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UNIVERSIDADE WUTIVI

Faculdade de Engenharia, Arquitectura e Planeamento Físico

Convencer

Curso: Engenharia de Minas

Seminário

Ano: 4º

Cadeira: Hidrogeologia

Tema: Conceitos Básicos

Discente: Arcenio Artur Munguambe

Docente:

Boane, Marco de 2021


Índice
1. Introdução.......................................................................................................................1

1.1. Objectivos....................................................................................................................1

1.1.1. Geral.....................................................................................................................1

1.1.2. Especificos...................................................................................................................1

2. Contesto geológico das águas Subterrâneas....................................................................2

 Tipos de Aquíferos......................................................................................................2

2.1. Rochas não consolidadas.............................................................................................3

2.2. Rochas clásticas e carbonaticas...................................................................................3

2.3. Rochas ígneas e metamórficas.....................................................................................4

2.4. Agua subterrânea a nível mundial...............................................................................4

2.4.1. Agua subterrânea a nível Nacional......................................................................6

a)Águas subterrâneas na Província Hidrogeológica do Complexo de Base..............................7

b)Águas subterrâneas na Província Hidrogeológica de Terre nos vulcânicos...........................8

c)Província Hidrogeológica da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba............9

d)Província Hidrogeológica da Bacia Sedimentar do Rovuma..................................................9

e)Província Hidroge ológica da Bacia S e dime ntar de M oçambique (Norte do Save )..........9

f)Província Hidroge ológica da Bacia S e dime ntar de M oçambique (Sul do Save).............10

2.4.1.1. Água subterrânea a nível regional......................................................................10

a) Geologia do Município de Maputo e da Área de Estudo.....................................................10

b)Águas Subterrâneas...............................................................................................................11

2.5. Relevância da geológico das águas Subterrâneas..............................................11

3. Considerações finais......................................................................................................12

Referencias Bibliográficas.......................................................................................................13

1.
2. Introdução

As águas subterrâneas (10.360.230 km3) são aproximadamente 100 vezes mais abundantes
que as águas superficiais dos rios e lagos (92.168 km3). Embora elas encontrem-se
armazenadas nos poros e fissuras milimétricas das rochas, estas ocorrem em grandes
extensões, gerando grandes volumes de águas subterrâneas na ordem de, aproximadamente,
23.400 km3, distribuídas em uma área aproximada de 134,8 milhões de km2
(SHIKWMANOV, 1998), constituindo-se em importantes reservas de água doce.

Alguns especialistas indicam que a quantidade de água subterrânea pode chegar até 60
milhões de km3, mas a sua ocorrência em grandes profundidades pode impossibilitar seu uso.
Por essa razão, a quantidade passível de ser captada estaria a menos de 4.000 metros de
profundidade, compreendendo cerca de 8 e 10 milhões de km3 (CEPIS, 2000), que, segundo
Rebouças et al. (2002), estaria assim distribuída: 65.000 km3 constituindo a umidade do solo;
4,2 milhões de km3 desde a zona não-saturada até 750 m de profundidade, e 5,3 milhões de
km3 de 750 m até 4.000 m de profundidade, constituindo o manancial subterrâneo.

Além disso, a quantidade de água capaz de ser armazenada pelas rochas e pelos materiais não
consolidados em geral depende da porosidade dessas rochas, que pode ser de até 45% (IGM,
2001), da comunicação desses poros entre si ou da quantidade e tamanho das aberturas de
fraturas existentes.

2.1. Objectivos
2.1.1. Geral
 Avaliar o contesto geológico da água subterrânea.
2.1.2. Especificos
 Falar das águas subterrais no contesto das Rochas não consolidadas, rochas clássicas e
carbonatica, rochas ígneas, rochas metamórficas;
 Falar das aguas subterrâneas a nível mundial e nível nacional;
 Discutir a relevância do tema.

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3. Contesto geológico das águas Subterrâneas

Segundo Custódio e Cardoso (2008), citados por Aboo (2013), a água subterrânea é a água
que ocorre nos poros, fissuras e vazios sob a superfície do terreno, tanto na zona não saturada
quanto na zona saturada subjacente.

Para ABAS (2020). Água subterrânea é toda a água que ocorre abaixo da superfície da Terra,
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas,
falhas e fissuras das rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de
gravidade) desempenha um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos
rios, lagos e brejos. As águas subterrâneas cumprem uma fase do ciclo hidrológico, uma vez
que constituem uma parcela da água precipitada.

 Tipos de Aquíferos

Aquíferos

Segundo Custódio e Llamas (2001), citados por Aboo (2013), um aquífero é uma unidade
geológica que permite o armazenamento e a circulação de água através de seus poros ou
fissuras, a qual pode ser extraída em quantidades economicamente significativas através de
poços ou furos para atender necessidades do homem.

Então, após a infiltração, a água que não fica retida no solo por capilaridade atinge a zona
saturada das formações geológicas subjacentes, onde se movimenta e pode ser captada, nos
aquíferos

A litologia do aquífero, ou seja, a sua constituição geológica (porosidade/permeabilidade


intergranular ou de fissuras) é que irá determinar a velocidade da água em seu meio, a
qualidade da água e a sua qualidade como reservatório. Essa litologia é decorrente da sua
origem geológica, que pode ser fluvial, lacustre, eólica, glacial e aluvial (rochas
sedimentares), vulcânica (rochas fraturadas) e metamórfica (rochas calcáreas), determinando
os diferentes tipos de aquíferos.

Quanto à porosidade, existem três tipos aquíferos:

_ Aquífero poroso ou sedimentar;

_ Aquífero fraturado ou fissural e;

Aquífero cárstico (Karst).

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3.1. Rochas não consolidadas
Rochas não consolidadas ou solos arenosos, são formados por aquífero poroso ou
sedimentar onde a circulação da água se faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte
e argila de granulação variada. Constituem os mais importantes aquíferos, pelo grande
volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas. Esses aquíferos
ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos
arenosos.

Uma particularidade desse tipo de aquífero é sua porosidade quase sempre homogeneamente
distribuída, permitindo que a água flua para qualquer direção, em função tão somente dos
diferenciais de pressão hidrostática ali existente. Essa propriedade é conhecida como
isotropia.

3.2. Rochas clásticas e carbonaticas


Mais da metade da superfície dos continentes é formada por rochas de permeabilidade
primária muito baixa, mas que podem adquirir permeabilidade secundária de acordo com o
grau de intemperismo e fraturamento. Na literatura internacional, elas têm sido denominadas
“rochas fraturadas” (fractured rocks) ou “rochas duras” (hard rocks).

A classificação hidrogeológica das rochas apresentada por Singhal e Gupta (1999) divide os
diferentes litotipos, destacando dois grupos principais: o grupo das rocha carbonáticas e das
rochas clásticas (Tabela 1).

Tabela 1. Classificação hidrogeológica das rochas (Singhal e Gupta, 1999).

GRUPOS PRINCIPAIS MEIOS DE


DE TIPOS DE ROCHA E EXEMPLOS OCORRÊNCIA DA ÁGUA
ROCHAS SUBTERRÂNEA
Carbonátic Rochas carbonáticas (calcários e Descontinuidades (juntas e falhas) e
as dolomitos) cavidades de dissolução.
Rochas sedimentares consolidadas
Espaços intergranulares e
(siltitos, arenitos e conglomerados.)
Clásticas descontinuidades
e sedimentos inconsolidados
(juntas e falhas).
(cascalho e areia, argila)

É importante salientar que Aquífero que ocorre na rocha carbonaticas e clástica é chamdo de
aquífero cárstico (Karst), onde a circulação da água se faz nas fraturas e outras
descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do carbonato pela água. Essas
3
aberturas podem atingir grandes dimensões, criando, nesse caso, verdadeiros rios
subterrâneos. São aquíferos heterogêneos, descontínuos, com águas duras, com fluxo em
canais. As rochas são os calcários, dolomitos e mármores.

3.3. Rochas ígneas e metamórficas


Rochas ígneas e metamórficas ou cristalinas, são enquadrados em aquífero fraturado ou
fissural, onde a circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas, abertas devido ao
movimento tectônico. Ex.: basalto, granitos, gabros e filões de quartzo. (SMA, 2003).

A capacidade dessas rochas de acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas,


suas aberturas e intercomunicação, permitindo a infiltração e fluxo da água. Poços perfurados
nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora, sendo que a possibilidade
de se ter um poço produtivo dependerá, tão somente, desse poço interceptar fraturas capazes
de conduzir a água. Nesses aquíferos, a água só pode fluir onde houverem fraturas, que,
quase sempre, tendem a ter orientações preferenciais. São ditos, portanto, aquíferos
anisotrópicos. Um caso particular de aquífero fraturado é representado pelos derrames de
rochas vulcânicas basálticas, das grandes bacias sedimentares brasileiras.

Tabela 2. Classificação hidrogeológica das rochas (Singhal e Gupta, 1999).

GRUPOS PRINCIPAIS MEIOS DE


DE TIPOS DE ROCHA E EXEMPLOS OCORRÊNCIA DA ÁGUA
ROCHAS SUBTERRÂNEA
Rochas ígneas não vulcânicas
Manto de intemperismo e
(granitos, dioritos, gabros etc) e
Cristalinas descontinuidades
rochas metamórficas (gnaisses,
(juntas, falhas e planos de foliação).
xistos e filitos)
Manto de intemperismo,
Rochas vulcânicas
descontinuidades (juntas, falhas,
Vulcânicas (basaltos, andesitos e
vesículas) e descontinuidades entre
riolitos)
camadas.

3.4. Agua subterrânea a nível mundial


A água subterrânea representa algo em torno de 96% de toda a água doce disponível no
mundo para consumo. Estrategicamente, ela é responsável pela sobrevivência de parte
significativa da população mundial. Países como Arábia Saudita, Dinamarca e Malta, por
exemplo, utilizam exclusivamente a água subterrânea para o abastecimento humano. Já na

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Áustria, Alemanha, Bélgica, França, Hungria, Itália, Holanda, Marrocos, Rússia e Suíça,
pouco mais de 2/3 da água consumida pela população é proveniente dos aquíferos, o que
corresponde a valores em torno de 70% do consumo total desses países (MMA/SRH, 2007).

Figure 1. Gráfico com a distribuição proporcional dos recursos hídricos da Terra

Além do mais, a distribuição de água doce é irregular pelo planeta, havendo países em que
esse recurso é praticamente escasso e outros em que em ele é relativamente abundante,
conforme é possível analisar no mapa a seguir:

Figure 2. Mapa com a distribuição espacial da água pelos territórios políticos do mundo

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Moçambique, como podemos notar A Carta Hidrogeológica evidencia escassez de recursos
em águas subterrâneas de qualidade aceitável. Cerca de 75% de águas subterrâneas do País
corresponde ao Complexo de Base , aos Terre nos vulcânicos e pelo menos 25% corresponde
as Bacias Sedimentares . Entretanto, 40% dos aquíferos mais produtivos das Bacias
Sedimentares contem Página 13 de 20 águas salobras e apenas 17% da superfície do País se
dispõe de água subterrânea cujos caudais e minera lizações se situam respectivamente, acima
de 3 m3/h e abaixo de 1500 mg/l.

3.4.1. Agua subterrânea a nível Nacional


A República de Moçambique fica na costa oriental de África e tem um limite decfronteira
terrestre de 4.330 km e uma costa com um comprimento de 2.470 km. Faz fronteira, a norte
coma a Tanzânia e, a oeste, com o Malawi, com ocZimbábwe, com a Zâmbia e com a
República da África do Sul (RSA). O sul faz fronteira com o Reino da Swazilândia e também
com a RSA (FIGURA 3.1).

Do ponto de vista geológico, Moçambique compreende: Formações PréCâmbricas do


Complexo de Base, Formações Sedimentares do Karoo, Rochas intrusivas e extrusivas Pós-
Karoo, e Formações Sedimentares Meso-Cenozóicas (FIGURA 3.2).

Hidrogeologicamente Moçambique está dividida em províncias hidrogeológicas (FIGURA


3.2). Considera-se província hidrogeológica uma região de características gerais semelhantes
com relação às principais ocorrências de águas subterrâneas (TOLMAN, 1937 apud
FEITOSA, 2008).

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Figure 3.Esboço geológico de Moçambique e Províncias hidrogeológicas de Moçambique
(FERRO & BOUMAN, 1987)

Bouma e Ferro (1987), afirma que Moçambique apresenta diversas Províncias


Hidrogeológicas, nomeadamente: Complexo de Base (Pré -Câmbrico), Terre nos vulcânicos
(Karoo e Pós -Karoo), Bacia Sedimentar do Médio Zambeze (Karoo), Bacia Se dimentar de
Maniamba (Karoo), Bacia Se dimentar do Rovuma (Meso cenozóico), Bacia Sedimentar de
Moçambique , a Norte do Save (Meso cenozóico) e Bacia Sedimentar de Moçambique , a Sul
do Save (Meso cenozóico)

a) Águas subterrâneas na Província Hidrogeológica do Complexo de Base


Nesta Província, em geral, os aquíferos são pouco produtivos, descontínuos e de extensão
limitada. A produtividade depende principalmente, da espessura e txtura do material que
constitui o manto de alteração meteórica. A ocorrência de água subterrânea está associada a
zonas de fraqueza crustal. A sua compartimentação e desintegração em bloco s limitados por
juntas, rupturas e diáclases estão na origem da formação dos aquíferos. Estas zonas de
fraqueza estão relacionadas com as estruturas geológicas tais como: dobras, falhas e fracturas,
cuja permeabilidade é relativamente alta. Além disso, a ocorrência de rochas heterogéneas de

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grão grosseiro e de rochas calcárias, bem como a existência de contacto entre rochas de
natureza e composição diferentes, facilitam os Fenómenos de Meteorização.

Os aquíferos mais produtivos estão relacionados com a existência de mármores e anortositos,


devido ao tipo de porosidade que apresentam. E todos outros tipos de rochas do Complexo de
Base dão origem a aquíferos de produtividade fraca ou nula. Constituem excepção dos
aquíferos que se desenvolvem ao longo de filões , nas zonas de contacto destes com rochas
encaixantes, geralmente, bastante fracturadas.

As águas subterrâneas das formações de Complexo de Base são em geral, de boa qualidade,
possuindo mineralização total inferior a 600 mg/l. Em áreas em que se verifica as
evaporações elevadas podem se encontrar águas com águas com mineralizações mais altas,
como acontece nas faixas costeiras das Províncias do Norte (500 - 1000 mg/l) e no vale do
Zambeze.

b) Águas subterrâneas na Província Hidrogeológica de Terre nos vulcânicos


Em termos hidrogeológicos, os Terrenos vulcânicos são bastante semelhantes ao Complexo
de Base . Os aquíferos estão quase sempre relacionados com a existência de fracturas
primárias e secundárias, já que o manto de alteração me teórica é geralmente menos
desenvolvido do que das formações do Complexo de Base e raramente chega a 10 m de
espessura. Nos terrenos basálticos, este pode ser mais desenvolvido, mas como se trata de
material argiloso é pouco permeável e funciona como aquícludo.

Os Basaltos são considerados, entre as rochas vulcânicas como as mais produtivas, do ponto
de vista hidrogeológico, mas, apesar disso, os caudais dos furos que interceptam tais rochas
são bastante fracos.

Os Riólitos são pouco promissores quanto à existência de águas subterrâneas, mas em zonas
excepcionalmente fracturadas por falhas de grande intensidade e amplitude, podem tornar-se
mais produtivos que os basaltos, visto que, os produtos de alteração e de enchimento das
zonas de falha são menos argilosos.

A qualidade de água subterrânea proveniente dos Riolitos é bastante boa, possuindo


mineralização inferior a 500 mg/l e baixa dureza (<10 ppm de CaCO 3). A sua composição é
de NaCl e N a(CO3)2.

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c) Província Hidrogeológica da Bacia Sedimentar do Médio Zambeze e de Maniamba
As características hidrogeológicas das rochas sedimentares do Karoo são conhecidas em
algumas áreas à volta do Zumbo, C hipima, Boroma e Changara. Da Bacia de Maniamba,
apenas se tem conhecimento de um furo efectuado.

A sequência sedimentar é dominada por rochas de textura fina, de baixa permeabilidade. As


zonas de contacto com as rochas vulcânicas e as zonas com muitos afloramentos têm também
caudais fracos. A qualidade de água subterrânea presente nas formações do Karoo é b astante
variável.

A maior parte dos furos possui água com mineralização entre 400 a 800 mg/l, mas nas
regiões de Changara e Moatize é frequente atingir concentrações mais altas na ordem de 1400
a 2500 mg/l.

A água que ocorre nos sedimentos do Karoo inferior chega, por vezes, a ter mineralização
superior a 7000 mg/l, como acontece na área de Chipima.

d) Província Hidrogeológica da Bacia Sedimentar do Rovuma


A hidrogeologia da Bacia S edimentar do Rovuma, é mal conhecida, excepto na zona litoral,
à volta das principais cidades e povoações. As perspectivas relativas, às águas subterrâneas
são limitadas devido a predominância de margas, mais ou menos impermeáveis, contendo
águas salobras. Os aquíferos mais produtivos da zona litoral correm riscos de salinização. As
áreas mais favoráveis estão limitadas a parte Norte da Bacia e aos vales aluvionares,
especialmente na zona de contacto entre as formações da Bacia Sedimentar e as de Complexo
de Base.

e) Província Hidroge ológica da Bacia S e dime ntar de M oçambique (Norte do Save )


A Bacia Sedimentar de Moçambique a Norte do Rio Save não é muito favorável à
valorização e desenvolvimento de águas subterrâneas, excepto nos vales aluvionares
principais e no Delta do Zambeze . As perspectivas relativas, quer aos caudais ou à qualidade
de água aumentam para a costa.

Os Grés arcósicos , se bem que possuem textura grosseira, têm baixa permeabilidade podem
conter águas bastante salobras, cuja minera lização excede por vezes, aos 8500 mg/l. As
formações geológicas de Grudja e de Chiringoma, sobrepostas pela formação de Mazamba,
têm produtividades baixas a moderadas.

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A qualidade de água é variável, sendo normalmente afectada pela água altamente minera li
zada do Grés de Sena.

Os Grés continentais de Mazamba são comparáveis aos Grés de Sena e apenas ligeiramente
mais produtivos. A permeabilidade aumenta provavelmente, para costa

f) Província Hidroge ológica da Bacia S e dime ntar de M oçambique (Sul do Save)


A Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Rio Save é a Província hidrogeológica de
Moçambique mais conhecida. As características hidrogeológicas da área não são muito
favoráveis para o aproveitamento das águas subterrâneas, excepto em alguns vales
aluvionares na faixa dunar e na região dos aquíferos profundos. Mais que a metade da área
tem sérios problemas com águas subterrâneas altamente mineralizadas, especialmente na
faixa central entre os Rios Maputo e Save . As altas concentrações de sal são devido a
existência de água de formação salgada, as condições semi-áridas do clima ou as inundaçõe s
marinhas.

3.4.1.1. Água subterrânea a nível regional

Localização e acesso a Área de Estudo


A área abrangida neste estudo inclui os bairros de Hulene B, Laulane e 3 de Fevereiro,
localizados no extremo centro-oeste do Distrito Urbano 4 do Município de Maputo. A área
está situada entre as latitudes 7.133.000 e 7.138.000 Sul e longitudes 458.000 e 463.000 Este
(FIGURA 3.3).

a) Geologia do Município de Maputo e da Área de Estudo


As descrições dos perfis construtivos e litológicos dos poços de água localizados na área de
estudo permitiram definir a seguinte seqüência litológica da base para topo: marga/argila
cinzenta→ arenito→ areia fina a grosseira. Com os mesmos dados foi traçado um perfil na
direção SW-NE (FIGURA 3.5). Para correlacionar o maior número de est de marga/argila
aparece a formação de arenito com alguns metros ratigrafias possíveis foi utilizado poços que
se situam sobre o perfil e os que estão afastados dele.
 Marga/argila
A base do aqüífero na área de estudo é formada pela formação marga/ argila (marga cinzenta,
às vezes argila). O topo desta camada é irregular, em geral encontrase a profundidade que
varia entre 10 e os 30 m abaixo do nível médio do mar.
 Arenito

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A cima da camada de espessura situada a profundidade entre os 5 e os 30 m.
 Areia fina a grosseira
A sobrepor a formação arenítica aparece os depósitos de areias grosseiras a finas. Lugares
existem em que as areias assentam diretamente sobre camada de argila (FIGURA 3.5).

Figure 4. Seção geológica da área de estudo.

b) Águas Subterrâneas
As águas subterrâneas no Município de Maputo são explotadas no sistema aquífero
sedimentar formado pelos sedimentos Tércio - Quaternários. O substrato do aquífero é
formado pela camada de marga argilosa a argila cinzenta (CHUTUMIA, 1987).

Regionalmente, distinguem-se duas unidades aquíferas. O Aquífero Superior, de natureza


livre formada pela areias finas a grosseiras a pouco argilosa das dunas interiores e o Aquífero
Inferior, constituído por arenitos e arenitos calcários. Os dois aquíferos são separados por
uma camada semi-impermeável de areias argilosas (CHITUMIA, op. cit.).

Localmente, a ausência contínua da camada semi-impermeável (areias argilosas), entre as


areias finas a grosseira e os arenitos, faz com que a circulação das águas destes dois setores se
ligue, sem descontinuidade. Lugares existem onde as areias grosseiras assentam diretamente
sobre a camada de argila, desenvolvendo condições de semi-confinamento.

3.5. Relevância da geológico das águas Subterrâneas


Tema é importante porque permite conhecer a distribuição de água subterrânea no mundo e
em vários ambientes geológicos que ela ocorre. Corresponde aos aquíferos em rochas ígneas
e metamórficas, aquíferos em terrenos fraturados-cársticos, e aquíferos em rochas
sedimentares.

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Permite conhecer Províncias Hidrogeológicas que Moçambique apresenta, nomeadamente:
Complexo de Base (Pré -Câmbrico), Terre nos vulcânicos (Karoo e Pós -Karoo), Bacia
Sedimentar do Médio Zambeze (Karoo), Bacia Se dimentar de Maniamba (Karoo), Bacia Se
dimentar do Rovuma (Meso cenozóico), Bacia Sedimentar de Moçambique , a Norte do Save
(Meso cenozóico) e Bacia Sedimentar de Moçambique , a Sul do Save (Meso cenozóico)

4. Considerações finais

Em suma, no Contesto geológico a água Subterrânea encontra-se em :

_ Rochas não consolidadas ou solos arenosos onde os aquíferos é sua porosidade quase
sempre homogeneamente distribuída, permitindo que a água flua para qualquer direção, em
função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali existente;

_ Rochas clásticas e carbonaticas onde a circulação da água se faz nas fraturas e outras
descontinuidades (diáclases) que resultaram da dissolução do carbonato pela água. Essas
aberturas podem atingir grandes dimensões, criando, nesse caso, verdadeiros rios
subterrâneos;

_ Rochas ígneas e metamórficas onde a circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas,
abertas devido ao movimento tectônico. Ex.: basalto, granitos, gabros e filões de quartzo.

A distribuição de água doce é irregular pelo planeta, havendo países em que esse recurso é
praticamente escasso e outros em que em ele é relativamente abundante. Como por exemplo
Moçambique a carta hidrogeológica evidencia escassez de recursos em águas subterrâneas
de qualidade aceitável.

A Carta Hidrogeológica de Moçambique evidencia escassez de recursos em águas


subterrâneas de qualidade aceitável. Cerca de 75% de águas subterrâneas do País corresponde
ao Complexo de Base , aos Terre nos vulcânicos e pelo menos 25% corresponde as Bacias
Sedimentares . Entretanto, 40% dos aquíferos mais produtivos das Bacias Sedimentares
contem águas salobras e apenas 17% da superfície do País se dispõe de água subterrânea
cujos caudais e minera lizações se situam respectivamente, acima de 3 m3/h e abaixo de 1500
mg/l.

Moçambique apesar de escances de água subterrânea apresenta diversas Províncias


Hidrogeológicas, nomeadamente: Complexo de Base, Terrenos vulcânicos, Bacia Sedimentar
do Médio Zambeze, Bacia Sedimentar de Maniamba, Bacia Sedimentar do Rovuma, Bacia

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Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save e Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do S
ave . Estas Províncias, para além de serem geograficamente diferentes, divergem- se também
em alguns parâmetros hidrogeológicos, tais como: o quimismo, resíduo seco, dureza,
dependendo das formações geológicas sobre as quais circula

Referencias Bibliográficas
ABAS. 2020. Asociacao Brasileira de Aguas Subteranias. São Paulo Brazil

Aboo, V. (2013); Cons umo de


Águas M ine rais N aturais e
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Aboo, V. (2013); Cons umo de Águas M ine rais N aturais e de Nas ce nte - Caus as e
Impacte para o M e io Ambie nte : Es tudo de Cas o da Cidade de N ampula, 2009-2011;
Porto Bouman e Ferro (1987); Proje cto da Carta Hidroge ológica de M oçambique ;
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Impacte para o M e io Ambie nte : Es tudo de Cas o da Cidade de N ampula, 2009-2011;
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Bouman e Ferro (1987); Proje cto da Carta Hidroge ológica de M oçambique ; Maputo.

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