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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

COORDENAÇÃO DE ENSINO TÉCNICO

Laboratório de Química Orgânica III - Módulo 3 - T2 - Noturno

Professora: Adriana de Almeida Pinto Bracarense

Datas da prática: 15/01/2021

Cromatografia em papel

Josianne Karla Silva


Nilo Beltoso da Silva Filho
Thalita Mirian da Silva Jorge

Belo Horizonte (MG)

2021
1. Introdução

A técnica de cromatografia em papel é um dos métodos da cromatografia planar.


Surgiu em 1941, desenvolvida por Martin e Synge e lhes rendeu o prêmio Nobel de 1952.
Essa técnica é usada na forma de eluição, em que se usa uma fase estacionária que é o papel
filtro. O mecanismo envolvido é definido como participação da fase móvel (solvente
[1]
orgânico) e fase estacionária (água presente na celulose) . A cromatografia em papel
consiste em uma camada relativamente fina e plana e a fase móvel desloca-se por ação de
capilaridade. Esta separação ou distribuição dos componentes de uma mistura está
relacionada com as diferentes solubilidades relativas destes componentes na fase móvel e na
fase estacionária. Os componentes menos solúveis na fase estacionária têm uma
movimentação mais rápida ao longo do papel, enquanto que os mais solúveis na fase
estacionária serão relativamente retidos, tendo uma movimentação mais lenta [2]. 
A cromatografia em papel (CP) é simples. É considerada uma técnica de partição
líquido-líquido. O método também serve para fracionar os componentes, que podem ser
analisados por outros métodos complementares. Esse método é bastante usado na área da
bioquímica na separação de compostos.[1][2]. 
A seleção do papel utilizado em CP é muito importante, sendo encontrados diferentes
tipos para a compra.  Existe o “Whatman 1 Chr” cuja espessura é de 0,18 mm, o mesmo é o
mais utilizado, há também o “Whatman 2 Chr” cuja espessura 0,18 mm, e um papel de
superfície mais lisa usado para separações onde a resolução deva ser elevada, o “Whatman 3
Chr”, a espessura 0,36 mm. Papel espesso de superfície rugosa adequado para maiores
quantidades de amostras. Usado na separação de compostos inorgânicos. O “Whatman 4 Chr”
cuja espessura 0,21 é mais utilizado para elevada velocidade de eluição. E há também os
papéis acetilado, impregnado e o tratado com ácido bórico cuja utilização é respectivamente
na separação de substâncias de menor polaridade, na separação de substâncias
moderadamente polares e para substâncias anfóteras ou muito hidroxiladas. Entre o papel de
Whatman n° 4 e o papel acetilado, por exemplo, o Whatman 4 tem uma característica muito
útil na separação de compostos polares e apolares, por sua elevada velocidade de eluição. Já o
papel acetilado tem uma empregabilidade em separação de substâncias com menor polaridade
[3]
.

2
2. Objetivo

Compreender a técnica da cromatografia em papel, utilizando corante alimentício e


canetinhas hidrocor e os erros mais comuns em cromatografia planar.

3. Metodologia
3.1 Materiais

- Tubo capilar;
- Cuba;
- Béqueres vítreos de 100 mL;
- Bastão vítreo;
- Régua;
- Tesoura;
- Lápis grafite;
- Papel (folha de ofício);
- Placa de Petri;
- Pinça.

3.2 Reagentes

- Álcool 54°GL;
- Corante verde (mix);
- Canetinhas hidrocor (verde, amarelo e azul).

3.4 EPI’s e EPC’s

- Luvas;
- Jaleco.

3.5 Procedimento
3.5.1 Cromatografia de corante verde (mix) em papel

Como fase estacionária, utilizou-se um papel (folha de ofício) que foi medido com a
régua, marcado com o lápis grafite e recortado com a tesoura tendo 4 cm de largura e 8 cm de

3
altura. Em seguida, utilizou-se um lápis grafite para marcar uma linha horizontal (1 cm do
início do papel) e outra linha horizontal determinando a linha de término (1 cm do fim do
papel) na cromatoplaca. Retirou-se uma pequena quantidade do corante verde (mix) de seu
frasco de armazenagem e transferiu-se para uma placa de Petri. Com o auxílio de um tubo
capilar, retirou-se um excesso do corante aderido ao tubo capilar, em um papel de ofício e
aplicou-se sobre a cromatoplaca, próximo à marcação da linha da base, aguardou até
completa secagem. Transferiu-se aproximadamente 50 mL do álcool 54ºGL de seu respectivo
frasco de armazenamento para o béquer vítreo e com o auxílio de um bastão de vidro,
transferiu-se para a cuba. Tampou-se e agitou-se levemente a cuba para tornar a atmosfera
homogênea dentro da mesma. Inseriu a cromatoplaca na cuba, utilizou a placa de Petri para
tampar a cuba e aguardou a eluição até a linha demarcada como linha de término na
cromatoplaca. Após a eluição observou-se o resultado.

3.5.2 Cromatografia de tintas de canetinhas em papel

Como fase estacionária, utilizou-se um papel (folha de ofício) que foi medido com a
régua, marcado com o lápis grafite e recortado com a tesoura, apresentando um tamanho
condizente com a passagem pela abertura da cuba. Em seguida, utilizou-se um lápis grafite
para marcar uma linha horizontal (1 cm do início do papel) e outra linha horizontal
determinando a linha de término (1 cm do fim do papel) na cromatoplaca. Utilizando as
canetinhas hidrocor, aplicou-se pontos equidistantes na cromatoplaca, nas cores amarelo,
verde e azul, respectivamente, e aguardou até completa secagem. Transferiu-se
aproximadamente 50 mL do álcool 54ºGL de seu respectivo frasco de armazenamento para o
béquer vítreo e com o auxílio de um bastão de vidro, transferiu-se para a cuba. Tampou-se e
agitou levemente a cuba para tornar a atmosfera homogênea dentro da mesma. Inseriu a
cromatoplaca na cuba, utilizou a placa de Petri para tampar a cuba e aguardou a eluição até a
linha demarcada como linha de término na cromatoplaca. Após a eluição observou-se o
resultado. Tomou-se esta cromatoplaca como referência.

3.5.3 Cromatografia de tintas de canetinhas em papel em cromatoplacas com


dimensões irregulares

Como fase estacionária, utilizou-se um papel (folha de ofício) que foi medido com a
régua, marcado com o lápis grafite e recortado com a tesoura, apresentando um tamanho

4
condizente com a passagem pela abertura da cuba, totalizando 3 cromatoplacas. Em seguida,
utilizou-se um lápis grafite para marcar uma linha horizontal (1 cm do início do papel) e outra
linha horizontal determinando a linha de término (1 cm do fim do papel) nas cromatoplacas.
Enumerou-se de B a D e realizou-se as seguintes modificações: na cromatoplaca B, cortou-se
com o auxílio da tesoura uma das bordas próxima à linha de marcação da base; na
cromatoplaca C, cortou-se uma das bordas próxima à linha de marcação da base na direção
diagonal, manteve-se a cromatoplaca D com as dimensões originais. Uma última
cromatoplaca, enumerada pela letra E, foi medida e cortada, apresentando largura superior à
abertura da cuba. Utilizando três canetinhas de hidrocor (de cores verde, amarelo e azul,
respectivamente), aplicou-se as amostras de diferentes maneiras: nas cromatoplacas B e C,
aplicou-se uma pequena quantidade das amostras próxima à linha de marcação (1 cm da base)
nos pontos equidistantes; na cromatoplaca D, aplicou-se as amostras diversas vezes em cada
ponto equidistante; e na cromatoplaca E aplicou-se as amostras no sentido paralelo à linha de
marcação da base, formando 3 linhas curtas. Em todas as cromatoplacas, a aplicação das
amostras ocorreu utilizando as cores amarelo, verde e azul, respectivamente. Transferiu-se
para cada cuba, aproximadamente 50 mL do álcool 54ºGL de seu respectivo frasco de
armazenamento para o béquer vítreo e com o auxílio de um bastão de vidro, transferiu-se para
as cubas. Tampou-se e agitou levemente as cubas para tornar a atmosfera homogênea dentro
da mesma. Inseriu-se as cromatoplacas dentro das cubas e tampou-as observando a fase
móvel eluir até a linha de término (linha superior) das cromatoplacas e anotou-se as
observações necessárias após as eluições.

4. Resultados e Discussão
4.1 Cromatografia de corante verde (mix) em papel

O corante artificial alimentício escolhido como amostra a ser separada pelo método
cromatográfico em papel foi o corante verde (mix). Esses corantes comerciais são muito
utilizados na composição de doces, refrigerantes, bolos e alimentos em geral. Em sua
maioria, os corantes não estão puros, ou seja, há uma mistura de pelo menos dois ou mais
corantes em cada frasco. Deste modo, ao ser realizado a cromatografia é visível as frações da
amostra sendo separadas. O corante alimentício utilizado nesse ensaio é uma mistura
contendo as substâncias azul brilhante e Tartrazina. Como fase estacionária tem-se o filme
microscópico de água, uma vez que as fibras de celulose do papel de ofício não são

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consideradas como fase estacionária, pois elas retiram parte da umidade do ar e criam uma
camada de água sobre sua superfície.
É importante ressaltar que não se deve usar caneta para escrever no papel
cromatográfico, pois a tinta da caneta é formada por vários pigmentos. Estes em contato com
o eluente na corrida cromatográfica podem se separar e apresentar várias tonalidades de
cores. E como o objetivo da prática é a separação das substâncias presentes no corante verde
e não dos pigmentos da caneta, é mais adequado nesse caso a utilização de lápis.
De acordo com a Figura 1, a cromatografia em papel possibilita a visualização da
separação das cores das duas substâncias presentes no corante verde após a eluição da fase
móvel até a linha de chegada, conforme verifica-se abaixo:

Figura 1 - Resultado após a eluição na cromatoplaca utilizando corante verde (mix)

Nota-se que na cromatoplaca, a amostra foi carreada e quase alcançou a linha de


término, não apresentando um rastro alongado, pois o álcool permitiu o mecanismo de
partição e interagiu com as partes polares e apolares da amostra, sendo este um bom eluente e
apresentando um excelente resultado, pois foi possível separar as duas substâncias presentes
no corante verde (mix).

Figura 2 - Estrutura química do corante verde (mix)

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Para amplificar a discussão, é fundamental analisar a influência que a estrutura
química dos corantes tem sob a fase móvel. Diante disso, o único solvente utilizado neste
procedimento foi o Etanol 54ºGL, que apresenta um considerável percentual de água.
Percebe-se, a partir da Figura 2, que a estrutura química do corante verde (mix) é
formada por duas substâncias, sendo a azul brilhante (coloração azul) e a Tartrazina
(coloração amarela), isso se dá pelo fato que a cor verde é uma cor secundária, sendo formada
pelas cores amarelo e azul. Comtempla-se que a substância azul brilhante, Figura 2 (a),
apresenta uma estrutura mais complexa, de maior cadeia carbônica e embora possua três
grupos sulfonados em sua cadeia, o grupo imínio quaternário pode neutralizar um grupo SO3-,
diminuindo a sua polaridade, assim, resultando num composto com maior afinidade ao
etanol. Já a substância Tartrazina, Figura 2 (b), possui três grupos sulfonados e um grupo
carboxilato, que lhe confere uma maior polaridade, diante disso, sua solubilidade em água é
maior e, portanto, apresenta uma menor afinidade com o etanol, quando comparada ao
corante azul brilhante.
Uma vez que as substâncias presentes no corante verde (mix) são distribuídas
uniformemente sobre o suporte, o qual apresenta a fase estacionária (água), verifica-se que a
substância azul brilhante apresenta menor interação com a fase estacionária, logo teve uma
movimentação mais rápida ao longo da eluição e, portanto, apresenta uma maior distância (ds
= 5,5 cm). Já a substância Tartrazina apresenta-se maior interação com a fase estacionária,
sendo, portanto, seletivamente retida, tendo uma movimentação mais lenta, e por este motivo
apresenta uma menor distância (ds = 3,3 cm).
Para o cálculo do fator de retenção (Rf), utiliza-se as distâncias apresentadas na
Figura 1 e a fórmula base apresentada abaixo:

Fórmula base:
ds
fator de retenção(Rf )=
d f móvel

Onde: ds é a distância da eluição da mancha; df móvel é a distância total da eluição

Cálculo para cor azul:

7
5,5
fator de retenção( Rf )=
5,5
fator de retenção( Rf )=1

Cálculo para cor amarela:


3,3
fator de retenção( Rf )=
5,5
fator de retenção(Rf )=0,6

Observando os resultados dos cálculos de fator de retenção, verifica-se que a


substância azul brilhante apresenta um fator de retenção igual a 1, ou seja, foi totalmente
arrastada pelo solvente. Já o corante Tartrazina apresenta um fator de retenção igual a 0,6,
ficando, portanto, retida na fase estacionária.
Ampliando a discussão, caso utilizasse um solvente com polaridade menor comparado
ao solvente utilizado neste procedimento, poderia inferir-se que as distâncias de eluição das
manchas seriam menores quando comparadas às distâncias encontradas, uma vez que as
substâncias presentes no corante alimentício verde (azul brilhante e Tartrazina) por
apresentarem polaridades, ficariam mais retidas na fase estacionária (água) e, portanto, a
eluição seria reduzida tanto da substância azul brilhante, quanto da sustância Tartrazina.

4.2 Cromatografia de tintas de canetinhas em papel

No ensaio cromatográfico realizado utilizando canetinhas hidrocor, as aplicações na


cromatoplaca foram realizadas seguindo a ordem estabelecida na Tabela 1.

Tabela 1 - Ordem das canetinhas e suas respectivas cores.


Número Tinta

1 Amarela

2 Verde

3 Azul

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De acordo com a Figura 3, a cromatografia em papel possibilita a visualização da
separação das cores das canetinhas hidrocor após a eluição da fase móvel até a linha de
chegada, conforme verifica-se abaixo:

Figura 3 - Resultado após a eluição na cromatoplaca das canetinhas hidrocor.

Observa-se na Figura 3, a cromatoplaca enumerada pela letra A, que de forma


semelhante ao ocorrido com o corante alimentício verde (mix) ao ser arrastado pelo eluente
(Etanol 54ºGL), a cor verde fragmenta-se em duas cores, sendo amarelo e azul. O mesmo
ocorre com a amostra da canetinha hidrocor de cor verde, seguindo então o mesmo
raciocínio, de que a cor verde é secundária, sendo formada, portanto, pelas cores amarela e
azul.
Uma vez que os pigmentos presentes nas canetinhas hidrocor são distribuídas
uniformemente sobre o suporte, o qual apresenta a fase estacionária (água), verifica-se que a
cor azul, proveniente da fragmentação das cores da canetinha verde, acompanha o arraste da
amostra aplicada da canetinha azul e apresentam uma menor interação com a fase
estacionária, logo tiveram uma movimentação mais rápida ao longo da eluição e, portanto,
apresenta uma maior distância (ds = 5,8 cm). Já a cor amarela, obtida da fragmentação da
canetinha verde, acompanha o arraste da amostra de canetinha amarela e apresentam uma
maior interação com a fase estacionária, sendo, portanto, seletivamente retidas, tendo uma
movimentação mais lenta, e por este motivo apresentam uma menor distância (ds = 4,0 cm).
Dessa forma, pode-se inferir que os pigmentos utilizados nas canetinhas de cor amarela e
azul, são os mesmos da canetinha de cor verde, tendo assim, as mesmas características,
composição e comportamento.

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Para amplificar a discussão, é fundamental analisar a influência que a polaridade das
amostras tem sob a fase móvel. Comtempla-se que o pigmento de coloração azul apresenta
uma menor polaridade, resultando, assim, numa substância com maior afinidade ao etanol. Já
o pigmento de coloração amarela possui uma maior polaridade, diante disso, sua solubilidade
em água é maior e, portanto, apresenta uma menor afinidade com o etanol, quando
comparada ao pigmento de coloração azul.
Para o cálculo do fator de retenção (Rf), utiliza-se as distâncias apresentadas na
Figura 3, referente à cromatoplaca A, e a mesma fórmula base descrita nos resultados da
cromatografia do corante verde (mix).
Cálculo para as manchas azul:

5,8
fator de retenção( Rf )=
5,8
fator de retenção( Rf )=1
Cálculo para as manchas amarelas:

4,0
fator de retenção( Rf )=
5,8
fator de retenção(Rf )=0,68
Observa-se nos resultados do fator de retenção, que a amostra azul e o fragmento azul
proveniente do pigmento de cor verde, apresentam o mesmo fator de retenção igual a 1, ou
seja, foram totalmente arrastados pelo solvente, confirmando, portanto, se tratarem do mesmo
pigmento. Da mesma forma, a amostra amarela e o fragmento amarelo proveniente do
pigmento de cor verde, são de fato o mesmo pigmento, pois apresentam o mesmo fator de
retenção igual a 0,68, ficando, portanto, seletivamente retidos na fase estacionária.

As cromatoplacas enumeradas de B a E, foram modificadas conforme pode-se


verificar na figura abaixo:

Figura 4 - Cromatoplacas com as amostras das canetinhas hidrocor.

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Observa-se, na Figura 4, que as cromatoplacas foram elaboradas com tamanhos e
formas diferentes, e em cada cromatoplaca a aplicação das amostras das canetinhas foram
feitas de maneira diversas. Nota-se que na cromatoplaca (B), o corte foi realizado próximo à
linha da base de aplicação das amostras; na cromatoplaca (C) o corte foi realizado na direção
diagonal próximo à linha da base de aplicação das amostras; na cromatoplaca (D) suas
dimensões foram mantidas conforme a cromatoplaca de referência (A), entretanto as
aplicações das amostras foram realizadas várias vezes, ocasionando um excesso de amostras;
na cromatoplaca (E), a largura foi aumentada e as aplicações das amostras foram realizadas
modo a formar uma linha reta. Os resultados das eluições nas cromatoplacas de B a E podem
ser verificados abaixo:

Figura 5 - Resultado da eluição na cromatoplaca B.

A menção a esse procedimento deve-se ao fato de que na cromatoplaca B, as amostras


entraram em contato com o solvente, ocorrendo a solubilização das mesmas. Conforme
verifica-se na Figura 5, não é possível determinar a eluição das amostras na cromatoplaca,
uma vez que devido à solubilização das amostras no solvente, a cromatoplaca não apresenta
pigmentos coloridos e a cuba apresenta uma solução azulada, comprometendo o resultado.

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Figura 6 - Resultado da eluição na cromatoplaca C

Ao examinar a Figura 6, verifica-se que a amostra azul diluiu-se entrar em contato


com solvente, não sendo possível verificar o seu arraste na cromatoplaca, uma vez que
solubilizou no solvente. Já a amostra amarela eluiu, mas devido à inclinação da cromatoplaca,
ficou próxima à borda esquerda da mesma. Caso a interação do pigmento amarelo fosse
maior com o solvente utilizado, a amostra poderia sair da cromatoplaca, prejudicando o
resultado. Comparando os pigmentos amarelos retidos na cromatoplaca, nota-se que
apresentam Rf distintos, devido a inclinação da cromatoplaca. A este fato, poderia analisar
erroneamente a cromatoplaca ao inferir que os pigmentos amarelos apresentarem
composições diferentes. Entretanto, devido à cromatoplaca (A) de referência, sabe-se que os
pigmentos amarelos são do mesmo fabricante, tendo então a mesma composição química.
Compreendendo-se então, que o fato da borda da cromatoplaca ter sido cortada na diagonal
influencia no resultado do experimento.

Figura 7 - Resultado da eluição na cromatoplaca D.

Analisando a Figura 7, percebe-se que o excesso das amostras na cromatoplaca (D)


atrapalhou a eluição, as amostras eluiram aos poucos, formando caudas alongadas. Nota-se

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que a separação na amostra verde não ocorreu de forma efetiva, uma vez que, seus
fragmentos de coloração azul e amarelo permaneceram bem próximos.

Figura 8 - Resultado da eluição na cromatoplaca E.

Verifica-se, a partir da Figura 8, que na cromatoplaca (E) as dimensões são tão


grandes que a mesma ficou arredonda dentro da cuba, e isso interferiu diretamente nos
resultados. As amostras eluiram de forma afunilada, como nota-se no pigmento de coloração
azul à direita da cromatoplaca. E como as amostras foram aplicadas em linhas horizontais na
cromatoplaca, a separação, por exemplo, dos fragmentos da cor verde foi dificultada, uma
vez que não é possível identificar com nitidez os fragmentos azul e amarelo proveniente
desse pigmento.
Comparando a cromatoplaca (E), com a cromatoplaca de referência (A), era esperado
que ambas apresentassem o mesmo comportamento das amostras, uma vez que foram
utilizados o mesmo solvente e as mesmas amostras. Entretanto, a largura da cromatoplaca (E)
e a forma como as amostras foram aplicadas na mesma, resultou em cromatogramas distintos.
Devido às modificações realizadas nas cromatoplacas de B a E, não é possível
determinar o Rf das substâncias presentes nas amostras. Para tal, se faz necessário a
realização do corte do suporte (papel ofício) em conformidade com a cromatoplaca de
referência (A).

5. Conclusão

Concluiu-se que para uma boa execução do método da cromatografia em papel é


necessário ter atenção e esmero durante a realização dos procedimentos. Os principais fatores
que estão ligados a análise cromatográfica em papel são a capilaridade e as interações das
amostras com as fases móveis e estacionárias, influenciadas diretamente pelas polaridades

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dos constituintes. Qualquer mínima alteração na fase móvel, interfere em grande escala no
resultado obtido. O corante verde (mix) é um composto bastante polar, constituído pela
substância de coloração amarela (Tartrazina) que apresenta maior polaridade quando
comparada com a substância azul brilhante, que apresenta maior interação com o etanol. As
tintas das canetinhas apresentam polaridade na cor azul interagindo melhor com a fase móvel
escolhida, e a cor amarela interagindo melhor com a fase estacionária, e a cor verde, que por
se tratar de uma cor secundária, apresenta em sua composição os pigmentos amarelo e azul.
Desta maneira é possível afirmar que este experimento teve seu objetivo alcançado,
uma vez que a separação por partição ocorreu de modo satisfatório no corante alimentício
verde (mix) e na cromatoplaca de referência (A), sendo possível verificar através dos cálculos
de retenção e através da análise visual das cromatoplacas. Entretanto, foi possível verificar
que os erros cometidos durante o preparo das cromatoplacas influenciam fortemente as
análises e os resultados.
6. Geração de Resíduos

Todos os resíduos líquidos gerados, foram armazenados de modo adequado em


frascos identificados, para posterior tratamento e descarte correto. Os resíduos sólidos não
apresentam periculosidade ao meio ambiente, logo, foram descartados no lixo, de forma
consciente. Os capilares utilizados foram descartados na caixa de vidrarias quebradas.

Referências

[1] HOEHNE, Lucélia; RIBEIRO, Rosecler. Uso da cromatografia em papel para revelar
as misturas de cores das canetinhas tipo hidrocor em diferentes fases estacionárias.
Revista Destaques Acadêmicos, v. 5, n. 5, 2013. Disponível em:
<http://www.univates.br/revistas/index.php/destaques/article/view/366http://www.univates.br
/revistas/index.php/destaques/article/view/366>.

[2] SKOOG, Douglas A. Princípios de Análise Instrumental. 5. ed. Porto Alegre:


Bookman, 2002.

[3] BINATTI, I. Garcia, C. F. Laboratório de Química Orgânica III. Belo Horizonte (MG),
2019.

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[4] COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. Introdução a métodos
cromatográficos. 5a ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993.

[5] MAGALHÃES, L. Cromatografia. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/cromatografia/> Acesso em: 01/03/2020

[6] COLLINS, Carol H. et al. Introdução a métodos cromatográficos. 7° edição. ed. rev.
Campinas-SP: UNICAMP, 1997. 273 p.

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