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É nesse silêncio funéreo,

Silêncio de noite sem lua

E luzes que cortam as ruas, tão nuas,

Tão sem vida,

Que eu guardo as rimas de outra vida minha.

É nesses becos entorpecidos,

Que embebecido de minhas lagrimas faço canções,

Compro emoções,

Despejo em cada esquina uma nova saudade.

E pra falar a verdade,

À noite me traz algo de tão maternal,

Que até retomo vez por outra,

O brilho original e juvenil de meus olhos.

Mas logo o dia amanhece,

A rotina fica a me perseguir e a insistir,

Para que eu use meu disfarce convencional de cidadão patriota,

Ou será idiota? Já não sei qual a diferença.

Só sei que num país tão cheio de demência,

Num mundo tão cheio de indecência,

Eu torno meu corpo um grande cais noturno

A espera da luz harmoniosa do farol lunar,

Para finalmente revelar as belezas de minha verdadeira essência humana

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