como é calculado o IDHM
FICHA TÉCNICA DOS COMPONENTES
90 A metodologia do IDHM 2013
Prefácio Em 2013, o Brasil foi considerado um país O Programa das Nações Unidas para o
de “alto desempenho” pelo Relatório de Desenvolvimento se orgulha de conduzir
Desenvolvimento Humano do Programa essa importante iniciativa e agradece
das Nações Unidas para o Desenvolvi- a parceria do IPEA e da Fundação João
mento. Pinheiro, sem a qual o sucesso deste
projeto não teria sido alcançado. Também
Por quê? Porque o país apresenta, nas reconhece o trabalho primoroso do Insti-
últimas duas décadas, uma trajetória tuto Brasileiro de Geografia e Estatística,
em que o foco de suas políticas públicas cuja robustez de dados proporciona a rea-
tem sido nas pessoas. Os programas de lização de um levantamento como o Atlas.
transferência de renda condicionadas, os E convida todos, brasileiros e brasileiras, a
investimentos no sistema educacional e a conhecerem as realidades municipais e a
universalização dos serviços de saúde são protagonizarem o futuro que desejam.
algumas das escolhas políticas que fazem
do Brasil um modelo de desenvolvimento
com impactos positivos na melhoria da
qualidade de vida de seus cidadãos. Esco-
lhas que evidenciam a compreensão dos
brasileiros de que crescimento econômico
não resulta automaticamente em desen-
volvimento de sua sociedade.

Se o Brasil é referência de um novo mo-


delo de desenvolvimento para o mundo,
os desafios nacionais ainda são muitos.
Os avanços são notórios, mas as desigual-
dades ainda persistem. São vários Brasis
dentro do Brasil.

Ao colocar uma lupa sobre o desenvolvi-


mento de cada município brasileiro, é pos-
sível ter uma visão mais acurada do que o
país ainda precisa enfrentar para alcançar
uma sociedade cada vez melhor.

É por isso que a construção do Atlas do


Desenvolvimento Humano no Brasil 2013
e o cálculo do Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal é nosso compromisso
com a sociedade brasileira. A ferramen-
ta, já consagrada, coincide com um dos
principais objetivos dos instrumentos
criados pelas Nações Unidas em 1990 – o
Jorge Chediek
Relatório de Desenvolvimento Humano e
o Índice de Desenvolvimento Humano –
Coordenador-Residente
de estimular a mensuração, a discussão e
do Sistema ONU no Brasil
a conceituação de “desenvolvimento” de
Representante-Residente
forma mais ampla.
do PNUD no Brasil

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Prefácio Em situações nas quais precisamos saber Esses indicadores facilitam o diálogo ob-
exatamente onde estamos e para onde de- jetivo, entre usuários de toda parte, sobre
vemos ir, nada é melhor do que ter à mão diferenças e semelhanças nas nossas
um bom mapa para nos guiar. Para encon- jornadas humanas em busca de progres-
trar boas rotas rumo ao progresso social so. É uma satisfação especial participar,
e acompanhar o percurso localizando-se junto aos parceiros do Programa das
com precisão a cada passo, este atlas é Nações Unidas para o Desenvolvimento e
uma ferramenta poderosa. Onde está seu da Fundação João Pinheiro, da produção
município nessa história? E seu estado? E e entrega à sociedade desta nova edição,
o Brasil? Onde estavam há uma ou duas que nos valerá mais uma década de con-
décadas? Quanto caminharam? Que partes sultas, análises, comparações, debates,
do país ascendem mais rápido? A quais proposições de políticas públicas e ações
tem faltado mais força para avançar? privadas para acelerar o desenvolvimento
em cada ponto do país.
O Atlas do Desenvolvimento Humano
2013 aponta caminhos a seguir no futuro Conforme disse o geógrafo Milton Santos,
ao narrar de forma sintética as transforma- “O homem não vê o universo a partir do
ções sociais alcançadas local, regional e universo. O homem vê o universo desde
nacionalmente entre os censos realizados um lugar.” Eis um instrumento fantástico
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e para localizar a face humana em cada por-
Estatística (IBGE) em 1991, 2000 e 2010. ção do território brasileiro. Como um GPS,
É um período de muitos avanços, que este Atlas nos oferece rotas para o desen-
começam na regulamentação e entrega volvimento humano. Cabe à sociedade
de direitos garantidos pela Constituição de informar o destino desejado e persegui-lo.
1988, com novas oportunidades e respon-
sabilidades para cada ente da federação
e enormes efeitos sobre o território. Sob
a liberdade democrática, o país ousou
abrir-se mais a um mundo aceleradamente
conectado ao largo de fronteiras nacio-
nais, controlou uma inflação que parecia
invencível, pôs a maioria de suas crianças
na escola, começou a derrubar uma desi-
gualdade gigante que parecia inabalável,
expandiu o emprego formal e hoje se
propõe a superação da extrema pobreza.

Desde 1998, quando foi lançado o primei-


ro atlas desta série, o Índice de Desenvol-
vimento Humano Municipal (IDHM) tem
sido importante para orientar políticas
e está na origem das transferências de
renda focalizadas nas famílias e localida-
Marcelo Côrtes Neri
des mais pobres do país. De uma pers-
pectiva pessoal, destaco esta série como
Presidente do Instituto de Pesquisa
referência para meu próprio trabalho em
Econômica Aplicada (Ipea)
particular. Na academia, como pesquisa-
dor e professor, tornei-me um usuário dos
Ministro-chefe interino da Secretaria
dados do Atlas desde sua primeira edição
de Assuntos Estratégicos da
– tecnicamente, desde o milênio passado.
Presidência da República (SAE/PR)

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Prefácio Produzir, sistematizar, analisar e divulgar A exemplo dos anteriores, esse atlas
informações estatísticas que reflitam a será, sem dúvida, de grande utilidade
realidade estadual é uma das competên- para planejadores, gestores, professores,
cias legais da Fundação João Pinheiro (FJP), pesquisadores e estudantes e instrumen-
definidas pela legislação do Estado de to de empoderamento para a população
Minas Gerais. Para cumprir tal atribuição, em geral.
a FJP tem atuado na pesquisa de campo,
exploração das pesquisas disponíveis e Cabe destacar, também, os ganhos
sistematização das estatísticas de registro. indiretos para a Fundação João Pinheiro
Tem, sobretudo, empreendido esforços advindos da expansão das capacidades da
para impulsionar o aprimoramento técnico- equipe técnica do Núcleo de Desenvolvi-
-científico para lidar com as informações mento Humano. A equipe tem acumulado
visando a transformá-las em instrumento experiência no tratamento das bases de
efetivo de análise e subsídio para formular dados, na construção, no levantamento e
e avaliar as políticas públicas. na análise de indicadores e índices, experi-
ência bastante enriquecida pelas diversas
Nesse contexto, se insere o Núcleo de discussões técnicas com especialistas e
Desenvolvimento Humano. Instituído em pesquisadores de outras instituições.
1995, ele dedica-se a gerar indicadores
que retratem as condições de vida dos
habitantes dos municípios e bairros das
regiões metropolitanas, evidenciando e
mapeando as carências e as desigualda-
des no estado, em suas regiões de plane-
jamento, em seus municípios e bairros.

Depois da primeira publicação do trabalho


desse grupo – um estudo das condições
de vida dos municípios em Minas Ge-
rais – realizado em 1996, a FJP firmou
uma parceria com o Ipea e o Pnud para a
produção de indicadores de Desenvolvi-
mento Humano para todos os municípios
brasileiros, parceria essa que tem gera-
do muitos frutos. Nesse contexto, está
sendo lançado o terceiro Atlas de Desen-
volvimento Humano para os municípios do
Brasil. Ele permitirá verificar, de diferentes
ângulos, o desenvolvimento humano no
país nas duas últimas décadas com base
nas informações dos censos demográfi-
cos de 1991, 2000 e 2010.
Marilena Chaves

Presidente
Fundação João Pinheiro

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Agradecimentos O caminho mais fácil para a elaboração do As oficinas metodológicas serviram de
Atlas do Desenvolvimento Humano no aprendizado coletivo, colaborando com
Brasil 2013 seria produzir, entre quatro todo o processo decisório. Assim, nosso
paredes e a poucas mãos, um banco de agradecimento a todos que participaram:
dados complexo e robusto. Mas as três Adriana Ribeiro, Antonio Marangone
instituições parceiras tinham, desde o Camargo, Bárbara Cobo, Carlos Eduar-
início, a clareza e o comprometimento do Moreno, Clarissa Guimarães, Dália
de produzir uma ferramenta que fosse Romero, Diana Sawyer, Fábio Veras, Flávio
apropriada nacionalmente, contextualizada Henrique Freire, Gabriela Bonifácio, Giuse-
com nossa realidade e que dialogasse, ppe Antonaci, Jair Lúcio Ferreira Santos,
por meio de uma linguagem amigável, José Marcos Pinto da Cunha, Juliana Riani,
diretamente com gestores municipais, Juliana Vasconcelos, Laetícia Rodrigues,
pesquisadores, imprensa e brasileiros que Laura Lídia Espinosa, Liliane Lúcia Olivei-
anseiam por este retrato do desenvolvi- ra, Luis Felipe de Oliveira, Marcelo Cerri,
mento nacional para estimular a reflexão Marcelo Medeiros, Marconi Fernandes de
sobre os caminhos do país. Foi plena a Sousa, Marcos Roberto Gonzaga, Maria de
sinergia na visão comum de um Atlas que Lourdes Jardim, Mirela Camargo, Moema
sirva à sociedade brasileira. Fígoli, Octávio Torres, Paulo Nascimento,
Pedro Souza, Rafael Barreto, Rafael Pereira,
Assim, o novo Atlas Brasil 2013 tenta Raquel Viana, Reynaldo Fernandes, Ricardo
trazer, de forma simples e clara, o Índice Paes de Barros, Roberto Marinho, Rosane
de Desenvolvimento Humano Municipal Mendonça, Ruben Klein, Sérgio Gotti, Suza-
dos municípios brasileiros, e ainda mais na Cavenaghi e Victor Delgado.
de duas centenas de indicadores socioe-
conômicos nacionais, percorrendo temas Para a extração de dados e a compatibi-
como saúde, educação, renda, trabalho, lização das áreas municipais, contamos
habitação e vulnerabilidade. A construção com o apoio fundamental do Instituto
do índice, a definição dos indicadores de Brasileiro de Geografia e Estatística.
suporte e a ferramenta pública de dispo-
nibilização das informações foram feitas a Por fim, nosso maior agradecimento vai
muitas mãos. A essas mãos registramos aos gestores municipais e a todos os
aqui nosso agradecimento. cidadãos e cidadãs brasileiros que enfren-
tam, no dia a dia, o desafio de buscar um
A equipe técnica contou com a valiosa desenvolvimento humano e sustentável
contribuição de Irineu Rigotti, que pes- para seus municípios. Foram vocês que
quisou alternativas para os indicadores nos guiaram ao longo de todo o caminho.
educacionais, criando metodologias inova- Este Atlas pertence a vocês.
doras. As contribuições de Carlos Eduardo
Moreno, Ruben Klein, Reynaldo Fernandes
e Ricardo Paes de Barros nas discussões
sobre educação ajudaram a aperfeiçoar os
indicadores. Laura Wong e José Alberto
Magno discutiram e avaliaram exausti-
vamente a metodologia de cálculo dos
indicadores demográficos. Diana Sawyer
trouxe importantes aportes aos ajustes
metodológicos.

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O CONCEITO

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DESENVOLVIMENTO HUMANO, IDH E IDHM O ATLAS BRASIL 2013

Melgaço (PA)
MENOR IDHM EDUCAÇÃO

O Brasil e o desenvolvimento humano Marajá do Sena (MA)


MENOR IDHM RENDA
Cacimbas (PB)
Roteiro (AL)
MENOR IDHM
O Brasil vem sendo considerado, nos Internamente, o país ainda apresenta, Desenvolvimento humano LONGEVIDADE
últimos anos, um país que inspira outras hoje, grandes desigualdades. São vários
nações do hemisfério Sul e do hemisfério Brasis dentro do Brasil. É possível en- Desenvolvimento humano é o processo
Norte. O Relatório de Desenvolvimento contrar municípios em que a renda per de ampliação das liberdades das pesso-
Humano Global 2013 do Programa das capita mensal é de aproximadamente as, no que tange suas capacidades e as Águas de São Pedro (SP)
Nações Unidas para o Desenvolvimento R$ 1.700,00, e outros em que o cidadão oportunidades a seu dispor, para que elas MAIOR IDHM EDUCAÇÃO São Caetano do Sul (SP)
MAIOR IDHM RENDA
coloca o país como um dos responsáveis ganha, em média, cerca de R$ 210,00. Há possam escolher a vida que desejam ter. Blumenau (SC)
pela “ascensão do Sul” na nova geopolí- municípios em que mais de 80% dos adul- Rio do Sul (SC) Balneário Camboriú (SC)
tica internacional, por suas estratégias de tos tem o ensino fundamental completo, O processo de expansão das liberdades Brusque (SC)
MAIOR IDHM LONGEVIDADE
desenvolvimento inclusivas e centradas enquanto em outras regiões isso não che- inclui as dinâmicas sociais, econômicas,
nas pessoas. Transferências de renda ga a 13%. É possível encontrar, no Sul bra- políticas e ambientais necessárias para
condicionadas e investimentos na saúde sileiro, municípios com esperança de vida garantir uma variedade de oportunidades
e na educação têm impulsionado o país ao nascer de mais de 78 anos, enquanto para as pessoas, bem como o ambiente
para um modelo de desenvolvimento a no Nordeste brasileiro há municípios em propício para cada um exercer na plenitu-
ser seguido, já que o foco no aumento das que um cidadão ao nascer tem expectativa de seu potencial. Assim, desenvolvimento
capacidades e oportunidades das pessoas de vida menor que 66 anos. A comparação humano deve ser centrado nas pessoas dagem de desenvolvimento humano
confere a esses países maior resiliência a entre municípios realça as desigualdades e na ampliação do seu bem-estar, enten- redefine a maneira com que pensamos
crises ao criar sociedades mais coesas e e evidencia o abismo ainda existente entre dido não como o acúmulo de riqueza e o sobre e lidamos com o desenvolvimento –
integradas. as oportunidades dos brasileiros. aumento da renda, mas como a ampliação nacional e localmente.
do escopo das escolhas e da capacidade
Se o Brasil é referência de um novo mo- Neste olhar, é possível perceber um e da liberdade de escolher. Nesta aborda- Se as capacidades das pessoas são res-
delo de desenvolvimento para o mundo, avanço no desenvolvimento humano gem, a renda e a riqueza não são fins em tringidas, assim são também suas opor-
os desafios nacionais ainda são muitos. O do país no que tange a longevidade, a si mesmas, mas meios para que as pesso- tunidades. Se uma jovem brasileira tem
passivo histórico do país reflete um legado educação e a renda. Em 2010, quase 70% as possam viver a vida que desejam. pouco acesso ao sistema educacional, ela
negativo para o alcance do desenvolvi- dos municípios brasileiros tinham Índice deixa de aprender a ler e escrever, partici-
mento humano pleno de sua sociedade. de Desenvolvimento Humano Municipal O crescimento econômico de uma socie- pa menos dos processos decisórios à sua
Ainda estamos atrás de muitos países no (IDHM) maior que a média brasileira de dade não se traduz automaticamente em volta, conhece menos sua realidade, en-
que tange a qualidade de vida e o nível 2000 e menos de 1% ainda estava abaixo qualidade de vida e, muitas vezes, o que contra poucas oportunidades de trabalho,
educacional de nossa população. da média de 1991. se observa é o reforço das desigualda- reivindica menos os seus direitos. Seu rol
des. É preciso que este crescimento seja de escolhas fica limitado e, consequente-
Ao olhar mais de perto o desenvolvimento transformado em conquistas concretas mente, suas capacidades não podem ser
municipal nas duas últimas décadas, é pos- para as pessoas: crianças mais saudáveis, exercidas na plenitude. Da mesma forma,
sível entender melhor os rumos trilhados e educação universal e de qualidade, amplia- se um jovem brasileiro adoece e não
pensar em estratégias de longo prazo para ção da participação política dos cidadãos, recebe o tratamento adequado, isso pode
o desenvolvimento humano do país. preservação ambiental, equilíbrio da renda impactar na sua capacidade de estudar
e das oportunidades entre toda a popula- ou trabalhar, ou mesmo limitar seus anos
ção, maior liberdade de expressão, entre de vida e as coisas que ele poderia ser e
outras. Assim, ao colocar as pessoas no fazer. Por isso é tão importante olhar para
centro da análise do bem-estar, a abor- o cidadão de forma integrada.

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MEDINDO DESENVOLVIMENTO HUMANO: O IDH E O IDHM

O Índice de Desenvolvimento Humano AS TRÊS DIMENSÕES DO IDH

Na sua formulação clássica, o IDH é composto por três indicadores, que representam a
oportunidade de uma sociedade de ter vidas longas e saudáveis, de ter acesso a conhecimento, e
CAPACIDADES E OPORTUNIDADES O conceito de desenvolvimento huma-
de ter comando sobre os recursos de forma a garantir um padrão de vida digno. Por meio das duas
no, bem como sua medida, o Índice de
primeiras dimensões, pretende-se avaliar a realização do bem-estar mediante a adoção de um
Desenvolvimento Humano, IDH, foram
estilo de vida resultante de escolhas livres e informadas, a partir das habilidades e conhecimentos
apresentados em 1990, no primeiro
acumulados. Já o comando sobre recursos indica se esse processo se deu livre de privações das
Relatório de Desenvolvimento Humano
Cultura necessidades básicas, como as de água, alimento e moradia.
do Programa das Nações Unidas para o
Participação Política Desenvolvimento, idealizado pelo econo-
mista paquistanês Mahbub ul Haq e com
a colaboração e inspiração no pensamento
do economista Amartya Sen.
Economia Educação Vida longa e saudável Acesso ao conhecimento Padrão de vida (renda)
A popularização da abordagem de desen- (longevidade) (educação) A renda é essencial para acessarmos
volvimento humano se deu com a criação Ter uma vida longa e saudável é O acesso ao conhecimento é um necessidades básicas como água,
e adoção do IDH como medida do grau fundamental para a vida plena. A determinante crítico para o bem-estar comida e abrigo, mas também
de desenvolvimento humano de um país, promoção do desenvolvimento humano e é essencial para o exercício das para podermos transcender essas
em alternativa ao Produto Interno Bruto, requer que sejam ampliadas as liberdades individuais, da autonomia e necessidades rumo a uma vida de
Leis Comunidade hegemônico à época como medida de oportunidades que as pessoas têm de autoestima. A educação é fundamental escolhas genuínas e exercício de
desenvolvimento. evitar a morte prematura, e de garantir para expandir as habilidades das liberdades. A renda é um meio para uma
a elas um ambiente saudável, com pessoas para que elas possam decidir série de fins, possibilita nossa opção por
O IDH reúne três dos requisitos mais im- acesso à saúde de qualidade, para que sobre seu futuro. Educação constrói alternativas disponíveis e sua ausência
portantes para a expansão das liberdades possam atingir o padrão mais elevado confiança, confere dignidade e amplia pode limitar as oportunidades de vida.
Ambiente Saúde das pessoas: a oportunidade de se levar possível de saúde física e mental. os horizontes e as perspectivas de vida.
uma vida longa e saudável – saúde – , ter
acesso ao conhecimento – educação – e
poder desfrutar de um padrão de vida
digno – renda.
TRÊS DIMENSÕES
O IDH obteve grande repercussão mundial
Adaptando o IDH
devido principalmente à sua simplicida-
A adaptação do IDH para níveis subnacionais tem sido praticada em diversos países, com vistas a
de, fácil compreensão e pela forma mais
adaptar a metodologia do IDH Global ao contexto nacional. O Programa das Nações Unidas para
holística e abrangente de mensurar o
o Desenvolvimento encoraja os países a desenharem IDHs nacionais que utilizem indicadores
desenvolvimento. Transformando em um
mais adequados às suas necessidades. Os países são convidados a inovar, substituir ou adicionar
único número a complexidade de três
novas dimensões aos componentes apresentados no IDH global para IDHs subnacionais. Já foram
importantes dimensões, o IDH tornou-se
alterados indicadores específicos do IDH ou criadas novas dimensões para o IDH, tais como
uma forma de compreensão e fomento
liberdade política, meio ambiente, segurança e trabalho, entre outras. Gâmbia, Argentina, China,
da discussão e reflexão ampla sobre o
Índia, África do Sul e Letônia estão entre os países que adaptam o IDH. No Brasil, essa adaptação
Vida longa e Acesso ao Padrão significado de desenvolvimento humano
é feita desde 1998.
saudável conhecimento de vida para a sociedade.

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O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL

Em 2013, o PNUD Brasil, o IPEA e a Fun- conta as divisões administrativas ocorridas Como ler o IDHM 2013
dação João Pinheiro assumiram o desafio no período e permitir a comparabilidade
de adaptar a metodologia do IDH global temporal e espacial entre os municípios.
para calcular o IDH Municipal (IDHM) dos O desafio já havia sido enfrentado nas
O IDHM é um número que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo
5.565 municípios brasileiros a partir de edições do Atlas de 1998 e 2003.
de 1, maior o desenvolvimento humano de um município.
dados do Censo Demográfico de 2010.
Também recalculou-se o IDHM, a partir O IDHM brasileiro segue as mesmas
da metodologia adotada, para os anos de três dimensões do IDH global – saúde,
Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal
1991 e 2000, por meio de uma minuciosa educação e renda, mas vai além: adequa
compatibilização das áreas municipais a metodologia global ao contexto brasi-
0 0,499 | 0,500 0,599 | 0,600 0,699 | 0,700 0,799 | 0,800 1
entre 1991, 2000 e 2010 para levar em leiro e à disponibilidade de indicadores
nacionais. Embora meçam os mesmos
fenômenos, os indicadores levados em
conta no IDHM são mais adequados para
avaliar o desenvolvimento dos municípios
brasileiros. MUITO BAIXO BAIXO MÉDIO ALTO MUITO ALTO
IDH GLOBAL
Assim, o IDHM – incluindo seus três
componentes, IDHM Longevidade, IDHM
Educação e IDHM Renda – conta um
No Relatório de Desenvolvimento Humano Global de 2013, O PNUD HISTÓRICO DO IDHM POR QUE O IDHM É IMPORTANTE
pouco da história dos municípios em três
apresentou o IDH de 187 países e territórios. A metodologia aplicada
importantes dimensões do desenvolvi-
em 2013 para o IDH global compreende quatro variáveis:
mento humano durante duas décadas da
história brasileira.
Em 1998, o Brasil foi um O IDHM foi amplamente
dos países pioneiros ao divulgado e utilizado por
O IDHM é acompanhado por mais de
adaptar e calcular um gestores, tomadores de
200 indicadores socioeconômicos que
IDH subnacional para decisão, formuladores
dão suporte à sua análise e ampliam a
Na saúde Na renda Na educação todos os municípios de políticas e Contraponto ao PIB Comparação entre Estímulo a melhoria
compreensão dos fenômenos e dinâmicas
A variável é a esperança A variável é a Renda É a combinação de brasileiros, com dados iniciativas voltadas O IDHM populariza municípios O ranking do IDHM
voltados ao desenvolvimento municipal. O
de vida ao nascer. Nacional Bruta per capita. duas variáveis – média do Censo Demográfico, ao desenvolvimento o conceito de Ao sintetizar uma estimula formuladores
IDHM e os indicadores de suporte ficam
de anos de estudo da criando o Índice de humano, nos setores desenvolvimento realidade complexa e implementadores de
reunidos no Atlas do Desenvolvimento
população com 25 anos Desenvolvimento público e privado. O centrado nas pessoas, em um único número, políticas públicas no nível
Humano no Brasil 2013.
No IDH Global do RDH 2013 ou mais e expectativa de Humano Municipal índice é hoje uma e não a visão de que o IDHM e seus três municipal a priorizar a
As três dimensões têm o mesmo peso, anos de estudo. (IDHM). Em 2003, uma referência nacional para desenvolvimento se componentes viabilizam melhoria da vida das
as médias são geométricas, e as faixas nova edição trouxe a a sociedade brasileira. limita a crescimento a comparação entre os pessoas em suas ações
de desenvolvimento humano dos países série histórica de 1991 e É um dos casos de econômico. municípios brasileiros ao e decisões.
são definidas ano a ano, a depender 2000 para todo o país. maior sucesso em todo longo do tempo.
dos IDHs observados, e divididas o mundo na aplicação e
entre baixo, médio, alto e muito alto disseminação do IDH no
desenvolvimento humano. nível subnacional.

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Vida longa Acesso ao Padrão
e saudável conhecimento de vida

Como é calculado o IDHM

O Índice de Desenvolvimento Humano


Municipal – IDHM – apresentado Expectativa Escolaridade Fluxo escolar Renda
no Atlas 2013 possui uma nova de vida da população da população per capita
metodologia. Embora versões ao nascer adulta jovem
anteriores (Atlas 1998 e Atlas 2003) já
apresentassem dados para os anos de
1991 e 2000, toda a base de dados do
novo Atlas Brasil 2013 foi recalculada
para esses anos, em razão da adaptação
metodológica. Por esse motivo, toda
3
comparação entre anos, indicadores e
municípios deve ser realizada dentro da ( x )
plataforma do Atlas Brasil 2013. MÉDIA GEOMÉTRICA Vida longa e saudável Acesso a conhecimento Padrão de vida
RAIZ CÚBICA DA MULTIPLICAÇÃO DOS É medida pela expectativa de vida É medido por meio de dois indicadores. É medido pela renda municipal per
Embora inspirado pelo Índice de SUBÍNDICES COM PESOS 1 E 2 ao nascer, calculada por método A escolaridade da população adulta é capita, ou seja, a renda média dos
Desenvolvimento Humano – IDH – indireto, a partir dos dados dos Censos medida pelo percentual de pessoas de residentes de determinado município. É
global, o IDHM possui ajustes para Demográficos do IBGE. Esse indicador 18 anos ou mais de idade com ensino a soma da renda de todos os residentes,
melhor se adequar à realidade brasileira, mostra o número médio de anos que fundamental completo e tem peso 1. dividida pelo número de pessoas que
adaptando-se às bases de dados do uma pessoa nascida em determinado O fluxo escolar da população jovem moram no município – inclusive crianças
Censo e às características inatas aos município viveria a partir do nascimento, é medido pela média aritmética do e pessoas sem registro de renda. Os
municípios. Por isso, não é possível mantidos os mesmos padrões de percentual de crianças de 5 a 6 anos dados são dos Censos Demográficos
realizar qualquer tipo de comparação mortalidade. frequentando a escola, do percentual de do IBGE.
entre o IDHM de um município e o IDH IDHM IDHM IDHM
jovens de 11 a 13 anos frequentando os
de um país, por exemplo. longevidade educação renda
anos finais do ensino fundamental, do
percentual de jovens de 15 a 17 anos
A construção da metodologia de cálculo
com ensino fundamental completo e do
do IDHM teve como objetivo adequar a
percentual de jovens de 18 a 20 anos
metodologia do IDH global para:
com ensino médio completo; e tem peso
• Ajustar a metodologia ao contexto 3 2. A medida acompanha a população
em idade escolar em quatro momentos
brasileiro, buscando indicadores mais
adequados para avaliar as condições de
( x x ) importantes da sua formação. Isso
núcleos sociais menores – os municípios MÉDIA GEOMÉTRICA facilitará aos gestores identificar se
RAIZ CÚBICA DA MULTIPLICAÇÃO DOS 3 IDHMS crianças e jovens estão nas séries

=
• Adaptar a metodologia do IDH adequadas nas idades certas. A média
global aos indicadores disponíveis geométrica desses dois componentes
nos Censos Demográficos brasileiros, resulta no IDHM Educação. Os dados
de forma a garantir mesma fonte de
dados e comparabilidade entre todos os
IDHM são dos Censos Demográficos do IBGE.

municípios brasileiros

www.atlasbrasil.org.br 29
A FERRAMENTA

www.atlasbrasil.org.br 31
O Atlas Brasil 2013

O Atlas do Desenvolvimento Huma- Para que um Atlas de Desenvolvimento Para quem é o Atlas Brasil 2013?
no no Brasil 2013 é uma plataforma de Humano no Brasil?
consulta ao Índice de Desenvolvimento Os gestores das políticas federais e
Humano Municipal – IDHM – de 5.565 O objetivo do Atlas Brasil 2013 é instru- estaduais encontram no Atlas uma forma
municípios brasileiros, e a mais de 200 mentalizar a sociedade. A democratização concisa de identificar regiões de potencial
indicadores de população, educação, ha- de informações no âmbito municipal intervenção de programas, políticas seto-
bitação, saúde, trabalho, renda e vulnera- contribui para o fortalecimento das capaci- riais e territoriais, e ações específicas.
bilidade, com dados extraídos dos Censos dades locais, o aprimoramento da gestão
Demográficos de 1991, 2000 e 2010. pública e o empoderamento dos cidadãos O Atlas fornece aos atores municipais –
brasileiros por meio da ampliação do co- tanto à administração pública quanto à
Concebido como uma ferramenta sim- nhecimento sobre a sua realidade. sociedade civil local – um apoio ao diag-
ples e amigável de disponibilização de nóstico dos principais desafios municipais,
informações, o Atlas Brasil 2013 facilita O Atlas colabora na consolidação de um instrumentalizando o gestor e ampliando o
o manuseio de dados e estimula análises. diálogo informado e embasado sobre espaço participativo da sociedade.
A ferramenta oferece um panorama do desenvolvimento a partir de uma referên-
desenvolvimento humano dos municípios cia utilizada internacionalmente – o Índice A análise comparativa das conjunturas mu-
e a desigualdade entre eles em vários as- de Desenvolvimento Humano. É um nicipais e sua evolução ao longo dos anos
pectos do bem-estar. Sua relevância vem instrumento de estímulo ao uso de dados por meio de indicadores selecionados
justamente da capacidade de fornecer socioeconômicos para a análise da nossa contribuem para o estudo das políticas
informações sobre a unidade político- sociedade. públicas por pesquisadores, ao identificar
-administrativa mais próxima do cotidiano programas e experiências bem-sucedidas O ATLAS BRASIL 2013
dos cidadãos: o município. O Atlas confere transparência aos proces- e replicáveis, bem como o mapeamento
sos de desenvolvimento em importantes de desafios e oportunidades territoriais.
Os municípios brasileiros são peças im- temas sociais. O retrato fornecido pela
portantes de um complexo mosaico, com ferramenta ajuda no acompanhamento O Atlas orienta a sociedade civil e o
inúmeros desafios, mas também enormes dos caminhos trilhados pelos municípios setor privado em suas ações voltadas
oportunidades. São mais de 5 mil territó- brasileiros nos últimos 20 anos e ainda ao desenvolvimento brasileiro, incluindo
rios férteis em criatividade e experiências permite realizar análises para melhor a alocação de recursos e a definição do
na busca por soluções inovadoras para o traçar o futuro. público-alvo de suas iniciativas.
desenvolvimento local. Ao proporcionar um
Consulta ao IDHM e seus componentes, Longevidade, Educação e Renda
olhar mais próximo sobre os municípios Finalmente, o acesso a informações claras
brasileiros, o Atlas Brasil 2013 orienta e concisas estimula a participação social,
caminhos e provoca a reflexão sobre os ru- tornando os cidadãos brasileiros cada
mos do desenvolvimento humano no país. vez mais protagonistas de sua própria
realidade e de seu futuro.

Consulta a mais de 200 indicadores Plataforma online, gratuita e amigável

Relatórios resumidos dos municípios Construção e metodologia detalhadas

www.atlasbrasil.org.br 33
O processo de construção do atlas

Reunião das equipes do PNUD Estudos sobre Desenvolvimento Mais de 40 especialistas Escolha de indicadores de Compatibilização das áreas Extração dos dados dos Censos Construção de plataforma Ampla disseminação da
Brasil, IPEA e Fundação João Humano, IDH e IDHM brasileiros nas oficinas diversos temas que retratem municipais brasileiras para Demográficos brasileiros online para disponibilização das plataforma e do retrato dos
Pinheiro para definição de • Evolução do conceito de metodológicas de adaptação do o desenvolvimento humano o retrato do Brasil nas duas junto ao Instituto Brasileiro de informações de forma amigável municípios brasileiros para a
metas e estratégias para o Desenvolvimento Humano IDH para o IDHM municipal para além do IDHM últimas décadas Geografia e Estatística sociedade brasileira
Atlas 2013 • Alterações metodológicas IDH global • Transparência às decisões • Compatibilização do Censo 2010 com
MUNICÍPIOS
• Uso do IDHM pelo Brasil • Validação/apropriação nacional Censos 2000 e 1991 1991 4.491 • Criação de algoritmos
• Criação de “novos indicadores” • Revisão de termos e linguagem 2000 5.507 • Realização de testes
• Testes das mais de 180 variáveis 2010 5.565 • Análise da robustez dos dados

2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
JU
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JU HO
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Meses de
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produção

Oficinas de discussão
metodológica

www.atlasbrasil.org.br 35
OS RESULTADOS

www.atlasbrasil.org.br 37
Apresentação Neste capítulo são apresentados os prin-
cipais resultados trazidos pelo novo Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDHM) para o Brasil e para os municípios
brasileiros.

Faz-se uma análise geral dos resultados do


IDHM, bem como das dimensões que o
compõem: longevidade, educação e renda.
São destacados os resultados dos indi-
cadores ao longo dos anos, para os quais
o novo IDHM foi calculado, bem como o
desempenho absoluto e relativo do país e
dos municípios.

Para apresentação dos resultados são utili-


zadas tabelas, figuras, mapas e gráficos. As
tabelas apresentam os valores dos indicado-
res ao longo dos anos. Os gráficos trazem a
distribuição de frequência a partir da curva
de quantis1 e está padronizado ao longo de
todo o texto - o eixo horizontal representa
quantidades de municípios por meio de
frações de municípios (os quantis), e o eixo
1. O gráfico possui duas dimensões,
vertical representa o valor do indicador com em que a posição e a inclinação das
a variação de 0 a 1. linhas indicam a evolução, amplitude
e os níveis de desigualdade entre
os municípios brasileiros. Mas tem
As figuras e mapas também estão padroni- a limitação de as distribuições para
zados e são apresentados por: (1) faixa de diferentes momentos no tempo não
Desenvolvimento Humano Municipal2; (2) distinguirem a quem pertencem os
valores e, com isso, não destaca
evolução do IDHM dos municípios em com- a mobilidade e as alterações no
paração com a média de crescimento bra- ranking.
sileira; (3) fração de municípios por nível de
desenvolvimento humano e macrorregião3; 2. Os municípios brasileiros são agrupa-
dos em “Muito Baixo” (de 0 a 0,499),
e (4) fração de municípios por evolução do “Baixo” (de 0,500 a 0,599), “Médio”
IDHM e macrorregião4. (de 0,600 a 0,699), “Alto” (de 0,700 a
0,799) e “Muito Alto” (0,800 a 0,899)
Desenvolvimento Humano Municipal.
As análises apresentam as informações do
Brasil e, em seguida, avaliam os resultados 3. Os municípios brasileiros são agru-
dos municípios, tanto para o IDHM geral, pados em quintos de acordo com o
como para cada um de seus componentes: valor do IDHM e são apresentados
os destaques para cada uma das
IDHM Longevidade, IDHM Educação e cinco macrorregiões brasileiras.
IDHM Renda.
4. Os municípios brasileiros são
agrupados em quintos de acordo
com o crescimento no valor absoluto
do IDHM e são apresentados os
destaques para cada uma das cinco
macrorregiões brasileiras.

www.atlasbrasil.org.br 39
IDHM

No Brasil Nas últimas décadas, o Brasil evoluiu de TABELA 1: IDHM DO BRASIL – 1991, 2000 E 2010
0,493, em 1991, para 0,612, em 2000, até
O IDHM encontrado para o Brasil, em atingir o valor atual de 0,727. Dessa forma,
2010, é de 0,7271. De acordo com as o país apresenta uma evolução de 0,119,
DIMENSÃO ÍNDICES E INDICADORES
faixas de desenvolvimento humano mu- entre 1991 e 2000, e de 0,115, entre 2000
1991 2000 2010
nicipal adotadas pelo Atlas Brasil 2013, o e 2010, crescendo ao todo 0,234, entre
IDHM 0,493 0,612 0,727
Brasil como um todo se encontra na faixa 1991 e 2010. Em termos percentuais, seu
Longevidade IDHM Longevidade 0,662 0,727 0,816
de Alto Desenvolvimento Humano, me- desempenho foi de 24,1%, entre 1991 e
1. O IDHM do Brasil é Esperança de vida ao nascer (anos) 64,7 68,6 73,9
calculado a partir da lhorando sua classificação em relação aos 2000, e de 18,8%, entre 2000 e 2010, cor-
Educação IDHM Educação 0,279 0,456 0,637
nova metodologia do anos anteriores, quando figurava como respondendo a um crescimento relativo
IDHM com os dados Subíndice: Escolaridade da população adulta 0,301 0,398 0,549
Médio Desenvolvimento Humano, em total de 47,5% no período.
dos Censos Demo- População com 18 anos de idade ou mais que concluiu o ensino fundamental (%) 30,1 39,8 54,9
gráficos para o Brasil 2000, e de Muito Baixo Desenvolvimento
Subíndice: Fluxo escolar da população jovem 0,268 0,488 0,686
inteiro. Humano, em 1991.
População de 5 a 6 anos de idade frequentando a escola (%) 37,3 71,5 91,1
População de 11 a 13 anos de idade frequentando os anos finais do ensino 36,8 59,1 84,9
fundamental*(%)
População de 15 a 17 anos de idade com o ensino fundamental completo (%) 20,0 39,7 57,2
População de 18 a 20 anos de idade com o ensino médio completo (%) 13,0 24,8 41,0
Renda IDHM Renda 0,647 0,692 0,739
Renda mensal per capita (R$) 447,56 592,46 793,87
*Anos finais: 6º ao 9º ano do ensino fundamental Fonte: IPEA, PNUD e FJP

GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO IDHM NO BRASIL A dimensão que apresenta o maior cres-


cimento absoluto entre 1991 e 2010 foi o
IDHM Educação, com 0,358. Para o perío-
do de 1991 a 2000, o IDHM Educação se
Quanto cresceu destaca com um crescimento de 0,177, e,
24,1% 18,8% para o período de 2000 a 2010, apresenta CRESCIMENTO DO IDHM
uma evolução de 0,181.
47,5%
IDHM Em termos percentuais, o indicador que
Crescimento absoluto Crescimento relativo
1991 0,493 apresenta o melhor desempenho para
Também conhecido como Também conhecido
o período de 1991 a 2010 é, também, o
evolução, é medido pela como desempenho,
2000
IDHM Educação, com uma evolução de
0,612 diferença nos valores dos é medido pela razão
128,3% para o período, tendo crescido
indicadores nos períodos entre os indicadores nos
63,4%, entre 1991 a 2000, e 39,7%, entre
2010 0,727 observados e remete à períodos observados e
2000 e 2010.
variação do indicador, em corresponde à variação
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 termos absolutos, num percentual do indicador
A tabela 1 apresenta cada subcomponen-
determinado período. no período analisado.
te do IDHM e respectivos indicadores que
os compõem, para os anos de 1991, 2000
e 2010.

www.atlasbrasil.org.br 41
MAPA 1: IDHM DO BRASIL – 1991, 2000 E 2010 Nos municípios Humano (IDHM inferior a 0,500) a Muito
Alto Desenvolvimento Humano (IDHM
O mapa 1 apresenta o IDHM dos muni- igual ou superior a 0,800).
cípios brasileiros em 1991, 2000 e 2010.
1991 2000
É possível observar que a grande maioria Enquanto, em 1991, mais de 85% dos
dos municípios brasileiros que possuem municípios encontravam-se na faixa de
IDHM elevados se encontram na região Muito Baixo Desenvolvimento Humano
centro-sul do país. Por outro lado, as e, em 2000, pouco mais que 70% deles
regiões Norte e Nordeste concentram os encontravam-se nas faixas de Baixo e Mui-
municípios que apresentam Muito Baixo to Baixo Desenvolvimento Humano, em
Desenvolvimento Humano e a maioria dos 2010, apenas um quarto (25%) dos mu-
municípios que possuem Baixo Desenvol- nicípios brasileiros encontrava-se nessas
vimento Humano. faixas e mais de 70% deles já figuravam
nas faixas de Médio e Alto Desenvolvi-
A tabela 2, ilustrada pelo gráfico 1, traz mento Humano, o que ilustra os avanços
a evolução, entre 1991 e 2010, da clas- do desenvolvimento humano no país nas
sificação dos municípios brasileiros para últimas duas décadas.
as faixas de desenvolvimento humano
propostas pelo Atlas Brasil 2013, as quais
variam de Muito Baixo Desenvolvimento

TABELA 2 | GRÁFICO 1: DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS


2010
FAIXAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL – 1991, 2000 E 2010

1991 2000 2010


Desenvolvimento Nº de % Nº de % Nº de %
Humano municípios municípios municípios
Muito alto 0 0,0 1 0,0 44 0,8
Alto 0 0,0 133 2,4 1.889 33,9
Médio 43 0,8 1.451 26,1 2.233 40,1
Baixo 745 13,4 1.652 29,7 1.367 24,6
Muito baixo 4.777 85,8 2.328 41,8 32 0,6

Muito alto (acima de 0,800) Desenvolvimento Humano


Alto (0,700 até 0,799) Muito alto
Médio (0,600 até 0,699) Alto
Baixo (0,500 até 0,599) Médio
Muito baixo (0,000 até 0,499) Baixo
Muito baixo 1991 2000 2010

www.atlasbrasil.org.br 43
TABELA 3: PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS POR MACRORREGIÃO A tabela 3 apresenta o número de municí- TABELA 4: DESTAQUES DO IDHM 2010
E CLASSIFICAÇÃO DO IDHM PARA 2010 pios em cada uma das macrorregiões brasi-
leiras por classificação do IDHM de 2010.
Município IDHM
Brasil
Embora a Região Sudeste tenha o maior
Municípios por nível do IDHM Maior IDHM São Caetano do Sul (SP) 0,862
número de municípios nas faixas de Alto
2.233 Menor IDHM Melgaço (PA) 0,418
e Muito Alto Desenvolvimento Humano,
Médio Região Norte    
a Região Sul é aquela que apresenta a
Maior IDHM Palmas (TO) 0,788
1.889 maior concentração relativa de municípios
Menor IDHM Melgaço (PA) 0,418
Alto classificados como de Alto Desenvolvi-
Região Nordeste    
mento Humano (65% de seus municípios
Maior IDHM Fernando de Noronha (PE) 0,788
encontram-se nessa faixa), seguida da Re-
Menor IDHM Fernando Falcão (MA) 0,443
1.367 gião Sudeste (com 52%). Nessas regiões
Região Centro-Oeste    
Baixo e na Região Centro-Oeste, nenhum muni-
Maior IDHM Brasília (DF) 0,824
cípio, em 2010, figurava entre aqueles de
Menor IDHM Japorã (MS) 0,526
Muito Baixo Desenvolvimento Humano. A
Região Sudeste    
maioria dos municípios no Centro-Oeste
Maior IDHM São Caetano do Sul (SP) 0,862
(57%) e Norte (50%) estão na faixa de
Menor IDHM São João das Missões (MG) 0,529
Médio Desenvolvimento Humano.
Região Sul    
Maior IDHM Florianópolis (SC) 0,847
Por outro lado, nas regiões Norte e Nor-
Menor IDHM Doutor Ulysses (PR) 0,546
deste, nenhum município apresenta-se
Macrorregiões 44 32 como tendo Muito Alto Desenvolvimento
Muito alto Muito baixo Humano, o que demonstra a persistência,
Brasil
Norte 0 25 226 180 18 no país, de desigualdades regionais ex-
Nordeste 0 34 647 1.099 14 pressivas. Com efeito, na Região Nordes-
Centro Oeste 1 190 265 10 0 te, 61% dos municípios encontram-se na
Sudeste 29 871 695 73 0 faixa de Baixo Desenvolvimento Humano, TABELA 5: MAIORES INCREMENTOS
Sul 14 769 400 5 0 enquanto, na Região Norte, os municípios
Fonte: IPEA, PNUD e FJP nessa faixa representam 40%.
Município IDHM
Brasil
A tabela 4 apresenta os melhores e piores
Maior Incremento (00-10) Mateiros (TO) 0,326
IDHM do Brasil e regiões, bem como o
Região Norte    
município com maior incremento na déca-
Maior Incremento (00-10) Mateiros (TO) 0,326
da 2000-2010.
Região Nordeste    
Maior Incremento (00-10) Aroeiras do Itaim (PI) 0,311
Nas sessões seguintes, é apresentada
Região Centro-Oeste    
uma análise da evolução e desempenho
Maior Incremento (00-10) Novo Santo Antônio (MT) 0,280
dos três indicadores que compõem o
Região Sudeste    
IDHM: IDHM Longevidade, IDHM Educa-
Maior Incremento (00-10) São João do Pacuí (MG) 0,243
ção e IDHM Renda.
Região Sul    
Maior Incremento (00-10) Chapadão do Lageado (SC) 0,214

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IDHM Longevidade

A promoção do desenvolvimento huma- A expectativa de vida ao nascer indica o GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO IDHM LONGEVIDADE NO BRASIL
no requer, em primeiro lugar, que sejam número médio de anos que as pessoas
garantidas às pessoas oportunidades reais viveriam a partir do nascimento, man-
de viver uma vida longa e saudável. Essas tidos os padrões verificados no ano de
garantias incluem a criação e a manuten- referência. O indicador sintetiza o nível Expectativa de vida ao nascer, em anos
ção de um ambiente saudável, e o acesso de mortalidade e os riscos de morte que
a tratamentos de saúde de qualidade, evi- podem atingir a população dos municípios
tando a exposição a doenças. No IDHM, e reflete com bastante aproximação as Quanto cresceu o IDHM Longevidade
uma vida longa e saudável é medida pela condições socioeconômicas da população. 1991 64,7 1991 a 2000 9,8%
expectativa de vida ao nascer, calculada Também contribui para avaliar a tendência
por método indireto a partir de tábuas de da dinâmica demográfica. O aumento no 2000 a 2010 12,2%
2000 68,6
sobrevivência padrão, que consideram IDHM Longevidade pode sugerir uma me- 1991 a 2010 23,2%
informações disponíveis de registros, bem lhoria das condições de vida e de acesso
2010 73,9
como dos Censos Demográficos. a serviços de saúde da população. No
Brasil, também está diretamente associa- 0 anos 20 40 60
do às substanciais quedas da fecundidade
e da mortalidade infantil.

1991 2000
No Brasil 2010

O IDHM Longevidade do Brasil passou


de 0,662, em 1991, para 0,727, em 2000,
chegando, em 2010, a 0,816. Houve uma
variação, em termos absolutos, de 0,154
entre os anos de 1991 a 2010, o que
corresponde a um ganho de 9,2 anos na
expectativa de vida ao nascer dos brasi-
leiros nos últimos vinte anos. O indicador
cresceu mais no período de 2000 a 2010
(0,089), que corresponde a 5,3 anos, do
que no período de 1991 a 2000 (0,065), o Mapa 1: IDHM Longevidade
que equivale a 3,9 anos. no Brasil – 1991, 2000, 2010
Muito alto (acima de 0,800)
O desempenho relativo, entre 1991 e Alto (0,700 até 0,799)
2010, teve um aumento de 23,2% no Médio (0,600 até 0,699)
indicador. Observou-se uma variação de Baixo (0,500 até 0,599)
12,2%, entre 2000 e 2010, um valor supe- Muito baixo (0,000 até 0,499)
rior àquela observada entre 1991 e 2000,
que foi de 9,8%.

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MAPA 2: EVOLUÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE A PARTIR Nos municípios Por outro lado, o indicador mais baixo foi GRÁFICO 2: DISTRIBUIÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE – 1991/2010
DA MÉDIA DE CRESCIMENTO BRASILEIRA PARA 2000 E 2010 encontrado em Cacimbas (PB) e Roteiro
O mapa 2 apresenta o IDHM Longevidade (AL) (0,672), o que corresponde a 65,3
para os 5.565 municípios do país, tendo anos de esperança de vida ao nascer.
como referência o desvio padrão1 das Olho d´Agua Grande (AL) (0,673) e Mata- 1

variações em torno do crescimento de raca (PB) (0,675) completam a relação de 2010


0,089, observado para o IDHM Longevida- municípios com o menor IDHM Longevi- 2000
de do Brasil entre 2000 e 2010. dade.
0,8 1991

Nela observamos que 1601 municípios, ou O Gráfico 2 apresenta a distribuição


0,6
28,8% deles, apresentaram crescimento do IDHM Longevidade dos municípios
muito abaixo da média. E 1767, ou 31,7%, brasileiros para 1991, 2000 e 2010. Esse
o crescimento observado foi abaixo da tipo de gráfico usa informação da distri- 0,4
média. Em outros 1501, ou 27%, o cres- buição do indicador dos 5.565 municípios
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
cimento se deu acima da média nacional. agrupados por centésimos de municípios,
E em apenas 696 municípios, ou 12,5%, e serve para comparar a distribuição e a Fonte: IPEA, PNUD e FJP

o crescimento foi muito acima do cresci- desigualdade dos indicadores nos perío-
mento observado para o país. dos observados.
Muito acima da média
(acima de 0,122)
É possível constatar que os maiores É possível constatar um processo de
Acima da média
crescimentos do IDHM Longevidade maior horizontalização da linha com o A seguir, faz-se uma análise do IDHM Lon-
(entre 0,089 e 0,122)
observados para o país se concentram na passar dos anos. Isso indica a redução gevidade dos municípios brasileiros para
Abaixo da média
região Nordeste. Dos 696 municípios que na desigualdade do IDHM Longevidade cada uma das cinco macrorregiões do
(entre 0,056 e 0,088)
apresentaram crescimento muito acima entre os municípios brasileiros. Isso está país. Além de analisar comparativamente
Muito abaixo da média
da média, 619 estão na região Nordes- ocorrendo porque de 1991 para 2010 o o valor do IDHM Longevidade dos muni-
(abaixo de 0,056)
te - destaques para o Estado da Bahia, salto no IDHM Longevidade foi maior nos cípios para cada macrorregião, a análise
Maranhão, Paraíba e Piauí. Outros 75 mu- municípios que possuíam os indicadores apresenta também os municípios que se
nicípios estão localizados na Região Norte, mais baixos da distribuição. destacaram em termos de desempenho
sendo que 68 deles estão no Estado do absoluto (os que mais avançaram no
Tocantins. indicador) e desempenho relativo (os que
mais avançaram no indicador em termos
Ao todo, dos 5.565 municípios brasileiros, percentuais).
2.356, ou 42,3% deles, possuem o IDHM
Longevidade superior àquele observado
para o país (0,816). Dentre eles, Blumenau
(SC), Brusque (SC), Balneário Camboriú
1. O desvio padrão (σ) observado para o cresci-
mento absoluto do IDHM Longevidade dos (SC) e Rio do Sul (SC) são os municípios
municípios brasileiros entre 2000 e 2010 foi brasileiros com o maior IDHM Longevida-
de 0,033. de (0,894) do país, o que equivale a 78,6
anos de esperança de vida ao nascer.

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MAPA 3: IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO NORTE – 2010 MAPA 4: EVOLUÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO NORTE – 2000/2010

IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS

1º quinto 0,843 - 0,894 5 IDHML


Região Norte Evolução e Desempenho nos Municípios No que diz respeito ao desempenho FAIXAS MUNICÍPIOS
2º quinto 0,820 - 0,842 31 1º quinto 0,110 - 0,145 143
2000-2010 – Região Norte relativo do indicador, no período analisa-
3º quinto 0,796 - 0,819 118 2º quinto 0,089 - 0,109 108
Na Região Norte, conforme o mapa 3, do, São Bento do Tocantins (TO) (23,9%),
4º quinto 0,761 - 0,795 180 3º quinto 0,069 - 0,088 79
apenas cinco municípios estão no grupo Conforme se pode observar no mapa 4, o Praia Norte (TO) (23,7%), Esperantina (TO)
5º quinto 0,672 - 0,760 115 4º quinto 0,047 - 0,068 74
com os indicadores do IDHM Longevidade Estado do Tocantins é o estado da Região (23,3%) e Carrasco Bonito (TO) (23,2%)
mais elevados e esses cinco municípios Norte com maior quantidade de municí- são os municípios que apresentaram os 5º quinto 0,002 - 0,046 45
pertencem ao Estado do Tocantins. Ao pios com os maiores crescimentos no melhores desempenhos. Novamente,
todo, 40% dos municípios dessa macror- IDHM Longevidade, em termos absolutos. observa-se que todos esses municípios
região se encontram no quarto quinto pertencem ao Estado do Tocantins.
(que representa baixo IDHM Longevidade) No período 2000-2010, os municípios de
e outros 26,3% enquadram-se no Silvanópolis (TO) (0,143), São Valério (TO)
terceiro quinto. (0,143), Goianorte (TO) (0,142), São Bento
do Tocantins (TO) (0,142) e Dois Irmãos do
Tocantins (0,142) foram os que obtiveram
os maiores avanços no IDHM Longevida-
de na Região Norte. Nessa região, todos
os municípios que apresentaram os maio-
res avanços absolutos no IDHM Longevi-
dade pertencem ao Estado do Tocantins.

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MAPA 5: IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO NORDESTE – 2010 MAPA 6: EVOLUÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO NORDESTE – 2000/2010

Região Nordeste Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Nordeste
A Região Nordeste, conforme ilustra a
mapa 5, é a região que possui o maior A Região Nordeste apresenta grande
percentual de municípios no quinto de quantidade de municípios com elevado
resultados mais baixos do IDHM Longe- avanço do IDHM Longevidade, destacan-
vidade: 54,4% deles. Outros 38,2% se do-se em especial, os municípios do norte
encontram no segundo pior agrupamento da Bahia, centro-sul do Piauí, Alagoas e
(4º quinto). Ainda é possível observar que Maranhão, conforme ilustra o mapa 6.
nenhum município da Região Nordeste
se encontra dentre os municípios brasi- Em particular, os municípios nordestinos
leiros com maiores IDHM Longevidade, de São João da Canabrava (PI) (0,145),
e apenas 1,4% deles estão no segundo São Sebastião do Passé (BA) (0,144), Poço
agrupamento dos municípios com maior das Trincheiras (AL) (0,144) e Itacaré (BA)
IDHM Longevidade. (0,144) apresentaram os maiores avanços
no IDHM Longevidade, para o período
2000-2010. Por seu turno, Várzea Nova IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS

IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS (BA), com 25,9%, Santa Rosa do Piauí (PI), 1º quinto 0,110 - 0,145 934
1º quinto 0,843 - 0,894 0 com 25,7%, Junco do Maranhão (MA), 2º quinto 0,089 - 0,109 316
2º quinto 0,820 - 0,842 25 com 25,5%, e Senador Alexandre Costa 3º quinto 0,069 - 0,088 243
3º quinto 0,796 - 0,819 107 (MA), com 25,3%, constituem os municí- 4º quinto 0,047 - 0,068 153
4º quinto 0,761 - 0,795 686 pios que obtiveram os melhores desem- 5º quinto 0,002 - 0,046 148
5º quinto 0,672 - 0,760 976 penhos relativos no IDHM Longevidade da
Região Nordeste, na década analisada.

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MAPA 7: IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO CENTRO-OESTE – 2010 MAPA 8: EVOLUÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO CENTRO-OESTE – 2000/2010

Região Centro-Oeste Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Centro-Oeste
O mapa 7 traz os resultados municipais
do IDHM Longevidade para a Região Em relação à evolução, em termos abso-
Centro-Oeste. Nenhum município da lutos do IDHM Longevidade, Adelândia
região encontra-se no quinto dos muni- (GO) (0,124), Santa Tereza de Goiás (GO)
cípios brasileiros com os menores IDHM (0,123), Taquaral de Goiás (GO) (0,120) e
Longevidade. Pelo contrário, 54,3% dos Arenópolis (GO) (0,120) apresentaram os
seus municípios se encontram no 1º e maiores avanços ao longo da década de
IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS 2º quintos de IDHM Longevidade mais 2000, conforme ilustra o mapa 8.
IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS
1º quinto 0,843 - 0,894 56 elevados do Brasil e outros 40,3% estão
1º quinto 0,110 - 0,145 27
2º quinto 0,820 - 0,842 197 no agrupamento intermediário. Observa-se que quase todos os municí-
2º quinto 0,089 - 0,109 123
3º quinto 0,796 - 0,819 188 pios que apresentaram os maiores cresci-
3º quinto 0,069 - 0,088 97
4º quinto 0,761 - 0,795 25 mentos absolutos no IDHM Longevidade,
4º quinto 0,047 - 0,068 130
5º quinto 0,672 - 0,760 0 na Região Centro-Oeste, pertencem ao
5º quinto 0,002 - 0,046 89
Estado de Goiás.Já em termos de desem-
penho relativo, Adelândia (GO) (17,4%),
Santa Tereza de Goiás (GO) (17,5%),
Guaraíta (GO) (17,1%), e Morro Agudo de
Goiás (GO) (16,8%) são os municípios que
obtiveram os melhores desempenhos
entre 2000 e 2010, para o IDHM Longe-
vidade. Também nesse caso, observa-se
que todos esses municípios pertencem ao
Estado de Goiás.

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MAPA 9: IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO SUDESTE – 2010 MAPA 10: EVOLUÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO SUDESTE– 2000/2010

IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS

1º quinto 0,843 - 0,894 538 IDHML Desempenho absoluto


FAIXAS MUNICÍPIOS
2º quinto 0,820 - 0,842 505
1º quinto 0,110 - 0,145 9
3º quinto 0,796 - 0,819 460
2º quinto 0,089 - 0,109 386
4º quinto 0,761 - 0,795 142
3º quinto 0,069 - 0,088 399
5º quinto 0,672 - 0,760 23
4º quinto 0,047 - 0,068 418
5º quinto 0,002 - 0,046 456

Região Sudeste Na região como um todo, um terço dos Evolução e Desempenho nos Municípios No que tange ao desempenho relativo, en-
seus municípios encontra-se no agrupa- 2000-2010 – Região Sudeste tre 2000 e 2010, os municípios de Magé
A Região Sudeste, como nos demonstra mento de maior IDHM Longevidade do (RJ), com 17,0%, Queimados (RJ), com
o mapa 9, apresenta alguns dos melhores país. Outros 30,3% se encontram no No que diz respeito ao avanço, em termos 17,4%, Varre-Sa (RJ), com 17,1% e Japeri
indicadores no que diz respeito ao IDHM segundo quinto mais elevado e apenas absolutos, do IDHM Longevidade, ilus- (RJ), com 16,6%, são aqueles que obtive-
Longevidade brasileiro, especialmente em 1,4% dos municípios da Região Sudeste trados pelo mapa 10, Magé (RJ) (0,121), ram os melhores desempenhos relativos,
suas porções centro-sul e oeste, compre- se encontram dentre os municípios com Queimados (RJ) (0,120), Varre-Sai (RJ) no IDHM Longevidade, na região.
endendo boa parte do Estado de São Pau- os menores IDHM Longevidade no Brasil. (0,118), e Suzano (SP) (0,116) são os mu-
lo, o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas. Estes municípios de baixo IDHM Longe- nicípios da Região Sudeste que apresen-
vidade se encontram pela região norte taram os maiores crescimentos no IDHM
e nordeste do Estado de Minas Gerais, Longevidade.
próximos ao Vale do Jequitinhonha.

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MAPA 11: IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO SUL – 2010 MAPA 12: EVOLUÇÃO DO IDHM LONGEVIDADE – REGIÃO SUL– 2000/2010

Região Sul Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Sul
A Região Sul, conforme traz o mapa 11,
não apresenta nenhum município no quin- Como os municípios da Região Sul apre-
to dos municípios de menor IDHM Lon- sentam valores mais altos do IDHM Lon-
gevidade no Brasil. Trata-se, na verdade, gevidade, observa-se que o desempenho
da região que apresenta maior percentual em termos absolutos e relativos fica abaixo
de municípios com IDHM Longevidade daqueles observados em regiões em que o
elevado no país: 40% de seus municípios IDHM Longevidade são mais baixos.
estão no quinto de IDHM Longevidade
mais elevado e 32,2% no segundo quinto Os municípios paranaenses de Jundiaí
mais elevado. Isso quer dizer que, mais de do Sul (PR) (0,105), Iretama (PR) (0,104),
70% dos municípios sulistas estão entre Teixeira Soares (PR) (0,105), Querência
os municípios de mais elevada esperança do Norte (PR) (0,104), Paulo Frontin (PR)
de vida ao nascer no país. (0,104) e Boa Venturade São Roque (PR)
IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS
IDHML FAIXAS MUNICÍPIOS (0,104) são aqueles, da Região Sul, que
1º quinto 0,843 - 0,894 475 1º quinto 0,110 - 0,145 0 apresentaram os maiores crescimentos
2º quinto 0,820 - 0,842 383 2º quinto 0,089 - 0,109 150 no IDHM Longevidade.
3º quinto 0,796 - 0,819 240 3º quinto 0,069 - 0,088 286
4º quinto 0,761 - 0,795 90 4º quinto 0,047 - 0,068 355 Em termos percentuais, os municípios para-
5º quinto 0,672 - 0,760 0 5º quinto 0,002 - 0,046 397 naenses de Boa Ventura de São Roque (PR)
(14,9%), Ivaí (PR) (14,8%), Paulo Frontin (PR)
(14,8%), Querencia do Norte (PR (14,8%) e
Jundiaí do Sul (PR) (14,8%) são os que obti-
veram os melhores desempenhos relativos,
na região, entre 2000 e 2010.

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IDHM Educação

1991
O acesso a conhecimento é fundamental A escolaridade da população adulta re- GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO IDHM EDUCAÇÃO NO BRASIL
para expandir as escolhas das pessoas. É flete o funcionamento do sistema educa-
assim determinante para o bem-estar e cional em períodos passados e considera
essencial para o exercício das liberdades que a população adulta brasileira deveria IDHM Educação
individuais, da autonomia e autoestima. No ter completado, ao menos, o ensino fun- Subíndice escolaridade da população adulta
IDHM, acesso a conhecimento é medido damental em sua passagem pelo sistema Subíndice fluxo escolar da população jovem
pela composição de dois subíndices. A es- educacional. O fluxo escolar da popu- 1991 0,279
colaridade da população adulta é medida lação jovem acompanha a população 0,301
pelo percentual de pessoas de 18 anos ou em idade escolar em quatro momentos 0,268
mais de idade com ensino fundamental importantes da sua formação – entrada 0,456
2000
completo. O fluxo escolar da população no sistema educacional, finalização do 0,398
jovem é medido pela média aritmética primeiro ciclo do ensino fundamental, e 0,488
do percentual de crianças de 5 a 6 anos conclusão do ensino fundamental e do
frequentando a escola, do percentual de ensino médio. 2010 0,637
0,549
jovens de 11 a 13 anos frequentando os 0,686
anos finais do ensino fundamental – 6º ao O IDHM Educação adotado no Atlas Brasil
9º ano –, do percentual de jovens de 15 a 2013 reforça a sinalização de que atual- 128,3%
Quanto cresceu
17 anos com ensino fundamental completo mente no país é preciso garantir que as 63,4% 39,7%
e do percentual de jovens de 18 a 20 anos crianças e jovens avancem nos ciclos es-
com ensino médio completo. colares, nas idades certas. A metodologia
adotada privilegia um olhar para o futuro
da educação no país, ainda que indique
menos sobre os avanços passados em
outras conquistas importantes do sistema
2000 2010
educacional nacional.

No Brasil

O IDHM Educação do Brasil passou de Em termos percentuais, entre 1991 e


0,279, em 1991, para 0,456, em 2000, 2010, o IDHM Educação teve um aumento
e alcançou, em 2010, 0,637. Houve uma de 128,3%. De 1991 a 2000, observou-se
variação, em termos absolutos, de 0,358 um desempenho relativo de 63,4%, valor
entre os anos de 1991 a 2010, refletindo este superior ao observado para o período
dois importantes avanços na educação do de 2000 a 2010, que foi de 39,7%.
país nos últimos vinte anos: de um lado,
Mapa 1: IDHM Educação no há o acréscimo de 24,8% de pessoas aci-
Brasil – 1991, 2000, 2010 ma de 18 anos com o ensino fundamental
Muito alto (acima de 0,800) completo; e de outro, o aumento de 0,418
Alto (0,700 até 0,799) no subíndice de fluxo escolar.
Médio (0,600 até 0,699)
Baixo (0,500 até 0,599)
Muito baixo (0,000 até 0,499)

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MAPA 2: EVOLUÇÃO DO IDHM EDUCAÇÃO A PARTIR DA Nos municípios Do total dos 5.565 municípios brasileiros, GRÁFICO 2: DISTRIBUIÇÃO DO IDHM EDUCAÇÃO – 1991/2010
MÉDIA DE CRESCIMENTO BRASILEIRA PARA 2000 E 2010 1.247, ou 22,4% deles, possuem o IDHM
O mapa 2 apresenta o IDHM Educação Educação superior àquele observado
para os 5.565 municípios do país, tendo para o país (0,637), em 2010. Dentre eles,
1,000
como referência o desvio padrão1 das Águas de São Pedro (SP) é o município
variações em torno do crescimento de brasileiro que possui o maior IDHM Edu-
0,800
0,181, observado para o IDHM Educação cação (0,825). São Caetano do Sul (SP), 2010
do Brasil entre 2000 e 2010. Santos (SP) e Vitória (ES) também estão 2000
0,600
entre os municípios com os mais altos
Em quase 65% dos municípios brasileiros, IDHM Educação no Brasil, com índices de 0,400 1991
ou seja, em 3.611 municipalidades, o cres- 0,811, 0,807 e 0,805, respectivamente.
cimento do IDHM Educação mostrou-se 0,200
superior à média nacional. Esses muni- Por outro lado, o indicador mais baixo
cípios encontram-se, em especial, nas foi encontrado em Melgaço (PA), com 0,000
regiões Norte e Nordeste, nas quais os IDHM Educação igual a 0,207. Chaves (PA) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
indicadores observados em 1991 e 2000 (0,234), Atalaia do Norte (AM) (0,259) e
eram muito baixos. Itamarati (AM) (0,266) completam a rela-
ção de municípios com os menores IDHM
Dos 1.581 municípios que apresentaram Educação. É possível constatar, pela amplitude e
crescimento muito acima da média, 930 distância entre as linhas de distribuição,
Muito acima da média
(58,7%) estão localizados na Região É possível observar que há uma concen- que o crescimento do IDHM Educação
(acima de 0,238)
Nordeste e, outros 242 (15,3%), na região tração de municípios com IDHM mais ele- nos municípios brasileiros de 1991 a 2010
Acima da média
Norte. Desses, a maioria se encontra nos vados na Região Centro-Sul, em contraste foi grande. Na primeira década, o aumento
(entre 0,181 e 0,238)
Estados da Bahia, Maranhão, Ceará e com municípios de baixo IDHM Educação foi maior nos municípios que já possuíam
Abaixo da média
Piauí. na Região Norte e Nordeste do país. o IDHM Educação mais elevados, enquan-
(entre 0,124 e 0,180)
to na segunda década há um aumento
Muito abaixo da média
Apenas 435 municípios brasileiros, ou O gráfico 2 destaca a distribuição do no IDHM Educação dos municípios com
(abaixo de 0,124)
7,8% deles, apresentaram crescimento do IDHM Educação dos municípios brasilei- indicadores mais baixos.
IDHM Educação muito abaixo da média ros para 1991, 2000 e 2010.
do país. Esses municípios localizam-se, Mantendo a estrutura de análise apre-
sobretudo, na região Centro Sul, onde se sentada na seção anterior, faz-se, a
encontram os municípios de IDHM Educa- seguir, uma avaliação do IDHM Educação
1. O desvio padrão (σ) observado para
o crescimento absoluto do IDHM ção mais elevados. dos municípios em cada macrorregião,
Educação dos municípios brasileiros destacando aqueles que apresentaram
entre 2000 e 2010 foi de 0,057. melhor desempenho em termos absoluto
(maiores avanços no indicador) e relativo
(maiores avanços no indicador em termos
percentuais).

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MAPA 3: IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO NORTE – 2010 MAPA 4: EVOLUÇÃO DO IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO NORTE – 2000/2010

IDHME FAIXAS MUNICÍPIOS IDHME Desempenho absoluto


1º quinto 0,645 - 0,825 17 FAIXAS MUNICÍPIOS

2º quinto 0,588 - 0,644 40


Região Norte Evolução e Desempenho nos Municípios No período 2000-2010, os municípios 1º quinto 0,255 - 0,416 188
3º quinto 0,534 - 0,587 88
2000-2010 – Região Norte de Mateiros (TO) (0,387), Bom Jesus 2º quinto 0,221 - 0,254 110
Na Região Norte, conforme o mapa 3, (TO) (0,383), Sucupira (TO) (0,378) e Pau 3º quinto 0,191 - 0,220 99
4º quinto 0,475 - 0,533 117
apenas 17 municípios estão no grupo dos Conforme se pode observar no mapa 4, a D´Arco (TO) (0,374) foram os que obtive- 4º quinto 0,156 - 0,190 40
5º quinto 0,207 - 0,474 187
municípios com os maiores valores do Região Norte apresenta grande quantida- ram os maiores avanços no IDHM Edu- 5º quinto 0,015 - 0,155 12
IDHM Educação. Boa parte deles está de de municípios com elevado crescimen- cação na Região Norte. Nesta região, os
localizada no Estado do Tocantins. Por to no IDHM Educação. Ao todos, 188, ou municípios que apresentaram os maiores
outro lado, 41,6% dos municípios da Re- 41,9% dos municípios da região, compõe avanços absolutos no IDHM Educação
gião Norte estão no quinto que agrega os o primeiro quinto de crescimento, enquan- pertencem ao Estado do Tocantins.
municípios de mais baixo IDHM Educação to outros 110, ou 24,5% estão agrupados
no país. no segundo quinto. Em termos percentuais, Mateiros (TO)
(509,2%), Jordão (AC) (444,2%), Japurá
Os mais elevados IDHM Educação da Re- (AM) (331,3%) e Pauini (AM) (328,4%)
gião Norte foram observados em Palmas são os municípios que apresentaram os
(0,749) (TO), Araguaína (TO) (0,712), Boa melhores desempenhos relativos.
Vista (RR) (0,708), Paraíso do Tocantins
(TO) (0,706) e Gurupi (TO) (0,706).

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MAPA 5: IDHM EDUCAÇÃO– REGIÃO NORDESTE – 2010 MAPA 6: EVOLUÇÃO DO IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO NORDESTE – 2000/2010

Região Nordeste Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Nordeste
A Região Nordeste, conforme ilustra o
mapa 5, é a região que possui o maior per- Os municípios da Região Nordeste apre-
centual de municípios no quinto agrupa- sentaram baixos indicadores para o IDHM
mento com os menores IDHM Educação: Educação, mas também apresentaram
44% deles. Outros 32,8% se encontram elevado crescimento absoluto e relativo
no quarto quinto, o segundo mais baixo. para o indicador.
Também é possível observar que apenas
29 municípios da Região Nordeste, ou Os municípios nordestinos de Bela Vista
1,6% deles, se encontram dentre os mu- do Piauí (PI) (0,407), Jijoca de Jericoacoara
nicípios brasileiros com os maiores IDHM (CE) (0,398), Capitão Gervásio de Olivei-
Educação. ra (PI) (0,372) e Senador Sá (CE) (0,365)
foram os municípios que apresentaram os
Apesar do baixo desempenho no IDHM maiores avanços no IDHM Educação para
Educação na região Nordeste como um a região no período 2000-2010.
IDHME Desempenho absoluto
IDHME FAIXAS MUNICÍPIOS
todo, o estado do Ceará apresenta os FAIXAS MUNICÍPIOS

1º quinto 0,645 - 0,825 29 melhores resultados municipais e destoa Guaribas (PI), com 829,3%, Aroeiras do 1º quinto 0,255 - 0,416 654
2º quinto 0,588 - 0,644 88 positivamente na região. Os mais eleva- Itaim (PI), com 822%, Dom Inocêncio (PI), 2º quinto 0,221 - 0,254 594
3º quinto 0,534 - 0,587 299 dos IDHM Educação da Região Nordeste com 470,1%, e São Francisco de Assis 3º quinto 0,191 - 0,220 374
4º quinto 0,475 - 0,533 589 são, São Luis (0,752) (MA), Fernando de do Piauí (PI), com 460,0%, constituem os 4º quinto 0,156 - 0,190 150
5º quinto 0,207 - 0,474 789 Noronha (PE) (0,748), Paço do Lumiar (MA) municípios que obtiveram os melhores de- 5º quinto 0,015 - 0,155 22
(0,739) e Parnamirim (RN) (0,726). sempenhos relativos no IDHM Educação
da Região Nordeste, na década analisada.
Chama a atenção o elevado crescimento
percentual destes municípios piauienses.

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MAPA 7: IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO CENTRO-OESTE – 2010 MAPA 8: EVOLUÇÃO DO IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO CENTRO-OESTE – 2000/2010

Região Centro-Oeste Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Centro-Oeste
O mapa 7 traz os resultados municipais
do IDHM Educação para a Região Centro- Em relação ao crescimento do IDHM Edu-
-Oeste. Nela, 67 municípios se encontram cação, Conquista D´Oeste (MT) (0,416),
no grupo de IDHM Educação mais elevado Novo Santo Antônio (MT) (0,382), Bom Je-
do Brasil e outros 164 municípios estão sus do Araguaia (MT) (0,374) e Rondolândia
no segundo quinto dos mais elevados (MT) (0,360) apresentaram os maiores
IDHM Educação do país. Com isso, ao avanços ao longo da primeira década de
IDHME FAIXAS MUNICÍPIOS todo 49,6% dos municípios da região 2000, conforme ilustra a Figura 8. Obser- IDHME Desempenho absoluto
1º quinto 0,645 - 0,825 67 Centro-Oeste estão concentrados nos va-se que os municípios que apresentaram FAIXAS MUNICÍPIOS

2º quinto 0,588 - 0,644 164 dois grupos de IDHM Educação mais os maiores crescimentos absolutos no 1º quinto 0,255 - 0,416 104
3º quinto 0,534 - 0,587 150 altos do Brasil. E somente 17 municípios IDHM Educação, na Região Centro-Oeste, 2º quinto 0,221 - 0,254 128
4º quinto 0,475 - 0,533 68 estão dentre os piores IDHM Educação do pertencem ao Estado de Mato Grosso. 3º quinto 0,191 - 0,220 105
5º quinto 0,207 - 0,474 17 Brasil. 4º quinto 0,156 - 0,190 95
Em termos percentuais, Novo Santo 5º quinto 0,015 - 0,155 34
Os mais elevados IDHM Educação ob- Antônio (MT) (265,3%), Rondolândia (MT)
servados na Região Centro Oeste são de (211,8%), Bom Jesus do Araguaia (MT)
Brasília (0,742) (DF), Goiânia (GO) (0,739), (206,6%), e Gameleira de Goiás (GO)
Ceres (GO) (0,733) e Goiandira (GO) (197%) são os municípios que obtiveram
(0,727). os melhores desempenhos entre 2000 e
2010, para o IDHM Educação.

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MAPA 9: IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO SUDESTE – 2010 MAPA 10: EVOLUÇÃO DO IDHM EDUCAÇÃO – REGIÃO SUDESTE – 2000/2010

IDHME FAIXAS MUNICÍPIOS

1º quinto 0,645 - 0,825 611 IDHME Desempenho absoluto


FAIXAS MUNICÍPIOS
2º quinto 0,588 - 0,644 384
1º quinto 0,255 - 0,416 92
3º quinto 0,534 - 0,587 341
2º quinto 0,221 - 0,254 170
4º quinto 0,475 - 0,533 238
3º quinto 0,191 - 0,220 309
5º quinto 0,207 - 0,474 94
4º quinto 0,156 - 0,190 502
5º quinto 0,015 - 0,155 595

Região Sudeste Os mais elevados IDHM Educação obser- Evolução e Desempenho nos Municípios Em termos percentuais, entre 2000
vados na Região Sudeste são Águas de 2000-2010 – Região Sudeste e 2010, os municípios de Verdelândia
Na Região Sudeste, como nos demonstra São Pedro (SP) (0,825), que possui o maior (MG), com 206,0%, Ninheira (MG), com
o mapa 9, o estado de São Paulo destaca- IDHM Educação do país, São Caetano No que diz respeito ao crescimento, em 192,3%, São João do Pacuí (MG), com
-se no que diz respeito ao IDHM Educa- do Sul (SP) (0,811), Santos (SP) (0,807) e termos absolutos, do IDHM Educação, 178,5%, Bonito de Minas (MG), com
ção. Na região, como um todo, são 611 Vitória (ES) (0,805). conforme Figura 10, a região norte do 162,2% são aqueles que obtiveram os
municípios, ou 36,6% deles, que estão estado de Minas Gerais se destaca. melhores desempenhos relativos no
dentre os municípios que possuem os Taquarivaí (SP) (0,351), Guaraciama (MG) IDHM Educação na região.
maiores IDHM Educação do país. Desses (0,340), São João do Pacuí (MG) (0,323)
611 municípios, 480 (78,6%), estão loca- e Verdelândia (MG) (0,311) são os muni-
lizados no estado de São Paulo. O estado cípios da Região Sudeste que apresenta-
não apresenta nenhum município dentre ram os maiores crescimentos no IDHM
os piores IDHM Educação. Educação.

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MAPA 11: IDHM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL EM 2010 MAPA 12: AVANÇO DO IDHM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL DE 2000 A 2010

Região Sul Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Sul
A Região Sul, conforme traz o mapa 11,
não se destaca tanto no indicador Edu- Conforme o mapa 12, no que diz respeito
cação como nos demais indicadores que ao crescimento em termos absolutos do
compõe o IDHM. Nela, 387 municípios, IDHM Educação, Chapadão do Lageado
ou 32,6% deles, se encontram dentre os (SC) (0,353), Timbó Grande (SC) (0,327),
municípios com os maiores IDHM Edu- Goioxim (PR) (0,322), e Garuva (SC) (0,313)
cação do país. A maioria dos municípios são os municípios da Região Sul que apre-
dessa região se encontram agrupados no sentaram os maiores avanços no IDHM
segundo quinto, com 422 municípios, ou Educação.
37,5% deles.
Em termos percentuais, os municípios de
Os mais elevados IDHM Educação obser- Goioxim (PR) (143,1%), Timbó Grande (SC)
IDHME FAIXAS MUNICÍPIOS
IDHME Desempenho absoluto
vados na Região Sul são Florianópolis (SC) (137,4%), Tunas do Paraná (PR) (134,9%)
1º quinto 0,645 - 0,825 387 FAIXAS MUNICÍPIOS
(0,800), Balneário Camburiú (SC) (0,789), e Chapadão do Lageado (SC) (134,2%)
2º quinto 0,588 - 0,644 422 1º quinto 0,255 - 0,416 57
Joaçaba (SC) (0,771), Maringá (PR) (0,768) são os que obtiveram os maiores desem-
3º quinto 0,534 - 0,587 240 2º quinto 0,221 - 0,254 117
e Curitiba (PR) (0,768). penhos relativos na região, entre 2000 e
4º quinto 0,475 - 0,533 107 3º quinto 0,191 - 0,220 203
2010.
5º quinto 0,207 - 0,474 32 4º quinto 0,156 - 0,190 334
5º quinto 0,015 - 0,155 477

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IDHM Renda

Na abordagem de desenvolvimento huma- A renda per capita indica a capacidade GRÁFICO 1: CRESCIMENTO DO IDHM RENDA NO BRASIL
no, o domínio sobre recursos indica se o média de aquisição de bens e serviços
processo de desenvolvimento se deu livre por parte dos habitantes do município. A
de privações das necessidades básicas grande limitação desse indicador é não
dos indivíduos, como água, alimento e considerar a desigualdade de renda entre
moradia. No IDHM, o acesso a neces- eles. Assim, um município pode apresen-
sidades básicas de forma a assegurar tar uma elevada renda per capita, mas, ao
um padrão de vida digno é medido pela mesmo tempo, ter uma grande parcela Renda per capita (R$)
renda municipal mensal per capita, ou de sua população vivendo na pobreza. O
seja, a renda média mensal dos indivíduos método de cálculo do IDHM Renda aplica
residentes em determinado município, ex- uma fórmula logarítmica, que aproxima os Quanto cresceu o IDHM Renda
pressa em reais de 1º de agosto de 2010. maiores valores de renda per capita dos 1991 447,56 1991 a 2000 7,0%
menores. Esse procedimento considera
2000 a 2010 6,8%
que, à medida que a renda per capita 2000 592,46
se eleva, o retorno desse acréscimo de 1991 a 2010 14,2%
renda, em termos de desenvolvimento
2010 793,87
humano, diminui.
R$ 0 200 400 600

1991 2000
No Brasil 2010

O IDHM Renda do Brasil passou de 0,647,


em 1991, para 0,692, em 2000, chegando,
em 2010, a 0,739. Houve uma variação,
em termos absolutos, de 0,092, entre os
anos de 1991 a 2010, o que corresponde
a um ganho de R$346,31 na renda per
capita dos brasileiros nos últimos vinte
anos. O indicador cresceu mais no período
de 2000 a 2010 (0,047), que corresponde
a R$201,41, do que no período de 1991 a
2000 (0,045), o que equivale a R$144,90. Mapa 1: IDHM Renda no
Brasil – 1991, 2000, 2010
Em termos percentuais, entre 1991 e Muito alto (acima de 0,800)
2010, o Brasil teve um aumento de 14,2% Alto (0,700 até 0,799)
no indicador. Observou-se uma variação Médio (0,600 até 0,699)
de 6,8%, entre 2000 e 2010, inferior Baixo (0,500 até 0,599)
àquela observada para 1991 a 2000, que Muito baixo (0,000 até 0,499)
foi de 7,0%.

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MAPA 2: EVOLUÇÃO DO IDHM RENDA A PARTIR DA MÉDIA Nos municípios Apesar do avanço observado na década de GRÁFICO 2: DISTRIBUIÇÃO DO IDHM RENDA – 1991/2010
DE CRESCIMENTO BRASILEIRA PARA 2000 E 2010 2000, com 72% dos municípios apresen-
O mapa 2 apresenta o IDHM Renda para tando um crescimento da renda per capita
os 5.565 municípios do país, tendo como superior à média nacional, a concentração
referência o desvio padrão1 das variações de renda em alguns municípios brasileiros 1

em torno do crescimento de 0,047, obser- ainda se reflete no IDHM Renda. Ao todo, 2010
0,8
vado entre 2000 e 2010 no IDHM Renda dos 5.565 municípios brasileiros, apenas 2000
do Brasil. 620, ou 11,1% deles, possuem o IDHM 1991
0,6
Renda superior àquele observado para o
Em cerca de 73% dos municípios brasi- país (0,739). 0,4
leiros, observou-se um crescimento da
renda per capita entre 2000 e 2010 maior Dentre eles, São Caetano do Sul (SP) é 0,2
do que o crescimento observado para o o município brasileiro que possui o maior
país, sendo que em 2.237 municípios, ou IDHM Renda (0,891), que equivale a R$ 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
40,1% do universo, houve um crescimen- 2.043,74 da renda per capita. Niterói (RJ)
to acima da média nacional, e em 1.832 (0,887), Vitória (ES) (0,876) e Santana do
municípios, ou 33%, houve um cresci- Parnaíba (SP) (0,876), completam os maio-
mento muito acima da média observada res IDHM Renda do país.
no país.
O IDHM Renda mais baixo foi observado
Muito acima da média
Na Região Nordeste, em particular, obser- em Marajá do Sena (MA) (0,400), o que
(acima de 0,080)
vou-se um crescimento bem acentuado, correspondia a R$ 96,25 de renda per A seguir, são feitas análises do IDHM
Acima da média
corroborando para o avanço do IDHM capita. Fernando Falcão (0,417), Belágua Renda dos municípios brasileiros para
(entre 0,047 e 0,080)
Renda nos municípios da região. Por outro (0,417) e Cachoeira Grande (0,422), todos cada uma das cinco macrorregiões do
Abaixo da média
lado, apenas 278 municípios do país, ou eles municípios maranhenses, completam país. Além de analisar comparativamente
(entre 0,014 e 0,046)
5% deles, apresentaram crescimento mui- a relação de municípios com os menores o valor do IDHM Renda dos municípios
Muito abaixo da média
to abaixo da média. Em 1.218 municípios, IDHM Renda do país. para cada macrorregião, a análise apresen-
(abaixo de 0,014)
ou 21,8%, o crescimento observado foi ta também os municípios que se destaca-
abaixo da média. E 112 deles apresenta- O gráfico 2 apresenta a distribuição do ram em termos do crescimento absoluto
ram decrescimento do IDHM Renda. IDHM Renda dos municípios brasileiros (os que mais avançaram no indicador) e
agrupados por centésimos. desempenho relativo (os que mais avança-
ram no indicador em termos percentuais).
1. O desvio padrão (σ) observado para
o crescimento absoluto do IDHM É possível constatar que de 1991 para
Renda dos municípios brasileiros 2010 o aumento no IDHM Renda foi um
entre 2000 e 2010 foi de 0,033. pouco maior nos centésimos mais baixos
dos municípios, principalmente para o
período de 2000 a 2010. Isso reflete o
maior avanço, mesmo que tímido, do
indicador para aqueles municípios que
apresentavam os indicadores mais baixos.
Ainda assim, é possível observar que a
desigualdade nos municípios brasileiros se
mantém acentuada.

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MAPA 3: IDHM RENDA – REGIÃO NORTE – 2010 MAPA 4: EVOLUÇÃO DO IDHM RENDA – REGIÃO NORTE – 2000/2010

IDHMR FAIXAS MUNICÍPIOS IDHMR Desempenho absoluto


1º quinto 0,718 - 0,891 15 FAIXAS MUNICÍPIOS
Região Norte Evolução e Desempenho nos Municípios Conforme ilustra o mapa 4, os municípios 1º quinto 0,095 - 0,296 75
2º quinto 0,679 - 0,717 16
2000-2010 – Região Norte dos estados de Tocantins e alguns do Acre 2º quinto 0,076 - 0,094 69
3º quinto 0,620 - 0,678 123
Na Região Norte, somente 15 municípios apresentaram um desempenho compa- 3º quinto 0,059 - 0,075 72
4º quinto 0,561 - 0,619 151
estão no grupo dos municípios brasileiros No período 2000-2010, na região Norte, 75 rativamente melhor na década de 2000, 4º quinto 0,041 - 0,058 93
5º quinto 0,400 - 0,560 144
com os maiores IDHM Renda, e outros 16 municípios, ou 16,7%, estão agrupados no ao passo que os municípios dos estados 5º quinto -0,062 - 0,040 140
estão no segundo grupo. Os 93,1% muni- 1º quinto dos municípios brasileiros que do Pará e de Roraima apresentaram um
cípios restantes se encontram nos 3º, 4º e mais avançaram no IDHM Renda no país, desempenho comparativamente pior.
5º quintos, conforme é possível observar e 69, ou 15,4%, estão no 2º quinto.
pelo mapa 3. Em termos percentuais, Jordão (AC)
Destaque para os municípios de Lavandei- (50,8%), Lavandeira (TO) (50,3%), Lagoa
Os mais elevados IDHM Renda da Região ra (TO) (0,200), Abreulândia (TO) (0,194) e do Tocantins (TO) (49,2%) e Mateiros (TO)
Norte foram observados em Palmas Mateiros (TO) (0,182), os quais apresenta- (45,0%) são os municípios que apresenta-
(0,789) (TO), Porto Velho (RO) (0,764), ram os maiores saltos no IDHM Renda de ram os maiores crescimentos percentuais
Paraíso do Tocantins (TO) (0,759) e Belém toda a Região Norte. dentre todos os municípios da região
(PA) (0,751). Vale destacar que apenas Norte ao longo da última década.
esses quatro municípios, entre os 449
municípios da Região Norte, apresentam
IDHM Renda acima daquele encontrado
para o país.

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MAPA 5: IDHM RENDA – REGIÃO NORDESTE – 2010 MAPA 6: EVOLUÇÃO DO IDHM RENDA – REGIÃO NORDESTE – 2000/2010

Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Nordeste

Região Nordeste O mapa 6 apresenta os resultados munici-


pais do IDHM Renda para a Região Nordes-
A Região Nordeste, conforme ilustra o te. Nela é possível observar que a região
mapa 5, possui 925 municípios (51,6% possui 548 municípios (30,5% do total de
dos 1.794 municípios da região), localiza- seus municípios) entre os municípios com
dos no quinto com os mais baixos IDHM os maiores crescimentos do IDHM Renda
Renda. Outros 693, ou 38,6%, encontram- no país.
-se no segundo quinto dos mais baixos
IDHM Renda. Somente 14 municípios da Ao todo, 1614 dos municípios da região,
Região Nordeste, ou 0,8%, encontram-se ou 90% deles, apresentaram crescimento
dentre os municípios brasileiros com os no IDHM Renda acima do crescimento
maiores IDHM Renda do país. brasileiro de 2000 a 2010. Destacam-se os
municípios de Isaias Coelho (PI) (0,210),
Os maiores IDHM Renda da Região Nor- Aguiar (PB) (0,203), Acauã (PI) (0,184),
deste são encontrados em Recife (0,798) Novo Santo Antônio (PI) (0,181) e Do-
(PE), Aracajú (SE) (0,784), Cabedelo (PE) mingos Mourão (PI) (0,181) como sendo
(0,782), Fernando de Noronha (PE) (0,781) aqueles que apresentaram os maiores IDHMR Desempenho absoluto
IDHMR e Lauro de Freitas (BA) (0,781), o que avanços no IDHM Renda, para o período FAIXAS MUNICÍPIOS
FAIXAS MUNICÍPIOS
corresponde a valores que vão de uma 2000-2010. 1º quinto 0,095 - 0,296 548
1º quinto 0,718 - 0,891 14 2º quinto 0,076 - 0,094 539
2º quinto 0,679 - 0,717 22 renda per capita de R$1.144,26 no Recife
a R$1.031,78, em Lauro de Freitas. Em termos percentuais, Acauã, com 3º quinto 0,059 - 0,075 381
3º quinto 0,620 - 0,678 140 4º quinto 0,041 - 0,058 195
4º quinto 0,561 - 0,619 693 55,3%, Novo Santo Antônio, com 51%,
Por outro lado, na região Nordeste como Isaias Coelho, com 50,2%, e Domingos 5º quinto -0,062 - 0,040 131
5º quinto 0,400 - 0,560 925
um todo, apenas 12 municípios apresen- Mourão, com 49,5%, todos eles municí-
tam IDHM Renda acima do IDHM Renda pios piauienses, são os municípios que
do Brasil, que é de 0,739, e o Estado do obtiveram os melhores desempenhos
Maranhão tem os municípios com os mais relativos no IDHM Renda na Região Nor-
baixos IDHM Renda encontrados no Brasil. deste, na última década.

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MAPA 7: IDHM RENDA – REGIÃO CENTRO-OESTE – 2010 MAPA 8: EVOLUÇÃO DO IDHM RENDA – REGIÃO CENTRO-OESTE – 2000/2010

Região Centro-Oeste Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Centro-Oeste
O mapa 7 traz os resultados municipais do
IDHM Renda para a Região Centro-Oeste. Em relação ao crescimento em termos ab-
Nela é possível constatar que apenas um solutos do IDHM Renda na Região Centro-
município de toda a região, Japorã, no -Oeste, o destaque fica para os municípios
extremo sul do Estado do Mato Grosso de Buritinópolis (GO) (0,296), Novo Santo
do Sul, se encontra no agrupamento dos Antônio (MT) (0,170), Conquista D´Oeste
municípios brasileiros com o menor IDHM (MT) (0,168) e Buriti de Goiás (GO) (0,155).
Renda do Brasil. Em contrapartida, 90
IDHMR FAIXAS MUNICÍPIOS municípios, ou 19,3% dos municípios da Em que pese o bom desempenho da Re- IDHMR Desempenho absoluto
1º quinto 0,718 - 0,891 90 região, encontram-se no grupo de IDHM gião Centro-Oeste no período analisado, FAIXAS MUNICÍPIOS

2º quinto 0,679 - 0,717 176 Renda mais elevados do país. Outros 176, conforme ilustra o mapa 8, cabe destacar, 1º quinto 0,095 - 0,296 54
3º quinto 0,620 - 0,678 166 ou 37,8% deles, se encontram no se- de um lado, o bom desempenho dos 2º quinto 0,076 - 0,094 92
4º quinto 0,561 - 0,619 33 gundo quinto dos municípios com IDHM municípios do Estado de Goiás e, de outro 3º quinto 0,059 - 0,075 102
5º quinto 0,400 - 0,560 1 Renda mais altos do país. lado, o desempenho relativamente ruim 4º quinto 0,041 - 0,058 101
dos municípios da porção central e norte 5º quinto -0,062 - 0,040 117
Os maiores IDHM Renda da Região do Estado do Mato Grosso.
Centro-Oeste são encontrados em Brasília
(0,863) (DF), Goiânia (GO) (0,824), Cam- Em termos relativos, Buritinópolis (GO)
pos de Júlio (MT) (0,800) e Cuiabá (MT) (68,7%), Novo Santo Antônio (MT)
(0,800), com valores de renda per capita (36,2%), Conquista D´Oeste (MT) (31,2%),
que variam de R$1.715,11, em Brasília, a e Buriti de Goiás (GO) (28,1%) são os
R$1.161,49, para Cuiabá. municípios que obtiveram os melhores
desempenhos percentuais, entre 2000 e
2010, para o IDHM Renda.

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MAPA 9: IDHM RENDA – REGIÃO SUDESTE – 2010 MAPA 10: EVOLUÇÃO DO IDHM RENDA – REGIÃO SUDESTE – 2000/2010

IDHMR FAIXAS MUNICÍPIOS

1º quinto 0,718 - 0,891 445 IDHMR Desempenho absoluto


FAIXAS MUNICÍPIOS
2º quinto 0,679 - 0,717 502
1º quinto 0,095 - 0,296 141
3º quinto 0,620 - 0,678 453
2º quinto 0,076 - 0,094 199
4º quinto 0,561 - 0,619 223
3º quinto 0,059 - 0,075 300
5º quinto 0,400 - 0,560 45
4º quinto 0,041 - 0,058 458
5º quinto -0,062 - 0,040 570

Região Sudeste Em contrapartida, 45 municípios da região Evolução e Desempenho nos Municípios Em termos percentuais, os municípios de
estão entre os piores IDHM Renda do 2000-2010 – Região Sudeste São João do Pacuí (37,4%), Cônego Mari-
A Região Sudeste, como demonstra o país. É possível observar, também pelo nho (36,8%), Bonito de Minas (34,9%) e
mapa 9, apresenta ao todo 445 municí- mapa 9, que eles estão localizados na No que diz respeito ao aumento do IDHM Franciscópolis (34,5%), também municí-
pios, ou 26,7% deles, entre os mais altos porção Norte do Estado de Minas Gerais Renda, conforme apresentado pelo mapa pios mineiros, são aqueles que obtiveram
IDHM Renda do país. Outros 502 municí- e nas regiões dos vales do Jequitinhonha 10, Jequitibá (0,186), São João do Pacuí os melhores desempenhos relativos,
pios, ou 30,1%, estão no segundo quinto e Mucuri. (0,165), Franciscópolis (0,149), e Cônego no IDHM Renda, na Região Sudeste, ao
dos maiores IDHM Renda do Brasil. É Marinho (0,148), todos localizados no Es- longo da última década.
possível observar pelo mapa 9 que boa Os maiores IDHM Renda da região cor- tado de Minas Gerais, são os municípios
parte desses municípios estão localizados respondem aos mesmos municípios que da Região Sudeste que apresentaram os
no Estado de São Paulo, no Triângulo Mi- possuem o maior IDHM Renda no país: maiores avanços no IDHM Renda.
neiro, em alguns municípios do Estado do São Caetano do Sul (SP) (0,891), Niterói
Rio de Janeiro e também na região central (RJ) (0,887), Vitória (ES) (0,876) e Santana
do Estado do Espírito Santo. de Parnaíba (SP) (0,876).

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MAPA 11: IDHM RENDA DA REGIÃO SUL EM 2010 MAPA 12: AVANÇO DO IDHM RENDA DA REGIÃO SUL DE 2000 A 2010

Região Sul Evolução e Desempenho nos Municípios


2000-2010 – Região Sul
A Região Sul, conforme traz o mapa 11,
não apresenta nenhum município no Conforme o mapa 12, é possível observar
quinto dos municípios de menor IDHM que 246 municípios da Região Sul, de um
Renda no Brasil. Trata-se, na verdade, da total de 1.188 municípios, estão dentre os
região que apresenta maior percentual que apresentaram maior crescimento no
de municípios com IDHM Renda elevado IDHM Renda no Brasil. Outros 230 estão
no país: 46,0% de seus municípios no segundo agrupamento dos maiores
estão no quinto de IDHM Renda mais crescimentos no IDHM Renda do país.
elevado e 32,4% no segundo quinto mais
elevado. Isso quer dizer que, perto de Os municípios gaúchos de Coqueiros
80% dos municípios sulistas estão entre do Sul (0,195), Água Santa (0,195), Três
os municípios de mais elevada renda per Arroios (0,194) e Miraguaí (0,183) são
IDHMR FAIXAS MUNICÍPIOS
IDHMR Desempenho absoluto
capita do país. aqueles, na Região Sul, que apresentaram
1º quinto 0,718 - 0,891 546 FAIXAS MUNICÍPIOS
os maiores avanços no IDHM Renda.
2º quinto 0,679 - 0,717 385 1º quinto 0,095 - 0,296 246
Os maiores IDHM Renda da região são
3º quinto 0,620 - 0,678 240 2º quinto 0,076 - 0,094 230
encontrados em Florianópolis (0,870) (SC), Em termos percentuais, os municípios
4º quinto 0,561 - 0,619 17 3º quinto 0,059 - 0,075 273
Porto Alegre (RS) (0,867), Balneário Cam- gaúchos de São Pedro das Missões
5º quinto 0,400 - 0,560 0 4º quinto 0,041 - 0,058 279
buriú (SC) (0,854) e Curitiba (PR) (0,850), (36,7%), Miraguaí (32,6%), Novo Barrei-
5º quinto -0,062 - 0,040 160
com valores de renda per capita que ro (32,3%) e Coqueiros do Sul (31,9%)
chegam a R$1.798,12, em Florianópolis, e são aqueles que obtiveram os melhores
R$1.581,04, em Curitiba. desempenhos relativos, na região, entre
2000 e 2010.

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FICHA TÉCNICA
DOS COMPONENTES
DO IDHM

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A METODOLOGIA DO IDHM 2013 -Juvenil para os indicadores de longevida- das Unidades da Federação. Reconhece- endógenas, determinadas pelos riscos de
de e mortalidade, como na técnica para o -se que esse é um pressuposto não trivial. mortalidade neonatal (primeiros 28 dias de
cálculo da estimativa da taxa de fecundi- As mesmas disparidades apontadas pelas vida). Nas regiões menos desenvolvidas,
dade total. Entretanto, deve-se destacar tabelas de sobrevivência em termos além das causas endógenas, acrescen-
que as técnicas empregadas necessita- estaduais devem ocorrer dentro de cada tam-se, de forma determinante, as causas
ram de algumas adaptações para serem estado, pois as desigualdades inter-regio- exógenas, entre elas a desnutrição e as
aplicadas em níveis espaciais com baixos nais existentes no país se reproduzem doenças infecciosas e respiratórias. As
volumes populacionais, como em muitos também no nível estadual. probabilidades de morte espelham priva-
Dimensão Longevidade municípios ou áreas intramunicipais. Essa ções em distintas etapas da vida, em que
adaptação foi feita pelo Professor José Peso das variáveis diferentes causas atuam negativamente.
Vida longa e saudável Alberto Magno de Carvalho, do Centro de Apenas uma variável com peso 1 no côm- O comportamento da taxa de fecundi-
Desenvolvimento e Planejamento Regio- puto geral do índice. dade total vincula-se às transformações
No IDHM, essa dimensão é medida pela nal (CEDEPLAR), da Universidade Federal vivenciadas pela população brasileira na
esperança de vida ao nascer de Minas Gerais (UFMG). Além disso, Comparação e ajustes a partir do IDH chamada “transição demográfica”, na qual
essa metodologia, para ser aplicada, Global a rápida queda dos níveis de fecundidade
necessita de uma função de mortalidade O IDHM Longevidade considera o mesmo determinou o volume populacional e a
O que compõe o IDHM Longevidade padrão. O ideal seria que fosse conhecido indicador que o IDH Global. nova configuração nacional em termos de
O IDHM Longevidade considera a espe- o padrão de mortalidade da população em estrutura etária.
rança de vida ao nascer, ou seja, o número questão. Quando este não é conhecido, Fonte da informação
médio de anos que as pessoas dos mu- lança-se mão ou de tábuas-modelo de Censo Demográfico do IBGE. Desde Como é o cálculo do IDHM
nicípios viveriam a partir do nascimento, mortalidade ou de uma tábua de morta- 1970, as tabulações dos Censos Demo- Longevidade?
mantidos os mesmos padrões de mortali- lidade de uma determinada população gráficos permitem a utilização da técnica O processo utilizado para transformar o in-
dade observados em cada período. cujo padrão de mortalidade é considerado de Brass de estimação, ao fornecer as dicador esperança de vida ao nascer, cuja
semelhante ao da população em estudo. informações necessárias para o cálculo unidade é “anos de vida”, em Índice de
O que mede esse indicador? No caso específico do cálculo para os mu- dos indicadores de fecundidade - nascidos Longevidade, foi o da escolha de parâme-
A esperança de vida ao nascer pode ser nicípios brasileiros, foram utilizadas, como vivos durante os doze meses anteriores tros máximos e mínimos que normalizas-
considerada como indicador de longevida- padrão, tábuas geradas para níveis de à data do Censo (fecundidade corrente) e sem o indicador através da fórmula:
de, pois sintetiza, em um único número, o agregação de seus respectivos estados. total de nascidos vivos (fecundidade re- I = (valor observado – valor mínimo) /
nível e a estrutura de mortalidade de uma Para os anos de 1991 e 2000, tomaram- trospectiva ou parturição) – e de mortalida- (valor máximo – valor mínimo).
população. -se como padrão de mortalidade tábuas de – total de filhos nascidos vivos e total
desenvolvidas pelo próprio CEDEPLAR de filhos na data do Censo –, por faixa Foram adotados os mesmos valores má-
Por que este indicador? para os estados brasileiros, tendo como etária das mulheres. ximo e mínimo adotados pelo IDHM em
A esperança de vida ao nascer sintetiza as fonte o Censo Demográfico de 1991 e suas edições anteriores:
condições sociais, de saúde e de salubri- as Pesquisas Nacionais por Amostra de Indicadores de suporte à análise do
dade do município ao considerar as taxas Domicílio (PNAD), da década de 90. Para o IDHM Longevidade Máximo: 85 anos
de mortalidade das diferentes faixas etá- ano de 2010, adotaram-se também tábuas Dois blocos de indicadores do Atlas Brasil
rias daquela localidade. Todas as causas estimadas pelo CEDEPLAR, mas que já 2013 podem ser utilizados como proxy Mínimo: 25 anos
de morte são contempladas para chegar incorporam, em seus cálculos, resultados para a avaliação das condições de saúde.
ao indicador, tanto doenças quanto causas do Censo Demográfico de 2010. O primeiro bloco, composto de indicado- Assim, se um município tem uma espe-
externas, tais como violência e acidentes. res de longevidade e mortalidade, inclui rança de vida ao nascer de 70 anos, seu
Limitações a taxa de mortalidade infantil, as probabi- IDHM-Longevidade será:
Como é calculado este indicador? A principal limitação para o uso deste lidades de morte até 5, 40 e 60 anos de
Os indicadores propostos para o bloco indicador decorre do fato de não serem idade e a esperança de vida ao nascer. O (70 – 25) / (85 – 25) =
demográfico do Atlas 2013 – incluindo a conhecidos os padrões de mortalidade segundo bloco é composto pela taxa de
esperança de vida ao nascer – não podem dos municípios que, para tanto, deveriam fecundidade total. A taxa de mortalidade 45 / 60 =
ser obtidos diretamente das informações dispor de estatísticas vitais fidedignas. infantil é um dos indicadores mais signifi-
dos Censos Demográficos, recorrendo- Essa lacuna foi preenchida adotando-se cativos pois traduz o impacto das condi- IDHM Longevidade = 0,750.
-se, então, a técnicas indiretas para sua para cada munícipio o padrão de mortali- ções socioeconômicas da área geográfica
obtenção. Foram utilizados os métodos dade de seu estado, determinado pelas de referência do recém-nascido. Quanto
desenvolvidos por William Brass (1968), Tabelas de Sobrevivência, desenvolvidas mais desenvolvida for uma região, mais a
tanto na técnica de Mortalidade Infanto- pelo CEDEPLAR/UFMG, para cada uma mortalidade infantil se relaciona a causas

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A METODOLOGIA DO IDHM 2013 em quatro momentos importantes da sua Comparação e ajustes a partir Como é o cálculo do IDHM Educação?
formação – entrada no sistema educacio- do IDH Global Considerando-se que as taxas de frequ-
nal, finalização do primeiro ciclo do ensino Assim como o IDH Global, o IDHM ência e de conclusão variam entre 0% e
fundamental e conclusão do ensino funda- Educação é composto por um indicador 100% e que os valores mínimo e máximo
mental e do ensino médio. Esta compo- que fornece informação sobre a situação escolhidos são também 0% e 100%, para
sição envia uma mensagem importante: educacional da população adulta, e um “convertê-las” em um índice variando de
de que as crianças, ao menos a partir dos referente à população em idade escolar. 0 a 1, basta dividir a taxa por 100.
5 anos de idade, precisam já estar na es- Entretanto, as variáveis são outras.
Dimensão Educação cola; que as crianças de 12 anos precisam Assim, se um município tem:
estar nos anos finais do ensino fundamen- No caso da população adulta, não há no
Acesso a conhecimento tal; que os jovens de 16 anos precisam ter Censo Demográfico de 2010 a informação - 65% de sua população adulta (18 anos
concluído o ensino fundamental; e que os da média de anos de estudo de pessoas ou mais) com ensino fundamental com-
No IDHM, essa dimensão é medida pela escolaridade da jovens de 19 anos precisam ter concluído de 25 anos ou mais para o nível municipal, pleto
população adulta e pelo fluxo escolar da população jovem. o ensino médio. A expansão dessas faixas tal como é medido no IDH Global. Assim,
etárias no cálculo do indicador se dá por foi feita uma adaptação da variável, ado- - 85% de crianças de 5 a 6 anos na escola
questões amostrais e estatísticas. tando-se a proporção desta que concluiu o
O que compõe o IDHM Educação ensino fundamental. - 80% de crianças de 11 a 13 nos anos
O IDHM Educação é uma composição de Como são calculados estes finais do ensino fundamental
indicadores de escolaridade da população indicadores? No caso da população jovem, a metodo-
adulta e de fluxo escolar da população Os indicadores são obtidos a partir das logia aplicada pelo IDH Global a partir de - 70% de crianças de 15 a 17 anos com
jovem. respostas ao questionário da amostra do 2010 – a expectativa de vida escolar – é ensino fundamental completo
Censo Demográfico. uma medida de retenção das crianças na
O que medem esses indicadores? escola, independentemente da repetên- - 50% de jovens de 18 a 20 anos com
A escolaridade da população adulta é Limitações cia, o que não se aplica para o caso brasi- ensino médio completo
medida pelo percentual de pessoas de A medida da educação da população jo- leiro, já que o desafio atual da educação
18 anos ou mais de idade com o ensino vem não inclui toda a população em idade no país é a qualidade e fluxo escolar, mais Seu índice de escolaridade da população
fundamental completo. escolar e frequentando a escola, captando que a entrada e permanência no sistema. adulta será 0,650.
apenas determinados momentos da pas- Também inclui educação superior, o que
O fluxo escolar da população jovem é sagem da população jovem pelo sistema não se aplica aos municípios brasileiros. Seu índice de fluxo escolar da popula-
medido pela média aritmética do percen- educacional. Também inclui, por questões ção jovem será a média aritmética dos
tual de crianças de 5 a 6 anos frequentan- amostrais e estatísticas, faixas etárias am- Fonte da informação subíndices referentes aos 4 indicadores,
do a escola, do percentual de jovens de pliadas daquela faixa etária ideal: 12 anos Censo Demográfico do IBGE. com peso igual = (0,850 + 0,800 + 0,700
11 a 13 anos frequentando os anos finais nos anos finais do fundamental, 16 anos + 0,500) / 4 = 0,712
do ensino fundamental, do percentual com ensino fundamental completo, e 19 Indicadores de suporte à análise do
de jovens de 15 a 17 anos com ensino anos com ensino médio completo. IDHM Educação Seu IDHM Educação será a média geomé-
fundamental completo e do percentual de Além dos 5 indicadores que compõem o trica desses dois índices, com peso 1 para
jovens de 18 a 20 anos com ensino médio A medida da educação da população IDHM Educação, o Atlas 2013 apresenta o índice de escolaridade e peso 2 para o
completo. adulta limita a avaliação do desempenho inúmeros outros que permitem uma visão índice de fluxo = (0,650 * 0,712 * 0,712)1/3
desta população àqueles que completa- mais completa e detalhada da situação = 0,691
Por que estes indicadores? ram o ensino fundamental, não incluindo do município nesta dimensão, abordando,
A escolaridade da população adulta os que tiveram alguma passagem pelo para faixas etárias diferenciadas, os temas
reflete o funcionamento do sistema edu- sistema educacional sem completar analfabetismo, grau de escolaridade (funda-
cacional em períodos passados e conside- ciclos. Também pressupõe apenas ensino mental completo, médio completo, superior
ra que a população adulta brasileira, dado fundamental como teto para o acesso a completo) e frequência escolar (frequência
o contexto histórico nacional, deveria ter conhecimento pela população adulta. bruta, líquida, atraso escolar). O Atlas 2013
completado, ao menos, o ensino funda- também apresenta a variável Anos Espera-
mental em sua passagem pelo sistema Peso das variáveis dos de Estudo, que é uma adaptação me-
educacional. Escolaridade da população adulta – Peso 1 todológica da métrica usada no IDH Global,
mas considerando 12 anos como máximo
O fluxo escolar da população jovem Fluxo escolar da população jovem – Peso 2 de anos de estudos da educação formal e
acompanha a população em idade escolar ajustando estes valores para repetência.

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A METODOLOGIA DO IDHM 2013 Nacional de Preços do Consumidor (INPC) Indicadores de suporte à análise do Como é o cálculo do IDHM Renda?
do IBGE (convertida em uma série cen- IDHM-Renda Para o cálculo do IDHM Renda, aplica-se a
trada no primeiro dia de cada mês), mas, Além da renda per capita municipal, fórmula:
considerando-se que essa série subesti- o Atlas inclui, como suporte à análise
mou em 22,25% a inflação em julho/1994, dessa dimensão, diversos indicadores de IDHM-R = [ln (renda per capita municipal)
aplicou-se, a partir dessa data, um fator desigualdade de renda (renda per capita – ln (valor mínimo de referência)] / [ln(valor
corretor de 1,2225. por quinto da população, razão entre a máximo de referência) – ln (valor mínimo
renda per capita dos 10% e dos 20% de referência)]
Dimensão Renda Limitações mais ricos e a renda per capita dos 40%
A grande limitação desse indicador é não mais pobres, índices de Gini e de Theil) A aplicação do logaritmo na fórmula
Padrão de vida considerar a desigualdade de renda entre e de pobreza (considerando 3 linhas de aproxima os maiores valores de renda per
os habitantes do município. Assim, um pobreza - R$70, R$140 e R$255). Para o capita dos menores e, com isso, reduz
No IDHM, essa dimensão é medida município pode apresentar uma elevada cálculo desses indicadores, adota-se a a desigualdade de renda existente. Mas
pela renda mensal per capita. renda per capita, mas, ao mesmo tempo, renda domiciliar per capita, tomando-se esse procedimento considera que, à medi-
pode ter uma grande parcela de sua popu- como pressuposto que, em um mesmo da que a renda per capita eleva-se, o retor-
lação vivendo na pobreza. domicílio, todas as pessoas têm o mesmo no desse acréscimo de renda, em termos
O que compõe o IDHM Renda rendimento. de desenvolvimento humano, diminui.
O IDHM Renda considera a renda muni- Peso das variáveis
cipal per capita, ou seja, a renda média Apenas uma variável com peso 1 no côm- Máximo: R$ 4.033,00 - corresponde ao
mensal dos indivíduos residentes em puto geral do índice. valor da menor renda per capita entre os
determinado município, expressa em reais 10% mais ricos residentes na UF com
de 1º de agosto de 2010. Comparação e ajustes a partir do IDH maior renda média do país no período
Global analisado, o Distrito Federal.
O que mede o indicador? O Produto Interno Bruto (PIB) é o valor
A renda per capita mede a capacidade agregado na produção de todos os bens Mínimo: R$ 8,00 - corresponde a aproxi-
média de aquisição de bens e serviços por e serviços ao longo de um ano dentro de madamente US$ 100 PPC, limite adotado
parte dos habitantes do município. determinada fronteira. O PIB per capita é para o cálculo do IDH global.
a divisão desse valor pela população do
Por que este indicador? país e foi o indicador usado pelo PNUD, Para um município com renda municipal
Esse é um indicador da capacidade dos mundialmente, para o cálculo do IDH dos per capita de R$ 827,35, o cálculo ficaria
habitantes do município de garantir um países até 2010. Em 2010, esse indicador assim:
padrão de vida capaz de assegurar suas foi substituído pela RNB (Renda Nacional
necessidades básicas, como água, alimen- Bruta) per capita. IDHM-R = (ln 827,35 - ln 8,00) / (ln
to e moradia. 4033,00- ln 8,00) => IDHM-R = 0,745.
Na avaliação da renda dos habitantes de
Como é calculado o indicador? um município, o uso do PIB per capita
Os valores são obtidos das respostas ao torna-se inadequado, pois nem toda a ren-
questionário da amostra do Censo Demo- da gerada pela produção dentro da área
gráfico. O indicador corresponde à razão do município é apropriada pela população
entre o somatório de todos os rendimen- residente (e vice-versa). Por outro lado,
tos de todos os indivíduos residentes no não há estatísticas municipais para a RNB
município, recebidos no mês anterior à per capita. A alternativa adotada é o cálcu-
data do Censo, e o número total desses lo da renda municipal per capita, auferida a
indivíduos. Os valores dos rendimentos partir do Censo Demográfico.
apurados a partir do Censo Demográfico
de 1991 e 2000, em cruzeiros de 1º de Fonte da informação
setembro de 1991 e em reais de 1º de Censo Demográfico do IBGE.
agosto de 2000, foram convertidos em
reais constantes de 1º de agosto de 2010
(data de referência do Censo de 2010).
Para isso, foi utilizada a série do Índice

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Julho 2013

PNUD, IPEA e FJP


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Os municípios brasileiros
são peças importantes de um
complexo mosaico, com inúmeros
desafios, mas também enormes
oportunidades. Ao proporcionar
um olhar mais próximo sobre os
municípios brasileiros, o Atlas
Brasil 2013 orienta caminhos
e provoca a reflexão sobre os
rumos do desenvolvimento
humano no país.

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