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INSPETOR DE DUTOS TERRESTRES NÍVEL 1

EQUIPAMENTOS

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EQUIPAMENTOS

1.0 Introdução

Os dutos são sistemas constituídos de tubulações, estações de bombeamento e acessórios,


estações de compressão, estações de válvulas, que unem áreas operacionais geograficamente distintas,
separadas por quilômetros de extensão entre a estação inicial e a estação final recebedora de produtos
destinados ao transporte, distribuição e comercialização por atacado com a rede varejista ou com
grandes consumidores de combustíveis, lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito de petróleo, na forma das
leis, concessões e regulamentos aplicáveis pela ANP - Agência Nacional de Petróleo e pela parte do
Meio Ambiente.
São utilizadas varias máquinas e equipamentos durante as obras de construção e montagem de
dutos terrestres.
Dentre esses destacaremos os de uso obrigatório para execução das atividades pertinentes à
construção, ou seja, escavação, terraplenagem, nivelamento de solo, içamento de cargas, curvamento de
tubos, abertura de valas, perfuração de solo e rochas, transporte de tubos etc.

2.0 Definições e Características Principais dos


Equipamentos

2.1 Caminhão Guindaste

São veículos destinados ao transporte de materiais, entre o canteiro "pipe-shop" e o local da obra,
que na maioria dos casos é de difícil acesso. Vale ressaltar que no Brasil é comum encontrar em nossos
canteiros de obras e, inclusive em transportadoras, caminhões guindastes de até 20 toneladas, ver figura
2.1.1. Conforme figura 2.1.2, os caminhões devem possuir, acoplados às suas carrocerias, guindastes
hidráulicos (tipo MUNCK) com capacidade de elevação de cargas até 30 toneladas (usualmente em
empresas Norte Americanas). São veículos com tração nas quatro rodas, às vezes, trucada, para
possibilitar o deslocamento em terrenos de encosta. O modelo “toco” e só tem tração na dianteira e é
utilizado em terrenos onde permite seu trânsito.

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Figura 2.1.1 – Caminhão Guindaste 25T.

Figura 2.1.2 – Caminhão munck 20T.

2.2 Retroescavadeira

Equipamento de acionamento hidráulico, que se subdivide em duas operações básicas:


Carregamento (parte dianteira) e escavação (parte traseira), daí o nome retroescavadeira. Equipamento
de propulsão própria, tracionado, que opera sobre pneus, conforme figura 2.2.1.
Destina-se principalmente a escavação de valas com profundidade que podem chegar até 5,0m.
Dependendo da potência da máquina, usa-se para o lançamento posterior dos tubos de pequenos
diâmetros (abaixo de 6”) e também ao carregamento do solo retirado desta por meio de caçamba-
carregadeira articulada na extremidade da sua lança, colocando este material em local seguro nas
proximidades da vala (dentro de diques, áreas cercadas ou escoradas etc). Este possui quatro sapatas,
para estabilizar a máquina, chamadas de “patolas”. Não existe retro escavadeira sobre esteira.

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Figura 2.2.1 - Retroescavadeira

2.3 Moto-niveladora (Máquina patrol)

Equipamento de atuação com mecanismo hidráulico, que atua sobre pneus, utilizado na busca de
nivelamento e acerto do terreno na fase de terraplanagem, com lâminas anguláveis com a horizontal até
30° e escarificador acoplado na parte dianteira, que se destina a pavimentação com o próprio solo de
uma faixa de domínio para sua restauração, conforme figura 2.3.1.

Figura 2.3.1 – Moto-niveladora

2.4 Pá-Carregadeira

Equipamento sobre pneus, destinado ao arraste de grande quantidade de solo retirado durante a
escavação, fazendo também o pré-nivelamento, conforme figura 2.4.1. Seu posicionamento é feito em

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local seguro. É utilizado por ocasião da abertura de pista, da abertura de valas quando é necessário
retirar grande parte do material escavado e na restauração da faixa de domínio.

Figura 2.4.1 – Pá-carregadeira

2.5 “Side-boom”

São tratores de esteira, equipados com lança na lateral (hidráulicas ou mecânicas no caso abaixo)
capaz de içar cargas em lingadas com cabos de aço e patolas para tubo concretado ou fixadas por cintas
de nylon para tubo revestido, no caso das colunas ou complementos, conforme figura 2.5.1. As lanças se
movimentam lateralmente e verticalmente dando grande flexibilidade no manuseio de cargas pesadas,
estando o equipamento posicionado firmemente à beira da vala (no lado oposto da lança encontra-se o
contra-peso que varia com a carga levantada). A fixação em qualquer tipo de solo em função das esteiras
lhe confere ainda, grande capacidade de aderência em terrenos irregulares, rampas, encostas, margens
de rios, trechos de mata em áreas rurais.O operador deve ter no mínimo três anos de experiência.
ATENÇÃO: Nunca poderá subir de ré, somente de frente.

Figura 2.5.1 – Trator side-boom

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2.6 Boring-machine

Equipamento especialmente utilizado para introduzir tubos-camisa no solo para executar


cruzamentos de ruas, rodovias e ferrovias, sem a necessidade de interromper o trânsito com abertura de
valas nestes locais, conforme figura 2.6.1.

Figura 2.6.1 – Equipamento de perfuração à trado

2.7 Curvadeira

Equipamento hidráulico, destinado a efetuar o curvamento de tubos à frio em traçados de duto


que exigem a conformação do tubo, as curvas podem ser executadas no canteiro ou no local da obra,
conforme figura 2.7.1. É aplicado em tubos sem costura ou em tubos com solda longitudinal, sendo que
esta deve ser localizada na Linha Neutra (LN) do duto. Não podendo ser feita em tubos com soldas
helicoidais. Para tubos com diâmetros iguais ou superiores a 12” deve ser utilizado mandril interno para
minimizar a ovalização do tubo. Existem curvadeiras para vários tipos de diâmetros bastando para isto
trocar o mandril da mesma. È obrigatório a qualificação do procedimento de curvamento para definir o
grau máximo de curvamento de cada tubo.

Figura 2.7.1 – Curvadeira à frio

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2.8 Caminhão de lubrificação

É um veículo de grande porte tracionado, destinado ao abastecimento de combustível (óleo diesel)


e óleo lubrificante para manutenção do maquinário envolvido na obra, conforme figura 2.8.1. Desloca-se
periodicamente entre o canteiro e o local de construção do duto sempre no início da manhã ou no final da
tarde (mais comum). Por se tratar de produto altamente inflamável é proibido fumar e utilizar máquinas
ou equipamentos que produzem faíscas próximas a este veículo.

Figura 2.8.1 – Caminhão lubrificante

2.9 Perfuratriz

Apresenta-se em dois tipos de construção:


a) Manual: equipamento utilizado para furação de concretos e rochas, geralmente aplicado para
fazer furos que posteriormente serão preenchidos por explosivos. Muito utilizado para detonação
de solos rochosos.
b) Perfuratriz hidráulica sobre esteiras usadas para executar a instalação dos dutos através do
método não destrutivo (MND) em cruzamentos e travessias em geral, conforme figura 2.9.1.

Figura 2.9.1 – Máquina de perfuratriz hidráulica

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2.10 Dolly

É um equipamento sob pneus, sem propulsão própria (ver figura 2.10.1), normalmente
tracionado por cavalos mecânicos e/ou tratores de esteira, destinado ao transporte seguro de tubos
revestidos externamente e/ou tubos soldados no canteiro com extensão até 24m, para os locais de difícil
acesso das fases da obra de construção e montagem.Também pode existir na obra o trator de esteira
adaptado para este fim.

Figura 2.10.1 – Equipamento adaptado para transporte de tubos.

2.11 Pay-Welder

É um trator de esteira com adaptações específicas e equipado com conjuntos de solda (gerador,
cilindros de gás e lugar para enrolar as mangueiras), conforme figura 2.11.1, para executar o passe de
raiz (primeiro passe) e o passe quente (segundo passe) de tubos e é usado pela equipe de
ponteada.Normalmente existem quatro conjuntos em cada trator, usados nas fases de construção.

Figura 2.11.1 – Trator adaptado para soldagem de juntas.

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2.12 Caminhão Basculante

É um veículo sobre rodas, com tração, destinado à remoção ou colocação de material diversificado
no local da construção do duto, por sua facilidade de movimentação e descarga de material e pela ação
da carroceria basculante, conforme figura 2.12.1, nos casos de maior complexidade e acesso precário
em regiões serranas e rurais, são usados os modelos fora de estrada (trucados). Os caminhões
basculantes são também usados nas áreas urbanas para transporte de materiais e em locais que
necessitam material de empréstimo (troca de material)

Figura 2.12.1 – Caminhão para transportes pesados.

2.13 Grupo Gerador

Equipamento movido a óleo diesel destinado a fornecer energia elétrica, conforme figura 2.13.1,
para uso em máquinas de produção e iluminação no canteiro “pipe-shop” (oficina de caldeiraria) ou na
pista fase de construção do duto. Normalmente ele está montado sob um skid para arrastamento ao
longo da faixa do duto por tratores de pneus ou laminas.

Figura 2.13.1 – Grupo gerador de médio porte

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2.14 Rolo-compactador

Trator movido a óleo diesel, equipado com rolete de compactação móvel (ver figura 2.14.1) que se
destina a dar consistência ao solo da faixa de domínio ou de propriedades vizinhas a esta após a
cobertura da vala e restauração do local da obra.

Figura 2.14.1 – Rolo-compactador de solo

2.15 Escavadeira Hidráulica de Esteira

Destinada à obras de escavação e abertura de pista na faixa por onde o duto será lançado,
adapta-se muito bem em terrenos com aclive, de rampa = >10%, tem giro de 360º em torno de seu eixo,
tendo os operários que aumentar a atenção com seu contrapeso atrás da máquina. A esse equipamento
pode ser adaptado o martelete pneumático, conforme figura 2.15.1, (picão) e/ou uma caçamba (clam
Shell).

Figura 2.15.1 – Escavadeira com martelete pneumático

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2.16 Trator de lâmina

Características básicas de operação do trator de lâmina (ver figura 2.16.1): muito usado em
terraplanagem, cobertura de dutos em re aterro da vala e recomposição de pista (nivelamento); em áreas
rurais, onde o terreno é de compacidade média ou baixa; em rampas com inclinação < 20 %; em terrenos
com bom suporte e pouco afundamento.

Figura 2.16.1 – Trator de lâmina

2.17 Valetadeira

É um equipamento destinado a abertura de valas com grande raio de curvatura em terreno argiloso
ou similar.
É encontrado com acionamento próprio, de maior porte adaptado da moto-niveladora para abertura
de valetas de drenagem paralelas à faixa de servidão de passagem de dutos, no costado de cercas e
estradas (conforme figura 2.17.1).
As valetadeiras contínuas são ideais para escavação, abertura de valas para tubulações
secundárias (fibra-ótica), assentamento de tubos secundários ou de terrenos de alta compacidade e
normalmente operada com uma lança de disponibilidade.

Figura 2.17.1 – Valetadeira adaptada.

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2.18 Acopladeira

Dispositivo destinado a unir com eficiência de alinhamento, concentricidade e esquadrejamento as


faces dos tubos a serem soldados. Podem ser externas, conforme figura 2.18.1, (acionada manualmente
ou por “macaco-hidraúlico”) ou interna, conforme figura 2.18.2, (acionada por sistema pneumático),
sendo esta a mais utilizada para diâmetros iguais ou superiores a 10” e alta produção.

Figura 2.18.1 – Acopladeira Externa Manual Figura 2.18.2 – Acopladeira Interna Pneumática

2.19 Bizeladeira

Equipamento usado para cortar e bizelar um tubo para os posteriores processos de soldagem, conforme
figuras 2.19.1 e 2.19.2.

Figura 2.19.1 - Bizeladeira Mecânica Figura 2.19.2 - Bizeladeira Pneumática

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2.20 Golpeador Pneumático

Equipamento usado para o método de cravação de tubo em obstáculos (conforme figura 2.20.1),
com golpes consecutivos sobre trilhos guia, com “pulmão” ao fundo e correias para fixação do mesmo ao
tubo cravado.

Figura 2.20.1 – Golpeador Pneumático

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