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A luz se apagou dentro de mim

Fecho devagar as cortinas da imaginação

É fim do ato, gritos de bravo! Aplausos para mim

Que danço sobre o tablado do coração

A cada passo, o medo do erro

A tensão toma de conta do corpo inteiro

Em cada suspiro, abraço

Cada movimento se torna perfeito

Eu danço ao som de uma musica que ninguém ouve

Por isso me chamam vez por outra de louca,

E eu choro pelos medos que ninguém mais teve

E por isso a minha voz embarga e fica rouca

E cada salto é a vontade de voar pra longe

De voar, meu Deus, nem sei pra onde

E sigo descrente com os pés calejados

Cortes por todos os lados, pequenos atalhos

Tudo pra enfim encontrar o teu olhar no meu

Tudo para sentir tua vontade na minha

E girar sem ter medo de cair no esquecimento teu

E receber em aplausos tudo o que ainda tinhas

Mas já é fim do ato, se foi a magia

E já me tornei novamente efêmera,


Me tornei totalmente vazia

De poesia, da alegria de quem representa

Me torno humana completa

Vejo o amor descer as escadas

De mãos dadas com quem eu nem esperava

E de quem fiquei isenta, olhando a lua da sacada

Deixando seu brilho me tocar o ventre e as estranhas

Deixando o vento me arranhar e contar estórias estranhas

De um tempo realmente feliz

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