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AULA ESQUADRIAS / VIDROS

1 – INTRODUÇÃO

As esquadrias são elementos de vedação vertical utilizados no fechamento de


aberturas - vãos - tendo como função controlar a passagem de agentes: Internos (ar,
calor) e externos (Ar: poeira, insetos; Intempéries: chuva, ventos). O conjunto de
esquadrias de um edifício é considerado um subsistema do edifício e deve atender a
requisitos de desempenho que garantam seu bom funcionamento.

As esquadrias, muito mais do que apenas uma designação genérica para portas e
janelas, são verdadeiras molduras por onde enxergamos ou por onde chegamos ao
mundo exterior. Dependendo das circunstâncias, são também os guardiões que nos
protegem contra a invasão de elementos externos indesejáveis.

Vistas sob essa ótica, passam a ter um papel que vai muito além do estético ou do
funcional. É por isso que assegurar manutenção é muito mais do que uma questão de
economia, mas uma garantia de segurança e bem estar.

2 – CONDIÇÕES GERAIS

De acordo com o projeto, as esquadrias e caixilhos de portas e janelas devem atender


as especificações e detalhes estabelecidos em normas técnicas, as exigências do
usuário, adequadas à composição arquitetônica quanto a sua utilização, dimensão,
forma, textura, cor e desempenho. Considerando o desempenho, os sistemas devem
observar as condições principais de:

a) estanqueidade ao ar: características dos sistemas que devem proteger os


ambientes interiores da edificação das infiltrações de ar que possam causar
prejuízo ao conforto do usuário e/ ou gastos adicionais de energia a
climatização do ambiente, tanto no calor como no frio;

b) estanqueidade à água: característica dos sistemas em proteger o ambiente


interior da edificação das infiltrações de água provenientes de chuvas,
acompanhadas ou não de ventos;

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c) resistência a cargas uniformemente distribuídas: característica dos sistemas
em suportar pressões de vento estabelecidas nas normas técnicas e que têm
de ser compatibilizadas pelo projetista, segundo o seu local de uso;

d) resistência à operação de manuseio: característica do sistema em suportar


os esforços provenientes de operações e manuseio prescrita nas normas;

e) comportamento acústico: característica das janelas em atenuar, quando


fechadas, os sons provenientes de ambientes externos, compatibilizado com
as condições de uso e as normas técnicas.

Requisitos de desempenho:

 Facilidade de uso – A esquadria deve compor a edificação de modo que seja de


fácil funcionamento, oferecendo facilidade de abertura e fechamento para o
usuário. A esquadria também deve oferecer facilidade para o usuário graduar
sua abertura de acordo com sua necessidade.

 Segurança no funcionamento – A facilidade de funcionamento deve ser


alcançada preocupando-se sempre com a segurança de quem a utiliza, evitando
qualquer perigo que possa ser oferecido com relação à saúde e à vida do
usuário.

 Segurança na limpeza – A esquadria deve funcionar de modo a evitar danos à


vida e a saúde de quem a limpa e também dispor-se de forma que não ofereça
dificuldades para o desempenho da limpeza.

 Manutenção periódica e manutenção de conserto – As esquadrias devem


funcionar de forma que não necessitem de manutenção em períodos de tempo
muito curtos. Além disso, elas devem ser resistentes de modo que não se
danifiquem facilmente para que não precisem de conserto várias vezes. Quando
necessários esses tipos de manutenção, o responsável pelo conserto deve
acessar facilmente o local em que há problemas a serem resolvidos.

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 Controle de iluminação e ventilação – O desempenho da esquadria está
fortemente relacionado ao controle de iluminação e ventilação da edificação,
pois está ligada à abertura e ao fechamento da edificação. Ela deve funcionar
de forma a permitir a entrada de luz e a ventilação que convêm ao usuário.

O primeiro passo ao se escolher o material de composição das esquadrias é conhecer


as características, vantagens e desvantagens dos materiais mais comumente
empregados em sua confecção.

São muitos os tipos de esquadrias, e eles variam não somente em relação ao


material, mas a natureza da abertura.

A qualidade dos serviços e dos materiais empregados serão imediatamente colocadas


à prova na ocupação da edificação, pois o mau funcionamento na abertura ou
fechamento desses elementos é facilmente detectável pelos usuários, assim como na
sequência, com o uso frequente, na sua durabilidade e desempenho contra
intempéries, ruídos e ações externas.

Em termos práticos, o termo esquadria é usado para a designação genérica de todos


os sistemas de vedação de vãos com portas, janelas; e o termo caixilho é usado para
identificar toda a vedação de vãos por meio de portas e janelas executados em metal,
seja de ferro ou alumínio.

Vamos vislumbrar as mais comuns, para que seja possível entender quais as
principais diferenças entre elas:

De abrir: é o clássico exemplo de portas e janelas de abrir. Uma folha ou mais se


abre, girando sobre dobradiças ou pivô (no caso das portas pivotantes, por exemplo)
para fora ou para dentro do ambiente.

De correr: muito comuns, são as janelas e portas que correm lateralmente a partir
de um trilho no chão ou no teto (apoiadas ou penduradas). Existem muitos tipos de
trilhos diferentes, apropriados para tamanhos diversos, e a boa escolha do trilho é
essencial para o funcionamento adequado destas esquadrias. A desvantagem do
caixilho de correr é que geralmente metade do vão (espaço aberto para o exterior ou

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outro ambiente) acaba sempre fechado pelo recolhimento das folhas. É possível, no
entanto, realizar a janela ou porta de correr de tal forma que as folhas fiquem
acumuladas atrás de uma parede ou painel, graças a um prolongamento do trilho, em
especial nas esquadrias feitas sob medida.

Basculante: a janela basculante (também existem os portões basculantes de


garagem, muito comuns) é aquela que abre graças a pivôs localizado em suas
laterais. Quando a báscula abre, parte da janela se projeta para fora e parte para
dentro do ambiente. As clássicas janelas que se fecham quando se solta uma corrente
presa a parede (geralmente usada em lugares altos) é um bom exemplo de janela
basculante com pivô excêntrico (que não fica bem no meio da janela). Os famosos
vitrôs, que são abertos por meio de alavanca, também são da família das esquadrias
basculantes. O uso de cortinas fica prejudicado por esse tipo de esquadria, pois parte
dela se projeta para dentro do ambiente, batendo no tecido.

Maxim-Ar: muito comum nos modelos de alumínio, é a janela que se abre de forma
similar à basculante, mas toda sua folha se projeta para fora do ambiente, podendo
chegar a uma abertura de quase 90 graus. Ela pode parar em qualquer ponto de sua
abertura, graças ao uso de uma corrediça especial de mesmo nome em suas laterais,
ao invés do pivô da janela basculante.

Guilhotina: a janela guilhotina é a conhecida janela de fazenda – uma folha em cima


e uma embaixo, com venezianas de abrir. Você pode escolher se deixa a parte
superior ou inferior aberta. Quando coloca as duas folhas para cima, elas ficam presas
por meio de borboletinhas metálicas nas laterais. O inconveniente dessa janela é que
quase todo mundo conhece alguém que já deixou a janela cair no dedo e perdeu uma
unha!

Camarão: são aquelas em que as folhas vão correndo e dobrando ao mesmo tempo,
recolhendo-se e deixando quase 100% do vão aberto. Às vezes são conhecidas como
sanfonadas. Os trilhos permitem que as folhas corram horizontalmente e que se
recolham para frente e para trás como em um leque. O inconveniente dessa solução é
que estes trilhos geralmente não são tão eficientes como os outros modelos e as
esquadrias tendem a emperrar com mais facilidade. A operação do manuseio desse
tipo de esquadria também é um pouco menos intuitivo para o usuário.

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As esquadrias podem, além das variações de funcionamento, ter aspectos e qualidade
totalmente diferentes em função do material. As esquadrias podem ser em:

Alumínio: Pode não ser barato, pode até não ser tão bonito quanto a madeira, mas,
em matéria de resistência, nada se compara ao alumínio. Além de resistir melhor às
condições do tempo, não perde o brilho, não oxida, não tem sua estrutura alterada,
não necessita de pintura e as brocas e cupins não chegam nem perto. Além de possuir
vários acabamentos e ser de um material extremamente durável, a esquadria de
alumínio é geralmente muito precisa e estanque. O alumínio oferece muitas opções
de acabamento e não enferruja, sendo adequado para construções à beira-mar, por
exemplo.

Madeira: O material mais tradicional e de efeito estético mais sofisticado é a


madeira. A principal vantagem da madeira é permitir a utilização de técnicas de
pintura em seu acabamento.

O custo, desde que sejam empregados modelos padronizados, costuma ser menor
quando comparado às outras opções de materiais. No entanto, se a opção for por
produzir algo original, dependendo do tipo de madeira escolhida, o custo tende a
subir muito, visto que, além dos custos de marcenaria, a madeira de lei, ou seja,
aquela de qualidade excepcional, é rara.

Outra desvantagem da madeira é a exigência de um tratamento anti-pragas.

PVC: no mercado brasileiro há menos tempo, as esquadrias de PVC vem ganhando


muito espaço, mas ainda são pouco utilizadas. São duráveis e fáceis de limpar.

Ferro: O ferro é um dos mais baratos materiais de composição de esquadrias. Pode


ser facilmente moldado e oferece segurança desde que instalado em local adequado.
Por que, então, não é mais empregado? A razão é simples: em locais próximos ao
litoral, a ação da salinidade do ar acelera o processo de oxidação, comprometendo
irremediavelmente sua resistência. A grande vantagem do material é o custo baixo
em relação aos demais, mas a manutenção do aço é mais trabalhosa e constante por
conta da oxidação.

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Vidro: são os sistemas apenas em vidro, geralmente temperados, com pequeninos
perfis cantoneira de alumínio em suas laterais. Também são conhecidos como
“sistema blindex”, “vitrine de loja” e variações. O interessante desses sistemas é a
transparência obtida, como um pano de vidro inteiriço quando fechado. O aspecto
ruim é que não é possível realizar todos os tipos de aberturas comentados com esse
sistema.

Em termos práticos, o termo esquadria é usado para a designação genérica de todos


os sistemas de vedação de vãos com portas, janelas, executados em madeira ou
plástico; e o termo caixilho é usado para identificar toda a vedação de vãos por meio
de portas e janelas executados em metal, seja de ferro ou alumínio.

3 – PORTAS DE MADEIRA

As portas são sistemas funcionais constituídos de batente ou marco (quando é mais


estreito que a parede), guarnição (alisares ou vistas), folha ou folhas e ferragens
(dobradiças, fechadura, travas e fixadores). O batente é o elemento fixo que
guarnece o vão da parede onde se prende a folha de porta, e que tem um rebaixo
contra o qual a folha de porta se fecha. A folha é a parte móvel da porta, e quando é
do tipo de articulação, o sentido de abertura é à direita ou à esquerda de quem olha a
porta do lado em que não aparecem as dobradiças. O alisar (guarnição ou vista) é a
peça fixada ao batente e destinada a emoldurá-lo (para arremate junto da parede).

3.1 - Tipos de portas de madeira

Por variadas razões as portas de madeira ainda são as mais encontradas, seja por
motivo estético, facilidade de execução, durabilidade ou qualquer outro. As portas de
madeira e seus componentes exigem, a exemplo de portas de outros tipos, uma
manutenção adequada e cuidados na conservação, tais como: pintura ou proteção
com verniz, reaperto e lubrificação de dobradiças e fechaduras e impermeabilização
de juntas.

Vamos juntos citar os tipos mais comuns de portas de encontradas no mercado da


construção civil.

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4 - JANELAS DE MADEIRA

A especificação da utilização de janelas de madeira tem ficado, cada vez mais,


restrito à habitações de alto padrão e às edificações para fins comerciais
(restaurantes e lojas), devido, principalmente ao seu alto custo.

4.1 - Tipos de janelas de madeira

Abrir: semelhante a porta de abrir, pode ser com 1 ou 2 folhas

Correr: a janela é dividida em 4 partes, sendo 2 fixas e 2 móveis

Guilhotina: as folhas correm na vertical livremente ou pode-se fixar a parte superior

Sanfona (articulada): as partes deslizam sobre um trilho para o aproveitamento total


do vão para ventilação e luminosidade natural

Maxim-ar: proporciona maior ventilação pois não possui folhas fixas

Venezianas: proporciona ventilação e vedação de luz

5 - PORTAS METÁLICAS DE FERRO E AÇO

As portas metálicas podem substituir as portas de madeira em quase todas as


situações, devendo-se apenas levar em consideração os aspectos técnicos (segurança
e base para fixação), estéticos e de custo envolvidos. Em geral as portas de aço e
mistas são indicadas para edificações comerciais e industriais e para segurança e
proteção em edificações de qualquer tipo.

Vamos juntos citar os tipos mais comuns de portas para edificações comerciais e
industriais encontradas no mercado da construção civil.

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Sistema e
Tipo de porta Indicação e uso
características

locais onde há brusca


variação de
Folhas e batentes e temperatura com fluxo
Giratória sistemas em função do intenso de pessoas
uso (lojas, metrô) e mais
recentemente em
segurança bancária

sistemas com rodízios,


mecanismos de garagens, indústrias,
De correr
controle de abrir e comércio
fechar

folhas de aço com


núcleo isolante e
incombustível com
fechaduras e todas a edificações nas
dobradiças especiais quais é obrigatório o
Portas corta-fogo
que mantém a porta uso de portas corta-
sempre fechada como fogo
opcional podem ter
molas e sistemas de
alarme eletrônicos

vários sistemas
mecanizados ou não
De suspender garagens
(articulada, deslizante
e basculante)

Sistemas de correr
lojas, galpões,
Cortinas verticais, articuladas,
depósitos
de enrolar, embutir etc.

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6 - FERRAGENS

São considerados ferragens todos os acessórios, componentes e peças metálicas


para a sustentação, fixação e movimentação das esquadrias de qualquer tipo. A
qualidade da ferragem vai determinar o bom funcionamento do conjunto, garantir a
durabilidade e a estética de portas, janelas, portões e gradis.

6.1 - Dobradiças

São peças fabricadas em ferro, em bronze ou latão (liga e cobre com níquel) que
sustentam e permitem a movimentação das esquadrias.

6.2 - Fechaduras

São os mecanismos instalados nas portas, portões e janelas para travar a sua
abertura, garantir a segurança e permitir o funcionamento da porta ou janela de
acordo com a finalidade.

7 – Vidros

Além do enfoque estético, a importância do vidro na composição das edificações está


relacionada aos aspectos de conforto térmico e acústico, proteção contra radiação
solar e de segurança. No quadro a seguir estão relacionados os tipos de vidros mais
utilizados na construção civil, suas características e indicação mais adequada:

Tipo de vidro Características Indicação de uso


é o vidro comum sem
uso vertical em
qualquer tratamento
caixilhos de pequenas
especial no processo de
Comum dimensões (vidraças) e
fabricação
(recozido) na espessura de 4mm
espessuras: 2, 3, 4, 5,
em esquadrias de
7, 8, 10, 12, 15, 19
alumínio padrão
mm

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sofre um processo de
têmpera que o torna sacadas
até 5 vezes mais portas autoportantes
resistente que o vidro boxes
Temperado comum e ao quebrar- atualmente usado em
se, fragmenta-se 80% das edificações
totalmente comerciais e
espessuras: 6, 8 e 10 residências
mm
é constituído de
camadas de vidro
unidas por película de
caixilhos de portas
plástico (polivinibutiral
sacadas
Laminado – PVB) e ao quebrar-se,
boxes
mantém-se inteiro com
tampos
estilhados aderidos à
película

é uma lâmina de vidro


fundida com malha vidro de segurança
metálica de ½” janelas de escadas
Aramado quadrada, o que enclausuradas
confere ao conjunto iluminação
alta resistência ao fogo
espessura – 7mm
possui superfícies
planas, transparentes e
Float-glass
visibilidade perfeita caixilhos
(comum flotado -
(sem distorções), portas
cristal)
permitindo cortes
precisos
são vidros que recebem janelas de banheiros
Impresso (fantasia)
na sua fabricação portas de entrada

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estampa de desenhos
ou figuras que os
tornam translúcidos

7.1 – Cuidados no recebimento e armazenagem dos vidros na obra

Até se adquirir a confiança necessária no fornecedor e mesmo depois, alguns


cuidados devem ser adotados pelo engenheiro da obra por ocasião do recebimento do
material vidro, assim como as condições de armazenagem e aplicação.

a) verificar se a espessura do vidro confere com a que foi solicitada e se está dentro
dos limites de tolerância estabelecidos pela norma técnica;
b) verificar se as dimensões (largura e altura) estão dentro dos limites de tolerância e
em conformidade com o que foi pedido;
c) inspecionar visualmente para detectar a presença de defeitos do tipo: bolhas de ar
incorporados, riscos devido a manuseio inadequado, trincas, manchas, incrustações
de outros materiais, distorções na visualização de imagens, ondulações e outros
defeitos percebíveis a olho nu, dependendo do tipo de vidro;
d) o armazenamento deve ser feito sobre cavaletes com leve inclinação vertical (6 a
8%), com as chapas, no máximo 20, separadas por papelão, feltros ou isopor.

7.2 – Cuidados na instalação dos vidros

a) a instalação de vidros, assim como todo o manuseio, deve ser executado apenas
por pessoal especializado, geralmente a própria fornecedora dos vidros;
b) no caso de instalação de vidros em esquadrias de ferro, cuidar para que antes da
colocação dos vidros a esquadria seja protegida com base (zarcão) e pintada na parte
interna para evitar posterior defeito estético;
c) nas esquadrias e caixilhos, é recomendado usar massa dupla na colocação dos
vidros, ou seja, a utilização de massa na parte interna e externa do caixilho;
d) depois de assentadas, as placas de vidro devem ser pintadas com X bem visível
com tinta látex, devendo permanecer assim sinalizadas até a limpeza final da obra;
d) na limpeza final, evitar o uso de produtos químicos, devendo-se utilizar água
limpa, detergente neutro e pano seco ou produto limpa vidros apropriado.
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