DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
Cromatografia em papel
2021
1. Introdução
2
2. Objetivo
3. Metodologia
3.1 Materiais
- Tubo capilar;
- Cuba;
- Béqueres vítreos de 100 mL;
- Bastão vítreo;
- Régua;
- Tesoura;
- Lápis grafite;
- Papel (folha de ofício);
- Placa de Petri;
- Pinça.
3.2 Reagentes
- Álcool 54°GL;
- Corante verde (mix);
- Canetinhas hidrocor (verde, amarelo e azul).
- Luvas;
- Jaleco.
3.5 Procedimento
3.5.1 Cromatografia de corante verde (mix) em papel
Como fase estacionária, utilizou-se um papel (folha de ofício) que foi medido com a
régua, marcado com o lápis grafite e recortado com a tesoura tendo 4 cm de largura e 8 cm de
3
altura. Em seguida, utilizou-se um lápis grafite para marcar uma linha horizontal (1 cm do
início do papel) e outra linha horizontal determinando a linha de término (1 cm do fim do
papel) na cromatoplaca. Retirou-se uma pequena quantidade do corante verde (mix) de seu
frasco de armazenagem e transferiu-se para uma placa de Petri. Com o auxílio de um tubo
capilar, retirou-se um excesso do corante aderido ao tubo capilar, em um papel de ofício e
aplicou-se sobre a cromatoplaca, próximo à marcação da linha da base, aguardou até
completa secagem. Transferiu-se aproximadamente 50 mL do álcool 54ºGL de seu respectivo
frasco de armazenamento para o béquer vítreo e com o auxílio de um bastão de vidro,
transferiu-se para a cuba. Tampou-se e agitou-se levemente a cuba para tornar a atmosfera
homogênea dentro da mesma. Inseriu a cromatoplaca na cuba, utilizou a placa de Petri para
tampar a cuba e aguardou a eluição até a linha demarcada como linha de término na
cromatoplaca. Após a eluição observou-se o resultado.
Como fase estacionária, utilizou-se um papel (folha de ofício) que foi medido com a
régua, marcado com o lápis grafite e recortado com a tesoura, apresentando um tamanho
condizente com a passagem pela abertura da cuba. Em seguida, utilizou-se um lápis grafite
para marcar uma linha horizontal (1 cm do início do papel) e outra linha horizontal
determinando a linha de término (1 cm do fim do papel) na cromatoplaca. Utilizando as
canetinhas hidrocor, aplicou-se pontos equidistantes na cromatoplaca, nas cores amarelo,
verde e azul, respectivamente, e aguardou até completa secagem. Transferiu-se
aproximadamente 50 mL do álcool 54ºGL de seu respectivo frasco de armazenamento para o
béquer vítreo e com o auxílio de um bastão de vidro, transferiu-se para a cuba. Tampou-se e
agitou levemente a cuba para tornar a atmosfera homogênea dentro da mesma. Inseriu a
cromatoplaca na cuba, utilizou a placa de Petri para tampar a cuba e aguardou a eluição até a
linha demarcada como linha de término na cromatoplaca. Após a eluição observou-se o
resultado. Tomou-se esta cromatoplaca como referência.
Como fase estacionária, utilizou-se um papel (folha de ofício) que foi medido com a
régua, marcado com o lápis grafite e recortado com a tesoura, apresentando um tamanho
4
condizente com a passagem pela abertura da cuba, totalizando 3 cromatoplacas. Em seguida,
utilizou-se um lápis grafite para marcar uma linha horizontal (1 cm do início do papel) e outra
linha horizontal determinando a linha de término (1 cm do fim do papel) nas cromatoplacas.
Enumerou-se de B a D e realizou-se as seguintes modificações: na cromatoplaca B, cortou-se
com o auxílio da tesoura uma das bordas próxima à linha de marcação da base; na
cromatoplaca C, cortou-se uma das bordas próxima à linha de marcação da base na direção
diagonal, manteve-se a cromatoplaca D com as dimensões originais. Uma última
cromatoplaca, enumerada pela letra E, foi medida e cortada, apresentando largura superior à
abertura da cuba. Utilizando três canetinhas de hidrocor (de cores verde, amarelo e azul,
respectivamente), aplicou-se as amostras de diferentes maneiras: nas cromatoplacas B e C,
aplicou-se uma pequena quantidade das amostras próxima à linha de marcação (1 cm da base)
nos pontos equidistantes; na cromatoplaca D, aplicou-se as amostras diversas vezes em cada
ponto equidistante; e na cromatoplaca E aplicou-se as amostras no sentido paralelo à linha de
marcação da base, formando 3 linhas curtas. Em todas as cromatoplacas, a aplicação das
amostras ocorreu utilizando as cores amarelo, verde e azul, respectivamente. Transferiu-se
para cada cuba, aproximadamente 50 mL do álcool 54ºGL de seu respectivo frasco de
armazenamento para o béquer vítreo e com o auxílio de um bastão de vidro, transferiu-se para
as cubas. Tampou-se e agitou levemente as cubas para tornar a atmosfera homogênea dentro
da mesma. Inseriu-se as cromatoplacas dentro das cubas e tampou-as observando a fase
móvel eluir até a linha de término (linha superior) das cromatoplacas e anotou-se as
observações necessárias após as eluições.
4. Resultados e Discussão
4.1 Cromatografia de corante verde (mix) em papel
O corante artificial alimentício escolhido como amostra a ser separada pelo método
cromatográfico em papel foi o corante verde (mix). Esses corantes comerciais são muito
utilizados na composição de doces, refrigerantes, bolos e alimentos em geral. Em sua
maioria, os corantes não estão puros, ou seja, há uma mistura de pelo menos dois ou mais
corantes em cada frasco. Deste modo, ao ser realizado a cromatografia é visível as frações da
amostra sendo separadas. O corante alimentício utilizado nesse ensaio é uma mistura
contendo as substâncias azul brilhante e Tartrazina. Como fase estacionária tem-se o filme
microscópico de água, uma vez que as fibras de celulose do papel de ofício não são
5
consideradas como fase estacionária, pois elas retiram parte da umidade do ar e criam uma
camada de água sobre sua superfície.
É importante ressaltar que não se deve usar caneta para escrever no papel
cromatográfico, pois a tinta da caneta é formada por vários pigmentos. Estes em contato com
o eluente na corrida cromatográfica podem se separar e apresentar várias tonalidades de
cores. E como o objetivo da prática é a separação das substâncias presentes no corante verde
e não dos pigmentos da caneta, é mais adequado nesse caso a utilização de lápis.
De acordo com a Figura 1, a cromatografia em papel possibilita a visualização da
separação das cores das duas substâncias presentes no corante verde após a eluição da fase
móvel até a linha de chegada, conforme verifica-se abaixo:
6
Para amplificar a discussão, é fundamental analisar a influência que a estrutura
química dos corantes tem sob a fase móvel. Diante disso, o único solvente utilizado neste
procedimento foi o Etanol 54ºGL, que apresenta um considerável percentual de água.
Percebe-se, a partir da Figura 2, que a estrutura química do corante verde (mix) é
formada por duas substâncias, sendo a azul brilhante (coloração azul) e a Tartrazina
(coloração amarela), isso se dá pelo fato que a cor verde é uma cor secundária, sendo formada
pelas cores amarelo e azul. Comtempla-se que a substância azul brilhante, Figura 2 (a),
apresenta uma estrutura mais complexa, de maior cadeia carbônica e embora possua três
grupos sulfonados em sua cadeia, o grupo imínio quaternário pode neutralizar um grupo SO3-,
diminuindo a sua polaridade, assim, resultando num composto com maior afinidade ao
etanol. Já a substância Tartrazina, Figura 2 (b), possui três grupos sulfonados e um grupo
carboxilato, que lhe confere uma maior polaridade, diante disso, sua solubilidade em água é
maior e, portanto, apresenta uma menor afinidade com o etanol, quando comparada ao
corante azul brilhante.
Uma vez que as substâncias presentes no corante verde (mix) são distribuídas
uniformemente sobre o suporte, o qual apresenta a fase estacionária (água), verifica-se que a
substância azul brilhante apresenta menor interação com a fase estacionária, logo teve uma
movimentação mais rápida ao longo da eluição e, portanto, apresenta uma maior distância (ds
= 5,5 cm). Já a substância Tartrazina apresenta-se maior interação com a fase estacionária,
sendo, portanto, seletivamente retida, tendo uma movimentação mais lenta, e por este motivo
apresenta uma menor distância (ds = 3,3 cm).
Para o cálculo do fator de retenção (Rf), utiliza-se as distâncias apresentadas na
Figura 1 e a fórmula base apresentada abaixo:
Fórmula base:
ds
fator de retenção(Rf )=
d f móvel
7
5,5
fator de retenção( Rf )=
5,5
fator de retenção( Rf )=1
1 Amarela
2 Verde
3 Azul
8
De acordo com a Figura 3, a cromatografia em papel possibilita a visualização da
separação das cores das canetinhas hidrocor após a eluição da fase móvel até a linha de
chegada, conforme verifica-se abaixo:
9
Para amplificar a discussão, é fundamental analisar a influência que a polaridade das
amostras tem sob a fase móvel. Comtempla-se que o pigmento de coloração azul apresenta
uma menor polaridade, resultando, assim, numa substância com maior afinidade ao etanol. Já
o pigmento de coloração amarela possui uma maior polaridade, diante disso, sua solubilidade
em água é maior e, portanto, apresenta uma menor afinidade com o etanol, quando
comparada ao pigmento de coloração azul.
Para o cálculo do fator de retenção (Rf), utiliza-se as distâncias apresentadas na
Figura 3, referente à cromatoplaca A, e a mesma fórmula base descrita nos resultados da
cromatografia do corante verde (mix).
Cálculo para as manchas azul:
5,8
fator de retenção( Rf )=
5,8
fator de retenção( Rf )=1
Cálculo para as manchas amarelas:
4,0
fator de retenção( Rf )=
5,8
fator de retenção(Rf )=0,68
Observa-se nos resultados do fator de retenção, que a amostra azul e o fragmento azul
proveniente do pigmento de cor verde, apresentam o mesmo fator de retenção igual a 1, ou
seja, foram totalmente arrastados pelo solvente, confirmando, portanto, se tratarem do mesmo
pigmento. Da mesma forma, a amostra amarela e o fragmento amarelo proveniente do
pigmento de cor verde, são de fato o mesmo pigmento, pois apresentam o mesmo fator de
retenção igual a 0,68, ficando, portanto, seletivamente retidos na fase estacionária.
10
Observa-se, na Figura 4, que as cromatoplacas foram elaboradas com tamanhos e
formas diferentes, e em cada cromatoplaca a aplicação das amostras das canetinhas foram
feitas de maneira diversas. Nota-se que na cromatoplaca (B), o corte foi realizado próximo à
linha da base de aplicação das amostras; na cromatoplaca (C) o corte foi realizado na direção
diagonal próximo à linha da base de aplicação das amostras; na cromatoplaca (D) suas
dimensões foram mantidas conforme a cromatoplaca de referência (A), entretanto as
aplicações das amostras foram realizadas várias vezes, ocasionando um excesso de amostras;
na cromatoplaca (E), a largura foi aumentada e as aplicações das amostras foram realizadas
modo a formar uma linha reta. Os resultados das eluições nas cromatoplacas de B a E podem
ser verificados abaixo:
11
Figura 6 - Resultado da eluição na cromatoplaca C
12
que a separação na amostra verde não ocorreu de forma efetiva, uma vez que, seus
fragmentos de coloração azul e amarelo permaneceram bem próximos.
5. Conclusão
13
dos constituintes. Qualquer mínima alteração na fase móvel, interfere em grande escala no
resultado obtido. O corante verde (mix) é um composto bastante polar, constituído pela
substância de coloração amarela (Tartrazina) que apresenta maior polaridade quando
comparada com a substância azul brilhante, que apresenta maior interação com o etanol. As
tintas das canetinhas apresentam polaridade na cor azul interagindo melhor com a fase móvel
escolhida, e a cor amarela interagindo melhor com a fase estacionária, e a cor verde, que por
se tratar de uma cor secundária, apresenta em sua composição os pigmentos amarelo e azul.
Desta maneira é possível afirmar que este experimento teve seu objetivo alcançado,
uma vez que a separação por partição ocorreu de modo satisfatório no corante alimentício
verde (mix) e na cromatoplaca de referência (A), sendo possível verificar através dos cálculos
de retenção e através da análise visual das cromatoplacas. Entretanto, foi possível verificar
que os erros cometidos durante o preparo das cromatoplacas influenciam fortemente as
análises e os resultados.
6. Geração de Resíduos
Referências
[1] HOEHNE, Lucélia; RIBEIRO, Rosecler. Uso da cromatografia em papel para revelar
as misturas de cores das canetinhas tipo hidrocor em diferentes fases estacionárias.
Revista Destaques Acadêmicos, v. 5, n. 5, 2013. Disponível em:
<http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/366http://www.univates.br
/revistas/index.php/destaques/article/view/366>.
[3] BINATTI, I. Garcia, C. F. Laboratório de Química Orgânica III. Belo Horizonte (MG),
2019.
14
[4] COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. Introdução a métodos
cromatográficos. 5a ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993.
[6] COLLINS, Carol H. et al. Introdução a métodos cromatográficos. 7° edição. ed. rev.
Campinas-SP: UNICAMP, 1997. 273 p.
15