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GUIA DE APLICAÇÃO DE

ROCHAS EM REVESTIMENTOS
2ª edição revista, atualizada e ampliada

Capa formato: 19 x 27cm


GUIA DE APLICAÇÃO DE
ROCHAS EM REVESTIMENTOS
2ª edição revista, atualizada e ampliada

Eleno de Paula Rodrigues


Geólogo (USP)
Mestre e Doutor em Geociências (USP)
Pós-doutor em Rochas Ornamentais (UNESP)
LITHOTEC - Consultoria em Mármores e Granitos

Cid Chiodi Filho


Geólogo (USP)
Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos
Consultor da ABIROCHAS

ABIROCHAS
Brasília, DF
2020
GUIA DE APLICAÇÃO DE ROCHAS EM REVESTIMENTOS
2ª edição revista, atualizada e ampliada

Autores
Eleno de Paula Rodrigues DIRETORIA EXECUTIVA
Cid Chiodi Filho

Colaboradoras
DA ABIROCHAS
Denize Kistemann Chiodi - Geóloga (USP), Kistemann & Chiodi Assessoria em Projetos
Maria Heloísa Barros de Oliveira Frascá - Geóloga (USP), Mestra e Doutora em Geociências (USP),
Consultora em Rochas Ornamentais, MHB - Serviços Geológicos Biênio 2019-2021

Apoio Técnico REINALDO DANTAS SAMPAIO - Presidente


Marília Cordeiro Padrão - Estudante de Engenharia Civil (Instituto Mauá de Tecnologia)
MARCOS REGIS ANDRADE - Vice-Presidente Administrativo Financeiro

Revisão CARLOS ALBERTO LOPES DE ARAÚJO - Vice-Presidente de Relações Sindicais


Ana Paula Drumond Guerra - Jornalista (FAFI-BH), Mestra em Letras (Universidade Presbiteriana
Mackenzie) JOSÉ BALBINO MAIA DE FIGUEIREDO - Vice-Presidente de Relações Institucionais

JOSÉ GEORGEVAN GOMES DE ARAÚJO - Vice-Presidente de Mercado Interno


Capa | Projeto Gráfico | Editoração Eletrônica
Cauã Comunicação Integrada MÁRIO IMBROISI - Vice-Presidente de Meio Ambiente

Copyright© 2020 by ABIROCHAS - Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais PAULO ROBERTO AMORIM ORCIOLI - Vice-Presidente de Mineração
SRTV Sul - Quadra 701 - Conjunto L - nº 38 - Bloco 2 - Sala 601 - Asa Sul
Brasília, DF | CEP 70340-906
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sem permissão expressa da ABIROCHAS. ARMANDO SEQUEIRA DE SOUSA - Vice-Presidente - SINCOCIMO-RJ

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Em parceria com
CARLOS ALBERTO LOPES DE ARAÚJO - SIMAGRAN-BA

CARLOS RUBENS ARAÚJO ALENCAR - SIMAGRAN-CE

JOSÉ BALBINO MAIA DE FIGUEIREDO - SINROCHAS-MG

JOSÉ GEORGEVAN GOMES DE ARAÚJO - SIMAGRAN-PR

552.1
PAULO ROBERTO AMORIM ORCIOLI - AIMAGRAN-RR
Guia de aplicação de rochas em revestimentos / 2 ed. revista,
C5399p atualizada e ampliada. Eleno de Paula Rodrigues,
Cid Chiodi Filho - Brasília: ABIROCHAS, 2020. TALES PENA MACHADO - SINDIROCHAS-ES

232 p.: il. color.

ISBN 978-85-45530-02-2
Conselho Fiscal

1. Rochas ornamentais. 2. Revestimento. 3. Construção Civil. CARLOS ALBERTO LOPES ARAÚJO - SIMAGRAN-BA
4. Minerais Industriais. I. Rodrigues, Eleno de Paula.
II. Chiodi Filho, Cid. III. ABIROCHAS. VI. Título. JOSÉ GEORGEVAN GOMES DE ARAÚJO - SIMAGRAN-PR

Ficha Catalográfica por Rafaela Patente - CRB 2143 PAULO ROBERTO AMORIM ORCIOLI - AIMAGRAN-RR
ENTIDADES ESTADUAIS FILIADAS À ABIROCHAS
ENTIDADES ESTADUAIS AIMAGRAN-RR - Associação das Indústrias de Mármores e Granitos de Roraima
Rua Amajari, 677 - sala 3 - Bairro São Vicente - Boa Vista, RR | CEP 69303-463
Presidente: Claumilde Filgueira de Vasconcelos
Representante na ABIROCHAS: Paulo Roberto Amorim Orcioli

ANPO-ES - Associação Noroeste de Pedras Ornamentais do Espírito Santo


Av. Jones dos Santos Neves, 658 - 2º andar - sala 201 - Centro - Barra de São Francisco, ES | CEP 29800-000
Fone: +55 (27) 3756-5433 | +55 (27) 99944-0848
E-mail: anpo.noroeste@gmail.com | Site: www.anpo.com.br
Presidente-executivo: Mário Imbroisi

SIMAGRAN-BA - Sindicato das Indústrias de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia


Rua Edístio Pondé, 342 - Conj. Albano Franco - Stiep - Salvador, BA | CEP 41770-395
Fone: +55 (71) 3343-1218 | +55 (71) 99731-9950
E-mail: simagranba@fieb.org.br | Site: www.sindicatodaindustria.com.br/simagranba
Presidente: Carlos Alberto Lopes Araújo

SIMAGRAN-CE - Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará


Avenida Barão de Studart, 1980 - 3° andar - Aldeota - Fortaleza, CE | CEP 60120-901
Fone: +55 (85) 3224-4446
E-mail: simagran@sfiec.org.br
Presidente: Carlos Rubens A. Alencar

SIMAGRAN-PR - Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Estado do Paraná


Av. Cândido de Abreu, 200 - 8º andar - Centro Cívico - Curitiba, PR | CEP 80530-902
Fone: +55 (41) 3271-9093
E-mail: simagran@gmail.com | Site: www.fiepr.org.br/sindicatos/simagranpr
Presidente: José Georgevan Gomes de Araújo

SINCOCIMO-RJ - Sindicato das Indústrias da Construção, Mobiliário, Mármores e Granitos da Baixada


Fluminense, Angra dos Reis e Parati
Rua Artur Neiva, 100 - Bairro 25 de Agosto - Duque de Caxias, RJ | CEP 25070-015
Fone: +55 (21) 2671-3544 | 2673-5227 | 2771-9794
E-mail: sincocimo@sincocimo.com.br | Site: www.sindicatodaindustria.com.br
Presidente: Jorge Rodrigues do Nascimento
Vice-Presidente do Setor de Mármores e Granitos: Armando Sequeira de Sousa

SINDIROCHAS - Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo


Avenida João Palácios, 300 - sala 404 - Torre B - Bairro Eurico Sales - Serra, ES | CEP 29160-161
Fone: +55 (27) 3225-2358 | (28) 3521-6144
E-mail: sindirochas@sindirochas.com.br | Site: www.sindirochas.com
Presidente: Tales Pena Machado

SINDRO-PB - Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais do Estado da Paraíba


Rua Manoel Guimarães, 195 - 5º andar - Edif. Agostinho Veloso da Silveira - Campina Grande, PB | CEP 58100-440
Fone: +55 (83) 3335-2067
E-mail: sindicatopb@gmail.com
Presidente: Antônio Fernando de Holanda

SINROCHAS-MG - Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Beneficiamento de Mármores, Granitos e Rochas


Ornamentais no Estado de Minas Gerais
Avenida do Contorno, 4456 - 6° andar - Funcionários - Belo Horizonte, MG | CEP 30110-028
Fone: +55 (31) 3282-7477 | +55 (31) 99695-7143
E-mail: sinrochas@fiemg.com.br | Site: www.sindicatodaindustria.com.br/sinrochasmg
Presidente: José Balbino Maia de Figueiredo

Foto: Martin Howard.


AGRADECIMENTOS Agradecemos aos profissionais das indústrias de produtos de assentamento e proteção, que,
generosamente, disponibilizaram seu tempo para a realização de entrevistas.

Alexandre Franco e Gilberto Ferreira Akemi Brasil

Moisés Cantagesso e André de Oliveira Gomes Bellinzoni

Carmem Taha, Luiz Laguna e Henrique Guedes Bostik Fortaleza

Abílio Ribeiro Fernandes Catédra Engenharia

Rafael Brito Dry Treat | Alicante

Gilmar da Silva Moura Eclipse Brasil | Pioneer

João Paulo Mazzei Adolpho Ecoway Sistemas de Reciclagem

Edgar Guerra Galleria Della Pietra

Gildione Carneiro Alves GCA Restaurações

Daniel Feliciano e Thiago Feliciano Levitare Piso Elevado

Marcelo Massashiro Yanaguihara Mundial Poli Service

Luiz Américo Paradoflex

Fábio Mosena PisoClean & Pek Indústria Química Ltda.

Monalisa Abreu Promaflex Industrial Ltda. | Grupo Velletri

Lucia Ozaki Quartzobrás Indústria e Comércio Ltda.

Quartzolit | Saint-Gobain do Brasil Produtos


Eduardo Cardoso
Industriais e para Construção Civil | Divisão Weber

Ricardo Paschoal Remaster Tecnologia

Paulo Salles SalvaBrás

Jonatas Hernandes, Tuane Souza,


Sika Brasil
Rafael Bitencourt e Wadson Marques

Renato Akira Styroplast Espumas Industriais

Filipe Coutinho Votorantim Cimentos

Foto: Cid Chiodi Filho.


APRESENTAÇÃO A nova edição, ampliada e atualizada do Guia de Aplicação de Rochas em Revestimen-
tos, ocorre em um momento de grandes desafios, não apenas para o setor das rochas
ornamentais e de revestimento, evidentemente, mas para a economia em geral. Aponta-
se para um futuro caracterizado pela intensificação da concorrência interempresarial,
tendo como objetivo determinante o aumento da competitividade.

Difundir as especificações técnicas dos materiais rochosos destinados a revestimentos,


ornamentação e design é uma forma de contribuir para a melhoria da qualidade dos
projetos e das obras através de escolhas adequadas aos usos, que conduzem a outro
fator de economicidade – a compra da quantidade correta dos materiais desejados. O
domínio dessas pré-condições impacta no tempo de execução do projeto e, portanto, na
redução dos custos de produção, contribuindo para o aumento da competitividade.

O guia de aplicação, também chamado de “bula de rochas”, ao oferecer essas informa-


ções a marmoristas, especificadores, construtores e consumidores em geral, objetiva
também a difusão de conteúdos daquilo que denominamos de “cultura da pedra”.

Forma-se um conjunto de conceitos e percepções que, ao lado das melhores práticas de


especificação, aplicação e uso da pedra natural, contribui para a valorização das rochas
brasileiras, tendo como lastro conceitual elementos como qualidade, originalidade, de-
sempenho, funcionalidade, durabilidade, sustentabilidade e beleza.

Temos certeza que o guia de aplicação será de grande utilidade aos parceiros impres-
cindíveis do setor das rochas ornamentais, entre os quais se incluem arquitetos, urba-
nistas, designers, designers de interiores, engenheiros, especialistas e consumidores
finais, ou seja, todos aqueles que, de forma direta ou indireta, realizam a cadeia da in-
dústria da construção.

Esperamos que este, que é o mais amplo e aprofundado produto técnico sobre utiliza-
ção de rochas ornamentais já publicado no Brasil, contribua para a ampliação da pre-
sença das rochas brasileiras no visual urbano e na arquitetura nacional.

Reinaldo Sampaio

Presidente-executivo da ABIROCHAS

Fotomontagem: Denize K. Chiodi.


PREFÁCIO No ano de 2009, a ABIROCHAS - Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamen-
tais publicou o Guia de Aplicação de Rochas em Revestimentos, informalmente designado
como Bula de Rochas. O trabalho foi executado com suporte de recursos financeiros da
Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, no âmbi-
to do convênio Apex-Brasil/ABIROCHAS.

As informações então apresentadas compuseram referência auxiliar para a correta es-


pecificação, aplicação e conservação das rochas de revestimento, constituindo material
de apoio para marmoristas, especificadores, construtores e consumidores finais. As
recomendações expressas, compiladas de normas e trabalhos publicados no Brasil e no
exterior refletiram o conhecimento comum existente à época da publicação.

Foram assim discutidas as condicionantes tecnológicas de maior interesse para ade-


quação dos revestimentos rochosos em diferentes ambientes de aplicação, indicando-
se tipos recomendados de argamassa de assentamento e rejuntamento, bem como se
avaliando as possibilidades de utilização de impermeabilizantes, selantes e outros pro-
dutos protetores. Destacou-se, além disso, que todas as recomendações e orientações
fornecidas demandariam revisões, face a constante atualização de produtos e proces-
sos construtivos.

Atendendo-se a essas diretrizes, foi elaborada uma segunda edição do Guia de Aplica-
ção, a seguir apresentada, e mais uma vez apoiada pela Apex-Brasil, na qual se procurou
avançar tanto nas metodologias de qualificação, seleção e especificação das rochas de
revestimento quanto na indicação das argamassas e produtos protetores disponíveis
para compra no mercado brasileiro. Foram ainda revisadas e atualizadas todas as refe-
rências normativas então compiladas (ABNT, ASTM e CEN), incluindo-se um resumo da
nova norma de desempenho para edificações habitacionais (ABNT NBR 15575:2013),
bem como indicações mais específicas sobre patologias em revestimentos e noções ge-
rais sobre a cadeia produtiva do setor de rochas.

Manteve-se o esforço de melhoria de comunicação com todo o público-alvo através de


um texto compreensível para não especialistas e consumidores finais, como também
adequado para profissionais do setor de rochas, educadores, estudantes universitários,
formadores de opinião e especificadores. Reitera-se que a divulgação deste novo traba-
lho, revisto, atualizado e ampliado, constitui fator de segurança tanto para os agentes
da estrutura de oferta de rochas e seus produtos comerciais quanto dos integrantes da
estrutura de demanda, pela efetiva possibilidade de aprimoramento dos processos
construtivos.

Brasília, 30 de julho de 2020

Geólogo Cid Chiodi Filho

Foto: Cid Chiodi Filho.


Capítulo 1 - A CADEIA PRODUTIVA DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS ................................ 18

SUMÁRIO 1.1 Lavra .................................................................................................................................................................. 21


1.2 Beneficiamento primário ............................................................................................................................... 25
1.3 Marmoraria....................................................................................................................................................... 28

Capítulo 2 - TIPOLOGIA DAS ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO .............................. 34


2.1 Introdução......................................................................................................................................................... 36
2.2 Designação comercial.................................................................................................................................... 37
2.2.1 Granitos................................................................................................................................................... 40
2.2.2 Pegmatitos (“feldspatos”).................................................................................................................... 41
2.2.3 Xistos....................................................................................................................................................... 42
2.2.4 Mármores............................................................................................................................................... 43
2.2.5 Travertinos.............................................................................................................................................. 44
2.2.6 Calcários (limestones)......................................................................................................................... 44
2.2.7 Ônix (mármore ônix)............................................................................................................................. 45
2.2.8 Quartzitos............................................................................................................................................... 46
2.2.9 Quartzo ................................................................................................................................................... 48
2.2.10 Metaconglomerados.......................................................................................................................... 49
2.2.11 Serpentinitos ....................................................................................................................................... 49
2.2.12 Pedra-sabão ........................................................................................................................................ 50
2.2.13 Pedra-talco (esteatito)....................................................................................................................... 51
2.2.14 Ardósias................................................................................................................................................ 52

Capítulo 3 - ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA....................................................... 54


3.1 Considerações gerais..................................................................................................................................... 56
3.2 Petrografia microscópica .............................................................................................................................. 58
3.3 Índices físicos (porosidade aparente, absorção de água e densidade)............................................... 59
3.4 Desgaste abrasivo........................................................................................................................................... 60
3.5 Compressão uniaxial...................................................................................................................................... 62
3.6 Resistência à flexão........................................................................................................................................ 64
3.7 Coeficiente de dilatação térmica linear ...................................................................................................... 67
3.8 Resistência à abrasão superficial (PEI)...................................................................................................... 68
3.9 Coeficiente de atrito........................................................................................................................................ 70
3.10 Impacto de corpo duro ................................................................................................................................ 71
3.11 Determinação do nível de lustro ou brilho ............................................................................................... 72
3.12 Envelhecimento acelerado.......................................................................................................................... 72
3.13 Alteração acelerada...................................................................................................................................... 73
3.14 Outros ensaios destacados........................................................................................................................ 75

Capítulo 4 - NORMA DE DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS


(ABNT NBR 15575:2013) ............................................................................................................ 78
4.1 Introdução ........................................................................................................................................................ 80
4.2 Implicações para as rochas de revestimento ........................................................................................... 83 6.5.2.2 Rejuntamentos de base acrílica ou epóxi........................................................................... 134
4.3 Sistemas de piso............................................................................................................................................. 85 6.5.2.3 Rejuntamentos com selantes elastoméricos .................................................................... 135
4.3.1 Resistência a impactos de corpo duro............................................................................................. 85 6.6 Fachadas ventiladas/aeradas.................................................................................................................... 136
4.3.2 Resistência a cargas verticais concentradas................................................................................. 86 6.6.1 Fixação ................................................................................................................................................. 136
4.3.3 Coeficiente de atrito da camada de acabamento.......................................................................... 86 6.6.2 Características e dimensionamento das placas rochosas ....................................................... 138
4.3.4 Resistência à umidade do sistema de pisos de áreas molhadas e molháveis........................ 87 6.6.3 Juntas................................................................................................................................................... 140
4.3.5 Resistência ao ataque químico dos sistemas de pisos.................................................................87 6.6.4 Ensaios em chumbadores e em protótipos.................................................................................. 141
4.3.6 Desgaste por abrasão.......................................................................................................................... 88 6.7 Espessuras mínimas sugeridas para revestimentos com ardósia .................................................... 144
4.4 Sistemas de vedações verticais internas e externas - SVVIE ................................................................ 88 6.8 Colagem de cubas e tampos ..................................................................................................................... 145
4.4.1 Impactos................................................................................................................................................. 89 6.9 Aplicação de selantes e impermeabilizantes ......................................................................................... 147
4.4.1.1 Impacto de corpo mole............................................................................................................. 89
4.4.1.2 Impacto de corpo duro.............................................................................................................. 91 Capítulo 7 - CONTROLE DE QUALIDADE, LIMPEZA E MANUTENÇÃO ......................................... 150
7.1 Transporte e estocagem das peças na obra .......................................................................................... 152
Capítulo 5 - BASES TÉCNICAS PARA ESPECIFICAÇÃO DE ROCHAS DE REVESTIMENTO ............. 92
7.2 Recepção e conservação dos materiais na obra................................................................................... 152
5.1 Introdução ........................................................................................................................................................ 94
7.3 Tolerâncias dimensionais ........................................................................................................................... 154
5.2 Propostas de qualificação, seleção e especificação de rochas de revestimento.............................. 97
7.4 Proteção de revestimentos durante a fase de obra .............................................................................. 154
5.2.1 Proposta geral de qualificação .......................................................................................................... 97
7.5 Limpeza e manutenção dos revestimentos............................................................................................ 158
5.2.2 Proposta simplificada de seleção................................................................................................... 101
5.2.3 Proposta integrada de especificação............................................................................................. 103
Capítulo 8 - INDICAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL DO PROPRIETÁRIO ....................... 160

Capítulo 6 - CRITÉRIOS ORIENTATIVOS PARA APLICAÇÃO DE ROCHAS


Capítulo 9 - INFORMAÇÕES DE RESPONSABILIDADE DOS FORNECEDORES............................. 166
EM REVESTIMENTOS ............................................................................................................... 106
6.1 Considerações gerais................................................................................................................................... 108
Capítulo 10 - PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS...................................................................... 172
6.2 Revestimentos horizontais convencionais.............................................................................................. 110
10.1 Introdução.................................................................................................................................................... 174
6.2.1 Argamassas de assentamento........................................................................................................ 110
10.2 Síntese das principais patologias em revestimentos ......................................................................... 177
6.2.1.1 Argamassa cimentícia convencional semisseca (tipo “farofa”)..................................... 110
6.2.1.2 Argamassa colante.................................................................................................................. 117
PRINCIPAIS FONTES DE CONSULTA ......................................................................................... 182
6.2.1.3 Argamassa adesiva................................................................................................................. 120
6.2.2 Argamassas de rejuntamento.......................................................................................................... 121
6.2.2.1 Rejuntamentos cimentícios industrializados..................................................................... 121 ANEXOS A, B, C e D - CRITÉRIOS ORIENTATIVOS PARA APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS ....... 186

6.2.2.2 Rejuntamento convencional à base de calda de cimento e Pó Xadrez®


6.2.2.2 e rejuntamento industrializado fluido .................................................................................. 122 ANEXO A - REVESTIMENTOS COM ROCHAS SILICÁTICAS (GRANITOS E SIMILARES) ...................... 189

6.2.2.3 Rejuntamentos de base acrílica ou epóxi........................................................................... 123


6.3 Pisos elevados............................................................................................................................................... 124 ANEXO B - REVESTIMENTOS COM ROCHAS CARBONÁTICAS (MÁRMORES E SIMILARES) ............ 196

6.4 Espessuras mínimas sugeridas para pisos em geral ........................................................................... 127


6.5 Revestimentos verticais convencionais................................................................................................... 128 ANEXO C - REVESTIMENTOS COM ROCHAS SILICOSAS (QUARTZITOS MACIÇOS E SIMILARES).. 203
6.5.1 Argamassas de assentamento ....................................................................................................... 130
6.5.1.1 Argamassa cimentícia convencional pastosa................................................................... 130 ANEXO D - REVESTIMENTOS COM ARDÓSIAS ............................................................................................ 210
6.5.1.2 Argamassa colante.................................................................................................................. 131
6.5.1.3 Argamassa adesiva ................................................................................................................. 134 ANEXO E - PRODUTOS DE ASSENTAMENTO, PROTEÇÃO E LIMPEZA ........................................ 218
6.5.2 Argamassas de rejuntamento ......................................................................................................... 134
6.5.2.1 Rejuntamentos cimentícios industrializados..................................................................... 134 ANEXO F - NORMAS RELATIVAS A ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO................... 224
LISTAGEM DE QUADROS SIGLAS E ABREVIATURAS CITADAS

Nº Título Pág.
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Ensaios e análises para caracterização tecnológica de rochas ornamentais e de revestimento
3.1 e normas adotadas
57 AENOR Asociación Española de Normalización
3.2 Informações obtidas a partir dos resultados do ensaio de abrasão superficial (PEI) 70
AFNOR Association Française de Normalization
3.3 Classificação do Transport Road Research Laboratory 71
AISI American Iron and Steel Institute
3.4 Ensaios de alteração acelerada e seus objetivos 74
3.5 Valores médios obtidos por ensaios tecnológicos de alguns tipos de rochas 75 ASTM ASTM International - American Society for Testing and Materials

3.6 Ensaios e análises recomendados de acordo com o uso pretendido para a rocha 76
BS British Standard
3.7 Especificação tecnológica de granitos e mármores de revestimento 76
CEN European Committee for Standardization
3.8 Referência geral de qualificação tecnológica das rochas ornamentais e de revestimento 77
4.1 Critérios e níveis de desempenho para impacto de corpo duro em sistemas de pisos 85 CETEC Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
Critérios de desempenho sob impactos de corpo mole de elementos estruturais e vedações
4.2 verticais externas com função estrutural
90 CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

Impactos de corpo duro para vedações verticais externas (fachadas) com ou sem função
4.3 estrutural
91 CNC Comando Numérico Computadorizado

4.4 Impactos de corpo duro para vedações verticais internas com ou sem função estrutural 91 DIN DeutschInstitut für Normung
5.1 Parâmetros tecnológicos de referência - granitos (rochas silicáticas) 98
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A
5.2 Parâmetros tecnológicos de referência - mármores (rochas carbonáticas) 99
5.3 Parâmetros tecnológicos de referência - quartzitos (rochas silicosas) 100 NBR Norma Técnica

5.4 Requisitos sugeridos para seleção de rochas 102 NCM Nomenclatura Comum do Mercosul
5.5 Classes resultantes para pisos 102
PEI Porcelain Enamel Institute
5.6 Classes resultantes para paredes e tampos/bancadas 103
5.7 Proposta integrada de especificação - um exemplo 104 TEC/NESH Tarifa Externa Comum/Notas Explicativas do Sistema Harmonizado

5.8 Análise comparativa de materiais cotejados para uma obra 105 UNESP Universidade Estadual Paulista
6.1 Espessuras mínimas sugeridas para pisos de granito, mármore e quartzito 128
UNI Ente Nazionale Italiano di Unificazione
Recomendação de aplicações e tempo em aberto de argamassas colantes industrializadas
6.2 segundo a norma ABNT NBR 14081:2012
133

Revestimento de pisos e paredes com ardósia: espessuras mínimas recomendadas para


6.3 lajotas padronizadas
145

7.1 Tolerâncias dimensionais para placas rochosas de revestimento 154


UNIDADES DE MEDIDA REFERIDAS
10.1 Alteração em revestimentos 175
atm atmosfera kPa quilopascal N newton

LISTAGEM DE FIGURAS cm centímetro kN quilonewton ppm partes por milhão

Nº Título Pág. g grama m metro libra-força


Psi por polegada
GPa gigapascal m2 metro quadrado quadrada
1.1 Estrutura produtiva e comercial de rochas de processamento especial no Brasil 20
2.1 Critérios básicos para a designação comercial das rochas ornamentais e seus produtos 37 J joule m3 metro cúbico s segundo
4.1 Exemplo genérico de um sistema de pisos e seus elementos (ABNT NBR 15575-3:2013) 85
kg quilograma mm milímetro t tonelada
6.1 Exemplo de junta de movimentação 135
6.2 Inserto metálico e seus componentes 141 kgf quilograma-força MPa megapascal °C Grau Celsius
CAPÍTULO 1
A CADEIA PRODUTIVA
DO SETOR DE ROCHAS
ORNAMENTAIS

Por

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Foto: Renato Paldês.

19
A cadeia produtiva do setor de rochas ornamentais é basicamente integrada pelas 1.1 Lavra
etapas de lavra (extração de blocos), beneficiamento primário (serragem e polimento de
chapas) e marmoraria (acabamento). A lavra de rochas ornamentais e de revestimento é convencionalmente precedida por
trabalhos de pesquisa mineral, que permitem a realização pioneira de ensaios de carac-
Essas etapas são sumarizadas a seguir e a estrutura de comercialização das rochas terização tecnológica dos materiais de interesse comercial. Esses trabalhos envolvem
ornamentais é mostrada na Figura 1.1. levantamentos geológicos de superfície, focados na identificação e qualificação prelimi-
nar dos tipos litológicos aflorantes. Em ocorrências favoráveis é realizada a coleta de
pequenas amostras representativas para testes expeditos de polimento e observação
das feições estéticas resultantes. Ainda na fase de pesquisa podem ser realizadas algu-
Empresas de lavra e beneficiamento / serrarias mas sondagens rasas, visando observar a espessura de capeamento de solo e rochas
Blocos
Empresas de lavra
alteradas, bem como a distribuição espacial das rochas identificadas em afloramento. A
Empresas de beneficiamento / serrarias
pesquisa pode também incluir a lavra experimental de blocos para testes de serragem,
polimento e mercado.
Material importado
As atividades de lavra são hoje essencialmente realizadas em maciços rochosos, atra-
vés de bancadas baixas, bancadas altas ou fatias verticais (Foto 1.1). A lavra de mata-
cões foi praticamente abandonada pelas empresas de mineração, remanescendo em
Edifícios públicos, comerciais e residenciais

Marmorarias
situações específicas e cada vez mais raras. Os cortes primários das frentes de lavra
são efetuados com fios diamantados (fotos 1.2 e 1.3), executando-se os cortes secun-
Shoppings
dários e de esquadrejamento final dos blocos, sobretudo com marteletes pneumáticos
Grandes construtoras

da construção (fotos 1.4 e 1.5). Os blocos extraídos geralmente constituem prismas retangulares, com
volumes que podem variar de 5 até 12 m3 (Foto 1.6).

Depósitos
de chapas

Consumidores individuais

Pequenas obras residenciais e


comerciais - construção e reforma

Estrutura de Oferta Estrutura de Demanda

Matéria-prima (blocos) Grandes obras

Pequenas obras
Rochas processadas
acabadas e semiacabadas
(chapas, lajotas padronizadas,
Fluxos comerciais
cut-to-size e custom-made)

Figura 1.1 - Estrutura produtiva e comercial de rochas de processamento especial no Brasil. Foto 1.1 - Frente de lavra a céu aberto, em maciço rochoso de granito, estruturada através de fa-
Fonte: Chiodi Filho (2014). tias verticais em bancadas altas. Foto: Cid Chiodi Filho, 2012.

20 21
Foto 1.2 - Faces lisas de fatias verticais cortadas por fio
diamantado, em pedreira de granito. Foto: Cid Chiodi
Filho, 2015.

Foto 1.3 - Tombamento de fatias verticais sobre colchão de terra em pedreira de granito. Foto: Cid Fotos 1.4 - Furação para esquadrejamento final dos blocos nas fatias verticais tombadas em pe-
Chiodi Filho, 2012. dreira de granito, com a utilização de marteletes pneumáticos. Fotos: Cid Chiodi Filho, 2012.

22 23
1.2 Beneficiamento primário
A partir das frentes de lavra, os blocos são transportados por caminhões para insta-
lações industriais de beneficiamento primário. Nessas instalações é realizada a serra-
gem de chapas, em teares multilâminas de aço, teares multilâminas diamantados ou em
teares multifios diamantados (Foto 1.7), produzindo-se de 32 m2 a 35 m2 equivalentes de
chapas, com 2 cm de espessura, a partir de 1 m3 da rocha. As chapas podem, mais ampla-
mente, variar de 1 a 3 cm de espessura.

As chapas assim obtidas são resinadas (Foto 1.8) e polidas, utilizando-se politrizes au-
tomáticas (Foto 1.9) ou semiautomáticas, ou submetidas a outros processos de acaba-
mento de face (apicoamento, flameamento, jateamento, etc.), como mostrado nas fotos
1.10 e 1.11. Com cerca de 360 teares multifios diamantados operantes, o Brasil possui o
maior parque mundial de serragem com esses modernos equipamentos, tendo-se torna-
do referência internacional na produção de grandes chapas de rochas duras e estrutu-
ralmente complexas (Foto 1.12).

Foto 1.5 - Detalhe da furação e esquadrejamento dos blocos de granito na frente de lavra. Foto:
Cid Chiodi Filho, 2012.

Foto 1.6 - Produto da lavra de rochas ornamental: bloco bem esquadrejado, com marcas laterais Fotos 1.7 - Serragem de bloco para obtenção de chapas em tear multifio diamantado. Fotos: Martin
da furação efetuada para o seu esquadrejamento. Foto: Eleno de Paula Rodrigues. Howard, 2015 (superior) e Eleno de Paula Rodrigues (inferior).

24 25
Foto 1.8 - Chapa de material exótico, resinada para polimento. Foto: Cid Chiodi Filho, 2015. Foto 1.10 - Acabamento flameado para face da chapa. Foto: Cid Chiodi Filho, 2013.

Foto 1.9 - Processo de polimento de chapas em politriz automática multicabeças. Foto: Martin Foto 1.11 - Contraste estético e físico do acabamento polido (à esquerda) e flameado (à direita).
Howard, 2015. Foto: Eleno de Paula Rodrigues, 2018.

26 27
Foto 1.13 - Esquadrejamento de espessor com utilização de serra ponte. Foto: Cid Chiodi Filho,
2013.

Foto 1.12 - Chapas polidas acondicionadas em cavaletes, prontas para comercialização. Foto: Cid
Chiodi Filho, 2017.

1.3 Marmoraria
A atividade de marmoraria representa a última etapa da cadeia produtiva do setor de
rochas, sendo responsável pela elaboração das peças e dos sistemas solicitados nos
projetos de construção ou reforma de edificações. As marmorarias estão assim envolvi-
das com a elaboração dos produtos finais do setor de rochas ornamentais, represen-
tando a principal interface com os consumidores.

Suas operações estão centradas no recorte (Foto 1.13), na colagem e no acabamento


de superfícies e bordas das peças elaboradas. Máquinas automáticas do tipo torno mul-
tifuncional, serra-ponte, jato-d'água e acabadora de borda são cada vez mais exigidas
para a produção de peças cut-to-size e atendimento de grandes projetos arquitetônicos Foto 1.14 - Peças cut-to-size de grande espessura, elaboradas com máquina CNC. Foto: Cid Chiodi
(fotos 1.14 a 1.22). Filho, 2019.

28 29
Foto 1.15 - Acabamento de bordas a úmido. Foto: Cid Chiodi Filho, 2019. Foto 1.17 - Acabamento de borda em peça curvilínea, elaborada com máquina automática CNC.
Foto: Cid Chiodi Filho, 2019.

Foto 1.16 - Peças de grande espessura com fresamento e furação de superfície. Foto: Cid Chiodi Foto 1.18 - Tampo e cuba de pia. Foto: Cid Chiodi Filho, 2019.
Filho, 2019.

30 31
Foto 1.19 - Peças cut-to-size elaboradas com tornos multifuncionais automáticos. Foto: Cid Chiodi Foto 1.21 - Outro detalhe do trabalho possível a partir de tornos multifuncionais automáticos, pa-
Filho, 2019. ra elaboração de peças cut-to-size. Foto: Cid Chiodi Filho, 2019.

Foto 1.20 - Detalhe do entalhamento de peças mostradas na Foto 1.19. Foto: Cid Chiodi Filho, Foto 1.22 - Modelos de balaústres esculturados por torno multifuncional de cinco eixos. Foto: Cid
2019. Chiodi Filho, 2019.

32 33
CAPÍTULO 2
TIPOLOGIA DAS
ROCHAS ORNAMENTAIS E
DE REVESTIMENTO

Por

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Denize Kistemann Chiodi, geóloga,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

35
2.1 Introdução Cada rocha tem nome próprio, características físico-mecânicas específicas e preços
diferenciados, que constituem atributos mercadológicos não das commodities minerais,
Rochas são genericamente definidas como corpos sólidos naturais, formadas por mas das especialidades comerciais ou manufaturas. Cada variedade de rocha de uso
agregados de um ou mais minerais cristalinos. Do ponto de vista geológico, as rochas em ornamentação e revestimento, mesmo na sua forma bruta, deve ser assim entendida
são enquadradas em três grandes grupos genéticos: ígneas, sedimentares e metamór- como um produto manufaturado pela natureza.
ficas. As rochas ígneas, ou magmáticas, resultam da solidificação de material fundido
(magma) em diferentes profundidades da crosta terrestre. As rochas sedimentares são Como exemplo da amplitude geocronológica da evolução da crosta terrestre e de seus
formadas pela deposição química ou detrítica dos produtos da desagregação e erosão materiais constituintes, menciona-se que a maior parte dos granitos, mármores e quart-
de rochas preexistentes, transportados e acumulados em bacias deposicionais de am- zitos brasileiros foram formados há mais de 500 milhões de anos e alguns até há mais
bientes subaquáticos (fluviais, lacustres e marinhos) e eólicos (subaéreos). Rochas me- de 2 bilhões de anos, tendo os mais jovens “apenas” 80 milhões de anos. Além de qual-
tamórficas são formadas pela transformação (metamorfismo) de outras preexistentes, quer argumentação técnica, essa referência de idade ilustra a durabilidade esperada
normalmente como resultado do aumento da pressão e temperatura no ambiente para os revestimentos de rocha, desde que os materiais sejam corretamente especifica-
geológico. dos, aplicados e conservados.

As rochas ornamentais e de revestimento, também designadas pedras naturais, rochas


lapídeas, rochas dimensionais e materiais de cantaria, compreendem os materiais geo-
lógicos naturais que podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em formas
variadas e beneficiados por meio de esquadrejamento, polimento, lustro, etc. Seus prin- 2.2 Designação comercial
cipais campos de aplicação incluem tanto peças isoladas, como esculturas, tampos e
pés de mesa, balcões, lápides e arte funerária em geral quanto edificações, destacando- A designação comercial de uma rocha ornamental e de revestimento tem dois compo-
se, nesse caso, os revestimentos internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas, nentes: a indicação do tipo de rocha e o nome fantasia a ela atribuído (Figura 2.1).
soleiras, etc.
A indicação tipológica traduz o entendimento ou a percepção dos produtores/fornece-
Os padrões cromáticos e estruturais constituem os principais atributos considerados dores sobre a variedade de rocha que se oferece ao mercado consumidor. Anterior-
para qualificação comercial de uma rocha. De acordo com as características cromáticas mente, o nome fantasia referia-se ao local de origem e coloração do material, por exem-
e estruturais, as rochas são enquadradas como clássicas, comuns ou excepcionais. As plo, Vermelho Capão Bonito, Verde Candeias, Cinza Mauá, etc. (Fotos 2.1).
clássicas não sofrem influência de modismos. As comuns ou de “batalha” são de largo
emprego em obras de revestimento. Os materiais excepcionais são normalmente utiliza-
dos para peças isoladas e pequenos revestimentos. As rochas com padrões cromáticos,
Rochas de Processamento Simples Rochas de Processamento Especial
texturais e estruturais não convencionais têm sido comercialmente designadas
exóticas.

PEDRA
Mais do que pelas excelentes propriedades funcionais para ornamentação e revesti- (termo genérico)
LOCALIDADE-TIPO TIPO DE ROCHA NOME FANTASIA

mento, os materiais rochosos naturais notabilizam-se pela diversidade e beleza de seus


padrões estéticos. Tais padrões são resultantes da interação de diferentes estruturas
(desenhos/movimentos), texturas (dimensão e arranjo dos cristais constituintes) e fei-
ções cromáticas (dependentes da mineralogia e quimismo da rocha).

A multiplicidade dos ambientes geológicos geradores, somada às singularidades espa- DESIGNAÇÃO DESIGNAÇÃO
ço-temporais de evolução da crosta terrestre, confere particularidades estéticas únicas COMERCIAL COMERCIAL
e exclusivas a cada tipo de rocha e até a cada afloramento de um mesmo maciço
rochoso. Do ponto de vista geológico, os processos genéticos combinam dezenas de
elementos químicos, centenas de minerais e infinitos padrões texturais e cromáticos Figura 2.1 - Critérios básicos para a designação comercial
associados. das rochas ornamentais e seus produtos.

36 37
Os códigos fiscais desses materiais rochosos e seus produtos são abrangidos nos
capítulos 25 e 68 desse sistema harmonizado, constando da listagem da TEC/NESH1 e
suas notas explicativas, que têm como base a Nomenclatura Comum do Mercosul
(NCM).

A grande variedade de rochas ornamentais e de revestimento produzida no Brasil tem


criado algumas dificuldades para a classificação fiscal de materiais oferecidos nos mer-
cados interno e externo. Essas dificuldades são ainda agravadas pela inespecificidade
dos códigos fiscais apresentados na listagem da TEC/NESH, inclusive para diferencia-
ção de produtos comerciais, acarretando problemas em documentos de operações fis-
Fotos 2.1 - Imagens dos granitos Vermelho Capão Bonito, Verde Candeias e Cinza Mauá, cuja
cais, minerárias, de comércio exterior, etc.
designação comercial faz referência à cor e à procedência do material. Fotos: ABIROCHAS, 2001.

Os termos utilizados para indicação do tipo de rocha estão associados a cinco grupa-
mentos litológicos composicionais: rochas silicáticas, rochas carbonáticas, rochas sili-
É importante destacar que os materiais extraídos em blocos e/ou serrados por teares
cosas, rochas ardosianas e rochas ultramáficas. Essas subdivisões não têm conotação
ou talha-blocos são denominados como rochas de processamento especial. Os mate-
genética, mas as rochas carbonáticas, rochas silicosas e as rochas ardosianas são
riais que têm seus produtos comerciais elaborados por ferramentas manuais, materiais
geralmente sedimentares ou metamórficas de origem sedimentar, enquanto as rochas
estes geralmente foliados ou plaquetados/laminados, são denominados rochas de pro-
silicáticas e as ultramáficas integram-se a um grande conjunto de materiais ígneos ou
cessamento simples (vide Figura 2.1), referindo-se, como exemplos brasileiros, a pedra
metamórficos de origem ígnea.
São Tomé (quartzito foliado), a pedra Miracema ou Paduana (gnaisse foliado), a pedra
Morisca (arenitos plaqueados), a pedra Cariri (calcários plaqueados) entre outros (Fotos As rochas silicáticas são aquelas formadas por proporções variáveis de minerais silicá-
2.2). Essa noção constitui referência auxiliar para parte das designações comerciais a ticos (feldspatos, micas, anfibólios, etc.) e silicosos (quartzo), ou apenas silicáticos,
seguir apresentadas. abrangendo os materiais comercialmente classificados ou identificados como granito,
pegmatito (“feldspato”), xisto.

As rochas carbonáticas são aquelas formadas por proporções variáveis de calcita, dolo-
mita e outros carbonatos, podendo conter subordinadamente minerais silicáticos e/ou
silicosos. Este grupo de rochas inclui o que comercialmente se classifica como mármo-
re, travertino, limestone (calcário) e ônix (mármore ônix).

As rochas silicosas são aquelas essencialmente formadas por quartzo e/ou sílica
amorfa, com quantidades subordinadas de minerais silicáticos e/ou carbonáticos,
abrangendo os materiais comercialmente classificados como quartzito, metaconglome-
rado e quartzo (o verdadeiro quartzo natural e não o produto composto artificialmente).

Fotos 2.2 - Exemplos de rochas de processamento simples: pedra Cariri, pedra Paduana e pedra Rochas composicionalmente silicáticas, mas com algumas características específicas,
Morisca. Fotos: ABIROCHAS, 2001.
incluem as rochas ardosianas e as rochas ultramáficas, neste último caso, abrangendo
serpentinitos (também chamados de mármores verdes), pedra-sabão e pedra-talco. As
Atualmente, a designação comercial procura não informar a procedência do material, rochas ardosianas são caracterizadas pela presença de superfícies preferenciais de
como forma de resguardar sua exclusividade para o produtor, nem necessariamente faz delaminação plano-paralelas e notavelmente lisas, formadas por fraco metamorfismo
referência à sua cor. Ainda como estratégia de mercado dos fornecedores, o mesmo mate- sobre sequências sedimentares argilosas e síltico-argilosas. Serpentinitos, pedra-sabão
rial pode receber diferentes designações comerciais, o que pode confundir o consumidor. e pedra-talco são rochas ultramáficas metamorfizadas, de derivação magmática, carac-
terizadas pela deficiência em sílica e pela presença dos minerais serpentina, tremo-
Na classificação fiscal dos produtos comerciais de materiais rochosos naturais, empre- lita/actinolita, clorita, talco e carbonatos, em diversas associações.
gados para ornamentação e revestimento, são utilizados códigos numéricos de oito
algarismos compatibilizados a um sistema harmonizado internacional. 1
TEC/NESH - Tarifa Externa Comum/Notas Explicativas do Sistema Harmonizado.

38 39
Para distinção entre uma rocha silicática (granitos em geral) e uma carbonática (már-
mores, travertinos e calcários), dois procedimentos relativamente simples são recomen-
dados: os granitos não são riscados por canivetes e chaves; os mármores, travertinos e
calcários são riscáveis por canivetes/chaves e reagem ao ataque de ácido clorídrico ou
muriático, mesmo diluídos a 5-10% em volume, e menos intensamente ao ataque de li-
mão, com efervescência variável.

Serpentinitos e ardósias não efervescem ou efervescem muito discretamente e podem


ser riscados por canivetes. Os quartzitos, muitas vezes assemelhados aos mármores,
Copacabana CD Black Taurus
não são riscados por canivetes/chaves e nem efervescem com ácido clorídrico ou li-
mão. As ardósias distinguem-se dos mármores pelas cores homogêneas e fechadas,
normalmente mais escuras (cinza, grafite, preto, vinho e verde-escuro). Os serpentinitos
são identificados pelas cores esverdeadas e desenhos mais ou menos característicos,
tendo propriedades físico-mecânicas e químicas assemelhadas às das rochas carbo-
náticas.

Os termos geológicos utilizados no Brasil para a identificação das rochas ornamentais


são a seguir apresentados.

Blue Wave Golden Thunder Branco Ceará

Fotos 2.3 - Exemplos de rochas enquadradas como “granitos” pelo setor de rochas ornamentais.
Fotos: ABIROCHAS, 2001, e Cid Chiodi Filho, 2015.
2.2.1 Granitos

O termo granito é utilizado para identificar um amplo conjunto de rochas silicáticas


granulares e compactas, de estrutura orientada ou não, formadas por diferentes asso-
ciações de quartzo, feldspatos, micas, anfibólios e vários outros minerais acessórios.
Charnockitos (granitos verdes, como Ubatuba e Labrador), gabros (granitos negros,
2.2.2 Pegmatitos (feldspatos)
como São Gabriel), sienitos (como Azul Bahia e Ás de Paus), rochas gnáissico-migma-
Rochas pegmatíticas têm sido comercialmente chamadas de feldspato2, constituindo
títicas (como Copacabana, CD, Black Taurus, Blue Wave, Golden Thunder), além das ver-
parte dos materiais brasileiros considerados exóticos (Fotos 2.4). Os pegmatitos repre-
dadeiras rochas graníticas (como Vermelho Capão Bonito, Cinza Mauá, Branco Ceará),
sentam os estágios finais de cristalização de magmas graníticos, tendo, assim, compo-
devem ser comercialmente identificados como granito (Fotos 2.3).
sição mineralógica semelhante. Os pegmatitos são, no entanto, formados por cristais
gigantes de quartzo, feldspato, micas (biotita e muscovita) e anfibólios, que variam de
dimensões centimétricas até, excepcionalmente, métricas.

Os cristais gigantes determinam características estéticas e propriedades físico-mecâ-


nicas muito distintas das rochas graníticas convencionais, justificando-se uma identi-
ficação comercial específica. O termo pegmatito é mais adequado do que feldspato pa-
ra essa identificação do tipo da rocha, propondo-se aqui a sua adoção. Os materiais
Delicatus Bianco, Splendor White e Everest são exemplos de pegmatitos.

Na terminologia geológica, feldspato é o nome de um grupo de minerais formado por silicatos de alumínio, só-
2

Verde Ubatuba Preto São Gabriel Azul Bahia 2


dio, cálcio, e não o nome de uma rocha.

40 41
2.2.4 Mármores

Comercialmente, o termo mármore abrange todas as rochas carbonáticas, metamorfi-


zadas (recristalizadas) ou não, tanto de massa fina quanto de massa grossa, capazes
de desenvolver brilho em superfícies polidas/lustradas, até sem aplicação de resinas.
Calcita e/ou dolomita são seus principais constituintes, tendo-se padrões cromáticos
normalmente definidos por minerais acessórios. Constituem exemplos brasileiros os di-
versos mármores de Cachoeiro de Itapemirim, no estado do Espírito Santo, além de már-
mores dos estados da Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, etc. (Fotos 2.6).
Delicatus Bianco Splendor White Everest

Fotos 2.4 - Variedades de rochas pegmatíticas, comercialmente classificadas como materiais exó-
ticos. Fotos: Cid Chiodi Filho, 2016.

2.2.3 Xistos

Classifica-se como xisto um amplo conjunto de rochas geralmente silicáticas, porta- Branco Paraná All Saints Branco Michelangelo Calacatta
doras de foliação ou estrutura xistosa bem desenvolvida. Apesar de foliadas, essas ro-
chas são extraídas em blocos e beneficiadas como os materiais maciços, pois sua
xistosidade é irregular e não forma planos preferenciais de delaminação.

O termo xisto é apropriado como forma de classificação comercial, pois alguns mate-
riais colocados no mercado, como o Matrix, Meteorus e outros (Fotos 2.5), não têm
equivalência com os demais integrantes do grupo das rochas silicáticas. Rochas
gnáissico-migmatíticas, mesmo com foliação e orientação proeminente, por exemplo,
como os materiais designados Copacabana e Golden Thunder (vide Fotos 2.3), entre ou-
tros, não devem ser comercialmente identificados como xisto, mas, sim, como granito. Cielo Blue Matarazzo San Pellegrino

Branco Cintilante Calacata Super White Avalanche


Meteorus Matrix

Fotos 2.6 - Alguns tipos de mármores lavrados no Brasil e comercializados para fins de revesti-
Fotos 2.5 - Rochas xistosas exploradas para revestimento. Fotos: Cid Chiodi Filho, 2016. mento e ornamentação. Fotos: ABIROCHAS, 2001, e Cid Chiodi Filho, 2018.

42 43
2.2.5 Travertinos

São definidas como travertino as rochas sedimentares de cor geralmente bege e ban-
damento irregular, quase sempre portadoras de cavidades, formadas por precipitação
química de carbonato de cálcio em ambientes de água doce. A presença de impurezas
pode determinar variações cromáticas amareladas, marrons e até avermelhadas. Suas
estruturas e texturas mais heterogêneas, sobretudo as cavidades, permitem distinguir o
travertino das rochas comercialmente classificadas como mármore e limestone (calcá-
rio). Um exemplo brasileiro é o travertino Bege Bahia (Fotos 2.7).
Crema Atlântico Pedra Cariri Creme Mont Charmot

Fotos 2.8 - Exemplos de rochas calcárias (limestones) utilizadas como rochas de revestimento,
exploradas no Brasil. Fotos: ABIROCHAS, 2001.

2.2.7 Ônix (mármore ônix)

Ônix ou mármore ônix é uma rocha carbonática gerada pela deposição de calcita em
cavernas, através do mesmo processo de formação de estalactites, estalagmites e ou-
Fotos 2.7 - Travertino Bege Bahia (à esquerda). As pequenas cavidades dos travertinos com face tros espeleotemas. Suas principais características são estruturas bandadas concên-
natural (no centro) podem ser estucadas com mástique (à direita). Fotos: Eleno de Paula Rodrigues. tricas ou semiconcêntricas, onde se alternam leitos translúcidos de cor esverdeada,
amarelada e até marrom avermelhada. A designação de ônix ou mármore ônix, utilizada
para esses materiais no setor de rochas ornamentais e de revestimento, se deve à sua
semelhança com o ônix verdadeiro, formado por quartzo criptocristalino, também trans-
lúcido e com bandamento cromático (Fotos 2.9).

2.2.6 Calcários (limestones) Alabastro é um material translúcido de cores claras e, por vezes, com aspecto leitoso,
frequentemente portador de bandamento cromático. Formado pelo mineral gipso (sulfa-
São rochas carbonáticas, de origem sedimentar, geralmente formadas pela deposição
to hidratado de cálcio), é comumente identificado e também comercializado como ônix
química ou detrítica de calcita em ambientes marinhos. Impurezas comuns incluem mi-
ou mármore ônix.
nerais argilosos, quartzo e/ou sílica amorfa, sulfetos e material orgânico e/ou grafitoso,
que conferem uma ampla variedade cromática às rochas portadoras. Assim como nos
mármores, é frequente a presença de fósseis, geralmente fragmentados e reconhecíveis
a olho nu, representados por conchas de moluscos e esqueletos/carapaças de outros
organismos, principalmente corais. São classificadas comercialmente como limestone
ou calcário as rochas carbonáticas cujas superfícies polidas/lustradas desenvolvem bri-
lho apenas quando resinadas.

No Brasil, os calcários da Chapada do Araripe, na divisa dos estados do Ceará e de


Pernambuco, são explorados como rocha de processamento simples e chamados de
pedra Cariri. Os calcários da Chapada do Apodi, na divisa dos estados do Ceará e do Rio
Alabastro Mármore Ônix Mármore Ônix
Grande do Norte, são, por sua vez, explorados como rocha de processamento especial, a
exemplo dos materiais designados Mont Charmot, Crema Atlântico, Crema Striato e ou-
tros (Fotos 2.8). Fotos 2.9 - Alguns aspectos de alabastros e mármores ônix. Fotos: Cid Chiodi Filho.

44 45
2.2.8 Quartzitos

Rochas compostas essencialmente por grãos ou cristais de quartzo, quartzo microcris-


talino, quartzo criptocristalino e/ou sílica amorfa, em geral metamorfizadas, são comer-
cialmente classificadas como quartzito. Estão aí representados quartzitos verdadeiros
(arenitos metamorfizados), alguns arenitos, cherts, silexitos e outros. Pelo alto conteú-
do de sílica e elevada resistência abrasiva, rochas ferríferas, como os jaspilitos e os ita-
biritos (tipo Iron Red e Red Metal), também podem ser classificadas como quartzito
pelo setor de rochas ornamentais e de revestimento (Foto 2.10). Louise Blue Arezzo Rosso Fiorentino

Venon Gaya Infinity White

Foto 2.10 - Iron Red. Foto: Cid Chiodi Filho, 2015.


Fotos 2.11 - Variedades de quartzitos maciços brasileiros. Fotos: Cid Chiodi Filho, 2016 a 2019.

Assim como nas rochas carbonáticas, com as quais são muitas vezes assemelhados,
os minerais acessórios normalmente definem os padrões cromáticos dos quartzitos. A
São denominados quartzitos foliados quando, pela presença de mica isorientada, permi-
semelhança com rochas carbonáticas é apenas visual, pois os quartzitos são mais re-
tem delaminação plano-paralela (desplacamento) com o uso de cunhas. Constituem
sistentes à abrasão e ao ataque de produtos quimicamente reativos. Uma das feições
exemplos brasileiros de quartzitos foliados a pedra São Tomé, a pedra Goiana, a pedra
mais características dos quartzitos maciços são as estruturas reliquiares do acama-
Mineira e várias outras, cujos principais produtos são de processamento simples (Fotos
mento primário, identificadas como “estratificação cruzada”.
2.12).

Constituem exemplos de quartzitos maciços o Azul Macaúbas, Azul Imperial, Nacarado,


Louise Blue, Arezzo, Rosso Fiorentino, dentre outros (Fotos 2.11).

Pedra São Tomé Pedra São Tomé Pedra Goiana

Azul Macaúbas Azul Imperial Nacarado Fotos 2.12 - Quartzitos foliados do tipo Pedra São Tomé e Pedra Goiana. Fotos: ABIROCHAS, 2001.

46 47
2.2.9 Quartzo 2.2.10 Metaconglomerados

Veios de quartzo espessos e fases totalmente quartzosas da intrusão de grandes veios Os metaconglomerados constituem um tipo especial de rocha sedimentar metamorfi-
pegmatíticos também estão sendo explorados como material de ornamentação e reves- zada. Eles são constituídos por seixos de dimensões variáveis, mais e menos arredon-
timento. Diferentemente dos quartzitos, esse quartzo não tem origem sedimentar ou dados e, por vezes, estirados, imersos em uma matriz geralmente quartzosa. No Brasil,
vulcano-sedimentar, merecendo, por isso, uma designação própria. A designação sugeri- a maior parte das variedades exploradas como rocha ornamental e de revestimento é de
da é quartzolito, geologicamente definido como uma rocha ígnea com mais de 90% metaconglomerados polimíticos, ou seja, que possuem seixos de mais de um tipo de
de quartzo. Alguns exemplos desse quartzo verdadeiro são o Lumix, Quartzo Bianco, rocha (quartzitos, granitos, gnaisses, etc.). Constituem exemplos de metaconglomerado
Elegance, Tahiti, Metira e outros (Fotos 2.13). os materiais designados Rhodium, Nero Marinace, Verde Marinace, Gold Marinace, Via
Appia, Opala, dentre outros (Fotos 2.14).

Verde Marinace Rhodium Nero Marinace

Via Appia Emerald Green Golden Marinace

Fotos 2.14 - Metaconglomerados polimíticos brasileiros, com diferentes tipos de seixos e matriz.
Fotos: Cid Chiodi Filho, 2015.

2.2.11 Serpentinitos

O serpentinito é uma rocha ultramáfica metamorfizada, de derivação magmática, algu-


mas vezes identificada como mármore verde. Sua coloração pode ser tanto verde-escu-
Fotos 2.13 - Material denominado Quartzo Bianco, que pode ser classificado como um quartzolito. ro (tipo Verde Alpi e outros) quanto, mais raramente, vermelho-escuro (tipo Rosso Sacra-
Fotos: Cid Chiodi Filho, 2016. mento), conforme Fotos 2.15.

48 49
Os principais constituintes mineralógicos incluem serpentina, tremolita/actinolita, clo-
rita, talco e carbonatos, em diversas associações, destacando-se que os serpentinitos
são deficientes em sílica e, portanto, caracterizados pela ausência de quartzo e felds-
patos. Sua ocorrência é muitas vezes associada à pedra-sabão e à pedra-talco, com as
quais são geneticamente correlacionáveis. Seu principal uso é em revestimento, já que
os serpentinitos desenvolvem brilho quando polidos/lustrados.

Fotos 2.16 - Sink top e chapas de pedra-sabão. Fotos: Micapel Slate.

2.2.13 Pedra-talco (esteatito)

Caracteriza-se por ser riscável com a unha e untuosa ao tato, exibindo aspecto mos-
queado e cores marrons a esverdeadas. É essencialmente constituída por talco e utiliza-
Fotos 2.15 - Serpentinitos Verde Alpi e Rosso Sacramento. Fotos: Cid Chiodi Filho, 2010. da, sobretudo, para elaboração de objetos decorativos. Do ponto de vista geológico e
comercial, a pedra-talco é distinta da pedra-sabão (Foto 2.17).

2.2.12 Pedra-sabão

A composição da pedra-sabão
assemelha-se a dos serpenti-
nitos, apenas com maior con-
centração de talco e, portanto,
menor resistência à abrasão. A
rocha tem normalmente cor
cinza escuro e não pega brilho
quando polida/lustrada. Seus
principais usos estão ligados à
confecção de lareiras e fornos
domésticos, além de panelas e
outros utensílios utilizados pa-
ra cocção de alimentos (Fotos
2.16).

Foto 2.17 - Objetos elaborados com


Foto 2.16 - Pedra-sabão, escovada pedra-talco. Foto: Denize Kistemann
e polida. Foto: Micapel Slate. Chiodi, 2018.

50 51
2.2.14 Ardósias

Ardósias resultam de processos de fraco metamorfismo sobre sequências sedimenta-


res argilosas e síltico-argilosas. Sua definição e caracterização baseiam-se na presença
de superfícies preferenciais de delaminação, posicionadas paralelamente entre si e com
faces notavelmente planas e lisas. Essa delaminação é o que se designa como cliva-
gem ardosiana, formada pela isorientação de minerais placoides e prismáticos. Os tipos
de ardósia são comercialmente identificados pela cor, tendo-se variedades cinzas, ne-
gras, verdes, roxas (vinho) e ferrugem (Fotos 2.18).

Ardósia Cinza Ardósia Ferrugem

Ardósia Preta

Ardósia Verde Ardósia Vinho

Fotos 2.18 - Variações cromáticas das ardósias de Minas Gerais. Fotos: Cid Chiodi Filho, 2014.

Foto: Cid Chiodi Filho.

52
CAPÍTULO 3
ENSAIOS DE
CARACTERIZAÇÃO
TECNOLÓGICA

Por

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Maria Heloísa Barros de Oliveira Frascá, geóloga,


Dsc., MHB Serviços Geológicos

Foto: Cid Chiodi Filho.

55
3.1 Considerações gerais Quadro 3.1 - Ensaios e análises para caracterização tecnológica
(1)
de rochas ornamentais e de revestimento e normas adotadas
Além das feições estéticas desejáveis para as rochas ornamentais e de revestimento, a
Normas
seleção e o uso dos materiais devem levar em conta suas características tecnológicas, Ensaios (unidade)
as quais condicionam basicamente o comportamento físico-mecânico das rochas nas ABNT ASTM CEN

circunstâncias normais de utilização, permitindo diagnosticar problemas estéticos de- Análise petrográfica NBR 15845-1:2015 C1721 EN 12407
correntes da seleção e aplicação inadequadas dos materiais.
Dureza Knoop (MPa) EN 14205

Para a definição desses e de outros parâmetros igualmente relevantes, recomenda-se Massa específica (kg/m3)
que os materiais rochosos de ornamentação e revestimento sejam submetidos a en- C97 EN 1936
Índices
Porosidade (%) NBR 15845-2:2015
saios de caracterização tecnológica. Esses ensaios objetivam balizar os campos de físicos C121 (ardósias) EN 13755

aplicação dos materiais e o seu comportamento diante das solicitações, podendo ser Absorção de água (%)

(2)
exigidos pelos consumidores e constar em catálogos fotográficos promocionais dos

ROCHA BRUTA
Capilaridade (g/m2.s½) EN 1925
fornecedores.
Dilatação térmica linear (mm/m°C x 10-3) NBR 15845-3:2015 D4535 EN 14581

As propriedades físicas das rochas são avaliadas através de análise petrográfica, índi-
Desgaste abrasivo (mm) NBR 12042:2012 (Amsler) C241, C1353 EN 14157
ces físicos (densidade, porosidade e absorção de água), dilatação térmica linear, impac-
to de corpo duro e desgaste abrasivo. Através desses ensaios são definidos os minerais Compressão uniaxial (MPa) NBR 15845-5:2015 C170 EN 1926

componentes, arranjo cristalográfico, estado de fissuração, grau de alteração hidroter- Módulo de ruptura (Flexão 3 apoios) (MPa) NBR 15845-6:2015 C99 EN 12372
mal e/ou intempérica, etc.
EN 14146
Módulo de elasticidade (MPa) NBR 10341:2016 C1352 EN 14580
As propriedades mecânicas são avaliadas através de ensaios de compressão uniaxial
Propagação de ondas ultrassônicas longitudinais (m/s) NBR 8802:2019 D2845 EN 14579
e flexão (três e quatro apoios), que definem a capacidade de suportar a pressão de
cargas. C880
Flexão (Flexão 4 apoios) (MPa) NBR 15845-7:2015 EN 13161
C120 (ardósias)

(3)
Os procedimentos e orientações/especificações para avaliação dos resultados de en- Impacto de corpo duro (m) NBR 15845-8:2015 EN 14158

ROCHA BENEFICIADA
saios tecnológicos são determinados por normas técnicas estabelecidas por institui- Escorregamento - Teste de pêndulo E303 EN 14231
ções normalizadoras nacionais e estrangeiras (Quadro 3.1.).
Medição de brilho D523

Os principais conjuntos de normas, nem sempre equivalentes em suas especificações, Resistência ao ataque químico NBR 16596:2017
são definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), American Society
Resistência ao manchamento NBR 13818:1997 Anexo G EN 16301
for Testing and Materials (ASTM), European Committee for Standardization (CEN), con-
forme apresentado no Anexo G. Cabe mencionar que as normas da CEN são publicadas (1) Os ensaios previstos para uma mesma propriedade nem sempre são equivalentes entre as normas ABNT,
pelas diversas instituições normativas da União Europeia, como Deutsch Institut für ASTM e CEN.
(2) Ensaios em rochas brutas procuram representar as diversas solicitações às quais a rocha estará subme-
Normung (DIN), Association Française de Normalization (AFNOR), Asociación Española
tida durante todo o processamento até seu uso final, quais sejam: extração, esquadrejamento, serragem dos
de Normalización (AENOR), British Standard Institution (BSI), Ente Nazionale Italiano di blocos em chapas, polimento/lustração das placas, recorte em ladrilhos, etc.

Unificazione (UNI), etc. (3) Ensaios em rochas beneficiadas visam à obtenção de parâmetros para dimensionamento das rochas pa-
ra revestimento de fachadas e pisos. Os ensaios de resistência ao ataque químico e manchamento objeti-
vam a previsão de possíveis deteriorações/manchamentos decorrentes de manutenção/limpeza inadequa-
Deve-se observar que alguns parâmetros tecnológicos são modificados nas rochas das e/ou contato acidental com produtos de uso cotidiano.

beneficiadas, por exemplo, quando são aplicadas resinas de polimento e telas de refor-
ço estrutural nas chapas. Tais modificações referem-se tanto ao desempenho físico- Os seis ensaios mais importantes, designados como “índices de qualidade”, são a se-
mecânico quanto aos resultados de testes de alterabilidade. guir descritos.

56 57
3.2 Petrografia microscópica 3.3 Índices físicos (porosidade aparente, absorção de água
e densidade)
A análise petrográfica constitui o único método de investigação laboratorial que possi-
bilita a visualização detalhada dos constituintes da rocha, permitindo avaliar as implica- Os índices físicos abrangem a massa específica aparente, absorção de água e porosi-
ções de suas propriedades no comportamento posterior dos produtos aplicados. dade aparente. Esses índices definem relações básicas entre a massa e o volume das
amostras de um determinado tipo de rocha (fotos 3.2 e 3.3).
É realizada a partir do exame por microscopia óptica de luz transmitida, em finas fatias
de rocha (lâminas delgadas) expostas em áreas de aproximadamente 4,0 cm x 2,5 cm,
O termo “aparente”, empregado para a massa específica (densidade) e porosidade, indi-
com espessuras da ordem de 0,03 mm (Fotos 3.1). A petrografia de seções delgadas é
ca que o volume medido para as determinações é relativo ao volume total das amostras
utilizada para identificação e análise dos denominados minerais transparentes (trans-
analisadas, ou seja, o volume de sólidos mais o volume de poros (espaços vazios).
mitem a luz), principalmente silicatos e carbonatos.

A massa específica aparente é expressa em kg/m3, indicando o peso das unidades de


Complementarmente, para identificação de minerais opacos (não transparentes), caso,
volume de uma determinada rocha. A porosidade aparente e absorção de água são
por exemplo, de sulfetos (pirita, calcopirita, etc.) e óxidos (magnetita, ilmenita, etc.), o
exame microscópico é realizado sob luz refletida em seções polidas. expressas em porcentagem, indicando, respectivamente, a porcentagem total de espa-
ços vazios em um volume de rocha e a porcentagem de espaços vazios intercomuni-
Esses exames permitem determinar a composição mineralógica e natureza da rocha, cantes nesse mesmo volume.
definindo as relações texturais e o estado microfissural dos cristais, bem como identi-
ficando alterações metassomáticas, processos hidrotermais e outras feições que pos- O índice de absorção de água nunca é, portanto, superior ao índice de porosidade apa-
sam comprometer o lustro, a durabilidade e o desempenho dos diferentes materiais rente, destacando-se que uma rocha com alta porosidade não tem necessariamente alta
rochosos. absorção de água, pois seus poros e cavidades podem não ser comunicantes.

A massa específica aparente e a poro-


sidade aparente fornecem indicações
sobre a resistência físico-mecânica da
rocha, mediante esforços compressi-
vos e de flexão. O índice de absorção
de água, por sua vez, indica a capacida-
de da rocha de ser encharcada por lí-
quidos.

Fotos 3.1 - Análise petrográfica sendo realizada sob lâmina delgada em microscópio de luz trans- Foto 3.2 - Determinação do peso submerso de um corpo de prova de
mitida. À direita, fotomicrografia de granito obtida sob nicóis cruzados. Fotos obtida no IPT. granito para obtenção de seus índices físicos. Foto obtida no IPT.

58 59
Foto 3.3 - Determinação do
peso seco de um corpo de
prova de granito para obten- Foto 3.4 - Tribômetro Amsler.
ção de seus índices físicos. Foto: Maria Heloísa Barros de
Foto obtida no IPT. Oliveira Frascá.

Pode-se, assim, deduzir que os valores dos índices físicos são inter-relacionados. Por Outros procedimentos para determinação do desgaste abrasivo estão discutidos nas
exemplo, quanto menor a densidade aferida para granitos de uma mesma linhagem, normas ASTM C241 e ASTM C1353.
tanto maior se pode estimar o volume de espaços vazios existentes na rocha. Sendo
maior o volume de espaços vazios, maior será a porosidade aparente e, provavelmente, A norma ASTM C241 (resistência à abrasão de rochas submetidas ao tráfego de pe-
a porosidade efetiva. Com maior porosidade efetiva, que traduz a existência de poros destres) descreve método de ensaio que se destina à determinação da resistência à
e/ou cavidades intercomunicantes, maior será a absorção de água esperada para a ro- abrasão de todos os tipos de rochas aplicadas em pisos, degraus e usos similares, nos

cha e, provavelmente, menor a sua resistência físico-mecânica. quais o desgaste é causado pelo tráfego de pedestres. Consiste em submeter pelo
menos três corpos de prova, com cerca de 50 mm de lado e 25 mm de espessura, a 225
Em resumo: a porosidade aparente mostra relação direta com a resistência físico-mecâ- revoluções em contato com um abrasivo especial (Alundum nº 60), em um abrasímetro
nica das rochas; a absorção de água, com a possibilidade de infiltração de líquidos; e a específico. A resistência à abrasão é determinada pela diferença de peso do corpo de
massa específica aparente, com os aspectos de resistência físico-mecânica, além de prova, antes e após o ensaio.

permitir calcular o peso individual das peças especificadas no projeto arquitetônico de


A ASTM C1353 (resistência à abrasão de rochas sujeitas ao tráfego de pedestres usan-
uma edificação.
do abrasímetro de plataforma rotativa) descreve o método de ensaio destinado ao esta-
belecimento de um índice de resistência à abrasão de rochas a partir da perda de peso
de uma amostra, quando submetida a um determinado número de rotações (geralmente
1000) sobre um disco abrasivo padrão, em um abrasímetro com plataforma rotativa. O
3.4 Desgaste abrasivo ensaio é realizado em três corpos de prova com 100 mm de lado e 6,5 mm ou menos de
espessura, com um furo de 6,5 mm no centro.
Existem vários ensaios e normas de aferição da resistência das rochas ao desgaste
abrasivo. O denominado teste Amsler, mais difundido no Brasil e normatizado pela A norma europeia (EN 14157) propõe avaliar a resistência abrasiva segundo três méto-
ABNT NBR 12042:2012, é efetuado com dois corpos-de-prova friccionados em areia dos distintos: ensaio de desgaste com a máquina de Capon (disco largo), ensaio de
quartzosa granulometricamente selecionada. desgaste Böhme e o próprio ensaio de desgaste Amsler.

A medida de desgaste no teste Amsler, expressa em milímetros, é feita após 500 e 1000 Em todas as situações, a resistência ao desgaste é normalmente proporcional à dureza,
giros da roda de fixação dos corpos de prova no equipamento de ensaio, equivalentes a na escala de Mohs, dos minerais constituintes da rocha. Rochas silicáticas (graníticas)
um percurso abrasivo de 500 m e 1000 m, respectivamente (Foto 3.4). são mais resistentes que as carbonáticas (mármores, travertinos e calcários).

60 61
Entre os granitos, será tanto maior a resistência quanto maior a quantidade de quartzo. gerais, e independentemente da técnica de assentamento, não existe uma relação
Entre os mármores, será tanto maior a resistência quanto maior o caráter dolomítico matemática direta entre a tensão de ruptura por compressão dos materiais rochosos e
(magnesiano). as dimensões recomendadas para suas placas nos revestimentos. As normas recomen-
dam sempre a utilização dos menores valores obtidos nos ensaios de uma mesma
Observa-se assim que, como função da dureza dos minerais, os quartzitos e granitos
rocha, para cálculos em projetos.
mostram maior resistência ao risco (arranhões) e ao desgaste abrasivo, sendo, por isso,
idealmente especificados para pisos, sobretudo nos casos onde se espera grande
tráfego de pedestres.

A textura das rochas constitui, no entanto, um elemento também muito significativo,


pois o desgaste pode ocorrer tanto por abrasão quanto por arranque (escarificação) dos
constituintes mineralógicos. As texturas metamórficas do tipo granoblástica ou saca-
roide, comuns nos quartzitos e nos migmatitos (granitos movimentados fantasia, do
ponto de vista comercial), conduzem ao processo de escarificação. Exemplos conheci-
dos de migmatitos, com 30%-35% de quartzo, mostraram índice de desgaste superior ao
de granitos com 5%-10%. Cristais grosseiros de granada, por vezes presentes em rochas
metamórficas, também podem ser submetidos a arranque e provocar cavidades na
superfície das placas polidas.

Tais aspectos reafirmam o alcance dos estudos petrográficos por microscopia óptica,
que permitem tanto a definição dos constituintes mineralógicos quanto a caracteriza-
ção da textura da rocha, como elementos auxiliares para a previsão de desgaste dos
materiais aplicados.

Foto 3.5 - Prensa hidráulica com corpo de prova cúbico com 7 cm de aresta, preparada para o en-
saio de resistência à compressão uniaxial. Foto obtida no IPT.

3.5 Compressão uniaxial

A tensão de ruptura por compressão uniaxial é indicativa da resistência das rochas ao


cisalhamento quando submetidas à pressão de carga, o que normalmente ocorre em
funções estruturais. O ensaio de compressão uniaxial é exigível para todas as utiliza-
ções possíveis de uma rocha ornamental (revestimentos verticais, pisos, degraus e
tampos).

O ensaio de avaliação é realizado em cinco corpos de prova com formato retangular no


estado seco, segundo diretrizes das normas ASTM C170 e ABNT NBR 15845-5:2015,
sendo os resultados expressos em kgf/cm2 ou MPa (fotos 3.5 e 3.6). Rochas anisótro-
pas e principalmente as movimentadas, com estruturas definidas por minerais placoi-
des (micas), tendem a apresentar valores distintos da tensão de ruptura, de acordo com
o posicionamento do eixo do corpo de prova em relação a essas estruturas. Rochas
isótropas, de granulação fina a média, são, por sua vez, normalmente mais resistentes à
ruptura por compressão uniaxial.

Com as técnicas mais modernas de fixação em revestimentos verticais, através de in-


sertos metálicos, não ocorre acumulação de carga entre as placas. Em termos mais Foto 3.6 - Corpo de prova rompido após compressão uniaxial. Foto obtida no IPT.

62 63
O que de fato existe é a indicação da sanidade e robustez das rochas, com valores míni- Existem softwares específicos para dimensionamento das chapas em fachadas, que
mos sugeridos pela ASTM para os principais grupos litológicos aproveitados em orna- consideram as variáveis envolvidas no projeto arquitetônico da obra e, principalmente, a
mentação e revestimento. componente de flexão das rochas selecionadas. Pode-se, assim, cotejar a dimensão to-
lerada das placas, com a espessura mínima delas exigível e número de insertos ne-
Pode-se, no caso, destacar como inconveniente o posicionamento paralelo ou transver- cessário em cada placa, para a confiabilidade da obra.
sal dos planos de bandeamento/foliação das rochas anisótropas, em relação ao alinha-
mento do eixo de compressão a que ela será submetida na obra especificada.

3.6 Resistência à flexão

A avaliação da resistência das placas rochosas à ruptura por flexão é cada vez mais
importante frente às modernas técnicas de revestimento em pisos e fachadas. Essas
técnicas envolvem fixação do revestimento através de anteparos metálicos, sem con-
tato direto das placas com a base do piso ou com a estrutura das fachadas. Nas duas
situações verifica-se esforço de carga perpendicular à maior superfície da placa, pela
pressão do vento nas fachadas e peso dos objetos colocados sobre os pisos. Também
nas bancadas, a resistência à ruptura por flexão é fator muito importante para qualifica-
ção das rochas.

Tanto as fraturas das rochas em geral quanto as estruturas das rochas anisótropas,
principalmente de gnaissificação e isorientação das micas, constituem zonas de fraque-
Foto 3.7 - Prensa hidráulica com corpo de prova (prisma retangular medindo 20 x 10 x 5 cm) pre-
za físico-mecânica e determinam variações significativas nos resultados dos testes. As parada para ensaio de resistência à flexão em três apoios (módulo de ruptura). Foto obtida no IPT.
placas com fraturas e/ou estruturas perpendiculares e transversais à sua maior super-
fície são menos resistentes que as portadoras de planos estruturais paralelos a essas
superfícies.

As rochas com tendência natural de desplacamento plano-paralelo, aproveitado até


para o desmonte na lavra, caso, por exemplo, das ardósias e de alguns quartzitos, são
mais flexíveis e, portanto, mais resistentes à ruptura por tração que os demais tipos lito-
lógicos.

Os ensaios de flexão podem ser executados de acordo com dois procedimentos: o da


norma ABNT NBR 15845-6:2015 (ASTM C99), efetuado com três cutelos e designado
“Módulo de Ruptura” (fotos 3.7 e 3.8); e o da norma ABNT NBR 15845-7:2015 (ASTM
C880), efetuado com quatro cutelos (dois de ação e dois de reação), designado “Resis-
tência à Flexão” (fotos 3.9 e 3.10). Pela norma europeia, o ensaio de resistência à flexão
é executado sob carga centrada (EN 12372) e sob momento constante (EN 13161), res-
pectivamente correspondentes aos da ABNT NBR 15845-6:2015 e ABNT NBR 15845-
7:2015. São distintas as dimensões dos corpos de prova utilizados para cada um dos
procedimentos e as especificações de seus resultados. Foto 3.8 - Corpo de prova rompido após ensaio de flexão em três apoios. Foto obtida no IPT.

64 65
3.7 Coeficiente de dilatação térmica linear

Como materiais naturais sólidos, as rochas se dilatam e se contraem respectivamente


pelo aumento e diminuição da temperatura.

Em climas tropicais e subtropicais, como o do Brasil, as temperaturas mínimas rara-


mente atingem o ponto de congelamento da água, não havendo, portanto, maiores pro-
blemas com a perda de resistência físico-mecânica, decorrente da tensão de vazios e
provocada pelo gelo nos interstícios das rochas.

No entanto, se as temperaturas máximas forem elevadas, verifica-se um processo sensí-


vel de dilatação das rochas, sobretudo naquelas em revestimentos de pisos e fachadas
sujeitos à insolação.

O coeficiente de dilatação térmica, aferido para os diferentes tipos litológicos, permite


definir o espaçamento mínimo recomendável entre as chapas de um revestimento, de
forma a se evitar o seu contato, compressão lateral e imbricamento.

Em revestimentos verticais fixados com insertos metálicos, sem argamassa, o espaço


entre as placas é vazio e permite acomodar a dilatação. Em revestimentos de pisos e
Foto 3.9 - Prensa hidráulica com corpo de prova (prisma retangular medindo 38 x 10 x 3 cm) pre-
parada para ensaio de resistência à flexão em quatro apoios. Foto obtida no IPT. fachadas fixados com argamassas, o rejuntamento das placas com materiais ligantes
ocupa esses espaços vazios que acomodariam a dilatação; nessa condição, o problema
é ainda agravado pelo coeficiente de dilatação diferencial da rocha, da argamassa e do
material de rejuntamento, que pode acarretar o descolamento das placas e sua queda
de fachadas.

A situação ideal é aquela em que são compatíveis os coeficientes de dilatação térmica


das rochas de revestimento e suas argamassas de fixação e rejuntamento. No mesmo
sentido, são sempre preferíveis as argamassas flexíveis para fixação e rejuntamento,
pois permitem acomodar a dilatação e contração das placas rochosas nos revesti-
mentos.

No Brasil, os ensaios de caracterização do coeficiente de dilatação térmica linear são


executados com dois corpos de prova de formato cilíndrico, aquecidos em água de 0° a
50°C e novamente resfriados até 0°C, de acordo com a norma ABNT NBR 15845-3:2015
(Foto 3.11). Os resultados desses ensaios são expressos em (mm/m x °C) x 10-3.

Destaca-se que os materiais escuros, sobretudo aqueles não polidos, absorvem mais
intensamente os raios solares, dissipando menos calor, atingindo maior grau térmico e
desenvolvendo, assim, índices mais elevados de dilatação. Esses materiais escuros são,
portanto, aconselháveis para revestimento de edificações em climas temperados e frios,
pois nas regiões de clima quente haverá tanto o problema técnico referido quanto um
Foto 3.10 - Corpo de prova rompido após ensaio de flexão em quatro apoios. Foto obtida no IPT. maior gasto de energia para refrigeração dos ambientes.

66 67
Foto 3.11 - Equipamento utilizado para a determinação do coeficiente de dilatação térmica linear.
Foto obtida na UNESP - Rio Claro.

Foto 3.12 - Abrasímetro utilizado para a realização do ensaio de resistência à abrasão superficial
(PEI). Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

3.8 Resistência à abrasão superficial (PEI)

Esse ensaio, para rochas ornamentais polidas, foi uma adaptação originária do setor ce-
râmico, que o utiliza para peças cerâmicas e porcelanatos esmaltados e polidos (norma
ABNT NBR 13818:1997, Anexo D).

O abrasímetro utilizado é bem menos agressivo que aquele do aparelho AMSLER. Ele é
composto por nove recipientes metálicos que contêm os abrasivos (esferas de aço com
1, 2, 3 e 5 mm de diâmetro e óxido de alumínio). Cada recipiente recobre um corpo de
prova de rocha polida medindo 10 cm x 10 cm, que é mantido em contato direto com a
carga abrasiva (fotos 3.12 e 3.13). O equipamento (abrasímetro) promove o giro dos re-
cipientes e da carga abrasiva por um número de ciclos que varia de 100 a 12.000.

Após a abrasão, os corpos de prova são avaliados visualmente, anotando-se o número


de ciclos em que a área submetida à abrasão perdeu seu brilho. Isso é observado sob
intensidade de luz, distância e altura controladas. Esse procedimento também permite
avaliação de ataque químico, pela eliminação de eventual manchamento em um dos
estágios de abrasão especificados. Se não houver desgaste superficial ou as manchas
não tiverem sido removidas a 12.000 ciclos, o resultado de ensaio deve ser enquadrado
Foto 3.13 - Caixa para avaliação visual, com iluminação controlada, contendo um corpo de prova
na Classe PEI 4; a Classe PEI 5 identifica, simultaneamente, quando a perda de brilho e ensaiado (o que contém a marca circular de abrasão) e três não ensaiados. Foto: Eleno de Paula
o desaparecimento da mancha ocorrem após 12.000 ciclos. Rodrigues.

68 69
O Quadro 3.2 ilustra o número de ciclos para a avaliação, a classe PEI, a resistência à Quadro 3.3 - Classificação do Transport Road Research Laboratory
abrasão superficial e os ambientes de aplicação recomendados.
Coeficiente de atrito Uso

Quadro 3.2 - Informações obtidas a partir dos resultados do ensaio de abrasão superficial (PEI) < 0,4 Satisfatório para instalações normais.

Nº de ciclos para ≥ 0,4 Recomendado para uso onde se requer resistência ao escorregamento.
Resistência à Ambientes de aplicação
visualização da área Classe PEI abrasão superficial recomendados para a rocha
que sofreu abrasão

100 0 Baixíssima Paredes.

150 1 Baixa Banheiros residenciais e dormitórios. 3.10 Impacto de corpo duro


Ambientes residenciais sem portas
600 2 Média para áreas externas e banheiros. Este ensaio é regido pela norma ABNT NBR 15845-8:2015 e consiste em liberar uma
esfera de aço pesando 1 kg, a alturas crescentes, a partir de 20 cm, sobre uma placa de
3 Média Alta Cozinhas, corredores, halls e quintais.
rocha medindo 20 cm x 20 cm x 2,5 cm (fotos 3.15 e 3.16). A placa de rocha, assenta-
Residências, garagens, lojas, bares, bancos, da sobre um colchão de areia, recebe os impactos até que ocorra sua fissuração e rup-
2.100, 6.000, 12.000 4 Alta restaurantes, hospitais, hotéis e escritórios.
tura. As alturas em que esses eventos ocorrem constituem os resultados desse ensaio.
Áreas públicas, shopping centers,
> 12.000 5 Altíssima
aeroportos, padarias e fast foods. Se multiplicarmos as alturas obtidas pela massa da esfera de aço (1 kg) pela acelera-
ção da gravidade (9,806 m/s2) teremos os resultados (energia de ruptura) expressos em
Fonte: Grupo de Pesquisa ArqTeMa - Departamento de Arquitetura e Urbanismo joules (J).
da Escola de Engenharia de São Carlos - EESC.

3.9 Coeficiente de atrito

A exemplo do ensaio anterior, este ensaio também constitui uma adaptação da norma
ABNT NBR 13818:1997, Anexo N.

O coeficiente de atrito dinâmico é determinado por meio de um deslizador que se mo-


vimenta a velocidade constante sobre uma superfície horizontal de placa rochosa, com
dimensões mínimas de 25 cm x 100 cm. Para efeito desta Norma, se usam os coeficien-
tes de atrito dinâmicos medidos com o aparelho tipo “Tortus” (Foto 3.14) sobre superfí-
cie de rocha polida em contato com água mais tensoativa (mistura de água com deter-
gente). O valor resultante é utilizado como critério de classificação de pavimentos, de
acordo com o indicado no Quadro 3.3.

Foto 3.15 - Aparelho utilizado para a Foto 3.16 - Ruptura do corpo de pro-
Foto 3.14 - Aparelho deslizador do tipo Tor- determinação da resistência ao im- va após impacto com a esfera de
tus, utilizado para a determinação do coefi- pacto de corpo duro. Notar esfera aço. Foto obtida no IPT.
ciente de atrito em superfícies acabadas de de aço pesando 1 kg, que será libe-
rochas e cerâmicas. Foto obtida na UNESP - rada em queda livre sobre a placa
Rio Claro. de rocha a alturas crescentes. Foto
obtida no IPT.

70 71
3.11 Determinação do nível de lustro ou brilho

Este ensaio é utilizado para rochas polidas e os valores dos níveis de lustro são obtidos
a partir do contato do aparelho Gloss Checker (medidor de lustro) com a superfície da
rocha (Foto 3.17).

Foto 3.18 - Equipamento


Weather-Ometer onde se rea-
liza o ensaio de envelheci-
mento acelerado (ou intempe-
rismo artificial), que simula
condições pré-fixadas de sol,
chuva e temperatura (simula-
ção foto hidrotérmica).

Foto 3.17 - Medida do nível


de lustro com aparelho Gloss Foto 3.19 - Corpos de prova de
Checker. Notar valor de 92 granito sendo avaliados após
pontos evidenciando boa qua- o ensaio de envelhecimento
lidade do polimento do már- acelerado. Notar que apenas
more. Foto: Eleno de Paula um (o terceiro da esquerda
Rodrigues. para a direita) é mais escuro
do que os demais porque não
foi ensaiado. Notar que os
três ensaiados se tornaram
levemente mais claros, devido
à reação com a radiação UV
que incidiu sobre eles.
3.12 Envelhecimento acelerado

Também importantes são os ensaios designados de envelhecimento acelerado ou in-


temperismo artificial, realizados quando as rochas de revestimento estarão submetidas
à ação dos agentes intempéricos, principalmente chuva e radiação solar. Este ensaio foi
inspirado no setor de tintas para paredes externas, onde são determinadas as possíveis
3.13 Alteração acelerada
alterações de cor das tintas diante da exposição aos agentes atmosféricos ao longo do
Atualmente, pela intensidade da poluição atmosférica e diversidade dos produtos de
tempo. São realizados de acordo com as diretrizes da norma ABNT NBR 15380:2015 -
limpeza, testes de alterabilidade são considerados necessários quer para a caracteri-
“Tintas para construção civil - Método para avaliação de desempenho de tintas para
zação de rochas brutas, quer sobretudo de rochas processadas. Frascá (2017) designa
edificações não industriais - Resistência à UV e à condensação de água por ensaio ace- tais ensaios como sendo de “alteração acelerada”, observando que “o conhecimento
lerado”. dos mecanismos e da taxa de atuação dos agentes degradadores é muito útil para o es-
tabelecimento de medidas preventivas e de proteção do material rochoso”, visando ao
Utiliza-se o equipamento Weather-Ometer (Foto 3.18), que simula condições pré-fixadas
aumento de sua vida útil, e para a seleção de rochas mais adequadas para revestimento
de sol, chuva e temperatura (simulação foto-hidrotérmica). A avaliação dos efeitos so-
em ambientes mais agressivos.
bre a rocha é feita após um período de exposição geralmente igual ou superior a 300 ho-
ras. São, assim, detectados os efeitos causados pela alteração de minerais deletérios Segundo Frascá (op.cit.), os ensaios de alteração acelerada simulam situações poten-
presentes na rocha, inclusive em função da aplicação de produtos químicos, tais como cialmente degradadoras, expondo a rocha a agentes intempéricos e poluentes atmosfé-
resinas, corantes, etc., frequentemente utilizados para promover proteção e um melhor ricos em condições de laboratório. O conjunto de ensaios existentes e seus objetivos é
aspecto estético das superfícies tratadas (Foto 3.19). mostrado no Quadro 3.4.

72 73
Quadro 3.4 - Ensaios de alteração acelerada e seus objetivos 3.14 Outros ensaios destacados
Ensaio (Norma) Objetivo
Outros ensaios tecnológicos, também muito relevantes, são exigidos sobretudo para a
Intempéries qualificação das rochas destinadas ao mercado externo. Tais ensaios avaliam o módulo
Congelamento e degelo Verificação da eventual queda de resistência da rocha pela realização de ensaios de deformabilidade estático, determinando-se ainda a resistência à ruptura por com-
(EN 12371/ ABNT NBR mecânicos após ciclos de congelamento e degelo, que promovem a expansão
pressão após vários ciclos de congelamento e degelo das rochas, bem como a existên-
15845-4:2015) e contração da água nos poros abertos.
cia de descontinuidades através da velocidade de propagação de ondas ultrassônicas.
Verificação da eventual queda de resistência mecânica da rocha (por meio de ensaios)
após simulação de variações térmicas bruscas que propiciem dilatação e contração
Choque térmico constantes. Destaca-se que as estruturas das edificações sempre se deformam (“trabalham”) ao
(EN 14066/EN 16140) Esse ensaio frequentemente promove alteração cromática na rocha; o CEN
desenvolveu, então, a norma EN 16140, que fornece orientações para avaliação
longo do tempo, havendo movimentação diferencial em relação ao revestimento e,
visual de modificações eventualmente ocorridas. portanto, solicitações compressivas, distensivas e de flexão. Assim, a resistência físico-
Exposição a atmosferas Simulação, em câmaras climáticas, de ambientes marítimos, ricos em sais e mecânica à ruptura, quer por compressão ou flexão, bem como a capacidade de defor-
salinas (EN 14147) potencialmente degradadores, com verificação visual das modificações decorrentes. mação elástica (dúctil) por esforço ou variação de temperatura, são, no conjunto, funda-
Saturação e secagem Simulação de intemperismo, realizada pela verificação da eventual queda de resistência mentais para todas as situações de uso das rochas na construção civil.
(não há norma específica) mecânica da rocha, após ciclos de umedecimento em água e secagem em estufa.

Simulação da exposição ao intemperismo, por ciclos de umedecimento e secagem A observação das propriedades intrínsecas dessas rochas e suas reações, aliadas a téc-
Intemperismo artificial em câmaras de condensação e radiação de luz ultravioleta. Especialmente indicado nicas adequadas de assentamento, aumenta a confiabilidade e durabilidade dos reves-
(não há norma específica) para verificação de possível fotodegradação de resinas aplicadas em rochas, a serem
usadas em exteriores. timentos contra o risco de alterações estéticas, ruptura, descolamento e queda das

Especial para ardósias usadas em instalações ao ar livre. É útil para indicar as


placas.
diferenças de comportamento entre vários tipos de ardósia, facilitando a seleção. Este
Resistência ao intemperismo ensaio apresenta dois procedimentos: profundidade de amolecimento da rocha, após
(ASTM C217)
A partir de ensaios tecnológicos realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas -
imersão em ácido sulfúrico (1%) por uma semana, medida por testador de cisalhamento/
arranque ou raspagem à mão. É especificada (ASTM C629) uma profundidade máxima IPT, nos principais tipos litológicos brasileiros aproveitados para fins ornamentais e de
de 0,38 mm (para uso em exteriores) e de 0,64 mm (para uso em interiores).
revestimento, são apresentadas no Quadro 3.5 as faixas de variação ou valores médios
Específico para mármores usados em revestimento de fachadas, para verificação obtidos para diferentes rochas. De acordo com o uso pretendido, pode-se discriminar os
da susceptibilidade à deformação (bowing). Consiste em ciclos de aquecimento
Umidade e aquecimento e umedecimento, com posterior medição da modificação da planeza. Possível ensaios e as análises de interesse para a qualificação das rochas, conforme o Quadro
(EN 16306) modificação na resistência mecânica é verificada por meio de ensaios de flexão e
3.6. O Quadro 3.7 discrimina os diferentes ensaios e os resultados exigíveis para alguns
por medição da velocidade de propagação de ondas. Exame petrográfico, com a
observação dos grãos adjacentes, complementa o ensaio. deles, conforme as normas ABNT e ASTM.
Simulação de eflorescências

Imersão parcial de corpos de prova em soluções de natureza ácida (ácido sulfúrico) Quadro 3.5 - Valores médios obtidos por ensaios tecnológicos de alguns tipos de rochas
Imersão parcial para simulação da cristalização de sais (eflorescências e subeflorescências) na face
(Frascá, 2003) polida dos ladrilhos. Apropriado para rochas silicáticas e silicosas, pouco apropriado
ME AB DE IM CO MD MR CD
para rochas porosas, rochas carbonáticas e ardósias. ENSAIOS
(kg/m3) (%) (mm) (cm) (MPa) (MPa x 1000) (MPa) (mm/m 0C x 10-3)
Consiste em número determinado de ciclos de imersão total de corpos de prova em
solução salina (sulfato de sódio decahidratado) e secagem em estufa para simulação Granito 2630 0,3-0,4 0,5-0,6 40-60 150-200 40-50 15-20 9,7-9,9
Imersão total (EN 12370)
da cristalização de sais. Apropriado para rochas porosas (p. ex. arenitos) que podem
se desintegrar antes do final do ensaio. Pouco apropriado para granitos. Monzonito 2750 0,2-0,3 0,7-0,8 40-60 130-150 40-45 20-25 9,8-9,9
Limpeza
Charnockito 2680 0,4-0,5 1,0-1,2 50-60 90-100 40-45 15-20 8,8-11,6
Consiste na exposição, por tempos predeterminados, da superfície polida da rocha
Resistência ao ataque químico
a alguns reagentes comumente utilizados em produtos de limpeza, para se verificar Sienito 2700 0,3-0,4 1,0-1,2 90-100 45-50 12-15
(ABNT NBR 16596:2017)
a susceptibilidade da rocha ao seu uso.

Manchamento Diabásio/Basalto 2900-3100 0,1-0,3 0,6-0,8 40-50 200-300 50-70 25-35 9,4-10,1

Resistência ao manchamento Verificação da ação deletéria de agentes manchantes selecionados, de uso cotidiano Mármore 2700-2900 0,1-0,6 1,4-3,3 60-170 20-70 10-15 3,1-11,9
(ABNT NBR 13818:1997, doméstico e/ou comercial, quando acidentalmente em contato com a rocha. Objetiva
Anexo G) a orientação do uso da rocha como tampos de pias de cozinha, mesas residenciais
ou de escritórios. Convenções: ME: massa específica aparente; AB: absorção de água; DE: desgaste Amsler; IM: impacto de
corpo duro; CO: compressão uniaxial; MD: módulo de deformabilidade estática; MR: módulo de ruptura (ASTM
C99); CD: coeficiente de dilatação térmica linear.
Fonte: Frascá 2017, modificado.

74 75
Quadro 3.6 - Ensaios e análises recomendados de acordo com o uso pretendido para a rocha Com base nos resultados possíveis para os principais ensaios tecnológicos, conven-
cionalmente efetuados em materiais rochosos, é apresentada, no Quadro 3.8, uma pro-
USOS / ENSAIOS AP IF DE IM CO MD FL DT ALT
posta geral de qualificação para o seu uso como revestimentos. Ressalta-se que algu-
Revestimentos externos A A B C A B A A A
mas variedades de rochas, devido a sua estruturação, composição e/ou granulação,
poderão situar-se em patamares de menor qualificação, sem com isso se inabilitar para
Revestimentos internos A A B C A C A B B determinados tipos de uso. O objetivo desse quadro é, justamente, evidenciar que algu-
mas linhagens de rochas são naturalmente mais adequadas que outras para determi-
Pisos externos A A A A A C A A A
nados ambientes e solicitações, não do ponto de vista estético, mas sim tecnológico.
Pisos internos A A A B A C A B B

Fonte: adaptado e modificado do Manual da Pedra Natural para Arquitectura (Henriques e Tello, coord., 2006).
Resistência à flexão (MPa)
Degraus A A A A A C A A A

Muito baixa

Muito alta
4 apoios

11 - 15
4,5 - 7

Média
7 - 11
Baixa

> 15
<4,5

Alta
Tampos A A B B A C A C A

Convenções: AP: petrografia; IF: índices físicos; DE: desgaste Amsler; IM: impacto de corpo duro; CO: com-

Quadro 3.8 - Referência geral de qualificação tecnológica das rochas ornamentais e de revestimento

Muito baixa
pressão uniaxial; MD: módulo de deformabilidade; FL: flexão; DT: dilatação térmica; ALT: alteração acelerada.

Muito alta
3 apoios

16 - 20
10 - 16
Média
6 - 10
Baixa

> 20
Alta
<6
A: necessário B: desejável C: recomendável em casos especiais

Resistência à
compressão

Muito baixa

Muito alta
130 - 180
70 - 130
(MPa)

40 - 70

Média
Baixa

> 180
< 40

Alta
Quadro 3.7 - Especificação tecnológica de granitos e mármores de revestimento

Ensaio Unidade Normas utilizadas Resultado Exigível

Resistência
ao impacto

Muito baixa

0,30 - 0,50

0,50 - 0,70

0,70 - 0,95

Muito alta
≥ 2550 kg/m3 (1)

Média

> 0,95
< 0,30

Baixa

Alta
(m)
Parâmetros tecnológicos de referência
Densidade aparente ASTM C97 > 2550 kg/m3 (2)
kg/m3
Bulk density ABNT NBR 15845-2:2015 ≥ 2600 kg/m3 (calcita mármores) (3)
≥ 2800 kg/m3 (dolomita mármores) (3)

Amsler (mm)
ao desgaste
Resistência
Absorção de água ASTM C97

Muito baixa
≥ 0,4% (1) (2)

Muito alta
%

3,0 - 6,0

0,7 - 1,5
1,5 - 3,0
Média
Water absorption ABNT NBR 15845-2:2015

Baixa
≥ 0,2% (3)

> 6,0

< 0,7
Alta
Compressão uniaxial
Simples (condição seca) ≥ 131 MPa (1)
ASTM C170
MPa > 100 Mpa (2)
Compressive strength ABNT NBR 15845-5:2015

dilatação térmica
≥ 52 MPa (3)

(mm/m°C x 10-3)
(dry condition)

Coeficiente de

Muito baixo
Muito alto

10 - 12

Médio
8 - 10

Baixo
6-8
> 12

Alto
≥ 10,34 Mpa (1)

<6
Módulo de ruptura ASTM C99
MPa > 10 MPa (2)
Modulus of rupture ABNT NBR 15845-6:2015
≥ 6,9 MPa (3)

Resistência à flexão ≥ 8,27 MPa (1)


ASTM C880
MPa > 8,0 MPa (2)

aparente (%)
Porosidade
Flexural strength ABNT NBR 15845-7:2015

Muito baixa
Muito alta
≥ 6,9MPa (3)

3,0 - 6,0

0,5 - 1,0
1,0 - 3,0
Média

Baixa
> 6,0

< 0,5
Alta
Desgaste Amsler
Amsler wear test mm/1000m ABNT NBR 12042:2012 < 1,0 (2)

de água (%)

Muito baixa
Absorção

Muito alta

0,4 - 1,0
1,0 - 3,0

0,1 - 0,4
Média

Baixa
Resistência ao impacto

> 3,0

< 0,1
Alta
mm ABNT NBR 15845-8:2015 > 0,3 (2)
Impact resistance

da qualidade
Dilatação térmica linear

crescente
m/m°C x 10-3 ABNT NBR 15845-3:2015 < 8,0 (2)

Sentido
Linear thermal dilatation

Granitos: (1) ASTM C615; (2) ABNT NBR 15844:2015. Mármores: (3) ASTM C503.

76 77
CAPÍTULO 4
NORMA DE DESEMPENHO
DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS
(ABNT NBR 15575:2013)

Por

Maria Heloísa Barros de Oliveira Frascá, geóloga,


Dsc., MHB Serviços Geológicos

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Foto: Micapel Slate.

79
Foto: Maria Heloísa Barros de Oliveira Frascá.
4.1 Introdução

Em suas etapas primárias, a indústria de rochas ornamentais está inserida no ambiente


regulatório da mineração. Mas os seus elos finais, inseridos no marco regulatório da
indústria da construção, desdobram-se nos códigos de obras. Os códigos de obras são
normas específicas de cada município, uma vez que eles podem decidir sobre seus
conteúdos. Dessa multiplicidade de autoridades regulatórias decorre uma grande diver-
sificação de critérios, levando a distorções como o fato de os municípios terem legisla-
ções distintas quanto ao emprego de certos materiais na indústria da construção.

Outro ponto importante dos códigos de obras é a exigência de dimensões dos compo-
nentes da edificação desconectada da chamada “coordenação modular”. Essa “coorde-
nação” é ferramenta essencial para a industrialização na cadeia da construção civil. O
Brasil foi um dos primeiros países a publicar uma norma de Coordenação Modular - a
NB25 - em 1950, respectivamente, oito e cinco anos depois da França e dos Estados
Unidos.

Apesar das normas de coordenação dos três países serem contemporâneas, suas im-
plicações sobre a industrialização do setor foram totalmente distintas, particularmente
o atraso do Brasil em relação aos Estados Unidos. Aparentemente, essa enorme de-
fasagem decorre do descolamento dos códigos de obras municipais brasileiros em
relação à NB25.

Um segundo aspecto normativo que merece destaque, pelo entrave que impõe à dinâmi-
ca empresarial do macrocomplexo da construção, é a chamada “normalização deficien-
te”. Nesse sentido, há dois tipos principais de deficiência: o primeiro é a existência de da NBR 15575:2013, visando ao maior detalhamento no exame do texto pelos comitês
lacunas, fazendo com que, frequentemente, soluções técnicas tenham de ser encontra- técnicos. Houve, assim, uma reavaliação das lacunas da norma e atualização das me-
das com base no bom senso dos engenheiros e calculistas; o segundo tipo de deficiên- todologias de avaliação de desempenho. De outro lado, grande parte dos fabricantes de
cia tem caráter mais sistêmico e decorre do fato de que as normas, usualmente, focam insumos e componentes da construção mobilizou-se para adequar seus produtos e pro-
em aspectos de forma, como dimensões exigidas para revestimentos e não em aspec- cessos de fabricação às exigências normativas.
tos de resultados, tais como a temperatura média ou o conforto térmico dos imóveis.
Com texto mais detalhado e abrangente, a ABNT NBR 15575:2013 deve gerar uma pe-
Após anos sob revisão e submetida a debates técnicos, entrou em vigor, em julho de quena alta nos custos da construção, estimada em 5% a 7%, segundo especialistas do
2013, a norma de desempenho ABNT NBR 15575:2013 - Edificações Habitacionais - De- setor. Para empreendimentos de alto padrão que, em geral, já cumprem requisitos míni-
sempenho. A norma institui nível de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para mos de qualidade em diversos itens, por pressão do próprio público consumidor, que é
os elementos principais de uma edificação habitacional: estrutura, vedações, instala- muito mais exigente, os impactos de custos podem ser menos relevantes.
ções elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachada e cobertura.
Com um caráter de orientação geral, a primeira parte da NBR 15575:2013 se estrutura
A primeira versão da norma, publicada em 2008, surpreendeu as empresas e impôs se- como um índice de referência remetendo às partes específicas: estrutura, pisos, veda-
veras dificuldades aos construtores, aos projetistas e à indústria de materiais de cons- ções verticais, coberturas e sistemas hidrossanitários. Ela também traz aspectos de
trução, que precisaram se adequar aos requisitos apresentados no documento inicial, natureza geral e critérios que envolvem a norma como um todo. Nela, são apresentados
muitos deles inéditos à época. Em conjunto, as principais entidades representativas da o conceito de vida útil do projeto, a definição de responsabilidades e os parâmetros de
indústria da construção pactuaram a extensão do prazo para exigibilidade obrigatória desempenho mínimos compulsórios, intermediário e superior.

80 81
A segunda parte da Norma de Desempenho trata dos requisitos para os sistemas estru- 4.2 Implicações para as rochas de revestimento
turais de edificações habitacionais. O texto estabelece quais são os critérios de estabili-
dade e resistência do imóvel, indicando, inclusive, métodos para medir quais os tipos de A norma ABNT NBR 15575:2013 tem por objetivo atender às exigências dos usuários re-
impacto que a estrutura deve suportar sem que apresente falhas ou rachaduras. lativamente aos sistemas que compõem edificações habitacionais, quanto ao seu com-
portamento em uso e não quanto à prescrição de como os sistemas são construídos,
A terceira parte da NBR 15575:2013 é de grande interesse do setor de rochas para re- independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado.
vestimento e foi uma das que mais sofreram modificações durante o processo de revi-
O estabelecimento da norma de desempenho ABNT NBR 15575:2013 segue modelos
são. O texto revisado não só normatiza os sistemas de pisos internos, conforme cons-
internacionais, por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos
tava na versão original, como também pisos externos. Outro acréscimo foi a definição
ou premissas) e métodos de avaliação, sempre permitindo a mensuração clara do seu
mais clara do sistema de pisos, como a combinação de diversos elementos, o que inclui
cumprimento.
o contrapiso, por exemplo, e não somente a camada de revestimento ou acabamento. O
novo texto dessa parte da norma trouxe definições mais claras para coeficiente de atrito
Conforme anteriormente referido, a norma ABNT NBR 15575:2013 é composta de seis
e resistência ao escorregamento. Esse aspecto é fundamental na padronização de pi-
partes, assim distribuídas:
sos de rocha.
q Parte 1: Requisitos gerais
Outro aspecto crítico da norma para o setor de rochas são os padrões de desempenho
q Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
estabelecidos para os sistemas de vedação vertical em uma edificação - basicamente, o
conjunto de paredes e esquadrias (portas, janelas e fachadas) - se referem a requisitos q Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos
como estanqueidade ao ar, à água, à rajada de vento e ao conforto acústico e térmico. q Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas
Essa parte da norma, ao lado da terceira parte, foi a que sofreu mais alterações durante q (paredes e fachadas)
a revisão da versão publicada em 2008.
q Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas

Não há grandes novidades relativas aos sistemas de coberturas, mas, sim, aprimora- q Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários
mentos em relação a outras normas. Dentre os principais requisitos estão os que tra-
tam da reação ao fogo dos materiais de revestimento e acabamento e da resistência ao
fogo do sistema de cobertura. Nesse último item, a norma determina que a resistência

Foto: Micapel Slate.


ao fogo da estrutura da cobertura atenda às exigências da NBR 14432:2001, conside-
rando um tempo mínimo de 30 minutos.

A sexta parte da NBR 15575:2013 compreende os sistemas prediais de água fria e de


água quente, de esgoto sanitário e ventilação, além dos sistemas prediais de águas plu-
viais.

O texto explora conceitos como a durabilidade dos sistemas, a previsão e a antecipação


de critérios para a manutenção da edificação e suas partes, bem como o funcionamento
dos sistemas hidrossanitários. O texto também traz considerações sobre a separação
física dos sistemas de água fria potável e não potável, em consonância com as tendên-
cias atuais de reuso de água.

Quando solicitados, os ensaios de desempenho previstos pela norma ABNT NBR


15575:2013 devem ser apenas realizados por técnicos habilitados e laboratórios cre-
denciados.

82 83
Dentre os numerosos requisitos de desempenho derivados das exigências dos usuários, 4.3 Sistemas de piso
a norma se limitou àqueles relacionados a um contexto de uso definido (os sistemas
acima referidos), como: desempenho estrutural, segurança contra incêndio, segurança De acordo com a norma ABNT NBR 15575-3:2013, o sistema de piso é um sistema ho-
rizontal ou inclinado, composto por um conjunto parcial ou total de camadas (p. ex.
no uso e na operação, estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, de-
camada estrutural, camada de contrapiso, camada de fixação, camada de acabamento).
sempenho lumínico, durabilidade e manutenibilidade, saúde, higiene e qualidade do ar,
Nessa configuração, as rochas ornamentais compõem a camada de acabamento do sis-
funcionalidade e acessibilidade, e conforto tátil e antropodinâmico.
tema de piso, destinado a revestir sua superfície e cumprir funções de proteção e aca-
bamento estético e funcional (Figura 4.1).
As rochas ornamentais, por si, não compõem sistemas3 conforme abordado nesta nor-
ma, mas constituem componentes4 de alguns deles, em especial o de pisos e o de veda-
CAMADA DE ACABAMENTO
ções internas e externas (partes 3 e 4), em ambos atuando como camadas de acaba-

SISTEMA DE PISO
CAMADA DE FIXAÇÃO
mento sem função estrutural. Neste sentido, considera-se que alguns requisitos, como CAMADA DE CONTRAPISO
estanqueidade, funcionalidade e acessibilidade e desempenho acústico ou lumínico não ISOLAMENTO TÉRMICO OU ACÚSTICO
se aplicam especificamente às camadas de acabamento, pois, de fato, envolvem uma IMPERMEABILIZAÇÃO

avaliação de todo sistema e o bom (ou mau) resultado está relacionado ao projeto e à CAMADA ESTRUTURAL

sua execução.

A estanqueidade é um exemplo disso, pois, em um sistema de pisos que não contemple Figura 4.1 - Exemplo genérico de um sistema de
pisos e seus elementos (ABNT NBR 15575-3:2013).
os critérios de estanqueidade em contato com a umidade ascendente, poderá ocorrer
deterioração da camada de acabamento (da rocha, p. ex.) e áreas adjacentes (em geral Com base nesta função relatam-se alguns requisitos de desempenho e os critérios para
com a ocorrência de eflorescências), além de eventualmente acarretar em risco à saúde sua qualificação.
dos usuários.

Para outros requisitos, como segurança contra incêndio e desempenho térmico, as ca- 4.3.1 Resistência a impactos de corpo duro
madas de acabamento têm implicação direta, considerando-se que:
Consiste em resistir aos impactos de corpo duro previsíveis nas condições normais de
q Segurança ao fogo: as rochas ornamentais usadas em revestimento são consi- serviço, sem apresentar ruína no sistema de pisos, como queda de objetos e outros.
deradas incombustíveis (Classe I), de modo que tendem a atender os critérios q Critérios de desempenho: são apresentados no Quadro 4.1.
estabelecidos como:
q Método de avaliação: norma ABNT NBR 15575-3:2013 - Anexo A “Ensaio de im-
(a) dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do q pacto de corpo duro” ou ABNT NBR 15845-8:2015.
incêndio e não gerar fumaça excessiva capaz de impedir a fuga dos ocupantes
em situações de incêndio; Quadro 4.1 - Critérios e níveis de desempenho
para impacto de corpo duro em sistemas de pisos5
(b) dificultar a propagação do incêndio, da fumaça e preservar a estabilidade es-
Energia de impacto
trutural da edificação. de corpo duro
Critério de desempenho

Não ocorrência de ruptura total da camada de acabamento. Admitidas falhas superficiais como
q Desempenho térmico: entende-se que o uso das rochas como revestimento em 5J
mossas, lascamentos, fissuras e desagregações.
fachadas ventiladas colabora para o bom desempenho térmico do sistema.
Não ocorrência de ruína e traspassamento. Admitidas falhas superficiais como mossas, fissuras,
30 J
lascamentos e desagregações.

Sistema: conjunto de elementos e componentes destinados a atender uma macrofunção que o define (p. ex.
3

fundação, estrutura, pisos, vedações verticais, instalações hidrossanitárias, cobertura).


3

Multiplicando-se a altura da queda da massa (1 kg) em que ocorre a ruptura da camada de acabamento do sis-
5

4
Componente: unidade integrante de determinado sistema da edificação, com forma definida e destinada a aten-
5
tema de piso testado pela aceleração da gravidade (9,806 m/s2), teremos o resultado da energia de ruptura em
der funções específicas (p. ex. bloco de alvenaria, telha, folha de porta). joules (J).
4 5

84 85
4.3.2 Resistência a cargas verticais concentradas w Coeficiente de atrito < 0,4: satisfatório para instalações normais.
w Coeficiente de atrito ≥ 0,4: recomendado para uso onde se requer resistên-
Consiste em resistir a cargas verticais concentradas previsíveis nas condições normais w cia ao escorregamento.
de serviço, sem apresentar ruína ou danos localizados, nem deslocamentos excessivos.
q Método de avaliação: norma ABNT NBR 13818:1997 - Anexo N.
q Critérios de desempenho: o sistema de piso não deve apresentar ruptura ou
q qualquer outro dano quando submetido a três cargas verticais concentradas
q de 1 kN aplicadas no ponto mais desfavorável, não devendo, ainda, apresen-
q tar deslocamentos superiores a L/500, se constituídos ou revestidos de ma- 4.3.4 Resistência à umidade do sistema de pisos de áreas
q terial rígido, ou L/300, se constituídos ou revestidos de material dúctil. molhadas7 e molháveis8

q Método de avaliação: norma ABNT NBR 15575-3:2013 - Anexo B “Verificação O piso deve resistir à exposição à umidade em condições normais de uso, sem apresen-
q da resistência do sistema de pisos a cargas verticais concentradas - Método tar alterações em suas propriedades que comprometam seu uso.
q de ensaio”.
q Critérios de desempenho: sistemas de pisos de áreas molhadas e molháveis
q expostos a uma lâmina de água de 10 mm na cota mais alta, por um período
de 72 horas, não podem apresentar, após 24 horas da retirada da água, danos
Foto: Micapel Slate.

como bolhas, fissuras, empolamentos, destacamentos, descolamentos, dela-


minações, eflorescências e desagregação superficial. A alteração de tonali-
dade, visível a olho nu, ante a umidade, é permitida desde que informada pre-
viamente pelo fabricante.

q Método de avaliação: ABNT NBR 15575-3:2013 - Anexo C “Verificação da re-


sistência à umidade do sistema de pisos de áreas molhadas e molháveis -
Método de ensaio”.

4.3.5 Resistência ao ataque químico dos sistemas de pisos

Resistir à exposição aos agentes químicos normalmente utilizados na edificação ou pre-


4.3.3 Coeficiente de atrito da camada de acabamento sentes nos produtos de limpeza.

A resistência ao escorregamento6 não é uma característica intrínseca do material da su- q Critérios de desempenho: ausência de danos em sistemas de pisos pela pre-
perfície (ou seja, da camada de acabamento), além de não ser uma constante em todas q sença de agentes químicos.
as condições de utilização, uma vez que esta depende de uma série de fatores relacio-
nados, como: material empregado, tipo de solado que caminha sobre o piso, meio físico q Métodos de avaliação: ABNT NBR 15575-3:2013 - Anexo D “Verificação da re-
entre o solado e a superfície do produto e a forma como o usuário interage com a super- sistência ao ataque químico dos componentes da camada de acabamento
fície durante seu uso. q dos sistemas de pisos - Método de ensaio” e ABNT NBR 16596:2017 “Rochas
q para revestimento - Resistência ao ataque químico - Método de ensaio”.
q Critério de desempenho: coeficiente de atrito dinâmico em conformidade aos
q valores apresentados na ABNT NBR 13818:1997 - Anexo N:
Áreas molhadas: áreas da edificação cuja condição de uso e exposição poderá resultar na formação de lâmina
7

de água (p. ex. banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas).
7

Áreas molháveis: áreas da edificação que recebem respingos de água decorrente da sua condição de uso e ex-
8
São considerados ambientes em que se requer resistência ao escorregamento: áreas molhadas, rampas, esca-
6

posição e que não resulte na formação de lâmina de água (p. ex. banheiro sem chuveiro, cozinhas e sacadas
8
das em áreas de uso comum e terraços. As superfícies rugosas podem apresentar maior resistência ao escor--
6

cobertas). Áreas molháveis não são estanques e, portanto, o critério de estanqueidade não é aplicável.
8
regamento, porém, por serem mais ásperas, não são de fácil manutenção e limpeza.
6

86 87
4.3.6 Desgaste por abrasão De interesse para as rochas ornamentais, ressalta-se que a norma também estabelece
critérios para avaliações in loco do funcionamento dos componentes dos SVVIE. As
As camadas de acabamento da habitação devem apresentar resistência ao desgaste ocorrências de fissuras ou descolamentos são consideradas toleráveis, conforme suas
abrasivo devido aos esforços de uso, de forma a garantir a vida útil estabelecida em características e local do aparecimento.
projeto.
Relativamente à inspeção de fachadas ou paredes externas, a norma prescreve que são
q Método de avaliação: depende da camada de acabamento especificada em toleráveis:
projeto, devendo, desta forma, serem respeitadas as normas prescritivas apli-
cáveis aos diferentes materiais. No caso de rochas ornamentais, tradicional- q fissuras no corpo das fachadas, descolamentos entre placas de revestimento
mente se adota a norma ABNT NBR 12042:2012 (teste Amsler). e outros seccionamentos do gênero, desde que não sejam detectáveis a olho
nu por um observador posicionado a 1 m da superfície do elemento em análi-
se, num cone visual com ângulo igual ou inferior a 60°, sob iluminamento na-
tural em dia sem nebulosidade;
4.4 Sistemas de vedações verticais internas e externas9 - SVVIE
q descolamentos de revestimentos localizados, detectáveis visualmente ou por
Inicialmente, destaca-se que, relativamente às rochas ornamentais, a norma ABNT NBR exame de percussão (som cavo), desde que não impliquem descontinuidades
15846:2010 estabelece os critérios para projeto, execução e inspeção de revestimento ou risco de projeção de material não ultrapassando área individual de 0,10 m²
de fachadas de edificações com placas de rochas ornamentais fixadas por insertos me- ou área total correspondente a 5% do pano de fachada em análise.
tálicos.

A norma de desempenho (ABNT NBR 15575-5:2013), por sua vez, estabelece que, mes-
mo sem função estrutural, as vedações verticais (paredes e fachadas) podem atuar 4.4.1 Impactos
como contraventamento de estruturas reticuladas, ou sofrer as ações decorrentes das
Impactos são ações bastante relevantes, especialmente quando causam a ruína do
deformações das estruturas, requerendo, assim, uma análise conjunta do comporta-
sistema. Como camada de acabamento, os revestimentos com rocha - mesmo sem fun-
mento dos elementos interativos. As vedações verticais exercem ainda funções como
ção estrutural - constituem um componente importante do sistema. Assim, descreve-se
estanqueidade à água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças
a seguir os critérios para os impactos de corpo mole e corpo duro em SVVIE.
suspensas, capacidade de suporte a esforços de uso, compartimentação em casos de
incêndio, etc.

A norma ABNT NBR 15575-5:2013 prevê, entre outros, a realização de ensaios-tipo10, que 4.4.1.1 Impacto de corpo mole
devem mencionar a ocorrência de fissuras, deslocamentos ou falhas que repercutam no
estado limite de serviço11, considerando prejuízo ao desempenho, ou que repercutam no De uma maneira geral, sob a ação de impactos progressivos de corpo mole, os SVVIE,
estado limite último , considerando prejuízo da segurança estrutural.
12
com ou sem função estrutural, não devem:

a) sofrer ruptura ou instabilidade (impactos de segurança) que caracterize o estado limi-


9
Sistemas de vedação vertical interno e externo (SVVIE): partes da edificação habitacional que limitam vertical- te último conforme estabelecido nas diferentes situações/solicitações;
mente a edificação e seus ambientes, como as fachadas e as paredes ou divisórias internas.
9

10
Ensaio-tipo: ensaios de conformidade de um sistema de vedação vertical interna ou externa, com base em b) apresentar fissuras, escamações, delaminações ou qualquer outro tipo de falha (im-
amostras representativas que reproduzam as condições de projeto e de utilização.
10
pactos de utilização) que possa comprometer o estado de utilização, observando-se
11
Estado-limite de serviço: estado de solicitação do SVVIE a partir do qual começa a ser prejudicada a funciona- ainda os limites de deslocamentos instantâneos e estabelecido nas diferentes situa-
lidade, a utilização e/ou a durabilidade do sistema, configurando-se, em geral, pela presença de deslocamentos
11

ções/solicitações;
acima de limites pré-estabelecidos, aparecimento de fissuras e outras falhas.
11

Estado-limite último: estado crítico em que o SVVIE não mais satisfaz os critérios de desempenho relativos à c) provocar danos a componentes, instalações ou aos acabamentos acoplados ao
12

segurança, ou seja, é o momento a partir do qual ocorre perigoso rebaixamento dos níveis de segurança, com
12

12
risco de colapso ou ruína do SVVIE. A ruína pode ser caracterizada pela ruptura, pela perda de estabilidade, por
SVVIE, de acordo com as energias de impacto indicadas nas diferentes situações/
12
deformações ou fissuração excessivas. solicitações.

88 89
q Método de avaliação: norma ABNT NBR 11675:2016 (Divisórias leves internas 4.4.1.2 Impacto de corpo duro
moduladas - Verificação da resistência aos impactos).
Sob a ação de impactos de corpo duro, as paredes verticais externas (fachadas) e as ve-
q Critérios: distintos para edificações com até cinco pavimentos e para casas dações verticais internas, com ou sem função estrutural, não devem apresentar fissu-
térreas. Estes foram sintetizados e integrados pela CBIC - Câmara Brasileira da ras, escamações, delaminações ou qualquer outro tipo de dano (impactos de utilização),
Indústria da Construção em 2013 (Quadro 4.2). sendo admitidas mossas localizadas; ou apresentar ruptura ou traspassamento quando
sob ação dos impactos maiores de corpo duro (quadros 4.3 e 4.4).
Quadro 4.2 - Critérios de desempenho sob impactos de corpo mole de elementos
estruturais e vedações verticais externas com função estrutural - impactos q Método de avaliação: NBR 15575-3:2013 - Anexo B “Verificação da resistência a
externos em pavimentos acessíveis ao público (de fora para dentro)
e impactos internos em todos os pavimentos (de dentro para fora)
impactos de corpo duro - Método de ensaio” ou ABNT NBR 11675:2016 “Divisó-
rias leves internas moduladas - Verificação da resistência aos impactos”.
Energia de
Impacto impacto de Critérios de desempenho
corpo mole (J)
Quadro 4.3 - Impactos de corpo duro para vedações
960 Paredes Pilares e vigas Níveis I, S verticais externas (fachadas) com ou sem função estrutural
Não ocorrência de ruína
(estado-limite último).
720 Pilares e vigas - Nível M Energia de impacto Nível de
Impacto Critério de desempenho
de corpo duro (J) desempenho

Impacto externo 480


Não ocorrência de falhas, inclusive no revestimento
(local com Não ocorrência de falhas (estado-limite de serviço). 3,75
(estado limite de serviço).
acesso externo 360 M
Impacto
do público, Não ocorrência de ruína, caracterizada por
Não ocorrência de falhas (estado-limite de serviço). Limitação dos externo 20
em geral andar ruptura ou traspassamento (estado limite último).
deslocamentos horizontais: (acesso
térreo, impactos
240 w dh ≤ h/250 e dhr ≤ h/1250 para pilares e paredes, sendo “h” a altura externo do Não ocorrência de falhas. Profundidade da mossa
de fora para
w do pilar ou da parede; público) 3,75
dentro) p < 2,0 mm.
w dh ≤ L/200 e dhr ≤ h/1000 para vigas, sendo L o vão teórico da viga. I
20 Não ocorrência de ruptura e traspassamento.
180
Não ocorrência de falhas (estado-limite de serviço).
2,5 Não ocorrência de falhas (estado limite de serviço).
120
M
Impacto Não ocorrência de ruína, caracterizada por ruptura
480 10
ou traspassamento (estado limite último).
Não ocorrência de ruína, nem o traspasse da parede pelo corpo percussor de interno
impacto (estado-limite último). (todos os
Impacto na 240 Não ocorrência de falhas. Profundidade da mossa
pavimentos) 2,5
p < 2,0 mm.
face interna I
da parede ou 180 Não ocorrência de falhas (estado-limite de serviço).
10 Não ocorrência de ruptura e traspassamento.
do componente
estrutural Não ocorrência de falhas (estado-limite de serviço).
(todos os
pavimentos) 120 Limitação dos deslocamentos horizontais:
w dh ≤ h/250 e dhr ≤ h/1250 para pilares e paredes, sendo “h” a altura Quadro 4.4 - Impactos de corpo duro para vedações
w do pilar ou da parede; verticais internas com ou sem função estrutural
w dh ≤ L/200 e dhr ≤ h/1000 para vigas, sendo L o vão teórico da viga.
Energia de impacto Nível de
Observação: o quadro acima é um resumo aproximado das exigências, havendo a necessidade de consulta à Critério de desempenho
de corpo duro (J) desempenho
norma para fins da execução de ensaios e exata classificação do nível de desempenho. Para os compo-
nentes estruturais leves (com massa específica ≤ 12.000 N/m3 ou 600 N/m2) são permitidos deslocamentos
2,5 Não ocorrência de falhas (estado limite de serviço).
instantâneos equivalentes ao dobro dos valores indicados no quadro acima. Componentes estruturais que
suportam 960 J, sem apresentar nenhum dano, correspondem ao Nível S. Suportando 960 J, mas ocorrendo M
Não ocorrência de ruína, caracterizada por ruptura ou traspassamento
danos, correspondem ao Nível I de desempenho. 10
(estado limite último).
Nota: M = nível de desempenho mínimo; I = nível de desempenho intermediário; S = nível de desempenho
superior. 2,5 Não ocorrência de falhas. Profundidade da mossa p ≤ 2,0 mm.
Fonte: Combinação do Quadro D.1 da NBR 15575 - Parte 2 e Tabelas 3 e F3 da NBR 15575 - Parte 4. In: CBIC, I; S
2013. 10 Não ocorrência de ruptura e traspassamento.

90 91
CAPÍTULO 5
BASES TÉCNICAS PARA
ESPECIFICAÇÃO DE ROCHAS
DE REVESTIMENTO

Por

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Fotomontagem: Denize K. Chiodi.

93
5.1 Introdução acabamentos rugosos aumentam a superfície específica da face tratada e produzem
microfissurações, ampliando, assim, a absorção de líquidos e impregnação de sujeira.
Como tentativa de adequação aos usos mais recomendados de cada material, destaca- Para diminuição do risco de escorregamento em pisos de face lisa de áreas externas,
se que as rochas carbonáticas (mármores, travertinos, calcários/limestones) e ultramá- sugere-se aumentar a abertura das juntas e diminuir a dimensão individual das placas.
ficas (serpentinitos/"mármores verdes” e pedra-sabão) são menos resistentes ao des-
gaste abrasivo e quimicamente mais reativas que as rochas silicáticas e silicosas, exi-
gindo pressupostos rígidos de manutenção se especificadas em fachadas, pisos e

Foto: Micapel Slate.


áreas de serviço. Rochas silicáticas (granitos em geral) e silicosas (quartzitos) são mais
resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente menos reativas que as rochas carbo-
náticas, exigindo cuidados quanto ao manchamento produzido por infiltrações de líqui-
dos, sobretudo provenientes de umidade residual e excesso de água e de oleosidade
nas argamassas de fixação e rejunte. Rochas síltico-argilosas foliadas (ardósias) têm
resistência intermediária entre granitos e mármores quanto ao ataque químico e abra-
são, devendo-se observar as espessuras mínimas aceitáveis para pisos, o espaçamento
das juntas em ambientes externos e a correta especificação de argamassas de fixação
e rejunte.

Assim, como base de generalização para os usos recomendados dos diferentes mate-
riais, pode-se assinalar o seguinte:

a) rochas silicáticas, silicosas e ardosianas, do ponto de vista físico-mecânico,


a) mostram-se superiores às carbonáticas para revestimentos externos, pisos
a) em geral e áreas de serviço;

b) sob o mesmo prisma, as rochas carbonáticas e ultramáficas seriam, por sua


b) vez, idealmente especificáveis para interiores, com restrições aos pisos de
b) alto tráfego, às áreas de serviço e pias de cozinha, neste último caso quan-
b) do não protegidas por selantes hidro e óleo-repelentes;

c) em cidades litorâneas, reforça-se a inadequação das rochas carbonáticas e


c) ultramáficas para fachadas e pisos pelo ataque do aerossol marinho, que
c) contém ácido clorídrico e agride as fachadas, e pela abrasividade das areias
c) de praia, que se fixam no solado dos calçados e riscam os pisos.

Duas recomendações são destacadas: é inadequada a utilização de rochas com resis-


tências distintas a abrasão, como, por exemplo, mármore e granito, para um mesmo pi-
so em local com alto tráfego de pedestres, pois, seguramente, ocorrerá desgaste dife- Cabem aqui observações específicas sobre as rochas foliadas e, particularmente, sobre
rencial ao longo do tempo; deve-se evitar a utilização de mármores e rochas ultramá- as ardósias. As ardósias são muito utilizadas, pelo menos no Brasil, justamente para o
ficas em degraus de escadas com grande volume de tráfego, pois nessa condição have- revestimento de pisos de ambientes externos. Quando molhadas, suas superfícies natu-
rá maior desgaste e embaciamento no centro dos degraus. rais e polidas tornam-se tão escorregadias quanto a de qualquer outro material sólido
igualmente liso, inclusive as cerâmicas. No Brasil, as ardósias são indevidamente consi-
Os acabamentos apicoados, flameados, escovados e levigados, menos escorregadios, deradas mais escorregadias que outros produtos de revestimento, quando, na verdade, o
são preferíveis aos lustrados para pisos externos e com tráfego de pedestres. Porém, os problema é do ambiente de aplicação (áreas molhadas) e não do próprio revestimento.

94 95
Devido à sua forte isorientação mineralógica, principalmente dos filossilicatos (micas), 5.2 Propostas de qualificação, seleção e especificação
as ardósias têm comportamento bastante distinto nos planos paralelos e perpendicu- de rochas de revestimento
lares ao da clivagem ardosiana. Essa anisotropia físico-mecânica se reflete no índice de
absorção de água, que é maior no plano perpendicular à clivagem e recomenda a imper- Sempre com base nas características tecnológicas dos materiais rochosos naturais,
meabilização da borda dos ladrilhos/placas nos revestimentos. Essa proteção da borda são aqui apresentadas as seguintes propostas de qualificação, seleção e especificação
pode ser obtida pela aplicação de selantes ou, preferencialmente, pelo uso de rejun- desses materiais para uso em revestimentos.
tamentos de base acrílica ou epóxi, indicados onde se requer alto nível de impermea-
bilização. q Proposta Geral de Qualificação

q Proposta Simplificada de Seleção


Como rochas de cor mais escura, destaca-se ainda que tanto as ardósias quanto os ser-
pentinitos e a pedra-sabão retêm mais calor que as rochas claras quando em ambientes q Proposta Integrada de Especificação
externos sujeitos à insolação. Dessa propriedade resulta a importância de observar es-
pessuras mínimas para os ladrilhos/lajotas de ardósia em ambientes externos, pois Tais propostas, aliadas às indicações apresentadas nos anexos A, B, C e D desta publi-
peças muito finas facilitam a transmissão do calor para as argamassas de fixação e cação, são complementares e constituem ferramentas para orientar a escolha de mate-
potencializam o desplacamento nos revestimentos. Nesse caso, argamassas de fixação
riais rochosos naturais no revestimento de superfícies em diferentes ambientes de apli-
e rejuntamento flexíveis são recomendadas.
cação.

5.2.1 Proposta geral de qualificação

Os três principais grupos de rochas ornamentais e de revestimento oferecidos ao mer-


cado consumidor são os das já referidas rochas silicáticas (granitos e similares), rochas
carbonáticas (mármore, calcário/limestone, travertino) e rochas silicosas (quartzito,
quartzo natural, chert, silexito, etc.). Esses três grandes grupos possuem características
tecnológicas parcialmente distintas, o que pode ser utilizado, conforme mostrado nos
quadros 5.1, 5.2 e 5.3, para duas finalidades: como base de qualificação entre rochas de
um mesmo grupo; e de distinção entre os três grupos de rochas. O objetivo das tabelas
é, portanto, evidenciar que alguns grupos de rochas e algumas rochas dentro desses
grupos são mais adequados para diferentes ambientes de aplicação e solicitações físi-
co-mecânicas.

Exceto a resistência ao ataque químico, todos os demais índices considerados nas ta-
belas são físico-mecânicos e podem ser aferidos por ensaios específicos de caracteri-
zação tecnológica. Dispondo-se, assim, da definição do tipo da rocha (silicática, carbo-
nática ou silicosa) e de suas características tecnológicas, pode-se efetuar o seu enqua-
dramento e determinar sua maior ou menor qualificação para as obras objetivadas.

m Quadro 5.1 - Parâmetros tecnológicos de referência - granitos (rochas silicáticas)


Foto: Maria Heloísa Frascá.

m Quadro 5.2 - Parâmetros tecnológicos de referência - mármores (rochas carbonáticas)

m Quadro 5.3 - Parâmetros tecnológicos de referência - quartzitos (rochas silicosas)

96 97
98
Quadro 5.1 - Parâmetros tecnológicos de referência - granitos (rochas silicáticas)

Dilatação Resistência à Resistência Resistência


Qualidade Absorção Porosidade Módulo de Resistência à
térmica linear abrasão - teste ao impacto de à compressão
ascendente de água (%) aparente (%) ruptura (MPa) flexão (MPa)
(mm/m x °C) x 10-3 Amsler (mm) corpo duro (m) uniaxial (MPa)*

Muito baixa Muito baixa Muito baixa Muito alta Muito alta Muito alta Muito alta Muito alta
≤ 0,1 ≤ 0,5 ≤6 ≤ 0,7 ≥ 0,70 ≥ 180 ≥ 20 ≥ 15

Baixa Baixa Baixa Alta Alta Alta Alta Alta


> 0,1 - 0,4 > 0,5 - 1,0 >6-8 > 0,7 - 1,5 < 0,70 - 0,50 < 180 - 130 < 20 - 16 < 15 - 11,5

Média Média Média Média Média Média Média Média


> 0,4 - 1,0 > 1,0 - 3,0 > 8 - 10 > 1,5 - 3,0 < 0,50 – 0,30 < 130 - 70 < 16 - 10 < 11,5 - 7,5

Alta Alta Alta Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa


> 1,0 - 3,0 > 3,0 - 6,0 > 10 - 12 > 3,0 - 6,0 < 0,30 - 0,20 < 70 - 40 < 10 - 6 < 7,5 - 4,5

Muito alta Muito alta Muito alta Muito baixa Muito baixa Muito baixa Muito baixa Muito baixa
> 3,0 > 6,0 > 12 > 6,0 < 0,20 < 40 <6 < 4,5

(*) 1 MPa @ 10 kg/cm2

Foto: Denize K. Chiodi. Foto: Cid Chiodi Filho. Foto: Cid Chiodi Filho.

Foto: Cid Chiodi Filho. Foto: Denize K. Chiodi. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

Quadro 5.2 - Parâmetros tecnológicos de referência - mármores (rochas carbonáticas)

Dilatação Resistência à Resistência Resistência


Qualidade Absorção Porosidade Módulo de Resistência à
térmica linear abrasão - teste ao impacto de à compressão
ascendente de água (%) aparente (%) ruptura (MPa) flexão (MPa)
(mm/m x °C) x 10-3 Amsler (mm) corpo duro (m) uniaxial (MPa)*

Muito baixa Muito baixa Muito baixa Muito alta Muito alta Muito alta Muito alta Muito alta
≤ 0,1 ≤ 0,5 ≤6 ≤ 0,7 ≥ 0,70 ≥ 180 ≥ 20 ≥ 15

Baixa Baixa Baixa Alta Alta Alta Alta Alta


> 0,1 - 0,4 > 0,5 - 1,0 >6-8 > 0,7 - 1,5 < 0,70 - 0,50 < 180 - 130 < 20 - 16 < 15 - 11,5

Média Média Média Média Média Média Média Média


> 0,4 - 1,0 > 1,0 - 3,0 > 8 - 10 > 1,5 - 3,0 < 0,50 – 0,30 < 130 - 70 < 16 - 10 < 11,5 - 7,5

Alta Alta Alta Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa


> 1,0 - 3,0 > 3,0 - 6,0 > 10 - 12 > 3,0 - 6,0 < 0,30 - 0,20 < 70 - 40 < 10 - 6 < 7,5 - 4,5

Muito alta Muito alta Muito alta Muito baixa Muito baixa Muito baixa Muito baixa Muito baixa
> 3,0 > 6,0 > 12 > 6,0 < 0,20 < 40 <6 < 4,5

(*) 1 MPa @ 10 kg/cm2


99
5.2.2 Proposta simplificada de seleção

Foto: Cid Chiodi Filho.


Resistência à
flexão (MPa)

Muito baixa
< 11,5 - 7,5
< 15 - 11,5
Muito alta

< 7,5 - 4,5


Média

Baixa

< 4,5
≥ 15

Alta
As três variáveis tecnológicas mais importantes para a seleção de rochas destinadas ao
revestimento de pisos e paredes convencionais, bem como de tampos e bancadas, em
obras de baixa complexidade, incluem o índice de absorção de água, a resistência ao
desgaste abrasivo e a resistência à flexão/módulo de ruptura. A absorção de água pode
ruptura (MPa)
Módulo de

ser combinada ao desgaste abrasivo para seleção de pisos convencionais. Se combina-

Muito baixa
Muito alta

< 16 - 10
< 20 - 16

< 10 - 6
Média

Baixa
≥ 20

Alta

<6
das a absorção de água com o módulo de ruptura, pode-se selecionar materiais para
paredes convencionais e tampos/bancadas em geral.
uniaxial (MPa)*
à compressão
Quadro 5.3 - Parâmetros tecnológicos de referência - quartzitos (rochas silicosas)

Resistência

Muito baixa
< 180 - 130
Muito alta

< 130 - 70

Foto: Maria Heloísa Frascá.


< 70 - 40
Média

Baixa
≥ 180

< 40
Alta

Foto: Cid Chiodi Filho.


corpo duro (m)
ao impacto de
Resistência

< 0,50 – 0,30


< 0,70 - 0,50

< 0,30 - 0,20

Muito baixa
Muito alta

Média
≥ 0,70

< 0,20
Baixa
Alta

(*) 1 MPa @ 10 kg/cm2


abrasão - teste
Resistência à

Amsler (mm)

Muito baixa
Muito alta

> 0,7 - 1,5

> 1,5 - 3,0

> 3,0 - 6,0


Média

Baixa
≤ 0,7

> 6,0
Alta
(mm/m x °C) x 10-3
térmica linear

Muito baixa
Dilatação

Muito alta
> 10 - 12
> 8 - 10
>6-8

Média
Baixa

> 12
Alta
≤6

Alguns conceitos sobre essas variáveis merecem ser destacados:


Foto: Cid Chiodi Filho.

a Absorção de água (norma ABNT NBR 15845-2:2015)


aparente (%)
Porosidade

Muito baixa

Muito alta
> 0,5 - 1,0

> 1,0 - 3,0

> 3,0 - 6,0


Média
Baixa
≤ 0,5

> 6,0
Alta

Importante para revestimentos sujeitos à molhagem frequente, como pisos de áreas ex-
ternas e áreas internas de serviço; paredes externas; e tampos de pias, mesas, balcões
e bancadas em geral. Quanto menor a absorção de água de uma rocha, menor será a
possibilidade de infiltração de líquidos e ocorrência de manchamentos.
de água (%)

Muito baixa
Absorção

Muito alta
> 0,4 - 1,0

> 1,0 - 3,0


> 0,1 - 0,4

Média
Baixa
≤ 0,1

> 3,0
Alta

a Resistência ao desgaste abrasivo Amsler (norma ABNT NBR 12042:2012) ou PEI


(ABNT NBR 13818:1997 - Anexo D)

Importante para rochas utilizadas no revestimento de pisos sujeitos ao médio e alto trá-
ascendente
Qualidade

fegos de pedestres, bem como para pisos de edificações localizadas nas faixas litorâ-
neas. Em áreas desérticas, até paredes externas e fachadas estão sujeitas ao desgaste
abrasivo pelo impacto de areias quartzosas carregadas pelo vento.

100 101
a Módulo de ruptura com três apoios (ABNT NBR 15845-6:2015) Quadro 5.6 - Classes resultantes para paredes e tampos/bancadas (A x C)

É um importante parâmetro tecnológico para seleção do revestimento de fachadas ven- Paredes e tampos/bancadas - Condições de uso

tiladas e pisos elevados, bem como para tampos, pisos e paredes/fachadas convencio- Classe Paredes (1) Tampos/Bancadas (2)
nais, todos sujeitos à pressão de cargas perpendiculares a sua superfície.
A1C1 Paredes internas e externas em geral. Sem restrição

A1C2 Paredes internas em geral. Não recomendado


Os requisitos de seleção sugeridos para esses parâmetros são apresentados no Quadro
5.4. A2C1
Paredes internas, com faces seladas/impermeabilizadas em áreas de
Molhagem eventual
banho e serviço; paredes externas, com faces seladas/impermeabilizadas.

Quadro 5.4 - Requisitos sugeridos para seleção de rochas


A2C2 Paredes internas, seladas/impermeabilizadas, em áreas de banho e serviço. Não recomendado

Parâmetro Índice sugerido Classe da rocha


(1) Placas com espessura mínima de 1 cm; (2) Placas com espessura mínima de 2 cm.

≤ 0,4% A1
Absorção de água Essa proposta simplificada de seleção de rochas de revestimento destina-se especial-
> 0,4% A2 mente a edificações residenciais que, conforme já referido, constituem obras de mais
baixa complexidade. Nessas aplicações, a seleção de materiais de revestimento pode
< 0,85 mm B1
prescindir de outros parâmetros tecnológicos necessários para obras maiores.
Desgaste abrasivo Amsler (1) Entre 0,85 e 2,0 mm B2

> 2,0 mm B3
5.2.3 Proposta integrada de especificação
≥ 8,0 MPa C1
Módulo de ruptura
< 8,0 MPa C2
Esta metodologia de especificação é baseada no cruzamento de todos os ambientes
possíveis de aplicação com os resultados de ensaio obtidos para uma determinada
(1) A abrasão PEI pode ser utilizada complementarmente ou alternativamente ao ensaio Amsler. rocha, de acordo com o exemplo apresentado no Quadro 5.7. O resultado de cada en-
A correspondência dos índices B1, B2 e B3 é a seguinte: PEI 4 ou 5 - B1; PEI 2 ou 3 - B2; PEI 1 - B3.
saio é avaliado diante de cada um dos múltiplos ambientes de aplicação. Em função da
aderência desses resultados aos índices tecnológicos normatizados ou sugeridos para
especificação são grafados três níveis possíveis de adequação do material objetivado
As classificações resultantes podem ser expressas conforme mostrado nos quadros 5.5 aos ambientes de aplicação considerados. Os níveis de adequação são os seguintes:
e 5.6.
q Uso sem restrição aparente - quando os resultados dos ensaios de caracteriza-
Quadro 5.5 - Classes resultantes para pisos (A x B) ção tecnológica da rocha forem compatíveis com os valores de referência
Pisos - Condições de uso adotados para especificação (vide anexos A, B, C e D).

Classe Ambiente Molhagem Tráfego de pedestres*


q Uso com adequações - quando os resultados dos ensaios de caracterização tec-
A1B1 Interno e externo Frequente Baixo até alto nológica apresentarem valores próximos, mas fora dos limites máximos ou mí-
nimos indicados pelas normas. Esses casos configuram situações em que o uso
A1B2 Interno e externo Frequente Baixo até médio do material é viabilizado por procedimentos específicos de dimensionamento,
A1B3 Interno e externo Frequente Baixo
assentamento, rejuntamento e/ou tratamento de superfície das peças de reves-
timento.
A2B1 Interno Eventual Baixo até alto
q Uso inadequado - quando os ensaios de caracterização tecnológica da rocha
A2B2 Interno Eventual Baixo até médio
apresentarem resultados incompatíveis com aqueles de referência indicados
A2B3 Interno Eventual Baixo para especificação. Essa indicação de incompatibilidade tem por objetivo pre-
servar o material de usos inadequados e que podem comprometer sua qualifi-
(*) Baixo tráfego - áreas residenciais; médio tráfego - áreas comerciais; alto tráfego - áreas públicas.
cação para outras aplicações.

102 103
104
Quadro 5.7 - Proposta integrada de especificação - um exemplo
REVESTIMENTOS HORIZONTAIS REVESTIMENTOS VERTICAIS

PISOS CONVENCIONAIS PISOS ELEVADOS PAREDES INTERNAS


AMBIENTES
DE APLICAÇÃO INTERNOS
X RESULTADOS
DOS ENSAIOS Molhagem Molhagem EXTERNOS INTERNOS EXTERNOS
Molhagem Molhagem
(Granito A) eventual frequente eventual eventual
FACHADAS

FACHADAS
VENTILADAS

CONVENCIONAIS

BT MT AT BT MT AT BT MT AT BT MT AT BT MT AT

Absorção de água
(0,48%)

Densidade aparente
(2823,61 kg/m3)

Módulo de ruptura
(10,89 MPa)

Flexão 4 apoios
(9,71 MPa)

Compressão
(94,10 MPa)

Desgaste Amsler
(2,74 mm)
quação das rochas cotejadas, conforme exemplificado no Quadro 5.8.

RESULTANTE

Comentários: boa resistência à compressão e flexão. Resistência abrasiva não recomenda utilização em pisos de alto tráfego de pedestres. Coeficiente de absorção de
água aponta necessidade de impermeabilização em pisos e paredes com molhagem frequente. Observar espessuras mínimas exigidas para pisos elevados e fachadas
ventiladas.

Abreviaturas: BT - Baixo Tráfego (ambientes domésticos); MT - Médio Tráfego (ambientes comerciais); AT - Alto Tráfego (ambientes públicos)
Símbolos: uso sem restrição aparente; uso com adequações; uso não recomendado
O passo seguinte dessa metodologia de especificação é a análise comparativa de ade-

Quadro 5.8 - Análise comparativa de materiais cotejados para uma obra

REVESTIMENTOS HORIZONTAIS REVESTIMENTOS VERTICAIS

PISOS CONVENCIONAIS PISOS ELEVADOS PAREDES INTERNAS

AMBIENTES INTERNOS
DE APLICAÇÃO
X ROCHA Molhagem Molhagem EXTERNOS INTERNOS EXTERNOS
Molhagem Molhagem
eventual frequente eventual eventual
FACHADAS

FACHADAS
VENTILADAS

CONVENCIONAIS

BT MT AT BT MT AT BT MT AT BT MT AT BT MT AT

Granito A Boa resistência à compressão e flexão. Resistência abrasiva não recomenda utilização em pisos de alto tráfego de pedestres. Coeficiente de absorção de água
aponta necessidade de impermeabilização em pisos e paredes com molhagem frequente. Observar espessuras mínimas exigidas para pisos elevados e fachadas
ventiladas.

Granito B
Valor limite de resistência à flexão. Observar coeficiente de segurança e dimensões exigidas em pisos elevados e fachadas ventiladas. Avaliar espaçamento dos
rejuntes em áreas externas. Preferência para argamassas colantes flexíveis.

Granito C
Alta resistência à flexão e compressão. Baixa absorção de água e boa resistência ao desgaste abrasivo. Sem restrições tecnológicas ao uso em áreas internas e
externas.

Abreviaturas: BT - Baixo Tráfego (ambientes domésticos); MT - Médio Tráfego (ambientes comerciais); AT - Alto Tráfego (ambientes públicos)
Símbolos: uso sem restrição aparente; uso com adequações; uso não recomendado
105
CAPÍTULO 6
CRITÉRIOS ORIENTATIVOS
PARA APLICAÇÃO DE ROCHAS
EM REVESTIMENTOS

Por

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

107
Foto: Micapel Slate.
6.1 Considerações gerais Essas águas de constituição e
contaminação podem carrear
Os critérios orientativos para especificação, aplicação e eventual impermeabilização substâncias corantes e pig-
das rochas de revestimento foram sumarizados em tabelas explicativas para quatro mentantes, em solução ou sus-
grandes grupos de materiais: o das rochas silicáticas (granitos e similares), o das ro- pensão, capazes de manchar
chas carbonáticas (mármores e travertinos), o das rochas silicosas (quartzitos, cherts e os revestimentos após a sua
similares) e o das ardósias. Essas tabelas constituem, respectivamente, os anexos A, B, aplicação.
C e D deste documento. Por apresentarem características muito particulares, os calcá-
rios (limestones) não foram incluídos entre as rochas carbonáticas para as quais se O exemplo mais comum é o
fornecem orientações. das eflorescências por hidróxi-
do de cálcio, muito solúvel em
O texto a seguir discute aspectos relativos à preparação de condições de aplicação das água e gerado pelas reações
argamassas de assentamento e rejuntamento, para revestimentos horizontais e verti- da cura (endurecimento) do ci-
cais, auxiliando, assim, o entendimento das tabelas acima referidas. Discute ainda al- mento das argamassas de base e de fixação. Se transportado por capilaridade até a su-
guns aspectos de interesse para pisos elevados e para fachadas aeradas/ventiladas. perfície do revestimento, o hidróxido de cálcio reage com o gás carbônico atmosférico e
produz o carbonato de cálcio, formando eflorescências brancas e insolúveis em água.
Não menos importante, apresenta-se no Anexo E uma extensa lista de produtos de
assentamento e proteção oferecidos no mercado brasileiro. Essa lista foi elaborada a Deve-se, portanto, evitar o excesso de água na preparação das argamassas de fixação,
partir de entrevistas presenciais em indústrias fabricantes dos produtos mencionados, bem como evitar a adição de cal nessas argamassas, pois, apesar da cal proporcionar
a saber: Akemi Brasil, Bellinzoni, Bostik, Catédra, Dry-Treat|Alicante, Eclipse Brasil maior trabalhabilidade à mistura, pode provocar o surgimento de eflorescências em pi-
(Pioneer), Ecoway, Galleria Della Pietra, GCA Restaurações, Levitare, Mundial Poli sos e paredes. Se não houver excesso de água na preparação das argamassas cimentí-

Service, Paradoflex, PisoClean, Promaflex, Quartzobrás, Quartzolit, Remaster, SalvaBrás, cias, bem como suprimento de água a partir de outras fontes externas, o processo de
carbonatação do hidróxido de cálcio esgota-se dentro do sistema rocha/argamassas,
Sika, Styroplast|Votorantim.
sem nenhum efeito externo visível.
Os produtos listados no Anexo E são, portanto, fabricados por empresas representativas
Respeitar os tempos de cura das bases13 (emboço ou contrapiso), antes da aplicação do
no mercado brasileiro e bem-conceituadas pelos profissionais do setor de rochas orna-
revestimento, cumpre a finalidade de permitir a carbonatação do hidróxido de cálcio e,
mentais. Esses produtos são apresentados em tabelas que discriminam o tipo de reves-
portanto, reduzir ou eliminar totalmente, pela reação de cura ou evaporação, o excesso
timento e ambiente de aplicação, referindo-se argamassas de fixação e rejuntes para
de água das argamassas. Função semelhante é atribuída à espera na execução do re-
pisos e paredes, em diversas condições de uso, nos quadros E1 e E2; produtos para
juntamento14 após aplicação da argamassa de assentamento, por serem as juntas o ca-
tratamento de superfícies, envolvendo selantes impregnantes, antipichação, antiman-
minho mais fácil para a saída de água.
chas, antiderrapantes, etc., no Quadro E3; produtos de limpeza para mármores e simila-
res no Quadro E4; produtos de limpeza para granitos, quartzitos e similares no Quadro
Além disso, e independentemente de carrear solutos ou suspensões manchantes, a pre-
E5; removedores de manchas para mármores no Quadro E6; removedores de manchas
sença e infiltração de água residual acaba por conferir uma tonalidade mais escura às
para granitos e quartzitos no Quadro E7; e produtos de proteção de revestimentos, du-
rochas de revestimento, especialmente naquelas mais porosas e de cores claras.
rante a obra, no Quadro E8. A utilização de tais produtos deve seguir as recomendações
dos respectivos fabricantes.
Segundo a norma ABNT NBR 7200:1998 (Revestimento de paredes e tetos com argamassas - Materiais, prepa-
13

Uma das questões para avaliação preliminar refere-se à presença e aos efeitos da água 13
ro, aplicação e manutenção), o prazo mínimo para aplicação do revestimento final sobre o emboço é de 21
dias.
13

de constituição no cimento Portland, principal aglomerante utilizado nas camadas de


Segundo a norma ABNT NBR 13755:2017 (Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utili-
14

base ou apoio (contrapiso ou emboço), e de águas de outras possíveis fontes, como do


zação de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação - Procedimento), o prazo mínimo para
14

solo subjacente aos pisos, que eventualmente percolam o sistema rocha/argamassas. 14


aplicação de rejuntamento sobre revestimento cerâmico é de 72 horas.

108 109
6.2 Revestimentos horizontais convencionais d) evitar a adição de cal na argamassa, pois, apesar de proporcionar maior tra-
balhabilidade, pode provocar o surgimento de eflorescência na superfície do
Os revestimentos horizontais convencionais (não elevados) podem ser assentados so- piso.
bre um contrapiso de argamassa ou sobre uma base de concreto. A argamassa de con-
trapiso deve ser sarrafeada ou desempenada e estar curada há, no mínimo, 14 dias. A
base de concreto poderá ter superfície rústica ou lisa e deverá estar curada há pelo A argamassa semisseca deve ser aplicada após alguns passos importantes, descritos a
menos 28 dias. seguir:

Sobre esses contrapisos ou bases são aplicadas as argamassas de assentamento e re- a) determinar os níveis de referência que serão utilizados como guias ao longo
juntamento do piso. A superfície da base ou do contrapiso deve estar firme, seca, cura- do assentamento;
da e limpa, sem pó, poeira, gordura/oleosidade e outros resíduos que impeçam a ade-
rência da argamassa de assentamento. b) aplicar caldeamento sobre a base (varrer com vassoura de piaçava uma ar-
gamassa 1:2 - cimento:areia, que funcionará como ponte de aderência);

c) pré-compactar a argamassa;
6.2.1 Argamassas de assentamento
d) desempenar a argamassa;
Para o assentamento de pisos com placas/ladrilhos de rochas são aplicáveis as arga-
massas: cimentícia convencional semisseca, colante ou adesiva. A principal diferença e) polvilhar pó de cimento sobre a argamassa pré-compactada;
entre elas reside na força de aderência sob cura normal (condições ambientais), cura
submersa em água (ambientes molhados) e cura em estufa a 70°C (ambientes sujeitos f) aspergir água sobre o pó de cimento polvilhado;
a elevadas temperaturas). A aderência é crescente da argamassa cimentícia conven-
g) posicionar as peças de rocha preferencialmente com o uso de ventosas, evi-
cional para as argamassas colante e adesiva.
tando-se afundamento da argamassa pelo apoio inicial de um dos cantos da
placa e possíveis quebras posteriores desse canto;

6.2.1.1 Argamassa cimentícia convencional semisseca h) assentar a peça de rocha ornamental com auxílio de martelo de borracha.
(tipo “farofa”)
A argamassa cimentícia convencional semisseca (tipo “farofa”), como o próprio nome Observações:
sugere, deve ter consistência de farofa, isto é, não pode ser seca e tampouco excessi-
vamente úmida. O traço sugerido para esse trabalho é 1:4 (cimento:areia), em volume. 1) Antes do início dos trabalhos, para prevenir possíveis manchamentos provocados por
infiltrações de impurezas (oriundas da argamassa de assentamento ou de líquidos im-
No canteiro de obra, para confecção e preparo da argamassa, deve-se considerar os se- puros ascendentes), recomenda-se aplicar duas demãos (em sentidos cruzados) de pro-
guintes cuidados: duto impermeabilizante, preferencialmente branco, semiflexível, no tardoz das peças ro-
chosas. O intervalo entre as demãos deverá ser de, no mínimo, 6 horas.
a) usar areia média lavada (peneirada; isenta de impurezas argilosas, orgâni-
cas ou ferruginosas); 2) Alternativamente aos passos descritos nos itens (e) e (f) pode-se optar por aplicar,
com trincha ou espátula, uma camada com alguns milímetros de espessura de calda de
b) a água deve ser isenta de impurezas e quimicamente neutra. Não deverá ser
cimento branco misturada com produto melhorador de aderência (p. ex., Bianco, fabrica-
transportada ou armazenada em latas ou recipientes metálicos que possam
do pela Otto Baumgart) no tardoz da peça rochosa.
liberar resíduos oxidáveis, os quais provocam manchamento na rocha;

c) o cimento deverá ser de procedência e notoriedade reconhecidas, preferen- 3) As fotos 6.1 a 6.17 apresentam o passo a passo dos procedimentos recomendados
cialmente do tipo CPII-E-32. Para rochas claras recomenda-se utilizar cimen- para a aplicação de rochas em pisos com argamassa convencional semisseca (tipo “fa-
to branco; rofa”).

110 111
Foto 6.1 - Profissional apli- Foto 6.4 - Recipiente plástico
cando produto químico im- onde está sendo realizada a
permeabilizante branco sobre mistura de areia para a pro-
o tardoz de chapa rochosa dução de argamassa tipo “fa-
antes do corte em peças. Fo- rofa”. Foto: Eleno de Paula
to: Eleno de Paula Rodrigues. Rodrigues.

Foto 6.2 - Vista do tardoz de Foto 6.5 - Teste prático para


ladrilho de granito perfeita- avaliação da quantidade de
mente impermeabilizado. Im- água presente na “farofa”. No-
permeabilizante branco e tar que a porção de argamas-
semiflexível. Foto: Eleno de sa, após ser comprimida, gru-
Paula Rodrigues. da na mão e não registra a
marca dos dedos. Nesse ca-
so, a “farofa” encontra-se ex-
cessivamente úmida e inade-
quada para o assentamento
de rochas. Foto: Eleno de
Paula Rodrigues.

Foto 6.3 - Peneiramento da Foto 6.6 - Outro exemplo de


areia a ser utilizada na pro- porção de “farofa” após ser
dução de argamassa tipo “fa- comprimida pela mão. Notar
rofa”. Foto: Eleno de Paula que a argamassa não gruda
Rodrigues. na mão e conserva a marca
dos dedos na sua superfície.
Neste caso, a “farofa” apre-
senta a quantidade correta
de água e é considerada ade-
quada para o assentamen-
to de rochas. Foto: Eleno de
Paula Rodrigues.

112 113
Foto 6.7 - Início dos trabalhos Foto 6.10 - Exemplo de pro-
de assentamento de peças cedimento incorreto. A água
de granito em piso. O profis- aplicada com regador, sobre
sional fricciona, com vassou- o cimento polvilhado, ume-
ra, a calda composta por ci- dece exageradamente a “fa-
mento cinza e líquido melho- rofa” e altera suas proprie-
rador de aderência sobre a dades, tornando-a inadequa-
base a ser revestida com gra- da para o assentamento de
nito. Foto: Eleno de Paula rochas. Foto: Eleno de Paula
Rodrigues. Rodrigues.

Foto 6.8 - Desempenar e pré- Foto 6.11 - Procedimento al-


compactar a argamassa. Fo- ternativo ao ilustrado na Foto
to: Eleno de Paula Rodrigues. 6.9. Em vez de polvilhar pó de
cimento sobre a “farofa” e
umedecê-lo, pode-se aplicar
calda de cimento no tardoz
da peça rochosa. Foto: Eleno
de Paula Rodrigues.

Foto 6.9 - Polvilhar pó de ci- Foto 6.12 - Aplicação de cal-


mento e pulverizar água so- da de cimento concluída. Fo-
bre ele. Aqui, a quantidade de to: Eleno de Paula Rodrigues.
água deve ser suficiente ape-
nas para umedecer o pó de ci-
mento polvilhado. Foto: Eleno
de Paula Rodrigues.

114 115
Foto 6.13 - Posicionamento Foto 6.16 - Área de assenta-
da peça rochosa sobre a ca- mento concluída. Foto: Eleno
mada de “farofa”. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.
de Paula Rodrigues.

Foto 6.14 - Assentamento do


ladrilho com martelo de bor-
racha. Foto: Eleno de Paula
Rodrigues.

Foto 6.17 - Detalhe de espa-


çadores plásticos ou de poli-
estireno com 2 mm de espes-
sura, utilizados para homoge-
neização das juntas. Foto:
Eleno de Paula Rodrigues.

Foto 6.15 - Nivelamento das


peças assentadas utilizando-
se régua de alumínio. Foto:
Eleno de Paula Rodrigues.

6.2.1.2 Argamassa colante

Segundo a norma ABNT NBR 14081:2012, a argamassa colante é composta por cimento
Portland, agregados minerais e aditivos químicos. Existem quatro tipos distintos de ar-
gamasa colante, identificados nas embalagens comerciais pelas designações: AC I -
interior; AC II - exterior; AC III - alta resistência; AC III E - especial. Nessas argamassas, a
aderência com a superfície da rocha é principalmente realizada por um fenômeno
mecânico, produzido pelo intertravamento (agulhamento) e ancoragem da argamassa

116 117
nos poros da rocha. Secundariamente, seus aditivos também promovem aderência quí- Observação:
mica (produzida por forças eletrostáticas) da argamassa com o tardoz da rocha de re-
vestimento e outras superfícies de contato do seu emboço ou contrapiso. Os tipos AC II, 1) Antes do início dos trabalhos, para prevenir possíveis manchamentos provocados por
AC III e AC III E têm flexibilidade para resistir a ciclos de flutuação térmica e higro- infiltrações de impurezas (oriundas da argamassa de assentamento ou de líquidos im-
métrica, além de outras movimentações estruturais. puros ascendentes), recomenda-se aplicar duas demãos (em sentidos cruzados) de pro-
duto impermeabilizante, preferencialmente branco, semiflexível, no tardoz das peças
Para o uso de argamassa colante deve-se, inicialmente, avaliar se a superfície da base rochosas. O intervalo entre as demãos deverá ser de, no mínimo, 6 horas.
ou contrapiso não apresenta desvios de prumo e de planeza. Se ocorrerem desnivela-
mentos, deve-se executar camada de argamassa niveladora, a qual deverá ser compos- 2) As fotos 6.18 a 6.21 apresentam o passo a passo dos procedimentos recomendados
ta por cimento e areia no traço 1:3 ou 1:4, em volume. para a aplicação de rochas em pisos com argamassa colante.

A areia deverá exibir granulação média, ser lavada e peneirada, e estar isenta de impure-
zas como restos vegetais, pelotas de argila, materiais ferruginosos, seixos e cascalhos.
O cimento deverá ser do tipo CP II-E-32, de qualidade e procedência conhecidas. Se Foto 6.18 - Aplicação de peça
necessário, aditivar a argamassa niveladora com produto melhorador de aderência. rochosa pelo método da du-
Aguardar a cura da argamassa por, no mínimo, 14 dias. pla camada. Notar que foi a-
plicada argamassa, com de-
sempenadeira denteada, tan-
O assentamento dos ladrilhos rochosos com argamassa colante deverá obedecer aos to sobre a base quanto no
tardoz da peça. Os cordões
seguintes procedimentos: feitos no tardoz da peça de-
vem ser perpendiculares aos
da base. Foto: Eleno de Paula
a) aplicar a argamassa colante, tanto no contrapiso ou base quanto no tardoz Rodrigues.
do ladrilho (processo de dupla camada), realizando cordões com desempe-
nadeira denteada de 8 mm x 8 mm. Tal procedimento é fundamental para
que ocorra total aplicação de argamassa sob as peças, sem vazios. Os cor-
dões do tardoz devem ser perpendiculares aos do contrapiso ou base;

b) posicionar as placas ligeiramente deslocadas de sua posição final e arrastá-


las para romper os filetes (cordões) de argamassa colante;
Foto 6.19 - Remoção aleató-
c) assentar os ladrilhos, pressionando-os e batendo com martelo de borracha ria de uma peça assentada
para avaliação da qualidade
até a obtenção da espessura desejada de argamassa. Proceder à limpeza do trabalho. O tardoz da peça
da face dos ladrilhos com esponja levemente umedecida e pano seco (não deverá estar totalmente im-
lavar e nem molhar); pregnado por argamassa,
sem vazios. A foto exemplifi-
ca um trabalho aprovado. Fo-
d) verificar a aderência da argamassa ao ladrilho, removendo aleatoriamente to: Eleno de Paula Rodrigues.
algumas peças logo após o seu assentamento. O tardoz deverá estar total-
mente impregnado de argamassa colante;

e) usar espaçadores de plástico ou poliestireno para garantir homogeneidade


das juntas, cujo espaçamento é definido em função da dimensão dos ladri-
lhos.

118 119
assentamento de rochas onde se requeiram elevadas resistências e rapidez na execu-
Foto 6.20 - Remoção aleató- ção. Essa rapidez na execução poderá ser ilustrada quando comparados, por exemplo,
ria de uma peça assentada os tempos requeridos para o rejuntamento e para a liberação do piso ao tráfego após o
para avaliação da qualidade
assentamento: 72 horas nas argamassas cimentícias convencionais ou colantes contra
do trabalho. Neste caso, o tra-
6 horas na argamassa adesiva.
balho de assentamento foi
reprovado. Notar grande área
Os procedimentos para o assentamento de ladrilhos rochosos com argamassa adesiva
de vazios entre a peça rocho-
sa e a argamassa. Foto: Eleno são semelhantes aos grafados para a argamassa colante.
de Paula Rodrigues.

6.2.2 Argamassas de rejuntamento

Após a secagem das rochas e cura das argamassas de assentamento (mínimo de 72


horas para argamassas cimentícias convencionais ou colantes, e de 6 horas para arga-
massas adesivas), deve-se proceder ao rejuntamento dos ladrilhos do piso. Para esse
rejuntamento pode-se utilizar três tipos de produtos: rejuntamento cimentício industria-
lizado, rejuntamento convencional (à base de calda de cimento e Pó Xadrez®) ou rejunta-
Foto 6.21 - Exemplo de proce-
dimento incorreto. A argamas-
mento de base acrílica ou epóxi.
sa colante não foi aplicada
pelo método da dupla cama-
da. Foram feitas bolotas de
argamassa distribuídas sobre 6.2.2.1 Rejuntamentos cimentícios industrializados
a base. Nesta situação, é pra-
ticamente certo que a peça Os rejuntamentos cimentícios industrializados são geralmente compostos por cimento
rochosa irá desplacar com o
Portland, agregados minerais, pigmentos e aditivos. Deve-se preferir os produtos aditi-
tempo (como ocorreu no caso
da foto). Foto: Eleno de Paula vados com fungicidas, algicidas e impermeabilizantes. A mistura do rejuntamento com
Rodrigues. água deve possuir consistência pastosa e firme, sem grumos secos.

A aplicação da mistura deve ser feita em pequenas superfícies para se proceder à limpe-
za progressivamente. Recomenda-se utilizar desempenadeira de borracha, estendendo
e pressionando o produto para dentro das juntas (Foto 6.22). Após 15 a 40 minutos do
rejuntamento, proceder à limpeza, utilizando esponja macia, úmida e limpa (Foto 6.23).

6.2.1.3 Argamassa adesiva

Tanto a argamassa colante quanto a argamassa adesiva têm dois componentes de ade- Foto 6.22 - Aplicação correta
rência: o mecânico e o químico. Na argamassa colante o principal componente é o me- de rejunte cimentício. Notar
consistência pastosa e utiliza-
cânico, enquanto na adesiva é o químico. Assim, a argamassa adesiva funciona quer em
ção de desempenadeira flexí-
superfícies porosas, quer em superfícies de baixa ou nenhuma absorção de água15, en- vel, de borracha, estendendo e
quanto a argamassa colante funciona melhor em superfícies com alguma porosidade. A pressionando o produto para
argamassa adesiva tem preços bem mais elevados que a colante, daí porque não ser dentro das juntas. Foto: Eleno
sempre adotada para os projetos. de Paula Rodrigues.

A utilização de argamassa adesiva, geralmente composta por cimentos de alta resistên-


cia, copolímeros orgânicos e cargas minerais, é mais apropriadamente indicada para

Correspondem a superfícies polidas/resinadas ou com aplicação de resina e colagem de telas; incluem tam-
15

bém as superfícies naturais de ardósias (frente e verso dos planos de desplacamento).


15

120 121
industrializados de consistência fluida, os procedimentos de aplicação são os mesmos
Foto 6.23 - Após 15 a 40 mi- descritos para os rejuntamentos à base de calda de cimento. Em relação aos rejun-
nutos do rejuntamento, pro- tamentos convencionais, as principais diferenças consistem basicamente na forma de
ceder à limpeza, utilizando-se
distribuição (despeja-se a mistura fluida sobre o piso), na forma de aplicação (utiliza-se
esponja macia, úmida e lim-
pa. Foto: Eleno de Paula rodo ou desempenadeira com base flexível) e no acabamento final (polvilha-se pó do
Rodrigues. produto, seguido de lustração com equipamento elétrico (tipo enceradeira), conforme
mostrado nas fotos 6.25 e 6.26.

Foto 6.25 - Polvilhamento de


pó do cimento ou do produto
industrializado sobre as áre-
as recém rejuntadas, ainda
úmidas. Foto: Eleno de Paula
Rodrigues.
Para revestimentos de rochas com acabamento de superfície rústico (flameado, api-
coado, jateado, escovado, etc.) onde podem ocorrer impregnações de cimento, reco-
menda-se aplicar fitas adesivas nas adjacências das juntas antes de aplicar o rejunta-
mento (Foto 6.24).

Foto 6.24 - Cuidado especial


na aplicação de rejuntamento
em rochas com superfície rús-
tica (jateada). Fitas adesiva- Foto 6.26 - Lustração final da
das protegem as adjacências área rejuntada. Foto: Eleno de
das juntas. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.
Paula Rodrigues.

6.2.2.2 Rejuntamento convencional à base de calda de


cimento e Pó Xadrez® e rejuntamento industrializado fluido

Recomenda-se que o emprego de rejuntamento convencional, à base de calda de cimen- 6.2.2.3 Rejuntamentos de base acrílica ou epóxi
to e Pó Xadrez® (produto fabricado pela LanXess), quando adotado, fique restrito a pisos
internos sujeitos à molhagem eventual, desde que respeitada a proporção de 20 partes Os rejuntamentos de base acrílica ou epóxi são adequados para ambientes onde se re-
de cimento branco (em volume) para uma parte de pigmento Pó Xadrez® (ou seja, 750 g quer alta impermeabilidade nas juntas. Em áreas externas, sujeitas à insolação, não são
de pigmento para 20 kg de cimento). Os procedimentos de aplicação são os mesmos recomendados os rejuntamentos epóxi, devendo-se, nesses locais, preferir os de base
descritos para os rejuntamentos cimentícios industrializados. Para os rejuntamentos acrílica.

122 123
São aplicados utilizando-se uma espátula plástica, pouco flexível, que pressiona o pro-
duto para que penetre em todo espaço das juntas. Deve-se passar a espátula plástica, Foto 6.28 - Detalhe de reforço
no sentido contrário, para remover o excesso de rejuntamento. Melhor acabamento aplicado no tardoz da peça
rochosa destinada a piso ele-
poderá ser obtido passando-se suavemente uma esponja limpa e umedecida com água.
vado. Utilizou-se fibra de vi-
As etapas de retirada de excesso e realização do acabamento não devem ultrapassar 30 dro e resina epóxi bicom-
minutos após a aplicação do rejuntamento. ponente, também adequadas
para o reforço estrutural de
tampos e bancadas. Foto:
Eleno de Paula Rodrigues.
6.3 Pisos elevados

A importância dos pisos elevados é crescente nas obras civis, sobretudo porque ficam a
alguns centímetros ou decímetros da base e possibilitam que esse espaço seja aprovei-
tado para a passagem de fios elétricos e telefônicos, cabos de dados e voz, drenagem
de água e outros utilitários. Possibilitam, também, a rápida mudança de layout dos am-
bientes, por serem facilmente desmontados e reinstalados em outros locais, prática
usual na maioria das edificações corporativas nos dias de hoje. No segundo sistema de pisos, a placa rochosa é colada sobre uma base, ou painel,
confeccionada com plástico polipropileno injetado de alta resistência. Essa base tem
Os dois sistemas de pisos elevados mais comumente utilizados no Brasil são os apoia- cerca de três centímetros de espessura e é reforçada com o mesmo material no tardoz,
dos apenas sobre quatro suportes telescópicos e os aplicados sobre painel plástico tornando-se extremamente resistente a esforços compressivos e fletores e a impactos
sustentado por nove suportes telescópicos. (fotos 6.29 e 6.30). Sob o painel são aplicados nove suportes telescópicos (um central,
quatro nos cantos e quatro nas laterais), também de polipropileno.
No primeiro, a placa rochosa é apoiada pelos quatro cantos em suportes telescópicos
(Foto 6.27), geralmente confeccionados com plástico injetado de alta resistência. Nesse
Com isso, nesse sistema a placa rochosa exerce função dominantemente decorativa e
sistema, a resistência à flexão e a espessura da placa rochosa são determinantes para
pode ser utilizada com espessuras bem menores do que as referidas no método ante-
a segurança. As espessuras utilizadas para as placas rochosas são, geralmente, de 2 ou
rior, chegando a menos de 1 cm em alguns casos.
3 cm. Considerando que placas rochosas podem se quebrar durante o tráfego de pes-
soas sobre o piso elevado, é recomendável que sejam reforçadas, aderindo-se ao seu
tardoz uma tela de alta resistência (confeccionada, por exemplo, com fibra de vidro),
conforme mostrado na Foto 6.28. Tal tela, além de aumentar a resistência à flexão da Foto 6.29 - Segundo sistema
rocha, constituirá um fator adicional de segurança, uma vez que, mesmo ocorrendo rup- de pisos elevados, também
tura do ladrilho, a tela não rasgará e manterá colados a ele os pedaços de rocha produ- bastante utilizado no Brasil.
zidos, prevenindo acidentes e ferimentos. Notar que a peça rochosa é co-
lada sobre um painel de plás-
tico preto estruturado. Neste
sistema são utilizados nove
suportes telescópicos. Foto:
Foto 6.27 - Vista parcial de Eleno de Paula Rodrigues.
um dos principais sistemas
de pisos elevados utilizados
no Brasil. Notar que cada pe-
ça rochosa se apoia em qua-
tro suportes telescópicos. Fo-
to: Eleno de Paula Rodrigues.

124 125
Foto 6.30 - Vista lateral da pla- Foto 6.31 - Ensaio de deter-
ca rochosa colada ao plástico minação de carga concen-
preto estruturado. Foto: Eleno trada no centro da peça do
de Paula Rodrigues. piso elevado. Foto: Eleno de
Paula Rodrigues.

Foto 6.32 - Ensaio de deter-


minação da resistência à car-
ga concentrada em piso ele-
vado, onde a placa rochosa é
colada sobre uma base con-
feccionada com plástico poli-
As informações registradas neste documento para pisos elevados referem-se tanto aos propileno e apoiada sobre no-
ve suportes telescópicos. Fo-
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação das rochas que os constituem to: Eleno de Paula Rodrigues.
(quadros A1, B1, C1 e D1) quanto aos ensaios de caracterização tecnológica do sistema
de piso elevado completo, visando definir sua adequação ao uso.

Faz-se também referência às espessuras mínimas recomendadas para as placas de ro-


cha no Quadro 6.1, apresentado adiante.

Considerando que ainda não existem normas nacionais específicas para a avaliação de
desempenho e para a realização de ensaios em pisos elevados confeccionados com
rochas, foi utilizada a norma ABNT NBR 11802:1991, adotando-se as orientações e os li- 6.4 Espessuras mínimas sugeridas para pisos em geral
mites apresentados para pisos elevados confeccionados com placas de aço.
As espessuras mínimas exigidas para o revestimento de pisos, tanto convencionais
Assim, destacam-se as seguintes condições exigíveis para a utilização desses pisos: quanto elevados, devem ser arbitradas a partir de três variáveis: comprimento e largura
individual das placas, resistência à flexão da(s) rocha(s) selecionada(s) e tipo de tráfego
q Dimensões: 600 x 600 mm ou 625 x 625 mm, ambas com tolerância de ± 0,5 mm.
esperado.

q Carga mínima concentrada no centro e na borda lateral da placa rochosa (ABNT O Quadro 6.1 discrimina essas variáveis e propõe a espessura das placas para três si-
NBR 12048:1991): 4400 N, com flecha de até 3,6 mm e coeficiente de segurança tuações de tráfego (pedestres e bicicletas, pedestres até veículos leves e pedestres até
de 3 (fotos 6.31 e 6.32); veículos de passeio). As ardósias, que são rochas com resistência à flexão normal-
mente bem mais elevada que a dos granitos, mármores e quartzitos, também atendem
q Resistência à carga axial concentrada do suporte telescópico: 18.000 N. com folga a essas condicionantes.

126 127
Quadro 6.1 - Espessuras mínimas sugeridas para pisos de granito, mármore e quartzito Sobre esses diferentes tipos de base são aplicadas as argamassas de assentamento e
rejuntamento. A superfície das bases deve estar firme, seca, curada e limpa, sem pó, poei-
Dimensão das placas (1)
ra, gordura/oleosidade e outros resíduos que impeçam a aderência das argamassas de
Espessuras assentamento.
Comprimento/Largura
Pisos Convencionais (2) Pisos Elevados/Flutuantes
Boa parte das recomendações para as argamassas de fixação e rejuntamento dos re-
Tráfego de pedestres e bicicletas (3) vestimentos verticais é comum àquelas dos revestimentos horizontais.
Até 50 cm 1,0 cm 3,0 cm
Com relação à técnica de fixação vertical a ser adotada em função da altura do revesti-
Entre 50-100 cm 2,0 cm 4,0 cm
mento rochoso, são apresentadas as seguintes recomendações:
Entre 100-150 cm 3,0 cm
1) Para revestimentos posicionados até 3 m de altura, as placas rochosas poderão ser
Tráfego misto (4) - Pedestres até veículos leves (5)
fixadas apenas com argamassa colante (do tipo AC II ou AC III).
Até 50 cm 2,0 cm 4,0 cm

2) Para revestimentos posicionados entre 3 m e 15 m de altura, recomenda-se reforço


Entre 50-100 cm 3,0 cm 5,0 cm
com o uso de grapas (de arame inoxidável). Os arames deverão ser alinhados formando
Entre 100-150 cm 4,0 cm uma semicircunferência e fixados no tardoz das peças pelas extremidades dos arames,
Tráfego misto (6)
- Pedestres até veículos de passeio (7) que serão inseridos em ranhuras feitas na rocha e colados com resina poliéster ou epóxi
(Foto 6.33). Recomenda-se o uso de argamassa colante do tipo AC III ou AC III E, aplica-
Até 50 cm 3,0 cm 5,0 cm
ção pelo método da dupla camada e inserção das grapas no interior da argamassa.
Entre 50-100 cm 4,0 cm 6,0 cm
3) Para revestimentos posicionados acima de 15 m, recomenda-se a fixação por inser-
Entre 100-150 cm 5,0 cm
tos metálicos (Foto 6.34), conforme norma ABNT NBR 15846:2010.
(1) Para placas rochosas sem reforço estrutural. (2) Para pisos assentados ou apoiados sobre base rígida
(concreto). (3) Rochas com resistência à flexão* ≥ 70 kgf/cm2 ou 7,0 Mpa. (4) Rochas com resistência à fle-
xão* ≥ 100 kgf/cm2 ou 10,0 Mpa. (5) Rochas com resistência à flexão* ≥ 120 kgf/cm2 ou 12,0 Mpa. (6) Até
600 kg/eixo, à velocidade reduzida. (7) Até 900 kg/eixo, à velocidade reduzida. * Valores relativos ao método
de três apoios (ABNT NBR 15845-5:2015). Foto 6.33 - Tardoz de peça de
Nota: degraus devem ter espessura mínima de 2 cm, assentados sobre base rígida (concreto) e de 4 cm granito que será instalada em
quando elevados (vão livre entre apoios não superior a 50 cm), com profundidade não inferior a 20 cm. Para parede com altura entre 3 e
ardósias, as variedades do tipo “matacão” são recomendadas nas peças com espessura ≥ 3 cm. 15 m. Notar presença de gra-
Fonte: Adaptado e modificado do Manual da Pedra Natural para Arquitectura (Henriques e Tello coord.,
pas confeccionadas com ara-
2006). me inoxidável. Foto: Eleno de
Paula Rodrigues.

6.5 Revestimentos verticais convencionais

Os revestimentos verticais convencionais (não-aerados) podem ser assentados sobre


três tipos de base: emboço de argamassa, alvenaria ou concreto. O emboço deve estar
curado há, no mínimo, 14 dias. As alvenarias, que podem ser de blocos vazados de con-
creto, blocos sílico-calcários ou de concreto celular, também devem estar curadas há
pelo menos 14 dias. As bases de concreto devem ter superfície preferencialmente rús-
tica, curada há pelo menos 28 dias.

128 129
da argamassa deve ser compatível com o processo de lançamento, de modo que todo o
Foto 6.34 - Detalhe de inserto espaço (1 cm a 3 cm) entre a base e a placa rochosa seja preenchido. Deve-se utilizar,
metálico utilizado na fixação
de peças rochosas em super- segundo a ABNT NBR 13707:1996, a mínima quantidade de água a fim de assegurar má-
fícies verticais com alturas xima resistência de aderência e mínima retração.
superiores a 15 m. Foto: Eleno
de Paula Rodrigues.
Para alturas superiores a 2 m, à argamassa cimentícia deverão ser acrescentados gram-
pos metálicos. Nesses casos, recomenda-se que as placas rochosas sejam providas de
ranhuras no tardoz (verso). Podem ser assim chumbados arames de aço galvanizado ou
inoxidável, utilizando-se massa plástica ou colas à base de resinas de poliéster ou epo-
xídicas. Esses arames são enganchados a uma tela de aço galvanizado ou inoxidável,
fixada com chumbadores de expansão na base dos revestimentos, os quais deverão ser
posicionados de forma a constituir uma malha quadrada, com aproximadamente 50 cm
x 50 cm.

Nos revestimentos de paredes internas, nas quais não seja utilizada a tela de aço (altura
inferior a 2 m), deve-se preparar a superfície da base e o tardoz das placas rochosas,
através de apicoamentos, chapiscos, etc., visando melhorar a aderência da argamassa.

6.5.1.2 Argamassa colante


6.5.1 Argamassas de assentamento
Para o uso de argamassa colante deve-se, inicialmente, avaliar se a superfície da base
Para o assentamento de peças rochosas em revestimentos verticais não ventilados são não apresenta desvios de prumo e planeza. Se ocorrerem desnivelamentos, deve-se exe-
aplicáveis as argamassas: cimentícia convencional pastosa, colante ou adesiva. A prin- cutar camada de argamassa niveladora, a qual deverá ser composta por cimento e areia
cipal diferença entre elas reside na resistência de aderência sob cura normal (condições no traço 1:3 ou 1:4, em volume.
ambientais), cura submersa em água (ambientes molhados) e cura em estufa a 70°C
(ambientes sujeitos a elevadas temperaturas). Tais resistências são crescentes a partir A areia deverá exibir granulação média, ser lavada e peneirada, e estar isenta de impure-
da argamassa cimentícia convencional para a argamassa colante e a adesiva. zas como restos vegetais, pelotas de argila, materiais ferruginosos, seixos e cascalhos.
O cimento deverá ser do tipo CP II-E-32, de qualidade e procedência conhecidas. Se ne-
Testes de aderência, com diferentes tipos de rocha e argamassa, podem ser efetuados a cessário, aditivar a argamassa niveladora com produto melhorador de aderência. Aguar-
partir da montagem de painéis verticais, nos quais se simula condição ambiental de dar a cura da argamassa por, no mínimo, 14 dias.
aplicação.
Devido às dimensões (normalmente superiores às dos revestimentos cerâmicos con-
vencionais), peso próprio e faixas de absorção de água/porosidade das rochas orna-

6.5.1.1 Argamassa cimentícia convencional pastosa mentais, deve-se utilizar em seu assentamento (principalmente em superfícies verticais)
argamassa colante do tipo AC III (fotos 6.35 a 6.37).
As argamassas cimentícias convencionais para revestimentos verticais são pastosas e
constituídas por cimento e areia, com traço 1:3 em volume. Opcionalmente, podem-se No Quadro 6.2 são apresentadas as características das argamassas colantes segundo
acrescentar aditivos melhoradores de aderência. As argamassas exercem tanto a fun- a norma ABNT NBR 14081:2012 (Argamassa colante industrializada para assentamento
ção de regularização da base quanto a de fixação das placas rochosas. A consistência de placas de cerâmica - Especificação).

130 131
O assentamento dos ladrilhos rochosos com argamassa colante deverá obedecer aos
seguintes procedimentos: Foto 6.36 - Aplicação de ar-
gamassa colante AC III, utili-
zando desempenadeira den-
a) aplicar a argamassa colante, tanto na base quanto no tardoz do ladrilho teada no tardoz de peça de
(processo de dupla camada), realizando cordões com desempenadeira den- granito. Foto: Eleno de Paula
teada de 8 mm x 8 mm. Tal procedimento é fundamental para que ocorra Rodrigues.

total aplicação de argamassa sob as peças, sem vazios. Os cordões do tar-


doz devem ser perpendiculares aos da base;

b) posicionar as placas ligeiramente deslocadas de sua posição final e arras-


tá-las para romper os filetes (cordões) de argamassa colante;

c) assentar os ladrilhos, pressionando-os e batendo com martelo de borracha


até a obtenção de espessuras de argamassa inferiores a 8 mm. Proceder à
limpeza das faces com esponja levemente umedecida e pano seco (não la- Foto 6.37 - Conclusão do as-
var e nem molhar); sentamento da peça na pare-
de. Notar que foi aplicada ar-
gamassa colante tanto na pa-
d) verificar a aderência da argamassa ao ladrilho, removendo aleatoriamente rede quanto no tardoz da ro-
algumas peças logo após o seu assentamento. O tardoz deverá estar total- cha (método da dupla cama-
mente impregnado de argamassa colante; da) e que os cordões de arga-
massa, feitos com desempe-
nadeira denteada na parede e
e) utilizar espaçadores de plástico ou poliestireno para garantir homogenei- no tardoz da rocha, são per-
dade das juntas. pendiculares. Foto: Eleno de
Paula Rodrigues.

Foto 6.35 - Aplicação de arga-


massa colante AC III em pare-
de, com desempenadeira den-
teada, para início do assenta-
mento de peça rochosa. Foto:
Eleno de Paula Rodrigues.

Quadro 6.2 - Recomendação de aplicações e tempo em aberto de


argamassas colantes industrializadas segundo a norma ABNT NBR 14081:2012

Tipo da Tempo em
Aplicações
argamassa colante aberto (minutos)

Ambientes internos exceto saunas, churrasqueiras, estufas e outros


AC I ≥ 15
revestimentos especiais.

AC II Pisos e paredes externos. ≥ 20

Onde se necessita de alta resistência a tensões de cisalhamento,


AC III ≥ 20
apresentando aderência superior a dos tipos AC I e AC II.

AC I E Com acréscimo de,


AC II E Similar às anteriores, porém com tempo em aberto estendido. no mínimo, 10 minutos
AC III E nos especificados acima

132 133
6.5.1.3 Argamassa adesiva São aplicados utilizando-se uma espátula plástica, pouco flexível, que pressiona o pro-
duto para que penetre em todo o espaço das juntas. Deve-se passar a espátula plástica
A argamassa adesiva, geralmente composta por cimentos de alta resistência, copolí- no sentido contrário, para remover o excesso de rejuntamento. Um melhor acabamento
meros orgânicos e cargas minerais, é mais apropriadamente indicada para assentamen-
poderá ser obtido passando-se suavemente uma esponja limpa e umedecida com água.
tos de rochas onde se requeiram elevadas resistências e rapidez na execução. Essa ra-
As etapas de retirada de excesso e o acabamento não devem ultrapassar 30 minutos
pidez na execução poderá ser ilustrada se se compararem, por exemplo, os tempos re-
após a aplicação do rejuntamento.
queridos para o rejuntamento após o assentamento: 72 horas nas argamassas cimentí-
cias convencionais ou colantes contra 6 horas na argamassa adesiva.
6.5.2.3 Rejuntamentos com selantes elastoméricos
Os procedimentos para o assentamento de ladrilhos rochosos com argamassa adesiva
são semelhantes aos grafados para a argamassa colante. As principais diferenças resi- Em fachadas são aplicáveis os rejuntamentos compostos por selantes elastoméricos
dem no fato de a argamassa adesiva possibilitar o assentamento em camadas mais (p.ex., mástique à base de poliuretano ou silicone), apoiados sobre anteparo neutro e
grossas (até 30 mm, contra 4-8 mm da argamassa colante) e requerer cuidados espe- flexível (p.ex., espuma de polietileno expandido). Esse tipo de rejuntamento, além de ser
ciais durante o espalhamento com a desempenadeira denteada para que não forme mais flexível que os cimentícios, evita problemas de infiltrações e eflorescências. Os se-
uma película superficial sobre o adesivo (nesse caso, recomenda-se aplicar nova cama- lantes elastoméricos podem ser utilizados tanto em juntas de assentamento (juntas
da do produto sobre a camada com a película). existentes entre as placas) quanto em juntas de movimentação (juntas que dividem pa-
nos extensos de revestimentos em panos menores, normalmente posicionadas nas
6.5.2 Argamassas de rejuntamento transições viga/alvenaria). Na Figura 6.1 é apresentado um exemplo de utilização desse
material em uma junta de movimentação.
Após a secagem das rochas e cura das argamassas de assentamento (mínimo de 72
horas para argamassas cimentícias convencionais ou colantes, e de 6 horas para arga-
massas adesivas), deve-se rejuntar os ladrilhos. Para esse rejuntamento pode-se usar
três tipos de produto: rejuntamento cimentício industrializado, rejuntamento conven- Granito
cional (à base de calda de cimento e Pó Xadrez ) ou rejuntamento de base acrílica ou
®

epóxi. Argamassa colante

Viga
6.5.2.1 Rejuntamentos cimentícios industrializados Emboço

Os rejuntamentos cimentícios industrializados são geralmente compostos por cimento


Portland, agregados minerais, pigmentos e aditivos. São preferíveis os produtos aditi-
vados com fungicidas, algicidas e impermeabilizantes. A mistura do rejuntamento com
água deve possuir consistência pastosa e firme, sem grumos secos. Selante elastomérico

A aplicação da mistura deve ser feita em pequenas superfícies para se proceder à limpe-
Espuma de poliuretano
za progressivamente. Recomenda-se utilizar desempenadeira de borracha, estendendo expandido
e pressionando o produto para dentro das juntas. Após 15 a 40 minutos do rejuntamen-
to, proceder à limpeza, usando esponja macia, úmida e limpa. Alvenaria

6.5.2.2 Rejuntamentos de base acrílica ou epóxi


Os rejuntamentos de base acrílica ou epóxi são adequados para ambientes onde se re- Chapisco

quer alta impermeabilidade nas juntas. Em áreas externas, sujeitas à insolação, não são
recomendados os rejuntamentos epóxi, devendo-se, nesses locais, preferir os de base
acrílica. Figura 6.1 - Exemplo de junta de movimentação (Carvalho Jr., 1999).

134 135
6.6 Fachadas ventiladas/aeradas (utilizado na maior parte da fachada), com pino duplo (para requadrações autoportan-
tes), especial (para fixação de peças em cantos e travamentos laterais), em ângulo (pa-
Denomina-se como “fachada ventilada ou aerada” o revestimento de superfícies verti- ra fixação através de um rasgo inclinado a 45° no tardoz da peça).
cais onde as placas rochosas são fixadas com insertos metálicos e permanecem al-
guns centímetros afastadas da estrutura da edificação. Essas fachadas devem ser obri- As placas de revestimento estão submetidas a diversas solicitações (peso próprio, ação
gatoriamente adotadas em alturas superiores a 15 m. de ventos, pressões internas, deformações decorrentes de variações higrotérmicas,
etc.) e a sua estabilidade é conseguida pelos insertos, desde que bem fixados no supor-
São particularmente interessantes para as obras por proporcionarem uma redução da te e com liberdade de movimentação, demandando-se uma adequada distribuição dos
temperatura interna e, com isso, promoverem um maior conforto térmico em regiões de insertos nas placas conforme critérios de projeto.
clima quente. Além disso, propiciam maiores coeficientes de segurança em relação ao
sistema convencional (que utiliza argamassas); permitem a substituição de placas ro- Os insertos são geralmente constituídos de três partes, com as seguintes característi-
chosas eventualmente danificadas; promovem isolamento acústico; e ainda possibi- cas e funções:
litam o aproveitamento dos espaços vazios (entre o suporte e a placa) para passagem
de fios elétricos, tubulações hidráulicas e outros itens. a) uma parte a ser fixada na estrutura de suporte (dos tipos parafuso, “chum-
bador”, “passante”, etc.);

b) uma parte constituída por barra, cantoneira ou outro perfil metálico, com even-
6.6.1 Fixação tual dispositivo de regulagem para permitir o adequado posicionamento da
placa;
A ancoragem das placas rochosas em fachadas ventiladas é efetuada nas estruturas
das edificações. Essas estruturas podem ser de concreto, de alvenaria, ou metálicas. c) uma parte que permitirá a união com as placas.

m Dispositivos de fixação Nos ensaios para avaliação dos dispositivos de fixação os seguintes itens devem ser
considerados:
No revestimento de fachadas aeradas/ventiladas as placas rochosas são fixadas por
meio de insertos metálicos, que têm formatos diversos e as funções de: a) capacidade do suporte de resistir aos esforços transmitidos pelo dispositi-
vo de fixação (arrancamento e momento de engastamento);
a) fixar as placas no suporte e, frequentemente, conectar umas às outras;
b) distância mínima dos pontos de fixação às extremidades do suporte (can-
b) sustentar o peso próprio do revestimento, a ação de ventos, pressões inter-
tos), em decorrência dos esforços aplicados e da natureza do suporte;
nas e outras cargas passíveis de atuação;

c) deformabilidade de todo o dispositivo de fixação quando a concepção do


c) impedir o tombamento das placas;
sistema de fixação das placas exigir que estas se movimentem livremente;
d) absorver as deformações diferenciais (principalmente dilatações e contra-
ções) entre o revestimento e o suporte, de modo a permitir a dissipação de d) capacidade do dispositivo de fixação de resistir aos esforços transmitidos
tensões introduzidas no revestimento; pelas placas; em caso de dispositivos de fixação com regulagem, os ensaios
devem ser conduzidos na condição mais desfavorável.
e) permitir que o revestimento fique afastado da estrutura de suporte para pro-
mover a livre circulação do ar e a eliminação da umidade no sistema revesti- Os dispositivos de fixação devem ser suficientemente ajustáveis para que possam ab-
mento/suporte. sorver os eventuais desvios de prumo e de planicidade da estrutura de suporte. No seu
dimensionamento, deve ser adotado um coeficiente de segurança de, no mínimo, 2,5.
Existem vários tipos de insertos disponíveis no mercado que são escolhidos em função Devem ser constituídos conforme a norma ABNT NBR 15846:2010, por metais inalterá-
da necessidade e do local onde serão fixados. Assim, existe o inserto com pino simples veis que não sejam atacados por substâncias presentes na atmosfera.

136 137
Os principais metais que podem ser utilizados são: aço inoxidável, cobre e suas ligas, É preciso considerar que as placas rochosas fixadas até a altura de 1,5 m do nível do pi-
aço-carbono e alumínio. Segundo a norma ABNT NBR 15846:2010, deve-se, preferencial- so devem resistir a impactos de corpo duro com energia de 3 J e impactos de corpo mo-
mente, usar aço inoxidável devido à sua grande inalterabilidade e resistência mecânica, le com energia de 400 J, sem que ocorram danos de qualquer espécie. Os procedi-
levando-se em conta as condições atmosféricas no local da obra para a escolha dos ti- mentos para verificação devem atender à diretrizes da ABNT NBR 15845-8:2015 e ABNT
pos, conforme os critérios: NBR 11675:2016.

a) aço inoxidável do tipo ABNT 304 (AISI 304) para atmosferas urbanas e in- No cálculo das deformações entre o suporte e o revestimento, bem como no dimensio-
dústrias isentas de cloretos; namento do espaço entre as placas rochosas, deve ser considerado o coeficiente de
dilatação térmica da rocha, determinado conforme a norma ABNT NBR 15845-3:2015.
b) aço inoxidável do tipo ABNT 316 (AISI 316) para atmosferas urbanas, maríti-
mas e industriais que contenham cloreto. No dimensionamento do sistema, também devem ser levadas em conta as deformações
devidas à retração e à deformação lenta do concreto, passíveis de ocorrerem após a
Em caso de necessidade de emprego de outros tipos de materiais, deve-se evitar a asso- execução do revestimento.
ciação de metais de natureza diferente, pela possibilidade da ocorrência de corrosão
por pares galvânicos.

6.6.2 Características e dimensionamento das placas rochosas

Conforme a norma ABNT NBR 15846:2010, o projeto de revestimento com placas de ro-
cha e insertos metálicos deve estabelecer a espessura das placas de acordo com suas
dimensões em planta (comprimento e largura), com a resistência mecânica da rocha,
com o sistema de fixação a ser empregado e com as cargas atuantes. Para as placas ro-
chosas deve ser adotado um coeficiente de segurança de, no mínimo, 3,0.

A norma ABNT NBR 15846:2010 estabelece que, após terem sido definidas as solicita-
ções atuantes nas placas (peso próprio, ação de ventos, deformações devidas a varia-
ções higrotérmicas e outras) e conhecidas as características do suporte e do inserto es-
colhido (dimensões e tipo de metal ou liga metálica), deve-se:

a) realizar cálculo analítico com base no funcionamento previsto para o inserto;

b) verificar, através de ensaio em escala real e in loco, o conjunto inserto-chum-


bador-suporte, conforme a norma ABNT NBR 14827:2002;

c) verificar, através de ensaio em escala real, o conjunto placa rochosa-inserto,


caso haja dúvida sobre o comportamento estrutural do conjunto.

Os esforços devidos ao vento (pressões positivas e negativas) devem ser calculados de


acordo com a norma ABNT NBR 6123:1988.

138 139
6.6.3 Juntas 6.6.4 Ensaios em chumbadores e em protótipos

Com relação às juntas e materiais de preenchimento, as seguintes recomendações da A Figura 6.2 esquematiza um inserto metálico e seus componentes.
norma ABNT NBR 15846:2010 são destacadas:

30 KGF
a) sempre que houver junta de dilatação ou de movimentação na estrutura de
suporte, deve-se prever também junta desse tipo no revestimento, com a
mesma abertura daquela existente no suporte;

b) as juntas entre as placas devem ser suficientes para absorver as movimen-


tações, tanto da estrutura de suporte quanto do revestimento. Cabe ao pro-
ARRANCAMENTO
jetista verificar, em cada caso, a necessidade de juntas de dilatação ou de
movimentação no revestimento; D

c) devem ser previstas juntas de dilatação nos encontros das placas com quais-
quer elementos distintos que se projetem no plano do revestimento ou para
além deste;

d) quando for empregado material de vedação nas juntas, o fator de forma (pro-
porção largura/profundidade) deve estar compreendido entre 1 e 2, em obe- 3 CM

diência às prescrições do fabricante do produto. Deve-se prever o uso de ma- 9 CM

terial de enchimento quando for necessário adaptar o perfil das juntas às di-
mensões ideais do cordão de material de vedação;
Figura 6.2 - Inserto metálico e seus componentes.

e) o material de vedação deve ser resistente aos agentes atmosféricos, apre- A capacidade de resistência do conjunto chumbador + suporte é avaliada através da
sentar boa aderência com os materiais nos quais será aplicado, ser estan- realização de ensaios utilizando-se dinamômetro na própria obra: são os chamados en-
que ao ar e à água e não causar manchas ou alterações nas rochas às quais saios de arrancamento de chumbadores (Foto 6.38).
são aplicados. Deve ser inerte em presença de substâncias químicas normal-
mente encontradas nos edifícios (alcalinidade das argamassas e produtos
de limpeza), deve ter elasticidade suficiente e mantê-la ao longo do tempo; Foto 6.38 - Ensaio de determi-
nação da resistência ao arran-
camento de chumbador apli-
f) os rejuntamentos mais indicados para vedação são aqueles compostos por cado em concreto de obra on-
de será instalada fachada ven-
selantes elastoméricos (p.ex., mástique à base de poliuretano ou silicone),
tilada. Foto: Eleno de Paula
apoiados sobre anteparo neutro e flexível (p.ex., espuma de polietileno ex- Rodrigues.
pandido). Esse tipo de rejuntamento, além de ser mais flexível que os cimen-
tícios, evita problemas de infiltrações e eflorescências. Os selantes elasto-
méricos podem ser utilizados tanto em juntas de assentamento (juntas exis-
tentes entre as placas) quanto em juntas de movimentação (juntas que divi-
dem panos extensos de revestimentos em panos menores, normalmente
posicionadas nas transições viga/alvenaria).

140 141
Os chumbadores são metálicos e podem ser fixados em concreto, em alvenaria ou, me- O ensaio de resistência é então realizado procedendo-se a esforços de arrancamento
nos frequentemente, em estruturas metálicas. Para a fixação de chumbadores em alve- nos chumbadores pré-fixados nos locais onde serão também fixados os insertos das fa-
narias, os blocos de concreto precisarão ser preenchidos com graute (tipo de concreto chadas, sejam eles de concreto ou blocos preenchidos. Esses esforços geralmente le-
ou argamassa de alta resistência utilizado para preencher vazios de concretagem) (fo- vam à ruptura do concreto, do bloco ou, ainda, do próprio chumbador metálico.
tos 6.39 a 6.41).
Os valores obtidos para a pressão de arrancamento dos chumbadores são confrontados
com os pesos próprios das peças rochosas e, a partir daí, são calculados os coeficien-
tes de segurança para o conjunto: chumbador + concreto (ou alvenaria).
Foto 6.39 - Quebra de uma
das faces de blocos de con-
creto nos locais onde serão Outras investigações técnicas podem ser realizadas, submetendo-se um protótipo de
fixados os insertos. Os blo-
cos serão preenchidos com tamanho real da fachada a pressões equivalentes às produzidas pelo vento na região da
graute. Foto: Eleno de Paula obra e nas maiores altitudes atingidas pelo prédio. Esse ensaio é adaptado da norma
Rodrigues. ABNT NBR 10821:2017 e consiste na inserção do protótipo em um equipamento de
grande porte (“túnel de vento”) que produz pressões crescentes de vento positivas e ne-
gativas (sucção), uniformemente distribuídas sobre as placas rochosas do protótipo,
fixadas em uma parede de concreto, utilizando os mesmos chumbadores especificados
para a obra. A norma ABNT NBR 10821:2017 estabelece valores mínimos de carga dis-
tribuída pelo vento, para que o sistema completo da fachada ventilada resista sem ocor-
rência de nenhum tipo de dano (abaulamento dos insertos ou de seus componentes,
ruptura da placa rochosa, colapso do sistema, deformações, etc.).
Foto 6.40 - Blocos preenchi-
dos com graute. Foto: Eleno de
Paula Rodrigues. Esse ensaio é de fundamental importância para a execução de fachadas ventiladas e
possibilita, com precisão, a definição do coeficiente de segurança proporcionado pelo
sistema de fachada ventilada completo (rocha + chumbadores + insertos + concreto).

As fotos 6.42 a 6.44 ilustram a execução de um ensaio sobre protótipo contendo a peça
de granito em tamanho natural, chumbadores e insertos. Nota-se que, nesse ensaio, a
placa de rocha não resistiu às pressões do vento e se rompeu nos locais onde encon-
travam-se os pinos metálicos (que também se abaularam) e em sua região central.

Foto 6.41 - Vista de uma das Foto 6.42 - Vista do equipa-


placas de mármore fixadas na mento utilizado para a execu-
fachada. Notar que os inser- ção de ensaios em “túnel de
tos estão fixados nos locais vento”. Notar, à direita, peça
onde se encontra o graute. Fo- de granito fraturada devido à
to: Eleno de Paula Rodrigues. pressão exercida pelo vento
previsto para o local da obra
(conforme norma ABNT NBR
10821:2017). Foto: Eleno de
Paula Rodrigues.

142 143
Quadro 6.3 - Revestimento de pisos (1) e paredes (2) com ardósia:
Foto 6.43 - Detalhe da foto espessuras mínimas recomendadas (3) para lajotas padronizadas (4)
anterior. Notar peça de grani-
to fraturada, fixada com in- Espessuras (cm)
Comprimento
sertos metálicos. Foto: Eleno Largura (cm)
(cm)
de Paula Rodrigues. Áreas internas Áreas externas

30,0 30,0 0,8 1,0

40,0 20,0 0,8 1,0

40,0 40,0 0,8 1,0

50,0 50,0 1,0 1,2

60,0 30,0 1,0 1,2

60,0 40,0 1,2 1,5

60,0 60,0 1,2 1,5

70,0 70,0 1,5 1,8


Foto 6.44 - Detalhe de um dos
insertos metálicos após o en- 80,0 80,0 1,8 2,2
saio. Notar que o granito tam-
bém se rompeu na região do 100,0 100,0 2,0 2,5
pino do inserto (que se abau-
lou). Foto: Eleno de Paula (1) Assentados sobre base rígida de concreto, para tráfego de pedestres, em
Rodrigues. áreas residenciais. (2) Até 3 m de altura, a partir do solo, fixadas com arga-
massa colante. (3) Lajotas preferencialmente calibradas (verso/tardoz levi-
gado ou fresado). (4) Sem reforço estrutural.
Nota: a ASTM recomenda espessura mínima de 2 cm para pisos de ardósia
em áreas comerciais com tráfego intenso de pedestres (commercial floors ou
commercial foot traffic).
No mesmo sentido, a ASTM recomenda que a resistência à abrasão das ar-
dósias, pela norma ASTM C241/C1353, seja ≥ 8 para pisos sujeitos a tráfego
normal de pedestres e ≥ 10 para pisos sujeitos a tráfego intenso de pedes-
tres (áreas públicas e comerciais).

6.7 Espessuras mínimas sugeridas para revestimentos 6.8 Colagem de cubas e tampos
com ardósia
Cubas de aço ou de porcelana podem ser coladas em rocha com adesivos de poliureta-
A partir das informações técnicas disponíveis e de consultas às empresas produtoras e no. Além do adesivo, recomenda-se aplicar reforço de grampos metálicos fixados meca-
beneficiadoras de Minas Gerais apontam-se no Quadro 6.3 as espessuras mínimas re- nicamente nas extremidades das cubas, no tardoz da pia, lavatório e bancada (fotos
comendadas para os revestimentos convencionais, tanto horizontais quanto verticais, 6.45 a 6.47).
com lajotas padronizadas de ardósias.
Para colagem de peças rochosas em superfícies de madeira, tijolo, alvenaria e metal,
Tal recomendação é julgada importante como tentativa de padronização dos produtos deve-se utilizar adesivos de alta elasticidade e elevada capacidade de aderência.
comerciais de ardósia para revestimento, tanto no que se refere ao mercado externo
quanto, principalmente, ao mercado interno. Os produtos nestes casos indicados são apresentados no Anexo E (Quadro E3).

144 145
Foto 6.45 - Início da colagem Foto 6.47 - Aplicação de nova
de cuba em pia de granito. camada de adesivo flexível
Após receber adesivo flexível sobre a borda da cuba e o
nas bordas, a cuba é disposta granito. Foto: Eleno de Paula
sobre o tardoz da pia. Foto: Rodrigues.
Eleno de Paula Rodrigues.

6.9 Aplicação de selantes e impermeabilizantes

Selantes e impermeabilizantes são produtos destinados a evitar ou dificultar a absorção


de líquidos (substâncias aquosas e oleosas) nos revestimentos em geral. Os selantes
são impregnantes, preparados em base água ou solvente, que funcionam como hidro
e/ou óleo-fugantes e, teoricamente, não devem alterar a textura e o aspecto estético da
superfície tratada (Foto 6.48). Os impermeabilizantes são peliculares, translúcidos ou
não, fixados como um verniz ou camada sobre uma superfície.

Foto 6.46 - Aplicação de gram- Dependendo de sua fluidez, os selantes penetram mais ou menos profundamente na su-
po metálico para reforço da perfície das rochas, pela maior ou menor capacidade de permear os espaços vazios (po-
fixação da cuba. Notar gram- ros) intercomunicantes. A quantidade e dimensão dos poros determinam a capacidade
po (seta branca) fixado na ro- da rocha absorver líquidos e, portanto, os próprios selantes. Assim, se uma rocha ou su-
cha (em ranhura feita com Ma- perfície polida dessa rocha não absorve ou absorve pouca água, ela não precisa ser se-
kita, preenchida com massa
lada, porque também não absorverá o selante.
poliéster) e na borda da cuba
metálica. Foto: Eleno de Paula
Rodrigues. As superfícies tratadas com selantes não ficam completamente protegidas do ataque
de substâncias quimicamente agressivas. Por sua vez, os impermeabilizantes protegem
as rochas do ataque químico, mas eles próprios podem ser atacados.

Foto 6.48 - Peça de granito


tratada com produto hidrore-
pelente. Notar que a água
não penetra na superfície do
granito. Foto: Eleno de Paula
Rodrigues.

146 147
Mesmo em superfícies não tratadas com selantes e impermeabilizantes, a ação de pro- É sempre recomendada a aplicação de hidro e óleo-repelentes na borda das placas de
dutos quimicamente agressivos e/ou manchantes, a partir do contato com a superfície ardósia, onde a absorção de água é superior à das suas superfícies naturais de face e
de uma rocha, quase nunca é imediata. Assim, a rápida remoção desses produtos previ- tardoz.
ne a ocorrência de patologias.
Em virtude da inexistência de estudos específicos sobre riscos para a saúde humana,
Em outro sentido, o contato prolongado da rocha com esses produtos quimicamente pelo contato contínuo com a pele ou alimentos, não se recomendaria a aplicação de
agressivos e/ou manchantes pode provocar algumas patologias até em superfícies tra- hidro-óleo-repelentes, em base solvente, nos tampos de pia de cozinha, mesmo conside-
tadas com hidro-óleo-repelentes. Destaca-se que a impermeabilização do tardoz (verso) rando-se que nesses tampos são, de modo convencional, manuseados produtos quimi-
das placas e da base dos revestimentos (emboço ou contrapiso), para prevenção de camente agressivos (detergentes, frutas cítricas, óleos e gorduras, etc.).
manchamentos isolados e alterações cromáticas produzidos por umidade ascendente,
é tão ou mais importante que a aplicação de hidro-óleo-repelentes na face das placas.

De fato, a maior parte das patologias de manchamento é decorrente da infiltração as-


cendente de umidade, através da percolação de soluções também responsáveis pelo
surgimento de eflorescências e escamações na superfície dos revestimentos. A imper-
meabilização da face, sem a devida impermeabilização do tardoz e da base das placas,
pode barrar a percolação ascendente de umidade, dificultando a sua transpiração e pro-
vocando alterações cromáticas de intensidade variável.

Sobre terrenos muito úmidos, como, por exemplo, das planícies litorâneas e dos vales
fluviais, entre outros, recomenda-se, inclusive, a impermeabilização da base dos pisos
térreos pela aplicação de mantas asfálticas ou produtos específicos para essa fina-
lidade.

Quando especificados para ambientes internos, os hidro-óleo-repelentes devem ser apli-


cados somente após o assentamento das placas e com o revestimento já absolutamen-
te seco, respeitando-se o tempo de cura das argamassas de fixação e rejuntamento.
Tanto em ambientes internos quanto externos, é necessário observar a vida útil apon-
tada pelos fabricantes para os diferentes hidro-óleo-repelentes disponíveis no mercado,
visando à sua periódica reaplicação.

Além disso, o uso de hidro-óleo-repelentes só pode ser efetuado mediante testes preli-
minares em amostras da rocha objetivada, com o acabamento de face especificado na
obra ou projeto. Pode-se, assim, observar o resultado da impermeabilização e de even-
tuais alterações cromáticas impostas ao material, para seleção do produto mais ade-
quado.

De forma geral, recomenda-se que o uso de hidro-óleo-repelentes seja, portanto, reserva-


do para rochas nas quais se potencializa o contraste cromático dos manchamentos
produzidos por infiltração de líquidos e soluções pigmentantes, bem como para rochas
expostas a substâncias quimicamente agressivas.

148 149
CAPÍTULO 7
CONTROLE DE
QUALIDADE, LIMPEZA
E MANUTENÇÃO

Por

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Foto: Cid Chiodi Filho.

151
Foto: Álvaro Cintra Jr..

c) a planicidade e variações de espessura das placas, avaliando-se a presença


de empenamentos, rugas, dentes, etc.;

d) a presença de fissuras, fraturas, veios (barbantes), inclusões, concentrações


minerais, nódulos (mulas) e outras imperfeições que possam comprometer
as características estéticas e o desempenho físico-mecânico das placas;

e) a presença de minerais deletérios, sobretudo metálicos do tipo sulfeto (piri-


ta e outros), alteráveis por oxidação e capazes de liberar pigmentos man-
chantes;

f) a presença de manchas ou nódoas marrons produzidas por ferrugem, no-


tadamente nos materiais claros;

g) a presença de incrustações de granalha na lateral e verso das placas, sobre-


tudo nos materiais claros, visando prevenir seu posterior manchamento. Os
restos de ferro/aço de granalha ou outros produtos incrustados devem ser
7.1 Transporte e estocagem das peças na obra completamente eliminados, por meios mecânicos, a seco, utilizando-se es-
cova de aço inoxidável, lixas manuais, lixadeiras elétricas do tipo “Makita”
Antes do transporte para a obra, as peças de revestimento (já vistoriadas e aprovadas) (lixa grossa, nº 36) ou jato de areia.
deverão ser embaladas em lonas de plástico incolor e armazenadas em caixas de ma-
deira clara e inerte, devidamente identificadas com etiquetas impermeáveis. Devem ser É responsabilidade dos fornecedores apresentar quatro placas ilustrativas de cada
transportadas em caminhões trucados e, preferencialmente, cobertas com lonas imper- material, como padrão de referência para o controle de variações estéticas aceitáveis na
meáveis. obra. Os fornecedores devem, ainda, mostrar o arquivo digital de imagens escaneadas
dessas placas para elaboração de dossiê e acompanhamento da obra, inclusive como
No recebimento, as caixas devem ser cuidadosamente abertas e as peças colocadas
cláusula contratual. Não deverão ser aceitas placas com variações estéticas mais acen-
em local elevado sobre o piso e apoiadas em cavaletes de madeira clara e inerte ou en-
tuadas do que aquelas preestabelecidas e acertadas entre os fornecedores e os clientes.
volvidos por materiais impermeáveis (plástico, borracha, polipropileno, etc.). Os cavale-
tes devem ter inclinação de 80° em relação à vertical (conforme norma ABNT NBR Após o recebimento na obra, as placas rochosas deverão ser armazenadas em ambien-
15846:2010, Anexo B). Deve-se garantir a separação das placas rochosas entre si por te seco e limpo, mantidas na posição vertical, colocadas em local elevado sobre o piso
meio de ripas de material não oxidável e nem manchante. e, para o caso de peças maiores, apoiá-las sobre cavaletes feitos de madeira inerte ou en-
volvidos por materiais impermeáveis (plástico, borracha, polipropileno expandido, etc.).
No manuseio das placas e peças, tanto na produção quanto no transporte para a obra e
na própria obra durante a instalação, devem ser tomadas todas as precauções necessá- Durante a obra, é importante evitar possíveis contaminações das bases (emboço ou
rias, a fim de se evitar danos (norma ABNT NBR 15846:2010, Anexo B). contrapiso) dos revestimentos, bem como das argamassas de fixação e rejuntamento e
das próprias placas e outras peças de revestimento, pelo seu contato com: materiais
ferruginosos (pregos, barras metálicas, palhas de aço, latas, pilhas, limalhas, etc.); ma-
7.2 Recepção e conservação dos materiais na obra
deiras (serragem, tapumes, cavaletes); cigarros, graxas, óleos, tintas, pigmentos e ou-

Como referência orientativa para aceitação das peças de rochas de revestimento duran- tros produtos manchantes e, em especial, massa de vidraceiro e urina.
te o período de obra da edificação objetivada, deve-se verificar:
Após o assentamento dos pisos e da completa secagem de suas argamassas de fixa-
ção e rejuntamento, deve-se efetuar a limpeza da superfície e a sua proteção, utilizando-
a) o nível e a homogeneidade do polimento das placas de rochas;
se lona plástica incolor recoberta por tecido e pasta de gesso. Nos locais de tráfego in-
b) a retitude e ortogonalidade dos lados das placas, bem como a preservação tenso durante a obra, placas de madeira clara devem ser ainda colocadas sobre a cama-
dos cantos; da de proteção anterior.

152 153
7.3 Tolerâncias dimensionais Para locais submetidos a tráfego intenso, recomenda-se a colocação de placas de ma-
deira clara e inerte, ou placas recicláveis sobre a camada de proteção anterior (fotos 7.3
A partir das recomendações expressas pelo MIA - Marble Institute of America, em sua e 7.4). Alternativamente, esses locais podem ser protegidos unicamente com placas
publicação Dimension Stone Design Manual - Version 6, bem como das especificações modulares de borracha reciclável (Foto 7.5).
definidas pela União Europeia através da norma EN 1341 (2001), são apresentadas, no
Quadro 7.1, as tolerâncias dimensionais admitidas para placas rochosas de revestimen- A proteção dos tampos, bancadas, pias e lavatórios deverá ser realizada com lonas plás-
to. Deve-se observar que não existem padrões dimensionais fixados nem pela ASTM, ticas incolores, não adesivadas ou adesivadas (fotos 7.6 e 7.7).
nem pela ABNT.

Quadro 7.1 - Tolerâncias dimensionais para placas rochosas de revestimento

Espessura da placa Tolerância dimensional Referência de consulta

1 cm a 2 cm ± 1 mm a 2 mm

2 cm a 4 cm ± 2 mm a 3 mm MIA - Marble Institute of America

4 cm a 8 cm ± 3 mm a 5 mm

Comprimento/Largura da placa Tolerância dimensional Referência de consulta

Qualquer medida** ± 2 mm MIA - Marble Institute of America

Até 70 cm ± 2 mm
En1341 (2001)*
> 70 cm ± 4 mm

Desvio máximo do esquadrejamento Tolerância dimensional Referência de consulta

Foto 7.1 - Piso protegido com manta plástica. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.
Qualquer medida** ± 2 mm MIA - Marble Institute of America

Até 70 cm ± 2 mm
En1341 (2001)*
> 70 cm ± 4 mm

Planicidade Desvio máximo (flecha) Referência de consulta

Placas de até 50 cm 2 mm

Placas de 50 cm a 1 m 3 mm En1341 (2001)*

Placas de 1 m a 1,5 m 4 mm

* Slabs Natural Stone for External Paving.


** Quando o MIA faz recomendações para as tolerâncias laterais e de desvio do esquadrejamento, deve-se
supor que eles considerem padrões modulares de placas com lados não superiores a 1 metro.

7.4 Proteção de revestimentos durante a fase de obra

Após a secagem dos rejuntes e da rocha (mínimo de 72 horas), deve-se efetuar a prote-
ção do revestimento aplicado, utilizando-se, durante a fase de obra, mantas flexíveis an- Foto 7.2 - Proteção de piso com lâminas de papelão tratadas com impermeabilizante, em local da
tiderrapantes sobre pisos sujeitos a tráfego baixo ou médio (fotos 7.1 e 7.2). obra sujeito a tráfego baixo/leve. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

154 155
Foto 7.5 - Proteção de piso em área sujeita a tráfego
intenso, utilizando placas modulares de borracha re-
ciclável. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

Foto 7.3 - Proteção de piso em área sujeita a tráfego intenso de equipamentos e máquinas pesa-
das. Notar placas de materiais recicláveis, inócuos, aplicados sobre lonas plásticas antiderrapan-
tes. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

Foto 7.4 - Detalhe das placas de materiais reciclá-


veis mostradas na foto anterior. Foto: Eleno de Paula Foto 7.6 - Banheira em mármore protegida com filme branco adesivado (adesivo solúvel em água).
Rodrigues. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

156 157
Foto 7.7 - Bancada em mármore protegida com filme branco adesivado (adesivo solúvel em água).
Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

7.5 Limpeza e manutenção dos revestimentos

A manutenção dos revestimentos requer trabalhos sistemáticos de limpeza, prevenindo-


se a impregnação de sujeira, perda de brilho (no caso de superfícies polidas) e outras al-
terações estéticas nos materiais rochosos aplicados. A limpeza precisa ser efetuada
com a maior regularidade possível, utilizando-se esfregão de pano umedecido com água,
ou apenas com pequena diluição de detergentes de pH neutro ou sabões puros.

É fundamental evitar o excesso de água, bem como os produtos abrasivos (tipo sapólio)
ou quimicamente agressivos (ácidos, soda cáustica, álcool, querosene, acetona, remo-
vedores e solventes). Deve-se ainda evitar o contato das rochas com óleos, graxas, tin-
tas e materiais ferruginosos oxidáveis (pregos, palhas de aço, escovas metálicas, reci-
pientes, suportes e peças de mobiliário elaboradas com ferro, etc.), bem como com pós,
fragmentos de madeira e outros materiais decomponíveis e pigmentantes. Qualquer
substância potencialmente manchante, derramada sobre o revestimento, deve ser limpa
o mais rapidamente possível.

Os revestimentos também necessitam de proteção contra o desgaste abrasivo e risca-


mento por metais, vidros e outros materiais de dureza elevada. Mesmo no caso dos gra-
nitos que, conforme verificado, têm maior resistência abrasiva que os mármores, os
trabalhos de limpeza não devem ser efetuados com escovas de cerdas rígidas, palhas
de aço e similares, pois tais utensílios podem riscar as superfícies polidas.

158
CAPÍTULO 8
INDICAÇÕES PARA
ELABORAÇÃO DO MANUAL
DO PROPRIETÁRIO

Por

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

161
Tendo em vista a elaboração do manual do proprietário, que contém informações sobre m Exemplo de apresentação sobre o controle de qualidade dos materiais
os materiais e processos de maneira geral adotados em uma determinada edificação,
são a seguir apresentados os dados julgados de maior interesse para o item referente Além dos parâmetros tecnológicos avaliados, efetuou-se controle de qualidade das pe-
aos materiais rochosos naturais empregados como revestimentos. ças colocadas na obra pelos fornecedores, observando-se:

Esses dados incluem a identificação dos materiais e sua procedência, bem como seus a) homogeneidade estética e nível de brilho aceitável para as placas polidas;
fornecedores e ambientes de aplicação. Também são mencionados o controle de quali-
b) planicidade, ortogonalidade, variações de espessura e acabamento de bor-
dade exercido para aceitação do material e os procedimentos adotados para o seu as-
da das placas;
sentamento. Complementarmente, são fornecidos aos novos proprietários os critérios
gerais recomendados para limpeza e manutenção dos revestimentos. c) presença de minerais oxidáveis e impregnações capazes de produzir man-
chamentos;

d) presença de fissuras, fraturas, veios (“barbantes”), inclusões, nódulos (“mu-


m Exemplo de identificação dos materiais e seus ambientes de aplicação na obra las”) e outras imperfeições que pudessem comprometer o desempenho
físico-mecânico das placas nos revestimentos.

Tipo e designação Empresa


Procedência Ambientes de aplicação* Após o recebimento na obra, e até sua aplicação, os materiais foram mantidos na posi-
comercial fornecedora
ção vertical em local elevado, sem contato com o piso e produtos manchantes.
Fachadas e peitoris das varandas; piso do hall de entrada
Granito Amarelo Capri Minas Gerais (indicar)
dos edifícios.

Granito Samoa Light Espírito Santo Pisos, bancadas, rodapés e soleiras das áreas de serviço,
(indicar)
cozinha e dos banhos social e suíte.

Foto: Álvaro Cintra Jr..


Piso e rodapés da sala e varanda, além dos peitoris das
Mármore branco especial Espírito Santo (indicar)
janelas frontais e laterais.

* Sempre em placas calibradas com 2 cm de espessura.

m Exemplo de apresentação para referência tecnológica dos materiais

As rochas de revestimento utilizadas na obra do Edifício... são bastante difundidas co-


mercialmente e ofertadas em bases regulares desde... ao mercado consumidor brasilei-
ro. Os resultados de ensaio de caracterização tecnológica, disponíveis para esses mate-
riais, são adequados e compatíveis a valores de referência apresentados pelas normas
ABNT e ASTM, considerando-se os respectivos grupos litológicos (granitos e mármores)
e usos pretendidos (revestimentos internos e externos de edificações).

Tal adequação é observada tanto para os principais testes físico-mecânicos de qualifi-


cação (resistência à compressão, flexão e desgaste abrasivo) quanto para os índices
físicos aceitáveis (densidade, porosidade aparente e absorção de água). Não se registra,
portanto, qualquer restrição de uso para os ambientes de aplicação especificados no
Edifício ....

162 163
m Exemplo de apresentação sobre os procedimentos de fixação

Para a fixação dos revestimentos em mármore e granito, incluindo pisos, rodapés, ban-
cadas e peitoris, utilizou-se argamassa... da marca... Para o rejuntamento das peças foi
adotado o produto..., da empresa... A fixação do granito Amarelo Capri no revestimento
das fachadas e peitoris das varandas foi efetuada pelo método ...

Visando prevenir manchamentos e eflorescências provocadas por umidade ascendente,


aplicaram-se duas demãos cruzadas do impermeabilizante..., fabricado pela..., no tardoz
(verso) das placas de revestimento dos pisos.

Durante o período de obras, foram prevenidas contaminações do contrapiso e emboço,


argamassas e rochas, evitando-se o seu contato com materiais ferruginosos (pregos,
barras metálicas, palhas de aço, latas, limalhas, etc.), madeiras (serragem, tapumes, ca- m Exemplo de apresentação sobre os critérios recomendados para limpeza e
valetes), cigarros, graxas, óleos e outros produtos manchantes. m manutenção

A manutenção dos revestimentos em mármore e granito requer trabalhos sistemáticos


de limpeza, que deve ser efetuada com esfregão de pano, apenas umedecido em água
ou com pequena diluição de detergente de pH neutro ou sabões puros. A limpeza regu-
lar previne a impregnação de sujeira, perda de brilho (em superfícies polidas), riscamen-
to e outras alterações estéticas nos materiais aplicados.

É muito importante evitar o excesso de água, bem como os produtos de limpeza abrasi-
vos (tipo sapólio) ou quimicamente agressivos (ácidos em geral, soda cáustica, álcool,
querosene, acetona, removedores e solventes). Deve-se, ainda, evitar o contato dos re-
vestimentos com materiais ferruginosos oxidáveis (pregos, palhas de aço, escovas, su-
portes e recipientes metálicos, etc.), bem como com pós, fragmentos de madeira e ou-
tros materiais decomponíveis e pigmentantes (destaque para terra e resinas vegetais).

Dentre os agentes agressivos convencionalmente manuseados nos ambientes residen-


ciais pode-se salientar as frutas cítricas (principalmente limão), vinagre, refrigerantes
gasosos, bebidas isotônicas, cosméticos, gasolina, bebidas alcoólicas coradas (sobre-
tudo vinho tinto), líquidos e massas com oleosidade, óleos, graxas e tintas em geral
(destaque para caneta esferográfica). Qualquer substância potencialmente manchante
por ataque químico ou absorção superficial, derramada sobre o revestimento, deve ser
removida o mais rapidamente possível.

Os revestimentos também necessitam de proteção contra o desgaste abrasivo e risca-


mento por metais, vidros e outros materiais de dureza elevada. Reitera-se aqui que os
trabalhos de limpeza não devem ser efetuados com escovas de cerdas rígidas, palhas
de aço e similares, cujo uso constante pode prejudicar o brilho de materiais até mais
duros, como os granitos.

164 165
CAPÍTULO 9
INFORMAÇÕES DE
RESPONSABILIDADE DOS
FORNECEDORES

Por

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Fotos: Renato Paldês.

167
As empresas fornecedoras devem apresentar informações gerais e específicas sobre os preferencial, estado microfissural dos cristais e outros). A fotomicrografia funciona co-
materiais ofertados para seus clientes (construtores, especificadores e consumidores mo uma impressão digital, servindo de base para a identificação inequívoca do material
finais). fornecido.

As informações gerais, necessárias como base orientativa de qualificação dos mate- 2. Índices físicos (norma ABNT NBR 15845-2:2015), incluindo densidade (massa especí-
riais, devem abranger aspectos de interesse relativos à sua correta aplicação e conser- fica aparente), porosidade aparente e absorção de água.
vação. Os parâmetros de referência incluem:
A porosidade aparente mostra relação direta com a resistência físico-mecânica da
rocha (quanto maior a porosidade aparente, maior será o volume de espaços vazios e,
a) identificação (designação comercial aplicada, outras designações conhecidas/
possivelmente, a porosidade efetiva, tendendo a tornar o material menos resistente do
utilizadas para o mesmo material e procedência/localização da jazida);
ponto de vista físico-mecânico). O índice de absorção de água aponta a possibilidade de
infiltração de líquidos e, portanto, do grau de alterabilidade da rocha. A massa espe-
b) empresa produtora (lavra) e beneficiadora (serragem e acabamento superfi-
cífica aparente (densidade) permite fazer inferências sobre a resistência físico-mecâni-
cial);
ca da rocha, bem como calcular com maior precisão o peso individual das placas espe-
cificadas no projeto da edificação.
c) tipo de jazida (matacão ou maciço rochoso);

d) tipo de polimento das chapas (com ou sem resinamento);

e) aspectos gerais de interesse já diagnosticados para o material (recomenda-


ções de assentamento e limpeza; tendência/sensibilidade a manchamentos e
ataque químico; usos recomendados; restrições conhecidas);

f) outras informações pertinentes (produtos selantes e impermeabilizantes testa-


dos e aprovados para a face e o tardoz das placas; argamassas de fixação e re-
juntamento recomendadas, etc.).

As informações específicas referem-se a resultados de ensaios de caracterização tec-


nológica, necessários para qualificação dos materiais segundo as normas vigentes. Os
resultados desses ensaios permitem balizar os campos de aplicação dos materiais e
seu comportamento diante das solicitações, sendo já exigíveis pelos consumidores e
constando como itens obrigatórios em catálogos fotográficos promocionais dos forne-
cedores.

Os seguintes ensaios, designados como índices de qualidade, são assim requeridos:

1. Petrografia microscópica (norma ABNT NBR 15845-1:2015), incluindo fotomicrografia


de seção delgada, com classificação da rocha, composição mineralógica e feições es-
truturais.

A análise petrográfica constitui o único método de investigação laboratorial que possi-


bilita a visualização detalhada dos constituintes da rocha, permitindo avaliar as implica-
ções de suas propriedades no comportamento posterior dos produtos aplicados (oxida-
ção de minerais metálicos, escarificação de megacristais fraturados, desgaste abrasivo

168 169
3. Desgaste Amsler (norma ABNT NBR 12042:2012).

O teste Amsler permite avaliar a resistência da rocha ante a solicitação abrasiva. A re-
sistência ao desgaste é normalmente proporcional à dureza, na escala de Mohs, dos mi-
nerais constituintes da rocha, bem como da textura e imbricamento dos minerais
constituintes. Esse teste é particularmente importante para seleção de materiais desti-
nados ao revestimento de pisos.

4. Compressão uniaxial simples (norma ABNT NBR 15845-5:2015).

A tensão de ruptura, por compressão uniaxial, é indicativa da resistência da rocha ao


cisalhamento quando submetida à pressão de carga, o que normalmente ocorre em fun-
ções estruturais. O ensaio de compressão uniaxial é exigível para todos os empregos
possíveis de uma rocha de revestimento (superfícies verticais, pisos, degraus e tam-
pos). A resistência à compressão é sugestiva da sanidade e robustez da rocha, com va-
lores mínimos de referência adotados pela ASTM e ABNT.

5. Coeficiente de dilatação térmica linear (norma ABNT NBR 15845-3:2015).

Em climas tropicais e subtropicais, como o do Brasil, são elevadas as temperaturas má-


ximas nos períodos mais quentes, o que acarreta um processo sensível de dilatação das
rochas, especialmente daquelas aplicadas em revestimentos de pisos e fachadas sujei-
tos à insolação. O coeficiente de dilatação térmica permite definir o espaçamento míni-
mo recomendável entre as chapas do revestimento, de forma a se evitar seu contato, a
compressão lateral e o imbricamento. Os coeficientes mais elevados caracterizam a ne-
cessidade de especificação de argamassas flexíveis, tanto de fixação quanto de rejun-
tamento.

6. Resistência à flexão, devendo-se assinalar se o ensaio é o da norma ABNT NBR


15845-6:2015 (Módulo de Ruptura - três apoios) ou da norma ABNT NBR 15845-7:2015
(Resistência à Flexão - quatro apoios).

A avaliação da resistência à ruptura por flexão é cada vez mais importante perante as
modernas técnicas de revestimento em pisos e fachadas, respectivamente de pisos ele-
vados e fachadas aeradas. Também nas bancadas, e em diversas outras situações, a
avaliação da resistência ao esforço de carga perpendicular à maior superfície da placa é
fundamental para a qualificação das rochas objetivadas. Assim como no índice de
compressão, a resistência à flexão é indicativa da sanidade e robustez da rocha,
também com valores mínimos sugeridos pela ASTM e ABNT para alguns grupos litoló-
gicos.

7. Outros ensaios eventualmente disponíveis para a rocha, inclusive sobre resistência


ao ataque químico, resistência a manchamentos superficiais, teste de envelhecimento
acelerado, etc.

170
CAPÍTULO 10
PATOLOGIAS
EM REVESTIMENTOS

Por

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Foto: Maria Heloísa Frascá.

173
10.1 Introdução da seleção de argamassas de assentamento e rejuntamento. São também importantes
a adoção de técnicas apropriadas de aplicação, o manuseio e o acondicionamento con-
Todos os materiais sólidos utilizados em revestimentos, quer se tratando de cerâmicas, trolados das peças na obra, procedimentos sistemáticos de limpeza e, quando devido, a
metais, vidros, papel e tecidos, quer de produtos naturais como rochas, couros e madei- recomendação de uso de produtos impermeabilizantes e/ou selantes.
ras, sofrem agressões químicas e físico-mecânicas, por vezes bastante enérgicas, em
seus variados ambientes de aplicação. Essas agressões podem causar ou desencadear, Sempre que as rochas são adequadamente especificadas para as obras, o seu desem-
até nos materiais mais resistentes, como os rochosos, processos de desgaste abrasivo, penho é plenamente satisfatório, conferindo durabilidade praticamente eterna e invaria-
perda de resistência mecânica, fissuração, manchamentos, mudanças de coloração, velmente superior à dos revestimentos sintéticos.
crostificações por eflorescência de sais e outras patologias menos frequentes.

Os principais agentes de agressão, formadores de patologias nos revestimentos, refe-


Quadro 10.1 - Alteração em revestimentos
rem-se tanto a substâncias ácidas ou alcalinas convencionalmente manuseadas nos
ambientes internos (residenciais e comerciais) quanto a chuvas ácidas e outras mani- AGENTES FENÔMENOS AÇÃO CONSEQUÊNCIAS

festações de poluição atmosférica incidentes, sobretudo, nos revestimentos externos. Cristalização de sais Tensão de vazios Fissuração

Dentre os agentes agressivos nos ambientes domésticos podem-se salientar as frutas Variação de temperatura Dilatação/Contração Fissuração + Descolamento
FÍSICOS
cítricas (principalmente limão), vinagre, produtos de limpeza, refrigerantes gasosos, Absorção de água Formação de manchas Modificação das
características estéticas
bebidas isotônicas, cosméticos, gasolina, querosene, bebidas alcoólicas coradas (des-
taque para vinho tinto), líquidos e massas com oleosidade, óleos, graxas e tintas em Saturação / Secagem Lixiviação Desagregação/Corrosão

geral. Os impactos negativos das chuvas ácidas, provocados pelo conteúdo e ação dos Dissolução CO3 /
ácidos
Recristalização
ácidos carbônico (H2CO3), sulfúrico (H2SO4), nítrico (HNO3), clorídrico (HCl) e orgânicos
Corrosão + Fissuração
em geral (carboxílicos), manifestam-se pela corrosão de estruturas metálicas e superfí- QUÍMICOS Reação a álcalis
Dissolução SiO2 /
+ Manchas
Recristalização
cies pintadas, bem como pela deterioração dos materiais de construção, papel, couro,
produtos domésticos Dissolução/Absorção
tecidos e rochas, neste último caso mais expressivamente nas rochas carbonáticas
(mármores, travertinos, calcários, etc.) do que nas rochas silicáticas (granitos e outros) Fixação de vegetais inferiores Tensão de vazios Fissuração
e silicosas (quartzitos e outros). BIOLÓGICOS
Metabolismo Dissolução CO3 e SiO2 Corrosão e manchas

Destaca-se, a propósito do assunto, que os diferentes tipos e variedades de rochas rea-


gem de maneira distinta a esses agentes agressivos. Destaca-se, também, a propósito,
que a maior parte dos problemas, observados nas obras e relatados por consumidores, As patologias manifestadas em peças rochosas prontas ou nos revestimentos aplica-
poderia ser prevenida mediante conhecimento das características tecnológicas das ro- dos são quase sempre passíveis de restauração e correção (fotos 10.1 e 10.2). As prin-
chas, especificação de argamassas e técnicas adequadas de fixação e rejuntamento e, cipais patologias manifestadas em revestimentos rochosos, bem como suas causas,
em casos específicos, pela utilização de selantes na face e no tardoz (verso) das placas. medidas preventivas e corretivas, são apresentadas a seguir.

Os processos de degradação dos materiais aplicados são decorrentes da ação de agen- A utilização do termo “patologia” deve ser reavaliada pelo setor de rochas ornamentais.
tes físicos, químicos e biológicos, conforme ilustrado no Quadro 10.1. Patologias referem-se a problemas, especialmente manchamentos, provocados nas ro-
chas de revestimento após a sua instalação nas edificações.
As patologias não são usualmente decorrentes de problemas ou deficiências da própria
rocha, mas, sim, da sua inadequada especificação aos ambientes desejados e técnicas Problemas existentes nas próprias rochas, antes de sua aplicação como revestimento,
incorretas de aplicação nesses ambientes. A maior parte das patologias pode ser, por- constituem “inconformidades” e são remetidos às atividades de lavra, beneficiamento
tanto, prevenida mediante conhecimento das propriedades tecnológicas das rochas e primário ou acabamento.

174 175
10.2 Síntese das principais patologias em revestimentos

1A. Escamação superficial

Causa: Ocorre em granitos polidos. Ascendência de líquidos (oriundos do solo da base, ou da argamassa de assentamento)
que atravessam o granito a partir do tardoz, chegando até a superfície polida. Sob uma fina película da área polida, podem
originar-se superfícies convexas preenchidas por sais que, ao se cristalizarem, rompem a película, expondo os sais e
provocando escamações.

Prevenção: Impermeabilizar o tardoz das peças antes do assentamento e aplicar rejunte impermeável. Em áreas sujeitas a
algum tipo de umidade ascendente deve-se impermeabilizar também a base (contrapiso ou emboço).

Tratamento: Levigar a superfície polida, abrir as juntas (remover o rejuntamento) e acelerar a secagem da rocha, utilizando
soprador térmico. Aplicar produto hidrofugante de alta capacidade de penetração, p.ex., TK 500S ou Stain Repellent Nano
Effect, ambos fabricados pela Akemi; ou Stain-Proof, da Dry-Treat. Aplicar rejunte impermeável (epóxi ou acrílico) e repolir o
local. Caso se deseje substituir as peças afetadas deve-se impermeabilizar tanto o substrato (contrapiso ou emboço), como
o tardoz do granito. As providências de hidrofugação da superfície polida dos ladrilhos e o rejuntamento com produto imper-
meável, descritas acima, deverão ser mantidas.

1B. Enturvação superficial

Causa: Ocorre em mármores polidos. Ascendência de líquidos (ricos em sais, oriundos da base ou da argamassa de assen-
tamento) que atravessam o mármore a partir do tardoz, chegando até a superfície polida. Na superfície polida ocorre preci-
pitação de grande quantidade de sais formando áreas turvas, praticamente sem brilho.

Foto 10.1 - Espelho-d´água revestido com granito Preto São Gabriel mostrando eflorescência Prevenção: Impermeabilizar o tardoz das peças antes do assentamento. Utilizar rejunte impermeável. Em áreas sujeitas a
(crostas esbranquiçadas) a partir das juntas preenchidas com argamassa cimentícia. Foto: Eleno algum tipo de umidade ascendente deve-se impermeabilizar também a base (contrapiso ou emboço).
de Paula Rodrigues.
Tratamento: Lustrar a superfície polida do mármore (utilizando disco branco de baixa abrasividade) até que ocorra a total
remoção das enturvações. Abrir as juntas (remover o rejuntamento) e acelerar a secagem, utilizando soprador térmico. Apli-
car produto hidrofugante de alta capacidade de penetração, p.ex., TK 500S ou Stain Repellent Nano Effect, ambos fabrica-
dos pela Akemi; ou Stain-Proof, da Dry-Treat, sobre toda a superfície afetada. Aplicar novo rejuntamento (epóxi ou acrílico).
Caso se deseje substituir as peças de mármore afetadas, devem ser executados os mesmos procedimentos recomendados
para os granitos com escamação.

2. Desplacamento de peças assentadas

Causa: Dilatação térmica divergente entre a argamassa cimentícia e a rocha, quando expostas ao sol.

Prevenção: Utilizar argamassa colante flexível e que não perca a capacidade de aderência após contato prolongado com o
sol. Preencher as juntas com rejuntamentos flexíveis e resistentes ao calor.

Tratamento: Remover as peças e a argamassa antigas e realizar novo assentamento, utilizando argamassa flexível e com
alta capacidade de aderência, durante e após forte aquecimento.

3. Eflorescência pelas juntas e pela superfície polida

Causa: Liberação de sais solúveis da argamassa (ou do rejunte) em presença de água.

Prevenção: Aplicar impermeabilizante sobre o substrato e sobre o tardoz das peças e utilizar argamassa (ou rejunte) que
não contenha ou não libere sais solúveis em presença de água.

Tratamento: Dissolver as crostas esbranquiçadas depositadas sobre a rocha, utilizando produto levemente ácido, p.ex., Re-
movedor de Urina e Eflorescência, fabricado pela Akemi. Em seguida, enxaguar com água em abundância. Em mármores,
Foto 10.2 - Mesmo local mostrado na foto anterior, após tratamento químico e substituição do re-
pode ser necessário o repolimento.
juntamento cimentício por epóxi. Foto: Eleno de Paula Rodrigues.

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4. Manchamento amarelo nas proximidades das juntas 7. Manchamentos provocados por minerais deletérios ferruginosos

Causa: Durante a obra, ainda com as juntas abertas (sem rejuntamento), pode ocorrer contato da rocha com pó de madeira Causa: Contato de minerais deletérios (presentes em algumas rochas) com água, o que provoca a oxidação do mineral e a li-
ou pó ferruginoso e estes podem preencher parcialmente as juntas. Com o umedecimento ocorrido com o rejuntamento ou beração de hidróxidos de ferro, causadores de manchas amareladas.
com os procedimentos de limpeza, ambos os materiais liberam pigmentos manchantes amarelados, com aspecto muito se-
melhante. O pó de madeira tem sua origem ligada ao trabalho de empreiteiros de marcenaria, que invariavelmente pro- Prevenção: Não utilizar rochas que contenham minerais deletérios ferruginosos em áreas que estarão sujeitas a umidade,
duzem e descartam grande quantidade de pó de madeira sobre os revestimentos rochosos ainda não concluídos. O pó ferru- mesmo que eventual. Aplicar produtos protetores contra oxidação causada por minerais, p.ex., Pox, da Piache.
ginoso se deposita parcialmente nas juntas pelos próprios profissionais assentadores das pedras. Com muita frequência,
eles utilizam as espátulas de ferro (oxidáveis) para limpar as juntas abertas, preparando-as para o rejuntamento. Com essa Tratamento: Aplicar sobre as manchas produtos químicos removedores de oxidações oriundas de minerais, p.ex., Redox, fa-
prática, eles friccionam a espátula contra as bordas das juntas e deixam partículas de ferro oxidáveis incrustadas na rocha. bricado pela Piache.

Prevenção: As manchas de pó de madeira podem ser evitadas se o revestimento rochoso for adequadamente protegido com
lonas plásticas, mesmo antes do rejuntamento. Marceneiros não devem ser autorizados a trabalhar sobre o revestimento em
execução. Para o não surgimento das manchas de pó ferruginoso, os profissionais assentadores devem ser orientados a não 8. Escurecimento por umidade nas adjacências das juntas
utilizarem as espátulas de aço oxidável nos trabalhos de limpeza das juntas que precedem o rejuntamento. Tais profissio-
nais devem realizar esse trabalho utilizando espaçadores de plástico ou poliestireno, medindo 7,0 cm x 3,5 cm, com espes- Causa: Utilização de rejuntes de base cimentícia, geralmente permeáveis, inadequados para áreas molhadas.
suras definidas conforme a largura das juntas (geralmente 1, 2 ou 3 mm). Esse tipo de espaçador serve tanto para garantir a
homogeneidade das juntas quanto para limpar o seu interior antes do rejuntamento. Prevenção: Especificar rochas que apresentem baixo índice de absorção de água. Utilizar rejunte impermeável (de base epó-
xi ou acrílica).
Tratamento: Os trabalhos de remoção das manchas devem ser realizados inicialmente utilizando produto químico remove-
dor de madeira, p.ex., Removedor Orgânico, fabricado pela Akemi. Se os resultados não forem satisfatórios deve ser apli- Tratamento: Remover o rejunte antigo, secar a rocha nas adjacências das juntas (com auxílio de soprador térmico) e aplicar
cado produto removedor de ferrugem, p. ex., Rust Remover Granito ou Rust Remover Mármore, ambos fabricados pela novo rejunte (impermeável, de base epóxi ou acrílica).
Akemi; Tafgel, da Bellinzoni; Pek Rustout Gel, da Pisoclean.

9. Manchamento por resina epóxi


5. Manchamentos provocados pelo contato da rocha com agentes manchantes diversos e
5. desconhecidos Causa: Aplicação imperfeita do rejunte epóxi, com excessos aderidos às adjacências das juntas.

Causa: Contato da rocha com agentes manchantes diversos (chocolates, madeira, refrigerantes, terra, café, etc.), muitas ve- Prevenção: Proteger as adjacências das juntas com fita adesiva, antes da aplicação do rejunte epóxi, para facilitar os traba-
zes de origem desconhecida. lhos de limpeza ao final do rejuntamento.

Prevenção: Preferir rochas com baixo índice de absorção d'água e alta resistência a manchamentos (conforme ensaios Tratamento: Remover o excesso e as manchas de rejuntamento, utilizando produtos próprios para remoção de epóxi em
ABNT). Aplicar produto hidrofugante de alta capacidade de aderência, p.ex., TK 500S ou Stain Repellent Nano Effect, ambos rochas, p.ex., Removedor de Rejunte Epóxi, da Quartzobrás.
fabricados pela Akemi, ou Stain-Proof, da Dry-treat, sobre a superfície acabada da rocha, para minimizar a intensidade dos
manchamentos.

Tratamento: Identificar os diversos produtos provocadores das manchas e tratá-los individualmente. Se isso não for possí- 10. Corrosão química
vel, utilizar produtos removedores de amplo espectro, eficazes em vários tipos de manchamentos, p.ex., Removedor Orgâni-
co, da Akemi; Pek Tiramanchas, da Pisoclean; Papa Manchas, da Bellinzoni. Causa: Corrosão química sobre a superfície rochosa, provocada pela aplicação de produtos (de limpeza ou outros) agressi-
vos (ácidos ou alcalinos).

Prevenção: Especificar rochas que resistam às agressões químicas previstas (por ex., granitos e quartzitos). Recomendar
6. Manchamentos provocados por metais ferruginosos oxidáveis que os procedimentos de limpeza utilizem apenas produtos de pH neutro, incolores ou brancos. Evitar o contato da rocha
(principalmente os mármores e similares) com produtos quimicamente agressivos ou corrosivos.
Causa: Contato da rocha com materiais ferruginosos oxidáveis (palhas de aço, pregos, latas, escovas, etc.).
Tratamento: Refazer integralmente, in loco, o acabamento de superfície.
Prevenção: Evitar o contato das rochas com materiais ferruginosos oxidáveis, durante e após a fase de obra.

Tratamento: Remover as manchas de oxidação através da aplicação de produtos capazes de dissolver os hidróxidos de ferro
produzidos, p.ex., Rust Remover Granito; Rust Remover Mármore, ambos fabricados pela Akemi; Tafgel, da Bellinzoni; Pek 11. Manchamento provocado por pichação
Rustout Gel, da Pisoclean.
Causa: Aplicação de tintas especiais e sprays, geralmente realizada em paredes e fachadas.

Prevenção: Especificar rochas que apresentem muito baixo índice de absorção de água (p.ex., quartzitos), para minimizar as
agressões. Podem ser aplicados produtos indicados para a proteção contra grafites e pichações (criam uma fina camada
protetora, p.ex., Antigrafite, da Akemi).

Tratamento: Aplicar produtos químicos específicos para remoção desses tipos de manchamentos, p.ex., Removedor de Gra-
fite, da Akemi; Pek Tiragrafite, da Pisoclean.

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12. Manchas azuis em granito 17. Manchamentos provocados por produtos à base de silicone e poliéster aplicados no tardoz das peças

Causa: Contato acidental da rocha com produto químico utilizado como catalizador em resinas de base poliéster (massa Causa: Em superfícies verticais (fachadas e paredes) é comum a utilização de peças metálicas coladas no tardoz dos la-
plástica), durante os trabalhos em marmorarias. drilhos rochosos (sobretudo granitos), para promover maior segurança na fixação. Os adesivos utilizados são, geralmente, à
base de silicone ou poliéster (“massa plástica”). Ambos podem promover a liberação de líquido (oleoso ou impermeabili-
Prevenção: Evitar o contato das rochas (sobretudo nas faces polidas) com o líquido catalizador que acompanha as embala- zante), que atravessa a rocha e aflora na superfície acabada, na forma de áreas arredondadas. O líquido liberado pelo silico-
gens de massa plástica. ne tem ação impermeabilizante e o liberado pela “massa plástica” provoca manchas escuras (com aspecto oleoso). Assim,
as áreas impermeabilizadas pelo silicone vão provocar “manchas” claras, que só serão visíveis quando a rocha estiver úmida
Tratamento: Realizar tratamento químico com produto específico para remoção desse tipo de mancha azul, p.ex., Remo- e escurecida (geralmente após chuvas). As manchas escuras provocadas pela penetração do líquido oleoso liberado da
vedor de Grafite, da Akemi. “massa plástica” surgem na superfície da rocha após algumas horas ou dias da aplicação.

Prevenção: As medidas preventivas que podem ser adotadas são: utilizar produto adesivo de silicone de base neutra, em
detrimento dos acéticos; preparar a “massa plástica”, adicionando a quantidade de catalizador igual ou superior à informada
na embalagem do produto.
13. Manchamento e corrosão química provocados por urina
Tratamento: Não existem produtos químicos eficazes para a remoção desses dois tipos de manchas. Ambas deixam de exis-
Causa: Contato da rocha com urina de pessoas ou animais, em locais não protegidos devidamente.
tir gradativamente e espontaneamente com o passar do tempo.

Prevenção: Especificar rochas que apresentem muito baixo índice de absorção de água (p.ex., quartzitos), para minimizar as
agressões. Se possível, proteger o piso com lona plástica ou tapete impermeável. Não existe tratamento completo para esse
tipo de patologia. 18. Patologias decorrentes da escolha incorreta da rocha: perda de brilho, riscamento,
escurecimento por umidade, quebra por flexão
Tratamento: Aplicar produtos químicos específicos para remover o manchamento, p.ex., Removedor de Urina e Eflores-
cência, fabricado pela Akemi. Causa: Consequência da escolha tecnicamente incorreta da rocha para resistir às diferentes solicitações a que estará sub-
metida durante o uso, destacando-se: desgaste abrasivo, escurecimento por umidade e quebras por flexão.

Prevenção: Obedecer rigorosamente aos requisitos relacionados aos ensaios tecnológicos exigidos por normas ABNT. Des-
14. Manchamento por óleos e gorduras tacam-se os ensaios:
w Resistência ao desgaste por abrasão (ABNT NBR 12042:2012).
Causa: Contato da rocha com produtos oleosos, graxas, azeites, óleos comestíveis e automotivos, silicones. w Absorção de água (ABNT NBR 15845-2:2015).
w Resistência à flexão por três apoios/módulo de ruptura (ABNT NBR 15845-6:2015).
Prevenção: Submeter a superfície rochosa a aplicações de hidro-óleo-repelentes de alta capacidade de penetração. w Resistência à flexão por quatro apoios (ABNT NBR 15845-7:2015).

Tratamento: Aplicar produto específico para a remoção de óleos, p.ex., Pek Tiraóleo, fabricado pela Pisoclean. Tratamento: 1) Perda de brilho e riscamento da rocha devido à abrasão provocada pelo tráfego de pessoas, máquinas e
equipamentos: recomenda-se o repolimento periódico dos revestimentos. Alternativamente pode ser realizada a substi-
tuição do acabamento de superfície polido pelo levigado fino para minimizar a visualização dos riscos e áreas foscas. 2) Es-
curecimento por absorção de água: recomenda-se a aplicação de hidrofugantes de alta capacidade de penetração, p.ex., TK
500S ou Stain Repellent Nano Effect, ambos fabricados pela Akemi Brasil; ou Stain-Proof, da Dry-Treat, após secagem e
15. Manchamento provocado pela proliferação de fungos e algas
clareamento das manchas. 3) Quebra das peças instaladas em bancadas, pisos e paredes devido a esforços de flexão apli-
cados durante o uso: não existe tratamento capaz de aumentar a resistência física da rocha instalada. As peças quebradas
Causa: Aplicação das rochas em locais continuamente úmidos.
deverão ser substituídas por outras de maior espessura.

Prevenção: Especificar rochas que apresentem baixo índice de absorção de água. Impermeabilizar o tardoz das peças e hi-
drofugar a superfície acabada.
19. Manchamentos e empenamentos provocados por embalagens durante o transporte
Tratamento: Realizar tratamento com produto alcalino específico para remoção de fungos e algas, p.ex., Removedor de Al-
gas e Fungos, da Akemi. Causa: O contato de materiais manchantes, como papelões (geralmente de cor marrom) e madeiras, comumente presentes
nas embalagens utilizadas para o armazenamento e para o transporte de chapas e peças rochosas, constitui causa recor-
rente de manchamentos, sobretudo após molhagem. Também durante o transporte, o posicionamento incorreto de chapas e
peças pode levar ao surgimento de empenamentos.
16. Manchamentos provocados por impurezas presentes na argamassa
Prevenção: As embalagens deverão ser revestidas em lonas de plástico incolor e armazenadas em caixas de madeira clara e
Causa: Argamassas semissecas (tipo “farofa”) podem conter impurezas, principalmente na areia, onde podem estar pre- inerte. Materiais manchantes (como papelões e madeiras comuns) não devem manter contato direto com as chapas e peças
sentes fragmentos de galhos de árvores ou de madeira e outros constituintes que, ao se decomporem, liberam pigmentos para evitar possíveis manchamentos, principalmente após molhagem. As chapas e as peças estocadas na empresa devem
que penetram nas rochas a partir do tardoz e migram em direção à superfície acabada, onde afloram como manchas. ser colocadas em local elevado sobre o piso e apoiadas em cavaletes de madeira clara e inerte ou envolvidos por materiais
impermeáveis (plástico, borracha, polipropileno, etc.). Os cavaletes devem ter inclinação de 80° em relação à vertical. Des-
Prevenção: Utilizar areia lavada, isenta de impurezas e peneirada. Impermeabilizar o tardoz das peças rochosas, antes do cuidos nesse posicionamento, associados à sobrecarga provocada pelo peso das placas vizinhas, podem gerar empena-
assentamento. mentos, geralmente irreversíveis.

Tratamento: Manchas produzidas por madeira, fragmentos vegetais e outros materiais orgânicos, podem ser removidas com Tratamento: As manchas produzidas por madeiras e papelões podem ser removidas com a aplicação de removedores orgâ-
a aplicação de removedores orgânicos, p.ex., Removedor Orgânico, da Akemi. nicos, p.ex., Removedor Orgânico, da Akemi. Os empenamentos constituem patologias irreversíveis.

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PRINCIPAIS FONTES DE CONSULTA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ROCHAS ORNAMENTAIS - ABIROCHAS / CENTRO
DE TECNOLOGIA MINERAL - CETEM. Catálogo de Rochas Ornamentais do Brasil. Rio de Janeiro:
CETEM/ABIROCHAS, 2001. Disponibilizado em CD-ROM.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes e tetos com ar-


gamassas - Materiais, preparo, aplicação e manutenção. ABNT NBR 7200:1998. Rio de
Janeiro,1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimentos cerâmicos de fachadas e pa-


redes externas com utilização de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação -
Procedimento. ABNT NBR 13755:2017. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Argamassa colante industrializada para assen-


tamento de placas de cerâmica. ABNT NBR 14081:2012. Rio de Janeiro, 2012.

BRADLEY, F; CORDIVIOLA, A.; PRIMAVORI, P. Il Marmo in Architettura; Tipi, caratteristiche e lavo-


razione della pietra naturale. Milano (Italia): Promorama, 2002. v.1. 165 p. (Easy Marble)

BYRNE, Michael. Setting Tile. Newtown (CT, EUA): The Taunton Press, 1995. 244 p.

CARVALHO JR., A. N. Técnicas de Revestimento; Apostila do Curso de Especialização em Constru-


ção Civil. 1 ed. Belo Horizonte: DEMC-EE/UFMG, 1999.

CAVALCANTI, Antônio Manoel de Siqueira. Tecnologia da Pedra. Rio de Janeiro: Pongetti, 1951.
309 p.

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - CBIC. Desempenho de edificações ha-


bitacionais: Guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575:2013. Câmara Brasilei-
ra da Indústria da Construção. Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013. 308p. Disponível em:
https://cbic.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Guia_da_Norma_de_Desempenho_2013.pdf,
acesso em 13/11/2018.

. ABNT NBR 15575-1:2013 Edificações habitacionais - Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais.

. ABNT NBR 15575-2:2013 Edificações habitacionais - Desempenho. Parte 2: Requisitos para


os sistemas estruturais.

. ABNT NBR 15575-3:2013 Edificações habitacionais - Desempenho. Parte 3: Requisitos para


os sistemas de pisos.

. ABNT NBR 15575-4:2013 Edificações habitacionais - Desempenho. Parte 4: Requisitos para


os sistemas de vedações verticais internas e externas - SVVIE.

. ABNT NBR 15575-5:2013 Edificações habitacionais - Desempenho. Parte 5: Requisitos para


os sistemas de coberturas.

. ABNT NBR 15575-6:2013 Edificações habitacionais - Desempenho. Parte 6: Requisitos para


os sistemas hidrossanitários.

Foto: Luson Zampirolli.

183
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184 185
Anexos A, B, C e D
CRITÉRIOS ORIENTATIVOS
PARA APLICAÇÃO
DE REVESTIMENTOS

Por

Cid Chiodi Filho, geólogo,


Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

187
Considerações Gerais Anexo A
Os critérios orientativos para especificação, aplicação e eventual impermeabilização e
hidro-óleo-fugação das rochas de revestimento foram sumarizados em quadros explica- REVESTIMENTOS COM
tivos para quatro grandes grupos: rochas silicáticas (granitos e similares), rochas carbo-
náticas (mármores e similares), rochas silicosas (quartzitos maciços, cherts e similares)
e ardósias. Esses quadros integram, respectivamente, os anexos A, B, C e D. Por apre- ROCHAS SILICÁTICAS
sentarem características muito particulares, os travertinos e calcários (limestones) não
foram incluídos entre as rochas carbonáticas para as quais se fornecem orientações. (GRANITOS E SIMILARES)
Os quadros referentes a cada um desses grupos mostram as características tecnológi-
cas desejáveis para especificação, os procedimentos indicados para impermeabilização
e hidro-óleo-fugação e os recomendados para aplicação, discriminando o tipo de revesti-
mento (verticais ou horizontais), o ambiente desejado (interno ou externo) e as condi-
ções de uso (quando devido).
Quadro A1
Para os revestimentos horizontais são abordados os pisos convencionais e elevados/
flutuantes, subdividindo-se os revestimentos verticais em paredes internas, fachadas
Rochas silicáticas em revestimentos horizontais:
convencionais e fachadas aeradas. Nos pisos convencionais faz-se referência às áreas parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
de molhagem frequente, de molhagem eventual e de umidade ascendente, discriminan-
do-se aquelas com baixo, médio e alto tráfego de pedestres.
Quadro A2
Tanto para os revestimentos horizontais quanto verticais é discutida a questão da im- Rochas silicáticas em revestimentos horizontais:
permeabilização do sistema rocha-argamassa, observando-se que o termo impermeabi- considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes
lizante/impermeabilização é empregado para produtos peliculares (normalmente apli-
cados no verso, emboço ou contrapiso das placas de revestimento), enquanto os ter-
Quadro A3
mos hidrofugante/hidrofugação e hidro-óleo-fugante/hidro-óleo-fugação são aplicados
para produtos impregnantes, de base água ou solvente, chamados selantes. Rochas silicáticas em revestimentos horizontais:
procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento
Para todos os ambientes de aplicação discriminados nos quadros são referenciados os
tipos de argamassas de assentamento e rejuntamento mais recomendados, com as
observações devidas caso a caso. Complementarmente às tabelas, são apresentadas
Quadro A4
notas explicativas para melhor entendimento de seu conteúdo. Rochas silicáticas em revestimentos verticais:
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação

Quadro A5
Rochas silicáticas em revestimentos verticais:
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes

Quadro A6
Rochas silicáticas em revestimentos verticais:
procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento

188 189
Quadro A1 - Rochas silicáticas (granitos e similares) em revestimentos (1) Assentados ou apoiados sobre base rígida de
horizontais: parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
concreto. (2) Em pisos sujeitos à umidade ascen-
dente, recomenda-se impermeabilização do tardoz
PISOS CONVENCIONAIS (1) PISOS ELEVADOS (1)
(verso) das placas e do contrapiso. (3) O Anexo N
Internos (2) da norma ABNT NBR 13818:1997 estabelece um
CONDIÇÕES DE USO
valor mínimo de 0,4 para a superfície de pavimen-
Externos (2) Internos Externos
Molhagem Molhagem tos onde se requer resistência ao escorregamento.
eventual frequente Esse valor mínimo é aqui sugerido para superfícies
secas de pavimentos não inclinados. O risco de
Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015
escorregamento e queda de pedestres pode ser
≤ 1,0 ≤ 0,4 ≤ 0,4 ≤ 1,0 ≤ 0,4 minimizado pela redução do tamanho das placas
Baixo, médio e alto tráfego
e pelo aumento da largura das juntas de coloca-
Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015 ção, bem como pela aplicação de produtos anti-
derrapantes já disponíveis no mercado. (4) Em um
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550 mesmo piso, não se recomenda a utilização de
duas ou mais rochas cuja diferença de resistência
Coeficiente de atrito (resistência ao escorregamento) - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo N (5)
(3)

à abrasão seja superior a 20%. (5) Ensaio utilizado


Superfície horizontal ≥ 0,4 ≥ 0,6 ≥ 0,6 ≥ 0,4 ≥ 0,6 em revestimentos cerâmicos, aqui apresentado
para avaliação comparativa. (6) Pela norma ASTM
Superfície inclinada ≥ 0,6 ≥ 0,7 ≥ 0,7 C241, é de 25 o valor mínimo sugerido para a dure-
za abrasiva (abrasive hardness) de rochas graníti-
Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015
cas (granites), em pisos submetidos a tráfego nor-
mal de pedestres (flooring subject to normal foot
Baixo, médio e alto tráfego ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3
traffic), aqui indicados como de médio tráfego. Não
Módulo de ruptura (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015 existem valores de referência apresentados para
pisos de baixo e de alto tráfego de pedestres.
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 10,0 ≥ 10,0 ≥ 10,0 ≥ 10,0 ≥ 10,0

Resistência à flexão em quatro apoios (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-7:2015


Quadro A2 - Rochas silicáticas (granitos e similares) em revestimentos horizontais:
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 8,0 ≥ 8,0 ≥ 8,0 ≥ 8,0 ≥ 8,0 considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes

Resistência à compressão uniaxial (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015 PISOS CONVENCIONAIS (1)

Baixo, médio e alto tráfego ≥ 100,0 ≥ 100,0 ≥ 100,0 ≥ 100,0 ≥ 100,0 INTERNOS EXTERNOS
CONDIÇÕES DE USO
Desgaste por abrasão (mm/1000 m) - Norma ABNT NBR 12042:2012 (teste Amsler)
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
eventual frequente ascendente frequente ascendente
Baixo tráfego ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0
Impermeabilização do contrapiso e do tardoz/verso dos ladrilhos (2)
Médio tráfego ≤ 1,5 ≤ 1,5 ≤ 1,5 ≤ 1,5 ≤ 1,5

≤ 0,7 ≤ 0,7 ≤ 0,7 ≤ 0,7 ≤ 0,7 Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Obrigatório Aplicável Obrigatório
Alto tráfego (4)

Abrasão superficial (5) Classe PEI - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo D Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (3)

Baixo tráfego 1a5 1a5 1a5 1a5 1a5 Não Não


Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado
Médio tráfego 3a5 3a5 3a5 3a5 3a5
(1) Assentados sobre base rígida de concreto ou contrapiso de argamassa. (2) Utilizar produtos impermeabi-
Alto tráfego 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 lizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. Para rochas claras, sobretudo as sili-
cosas, recomendam-se produtos brancos ou incolores. (3) Utilizar produtos hidro e óleo-repelentes impreg-
Resistência à abrasão (abrasion resistance) - Norma ASTM C241/Granitos (6) nantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas nos materiais
objetivados.
Médio tráfego ≥ 25 ≥ 25 ≥ 25 ≥ 25 ≥ 25 Nota: é sempre recomendável a impermeabilização da face e das bordas dos tampos de balcão para bares,
padarias e restaurantes, observando-se o item (3) acima. A impermeabilização de tampos de mesa e pias
Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015
para uso residencial (banheiro e cozinha) deve ser efetuada apenas quando necessário, também obser-
vando-se o item (3). Em ambientes externos desabrigados, as rochas especificadas para tampos e pisos
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5 ≥ 0,5
devem ter, preferencialmente, índice de absorção de água ≤ 0,4%. Os hidro e óleo-repelentes mais indicados
para pias de cozinha e balcões, onde se manuseiam alimentos, são os de base água.

190 191
Quadro A4 - Rochas silicáticas (granitos e similares) em revestimentos verticais:
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação

LOCAIS DE APLICAÇÃO

PAREDES INTERNAS (1)


FACHADAS FACHADAS AERADAS /
CONVENCIONAIS (1) VENTILADAS (2)
Molhagem Eventual Molhagem Frequente

Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

≤ 1,0 ≤ 0,4 ≤ 0,4 ≤ 0,4

Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550

Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015

Quadro A3 - Rochas silicáticas (granitos e similares) em revestimentos horizontais: ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3
procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento
Módulo de ruptura (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015
PISOS CONVENCIONAIS (1)
≥ 10,0 ≥ 10,0 ≥ 10,0 ≥ 10,0
TIPOS DE ARGAMASSAS INTERNOS EXTERNOS
Resistência à flexão em quatro apoios (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-7:2015
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
eventual frequente ascendente frequente ascendente ≥ 8,0 ≥ 8,0 ≥ 8,0 ≥ 8,0

Argamassas de assentamento Resistência à compressão uniaxial (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015

Cimentícia Não Não ≥ 100,0 ≥ 100,0 ≥ 100,0 ≥ 100,0


Aplicável Aplicável Aplicável
convencional semisseca (2) recomendado recomendado
Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015
Colante (3) Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível
≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5

Adesiva Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável


(1) Em paredes e fachadas sujeitas à umidade ascendente, recomenda-se impermeabilização do tardoz (ver-
so) das placas e do emboço. (2) As características tecnológicas exigidas para qualquer tipo de rocha, em
Argamassas de rejuntamento (4) fachadas aeradas/ventiladas, são definidas pelo projeto de revestimento das edificações, tendo-se como
variáveis a resistência à flexão, a resistência a ancoragens, a dimensão individual das placas (comprimento,
Não Não Não Não
Calda Cimento + Pó Xadrez® Aplicável largura e espessura) e o número de insertos de ancoragem. Essas variáveis são inter-relacionadas e especifi-
recomendado recomendado recomendado recomendado
cadas para cada obra individualmente. Pelos padrões europeus e norte-americanos, as placas de revesti-
Cimentícias mento em fachadas aeradas não devem ter espessura inferior a 3,0 cm, admitindo-se 2,5 cm apenas para
Preferível Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
industrializadas (3) rochas muito compactas.

Acrílicas Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível

Não Não
Epóxi (5) Aplicável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado

(1) Assentados sobre base rígida de concreto. (2) Para rochas claras recomenda-se utilizar cimento branco,
preferencialmente aditivado com melhoradores de aderência. (3) Observar indicação de uso interno ou uso
externo, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as argamassas de uso externo
devem ser flexíveis). (4) A largura/espaçamento das juntas de colocação, que separam os ladrilhos entre si,
pode ser de 1 mm a 3 mm para pisos internos, e de 3 mm a 5 mm para pisos externos. As rochas mais escu-
ras, a exemplo dos gabros, enquadrados como “granitos” no setor de rochas ornamentais, absorvem mais
calor e sofrem, por isso, maior dilatação térmica que as rochas claras. Em áreas expostas ao sol, notada-
mente com superfícies não polidas, recomenda-se que as juntas de colocação de rochas escuras sejam
mais largas que as das rochas claras, sugerindo-se: 6 mm a 8 mm de espaçamento entre placas individuais
de até 0,5 m2, 8 mm a 10 mm entre placas de 0,5 m2 a 1,0 m2 e 10 mm a 12 mm entre placas com 1,0 m2 a
2,0 m2, sempre com argamassas elásticas/flexíveis de rejuntamento. (5) Segundo fabricantes, não utilizar
em locais com temperatura ambiente inferior a 10°C e em ambientes externos.

192 193
Quadro A5 - Rochas silicáticas (granitos e similares) em revestimentos verticais: Quadro A6 - Rochas silicáticas (granitos e similares) em revestimentos verticais:
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento

LOCAIS DE APLICAÇÃO LOCAIS DE APLICAÇÃO

PAREDES INTERNAS FACHADAS CONVENCIONAIS TIPOS DE FACHADAS


FACHADAS PAREDES INTERNAS (1,2)
ARGAMASSAS CONVENCIONAIS (1,2) FACHADAS
AERADAS/ AERADAS/
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS
eventual frequente ascendente frequente ascendente Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS (3)
eventual frequente ascendente frequente ascendente
Impermeabilização do emboço e do tardoz/verso dos ladrilhos (1)
Argamassas de assentamento (5)

Dispensável Aplicável Obrigatório Aplicável Obrigatório Cimentícia


Aplicável Aplicável Aplicável Não Não Não aplicável
convencional
recomendado recomendado
Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (2)
pastosa (4)

Não Não
Dispensável Aplicável Aplicável Aplicável Colante (3) Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável
recomendado recomendado

(1) Utilizar produtos impermeabilizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. Para Adesiva Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
rochas claras, recomendam-se produtos brancos ou incolores. (2) Utilizar apenas produtos hidro e óleo-repe-
lentes impregnantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas Argamassas de rejuntamento (5,6)
nos materiais objetivados. Selantes hidro e óleo-repelentes, com as mesmas indicações do item (2) acima,
Calda cimento Não Não Não Não Não
podem ser aplicados no verso/tardoz e bordas dos ladrilhos de revestimento de fachadas aeradas, para ro- Não aplicável
+ Pó Xadrez® recomendado recomendado recomendado recomendado recomendado
chas com absorção de água superior a 0,4%.
Cimentícias Não Não
Nota: já existem alguns produtos antipichação disponíveis no mercado. Esses produtos dificultam a fixação Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
industrializadas recomendado recomendado
de tintas nas superfícies previamente tratadas, facilitando sua limpeza.
Acrílicas Preferível Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável

Não Não
Epóxi (7) Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
recomendado recomendado

Silicone ou
Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
poliuretano

(1) Para revestimentos posicionados até 3 m de altura, as placas rochosas poderão ser fixadas apenas com
argamassa colante (do tipo AC II ou AC III). (2) Para revestimentos posicionados entre 3 m e 15 m de altura,
recomenda-se reforço com o uso de grapas (de arame inoxidável). Os arames deverão ser alinhados for-
mando uma semicircunferência e fixados no tardoz das peças pelas extremidades dos arames, que serão in-
seridos em ranhuras feitas na rocha e colados com resina poliéster ou epóxi. Recomenda-se o uso de arga-
massa colante do tipo AC III ou AC III E, aplicação pelo método da dupla camada e inserção das grapas no
interior da argamassa. (3) São as mais recomendadas para revestimentos posicionados acima de 15 m de
altura, conforme norma ABNT NBR 15846:2010. (4) Para revestimentos verticais, recomenda-se que as arga-
massas cimentícias convencionais sejam aditivadas com melhoradores de aderência. (5) Observar indica-
ção de uso interno ou uso externo, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as ar-
gamassas de uso externo devem ser flexíveis). (6) A largura/espaçamento das juntas de colocação, em
paredes internas, pode ser de 1 mm a 3 mm, indicando-se 3 mm a 5 mm para fachadas convencionais. As
rochas mais escuras, a exemplo dos gabros, enquadrados como “granitos” no setor de rochas ornamentais,
absorvem mais calor e sofrem, por isso, maior dilatação térmica que as rochas claras. Em áreas expostas ao
sol, principalmente com superfícies não polidas, recomenda-se, assim, que as juntas de colocação de rochas
escuras sejam mais largas que as das rochas claras, sugerindo-se: 6 mm a 8 mm de espaçamento entre
placas individuais de até 0,5 m2, 8 mm a 10 mm entre placas de 0,5 m2 a 1,0 m2 e 10 mm a 12 mm entre pla-
cas com 1,0 m2 a 2,0 m2, sempre com argamassas elásticas/flexíveis de rejuntamento. (7) Segundo fabrican-
tes, não utilizar em locais com temperatura ambiente inferior a 10°C e em ambientes externos.

Nota: sempre utilizar argamassas brancas de assentamento para rochas de cores claras.

194 195
Anexo B Quadro B1 - Rochas carbonáticas (mármores e similares) em revestimentos horizontais:
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação

REVESTIMENTOS COM
PISOS CONVENCIONAIS (1,2) PISOS ELEVADOS (1)

CONDIÇÕES DE USO Internos

ROCHAS CARBONÁTICAS
Externos Internos Externos
Molhagem Molhagem
eventual frequente

Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

(MÁRMORES E SIMILARES) Baixo, médio e alto tráfego ≤ 1,0 (≤ 2,0) ≤ 0,2 (≤ 1,0) ≤ 0,2 (≤ 1,0) ≤ 1,0 (≤ 2,0) ≤ 0,2 (≤ 1,0)

Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

Baixo, médio e alto tráfego ≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300)

Coeficiente de atrito (resistência ao escorregamento) - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo N (5)


(3)

Superfície horizontal ≥ 0,4 ≥ 0,6 ≥ 0,6 ≥ 0,4 ≥ 0,6

Quadro B1 Superfície inclinada ≥ 0,6 ≥ 0,7 ≥ 0,7


Rochas carbonáticas em revestimentos horizontais: Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
Baixo, médio e alto tráfego ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3

Módulo de ruptura (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015


Quadro B2
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0
Rochas carbonáticas em revestimentos horizontais:
Resistência à flexão em quatro apoios (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-7:2015
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6

Quadro B3 Resistência à compressão uniaxial (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015

Rochas carbonáticas em revestimentos horizontais: Baixo, médio e alto tráfego ≥ 52,0 ≥ 52,0 ≥ 52,0 ≥ 52,0 ≥ 52,0

procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento Desgaste por abrasão (mm/1000 m) - Norma ABNT NBR 12042:2012 (teste Amsler)

Baixo tráfego ≤ 6,0 ≤ 6,0 ≤ 6,0 ≤ 6,0 ≤ 6,0


Quadro B4
Médio tráfego ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0
Rochas carbonáticas em revestimentos verticais:
Alto tráfego (4) ≤ 1,5 ≤ 1,5 ≤ 1,5 ≤ 1,5 ≤ 1,5
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
Abrasão superficial (5) Classe PEI - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo D

Baixo tráfego 1a5 1a5 1a5 1a5 1a5


Quadro B5
Médio tráfego 3a5 3a5 3a5 3a5 3a5
Rochas carbonáticas em revestimentos verticais:
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes Alto tráfego 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5

Resistência à abrasão (abrasion resistance) - Norma ASTM C241/Mármores (6)

Quadro B6 Médio tráfego ≥ 10 ≥ 10 ≥ 10 ≥ 10 ≥ 10

Rochas carbonáticas em revestimentos verticais: Alto tráfego ≥ 12 ≥ 12 ≥ 12 ≥ 12 ≥ 12


procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015

Baixo, médio e alto tráfego ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5 ≥ 0,5

196 197
(1) Assentados ou apoiados sobre base rígida de con- Quadro B3 - Rochas carbonáticas (mármores e similares) em revestimentos horizontais:
creto. (2) Em pisos sujeitos à umidade ascendente, procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento
recomenda-se impermeabilização do tardoz (verso)
PISOS CONVENCIONAIS (1)
das placas e também do contrapiso. (3) O Anexo N da
norma ABNT NBR 13818:1997 estabelece um valor
mínimo de 0,4 para a superfície de pavimentos onde TIPOS DE ARGAMASSAS INTERNOS EXTERNOS
se requer resistência ao escorregamento. Esse valor
mínimo é aqui sugerido para superfícies secas de pa- Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
vimentos não-inclinados. O risco de escorregamento eventual frequente ascendente frequente ascendente
e queda de pedestres pode ser minimizado pela redu-
Argamassas de assentamento
ção do tamanho das placas e pelo aumento da largu-
ra das juntas de colocação, bem como pela aplicação Cimentícia Não Não
Aplicável Aplicável Aplicável
de produtos antiderrapantes já disponíveis no merca- convencional semisseca (2) recomendado recomendado
do. (4) Em um mesmo piso, não se recomenda a utili-
zação de duas ou mais rochas cuja diferença de resis- Colante (3) Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível
tência à abrasão seja superior a 20%. (5) Ensaio em
revestimentos cerâmicos aqui apresentado para
Adesiva Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
avaliação comparativa. (6) Pela norma ASTM C241,
são de 10 e 12 os valores mínimos de dureza abrasiva
Argamassas de rejuntamento (4)
(abrasion hardness) sugeridos, respectivamente, para
pisos de tráfego normal (aqui indicados como de mé- Não Não Não Não
dio tráfego) e de alto tráfego de pedestres, revestidos Calda Cimento + Pó Xadrez® Aplicável
recomendado recomendado recomendado recomendado
tanto com mármore quanto com ônix (mármore ônix),
travertino, serpentinitos (mármores verdes) e calcá- Cimentícias
Preferível Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
industrializadas (3)
rios (limestones).
Nota: os valores entre parênteses no índice de Absor- Acrílicas Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível
ção de Água e Densidade Aparente Seca são indica-
dos para travertinos. Não Não
Epóxi (5) Aplicável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado

(1) Assentados sobre base rígida de concreto. (2) Para rochas claras recomenda-se utilizar cimento branco,
Quadro B2 - Rochas carbonáticas (mármores e similares) em revestimentos horizontais: preferencialmente aditivado com melhoradores de aderência. (3) Observar indicação de uso interno ou uso
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes externo, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as argamassas de uso externo
devem ser flexíveis). (4) A largura/espaçamento das juntas de colocação, que separam os ladrilhos entre si,
PISOS CONVENCIONAIS (1) pode ser de 1 mm a 3 mm para pisos internos e de 3 mm a 5 mm para pisos externos. As rochas mais escu-
ras absorvem mais calor e sofrem, por isso, maior dilatação térmica que as rochas claras. Em áreas expos-
CONDIÇÕES DE USO INTERNOS EXTERNOS tas ao sol, sobretudo com superfícies não polidas, recomenda-se, assim, que as juntas de colocação de ro-
chas escuras sejam mais largas que as das rochas claras, sugerindo-se: 6 mm a 8 mm de espaçamento en-
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade tre placas individuais de até 0,5 m2, 8 mm a 10 mm entre placas de 0,5 m2 a 1,0 m2 e 10 mm a 12 mm entre
eventual frequente ascendente frequente ascendente placas com 1,0 m2 a 2,0 m2, sempre com argamassas elásticas/flexíveis de rejuntamento. (5) Segundo fabri-
cantes, não utilizar em locais com temperatura ambiente inferior a 10°C e em ambientes externos.
Impermeabilização do contrapiso e do tardoz/verso dos ladrilhos (2)

Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Obrigatório Aplicável Obrigatório

Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (3)

Não Não
Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado

(1) Assentados sobre base rígida de concreto ou contrapiso de argamassa. (2) Utilizar produtos impermea-
bilizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. Para rochas claras, sobretudo as sili-
cosas, recomendam-se produtos brancos ou incolores. (3) Utilizar produtos hidro e óleo-repelentes impreg-
nantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas nos materiais
objetivados.
Nota: é sempre recomendável a impermeabilização da face e das bordas dos tampos de balcão para bares,
padarias e restaurantes, observando-se o item (3) acima. A impermeabilização de tampos de mesa e pias
para uso residencial (banheiro e cozinha) também é recomendável e deve observar o item (3). Em ambientes
externos desabrigados, as rochas especificadas para tampos e pisos devem ter, preferencialmente, índice de
absorção de água ≤ 0,4%. Os hidro e óleo-repelentes mais indicados para pias de cozinha e balcões, onde se
manuseiam alimentos, são os de base água.

198 199
Quadro B5 - Rochas carbonáticas (mármores e similares) em revestimentos verticais:
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes

LOCAIS DE APLICAÇÃO

PAREDES INTERNAS FACHADAS CONVENCIONAIS


FACHADAS
AERADAS/
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS
eventual frequente ascendente frequente ascendente

Impermeabilização do emboço e do tardoz/verso dos ladrilhos (1)

Dispensável Aplicável Obrigatório Aplicável Obrigatório

Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (2)


Quadro B4 - Rochas carbonáticas (mármores e similares) em revestimentos verticais:
Não Não
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação Dispensável Aplicável
recomendado
Aplicável (3)
recomendado
Aplicável (3)

LOCAIS DE APLICAÇÃO
(1) Utilizar produtos impermeabilizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. Para
rochas claras, recomendam-se produtos brancos ou incolores. (2) Utilizar apenas produtos hidro e óleo-repe-
PAREDES INTERNAS (1)

FACHADAS FACHADAS AERADAS / lentes impregnantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas
CONVENCIONAIS (1) VENTILADAS (2) nos materiais objetivados. (3) As rochas carbonáticas são em geral mais sensíveis que os granitos, quartzi-
Molhagem Eventual Molhagem Frequente
tos e ardósias, aos agentes químicos agressivos da poluição atmosférica (sobretudo das chuvas ácidas) nas
Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015 grandes metrópoles e do aerossol marinho nas áreas litorâneas. Nesses casos, a aplicação de hidro e óleo-
repelentes na face dos revestimentos externos é mais recomendável do que nas rochas graníticas, pois o
≤ 1,0 (≤ 2,0) ≤ 0,2 (≤ 1,0) ≤ 0,2 (≤ 1,0) ≤ 0,2 (≤ 1,0) tratamento permite prevenir parcialmente a degradação do revestimento. Selantes hidro e óleo-repelentes,
com as mesmas indicações do item (2) acima, podem ser aplicados no verso/tardoz e bordas dos ladrilhos
Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015 de revestimento, para rochas com absorção de água superior a 1%.

≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300) ≥ 2600 (≥ 2300) Nota: já existem alguns produtos antipichação disponíveis no mercado, que dificultam a fixação de tinta nas
superfícies previamente tratadas, facilitando sua limpeza.
Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015

≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3

Módulo de ruptura (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015

Foto: Cid Chiodi Filho.


≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0

Resistência à flexão em quatro apoios (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-7:2015

≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6

Resistência à compressão uniaxial (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015

≥ 52,0 ≥ 52,0 ≥ 52,0 ≥ 52,0

Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015

≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3

(1) Em paredes e fachadas sujeitas à umidade ascendente, recomenda-se impermeabilização do tardoz (ver-
so) das placas e do emboço. (2) As características tecnológicas exigidas para mármores e outras rochas
carbonáticas, em fachadas aeradas/ventiladas, são definidas pelo projeto de revestimento das edificações,
tendo-se como variáveis a resistência à flexão, a resistência a ancoragens, a dimensão individual das placas
(comprimento, largura e espessura) e o número de insertos de ancoragem. Essas variáveis são inter-relacio-
nadas e especificadas para cada obra individualmente. Pelos padrões europeus e norte-americanos, as pla-
cas de revestimento em fachadas aeradas não devem ter espessura inferior a 3,0 cm, admitindo-se 2,5 cm
apenas para rochas muito compactas.
Nota: os valores entre parênteses no índice de Absorção de Água e Densidade Aparente Seca são indicados
para travertinos.

200 201
Quadro B6 - Rochas carbonáticas (mármores e similares) em revestimentos verticais:
procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento Anexo C
REVESTIMENTOS COM
LOCAIS DE APLICAÇÃO

TIPOS DE FACHADAS
PAREDES INTERNAS (1,2)
ARGAMASSAS CONVENCIONAIS (1,2) FACHADAS

ROCHAS SILICOSAS
AERADAS/
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS (3)
eventual frequente ascendente frequente ascendente

(QUARTZITOS MACIÇOS
Argamassas de assentamento (5)

Cimentícia
Aplicável Aplicável Não Não Não Não aplicável
convencional

E SIMILARES)
recomendado recomendado recomendado
pastosa (4)

Colante (3) Preferível Preferível Aplicável Preferível Aplicável Não aplicável

Adesiva Aplicável Aplicável Preferível Aplicável Preferível Não aplicável

Argamassas de rejuntamento (6) Quadro C1


Calda cimento Não Não Não Não Não
Não aplicável
Rochas silicosas em revestimentos horizontais:
+ Pó Xadrez® recomendado recomendado recomendado recomendado recomendado
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
Cimentícias Não Não Não
Aplicável Aplicável Não aplicável
industrializadas recomendado recomendado recomendado

Acrílicas Preferível Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável Quadro C2

Não Não
Rochas silicosas em revestimentos horizontais:
Epóxi (7) Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
recomendado recomendado considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes
Silicone ou
Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
poliuretano
Quadro C3
Rochas silicosas em revestimentos horizontais:
(1) Para revestimentos posicionados até 3 m de altura, as placas rochosas poderão ser fixadas apenas com
argamassa colante (do tipo AC II ou AC III). (2) Para revestimentos posicionados entre 3 m e 15 m de altura, procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento
recomenda-se reforço com o uso de grapas (de arame inoxidável). Os arames deverão ser alinhados forman-
do uma semicircunferência e fixados no tardoz das peças pelas extremidades dos arames, que serão inseri-
dos em ranhuras feitas na rocha e colados com resina poliéster ou epóxi. Recomenda-se o uso de argamas-
Quadro C4
sa colante do tipo AC III ou AC III E, aplicação pelo método da dupla camada e inserção das grapas no inte- Rochas silicosas em revestimentos verticais:
rior da argamassa. (3) São as mais recomendadas para revestimentos posicionados acima de 15 m de altu-
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
ra, conforme norma ABNT NBR 15846:2010. (4) Para revestimentos verticais recomenda-se que as argamas-
sas cimentícias convencionais sejam aditivadas com melhoradores de aderência. (5) Observar indicação de
uso interno ou uso externo, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as argama- Quadro C5
ssas de uso externo devem ser flexíveis). (6) A largura/espaçamento das juntas de colocação, em paredes
internas, pode ser de 1 mm a 3 mm, indicando-se 3 mm a 5 mm para fachadas convencionais. As rochas Rochas silicosas em revestimentos verticais:
mais escuras, a exemplo dos gabros, enquadrados como “granitos” no setor de rochas ornamentais, absor- considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes
vem mais calor e sofrem, por isso, maior dilatação térmica que as rochas claras. Em áreas expostas ao sol,
principalmente com superfícies não polidas, recomenda-se, assim, que as juntas de colocação de rochas
escuras sejam mais largas que as das rochas claras, sugerindo-se: 6 mm a 8 mm de espaçamento entre Quadro C6
placas individuais de até 0,5 m2, 8 mm a 10 mm entre placas de 0,5 m2 a 1,0 m2 e 10 mm a 12 mm entre pla-
Rochas silicosas em revestimentos verticais:
cas com 1,0 m2 a 2,0 m2, sempre com argamassas elásticas/flexíveis de rejuntamento. (7) Segundo fabrican-
tes, não utilizar em locais com temperatura ambiente inferior a 10°C e em ambientes externos. procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento
Nota: sempre utilizar argamassas brancas de assentamento para rochas de cores claras.

202 203
Foto: Denize K. Chiodi.
Quadro C1 - Rochas silicosas (quartzitos maciços e similares) em (1) Assentados ou apoiados sobre base rígi-
revestimentos horizontais: parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação da de concreto. (2) Em pisos sujeitos à umi-
dade ascendente, recomenda-se imper-
PISOS CONVENCIONAIS (1,2) PISOS ELEVADOS (1)
meabilização do tardoz (verso) das placas e
Internos também do contrapiso. (3) O Anexo N da
CONDIÇÕES DE USO
norma ABNT NBR 13818:1997 estabelece
Externos Internos Externos
Molhagem Molhagem um valor mínimo de 0,4 para a superfície de
eventual frequente pavimentos onde se requer resistência ao
escorregamento. Esse valor mínimo é aqui
Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015
sugerido para superfícies secas de pavi-
≤ 1,0 ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 1,0 ≤ 0,5 mentos não inclinados. O risco de escor-
Baixo, médio e alto tráfego
regamento e queda de pedestres pode ser
Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015 minimizado pela redução do tamanho das
placas e aumento da largura das juntas de
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 2400 ≥ 2400 ≥ 2400 ≥ 2400 ≥ 2400 colocação, bem como pela aplicação de
produtos antiderrapantes já disponíveis no
Coeficiente de atrito (resistência ao escorregamento) - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo N (5)
(3)

mercado. (4) Em um mesmo piso, não se re-


Superfície horizontal ≥ 0,4 ≥ 0,6 ≥ 0,6 ≥ 0,4 ≥ 0,6 comenda a utilização de duas ou mais ro-
chas cuja diferença de resistência à abrasão
Superfície inclinada ≥ 0,6 ≥ 0,7 ≥ 0,7 seja superior a 20%. (5) Ensaio utilizado em
revestimentos cerâmicos, aqui apresentado
Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015
para avaliação comparativa. (6) Pela norma
ASTM C616, 8 é o valor mínimo de resistên-
Baixo, médio e alto tráfego ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 8,0 x 10-3
cia abrasiva sugerido para pisos de tráfego
Módulo de ruptura (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015 normal e de alto tráfego de pedestres, reves-
tidos com quartzitos.
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0

Resistência à flexão em quatro apoios (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-7:2015


Quadro C2 - Rochas silicosas (quartzitos maciços e similares) em
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 revestimentos horizontais: considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes

Resistência à compressão uniaxial (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015 PISOS CONVENCIONAIS (1)

Baixo, médio e alto tráfego ≥ 70 ≥ 70 ≥ 70 ≥ 70 ≥ 70 INTERNOS EXTERNOS


CONDIÇÕES DE USO
Desgaste por abrasão (mm/1000 m) - Norma ABNT NBR 12042:2012 (teste Amsler)
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
eventual frequente ascendente frequente ascendente
Baixo tráfego ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0
Impermeabilização do contrapiso e do tardoz/verso dos ladrilhos (2)
Médio tráfego ≤ 2,0 ≤ 2,0 ≤ 2,0 ≤ 2,0 ≤ 2,0

≤ 1,0 ≤ 1,0 ≤ 1,0 ≤ 1,0 ≤ 1,0 Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Obrigatório Aplicável Obrigatório
Alto tráfego (4)

Abrasão superficial (5) Classe PEI - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo D Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (3)

Baixo tráfego 1a5 1a5 1a5 1a5 1a5 Não Não


Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado
Médio tráfego 3a5 3a5 3a5 3a5 3a5
(1) Assentados sobre base rígida de concreto ou contrapiso de argamassa. (2) Utilizar produtos impermea-
Alto tráfego 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 bilizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. Para rochas claras, sobretudo as sili-
cosas, recomendam-se produtos brancos ou incolores. (3) Utilizar produtos hidro e óleo-repelentes impreg-
Resistência à abrasão (Abrasion Resistance) - Norma ASTM C616 (6) nantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas nos materiais
objetivados.
Médio tráfego ≥8 ≥8 ≥8 ≥8 ≥8 Nota: é sempre recomendável a impermeabilização da face e das bordas dos tampos de balcão para bares,
padarias e restaurantes, observando-se o item (3) acima. A impermeabilização de tampos de mesa e pias
Alto tráfego ≥ 12 ≥ 12 ≥ 12 ≥ 12 ≥ 12
para uso residencial (banheiro e cozinha) deve ser efetuada apenas quando necessário, também observan-
do-se o item (3). Em ambientes externos desabrigados, as rochas especificadas para tampos e pisos devem
Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015
ter, preferencialmente, absorção de água ≤ 0,5%. Os hidro e óleo-repelentes mais indicados para pias de cozi-
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5 ≥ 0,5 nha e balcões, onde se manuseiam alimentos, são os de base água.

204 205
Foto: Cid Chiodi Filho.

Quadro C4 - Rochas silicosas (quartzitos maciços e similares) em


revestimentos verticais: parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação

LOCAIS DE APLICAÇÃO

PAREDES INTERNAS (1)


FACHADAS FACHADAS AERADAS /
CONVENCIONAIS (1) VENTILADAS (2)
Molhagem Eventual Molhagem Frequente

Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

≤ 1,0 ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5

Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550 ≥ 2550

Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015

≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 9,0 x 10-3 ≤ 9,0 x 10-3

Quadro C3 - Rochas silicosas (quartzitos maciços e similares) em Módulo de ruptura (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015
revestimentos horizontais: procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento
≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0 ≥ 7,0
PISOS CONVENCIONAIS (1)
Resistência à flexão em quatro apoios (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-7:2015

TIPOS DE ARGAMASSAS INTERNOS EXTERNOS


≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6 ≥ 5,6
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
Resistência à compressão uniaxial (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015
eventual frequente ascendente frequente ascendente

Argamassas de assentamento ≥ 70,0 ≥ 70,0 ≥ 70,0 ≥ 70,0

Cimentícia Não Não Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015
Aplicável Aplicável Aplicável
convencional semisseca (2) recomendado recomendado
≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5
Colante (3) Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível
(1) Em paredes e fachadas sujeitas à umidade ascendente, recomenda-se impermeabilização do tardoz (ver-
so) das placas e do emboço. (2) As características tecnológicas exigidas para qualquer tipo de rocha, em fa-
Adesiva Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
chadas aeradas/ventiladas, são definidas pelo projeto de revestimento das edificações, tendo-se como variá-
veis a resistência à flexão, a resistência a ancoragens, a dimensão individual das placas (comprimento, largu-
Argamassas de rejuntamento (4)
ra e espessura) e o número de insertos de ancoragem. Essas variáveis são inter-relacionadas e especifica-
Não Não Não Não das para cada obra individualmente. Pelos padrões europeus e norte-americanos, as placas de revestimento
Calda Cimento + Pó Xadrez® Aplicável em fachadas aeradas não devem ter espessura inferior a 3,0 cm, admitindo-se 2,5 cm apenas para rochas
recomendado recomendado recomendado recomendado
muito compactas.
Cimentícias
Preferível Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
industrializadas (3)

Acrílicas Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível

Foto: Cid Chiodi Filho.


Não Não
Epóxi (5) Aplicável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado

(1) Assentados sobre base rígida de concreto. (2) Para rochas claras recomenda-se utilizar cimento branco,
preferencialmente aditivado com melhoradores de aderência. (3) Observar indicação de uso interno ou uso
externo, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as argamassas de uso externo
devem ser flexíveis). (4) A largura/espaçamento das juntas de colocação, que separam os ladrilhos entre si,
pode ser de 1 mm a 3 mm para pisos internos e de 3 mm a 5 mm para pisos externos. Em áreas expostas ao
sol, notadamente com superfícies não polidas, recomendam-se os seguintes espaçamentos entre as juntas:
6 mm a 8 mm de espaçamento entre placas individuais de até 0,5 m2; 8 mm a 10 mm entre placas de 0,5 m2
a 1,0 m2 e 10 mm a 12 mm entre placas com 1,0 m2 a 2,0 m2, sempre com argamassas elásticas/flexíveis de
rejuntamento. (5) Segundo fabricantes, não utilizar em locais com temperatura ambiente inferior 10°C e em
ambientes externos.

206 207
Quadro C5 - Rochas silicosas (quartzitos maciços e similares) em Quadro C6 - Rochas silicosas (quartzitos maciços e similares) em
revestimentos verticais: considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes revestimentos verticais: procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento

LOCAIS DE APLICAÇÃO LOCAIS DE APLICAÇÃO

PAREDES INTERNAS FACHADAS CONVENCIONAIS TIPOS DE FACHADAS


FACHADAS PAREDES INTERNAS (1,2)
ARGAMASSAS CONVENCIONAIS (1,2) FACHADAS
AERADAS/ AERADAS/
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS
eventual frequente ascendente frequente ascendente Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS (3)
eventual frequente ascendente frequente ascendente
Impermeabilização do emboço e do tardoz/verso dos ladrilhos (1)
Argamassas de assentamento (5)

Dispensável Aplicável Obrigatório Aplicável Obrigatório Cimentícia


Aplicável Aplicável Aplicável Não Não Não aplicável
convencional
recomendado recomendado
Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (2)
pastosa (4)

Não Não
Dispensável Aplicável Aplicável Aplicável Colante (3) Preferível Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável
recomendado recomendado

(1) Utilizar produtos impermeabilizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. Para Adesiva Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
rochas claras, recomendam-se produtos brancos ou incolores. (2) Utilizar apenas produtos hidro e óleo-repe-
lentes impregnantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas Argamassas de rejuntamento (6)
nos materiais objetivados. Selantes hidro e óleo-repelentes, com as mesmas indicações do item (2) acima,
Calda cimento Não Não Não Não Não
podem ser aplicados no verso/tardoz e bordas dos ladrilhos de revestimento de fachadas aeradas, para ro- Não aplicável
+ Pó Xadrez® recomendado recomendado recomendado recomendado recomendado
chas com absorção de água superior a 0,5%.
Cimentícias Não Não
Nota: já existem alguns produtos antipichação disponíveis no mercado. Esses produtos dificultam a fixação Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
industrializadas recomendado recomendado
de tintas nas superfícies previamente tratadas, facilitando sua limpeza.
Acrílicas Preferível Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável

Não Não
Epóxi (7) Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
recomendado recomendado
Foto: Cid Chiodi Filho.

Silicone ou
Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável
poliuretano

(1) Para revestimentos posicionados até 3 m de altura, as placas rochosas poderão ser fixadas apenas com
argamassa colante (do tipo AC II ou AC III). (2) Para revestimentos posicionados entre 3 m e 15 m de altura,
recomenda-se reforço com o uso de grapas (de arame inoxidável). Os arames deverão ser alinhados forman-
do uma semicircunferência e fixados no tardoz das peças pelas extremidades dos arames, que serão inseri-
dos em ranhuras feitas na rocha e colados com resina poliéster ou epóxi. Recomendam-se o uso de arga-
massa colante do tipo AC III ou AC III E, aplicação pelo método da dupla camada e inserção das grapas no
interior da argamassa. (3) São as mais recomendadas para revestimentos posicionados acima de 15 m de
altura, conforme norma ABNT NBR 15846:2010. (4) Para revestimentos verticais recomenda-se que as arga-
massas cimentícias convencionais sejam aditivadas com melhoradores de aderência. (5) Observar indica-
ção de uso interno ou uso externo, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as ar-
gamassas de uso externo devem ser flexíveis). (6) A largura/espaçamento das juntas de colocação em pare-
des internas pode ser de 1 mm a 3 mm, indicando-se 3 mm a 5 mm para fachadas convencionais. As rochas
mais escuras, a exemplo dos gabros, enquadrados como “'granitos” no setor de rochas ornamentais, absor-
vem mais calor e sofrem, por isso, maior dilatação térmica que as rochas claras. Em áreas expostas ao sol,
principalmente com superfícies não polidas, recomenda-se, assim, que as juntas de colocação de rochas es-
curas sejam mais largas que as das rochas claras, sugerindo-se: 6 mm a 8 mm de espaçamento entre pla-
cas individuais de até 0,5 m2, 8 mm a 10 mm entre placas de 0,5 m2 a 1,0 m2 e 10 mm a 12 mm entre placas
com 1,0 m2 a 2,0 m2, sempre com argamassas elásticas/flexíveis de rejuntamento. (7) Segundo fabricantes,
não utilizar em locais com temperatura ambiente inferior a 10°C e em ambientes externos.

Nota: sempre utilizar argamassas brancas de assentamento para rochas de cores claras.

208 209
Anexo D Quadro D1 - Ardósias em revestimentos horizontais:
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação

REVESTIMENTOS COM
PISOS CONVENCIONAIS (1) PISOS ELEVADOS (1)

CONDIÇÕES DE USO Internos (2)

ARDÓSIAS
Externos (2) Internos Externos
Molhagem Molhagem
eventual frequente

Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

Baixo, médio e alto tráfego ≤ 1,0 ≤ 0,6 ≤ 0,6 ≤ 1,0 ≤ 0,6

Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015

Baixo, médio e alto tráfego ≥ 2700 ≥ 2700 ≥ 2700 ≥ 2700 ≥ 2700

Coeficiente de atrito (resistência ao escorregamento) - Norma ABNT NBR 13818:1997/Anexo N (5)


(3)

Superfície horizontal ≥ 0,4 ≥ 0,6 ≥ 0,6 ≥ 0,4 ≥ 0,6

Quadro D1 Superfície inclinada ≥ 0,6 ≥ 0,7 ≥ 0,7


Ardósias em revestimentos horizontais: Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
Baixo, médio e alto tráfego ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 9,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 9,0 x 10-3

Módulo de ruptura (4) (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015


Quadro D2
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 51,0 ≥ 51,0 ≥ 51,0 ≥ 51,0 ≥ 51,0
Ardósias em revestimentos horizontais:
Resistência à flexão em quatro apoios (4) (MPa) - Norma 15845-7:2015
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes
Baixo, médio e alto tráfego ≥ 42,0 ≥ 42,0 ≥ 42,0 ≥ 42,0 ≥ 42,0

Quadro D3 Resistência à compressão uniaxial (4) (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015 (5)

Ardósias em revestimentos horizontais: Baixo, médio e alto tráfego ≥ 69,0 ≥ 69,0 ≥ 69,0 ≥ 69,0 ≥ 69,0

procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento Desgaste abrasivo Amsler (mm/1000 m) - Norma ABNT NBR 12042:2012 (teste Amsler)

Baixo tráfego ≤ 6,0 ≤ 6,0 ≤ 6,0 ≤ 6,0 ≤ 6,0


Quadro D4
Médio tráfego ≤ 4,5 ≤ 4,5 ≤ 4,5 ≤ 4,5 ≤ 4,5
Ardósias em revestimentos verticais:
Alto tráfego (6) ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0 ≤ 3,0
parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação
Abrasão superficial (7) CLASSE PEI - Norma ABNT NBR 13818:1997 - Anexo D

Baixo tráfego 1a5 1a5 1a5 1a5 1a5


Quadro D5
Médio tráfego 3a5 3a5 3a5 3a5 3a5
Ardósias em revestimentos verticais:
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes Alto tráfego 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5

Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015

Quadro D6 Baixo, médio e alto tráfego ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5 ≥ 0,5

Ardósias em revestimentos verticais:


procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento

210 211
Foto: Micapel Slate.
(1) Assentados ou apoiados sobre base rígida de concreto. (2) Em pisos sujeitos à umidade ascendente,
recomenda-se impermeabilização do tardoz (verso) das placas e também do contrapiso. (3) O Anexo N da
norma ABNT NBR 13818:1997 estabelece um valor mínimo de 0,4 para a superfície de pavimentos onde se
requer resistência ao escorregamento. Esse valor mínimo é aqui sugerido para superfícies secas de pavimen-
tos não inclinados. O risco de escorregamento e queda de pedestres pode ser minimizado pela redução do
tamanho das placas e aumento da largura das juntas de colocação, bem como pela aplicação de produtos
antiderrapantes já disponíveis no mercado. (4) Perpendicularmente aos planos de clivagem ardosiana. (5)
Pela forte anisotropia conferida por seus planos de clivagem, as ardósias não são usualmente submetidas a
ensaio de compressão uniaxial, apesar de que a norma ASTM C170 apresenta um intervalo de valores entre
10.000 Psi (~69 MPa) e 15.000 Psi (~103 MPa) para resistência à compressão dessas rochas, perpendi-
cularmente à clivagem ardosiana. (6) Em um mesmo piso, não se recomenda a utilização de duas ou mais
rochas cuja diferença de resistência à abrasão seja superior a 20%. (7) Ensaio em revestimentos cerâmicos
aqui apresentado para avaliação comparativa.

Nota: a ASTM define ensaios específicos de resistência à flexão (ASTM C120) e absorção de água (ASTM C121),
bem como de valor de resistência abrasiva (ASTM C241), para caracterização tecnológica de ardósias de reves-
timento (slate dimension stone). Os valores de referência apontados para esses ensaios, pela norma ASTM C629,
são os seguintes:

NORMAS
AMBIENTES
ASTM C120 ASTM C121 ASTM C241
Resistência à flexão (Psi) Absorção de água (%) Resistência à abrasão

≥ 7200*
Ardósia para interiores ≤ 0,45 ≥ 8 (≥ 10) Quadro D2 - Ardósias em revestimentos horizontais:
≥ 9000**
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes
≥ 7200*
Ardósia para exteriores ≤ 0,25 ≥ 8 (≥ 10)
≥ 9000** PISOS CONVENCIONAIS (1)

* Paralelo ao alinhamento mineralógico. ** Perpendicular ao alinhamento mineralógico. INTERNOS EXTERNOS


CONDIÇÕES DE USO
Nota: para conversão a MPa, dividir o valor em Psi por 145. Pela norma ASTM C241, o valor mínimo de 10 é
sugerido para resistência abrasiva (abrasive hardness) de ardósias utilizadas em pisos comerciais e de alto Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
tráfego de pedestres. eventual frequente ascendente frequente ascendente

Impermeabilização do contrapiso e do tardoz/verso dos ladrilhos (2)

Uso
Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Recomendado Recomendado
obrigatório
Foto: Micapel Slate.

Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (3)

Não Não
Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado

Aplicação de selantes na borda dos ladrilhos (3)

Baixo, médio e alto tráfego Dispensável Aplicável Recomendado Recomendado Recomendado

(1) Assentados sobre base rígida de concreto ou contrapiso de argamassa. (2) Utilizar produtos impermeabi-
lizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. (3) Utilizar produtos hidro e óleo-repe-
lentes impregnantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficácia e eventuais alterações estéticas
nas ardósias objetivadas.
Nota: é sempre recomendável a impermeabilização da face e bordas de tampos de balcão para bares, pada-
rias e restaurantes, observando-se o item (3) acima. A impermeabilização de tampos de mesa e pias para
uso residencial (banheiro e cozinha) deve ser efetuada apenas quando necessário, também se observando o
item (3). Em ambientes externos desabrigados, as ardósias especificadas para tampos e pisos devem ter,
preferencialmente, índice de absorção de água ≤ 0,6%, recomendando-se impermeabilização das bordas de
cada peça. Os hidro e óleo-repelentes mais indicados para pias de cozinha e balcões, onde se manuseiam ali-
mentos, são os de base água.

212 213
Quadro D3 - Ardósias em revestimentos horizontais: Quadro D4 - Ardósias em revestimentos verticais:
procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento parâmetros tecnológicos sugeridos para especificação

PISOS CONVENCIONAIS (1) LOCAIS DE APLICAÇÃO

TIPOS DE ARGAMASSAS INTERNOS EXTERNOS PAREDES INTERNAS (1)


FACHADAS FACHADAS AERADAS /
CONVENCIONAIS (1) VENTILADAS (2)
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade Molhagem Eventual Molhagem Frequente
eventual frequente ascendente frequente ascendente
Índice de absorção de água (%) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015
Argamassas de assentamento

Cimentícia ≤ 1,0 ≤ 0,6 ≤ 0,6 ≤ 0,6


Não Não
Aplicável Aplicável Aplicável
convencional semisseca (2) recomendado recomendado
Densidade aparente seca (kg/m3) - Norma ABNT NBR 15845-2:2015
Colante (3) Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível
≥ 2700 ≥ 2700 ≥ 2700 ≥ 2700

Adesiva Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Coeficiente de dilatação térmica linear (mm/m x °C) - Norma ABNT NBR 15845-3:2015

Argamassas de rejuntamento (4) ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 12,0 x 10-3 ≤ 9,0 x 10-3 ≤ 9,0 x 10-3

Não Não Não Não Módulo de ruptura (3) (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-6:2015
Calda Cimento + Pó Xadrez® Aplicável
recomendado recomendado recomendado recomendado
≥ 51,0 ≥ 51,0 ≥ 51,0 ≥ 51,0
Cimentícias Não Não
Preferível Aplicável Aplicável
industrializadas (3) recomendado recomendado Resistência à flexão em quatro apoios (3) (MPa) - Norma 15845-7:2015

Acrílicas Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível ≥ 42,0 ≥ 42,0 ≥ 42,0 ≥ 42,0

Não Não Resistência à compressão uniaxial (3) (MPa) - Norma ABNT NBR 15845-5:2015
Epóxi (5) Aplicável Aplicável Aplicável
recomendado recomendado
≥ 69,0 ≥ 69,0 ≥ 69,0 ≥ 69,0
(1) Assentados sobre base rígida de con-
creto. (2) Visando à otimização de desem- Resistência ao impacto de corpo duro (m) - Norma ABNT NBR 15845-8:2015
penho, recomenda-se que as argamassas
Foto: Micapel Slate.

de assentamento sejam aditivadas com ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,3 ≥ 0,5


melhoradores de aderência e que o verso/
tardoz das placas e lajotas tenha superfí- (1) Em paredes e fachadas sujeitas à umidade ascendente, recomenda-se impermeabilização do tardoz (ver-
so) das placas e do emboço. (2) As características tecnológicas exigidas para qualquer tipo de rocha, em fa-
cie áspera (calibradas e/ou fresadas). (3)
chadas aeradas/ventiladas, são definidas pelo projeto de revestimento das edificações, tendo-se como variá-
Observar indicação de uso interno ou uso
veis a resistência à flexão, a resistência a ancoragens, a dimensão individual das placas (comprimento, largu-
externo, grafada pelo fabricante da arga- ra e espessura) e o número de insertos de ancoragem. Essas variáveis são inter-relacionadas e especifica-
massa na embalagem do produto (as ar- das para cada obra individualmente. Pelos padrões europeus e norte-americanos, as placas de revestimento
gamassas de uso externo devem ser fle- em fachadas aeradas não devem ter espessura inferior a 3,0 cm, o que, para as ardósias de Minas Gerais, re-
xíveis). (4) Como rochas escuras, as ar- comenda a utilização das variedades do tipo “'matacão”. (3) Perpendicularmente aos planos de clivagem
dósias absorvem mais calor e sofrem, por ardosiana ou alinhamento mineralógico.
isso, maior dilatação térmica que as ro-
chas claras, por exemplo quando expostas Nota: a ASTM define ensaios específicos de resistência à flexão (ASTM C120), absorção de água (ASTM C121) e
ao sol. Os espaçamentos assim recomen- resistência abrasiva (ASTM C241), para caracterização tecnológica de ardósias de revestimento (slate dimension
dados para juntas de colocação, que sepa- stone). Os valores de referência apontados para esses ensaios, pela norma ASTM C629, são os seguintes:
ram os ladrilhos/placas entre si, devem
ser superiores aos de rochas mais claras, NORMAS
AMBIENTES
sugerindo-se 3 mm a 5 mm para interiores ASTM C120 ASTM C121 ASTM C241
e, para exteriores, 6 mm a 8 mm (placas Resistência à flexão (Psi) Absorção de água (%) Resistência à abrasão
individuais de até 0,5 m2) ou 8 mm a 10 ≥ 7200*
mm (placas individuais de até 0,5 m2 a 1,0 Ardósia para interiores ≤ 0,45 ≥8
≥ 9000**
m2), sempre com utilização de argamas-
≥ 7200*
sas elásticas/flexíveis e impermeabili- Ardósia para exteriores ≤ 0,25 ≥8
≥ 9000**
zantes. (5) Segundo fabricantes, não utili-
zar em locais com temperatura ambiente * Paralelo ao alinhamento mineralógico. ** Perpendicular ao alinhamento mineralógico.
inferior 10°C e em ambientes externos. Nota: para conversão a MPa, dividir o valor em Psi por 145.

214 215
Quadro D6 - Ardósias em revestimentos verticais:
procedimentos indicados para assentamento e rejuntamento

LOCAIS DE APLICAÇÃO

TIPOS DE FACHADAS
PAREDES INTERNAS
ARGAMASSAS CONVENCIONAIS
FACHADAS
AERADAS (6)
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade
eventual frequente ascendente frequente ascendente

Argamassas de assentamento

Cimentícia
Aplicável Aplicável Não Não Não Não aplicável
convencional
recomendado recomendado recomendado
pastosa (1,2)

Colante (2,3) Aplicável Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável

Adesiva (2,3) Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável

Argamassas de rejuntamento (4)

Calda cimento Não Não Não Não Não


Não aplicável
+ Pó Xadrez® recomendado recomendado recomendado recomendado recomendado

Cimentícias Não Não


Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
industrializadas recomendado recomendado

Acrílicas Preferível Preferível Preferível Preferível Preferível Não aplicável

Não Não
Epóxi (5) Aplicável Aplicável Aplicável Não aplicável
recomendado recomendado
Quadro D5 - Ardósias em revestimentos verticais:
Silicone ou
considerações sobre o uso de impermeabilizantes e selantes poliuretano
Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável Aplicável

LOCAIS DE APLICAÇÃO
(1) Para revestimentos verticais recomenda-se que as argamassas cimentícias convencionais sejam aditiva-
das com melhoradores de aderência e que o verso/tardoz das placas e lajotas tenha superfície áspera (cali-
PAREDES INTERNAS FACHADAS CONVENCIONAIS bradas e/ou fresadas). (2) Para revestimentos posicionados entre 3 m e 15 m de altura, recomenda-se refor-
FACHADAS
AERADAS/ ço com o uso de grampos (de cobre ou arame galvanizado). (3) Observar indicação de uso interno ou uso ex-
Molhagem Molhagem Umidade Molhagem Umidade VENTILADAS terno, grafada pelo fabricante da argamassa na embalagem do produto (as argamassas de uso externo de-
eventual frequente ascendente frequente ascendente
vem ser flexíveis). (4) Como rochas escuras, as ardósias absorvem mais calor e sofrem maior dilatação tér-
mica que as rochas claras, por exemplo, quando sujeitas à insolação. Os espaçamentos recomendados para
Impermeabilização do emboço e do tardoz/verso dos ladrilhos (1)
juntas de colocação, que separam os ladrilhos entre si, em paredes e fachadas de ardósia, devem ser supe-
riores aos das rochas mais claras, sugerindo-se 3 mm a 5 mm para interiores e, para fachadas conven-
Dispensável Aplicável Recomendado Recomendado Recomendado Recomendado (3)
cionais e aeradas, 4 mm a 6 mm (placas até 0,3 m2), 6 mm a 8 mm (placas até 0,6 m2), 8 mm a 10 mm (pla-
cas de 0,6 m2 a 1,0 m2) e 10 mm a 12 mm (placas individuais superiores a 1,0 m2). O rejuntamento de facha-
Aplicação de selantes na face dos ladrilhos (2) das convencionais deve ser sempre efetuado com argamassas elásticas/flexíveis e impermeabilizantes. (5)
Segundo fabricantes, não utilizar em locais com temperatura ambiente inferior a 10°C e em ambientes exter-
Não Não
Dispensável Aplicável Aplicável Aplicável nos. (6) São as mais recomendadas para revestimentos posicionados acima de 15 m de altura, sempre com
recomendado recomendado
ardósias do tipo "matacão" quando procedentes de Minas Gerais.
Aplicação de selantes na borda dos ladrilhos (2)

Dispensável Aplicável Recomendado Aplicável Recomendado Recomendado

(1) Utilizar produtos impermeabilizantes, semiflexíveis, à base de cimento Portland e resinas acrílicas. (2) Uti-
lizar apenas produtos hidro e óleo-repelentes impregnantes, de base água ou solvente, testando-se sua eficá-
cia e eventuais alterações estéticas nas ardósias objetivadas. (3) Utilizar selantes hidro e óleo-repelentes na
borda das placas.
Nota: já existem alguns produtos antipichação disponíveis no mercado. Esses produtos dificultam a fixação
de tintas nas superfícies previamente tratadas, facilitando sua limpeza.

216 217
Anexo E
PRODUTOS
DE ASSENTAMENTO,
PROTEÇÃO E LIMPEZA

Quadro E1 - Argamassas colantes de fixação

Quadro E2 - Argamassas colantes de rejuntamento

Quadro E3 - Produtos para colagem de cubas e tampos

Quadro E4 - Produtos para tratamento de superfícies

Quadro E5 - Produtos de limpeza para mármores

Quadro E6 - Produtos de limpeza para granitos e quartzitos

Quadro E7 - Removedores de manchas para mármores

Quadro E8 - Removedores de manchas para granitos e quartzitos

Quadro E9 - Produtos para proteção de superfícies durante a obra

Quadro E10 - Produtos para reforço estrutural

Por

Eleno de Paula Rodrigues, geólogo, Dsc., Lithotec


Assessoria e Gerenciamento em Rochas Ornamentais

Marília Cordeiro Padrão, estudante de Engenharia Civil


Instituto Mauá de Tecnologia

219
Quadro E1 - Argamassas colantes de fixação

Características Produtos recomendados (pelo fabricante)

Pisos Internos

Cola 250 ACIII (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK Plus (Akemi
Molhagem eventual
Brasil), Bellimax ACIII (Bellinzoni), Cimentcola Flexível (Quartzolit). Quadro E2 - Argamassas de rejuntamento

Cola 250 ACIII (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK Plus (Akemi Características Produtos recomendados (pelo fabricante)
Molhagem frequente
Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Cimentcola Flexível (Quartzolit).

Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK Pisos Internos
Áreas submersas/ Premium BiComponente (Akemi Brasil), Bellimax Nanoflex (Bellinzoni), Argamassa Super For-
umidade ascendente matos (Quartzolit). Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Plus (Akemi Brasil), Bellijunte Polímero
Molhagem eventual
(Bellinzoni), Rejunte Porcelanatos e Cerâmicas (Quartzolit).
Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa Quartzo
Áreas aquecidas Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Bellijunte Polímero
D (Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). Molhagem frequente
(Bellinzoni), Rejunte Piscinas (Quartzolit).
Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK
Alto tráfego
Premium (Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). Áreas submersas/ Rejuntepoxi (Quartzobrás), Rejunte TK Premium Ultra (Akemi Brasil), Bellijunte Epóxi
umidade ascendente (Bellinzoni), Rejunte Piscinas (Quartzolit), Rejunta Acrílico (Fortaleza).
Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa Grandes Formatos (Votorantim), Argamassa TK
Grandes formatos Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Bellijunte Polímero
Premium (Akemi Brasil), Bellimax Max (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). Alto tráfego
(Bellinzoni), Rejunte Porcelanatos e Cerâmicas (Quartzolit).
Cola Piso Sobre Piso (Quartzobrás), Votomassa Piso Sobre Piso (Votorantim), Argamassa TK
Piso sobre piso
Glass (Akemi Brasil), Bellimax Max (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). Pisos Externos

Cola 250 ACIII (Quartzobrás), Votomassa COLA TUDO (Votorantim), Argamassa TK Premium Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Rejunte Bellijunte Epóxi
Ardósias Molhagem eventual
(Akemi Brasil), Bellimax ACIII (Bellinzoni), Cimentcola Flexível (Quartzolit). (Bellinzoni), Rejunte Porcelanatos e Cerâmicas (Quartzolit).

Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa Cola Tudo (Votorantim), Belliax Max Áreas submersas/ Rejuntepoxi (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Bellijunte Epóxi (Bellinzoni),
Escadas metálicas
(Bellinzoni), Tecbond MF (Quartzolit), CA 3400 (Hilt). umidade ascendente Rejunte Piscinas (Quartzolit), Rejunta Acrílico (Fortaleza).

Pisos Externos Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Bellijunte Polímero
Alto tráfego
(Bellinzoni), Rejunte Porcelanatos e Cerâmicas (Quartzolit).
Cola 250 ACIII (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK Premium
Molhagem eventual
(Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Cimentcola Flexível (Quartzolit). Paredes Internas

Cola 250 ACIII (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK Premium Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Plus (Akemi Brasil), Bellijunte Polímero
Molhagem frequente Molhagem eventual
(Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). (Bellinzoni), Rejunte Acrílico (Quartzolit).

Áreas submersas/ Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível, Argamassa TK Premium BiCom- Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Bellijunte Polímero
umidade ascendente ponente (Akemi Brasil), Bellimax Nanoflex (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). Molhagem frequente
(Bellinzoni), Rejunte Acrílico (Quartzolit).

Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa Quartzo Áreas submersas/ Rejuntepoxi (Quartzobrás), Rejunte TK Premium Ultra (Akemi Brasil), Bellijunte Epóxi
Áreas aquecidas
D (Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). umidade ascendente (Bellinzoni), Rejunte Piscinas (Quartzolit), Rejunta Acrílico (Fortaleza).

Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK


Alto tráfego Paredes Externas
Premium (Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit).

Cola 500 Ultraflexível (Quartzobrás), Votomassa ACIII Flexível (Votorantim), Argamassa TK Rejunte Polimérico (Quartzobrás), Rejunte TK Premium (Akemi Brasil), Bellijunte Epóxi
Grandes formatos Molhagem frequente
Premium (Akemi Brasil), Bellimax Max (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit). (Bellinzoni), Rejunte Porcelanatos e Cerâmicas (Quartzolit).

Cola Piso sobre Piso (Quartzobrás), Votomassa Piso Sobre Piso (Votorantim), Argamassa TK Áreas submersas/ Rejunte TK Premium Ultra (Akemi Brasil), Bellijunte Epóxi (Bellinzoni), Rejunte Piscinas
Piso sobre piso umidade ascendente (Quartzolit), Rejuntepoxi (Quartzobrás), Rejunta Acrílico (Fortaleza).
Glass (Akemi Brasil), Bellimax Max (Bellinzoni), Argamassa Super Formatos (Quartzolit).

Cola 250 AC III (Quartzobrás), Votomassa Cola Tudo (Votorantim), Argamassa TK Premium
Ardósias
(Akemi Brasil), Bellimax ACIII Plus (Bellinzoni), Cimentcola Flexível (Quartzolit). Quadro E3 - Produtos para colagem de cubas e tampos

Peças Produtos recomendados (pelo fabricante)

Cubas de aço ou de porcelana aplicadas em rocha Colar Cuba (Colar), grampos metálicos (Metalúrgica Dorvo).

Tampos em geral colados em madeira, tijolo,


CA 3400 (Hilt).
alvenaria, metal

220 221
Quadro E4 - Produtos para tratamento de superfícies Manchas Produtos recomendados (pelo fabricante)

Aplicações Produtos recomendados (pelo fabricante) Cimento Desincrustante LP (Pisoclean), TK Alcalino (Akemi Brasil), Pós-Obra (Bellinzoni).

Selante hidro-óleo- MGT6 (Massimo Piraccini), PSC Bloqueador (Pisoclean), Stain Repelente Nano Effect (Akemi Super Clean Removedor de Epóxi (Quartzobrás), Removedor de Epóxi LP (Pisoclean), Epóxi Remover
Epóxi
repelente interno Brasil), Stain-Proof (Dry-Treat). (Akemi Brasil), Remoxi (Bellinzoni), Limpador Pós-Obra Acrílico e Epóxi (Quartzolit).

Selante hidro-óleo- MGT6+STONE-P (Massimo Piraccini), PSC Bloqueador (Pisoclean), Stain Repellent Nano Effect Eflorescência Removedor de Urina e Eflorescência (Akemi Brasil), Limpa Eflorescência (Bellinzoni).
repelente externo (Akemi Brasil), Idea Gold (Bellinzoni), Stain-Proof (Dry-Treat).
PEK Tiramanchas (Pisoclean), TK Removedor Orgânico Mármore (Akemi Brasil), Papa Manchas Lig
MGT6 (Massimo Piraccini), PSC Bloqueador (Pisoclean), Stain Repelente Nano Effect (Akemi Terra
Antimanchas (Bellinzoni).
Brasil), Idea Gold (Bellinzoni), Stain-Proof (Dry-Treat).
Limo/Bolor PEK Tiralimo (Pisoclean).
Antipichação PEK Verniza Antigraf (Pisoclean), Anti-Grafite (Akemi Brasil), Duo Antigraffiti (Bellinzoni).

Antiácidos PEK Verniza Antigraf (Pisoclean), Anti-Grafite (Akemi Brasil), Duo Antigraffiti (Bellinzoni). Quadro E8 - Removedores de manchas para granitos e quartzitos

Antiderrapantes R-9 (Akemi Brasil). Manchas Produtos recomendados (pelo fabricante)

Impermeabilizantes Sikatop 107 (SIKA), D-Damp (Massimo Piraccini), Impermáxima (Quartzobrás), Vedakoll (Akemi Óleo Pek K Tiraóleo (Pisoclean), TK Alcalino (Akemi Brasil), Remover (Bellinzoni).
de tardoz Brasil), Sello (Bellinzoni), Impermeabilizante Tecplus Top (Quartzolit).
Ferrugem Pek Ox (Pisoclean), Rust Remover Granito (Akemi Brasil), TAF GEL (Bellinzoni), Redox (Piache).
Antiferrugem Pox (Piache) Antiferrugem.

Pichação Pek Tiragrafite (Pisoclean), Grafit-Remover (Akemi Brasil).


Quadro E5 - Produtos de limpeza para mármores
Urina Pek Tiramanchas (Pisoclean), Removedor de Urina e Eflorescência (Akemi Brasil).
Aplicações Produtos recomendados (pelo fabricante)
Madeira Pek Tiramanchas (Pisoclean), TK Removedor Orgânico (Akemi Brasil), Papa Manchas Lig (Bellinzoni).
Limpeza Diária LP (Pisoclean), Crystal Clean (Akemi Brasil), Limpa Mármores Limp Diária
Limpeza diária
(Bellinzoni). Café Pek Tiramanchas (Pisoclean), TK Removedor Orgânico (Akemi Brasil), Papa Manchas Lig (Bellinzoni).

Super Clean Pós-Obra (Quartzobrás), Limpeza pesada LP (Pisoclean), Basic Clean (Akemi Pek Descale (Pisoclean), TK Alcalino (Akemi Brasil), Pós-Obra (Bellinzoni).
Limpeza pesada Cimento
Brasil), Limpa Mármores Limp Pesada (Bellinzoni), Limpador Cimentício (Quartzolit).
Super Clean Removedor de Epóxi (Quartzobrás), Removedor de Epóxi LP (Pisoclean), Epóxi Remover
Epóxi
(Akemi Brasil), Remoxi (Bellinzoni).
Quadro E6 - Produtos de limpeza para granitos e quartzitos
Eflorescência Removedor de Urina e Eflorescência (Akemi Brasil), Limpa Eflorescência (Bellinzoni).
Aplicações Produtos recomendados (pelo fabricante)
Terra PEK Tiramanchas (Pisoclean), TK Removedor Orgânico (Akemi Brasil), Papa Manchas Lig (Bellinzoni).
Limpeza diária Limpeza Diária LP (Pisoclean), Crystal Clean (Akemi Brasil), Lem 3 (Bellinzoni).
Limo/Bolor PEK Tiralimo (Pisoclean).
Super Clean Extra Forte (Quartzobrás), Limpeza Pesada LP (Pisoclean), Basic Clean (Akemi
Limpeza pesada
Brasil), Ultra Stripper (Bellinzoni), Limpador Pós-Obra Geral (Quartzolit).
Quadro E9 - Produtos para proteção de superfícies durante a obra
Quadro E7 - Removedores de manchas para mármores
Aplicações Produtos recomendados (pelo fabricante)

Manchas Produtos recomendados (pelo fabricante) Salva Piso - Extra Resistente (Salvabrás), SOS Piso (Styroplast), Pramanta
Pisos sujeitos a tráfego leve
(Pradoflex), TK Manta (Akemi Brasil), Promármore (Promaflex).
Óleo PEK Tiraóleo (Pisoclean), TK Alcalino (Akemi Brasil), Remover (Bellinzoni).
Pisos sujeitos a tráfego intenso Chapas (Ecoway), Praplaca (Pradoflex), placas de borracha (Protege Piso).
Ferrugem PEK Rust out gel (Pisoclean), Rust Remover Mármores (Akemi Brasil), TAF GEL (Bellinzoni).
Bancadas, pias, lavatórios, etc. Salva Adesivo (Salvabrás), Prabancada (Pradoflex), Pill-Off (Akemi Brasil).
Pichação PEK Tiragrafite (Pisoclean), Grafit-Remover (Akemi Brasil).

Quadro E10 - Produtos para reforço estrutural


Urina PEK Tiramanchas (Pisoclean), Removedor de Urina e Eflorescência (Akemi Brasil).

Aplicações Produtos recomendados (pelo fabricante)


Madeira PEK Tiramanchas (Pisoclean), TK Removedor Orgânico (Akemi Brasil), Papa Manchas Lig (Bellinzoni).
Tela de fibra de vidro: WR326 da Texiglass. Resina epóxi bicomponente: Telagem
Café PEK Tiramanchas (Pisoclean), TK Removedor Orgânico Akemi Brasil), Papa Manchas Lig (Bellinzoni). Pisos elevados e tampos
120 - Linha Mármore Granito, da Polipox; Sikadur, da Sika.

222 223
Anexo F
NORMAS RELATIVAS
A ROCHAS ORNAMENTAIS
E DE REVESTIMENTO

Por

Maria Heloísa Barros de Oliveira Frascá, geóloga,


Dsc., MHB Serviços Geológicos

225
Quadro F1 - Normas ABNT Standard guide for cleaning of exterior dimension stone, vertical and horizontal
ASTM C1515-14
surfaces, new or existing.
ABNT NBR 15012:2013 Rochas para revestimento de edificações - Terminologia.
ASTM C1721-15 Standard guide for petrographic examination of dimension stone.

ABNT NBR 15844:2015 Rochas para revestimento - Requisitos para granitos.


ASTM C1722-18 Standard guide for repair and restoration of dimension stone.

ABNT NBR 15845-1:2015 Rochas para revestimento - Parte 1: Análise petrográfica


ASTM C1528/C1528M-18 Standard guide for selection of dimension stone.
Rochas para revestimento - Parte 2: Determinação da densidade aparente, da porosidade
ABNT NBR 15845-2:2015 Standard guide for selection, design, and installation of dimension stone attachment
aparente e da absorção de água. ASTM C1242-18a
systems.
ABNT NBR 15845-3:2015 Rochas para revestimento - Parte 3: Determinação do coeficiente de dilatação térmica linear.
ASTM C1799/C1799M-14 Standard guide to dimension stone test specimen sampling and preparation.

ABNT NBR 15845-4:2015 Rochas para revestimento - Parte 4: Determinação da resistência ao congelamento e degelo. Métodos de Ensaio

ABNT NBR 15845-5:2015 Rochas para revestimento - Parte 5: Determinação da resistência à compressão uniaxial. ASTM C97/C97M-18 Standard test methods for absorption and bulk specific gravity of dimension stone.

Rochas para revestimento - Parte 6: Determinação do módulo de ruptura (flexão por carre- ASTM C99/C99M-18 Standard test method for modulus of rupture of dimension stone.
ABNT NBR 15845-6:2015
gamento em três pontos).

Rochas para revestimento - Parte 7: Determinação da resistência à flexão por carregamento ASTM C120/C120M-15a Standard test methods for flexure testing of structural and roofing slate.
ABNT NBR 15845-7:2015
em quatro pontos.
ASTM C121/C121M-15 Standard test method for water absorption of slate.
ABNT NBR 15845-8:2015 Rochas para revestimento - Parte 8: Determinação da resistência ao impacto de corpo duro.
ASTM C170/C170M-17 Standard test method for compressive strength of dimension stone.
Rochas para revestimento - Projeto, execução e inspeção de revestimento de fachadas de
ABNT NBR 15846:2010
edificações com placas fixadas por insertos metálicos. ASTM C217/C217M-15a Standard test method for weather resistance of slate.

ABNT NBR 16596:2017 Rochas para revestimento - Resistência ao ataque químico - Método de ensaio.
ASTM C241/C241M-15e1 Standard test method for abrasion resistance of stone subjected to foot traffic.

ABNT NBR 12042:2012 Materiais inorgânicos - Determinação do desgaste por abrasão (teste Amsler).
ASTM C880/C880M-18 Standard test method for flexural strength of dimension stone.

Standard test method for structural performance of exterior dimension stone


ASTM C1201/C1201M-15
cladding systems by uniform static air pressure difference.
Quadro F2 - Normas ASTM
ASTM C1352/C1352M-15 Standard test method for flexural modulus of elasticity of dimension stone.

ASTM C119-16 Standard Terminology Relating to Dimension Stone. Standard test method for abrasion resistance of dimension stone subjected to foot
ASTM C1353/C1353M-15a
traffic using a rotary platform abraser.
Especificações
Standard test method for strength of individual stone anchorages in dimension
ASTM C615/C615M-18e1 Standard specification for granite dimension stone. ASTM C1354/C1354M-15
stone.

ASTM C568/C568M-15 Standard specification for limestone dimension stone. Standard test method for laboratory determination of pulse velocities and
ASTM D2845
ultrasonic elastic constants of rock.
ASTM C503/C503M-15 Standard specification for marble dimension stone. Standard test method for measurement of thermal expansion of rock using
ASTM D4535
dilatometer.
ASTM C616/C616M-15 Standard specification for quartz-based dimension stone.
Standard test method for measuring surface frictional properties using the British
ASTM E303
ASTM C406/C406M-15 Standard specification for roofing slate. pendulum tester.

ASTM C1526-08 (2014) Standard specification for serpentine dimension stone.

ASTM C629/C629M-5 Standard specification for slate dimension stone.


Quadro F3 - Normas CEN
ASTM C1527/C1527M-11 (2018) Standard specification for travertine dimension stone. Métodos de Ensaio

Guias EN 1925:1999 Natural stone test methods. Determination of water absorption coefficient by capillarity.
Standard guide for assessment and maintenance of exterior dimension stone
ASTM C1496-18 EN 1926:2006 Natural stone test methods. Determination of uniaxial compressive strength.
masonry walls and façades

226 227
Natural stone test methods. Determination of real density and apparent density, and of total and open EN 14147:2003 Natural stone test methods. Determination of resistance to ageing by salt mist.
EN 1936:2006
porosity.
Natural stone test methods. Determination of sensitivity to changes in appearance produced by
EN 12372:2006 Natural stone test methods. Determination of flexural strength under concentrated load. EN 16140:2011
thermal cycles.

EN 12407:2007 Natural stone test methods. Petrographic examination. EN 16301:2013 Natural stone test methods. Determination of sensitivity to accidental staining.

EN 13161:2008 Natural stone test methods. Determination of flexural strength under constant moment. EN 16306:2013 Natural stone test methods. Determination of resistance of marble to thermal and moisture cycles.

EN 13364:2002 Natural stone test methods. Determination of the breaking load at dowel hole. Terminologia

EN 13373:2003 Natural stone test methods. Determination of geometric characteristics on units. EN 12440:2017 Natural stone. Denomination criteria.

EN 13755:2008 Natural stone test methods. Determination of water absorption at atmospheric pressure. EN 12670:2002 Natural stone. Terminology.

Natural stone test methods. Determination of the dynamic elastic modulus of elasticity (by
EN 14146:2004
measuring the fundamental resonance frequency).
m Observações sobre as normas CEN e marcação CE
EN 14157:2017 Natural stone test methods. Determination of the abrasion resistance.

No âmbito do Comitê Europeu de Normalização (CEN) (http://www.cen.eu), as rochas


EN 14158:2004 Natural stone test methods. Determination of rupture energy.
ornamentais são objeto de estudo de dois comitês técnicos, o das rochas naturais
EN 14205:2003 Natural stone test methods. Determination of Knoop hardness. (natural stone) - Comitê Técnico 246, e o das ardósias - Comitê Técnico 128, que elabora-
ram as normas harmonizadas16 da Comunidade Econômica Europeia.
EN 14231:2003 Natural stone test methods. Determination of the slip resistance by means of the pendulum tester.

EN 14579:2004 Natural stone test methods. Determination of sound speed propagation. As normas CEN têm um enfoque bastante distinto daquele da normativa americana
(ASTM) e brasileira (ABNT), pois não estabelecem especificações para os diferentes
EN 14580:2005 Natural stone test methods. Determination of static elastic modulus.
tipos de rochas, mas, sim, os requisitos para os produtos do processamento das rochas
EN 14581:2004 Natural stone test methods. Determination of linear thermal expansion coefficient. (placas, ladrilhos, etc.) para diferentes aplicações, em atendimento à Diretiva 89/106/
EEC (Construction Products Directive), que determina as condições para comercialização
Requisitos
de produtos para construção na comunidade europeia, o que inclui a marcação CE (CE
EN 1341:2012 Natural stone for external paving. Requirements and test methods. Marking).
EN 1342:2012 Sets of natural stone for external paving. Requirements and test methods.
As normas atualmente vigentes abrangem os seguintes produtos:
EN 1343:2012 Kerbs of natural stone for external paving. Requirements and test methods.
q Guias (para sarjetas) para pavimentação externa (EN 1343).
EN 1467:2012 Natural stone. Rough blocks. Requirements.
q Ladrilhos modulares (EN 12057).
EN 1468:2012 Natural stone. Rough slabs. Requirements. q Pedras de calcetar para pavimentação externa (EN 1342).
EN 1469:2015 Natural stone products. Slabs for cladding. Requirements. q Placas de rochas naturais para pavimentação externa (EN 1341).

EN 12057:2015 Natural stone products. Modular tiles. Requirements. q Placas para pisos e escadas (EN 12058).

EN 12058:2015 Natural stone products. Slabs floors and stairs. Requirements. q Placas para revestimento (EN 1469).

EN 12059: 2011 Natural stone products. Dimensional stone work. Requirements. q Trabalhos dimensionais em rocha (EN 12059).

Alteração Acelerada q Ardósias e produtos de rochas para telhados descontínuos e revestimentos (EN
12326).
EN 12370:1999 Natural stone test methods. Determination of resistance to salt crystallization.

Norma harmonizada: é uma especificação técnica (norma europeia ou documento harmonizado) adotada por
16
EN 12371:2010 Natural stone test methods. Determination of frost resistance.
uma ou mais entidades normalizadoras, por meio de um mandato fornecido pela Comissão Europeia, de acor-
16

do com as prescrições do Conselho Diretivo (Council Directive) 83/189/EEC de 28/03/1983, que dispõe sobre
16

EN 14066:2013 Natural stone test methods. Determination of resistance to ageing by thermal shock.
os procedimentos para o provimento de informações no campo das normas e regulações técnicas.
16

228 229
Para obtenção da marcação CE para rochas ornamentais, e consequentemente afixação q Rocha processada (produto): determinação de parâmetros dimensionais (es-
nos produtos comercializados, é necessário cumprir algumas condições contidas nas pessura, comprimento e largura), geométricos (retilineidade de bordas, retan-
normas europeias, esquematizadas na Figura F1. gularidade e planicidade) e tecnológicos que caracterizam o material a ser co-
mercializado, cujas especificações e tolerâncias (Quadro F4) também estão
contidas nas normas “Requisitos”.

TESTE TIPO INICIAL Quadro F4 - Tolerâncias para comprimento e largura


de chapas para revestimento, segundo a EN 1469 (2004)

Comprimento ou largura nominal em mm < 600 ≥ 600

ATESTADO DE CONTROLE DE
Espessura das arestas serradas ≤ 50 mm ± 1 mm ± 1,5 mm
CONFORMIDADE PRODUÇÃO DA FÁBRICA

Espessura das arestas serradas > 50 mm ± 2 mm ± 3 mm

NOVO MATERIAL
3. Estabelecimento do atestado de conformidade, por meio da documentação das prin-
cipais características do material (tecnológicas e dimensionais), comprovando que es-
tão conforme as propriedades requisitadas para o uso previsto.
MINA FÁBRICA
amostragem da rocha amostragem do produto
in natura (bloquetes) (placas, ladrilhos, paralelepípedos...) 4. Introdução do Controle de Produção de Fábrica (FPC) por meio de documentação que
permita estabelecer e realizar o controle da rotina de produção, a rastreabilidade e ou-
tros quesitos relativos a sistema de qualidade, do tipo ISO 9001.
MARCAÇÃO CE
Uma vez em conformidade com as condições estabelecidas nas normas, é preparada a
Declaração de Conformidade (EC Declaration of Conformity), que autoriza a fixação da
Marca CE e a comercialização dos produtos. A Figura F2 mostra um exemplo de marca-
Figura F1 - Esquema de atividades para obtenção de marcação ção CE para rochas para revestimento (slabs of natural stone for cladding) para uso em
CE para rochas naturais. Fonte: Frascá, 2012.
acabamentos internos de paredes e teto (Internal wall and ceiling finishes).

Resumidamente, esse processo consiste nas seguintes atividades:


Reference standard: EN 1469

1. Quando da introdução de uma nova rocha ornamental no mercado ou quando o mate- Products: Slabs of natural stone for cladding

rial usualmente comercializado apresentar mudanças substanciais, procede-se a amos- Denomination: In accordance with EN 12440
tragem do material bruto e do produto (chapas, ladrilhos, guias, etc.). Year: 2004
End uses: Internal wall and ceiling finishes

Name and address of the producer: yyyy


2. Procede-se então à realização do teste-tipo17, que consiste na execução dos ensaios
Characteristics Declared values Test method
requisitados na norma a ser atendida, segundo normas estabelecidas pela CEN, a maior
Without testing (see Decision
parte delas bastante semelhante às da ASTM e ABNT. As características tecnológicas Reaction to fire Class A1 96/603/EC, as amended)
requisitadas podem ser divididas em dois grupos:
Lower expected value, mean value,
Flexural strenght and standard deviation, MPa EN 12372 or EN 13161

q Rocha bruta: determinação de parâmetros petrográficos, físicos e mecânicos Lower expected value, mean value,
Resistance to fixings EN 13364
que definem as propriedades da rocha. and standard deviation, N

Water vapour permeability NPD EN ISO 12573 or EN 12524

Apparent density From ... to ... kg/m


3
EN 1936
Teste-tipo se fundamenta na avaliação do produto em relação a um conjunto de ensaios, cujos resultados não
17

podem ser antecipados com base em testes prévios, pois são realizados no início da operação de uma nova
17

17
mina ou jazida de rocha ornamental; ou quando ocorre mudança imprevista da geologia da rocha.  Figura F2 - Modelo de marcação para chapas para revestimento, segundo a EN 1469.

230 231
ROCHAS EM REVESTIMENTOS
GUIA DE APLICAÇÃO DE
Contra capa e
lombada quadrada

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