RESPONSABILIDADE SOCIAL
ÉTICA PESSOAL E CORPORATIVA
DEVERES ÉTICOS EM EMPRESAS
PÚBLICAS E PRIVADAS
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, estudaremos os fatores motivadores da ética organizacional, a responsa-
bilidade social corporativa, a ética no serviço público e nas organizações particulares e o
que é ética de qualidade.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Relacionar a ética pessoal com a ética corporativa;
• Identificar os principais deveres éticos em empresas públicas e privadas;
• Entender o que é responsabilidade social corporativa e o que é ética de qualidade.
Você já observou que, em alguns anúncios de vagas, as empresas vêm buscando funcio-
nários éticos? Ultimamente, o interesse ou a preocupação com a ética empresarial e de
seus dirigentes e empregados tem crescido, sendo alvo da mídia e da literatura sobre
Administração. Isso é um sinal de que essas empresas estão incluindo a preocupação com
a ética formalmente em sua estrutura organizacional. Por isso, é muito importante que
vejamos quais são os fatores motivadores quanto à ética organizacional.
Você já ouviu dizer que uma determinada empresa busca somente os resultados ou as
vantagens imediatas? Esse comportamento hoje é suicida. Sabe por quê? A responsa-
bilidade em longo prazo é uma necessidade de sobrevivência e, nesse aspecto, a ética
constitui um fator importante para os ganhos.
As organizações, nos países pós-capitalistas, são a célula do tecido social. Sua transfor-
mação está sendo considerada essencial no processo de construção de uma sociedade
mais inclusiva.
O gestor deve ser uma pessoa com objetivos claros, que se propõe a alcançá-los pelo
desenvolvimento de grande habilidade para imaginar e criar meios que permitam isso.
Deve apresentar comportamento proativo e criativo e com capacidade inovadora. Além
disso, esse novo executivo não se prende a soluções já conhecidas, mas, com instinto de
adaptação, imagina possibilidades e estratégias novas. Esse gestor deve evitar conflitos
e, em vez disso, realizar negociações que sejam boas para todas as partes envolvidas,
incluindo o ambiente no qual a negociação está inserida.
Os seres humanos tornam-se pessoas dentro de comunidades concretas, nas quais apren-
dem os valores éticos que vão seguir defendendo. A empresa pode ser entendida como
uma comunidade que propõe a seus membros uma identidade.
As organizações sociais hoje reclamam por uma atuação ética, mas não querem que as
pessoas sejam heróis. No entanto, na empresa cujo desenho e funcionamento põem os
resultados econômicos a curto prazo adiante do respeito dos direitos das pessoas ou da
satisfação da necessidade dos consumidores, tomar decisões eticamente corretas pode
se tornar um ato heroico, no qual o trabalhador arrisca seu posto de trabalho.
A insistência na qualidade ética leva, por extensão, à qualidade em sentido mais amplo,
resultando em maior rentabilidade. A ética contribui para a boa imagem da empresa,
pois nenhuma das grandes e excelentes companhias distingue-se pela falta de princípios
éticos, mas pela qualidade do produto que colocam à disposição do mercado.
Modismo
Dentre as motivações para a preocupação com a ética nas empresas, falta levantar a
questão do modismo. A ética empresarial não consiste nem em uma moda passageira,
nem em justificar relações injustificáveis. A ética empresarial é uma nova forma de orien-
tar a atividade e o desenho das organizações.
IMPORTANTE
Não há incompatibilidade entre lucratividade e sustentabilidade. A conciliação da ética com
o lucro envolve o cumprimento das leis trabalhistas, a transparência na administração, a
prevenção de acidentes de trabalho, a inserção na comunidade, a sustentabilidade e outras
condutas que fortaleçam a moral, a coesão interna e a imagem da empresa.
REFLITA
Você deve estar pensando: O que deve ser inserido no código de ética? Observe a resposta
a seguir.
ATENÇÃO
Acesse o link 1
e conheça também a Norma SA 8.000 – Responsabilidade Social 8000
- um padrão que estabelece requisitos voluntários a serem atendidos por empregadores no
ambiente de trabalho, incluindo-se os direitos dos trabalhadores, as condições no local de
trabalho e os sistemas de gestão, com base na legislação nacional e normas internacionais
de direitos humanos.
1 http://www.sa-intl.org/_data/n_0001/resources/live/2008StdPortugese.pdf
Você já ouviu falar de Clientelismo? Saberia explicar o significado desse termo? É essen-
cial que você o compreenda para entender a ética no serviço público.
Com o advento das práticas voltadas para Gestão da Qualidade Total, o cliente passou a
designar toda aquela pessoa com quem se tem qualquer relacionamento funcional, quer
de natureza interna (dentro da organização) ou externa. É assim que vemos surgir a teoria
de que o Estado deve servir àqueles que pagam impostos. Identificamos assim a não-
-existência de clientela nas relações do Estado com seus contribuintes e sim a incidência,
ou não, do pleno Estado de Direito, em que todos os contribuintes, grandes ou pequenos,
ascendem à categoria de cidadãos.
Uma vez considerado o processo evolutivo dos valores, manifestos pela moral, podemos
idealizar que a política possa ascender ao seu verdadeiro papel de ciência do governo
dos povos, atingindo a habilidade imprescindível na obtenção do consenso. O cenário
reles e mesquinho de interesses pessoais, no qual se pratica a baixa política, denominado
politicagem, só pode encontrar expressão em níveis inferiores de moral, não podendo ser
enquadrado na mais elementar escala de valores éticos.
Não é raro assistirmos, no trato político da coisa pública, ao uso da mentira, ou das
chamadas “meia-verdades”, expressão politicamente mais correta. Para que possamos
discernir o tênue limite entre a mentira e a diminuição da verdade, em política, precisamos
entender, antes de tudo, do jogo e dos agentes do poder que interagem na discussão e
na constituição das questões coletivas.
A mentira configura-se cada vez mais como um problema político, que suscita dilemas
éticos, pois põe em risco princípios e compromete resultados. O mundo moderno, susten-
tado pelo acesso inesgotável à informação, exige a transparência – manifestação de boa
gestão pública – e o exercício das verdades plenas, como condição indispensável para o
exercício de uma justiça mínima.
As mudanças ocorridas nos últimos anos, como a queda do muro de Berlim e o esfacela-
mento da União Soviética, encerrando um ciclo do ideal comunista e a política de privati-
zação capitaneada pela gestão de Margaret Thatcher à frente do Reino Unido, trouxeram
novos valores da administração pública. Tais transformações não poderiam evitar reflexos
sobre os colaboradores do poder público.
Nos últimos anos, o funcionário público foi desprestigiado pelos severos cortes nos gastos
de seu aprimoramento ou simples melhoria salarial. O papel do servidor foi e sempre será
de fiel depositário das esperanças confiadas pelos contribuintes aos cofres do Estado.
Como seu código de Ética preceitua: “Não lhe basta distinguir entre o bem e o mal, mas
acrescer a isso a ideia de que o fim sempre é o bem comum”.
Uma vez identificado o seu papel na sociedade, incluindo a si próprio como contribuinte,
ajudando a custear com o pagamento de seus tributos a sua remuneração mensal, todos
os seus atos deverão ser pautados na moralidade administrativa, integrada no Direito. Se
a função pública é tida como exercício profissional, está ela vinculada à sua vida particu-
lar. Fatos e atos de sua vida poderão acrescer ou diminuir seu bom conceito.
O PAPEL DA ORGANIZAÇÃO
A organização moderna já compreendeu que seu principal capital são seus recursos huma-
nos, principalmente quando os recursos de capital e de tecnologia são alcançados com
oportunidades quase que homogeneizadas. Com a evolução crítica dos mercados, todos
os polos de produção e distribuição têm buscado atingir o que hoje já é considerado um
pressuposto de natureza elementar: a qualidade. É impensável, de maneira genérica pelo
menos, que o consumidor moderno e mais bem informado consumirá produtos que não
atendam às suas demandas. Amplia-se, assim, o nível de consciência crítica, atingindo-se
um novo patamar da era da pós-qualidade: a ética.
Uma sociedade refratária ao lucro não tem fatores de desempenho satisfatórios, na medi-
da em que são frágeis ou simplesmente inexistem políticas de acompanhamento e contro-
le. Sem cobranças, sem saber o quê, ou como exigir, uma sociedade dita cristã atribui ao
criador a origem de suas mazelas ou a fonte inesgotável de suprimento de suas deman-
das. Vê-se então à espera da providência divina, que não raro, ante a impossibilidade da
real interferência superior, migra do “Deus dará” para o “ao Deus dará”.
INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS
O uso de informações privilegiadas ou de caráter restrito sobre a empresa para seu próprio
benefício financeiro não é apenas contra a ética, mas pode constituir-se em uma infração à lei.
PRESENTES
Fumar é um direito que lhe assiste e, como tal, deve ser respeitado. Da mesma forma,
considere o direito de quem não gosta da fumaça do cigarro. É cada vez maior o número
de pessoas que não fumam, porque se preocupam com sua saúde. Portanto, tenha a
gentileza de não fumar em locais públicos, auditórios, reuniões, transportes coletivos,
ambientes fechados ou perto de quem não fuma. Desfrute o seu prazer, mas não polua o
ar alheio. Isso é uma verdadeira questão de civilidade.
ÉTICA DE QUALIDADE
A implantação de uma cultura ética depende essencialmente dee
uma política de ação, ou filosofia empresarial, ou, melhor ainda, dee
uma ideologia de negócios. É de fundamental importância o estabe- be-
lecimento de uma ideologia, de um ponto de referência comum a
todos os integrantes da organização, com o qual se complemen-
tem e se comprometam. Por outro lado, há que se ter em mente
que tais princípios devem ter consenso entre todos os envolvidos.
Como você pôde perceber, a organi- Esses elementos devem estar presentes
zação – quer tenha fins lucrativos, em toda atividade que desenvolvemos,
quer não – tem objetivos a alcançar, tanto individualmente quanto em grupo;
uma responsabilidade social e um essa é a ideia que podemos considerar
fundamento ético a embasar sua central neste módulo.
existência e funcionamento.
Assim, finalizamos o quinto e último módulo do nosso curso. Espero que tenham tido um
bom entretenimento com a leitura desse material e que, dessa forma, tenham aprendido
um pouco mais sobre Sustentabilidade e Ética, seja no contexto do indivíduo ou do cole-
tivo; da pessoa, da comunidade, da sociedade ou da organização.
Que tal começarmos agora a fazer desse mundo um lugar mais sustentável, mais ético e,
consequentemente, melhor de se viver? Vamos lá?!!
Pôde compreender a explicitação dessas normas nos códigos de ética, que, conquanto
não tenham a força coercitiva da lei, dizem aos membros do grupo como se portar de
modo a não serem postos à margem da lei.
Desejamos que você possa, com essa compreensão, pautar-se pela boa conduta e ser
uma força positiva na implementação de valores sólidos em seu grupo social. Boa sorte!
Referências
GONÇALVES de Souza, Márcia Cristina. Ética no Ambiente de Trabalho. 1.ed. Rio de
Janeiro: Campus / Elsevier Ltda., 2009, 136p.
AMOÊDO, Sebastião. Ética do Trabalho – Na Era da Pós Qualidade. 2.Ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark Editora Ltda., 2007, 122p.
Vários Autores. Coordenação: Whitaker, Maria do Carmo. Ética na Vida das Empresas –
Depoimentos e Experiências. 1.ed. São Paulo: DVS Editora, 2007, 284p.
LAZLO, Chris. Valor Sustentável – Como as empresas mais expressivas do mundo estão
obtendo bons resultados pelo empenho em iniciativas de cunho social. 1. Ed. Rio de
Janeiro: Qualitymark Editora Ltda., 2010, 240p.
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