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N.

P IS K O U N O V

CALCULO DIFERENCIAL
E INTEGRAL
VOLUME I

TRADUÇÃO 0 E:
A N T Ô N IO ED U A R O O P E R E IR A T E IX E IR A
Licanciaòo am Economia (U. P.)
ConttDiluta diplomado (I. C. P.)
M A R IA JO S É P E R E IR A T E IX E IR A
' "i- Contabilista ü.plomoda (I. C. P.)

18 • ED IÇ A O EM LING UA P O R T U G U E S A

E D I Ç Õ E S LOPES DA S I LV A - P O R T O - 2 0 0 0
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pura todos os países dc nprcssâo Portuguesa, de acordo com as leis cm vigo»
© LI VRAR I A 1.QPFS DA Sll V A - E D I T O R A

C o m p o ilo • im pr««*o n a * O te m a * O ié f.co i R cu nido t Lda


H Á Jvm n Cabral. 33-33 - Tfciel 323 000 ftOfl f «. 222 207 134
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I N D I C E

P r e f á c i o .............................................................................................................................I I

CAPITULO I

Núm ero, vo riá veJ, funções

I. Números reais. RepresentaçSo dos números reais pelos pontos do


eixo n u m é r ic o ...................................................................................................... 13
6 2. V alor absoluto de um núm ero r e a l ...........................................................IS
3. Grandezas variáveis e grandeza* constantes . . . . . . . 16
4. D om ínio de d e fín içio duma v a r iá v e l........................................................... 17
. 6 5. Variável ordenada. Variável crescente e variável decrescente. V ariá­
vel l i m i t a d a .....................................♦ ..........................................................19
& 6. F u n ç á o .............................................................................................................. 20
§ 7. Diversas formas de expressio das f u n ç õ e s ............................................ 21
4 8. Principais funções elementares. Funções elem entares............................. 23
Q 9, Funções algébricas..............................................................................29
6 10. Sistema de coordenadas p o l a r e s .................................................................. 30
Exercícios . .......................................................................................32

CAPITULO II

Limit* e continuidade das h in ç ò e i

| I. Limite dum a grandeza variável. Grandeza variável infinitamente


g r a n d e .................................................................................................... 34
| 2. U m ite dc uma f u n ç á o .................................................................................37
| 3. Funções que tendem para o in fin ita Funções limitadas . . . 41
• 4 Infinitamente pequenos e as suas propriedades fundamentais . . 45
| J. Teoremas fundamentais sobre os l i m i t e s ............................................ 48
aen x
| 6. U m ite da funçáo ----- quando x - * 0 .............................................52
x
| V. O núm ero ........................................................................................................... 54
I |. logaritm os n e p e r i a n o s .................................................................................59
| 9. Continuidade das fu n ç õ e s .................................................................................60
| |0 Propriedades das funções c o n t ín u a s ...........................................................64
| 11 < o m p a ra flo de infinitamente p e q u e n o s ....................................................66
.................................................................. > i . i W
CAPITULO III

D eriv ad o • diferencial

§ I. Velocidade dum m o v i m e n t o ..........................................................................72


§ 2 D efinição da derivada , .......................................................................... 74
$ 3. Interpretação geométrica da d e r iv a d a ........................................................... 76
§ 4. Funções deriváveu . ........................................................... 78
5 5. C álculo da derivada das funções elementares. Derivada da função
y = i * para n inteiro e p o s it iv o ...................................................................79
§ 6. Derivadas das funções .r = sen x; y = c o i * .............................................81
§ 7 Derivadas duma constante, dum produto dum a constante por uma
função. dum a »o n u . dum produto e da divisão de duas funções 83
§ 8. Derivação dum a função l o g a r i t m i c a .................................................... 88
i 9. Derivada duma fu n ç lo composta . .................................................... 89
§ 10. Derivadas das funções .v tg x. y - cotg x, y = Log|x| . . . 92
§ II. Função im p K d ti e sua d e r iv a d a ...................................................................94
§ 12. Derivada dum a fu n ç lo potência quando o expoente é um nümero
real qualquer, derivada da função exponencial e da fu n ç lo com ­
posta exponencial .........................................................................................96
§ 13 Função inversa e sua d e r iv a d a ................................................................... 98
$ 14 Funções trigonométricas inversas e suas d e r iv a d a s ..............................102
{ 15 Q uadro das principais fórmulas dc derivação , ..................................... 106
$ 16 Funções dadas sobre a form a p a r a m é t r ic a .............................................108
$ 17. F.quações paramétricas de certas c u r v a s .................................................... 110
$ 18. Derivada duma fu n ç lo dada sob a forma paramétrica . 113
§ 19. Funções hiperbólicas . ...................................................................114
§ 20. Diferencial ....................................................................................................... .......
§ 21. Interpretação geométrica do diferencial ..................................... 122
§ 22- Derivadas de diferentes ordens . . . ’ ............................................. 123
$ 23 Diferenciais de diferentes ordens ..................................... 125
9 24. Derivadas de diferentes ordens das funções implfcitaa e das íuoções
dadas sob a form a p a r a m é tr ic a ...................................................................127
$ 25 Interpretação mecânica da derivada s e g u n d a .............................................129
b 26 Equações da tangente e da normal. Com prim ento da sub-tangente
e ds sub-normal .........................................................................................131
$ 2' Interpretação geométrica d.t derivada do raio vector em relação
ao ângulo polar . . . . . . .............................. 134
E x e r c íc io s ....................................................................................................... ....... 135
l X D Ic K

CAPITULO IV

Teoremas relativos às funções deriváveis

6 I. Teorema relativo as raízes da derivada (teorema de Rolle) . . 148


% 2. Teorema dos crescimento» finitos (teorema de LagrangeJ . . . 150
| }Iiiir c m a dc Cauchy (relação dos crescimentos de duas funções) . 152
l 4 I im iti d o quortente d? dois infinitam ente pequenos (verdadeiro valor

das indeterminações da forma ^ ’ ...........................................................1*3

4 < l.imite do quociente dr doi* inlim«.>m;ntc itrandcs (verdadeiro valor

das mdeterminações da forma i ...........................................................156

* 6. Fórm ula dc Taylor . .................................................................. 162


5 7. Desenvolvimento das funções e1 -cn x. cos x. pela fórmula de Taylor 166
Exercícios . ............................................................................................... 170

CAPITULO V

Estudo da variação das funções

5 1. Posição do problema . . . . . . . ..................................... 174


$ 2. Crescimento e decrescimento das fu n ç õ e s ..................................... 175
§ 3. M áx im o e m ín im o das funções . .. . 177
( 4. C am inho a seguir para o estudo do m áxim o e do m ín im o duma
funsrão derivávcl com o auxílio da derivada p n m e ir a ..............................183
ç 5 F.studo do m áxim o e do m ín im o das Í u ik Acn com o auxilio da
derivada s e g u n d a .................................................... ....... 186
5 6. M aior e menor valor dum a função sobre um segmento . . . 190
i 7. Aplicação da teoria do m áxim o e do m ín im o das funções na reso-
luçáo de p r o b l e m a s .........................................................................................191
| 8 Estudo dos máximos e dos m ínim os dum a função com o auxílio
da fórm ula de T a y l o r ................................................................................. 193
I 9 Convexidade c concavidade das curva*. Pontos de inflexão . . 196
| 10 Assrmpiotas . . . . « .................................................................. 202
| II Fsquema geral do estudo das funções e da construçSo dos gráficos 207
I 12 Fstudo das curvas dadas sob a forma paramétrica . . . . . 211
Exercícios . ................................................................................................
CAPÍTULO VI

Curvaturo duma curvo

C om prim ento do arco c sua derivada . 222

C u r v a t u r a .............................................................................................................. 224
C álculo da c u r v a tu r a ............................................ . .................................... 226
C álculo da curvatura das curvas sob a forma paramétrica . 229
C álculo da curvatura das curvas cm coordenadas polares 230
Raio c círculo de curvatura. Centro de curvatura. Evoluta e evolvente 231
Propriedades da evoluta . . . .................................................... 237

C álculo aproximado das raízes reais dum a equação . 240


Exercícios ......................................................................... ....... 245

CAPITULO VI I

Número* complexos. Polinómios

Núm eros complexos. D c íin iç õ e » .................................................................. 249


Principais opsraçõe» sobre o» números c o m p le x o s .............................. 251
Elevação de um número complexo n uma potência c extracção
da raiz dum número complexo...................................................... 254
F u n ç lo exponencial de expoente complexo e luas propriedades . 257
Fórm ula de Euler. Forma cxpom-ncial dum núm ero complexo 260
Decomposição dum polinóm io cm facloret ............................................ 261
Raizes m últiplas do polinóm io . . . . .............................. 264
Decomposição cm factores dum polinóm io no cato das raízes
c o m p le x a s ........................................................................................ 266
Interpelação. Form ula de interpolação de Lagrange . . . 267
M elhor aprox im uçlo d u m i função pelos polinóm ios Teorema de
Tchébychev . ................................................................................. 270
E x e r c íc io s ...................................................................................................... ....... 271

CAPITULO VIII

Funções de várias variáveis

D efinição das funções dc várias variáveis . ............................. 273


Representação geométrica dum a função de duas variáveis . 276
Crescimento parcial e crescimento total da fu n ç lo ........................ 277
C ontinuidade das funções dc várias v a riá v e is .............................. 279
Derivadas parciais duma função de várias variáveis . 281
Interpretação geométrica das derivadas parciais dum a função de
duas variáveis ...................................................................................................... 283
Crescimento total e diferencial t o t a l ........................................................... 284

Emprego do diferencial total para os cálculos aproximados 288


Emprego do diferencial para avaliar o erro cometido durante o*
cálculos n u m é r i c o s ............................................................................................ 289
Derivada dum a fu n ç lo composta. Derivada t o l a l ............................. 293
Derivação das funções i m p l í c i l a s .......................................................... 295
Derivadas parciais de diferentes ordens . . . . . . . . 298
Superfícies de n í v e l ....................................................................................... 303
Derivada segundo um a dada d i r e c ç l o ................................................... 304
Gradiente .................................................................. 306
Fórm ula de Taylor para um a fu n ç lo de duas variáveis . . . 310
M áxim o e m ín im o dum a fu n ç lo de várias variáveis . . . . 312
M áxim os e mínim os das funções de várias variáveis submetidas a
a certas condições (máximos e mínimos l i g a d o s ) ............................. 321
Ponios singulares dum a c u r v a ..................................................................327
E x e r c íc io s ............................................................................................................. 332

CAPITULO IX
A p lic a çõ e s d o cálculo diferencial na geom etria d o e ip a ç o

Equação dum a curva no e s p a ç o .................................................................. 337


Ljfnite e derivada dum a fu n ç lo vectorial duma variável escalar inde­
pendente. Equação da tangente a um» curva. Equação do plano normal 340
Regras dc derivaçlo dos vectorcs (funções vectoriais) . . . . 347
Derivadas, primeira e segunda, dum vector em relação ao com pri­
mento do arco. Curvatura da curva. N orm al principal . . . . 349
Plano osculador. Binormal. Torção duma curva empenada . . . 356
Plano tangente c normal a uma s u p e rfíc ie ............................................ 361
E x e r c íc io s ............................................................................................................. 365

CAPITULO X
Integral in d e fin ido

Primitiva e integral i n d e f i n i d o .................................................................. 368


Q uadro de integrais ........................................................................................371
Algumas propriedades do integral indefinido . . . . . . 373
Integração por mudança de v a r iá v e l.......................................................... 375
Integração de certas expressões contendo o trinóm io «ut* + bx + c 378
Integração por p a r te s ........................................................................................381
Fracções racionais. Fricções racionais elementares e sua integração 385
Decomposição das fracções racionais em elementos simples . . 389
Integração das fracções r a c io n a is ................................................... : . 394
Método de O s tro g ra d s k y ................................................................................ 396
Integração das funções i r r a c i o n a i s ...........................................................400
Integrais do tipo / R (.r. + bx + c) d . i ..................................... 401
Integração dos binômios d ife re n c ia is ...........................................................405
lnir|iruv&n de cenas classes de funções trigonométricas . . . . 408
r
Ç 15. Integração dc certa» funções irracionais com o auxflio de transfor­
mações t r ig o n o m é t r i c a s .................................................................................*13
S 16 Funções cujos integrais n io podem ser expressos por funções ele­
mentares ............................................................................................................... 415
E x e r c íc io * ............................................ ....... ..........................................................

CAPITULO XI

Integral definido
§ 1. Posição do problema. Somas integrais inferior c supenor . . . <29
$ 2. Integral d e f i n i d o .................................................................. ....... 431
$ 3. Propriedades fundamentais d o integral d e f i n i d o ..................................... 437
§ 4 C álculo do integra] definido. Fórm ula de Newton-Leibnix . . . 441
?! 5 M udança de variável num integral d e f in id o .............................................445
« 6 Integração por partes . ..........................................................................447
# 7. Alargamento da n o ç io de i n t e g r a l ........................................................... 450
§ 8. C álculo aproximado dos integrais d e f in id o s ............................................ 457
i 9. Fórm ula de T c M b y c h e v ................................................................................. 463
fc 10. Integrais que dependem dum perím etro . . . . . . . . 468
E x e r c íc io s ...............................................................................................................472

CAPITULO XII
Aplicações geométricas e mecânicas do integral definido
$ l. C álculo das área\ em coordenadas rectangulares..................................... 477
$ 2. Arca dum sector curvilíneo cm coordenadas polares . . . . 430
$ 3. Com prim ento dum arco de c u r v a ............................................ ....... 482
6 4. C álculo d o volume d u m corpo em funçfio das áreas das secçõcs
p a r a l e l a s ............................................................................................... * • 488
6 5. V olum e dum corpo de r e v o l u ç i o .............................. ....... 490
$ 6. Àrea dum corpo de r e v o l u ç ã o .................................................................. 490
$ 7. Cálculo do trabalho por meio do integral d e f in id o ..............................492
$ 8. Coordenadas do ceniro dc g ra v id a d e ........................................................... 494
E x e r c íc io * ...............................................................................................................498

Anexo I

Estabelecimento dum a dependência funcional a partir dos dados


experimentais pelo método dos mínim os quadrados . 505

Anexo II
Fórm uU de Intcrpolaçio de Ncwton. DcrivaçSo numérica . . . 510
índice alfabético ........................................................................................ 513
P R E F Á C IO

A 3.* edição em língua francesa conserva como essencial o


contcúüo da 2 .’ edição. Casos capítulos foram profundamente revislos
c completados, cm especial aqueles que tratam de certos ramos das
matemáticas modernas, cujo conhecimento é nos nossos dias indis­
pensável a tocJo o engenheiro. Na parte «Exercícios» aumentou-se o
número de problemas, insistindo sobre aqueles que. mais difíceis, exi­
gem mais refexão. O material desta neva edição 6 apresentado cm
dois volumes.
No primeiro volume, us capítulos iniciais «Número, variável, função»
c «Limite e continuidade das funções» furam icsumi.Ios na meJida
do possfvel Ccrias questões, habitualmente tratadas nestes capilulos,
foram conscientemente reporíaJas aos capítulos seguintes. Isto permitiu
abordar mais rapidamente a derivada, ncção fundamental do cálculo
diferencial: esta necessidade foi-nos ditada pelas exigências das outras
disciplinas do ensino técnico superior. O bom fundamento duma tal
disposição foi felizmente confirmado pela experiência de vários anos.
No f m do primeiro volume inseriu-se os anexos I e II expondo
prob’emas muito importantes para o engenhíiro: «Estabelecimento d u m »
dependência funcional j partir de dados experimentais pelo método
dos mínimos quaJrados» e «Fórmula de intcrpolaçâo de Newton.
Derivação numérica»
No segundo volume, para assegurar aos estudantes uma prepa-
ração matemática que lhe> permita abordar a.s disciplinas ligadas à
automação e aos métoj» s de cálculo automático, que são h.ije ensi­
nadas nos estabelecimentos Jc en>mo técnico superior, vários desen­
volvimentos. tratando em detalhe destas questões, foram inseridos:
«Intcgiação numérica das equações diferenciais e sistemas de equações
diferenciais» (•). «Integração de sistemas diferenciais lineares». «Noção
sobre f teoria da estabilidade de' Liapounov». «Operador hamiltoniano».
«Integral de hourier», ele

Ov métodos de cálculo num cnco habitualmente tratados nos curto*


d» an4li tr >Ao igualmente exposio» ne\te manual.
Esta edição foi também completada por dois novos capítulos
«Equações da física matemática» (capítulo X V III) e «Cálculo opera­
cional e aplicações» (capitulo X IX ).
O capítulo X V III passa cm revista as equações fundamentais
da física matemática. Tem-se dado uma importância particular à
análise da natureza dos fenômenos físicos que conduzem às equações de
diferentes tipos e aos problemas dc limites correspondentes. Uma grande
importância foi igualmente concedida aos métodos numéricos dc reso­
lução das equações diferenciais às derivadas parciais.
N o capítulo X IX expôs-se a* noções fundamentais do cálculo
operacional c o método operacional de resolução das equações dife­
renciais. Elas são indispensáveis para o cfluJo dc numerosas disciplinas
aplicadas, cm especial as ligadas à elcclrotécnica.
Um grande número dc problemas e dc exercícios, que esclarecem
a maior parle dos vínculos que cxhtcm entre as matemáticas c
as outras disciplinas, foram Incluídos neste manual. Os problemas e
os exercícios foram especialmente escolhidos para cada capítulo do
curso a fim de contribuir para a assimilação da parte teórica. Alguns
foram resolvidos c comentados a titulo dc exemplos. Isto torna o
uso deste manual particularmente precioso para o estudo auto-
-didáctico.
Devo exprimir a minha profunda gratidão às Edições M ir que
aceitaram a tradução e a publicação desta obra.

O autor

NOTA SOBRfc A PRHSENI » EDKÀO

Esta edição, a 4.» em francôs. reproduz a 3\ que se esgotou


rapidamente.
Procedemos, no entanto. à.\ corrccçõcs que o autor julgara neces­
sárias para esta nova edição, a fim dc apresentar aos leitores uma
obra ainda mais digna da sua confiança.

O hDIJÜH
Capitulo I

N Ú M E R O , V A R IÁ V E L , F U N Ç Õ E S

§ 1. N úm e ro s reais. R epresentação dos núm eros reais


pelos pontos do eixo num érico

A noção dc número é uma das mais fundamentais das mate­


máticas. Elaborada na Antiguidade, ela sofreu no decurso dos séculos
um longo processo de extensão e de generalização.
Os números inteiros, os números fraccionários positivos e nega­
tivos. compreendendo o número zero. são chamados números racionais.
Todo o número racional pode ser posto sob a forma dc quociente
de dois números inteiros p c q. Por exemplo:

i . j 25 — 1
T ' 4 ’
Em particular, todo o número inteiro p pode ser considerado
como quociente de dois números inteiros p e 1: — . Por exemplo:

- f , 0_ « .

Os números racionars podem ser postos sob a forma de fracções


decimais limitadas ou ilimitadas.
Os números expressos pelas fracções decimais ilimitadas não
periódicas, são denominados números irracionais; tais são. por exemplo,
os números J / 2 , V 3 , 5 - V 2 , etc.
O conjunto dos números racionais c irracionais formam o con­
junto dos números reais. Os números reais constituem um conjunto
ordenado, isto é. que para cada par de números reais x e y, uma c
sòmente uma das relações seguintes

*<y, x = y, x>y
é satisfeita.
Os números reais podem ser representados pelos pontos do eixo
numérico Chama-se eixo numérico a uma recta infinita sobre a qual
se escolheu: 1 ) um ponto O chamado origem. 2 ) um sentido positivo,
que se indica por uma seta, e 3) uma unidade de medida. A maior
parto das vezes, disporemos o eixo horizontalmente e escolheremos
a direcção da esquerda para a direita como sentido positivo.
Sc o número x-t é positivo, represcniá-io-emos pelo ponto
M , situado à direita da origem e distante de O dc O M , — xxi da
mesma forma se o número x> é negativo, nós representá-lo-emos pelo
ponto M t situado a esquerda dc O e distante dc O dc O M z = x2
(fig. 1 ).
O ponto O representa o numero zero. É evidente que todo o
número real é representado por um só ponto do eixo numérico. A dois
números reais distintos correspondem dois pontos diferentes (fig. 1 )
do eixo numérico. A afirmação seguinte é verdadeira: cada ponto
do eixo* numérico é a imagem dum só número real (racional ou
irracional).
Assim existe uma correspondência biunivoca entre todos os
números reais e todos os pontos do eixo numérico: a cada número

Ki« I
corresponde um ponto único c inversamente a cada ponto corresponde
um só número de que ele é imagem. Isso permite cm numerosos
raciocínios empregar indiferentemente a noção de «número x» ou a
de «ponto x». Neste manual teremos frequentemente a ocasião de
tirar partido desla observação.
Indiquemos, sem a demonstrar, a propriedade seguinte, relativa
ao conjunto dos números reais: entre dois números reais quaisquer,
existem sempre números racionais e números irracionais. Gcomètrica­
mente isto significa: entre dois pontos quaisquer do eixo numérico,
existem sempre pontos racionais e pontos irracionais.
À guisa dc conclusão, citamos o seguinte teorema que representa,
dc qualquer modo. o papel dc um «ponto lançado entre a teoria e
a prática».
Teorema — Tixlo o número irracional a pode ser expresso com
o grau de precisão desejado com o auxilio dos números racionais.
Com efeito, seja a um número irracional positivo. Hropunhamo-nos
calcular o valor aproximado de « a menos dc ~ (pòf exemplo, a

menos dc ^ . a menos de etc.).


Qualquer que seja o número a, ele está incluso entre dois números
inteiros consecutivos N e N + I. Dividamos o segmento compreendido
entre N c N + 1 em n partes iguais. Então a cncontrar-se-á incluso
entre dois números racionais N + — c N + 2 Ü . A diferença entre
n n
estes dois números, sendo igual a •— , cada um deles exprimirá a

com a precisão desejada, o primeiro por defeito, o segundo por excesso.


Exem plo — O número irracional \rT exprime-se com a ajuda dos números
racionais:

1,4 c 1,5 a menos de —


4
1,41 e 1,42 a menos de

1,414 e 1,415 a menos de e ,f-

§ 2. V alo r abso luto d u m n úm e ro real

IntroJuzamos agora a noção dc valor absoluto Jc um número real.


Definição — Chama-se valor absoluto (o« módulo) dc um número
real x (notação |x |) ao número real não negativo, que satisfaz as
seguintes condições:
|x| = x se x > 0;
I x |= — x se x < 0.
Exemplos: | 2 | «= 2; | —5 | = 5 ; |0 | - 0.
Resulta desta definição que para todo x se tem x < | x | .
Vejamos algumas propriedades do valor absoluto.

1 . O valor absoluto da soma ulgébrica de vários números reais não


é superior à soma dos valores absolutos dos componentes.
i x - f y | < |*| + ||f|.
Demonstração — Seja x + y ^ 0, então

i x - f » /| ~ x + y < N + |y| (porque x < | x | c


Seja x + y < 0, então
jx - f ir | = - ( x + y) = (— x) + ( - / / ) < |x| + |y|,
c. q. d.
A demonstração pode ser facilmente alargada a um número qual­
quer de termos.
Exemplos:
I — 2 - j- U | < |— —| 1 |3 i 2+ 3-5 ou !< õ.
| _ 3 — 5|»|-3| + | -5|-3-»-5 = 8 ou 8 ® 8.
2 . O valor absoluto da diferença não é inferior à diferença dos
valores absolutos:
l * - y l < l * l -|y|.
Demonstração— Façamos x - y = z. então x = y 4 z e segundo
a propriedade prccedcmc,
\* = I y + 2 K I y ! + ! ; I * = í y I + ‘ I x — y
donde

l* l — — v\*
c. q. d.
3. O valor absoluto do produto é igual ao produto dos valores
absolutos.
I xyz |= |x 11 y | |2 1.

4. O valor absoluto do quociente é igual ao quociente d Os valores


absolutos do dividendo e do divisor:

y Ivl
As duas úllimas propriedades resultam imediatamente da defi­
nição do valor absoluto.

§ 3. G randeza» variáveis e grandezas constantes

Quando medimos certas grandezas fisicas, tais como o tempo, o


comprimento, a superfície, o volume, a massa, a velocidade, a pressão,
a temperatura, etc., estabelecemos os valores numéricos destas gran­
dezas físicas. As matemáticas estudam as grandezas sem ter em conta
o seu conteúdo concreto. No que sc segue, quando falarmos dc grandeza,
teremos em vista os seus valores numéricos. No decurso dc diferentes
fenômenos certas grandezas variam, quer dizer, que sào susceptíveis
dc tomar diversos valores numéricos; pelo contrário, outras podem
conservar um mesmo valor numérico. Assim, sc um ponto material
sc desloca segundo um movimento uniforme, o tempo c a distância
variam, enquanto que a velocidade permanece constante.
Chama-se grandeza variável ou variável uma grandeza susceptível
dc tomar diferentes valores numéricos. A uma grandeza cujos valores
numéricos não mudam chama-sc grandeza constante ou constante. No
seguimento, designaremos as grandezas variáveis pelas letras x. y. z.
u ....... etc., e as grandezas constantes pelas letras a. b. c..........etc.
Nota — Em matemáticas consiJcra-se muitas vezes as grandezas
constantes como uin caso particular das grandezas variáveis: uma
constante, é uma variável cujos diversos valores numéricos são todos
iguais.
Notemos, todavia, que no decurso do estudo dc diversos fenô­
menos físicos pode acontecer que uma mesma grandeza seja constante
cm certos casos e variável noutros. Por exemplo, a velocidade de
um corpo animado dum movimento uniforme é uma grandeza cons­
tante, mas a velocidade de um movimento uniformemente acelerado é
uma grandeza variável. As grandezas que conservam um mesmo valor
quulquer que seja o fenômeno considerado são chamadas constantes
absolutas. Assim, a relação do comprimento duma circunferência com o
seu diâmetro é uma constante absoluta cujo valor é » 2 :3,14159.
Veremos, no seguimento que a noçào dc grandeza variável é
fundamental para o cálculo integral e diferencial. Em « A dialéctica
da natureza» Engels escreve: «A grandeza variável dc Descartes marcou
uma reviravolta na matemática. É com ela que o movimento e a
dialéctica entraram na matemática o que fez sentir imediatamente a
necessidade do cálculo diferencial e integral».

§ 4. D om ín io de de finição d u m a variável

Uma variável é susceptível de tomar valores numéricos dife­


rentes. O conjunto destes valores pode variar segundo o caracter
do problema considerado. For exemplo, a temperatura da água aquecida
nas condições normais pode variar desde a temperatura ambiente,
15 a 18 C, até à do ponto de ebulição,
llX) C. Pelo contrário, a variável x = cos a
pode tomar todos os valores compreendidos
entre — I e + 1 .
O valor de um variável exprime-se
geomètricamente por um ponto do eixo
numérico. Assim, o conjunto os valores que
toma a variável x = cos a para todos cs
valores de a é representado pelo conjunto
dos pontos do eixo numérico compreendido
Ffsr. L’ entre — 1 c + 1 . estando inclusos os pon­
tos — 1 e 4-1 (fig. 2).

Definição — Chama-se domínio de definição de uma variável ao


conjunto dos valores numéricos que ela c susceptível dc tomar.
Citemos os domimos de definição de certas variáveis que encon­
traremos frequentemente, no decorrer da matéria.
Chama-se intervalo aberto ou intervalo de extremidades a e b. ao
conjunto de todos os números x compreendidos entre a e b (a < b):
os números u c b não pertencem a o.te conjunto. Designa-se, quer
pela notação (a. b), quer pelas desigualdades a < x < b.
Chama-se segmento ou intervalo fechado dc extremidades a e b,
ao conjunto de todos os números x compreendidos entre os dois
números a e />: os números a c b pertencem ao conjunto. Designa-se,
quer pela notação [fl, b], quer pelas desigualdades
Se um dos números a ou b, a por exemplo, pertence e o outro
não pertence a este intervalo, tem-se então um semi-intervalo aberto
cm b\ pode-se defini-lo pelas desigualdades

a < x < ò

e designa-se pela notação [a. b). Se o número b pertence e o a não


pertence a este intervalo, tem-se então um semi-intervalo aberto em
a (a. A] que se pode definir com o auxílio das desigualdades
a < x < b.

Se a variável x toma todos os valores maiores que a, designa-se


este intervalo pela notação (a. -f co), que se pode igualmente definir

--------01---------1— r

Fig. 3

com o auxílio das desigualdades convencionais

a < x < -f- oo.

Considerar-se-á igualmente os intervalos c os semi-intervalos infi­


nitos. definidos pelas seguintes desigualdades convencionais:

a < x < + oo; — oo < x < c; — oo < x < r, — o o < x < 4 -oo

Exem plo — O domínio de d e fín içlo da variável r = cos a. para todos


os valore» de a, i o segmsnlo ( — 1. 1J; pode-se exprimi-lo com o auxílio
das desigualdades — 1 < x < 1.

Pode-se substituir nas definições precedentes a palavra «número»


pela palavra «ponto». Assim, chama-se segmento ao conjunto de
todos os pontos x situados cnlre os pontos a e b {a e b como sendo
as extremidades do segmento), os pontos a c b eslão inclusos neste
conjunto. o
Chama-se vizinhança dum ponto x«. a todo o intervalo aberto (a. b)
contendo este ponto, isto é. um intervalo (a. />) para o qual sejam
verificadas as desigualdades a < xa < b. Escolhc*se muitas vezes a
vizinhança de modo que o ponto x0 se encontre no meio. O ponto
x0 é então chamado o centro de vizinhança e o número 0 rai°
de vizinhança.
A figura 3 representa a vizinhança (x„ — c, x 0 + e ) de centro xu
c de raio c.
§ 5. V ariáv e l ordenada. V ariáv e l crescente
e variável decrescente. V a riá v e l lim ita d a

Diz-se que a variável x está ordenada se se conhece o seu


domínio de definição c se. para cada par dos seus valores, sc pode
indicar o que é antecedente e o que ó conseqüente. A qui a noção de
« antecedência» ou de « conseqüência» não está ligada ao tempo. Ela
exprime uma certa maneira dc ordenar os valores da variável.
Um caso particular dc grandeza variável ordenada é a de uma
grandeza variável cujos valores formam uma sucessão numérica xlt
x:, Xi....... ... Neste caso. para k' < k o valor xv 6 « antecedente»
e o valor r K « conseqüente*. independentemente do facio dc qual destes
dois valores é o maior.

Definição — I. Uma variável diz-se crescente sc cada valor con­


seqüente é maior que cada valor antecedente. Uma variável diz-so
decrescente sc cada valor conseqüente é menor que cada valor ante­
cedente.
As variáveis crescentes c as variáveis decrescentes são chamadas
variáveis de variação monótona ou simplesmente variáveis monótonas.

Exem plo — Q uando se duplica o núm ero dc lados dum polígono regular
inscrito num circulo, a ár^a S deste polígono 6 um a variável crescente. D o
mrvmo m odo. quando se duplica o núm ero de lados dum p o líjo n o circunscrito
a um círculo, a área deste pulígooo é um a variável decrescente. Notem os que
uma variável nfio é necessariamente crescente ou decrescente. Por exemplo, a
variável x = sen a n ão é uma vanávcl m onótona quando a cresce sobre o
segmento [0. 2 t J . Hla crcscc primeiro de 0 a l, depois decresce de 1 a — 1,
crcscc de novo de — I a 0.

Definição — 2. Uma variável x diz-se limitada se existe uma


constante M > 0 tal que para todos os valores conseqüentes da variá­
vel a partir dum certo valor, as desigualdades

M, isto é. |j| < M ,

são satisfeitas.
Por outras palavras, uma variável diz-se limitada sc existe um
•egmento [— M . M] tal que a partir dc um certo valor todos os
valores conseqüentes da variável pertencem a este segmento. Todavia,
existem varáveis cujos valores não preenchem o segmento [— M . M].
Por exemplo, uma variável susceptível de tomar diferentes valores racio­
nais do segmento [— 2 .2 ] 6 limitada, mas. é evidente que ela nâo
tomn todos os valores deste segmento (precisamente, os valores
irracionai*).
§ 6. F un ção

O estudo dos diferentes fenômenos da natureza e a resolução


dos diversos problemas técnicos c. por conseguinte, das matemáticas,
levam-nos a considerar a variação de uma grandeza cm correlação
ccmi a variação de uma outra grandeza. Assim quando estudamos
um movimento, considerámos o caminho percorrido como uma variável
que depende do tempo. Aqui o caminho percorrido é uma função
do tempo.
Tomemos um outro exemplo. A área do circulo em função do
raio é dada pela fórmula bem conhecida Q = -rR7. Se o raio R
toma diferentes valores, a área Q tomará igualmente diferentes valores.
Assim a variação dc uma destas variáveis provoca a variação da
outra. Aqui a área do círculo Q é uma função do raio R . Dêmos a
definição da noção de «funçáo».

Definição — 1. Diremos que y é uma função de i e escreve­


remos y = f (x). y = 9 (x). etc., se a cada valor da variável x per­
tencendo a um certo domínio, corresponde um valor da variável y.
A variável x é chamada variável independente. A dependência
entre as variáveis x e y chama-se dependência funcional. A letra /.
que entra na notação simbólica da dependência funcional y = / (x).
indica que é necessário aplicar certas operações a x para obter o
valor correspondente de y. Escreve*sc por vezes y — y (x). u = u (x).
em vez de y = f (x). u = f (*); neste caso. a letra y exprime ao
mesmo tempo o valor da função e o símbolo das operações aplicadas a x.
A notação y = C. onde C é uma constante, exprime uma função
cujo valor é igual a C qualquer que seja x.

Definição — 2. O conjunto dos valores x para os quais o valor


da função y é dada pela lei f íx) é chamado domínio de existência
da função (ou domínio de definição da função).

E x e m p lo — I. A funçSo y = sen x 6 definida par* todo* os valores de x.


Logo, o seu dom ínio de existôncia é o intervalo infinito — °o < x < oo.

N ota — 1. Se existe uma dependência funcional entre as duas


variáveis x e y = f (x) e sc se considera x e y = / (x) como variáveis
ordenadas, diremos então que para os dois valores y* = / (x*) c y** =
= / ( x * #) da função f (x) correspondendo aos valores x* e x** da
variável x, o valor conseqüente da função é o que corresponde ao
valor conseqüente da variável independente. É por isto que somos
naturalmente levados a enunciar a definição seguinte.
Definição — 3. A função >' = / ( x) diz-sc crescente s c a ura maior
valor da variável independente corresponde um maior valor da função.
Define-se duma maneira análoga a função decrescente.
Exem plo — 2. A função Q = rrR * é um a fu n ç lo crescente para 0 < R <
< + » ; porque a um m aior valor de R corresponde um m aior valor de Q .

Nota — 2. Quando se define a noção de função, admite-se por


vezes que a cada valor dc x lomado num cerio domínio corresponde
não a um valor de >•, mas vários ou mesmo uma infinidade. Neste
caso, a função diz-se multívoca, ao passo que a função anteriormente
definida diz-sc univoca. No seguimento convir-nos-á chamar funções uni­
camente às que são unívocas. Se cm certos casos tivermos de recorrer
a funções multivocas, especificá-lo-emos todas as vezes para evitar
qualquer confusão.

§ 7. D iversas fo rm a s de expressão das funções

I. Funções dadas com a ajuda de tábuas

Neste processo dispõe-se numa certa ordem os valores da variável


inJcpcndcnte jt,. xs .... xn c os valores correspondentes da função
)’». >’j ........ )’n.

X *1 *2 *n

V y\ Vz IIn

Tais são. por exemplo, as tábuas das funções trignométricas.


as tábuas de logaritmos, etc.
Pode-se obter no decurso do estudo experimental de certos fenô­
menos tábuas que exprimam a dependência funcional existente entre
as grandezas medidas. Assim, por exemplo, as variações da temperatura
do ar registados numa estação mctereológica durante um dia dá-nos
o quadro seguinte:
Valor da temperatura T (em graus) em função do tempo t
(em horas).

t 1 2 3 ■
4 3 c 7 8 ü

T U 1 _2 _2 - 0 .0 1 3 3 ,5 4

f-ste quadro define T cm função de t.


II. Representação gráfica das funções

Consideremos no plano um sistema dc coordenadas rectangulares.


Um conjunto de pontos M (x. y). tal que nenhum par dc pontos se
encontre sobre uma recta paralela ao eixo Oy. define uma certa função
unívoca y = / (x). Os valores da variável independente são as abeissas
destes pontos, os valores da função as ordenadas correspondentes,
(fig. 4).

O conjunto dos pontos do plano (xOy) cujas abeissas são os


valores da variável independente c as ordenadas os valores corres­
pondentes da função chama-se gráfico desta função.

II I. Representação analítica das funções

Precisemos em primeiro lugar o que entendemos por «expressão


analítica». Chamaremos expressão analítica à notação simbólica do
conjunto das operações matemáticas conhecidas que se deve aplicar
numa certa ordem aos números e às letras que exprimem grandezas
constantes ou variáveis.
Notemos que por conjunto das operações matemáticas conhecidas
nos referimos não sòmente às operações matemáticas aprendidas no
decurso dos estudos secundários (adição, subtracção. raiz quadrada, etc.)
mas igualmente todas as operações que serão definidas à medida que
sejam expostas no curso.
Consideremos exemplos dc expressões analíticas:

x‘ - ? ; !?g f r- y n i ; 2‘ - V ^ T £ . etc.
0* i

Se a dependência funcional y = / (x) é tal que f é uma expressão


analítica, dizemos que a função y de x é dada anallticamcnte. Eis
alguns exemplos de expressões analíticas:

1) y W - 2 ; 2) y = í ± l - 3) y =
x— i
\) ij = sen x\ 5) Q = n f íi , etc.
Nestes exemplos as funções estão expressas anallticamente por
uma única fórmula. (Chama-se fórmula à igualdade entre duas expres­
sões analíticas). Nestes casos pode-se falar do
V y .ji domínio natural dc definição da uma função.
\ I O domínio natural de definição de uma função
\ / dada por uma expressão analítica é o conjunto
\ / dos valores dc x para os quais a expressão do
\ / segundo membro tem um valor bem determinado.
\ / Assim o domínio natural dc definição da função
\ / y = x* — 2 é o intervalo infinito — oo < x < oo.
\ J pois que esta função 6 definida para todos os
J valores de x. A função y — é definida para
Fijj. 5 todos os valores dc x cxccpto para o valor x = 1.
porque para este valor o denominador se anula.
O domínio natural dc definição da funçào y = \] 1 — x- é o segmento
- 1 < x < 1 . etc.
Nota — Importa por vezes considerar não todo o domínio natural
de definição de uma função, mas uma parte deste domínio. Assim, a
superfíc c Q do circulo exprime-se em função do raio R pela função
Q = rr R z. O domínio dc definição desta função para este problema
geométrico concreto é evidentemente o intervalo infinito 0 < R < 4- oo.
Contudo, o domínio natural de definição desta função é o intervalo
infinito — oo < R < 4- ac.
Uma função y = 1 (x) de que se conhece a expressão analítica
pode ser representada eràficamente no plano das coordenadas xOv.
Assim, o gráfico da função y = x* é a parábola representada na figura 5.

§ 8. P rincip ais funções elementares.


F unções elem entares

As principais funções elementares são funções cuja expressão ana­


lítica ò uma das seguintes:

I. A função potência: y — xa em que a é ura número real (•).

i* ' P jr.i a irracional, esta funçSo calcu!a*se tom ando o logaritm o e a


» »l>. nr n.i.il log > = a log .r. Supõc-sc que jr > 0.
II. A função exponencial: y = a* cm que a 6 um número positivo
diferente dc 1 .
III. A função logarítmica: y = Iog« x em que a base do logaritmo
é um número positivo a diferente da unidade.
IV . As funções trigonométricos:

y = sen r . y — cosx, i/ = ig x , // = c tg z , y = secx,


y — rosec x.

V. As funções trigonométricos inversas:

y — are sen x, // — arc cosa:, y = arc tg x ,


y = arc ctg x , j/ = arc seca:, j/= =arc cosecx.

Determinemos os domínios de definição e tracemos os gráficos


das principais funções elementares:

A função potência, y = x<*.

1. a 6 um inteiro positivo. A função é definida cm cad


ponto do intervalo infinito — oo < x < + oo. Os gráficos desta função
para diferentes valores de a estão representados sobre as figuras 6 e 7.

Fiff. 6 Fie. 7

2. a é um inteiro negativo. Neste caso a função é definid


para todos os valores de x cxccpto o valor x = 0. Os gráficos desta
função para diferentes valores de a estão representados sobre as figuras
8 e 9.
As figuras 10. 11. 12 representam os gráficos das funções potcncia
para a racionais fraccionários.
A função exponencial, y = a*, a > 0 e a=£\. Esta funçáo é
definida para todos os valores de x. O gráfico desta função está
representado sobre a figura 13.
A função logaritmica, y = loga x. a > 0 e a= £ 1. Esta função 6
definida para x > 0. O gráfico desta função está representado sobre a
figura 14.

As funções trigonométricos. Nas fórmulas y = sen x, etc., a variável


independente x está expressa em radiauos. Antes de dar a definição

de função periódica notemos que todas as funções circulares enume­


radas sâo periódicas.

Definição — 1. A função y = f (x) diz-sc periódica se existe um


número constante C tal que o valor da função não se altere quando
se junta (ou se subtrai) o numero C à variável independente: / (x) =
= / U + C).

O menor destes números chama-se período da função. Designa-


-lo-cmos no seguimento por 21.
Resulta imediatamente desta defin:ção que a função >• = sen x 6
uma função periódica de período 2* : sen x = sen (x + 2tt). O perfodo
Ju função y - cos x é também igual a 2 v. O período das funções
\ tg x e y = colg x é igual a *•.
As funções y = sen x c y = cos x são definidas para todos os
valores de x; as funções y = tg x c y = sec x são definidas para todos
os valores, excepto nos pontos x = ( 2A + 1 ) y (k = 0. 1 . 2 . ...); as
funções y = cotg x e y = coscc x são definidas para todos os valores
de x excepto nos pontos x = k* (k = 0, 1. 2. ...). Os gráficos das
funções trigonométricas estão representados sobre as figuras 15 a 19.

No decorrer das lições estudaremos em pormenor os gráficos


das funções trigonométricas inversas.
Introduzamos a noção de função de' função. Sc y 6 uma função
de ti. c u uma função da variável x. y depende então de x. Seja

c y = F (u )

u = *U )
Deduzimos uma função y dc x :y = F [*» (*)].
Esta úliima chama-se ftinção de função ou função composta.

E x e m p lo — 1. Seja y = sen u e « = x '. A função y — sen (x*) á um a


funçSo composta dc x.

Nota — O dom inio dc definição da funçáo y — F [f U)J é ou


o dom inio de definição completo da função u = *(x). ou a parte
Jeste dom inio no qual os valores de u pertencem ao dim iínio dc
definição da função F (u).

Exem plo — 2. O dom ínio dc defmiv'3o da ftinçSo y = V I — xY (y = N^ü,


ii — \ — x*) é o segmento [— 1. 11, visto que quando i x 1> I, u < 0. e por
conseguinte, a funçáo V~ü n3o é definida (embora a funç5o u = I — x? seja
definida para todos os valores de x). O gráfico desta função i a metade
auperior da circunferência dc raio 1. cujo centro é a origem das coordenadas.
F ig . 16
A operação «função de função» pode ser executada não sòmentc
uma vez, mas um número arbitrário de vezes. Por exemplo, obtém-sc
a função composta y = Log [sen (x* + I)] executando as operações
seguintes (em definindo as funções seguintes):
V = x* -f i , u = sen v, ij — Log u.

Dêmos a definição duma função elementar.

Definição — 2. Chama-se função elementar toda a função que pode


ser dada com a ajuda de uma só fórmula do tipo y — f (x), onde a
função f(x) é o resultado das combinações de funções elementares
principais c de constantes realizadas com a ajuda das operações dc adição.

V\z, :<•*

de subtracção. de multiplicação, dc divisão e de função de função: todas


as operações devem scr efectuadas um número finito de vezes. Resulta
desta definição que as funções elementares fazem parte das funções
definidas analiticamente.

Exemplos dc funv&es elementares:

J v ' ' u 10*— x


etc.
Exem plo dc funçSo n5o elementar:

A funçSo y = 1.2 3 • n ( y ~ f ( n ) ) nJto é um a função elementar visto


que o n ú m :ro dc opcuçíS..** que se deve cfeciuar para obter y crescc com n,
isto 6. nüo 6 um núm ero finito.

N ota— A função representada sobre a figura 20 é uma função


elementar se bem que ela seja dada com a ajuda dc duas fórmulas:

/(x ) = x, sé / (x) = 2 x — l . se l < r 1


Pode-se mostrar que esta função pode ser dada com a ajuda de
uma única fórmula y = f (x), como indicada na definição 2. Com efeito,
pode-se escrever:

/ < * ) = ! - (.r- 4 ) + | < x - í) - 4 ( * - ^ 4 i


para *' • s < 2.
§ 9. F unções algébricas

As funções algébricas compreendera as funções elementares


seguintes:

I. Função racional inteira ou polinómio

y — a<jxn O jí" 1 -f- . . . •+■flm

em que an. ax........an são números constantes chamados coeficientes;


n é um inteiro positivo que se chama grau do polinómio. É evidente
que esta função é definida para todos os valores de x. isto é, que ela
é definida num intervalo infinito.

Exemplos— !. -y * ax + 6 é uma função linear. Quando b = 0, esta


função exprime uma dependência entre x e y tal que estas duas variáveis são
proporcionais. Quando a = ü, y — b a função 6 constante.

Fig. 21
2. » = nr’ + i.r + f é uma função do segundo grau. O gráfico desta
função è uma parábola (fig 21 ). O estudo pormenorizado destas funções é o
objecto da geometria analítica.

II. Fracções racionais. Esta função é definida como o quociente


de dois polimónios:

+ a, * ' - 1 + . . . + an
bo*m àxTm 1-j- . . . -f- bm

Um exemplo de fracçâo racional é-nos fornecido pela função


a

que exprime uma dependência inversamente proporcional.


O gráfico desta função é dado sobre a figura 22 . É evidente que
a fracção racional ó definida para todos os valores de x excepto, os
valores para os quais o denominador se anula.

III Função irracional Diz-se que a função y = f (x) é irracional.


se f (.t) é o resultado das operações dc adição, de subtracção. dc multi­
plicação, dc divisão e de elevação a uma potência racional não inteira.
Eis exemplos de funções irracionais:

2x» + V Í
= — : y = V x, etc.
V i + 5?
N ota— 1. Os três tipos de funções algébricas que acabamos de
citar não esgotam todas as funções algébricas. Chama-se função algébrica
toda a função y = / (x) que satisfaz uma equação do tipo

Pc ( * ) y n + /, 1 w r , + . . . + Pn ( * ) = 0 t (D
onde />0 ( j) . P t (x), . . P n ( j) são polinómios de x.

Fig 22

Pode-se demonstrar que toda a função pertencente a um dos três


tipos cilados verifica uma equação do tipo ( 1 ). mas entre as funções
que verificam as equações do tipo ( 1 ), existem funções que não
pertencem a nenhum do* três tipos precedentes.

Nota — 2. Chama-se funções transcendentes as funções que não


são funções algébricas.
Eis exemplos de funções transcendentes:

y = cos x, y = 1 0X, etc.

§ 10. Sistem a de coordenadas polares

Pode-se determinar a posição dum ponto do plano com a ajuda


de um sistema chamaJo de coordenadas polares.
Seja no plano um ponto O que sc chama pólo c uma semi-recta
saída deste ponto que se chama eixo polar. A posição dum ponto
arbitrário M do plano pode ser determinada com a ajuda dc dois números:
o número p que dá a distância do ponto M ao pólo. e o número ?
que é igual ao ângulo formado pelo segmento O M e o eixo polar.
Adopta-se o sentido coatrário aos ponteiros dum relógio como sentido
positivo.
Os números p e >p chamam-se coordenadas polares do ponto M
(fig. 23).
O raio vcctor p será sempre um número não negaiivo. Sc o ângulo
polar <p varia entre os limites 0 < ? < 2*. então a cada ponto do plano,
que não seja o pólo. corresponde um par bem determinado de números
f> e <f. Para o pólo p = 0 e ? é arbitrário.

Estabeleçamos as relações que existem entre as coordenadas polares


c as coordenadas ortogonais. Suponhamos que a origem do sistema
de coordenadas ortogonais coincide com o pólo e o sentido positivo do
eixo Ox com o eixo polar.
Resulta directamente da figura 24 que
x = p cos <p, y = p sen çp
c inversamente

p = Vx* + y\ tg (p == — .
«v
N ota — Para determinar é necessário tomar cm consideração
<p.
o quadrante onde se encontra o ponto c escolher o valor apropriado
dc f. No sistema de coordenadas polares a equação p — F (?) determina
uma curva.

E x e m p lo — 1. A equação p = a. em que a é um a constante, define no


ilitrm a de coordenadas polares um circulo, cujo centro está no pólo e o ralo
»' .1 A equaçSo deste circulo (fig. 25) n um sistema de coordenadas ortogonais,
d u p o iu com o indica a figura 24, 6:

x * y * ■= a ou xl -f-y= aJ .
E xem plo — 2.
p — a ç, onde a = const.
D ispunbam os sob a form a de quadro os valores de p para certos
valores de q>:

A curva correspondente está representada sobre a figura 26. Esta curva


chama-se Espiral de Arquimedes.

F ig. 26

Exem plo — 3.
p = 2a cos

Ê a equação dum círculo de raio a, cujo centro *e encontra no ponto


Po bi a. (fig. 27). Escrevamos a equaç*o deste circulo no sistema de
cordenadas rectangulares. ________ , _______ ___
Substituindo nesta e quaçio p = j / x * -f-j/2, eos «f
V x* 4 T :
tcm-se
y?»— J
ou
z\ — 2ax*^0.
Exercícios
1. Seja dada a funç5o / (x) = x* + 6x — 4. Verificar as igualdades / ( I ) = 3,
/ (3) = 23.
2. / (x) = x* + I. C alcular os valores: a) / (4). Resposta 17.
b) / ( V ã - R a p . 3. C) M a + 1). R « P a* + 2a 4 2. d) / (a) + 1• « « p . „ * + 2 .
o) f (a*). Resp. a4 + 1. í) (/ (a))*. Resp. <t« -f 2 a» 4- 1. g) / ( 2a) . Resp. U * + l .

3- , w Ü r i - Form*r " e>pr" iS<‘ : f d ) c ç L y Rtip' T ( t )


1— X . _ J _____ 3 x - fõ
3+ Sx’ <p(x) — x — 1

4 . s ( x ) — y x * - f- 4 . Form ar as espressòes :: ^ ( 2 x ) e if (0). Resp. tf (2x) =


~ 2 y i* T T ; * ( 0) = 2 .
5- / (0) = LgÔ. Verificar a igualdade de / ( 2 8 ) = - .

6. cf (x) — l o g . V e r i f i c a r a igualdade de q> («)-{-<P (6) = q) .

7. / (x) = lo g x : <p (x) = x». iF orm ar as espressftes: : a) / |<p (2)1. Resp. 3 lo g 2.


b) Í (a)|. Resp. 3 log a. c) q> (/ (a)). Rcsp. (log a ls .
8. Indicar o dom ínio natural de definição da funçSo y = 2x* -{■ ! •
Resp. — oo < x < + o o .
9. Indicar os dom ínios naturais dc definição das funçóes:
a) 1 / l - x i . Resp. — I < x < + 1 . b) V 3 T * - f y / 7 ^ . Reap. - 3 < x < 7 .

c) ) x-r a — | x — 6. Rcsp _ o o < x < -}-oo. d ) Í- L .? . Reap. x ~ a.


a—x
o) arc sen 2 x. Rcsp. — 1 < x < 1. f) jr = log x. Resp. x > 0.
g) i / = a x ( a > 0 ) . Resp. — oo < x < - f- c o .
Construir o gráfico das funçOei seguintes:

IU. y = — 3x-f-S. 11. y = l z * - M . 12. y = 3 — 2x>.


2
13. i j - x * -j-2r — 1. 14. y — — z r y • 15. y — sen 2x.

1G. y c o s 3 x . 17. y - x * — 4x — 0. 18. y — -.—-— r .


1 — x-

19. j/= sen | x-f--^-j . 20. y = cos ^ x — . 21. y = l g x.

22. j/ - c tg x. 23. y — 3*. 24. y - 2 ~ x*.

25. y log= . 26. j/ = x 3 -,-l. 27. y = 4 — x3.

28. y = 21). y = x*. 30. y = x». 31. y = x*.

_ i i
32. y - = x ~ 2. 33. y = x 5. 3'.. y = lx | .
35. y - !o g ;| x | . 36. y — log? ( l — x ).

37. y - 3 * n ( 2 x - -jL) . 38. * = 4 cos ( * + 4 ) .

39. A funçSo / (x) é definida sobre o segmento [— 1; 11 da seguinte maneira:


/(x) = 1 t x para - 1 < x < 0 ;
/ (x) = 1 — 2x para 0 < x < 1.
40. A funçSo / (x) c definida sobre o segmento [0; 2] da seguinte maneira:
M x ) = Xa para 0 < r < 1;
/ (x) - x para 1 < x < 2.
Construir as curvas dadas, em coordenadas polares.

41. p = — (espiral hiperbólica).


<P
42. a9 (espiral logarítmica).
43. n — a "\/co5 2fj: (lem niécntn). 44. p = a (I — cos q:) (cardioíde).
4.'». sen 3<f.
C a p it u lo n

IJ M IT E E C O N T IN U ID A D E DAS FUNÇÕES

§ L L im ite d u m a grandeza variável.


G ran d e za variáv el in fin itam e n te grande

Vamos considerar neste parágrafo variáveis ordenadas de variação


específica que se define pela expressão <ui variável tende para um
limite». No decorrer deste curso, a noção dc limite duma variável vai
representar um papel fundamental, estando intimamente ligada às noções
de base da análise matemática: a derivada, o integral, etc.

Definição — I. O número constante a chama-se o limite da


grandeza variável x, sc. para todo o número arbitrariamente. pequeno

— —
0 ír 7 *

Fig. 28

c > 0. sc pode indicar um valor da variável x tal que todos os valores


conseqüentes da variável verifiquem a desigualdade

|x — a |< e.

Sc o número a é o limite da variável .r. diz-se que x tende para


o limite a e escreve-se:

x->a ou Jim x=rt. (•).

Pode-se definir igualmente a noção de limite partindo de consi­


derações geométricas.
O número constante a ê o limite da variável .r, sc para toda
vizinhança dada. por mais pequena que seja. de centro a e de raio c.
se pode enconirar um valor de x tal que todos os pontos correspon­
dentes aos valores seguintes da variável pertençam a esta vizinhança
(fig. 28). Citemos alguns exemplos:

(•) «lim» abreviatura do latim limes que significa limite.


E x e m p lo — I . A variável x tom a sucessivamente os valores =

Mostremos que esta grandeza variável tem um lim ite igual à unidade.
Temos

Para c arbitrário, todos os valores conseqüentes da variável a partir

dc n definido pela relação — e OU n > — , verificam a desigualdade

\*n — 1 I < e , c .q .d .
N otem os que no caso presente a variável tende para o seu valor
Umite decrescendo.
E xem p lo — 2. A variável x tom a sucessivamente 05 valores

Esta variável tem um lim ite igual à unidade. Com efeito,

Para c arbitrário a partir de n satisfazendo a rclaçSo

donde

n Ior 2 > lo g j
ou

tu.l.u ot valores seguintes dc x verificam a desigualdade I ~ 1 ■ *•


Notemos que neste C3so o valor da variável c tanto maior, quanto
ilm m r for o do valor limite. A variável tende para o seu lim ite «oscilando A
vull* dele*.

N o ta - I. C o m o fo i in d ic a d o n o § 3 d o C a p it u lo T. a g ra n d e z a
lonMantc c p o J e ser c o n s id e r a d a c o m o u n ia v a r iá v e l o n d e to d o s os
valore* nü o ig u a is: x — c .
I e v id e n te q u e 0 lim it e d u m a g r a n d e z a c o n s ta n te é ig u a l a
« r w u liin lc . v is to q u e a d e s ig u a ld a d e \ x — c| = |c — c| = 0 < c
fi r iu p r • sa tisfe ita p a r a c a r b itr á r io .
N ota — 2. Resulta da definição dc limite que uma grandeza
variável não pode ter dois limites. Com efeito, se lim x — a c
lim x = h (a < b), x deve satisfazer simultaneamente às duas desi­
gualdades seguintes:

|x — a |< t c \x — <e

para c arbitrariamente pequeno; mas isto é impossível se c <


(fig- 29).
Nota — 3. Não é necessário imaginar-se que cada variável deve
necessariamente ter um limite. Seja x uma variável que toma suces­
sivamente os valores

(fig. 30). Para k suficientemente grande, o valor dc *:>• e todos os


valores conseqüentes correspondentes aos indiccs pares serão tão vizi-

F ig. 21» Fig 3o

nhos da unidade quanto se queira, mas o vaIor_X2*-?-i e todos os


valores que seguem correspondendo aos índices ímpares serão tão
vi/jnho* de zero quanto se queira. Portanto, a variável x não tende
para um limite.
Sobressai da definição dc limite que se uma variável tende para
um limite a, a é uma grandeza constante. Mas a expressão «tende
para» pode-se empregar igualmente para caracterizar um outro modo
de variação de uma variável, o que transparece na definição seguinte.
Definição — 2. A variável x lende para o infinito, se para cada
número positivo dado M se pode indicar um valor de x a partir do
qual todos os valores conseqüentes da variável verificam a desigual­
dade J x i > M .
Se a variável x tende para o infinito, diz-se que é uma variável
infinitamente grande e cscrcvc-se x oo.
Exemplo — 3. A variável x «orna os valores
Xt-----1: 2; —3: ... ; zn=*.(—i)nn ...
Ê uma variável infinitam ente grande visto que para U > 0 arbitrário
loJos os valores da variável a partir dc um dc entre eles sáo todos maiores
que M cm valor absoluto.

A variável x «tende para mais infinito» ou x -* + oo se para


M > 0 arbitrário, a partir de um certo valor, todos os valores con­
seqüentes da variável verificam a desigualdade M < x.
U m exemplo dc variável tendendo para mais infinito é dada pela variável x
que tom a os valores x j = I , x3 1............ x„ = n. . . .

A variável x «tende para menos infinito» ou x — oo se para


M > 0 arbitrário, a partir de um certo valor, todos os valores seguintes
da variável verificam a desigualdade x < — M.
Assim, por exemplo, a variável que toma os valores x, — — |. xs — 2. . . .
- u — - “x • tende para menos infinito.

§ 2. IJ m ite de u m a fu n ç ã o

Neste parágrafo estudaremos certos casos particulares de variação


de uma função quando a variável independente x tende para um
limite a ou para infinito.
Definição — l. Seja y = / (.r) uma função definida numa vizi­
nhança do ponto a ou em ecrios pontos desta vizinhança. A função
) = f (x) tende para o limite b (y -> b) quando x tende para a (x-+ a).
se para cada numero positivo e. por mais pequeno que seja, se pode
indicar um numero positivo 5 tal que para todos os x diferentes de a
e verificando a desigualdade (*)
Ia: — a| < 6
a desigualdade
| /(x ) — ò | < e
é satisfeita. Se b é o limite da função f (x) quando x -> a, escreve-se
então
lim f {x) = h
x *a
ou f (x)-* b quando x - *a.

<•> N o caso presente, temos cm vista os valores de x que verificam a


desigualdade i i — a i c pertencendo ao dom inio dc definição da funçáo.
N o seguimento enconiraremos frequentemente casos análogos. Assim, quando
i tlu.l irm o . o comportamento dum a funçáo para x —* x , pode acontecer que
i liin iá u v iu d clinida para os valores inteiros e posiuvos dc x. Por conseguinte,
ti «n v<ino * • * , tom ando valores positivos inteiros. N o seguimento suporemos
'!»•* íniu tondiçSo 6 sempre realizada.
O facto de f (x)-> b quando x -* a traduz-se no gráfico da
função y = f (x) da seguinte maneira (fig. 31): visto que da desigualdade
]x — a | < 5 resulta a desigualdade f{x) — b < c. então os pontos M
do gráfico da função y = / (x), correspondentes a todos os pontos x
cuja distância até ao ponto a é
interior a 8, estão contidos numa
faixa de largura 2 c delimitada pelas
rectas y = b — c e y = b c.

N o t a — 1. Pode-se igualmente
definir o limite da função / (x),
quando x -> a, da seguinte maneira.
Seja uma variável x tomando
valores tais que (ordenados de tal
maneira que) se

então j * * é um valor conseqüente cx* um valor antecedente. Se

( x * — aj \x**— a\ e x*<x*\

então 7 ** é conseqüente e x* antecedente.


Doutro modo. dc dois pontos da recta numérica o ponto conse­
qüente é aquele que está mais perto dc a. Sc os pontos estão a igual
distância dc a, o ponto conseqüente será aquele que se encontra à
direita de a.
Seja uma variável x ordenada desta maneira e tendendo para o
limite a [x -* a ou lim x = «]. «
Consideremos a variável y = /(x ). Além disso, admitamos duma
vez para sempre que de dois valores da função o valor conseqüente
6 o que corresponde ao valor conseqüente da variável x.
Se uma grandeza variável y, definida como foi acima indicado,
tende para um limite b. quando x -> a, escreveremos então

lim f (r) = b

e diremos que a função y = f (x) tende para o limite b para x -> a.


Demonstra-se facilmente que estas duas definições dc limite são
equivalentes.

Nota — 2. Se f (x) tenJe para o limite bt quando x tende para


um número a tomando apenas valores menores que a, escreveremos
então lim / (x) = bx c chamaremos ò, o limite à esquerda da função
A>.a- 0
/(x ) no ponto a. Se x toma valores maiores que a escreveremos
então lim f (x) = bt e chamamos b2 o limite à direita da função no
X -.O + 0
ponto a (fig. 32).
Pode-se demonstrar que se os limites à esquerda e à direita exis­
tirem e forem iguais, isto é. bv — b2 = b, então b é o limite desta
função no ponto a no sentido definido acima. Inversamente, se uma
função tem um limite b no ponto a. os limites desta função no
ponto a ã esquerda e à direita existem e
são iguais.

E x e m p l o — 1. Mostremos que
lim (3x + 1) = 7.
,r-»2
C o m efeito, seja e > 0 um número
arbitrário dado; para que a desigualdade
1(3*-M)— 7 I < e
seja satisfeita. 6 necessário que sejam satis-
ícitas as seguintes desigualdades:

| 3 x - 6 | < e, | *- 2 | < - *- ,

Assim para c arbitrário c para todos os valores da variável X verificando a


desigualdade |x - 2 |< j « 6 o valor da fu n ç lo 3x + 1 difere de 7 pelo
menos de e. Isto significa justamente que 1 6 o lim ite desta funçáo para
x —* 2.

Nota — 3. Para a existência do limite de uma função quando


x -* a. não é necessário que a função seja definida no ponto x = a.
Quando calculamos um limite, devemos considerar os valores da função
na vizinhança do ponto a, mas diferentes de a. Isto é claramente
ilustrado pelo exemplo seguinte.
xa_4 x*— 4
E xem plo — 2. Mostremos que l i m ---- — = í . Aqui a fu n ç io
t- 3 * — - ' x— 2
nAo 6 definida par3 x = 2.
Devemos demonstrar que para c arbitrário se pode indicar um & tal
que seja satisfeita a desigualdade

* - 4 <l< « (D
U«uJe que x -2 < S. M as para i ^ 2 . a desigualdade ( l) 6 equivalente h
dfllgualdade
4 |= ,(I+ 2 ) — A |< e
•Ml
|x — 2 1< e. 12)
A»»im. a desigualdade ( I) será satisfeita qualquer que seja t se a desi-
r■
• > i .ir i.'i ^ satisfeita (aqui A = c). Isso significa que o limite desta funçSo
* ib»«i • * quando x tende para 2.
Consideremos ainda certos casos de variação dum a função
quando x tende para o infinito.

Definição — 2. A função f (x) tende para o limite b quando


x -> oo se para cada número positivo c por mais pequeno que seja
se pode indicar um número positivo N tal que para todos os valores
dc x verificando a desigualdade |x |> N a desigualdade \
J(x) — b | < c
é satisfeita.

Exemplo — 3. Mostremos que

Ou *iuc* II m ( t-'-— ) 1.
,v—
*v> V x / ,
Ê necessário demonstrar que, qualquer que seja e, a desigualdade

j( , + ± )- l| < « t»

será satisfeita desde que |j: |> N, onde N 6 definido pela escolha de c.
A desigualdade (3). é equivalente à desigualdade seguinte: |J- j < c, que 6
satisfeita sc se tiver

lx | > -*- = A’.

Isso significa «tuo lira ( 1-*-— ) — lim * --1 {fig. 33).


v-» x> \ * J V-.00 1

A significação dos símbolos x -+ ao c x — oo torna evidente


a das expressões

« / (x) tende para b quando x -> + oo» c


«/ (jc) tende para b quando x — oo».

que se nota simbòlicamente por


lim /(x ) = ò; lin i J ( x ) = b .
*—+oo JC—-tv
§ 3. F unções que tendem p a ra o in fin ito .
F unções lim ita d a s

Estudámos os casos cm que a função f (x) tende para um certo


limite b quando x -> a ou x - *cc.
Consideremos agora o caso cm que a função y = / (x) tende para
infinito quando a variável x varia dum a certa maneira.

D efinição — 1. A função f (x) tende para o infinito quando


.x-*a. isto é. f (x) é infinitamente grande quando x - *a . se para cada
numero positivo M. por maior que seja. sc pode encontrar um número
S > 0 tal que para todos os valores de x diferentes dc a e verifi­
cando a condição 1 x — a | < S. a des gualdadc |/ (x) [ > M é satisfeita.
Sc f (x) tende para infinito quando x -> a, cscrcvc-se:

lim / (x) = co,


.«-a
ou f (x) -* oo quando x -* a.
Se f (x) tcnJc para o infinito quando x - » a. tomando apenas
valores positivos ou valores negativos, escreve-se respectivamente
lim / <x) = 4- co c lün / (x ) = — oo.

E x e m p lo — ]. Mostremos que lim 1 = + oo. C o m efeito, qualquer


.t—i (' — ■*)*
que seja M > 0 tem-se:

desde que

( !- * > * <
OU

" - ‘ K y r - 4'
A funçSo --- !--- apenas toma valores positivos (fig. 34).
(I — x)«

Exem plo — 2. Mostremos que lim ( --- L \= ao. C om efeito qualquer que
jv»0
u ja M > 0 tem-se
1
- 4 I > *
d**d# que

|* 1 = | * - 0 | < - ^ = Í .

Viwl ( ' ) > 0 para * < 0 e ( ---L ) < 0 para x > 0 (fig. 35).
Se a função / (x) tende para infinito quando x-* oo, escreve-se:

lin i / (x) == oo

c. em particular, pode-se ter


lim /(x ) = oo, lim / (x) = oo, Um f (*) = — oo.
»-*+•'> .V-*-' V X-*4-OD

Por exemplo.
lira **= - {- oo, lim x3= — oo.
I-**

— l, Pode acontecer que a função y = f (x) não tenda ne


para um limite finito nem para infinito quando x -* a ou x -» oo.

E x e m p l o — 3. A funçSo y = sen jr 6 definida no intervalo infinito


— «o < x < + » , mas nSo tende para u m lim ite finito ou para infinito
quando x —► +■ oo (fig. 36).

S y-sfnx

,T " X w^ r \ . g

Exem plo — 4. A funçSo y = sen -1 que 6 definida para todos os valores


z
dc x, excepto x = 0. nSo tende para nenhum limite finito ou infinito quando
x - * 0. O gráfico desta função está representado na Figura 37.

Definição — 2. A função y = / (x) diz-sc limitada no domínio


dc definição da variável x, se existe um número positivo M tal que
para todos os valores de x pertencentes a este domínio a desigualdade
|/ (x) |< M é verificada. Sc tal numero não existe, diz-se que a função
/ ( a ) não é limitada neste dominio.

E x e m p l o — S. A funçSo y = sen x, definida no intervalo infinito


— * < * < + » , -é lim itada, visto que para todos os valores dc x

|sen x | < | — Af.

Definição — 3. A função / (.t) diz-se limitada quando x -* a, se


existe uma vizinhança dc centro a na qual a função é limitada.

Definição — 4. A função y = f Cr) diz-se limitada quando x -* oo.


sc existe um número N > 0 tal que. para loJos os vulores dc x verifi­
cando a desigualdade | x | > W , a função f (x) é limitada.
O teorema seguinte permite concluir sc a função f ix). quando
tcnJc para um limite, é limitada ou não.

Teorema— 1. Se lim f(x) = b e se b é um número finito, a


x— a

função f íx) é limitada quando x -> a.

Demonstração — Resulta da desigualdade lim f (x) = b que para

lodo c > 0. existe um número 3 tal que na vizinhança a — S < x < a + &
■ desigualdade
, / ( x ) - 6|<e
ou
I/W K I& I+ *
t «atisfeita.
Isto exprime juntamente que a função f Ix) é limitada quando
M•# « .
Ni<:a 2. Resulta da definição de uma função limilada f {x)
«|114) SC
lim /(x ) = oo ou lim /(x )= oo.
isto é, sc / (x) é infinitamente grande, a função não é limitada. A pro­
priedade inversa não é verdadeira: uma função não limitada pode
não ser infinitamente grande.
Por exemplo, a função y = x sen x não é limitada quando
x —> oo, visto que para todo M > 0 sc pode indicar valores dc x
tais que |x sen x | > M . Mas a função y = x sen x não é infinita­

mente grande visto que cia sc anula nos pontos x = 0, 2x


O gráfico da função y — x sen x é dado na figura 38.
1
Teorema — 2. Se lim f (x) = b ^ 0, a função y = - i lim i-
/ W
/«</« q u a n d o X -* a.

Demonstração — Resulta das condições do teorema que qualquer


que seja o número c > 0 sc tem numa ccrta vizinhança do ponto
x = « |/ íx) - b 1 < c ou f (x) | — |6 || < c ou — c < |/ (x) j.— |6 |< c
ou |b | — c < ! / (x) | < |b I + c.
Resulta destas desigualdades:

1 - >
l fr | — f. I / (x ) | | b | -f- e

Tomando, por exemplo, c = ^ |6 | temos:

10 1 10
> ~ >
/(x ) j 11 \b

Isto exprime que a função \ 6 limitada.


/(')
§ 4. In fin ita m e n te pequenos e as suas
propriedades fu n d a m e n ta is

Neste parágrafo vamos estudar as funções que tendem para zero


quando o argumento x varia duma certa maneira.
Definição - Diz*se que a = a (x) 6 uni infinitamente pequeno
quando o u quando x -> oo se lim « ( * ) = ( ) ou lim a (. * ) = 0.
X ȟ

Resulta da definição de limite que se. por exemplo, se tem


l i i n a ( x ) = 0, então para todo número positivo e arbitrariamente
x-»n
pequeno, existe um 8 > 0 tal que para todos os x satisfazendo a
desigualdade \x — a < S sc tem | « ( x ) | < e .
Exem plo — t. A funçSo a — (a - !)* é um infinitamente pequeno quando
x —* I . porque lim a = lim (x — l)J = 0 (fig. 39).
,.*1 *-*l

Exem plo — 2. A fu n ç lo a= -j é um infinitam ente pequeno, quando

4 -• x (fig. 40) (ver E x e m p lo — 3. § 2\

Demonstremos agora a importante proposição seguinte.


Teorema — I. Se a função y = f (x) pud*r ser posta sob a forma
du soma dum número constante b e dum infinitamente pequeno a:
y=zi,-\-a, ( 1)
então
lim y = b (quando x -* a ou x -*oo).
Inversamente, se lim y = b pode-se escrever y = b + a onde a é
um infinitamente pequeno.
Demonstração — Resulta da igualdade (1) que |y — b | = \a|. Mas
qualquer que seja c. todos os valores de a a partir dc um certo
valor verificam a desigualdade |a | < e. c. por conseguinte, todos os
v.ilores de y a partir dum certo valor verificarão a desigualdade
v b | < c. Isso significa justamente que lim y = b.
Inversamente: sc lim y = h, então qualquer que seja e para todos
os valores de y a partir dc um deles tem-se |y — b j < e. Façamos
y — b — (x. então para todos os valores dc a a partir de um deles
tcm-sc j « | < c. e a é um infinitamente pequeno.

Exem plo — 3. Seja a funçüo (fig. 41)

cntfio
lim y = I.

Inversamente, se
lim ]/ I.
V-KO

podemos exprimir a variável y sob a forma da soma do seu valor limite I

e de um infinitamente pequeno « = -Jr« *sto ^

Teorema — 2. Se « = « (x) tende


para zero para X -> a (ou para x coj

e não se anula, então y = tende


para o infinito.

Demonstração— Para todo M > 0


arbitràriamcnte grande a desigualdade
***• ' 1 -í-p > M é verificada desde que a desi-
I I 'x |
gualdade | « | < ^ é satisfeita. Esta última desigualdade é satisfeita
para todos os valores de « a partir dc um deles, visto que o (.r) -> 0.

Teorema — 3. A soma algébrica de um número finito de infinita­


mente pequenos é um infinitamente pequeno.

Demonstração — Estudaremos o caso dc dois infinitamente peque­


nos. pois para um número maior dc infinitamente pequenos a demons­
tração 6 a mesma.
Seja u (jc) = « ( * ) + /? CO onde lim o (x) = 0. lim p (x) = 0. Dc-
x—n x-*n
monstremos que para c > 0 arbitrariamente pequeno se pode encon­
trar um 8 > 0 tal que a desigualdade |x — a \< 8 implica a desi­
gualdade j : / 1 < c. Sendo a (x) um infinitamente pequeno pode-se
encontrar um 8 tal que na vizinhança de centro a e dc raio 5! se tenha

i a (x) l < •
Sendo p (x) um infinitamente pequeno, numa vizinhança de centro
a e de raio 8* ter-se-á: |/3(x)| < .

Tomemos 8 igual ao menor dos dois números 8, e 82. Então para


uma vizinhança dc centro a e de raio 8 tem-se |p \ < ~ .
Por conseguinte, teremos nesta vizinhança

I » I - | « ( í ) + P W K I « ( í )I + I P ( * ) I < y + | — *,

isto é. J u , < e . c. q .d .
Demonstra-se duma maneira análoga o caso

lim a (x) = 0 , li m P(x ) = 0.


2í-*Oü x

N ota — Com o decorrer das lições, teremos de considerar somas


dc infinitamente pequenos tais que o número dc termos aumenta para­
lelamente ao decréscimo de cada um deles. Neste caso o teorema
precedente pode ser tomado por defeito. Consideremos, por exemplo.
a soma de x termos u = — -f -f-... -f -L onde x apenas toma
X X X
valores inteiros positivos (x = 1 . 2 ........ n, ...). Ê evidente que cada
termo é um infinitamente pequeno quando x —> oo. mas a soma u = 1
não o é.

Teorema — 4. O produto dum infinitamente pequeno a = « (x)


por uma função limitada z = z («) é um infinitamente pequeno quando
i x -» a (ou x -+ oo>.
Demonstração — Daremos a demonstração para o caso de x -> a.
Pode-se indicar um número M > 0 tal que numa certa vizinhança
do ponto x - a a desigualdade |z 1 < M é satisfeita. Para cada c > 0,
u
|uidc-sc encontrar uma vizinhança onde a desigualdade é
Mtiifeita. Para todos os pontos da mais pequena destas vizinhanças

\az |< — M = f.
M

O que exprime que az é um infinitamente pequeno. A demons-


t idêntica para o caso em que x -> oo. Do teorema demonstrado

C . tfi>l,irto I. Sc lim a = 0. lim p = 0. então lini «»/3 = 0. por­


te*. /i i c uma função limitada. Este resultado estende-se ao caso
.................finito qualquer de infinitamente pequenos.
Corolário — 2. Se lim « = 0 e c = const, então lim co ^ 0.
ct (x)
Teorema — 5. O quociente — de um infinitamente pequeno
a(x) e duma função cujo limite é diferente de zero é um infinitamente
pequeno.
Demonstração — Seja lim a (x) = 0. lim z (x) = b ^ 0. Resulta

do teorema 2 § 3 que -7—r c uma variável limitada. Eis porque a


a (x) 1 ' '
fracção j =a(x) é o produto dum infinitamente pequeno
por uma grandeza limitada; logo é um infinitamente pequeno.

§ 5. Teorem as fu n d a m e n ta is sobre os lim ites


Neste parágrafo bem como no parágrafo precedente teremos
dc considerar funções que dependem duma mesma variável indepen­
dente x e para as quais x -* a ou x -> 00.
Daremos a demonstração para um destes casos, visto que a
demonstração do outro caso é semelhante. Por vezes não escrevemos
já x -* a ou x —* 00 subentendendo um ou outro.

Teorema— I. O limite da soma algébrica de dois, de três ou


dum número finito qualquer de variáveis é igual à soma algébrica dos
limites destas variáveis:
l i m ( u , + . . . + u*) = l i m » , -f . . . -f l i m u * .

Demonstração — Daremos a demonstração para o caso dc dois


termos, visto que cia sc estende da mesma maneira a um número
qualquer dc termos. Seja lim w, = au lún u3 = a2. Então cm virtude
do teorema I § 4 pode-se escrever:
u |= a 1 4 * a 1, m- = <12 + 04.

onde e são infinitamente pequenos. Por conseguinte.

i/4 -J- //j = (tf* + a*) + (« i -f «*)•

Como (í/, + a j é uma constante e («, + « :) um infinitamente


pequeno, pode-se escrever sempre baseado no teorema 1 § 4 que

1 1tu (//j x «jJ = Oy -J- a.£ = l i m Mj 4 * l im u2.


Exem plo — 1.
— 2-r
lllll ---;-- -lim ( 1 -5 liui 1 -f- lim —— t {- lim — — 1 r-U - 1 .
V 3 / .V-*.« .«-t.o 1 X—x> *

Teorema — 2. O limite do produto de dois. de três ou de um


número finito qualquer de variáveis é igual ao produto dos limites
destas variáveis
limw^Un* . . . • « * = l i m m,* l i m u 8* . . . * l i m « A.

Demonstração — A fim dc não complicar a demonstração consi­


deraremos o caso dc dois factores. Seja lim w, = ax. lim ut = at.
Então,
+ «1 = 01 + ^ .
MjM, = (flj -f oc,) (a, + a*) = 0,(7, -f OjO, -f- fl2a , -+ «»<**.

O produto a Áa2 é uma constante. Com base nos teoremas do


§ 4 a expressão a :a2 + + « ,a a 6 um infinitamente pequeno. Por
conseguinte, lim UiU* = a xa* — lim ut mlim r/2.

Corolário — Pode-se tirar um factor constante dc debaixo do


tinal dc limite. Com efeito, sc lim u x = a t c c é uma constante
tem-se, por conseguinte, lim c — c. donde lim (cux) = lim c *l i m </, =
* c • lim uu c. q. d.

Exem plo — 2. lira 5**-= 5 lim x a 5-8r-40.


ar- 2 *-*2
Teorema — 3. O limite do quociente de duas variáveis é igual
f/i» quociente dos limites destas variáveis, se o limite do denominador
for diferente de zero.
u liin u .. .
lim — = ---- . sc Iim p 0.
v lim e

Demonstração — Seja lim u = a, lim v = b 0. Então u = a +


q, v = 6 + fi onde a c 19 são infinitamente pequenos.
Escrevamos a identidade

ü _ a a_ £. ( + aa V — , « 6 — Pa
v ~ b -f- 0 “ 6 V 6+ p 6 / 6 6 (6 -fP)
nu
u __ a_ a b — Pa
b 6 (6 + p ) '
a ab — Ba
A fracção y é um número constante e a fracção ^ ^ é
**»«uiulo os teoremas 4 e 5 do § 4 um infinitamente pequeno, visto
»l'"1 n/» — fia é um infinitamente pequeno e que o limite do deno-

m!n»dur 6(6 + /?) é igual a 6 * ^ 0 . Logo, lim - ^ 4 " = - ^ — - .


I’ o limr
Exem plo — 3.
lim (3*+ 5) 3 lim x-f 5
. áx o x—l at-*l «>* 1 — o o ,
4x— 2 ” lim (4x — 2) “ 4 lim x — 2~ '4-1 - 2 ~ 2 “
x—1 x-*-l
U tilizam os aqui o teorema relativo ao lim ite do quociente de duas fu n ­
ções, porque o lim ite do denom inador é diferente de zero quando x —* I. Se o
limite do denom inador é igual a zero, não se pode servir deste teorema.
ê necessário neste caso fazer u m estudo detalhado.

, xt _4
Exem plo — 4. Encontrar o limite lim ---- — A qui o numerador e o
r-+2 x *
denom inador tendem para zero quando .r —> 2. lú s porque o teorema 3 nâo
pode ser aplicado. Efectuemos as transformações seguintes:

xa - 4 _ ( t —2)(x-f2) - - , „
x —2 - x —2 ‘
ê lícito efectuar-se esta transformaçSo para todos os x diferentes de 2.
Eis porque, sc pode escrever, partm do da definição de limite:

x_2 X— 2 x—2 z —“ X—-2


E x e m p lo — 5. Encontrar o
lim limite
z _ Q uando x - M , o deno-
*-» t * 1
m inador tende para zero, enqUaflto que o num erador tende para 1. Logo. o
limite da variável inversa i igual a zero, isto 6.

lim (x — 1 )
X— 1 ar—I 0 n
£ 5 - 5 ------ r ü r r ~ = T = 0 -
*-*1
Logo, teremos cm virtude do teorema 1 do parágrafo precedente

lim — ~—r-— CO.

Teorema — 4. Se as funções u = u (x), z = z (x). v = v (x). estão


ligadas entre si pela dupla desigualdade u < z < v e se u (x) e v (x)
tendem para um mesmo limite b quando x -> a (ou x-»co) , então
z = z(x ) tende ta/nbém para o mesmo limite quando x -> a (ou x -> oo).

Demonstração — Para fixar ideias vamos considerar a variação da


função quando x -» a. Resulta das desigualdades u < z < v

u — b ^ s — b ^ v — b;
segundo as condições do teorema
l i m u = 6, l i m v = b.

Por conseguinte, para todo c > 0 pode-se indicar uma vizinhança


de centro a onde a desigualdade |u — b | < e é satisfeita; do mesmo
modo, pode-se indicar uma vizinhança dc cenrro a onde a desigual-
dadc |v — 6 | < c é também satisfeita. Na mais pequena destas vizi­
nhanças as desigualdades
—& < u — b<B e — e < v— bce
serão satisfeitas c, por conseguinte, as desigualdades
—e< z — b< e
serão satisfeitas, isto é
lim z = b.
x-l
Teorema 5. Se a função y não tonta valores negativos y > 0
quando x -» a (ou x -* ooj. <? ela tende para um limite b, então,
este número b não é negativo: b > 0.
Demonstração — Suponhamos que b é nega­
tivo b < 0 . então, y — A |> |b |, isto é. que o
valor absoluto da diferença |y — b | é maior que
o número positivo |b | e. por conseguinte, não
pode tender para zero quando x -* a. Mas então,
quando x -> a, y não pode tender para b. o que
é contrário à hipótese. Logo. a suposição de
que b < 0 conduz-nos a uma contradição. Por
Fig. 42 conseguinte, b > 0.
Demonstra-se. duma maneira análoga, que sc y < 0, lim y < 0.

Teorema — 6. Sc as funções u = u (x) e v = v (x) satisfaxern à


desigualdade v > u e se os limites destas funções existem quando
H ► a (ou x —> oc), então, lim v > lim u.
Demonstração — Segundo a hipótese v — u > 0 e cm virtude do
lootema 5 lim (v - u) > 0 ou lim v — lim u > 0. isto é. lim v > lim u.
Exem plo — 6. Mostremos que lim sen x = 0.
»-*o
Vé-*e segundo a figura 42 que sc O A = I. x > 0, entüo, A C = sen x,
n - x. \en x < x. É evidente que se x < 0. |sen x | < |x Resulta destas
tU*i«ii«ldadcs. em virtude dos teoremas 5 c 6. que lim sen x = 0.

tixem plo — 7 Mostremos que lim sen-rp: 0.


Jf-*U -
Com efeito. sen < | sen x |; logo. lim sen -x- = 0.
I r-»í) í
t tem plo — 8. Mostremos que lim cos x = 1. Notem os que
x- 0
cos x — 1 —2 sen3 ,

im ( 1 2 sen* — 1 — 2 l im sen1 —■ 1— 0 1.
•ti ' - > t -*0
No decorrer do estudo das questões relativas ao limite dc certas
variáveis, é-se conduzido a resolver os dois problemas seguintes:

1) Demonstrar que o limite existe c determinar os extremos entre


os quais está compreendido esse limite;
2) Calcular esse limite com o grau de precisão desejado.

A resposta à primeira pergunta é muitas vezes dada pelo teorema


seguinte.

Teorema — 7. Se a variável v é crescente. isto é, se todos os


seus valores conseqüentes são maiores que os valores antecedentes, e
se ela é limitada, isto é, v < M . então, esta variável tem um limite
lim v = a onde a < M.
Pode-se enunciar um teorema análogo para as variáveis decres­
centes limitadas.
Não damos aqui a demonstração deste teorema, porque ele exige
a aplicação da teoria dos números reais que não desenvolvemos neste livro.
Nos dois parágrafos seguintes. caJcularemos
os limites de duas funções tendo uma larga
aplicação em análise matemática.

sen x
§ 6. L im ite d a f u n ç ã o ----- q u a n d o x -> 0

Esta função não é definida para x = 0.


visto que o numerador c o denominador da
fracção se anulam neste ponto. Calculemos o
limite desta função quando x 0. Consideremos
a circunferência de raio 1 (fig. 43). Designemos por x o ângulo ao
centro M OD, temos 0 < x < — . Resulta imediatamente da figura 43:

área do triângulo M O A <

< área do sector M O A <

< área do triângulo CO A . (1)

Área do triângulo M O A = O A ■M B = 1 • sen x = sen x.


m 6

Arca do sector M O A = --OA A M = — • ! -x = -^-x.

Area do triângulo CO A = ~ O A • AC = 1 • Ig x = tg x
Simplificando por ~ , a desigualdade (1) transforma-se cm:

sen x < x < . tg x.

Dividamos todos os membros por sen x:


1
1 <
sen x cos*
(M l

sen x
1 > - --- > c o s x .

Obtivemos esta desigualdade supondo x > 0.


x, scn( — x) senx , x
Notemos que — ^ — r-*-— ---- c cos ( — x) = cos x.
( x) x
l.ogo. a desigualdade é ainda verificada para x < 0. Mas lim cos x * I»
S4t
lim 1 = 1 .
0

senx
Por conseguinte, a variável está compreendida entre Ciias

vuriAveis que tendem para um mesmo limite igual a 1. Assim, cio


vtitudc do teorema 4 do parágrafo precedente

..senx .
l i m ----- -- 1
•o x
senx
() gráfico da função y = --- está traçado sobre a figura 44 .

II tem plos —
senr .. 1
II l l m ^ = lim * “ x 1 __
lim — — • __
lim t •-=- = !.
,- . 0 * x-*0 1 COS X X x_ 0 c o s x 1
, _ 2 sen* »cn
3) lim --- -— —- lir a ----- aelim ---- «en ^jr — i -0=0.
*- » o x x—a x *-*o x -
2
lira Í H ü f
4) U m l i r a ° ■-■a4 r . = 4 =
x -* 0 m P* *-»o P »«n px p |t_ je n p x
~&r Ü5 - jr
a 1 a
— 'p — r ~ "fT — c o n s t' P - c o n s l ) .

§ 7. O n úm ero e

ConsiJcremos a grandeza variável

(1+n)
onde n é uma variável crescente tomando sucessivamente os valores
I. 2. 3. ...

Teorema — 1. A variável ^1 -f- ^ j tem um limite compreendido


entre 2 e 3 quando n -> oo.

Demonstração — Segundo a fórmula do binômio de Newton pode­


mos escrever:

( , + * y _ 1 + i . i + ! f c z s ><

«(if+!fci3S=aé+-
, n ( n - j ) ( n - 2) . . . [ n - ( n - l ) ] / i r
1 *2 * — n \n /
Efectuando certas transformações algébricas evidentes (1). encon­
tramos:

(* + i ) = 1 + 1 + J - ( 1_ i ) + _ i _ ( 1_ ± )

X ( 1 - í ) + - " + |.2 . ! . . . » ( 1 - Í ) X

*(<-!)
Verifica-se desta última igualdade que a grandeza variável

^1 + — J é uma variável crescente quando n crcsce. Com efeito,

quando sc passa do valor n ao valor n -f 1 cada termo desta soma


aumenta

etc.
1-2 V n) I *2 V « + l'

c mais um novo termo aparece. (Todos os termos do desenvolvimento


são positivos.)

Mostremos que a grandeza variável ^1 + ~ j é limitada. No­

tando que í 1 ~ 4 ‘ ) < 1 1 ( • - v ) ( ' — ~ j < 1 , etc.. obtém-se da


expressão ( 2 ) a desigualdade

í 1+ /i) ' ' ' 1-2 ' 1 - 2 - 3 ' ' 1 - 2 . . . . -n

Por outro lado.

_ J _ < ± - . _____ !_____ < - L


1-2-3 2* ’ 1 -2-3-4 2a ’ 1-2 *....» 2 " '1

Podemos escrever a desigualdade

K )' < l + l+ -£ + y + - - + 2 ^ »

Os termos que sublinhamos constituem uma progressão geométrica

de razão q = -i- ,c cujo primeiro termo é a — 1. Daí


Por conseguinte, para todos os n temos:

K )' <3.

Resulta da desigualdade (2)


i \»
> 2.

Assim deduzimos a dupla desigualdade

" <3. (3)

Provamos que a variável ( 1+ é limitada.

(. i V
Recapitulando. vemos que a variável 1 1 -r — I é crescente e
jte. Designa-se
limitada; segundo o teorema 7 do § 5 ela t«m um limite.
este limite pela letra e.

Definição — Chama-se número e o limite da variável


quando n oo.

Resulta da desigualdade (3). cm virtude do teorema 6 § 5. que


o número e verifica a dupla desigualdade 2 < e < 3. O teorema está
demonstrado.
O número e é um número irracional. Indicaremos no seguimento,
um método que o permite calcular com a precisão desejada. O valor
/ 1 V o
aproximado deste número a menos dc I I é
* = 2.7182818284. ' 7

Teorema — 2. A função ( \— L ) tende para o limite c quando


• • • A x /
x tende para o infinito, isto e.

(•)
hi)-
Pode-se d cm o njlrar que | 1
o l o for um a variível crescente.
--- ) -+ e quando n —► » , m cim o %c n
/ 1 V
Demonstração — Provamos que 1 1 H---I —» e quando n tende

para infinito tomando valores positivos inteiros. Suponhamos agora


que x —> oo tomando valores fraccionários ou negativos.

1) Seja X-» + oo. Cada valor de x está compreendido entre dois


números positivos inteiros:
-f 1 .

Neste caso teremos as desigualdades seguintes-

! > ! - 1
n x n -f 1

n x n -f 1

Se x-* oo. é evidente que w . Calculemos o limite das variá­

veis entre as quais está compreendida a expressão ^ J_j* .

„ ! ! ? . ( ’ + 9 " +’ = (‘ + t )" ( ‘ + t ) ■-

= lim (14- — J * lim [ 1 -f- — J = e - 1 = e,


n . . +oo\ n) n)

, f. . v „ ^
lim • I 1 -f------I =
n-*+* V n -}- 1 /
lim -------------- =
«-+ * 1 -f- ^
"
n+ i
n +1
lim f l - ) --- — )
n -*+«■ \ n -f- 1/
+ - - e.
lim ( l + — — )
-®+ao \ n+
+ \J
logo. (segundo o teorema1 4 § 5)

(,+í ) (4)
2) Seja x-+ — oo. Introduzamos uma nova variável t — — (x + 1)
ou x = — (í + 1). Q uando / -* + oo tem-se x -+ — oo. Pode-se
escrever

llm ( , Ç i Y = U - ' .
*—-OP \ X/ »-*+« \ í -f- 1 /

= , lm ( - L _ V ' " = l i m ( l ± l V + ,=
I-.+OC V í -J- 1 / »— + <* \ t /

- “5 . ( ‘ + T = . ÍSL ( ‘ + t ) ’ ( ‘ + t ) = ' 1 ~ f

O teorema está demonstrado. O gráfico da função y = ^ 1 -»-^.)

está traçado sobre a figura 45.

Sc se põe — = a na igualdade (4). tem-se « - > 0 (mas a^fcO)


JC
quando x -* oo e tem-se

lim (1 -f a ) » = e .
a -*-0
Exem plos —

11 Í ü (‘+ t ) - » - (« + * )■ (• + £ )• -

” Í ! S . ( 1 + t ) , , 1Jí2 , ( 1 + v ) , = * : i “ ‘ -
— lim 114-— V • Üm ( 14- — \* •Üui ( * + y ) *

§ 8. Ix>paritm os neperianos

Definimos no § 8 do capitulo l a função logarítmica y = loga x.


O número a chama-se base do logaritmo. Sc a = 10. y chama-se o
logaritmo décimal do número x que se designa pela notação y = log x.

Fig. 46

Conhece-se as tábuas dos logaritmos decimais a partir do curso do


ensino secundário; estas tábuas chamam-se tábuas de Briggs. do nome
do sábio inglês Briggs (1556 — 1630).
Chama-se logaritmos naturais ou logaritmos neperianos aos loga­
ritmos cuja base é o número e = 2.71828.... do nome de um dos
primeiros inventores das tábuas de logaritmos, o matemático Neper
(1550-1617) (•). Logo. sc & = x. y diz-se o logaritmo natural do
número x. Escreve-se então y = Log x. em vez de y = log,, x. Os
gráficos das funções y = Log x e y — log x são dados sobre- a
figura 46.

(•) As p r im e ir a s táb u a s d c lo g a r it m o s ío r a m e la b o r a d a s p e lo m a te m á tic o


m iíço Bürgi (1 5 5 2 -1 6 3 2 ) com uma b a se v iz in h a d o n ilm e r o e.
Estabeleçamos agora a relação que existe entre os logaritmos deci­
mais e naturais de um mesmo numero x.
Seja y = log x ou x = 10*. Tomemos o logaritmo da base e dos
dois membros desta última igualdade. Encontramos L o gx = y Log 10.

donde y Log x. Substituindo >• pelo seu valor tem-se


Log 10
1
log x Log x.
Log 10
Assim, se se conhece o logaritmo natural do número x. obtém-se
o seu logaritmo decimal multiplicando o logaritmo natural dc x pelo
factor M = j (^ 0.434294 que é independente do número x.
O número À{ chama-se módulo de transição dos logaritmos naturais
aos logaritmos decimais:
log x = XI • Log x.

Pondo nesta igualdade x — e encontra-se o valor do número M


expresso com o auxílio dos logaritmos decimais:

Ioge = M (Log«? = 1).


O s logaritm os naturais cxprim cm -sc com o au x ílio d o s logaritm os
decimais pela fórmula:

1
L o g x = — lo g x

onde

— = 2.302585.
M

§ 9. C o n tin uid ad e das funções

Seja y = / (x) uma função definida


para o valor x e x0 e numa certa vizi­
nhança de centro x«. Seja y# = / (xa).
Sc se dá à variável x um acréscimo Ax ' positivo ou negativo
(isso não tem aliás nenhuma importância), ela fica x0 4- Ax, e a
função y sofre igualmente um acréscimo ây. O novo valor da função
é y„ 4- Ay = / (x. 4- Ax) (fig. 47)
O acréscimo da função é dado pela fórmula

= f ('o 4 - Ax) - / (x0).

Definição — 1. A função y = /(x ) diz-se continua para o valor


x = x« (ou no ponto x = x0) sc ela está definida numa certa vizi­
nhança do ponto x<, (e igualmente no ponto x#) c se

lim A y = 0 (D
A x-~ í>

ou. o que 6 o mesmo,


lim [ / (x0 + Ax) — /(*<>)] = ü. (2 )
Aar-*0

Gcomètricamcnte a continuidade dum a função num dado ponto


significa que a diferença das ordenadas d o gráfico da função y ^ / í x )
nos pontos x„ + i x e x, 6 arbitràriamente pequena em valor absoluto
desde que |a x | seja suficientemente pequeno.

Exemplo— I. P ro v e m o s q u e a fu n ç S o y = x* 6 c o n tin u a e m to d o o
p o n to x0. C o m e fe ito ,
i'o = -r 5. * o t A y = - (J- 0 - r A * ) * ,
A y = ( z 0 - f A z )a — z * = 2 z 0A z + A z a ,
li m A l i m ( 2 z 0A z - f - A x 2)= 2 z l i m A z - }- l i m A z - l i m A z - ^ 0
A*-»0 A*-»0 Ajt-»0 Ax-»0 Ax-*0
te n d e p a r a z e ro (▼- fig.

y b r < 0 , Ay<0

\
\

À \Ay
■ài
\
0 x, *
à)
F ig . 48
Exem plo — 2. Mostremos que a funçSo y = sen x 6 contínua c m todo
o ponto x0. C o m efeito,
y0= sen x0, y0+ *en (zq-}-A z),

Ay sen (z0 4-Ax) — sen z 0= 2 s c n ^ - c o a .

Demonstramos que lim sen ^ = 0 (exemplo 7 Ç 5). A funçSo


A x -» 0 “

cos f z ~ ^ ) é lim itada. Logo, lim Ay = 0.


\ 2 / Ai-0
Por raciocínios análogos aos dados nos exemplos 1 e 2 poder-
-se-ia, considerando separadamente cada função elementar, demonstrar
o teorema seguinte.
Teorema — Toda a função elementar é cQ/tlínua em todo o ponto
onde ela é definida.
A condição dc continuidade (2) pode escrcvcr-se como sc segue:
l i m / (a*-f- A x ) = / ( x 0)
Ax—0
ou
lim f(x ) = f (!< ,),
x-x0
mas
z0 = J i II I X.

Por conseguinte,
lim / ( * ) * / (lim x ), (3 )
x-»x0 x-+x0
isto é. que para encontrar o limite dum a função continua quando
x -* x0, basta substituir a variável x na expressão dc /(x ) pelo seu
valor x0.
E xem plo — 3. A (unçSo y = x 3 é contínua em todo o ponto x0 e. por
conseqüência,
lim xS = jt*. lim jS = 3J — 9.
x-*xo x-*3
Exem plo — 4. A função y = sen x 6 contínua em todo o ponto e, por
conseqüência.
„u m sen x — sen —
íi 1 /2 .
n 4 2
4

E xem plo — 5. A íunção y = ex 6 contínua em todo o ponto e. por


conseqüência.

.lim ex = » a-
x-»u

E xem plo — 6. l im i £ i i l ± í l = H m — Log (t-f-x) = lim L o g f ( t — ar)*).


x-*0 J x—0 x x*+0

O ra lim ( I + * ) ; : = *; a íunçSo Log z é contínua para z> 0 e, por


i 1
conseguinte, para z = e, tcm-se lim Ldg {(1-}-*)*] = Log ( l l m (1 + x )xJ = Lo g e — 1.
x -0 x ~ *0

Definição — 2. Uma função y = f (x) contínua em todo o ponto


do intervalo (a. b ), onde a < b, diz-se contínua neste intervalo.
Se a função é definida para x — a e se lim f (x) = f (a), diz-se
jr-»a+0
que a função / (x) é continua à direita no ponto x = a. Se lim / (x ) =
x -*b — 0
= /(&). diz-se que ela 6 contínua à esquerda no ponto x = b.
Se a função /(x ) é contínua em cada ponto do intervalo (a, b).
bem como nas extremidades desse intervalo, diz-se que a função /(x )
i contínua no intervalo fechado ou no segmento [a, b].
Exem plo — 7. A função y = x 3 6 contínua em todo o intervalo fechado
fu. 6], o que resulta dircctamcnte do exemplo I.

Se uma das condições que exige a continuidade não 6 satisfeita,


isto é. se a função / U ) não está definida no ponto x = x0 ou que
o limite lim / (x) não existe neste ponto, ou seja, ainda que
X-+XO

lim f{ x )= £ f(x o) quando x tende arbitrariamente para x0 se bem que

as expressões à esquerda e à direita da desigualdade existam, a


função y = f (x) diz-sc desconiinua ao ponto x = x<>. Neste caso o
ponto x = x0 diz-se ponto dc descontinuidade da função.

Exem plo — S. A funçSo * descontínua no ponto x = 0. Com

efeito, para x = 0. a função não é definida:

lim — — co : lim — = — CO.


r-» 0 -1 -0 1 *-► 0 - 0 x

tver fig. 35). VO-sc facilmente que esta função 6 definida para todo o valor
de x ^ 0 . ^

t x e m o lo — 9. A função y = 2* è descontínua no ponto x = 0. Com

efeito, lim 2 ''= '» , lim 2 *= 0. Para x = 0 a funçSo não 6 definida (fig. 49).
x — 0 4-0 r - »0 — 0

y-fi*) -t

Fig. 50

E x e m p lo — 10. Consideremos a função / (x ) = -^-p. Para x < 0, =


1*1 M
= — 1; para x > 0, -r^— =1. Logo. lim / (x) = lim . x — — 1; lim / (x ) =
lx l jc-.U-U jxO-Q |*| x-*0+0
«= lim — = 1; para x= 0 a função não 6 definida. Assim, provamos que
«-*o+o I * I
a função / (x ) = -pj-r é descontínua no ponto x — 0 (fig. 50).

E x e m p lo — 11. A função y — sen _ L , estudada no exemplo 4 §3, 6 des-


continua para x = 0.
*
Definição — 3. Se a funçáo / (x) é tal que os limites lim f (x) =

= / (*o + 0) e lim f(x) = f (x0 — 0) existem c são finitos mas que


x~»xo—0
lim f (x ) =£ lim / (jt) ou que o v a lo r da f u n ç ã o f (x) n ã o é determ i-
X-*X«H-U X ~ *X q —u

nada no ponto x = x0. o ponto x = ,r0 chama-se ponto de desconti-


nuidade de primeira espécie. (Por exemplo, o ponto x = 0 é um ponto
de descontinuidade de primeira espécie para a função do exemplo 10 .)

§ 10. P ropriedades das funções contínuas

Neste parágrafo exporemos certas propriedades das funções con­


tínuas num segmento. Estas propriedades serão enunciadas sob a forma
de teoremas sem demonstração.
Teorema — 1. Se a função y = f (x) é contínua sobre o segmento
[a. b] (a < x < b), então, existe pelo menos uni ponto x = xx tal
que o valor da função neste ponto
satisfaz a desigualdade
y
/ f( x ,)> f(x ).
í
onde x é um ouiro ponto qualquer
/ V
. deste segmento: do mesmo modo
existe pelo menos um ponto x, tal
i Y-
0 a j b que o valor da função neste ponto
satisfaz a desigualdade
F ig. 51
f (X*) < f (x).
Chamaremos / (* x) o maior valor da função y = f (x) sobre o
segmento [a, b] c f(x t) o menor valor da função /(x ) sobre esse
segmento. Pode-se. então, enunciar este teorema como sc segue:
Toda a função contínua no segmento a < x < b atinge pelo menos
uma vez sobre este segmento, o seu valor máximo M e o seu valor
mínimo m.
A significação deste teorema está claramente esclarecido pela
figura 51.

Nota — O teorema enunciado deixa de ser verdadeiro se a função


é dada num intervalo aberto. Assim, por exemplo, para a função y — x.
dada no intervalo 0 < * < 1 . não existe máximo ou minimo. Com
efeito, não existe máximo c minimo valor para a variável x neste
intervalo. íN ão existe ponto mais à esquerda, porque qualquer que
seja o ponto x• escolhido, pode-se sempre indicar um ponto mais à
jt
esquerda, por exemplo, o ponto Do mesmo modo, não existe ponto
mais à direita, c, eis porque não pode existir nem máximo nem
mínimo valor para a função y = x .)
Teorema — 2. Se a função y — f(x ) é contínua sobre o segmento
[a. b) e se Os valores nas extremidades deste segmento são de sinais
contrários, existe, então, pelo menos um ponto x = c entre os pontos
a f b, tal que a função se anule nesse ponto:

í (c) = 0 , a < c < b.


A interpretação geométrica deste teorema é muito simples.
O gráfico da função contínua y = f(x ), reunindo os pontos [a, f (a)J
c M ,[b. 1(b)} onde / ( a ) < 0 e f (b) > 0 (ou / ( a ) > 0 e f (b) < 0).
corta o eixo Ox pelo menos num ponto (fig. 52).

F ig . 52 F ig . 53

Exemplo — Seja a funçSo y = x* — 2, ] U - \ «= — I , | í i - j s 6 . E t ta fu n ç S o


6 conifnua sobre o segmento [1, 2]. Logo, existe pelo menos um ponto deste
segmento onde a funçSo >• = x* — 2 sc anula. Com efeito, Vx= J = 0 (fig. 53).

Teorema — 3. Seja y = f (x) uma função definida e contínua sobre


o segmento [a, b]. Se os valores desta função nas extremidades deste
segmento não são iguais f (a) = A , f (b) = B. então, qualquer que seja
o número n compreendido entre os números A e B. pode-se encontrar
um ponto x = c compreendido entre a e b tal que f (c) = p.
O sentido deste teorema está claramente ilustrado pela figura 54.
Neste caso. toda a recta y = p. corta o gráfico da função y = f (x).
Nota — Notemos que o teorema 2 não 6 mais do que um caso
particular deste teorema, porque se A e B são de sinais diferentes
pode-se tomar p. = 0, visto que 0 está compreendido entre A e B.
%
Corolário do teorema 3 — Se a junção y = f (x) é contínua num
intervalo e se ela atinge o seu valor máximo e mínimo, então, ela toma
pelo menos uma vez qualquer valor intermédio compreendido entre o
mínimo e máximo valor.

Com efeito, seja f (x,) = M . f (x2) = m. Consideremos o segmento


[x,. x2J. Segundo o teorema 3. a função y = f(x ) toma neste intervalo
qualquer valor /* compreendido entre M c m. Mas o segmento [x„ x,]
encontra-se no intervalo considerado onde está definida a função f(x)
(fig. 55).

11. C o m p a ra ção de in fin ita m e n te pequenos

Sc>iUT' a . p, v, . . .

vários infinitamente pequenos dependendo dum a mesma variável x c


tendendo para zero quando x tende para um iimite a ou para o
infinito. Caracterizar-se-á a lei segundo a qual estas variáveis tendem
para zero pelo comportamento dos seus quocientes (•).
De seguida, servir-nos-emos das seguintes definições:

Definição — 1. Se o quociente -5-tem um limite finito e diferente


a a ct 1
de zero. isto 6. sc lim — = A 0, e. por conseguinte, lim — =* ^ 0,
a p A
então, os infinitamente pequenos a c /? dizem-se infinitamente pequenos
da mesma ordem.

Exemplo — 1 . S e ja a = x, p = sen 2x e m q u e * —► 0 . O s in fin ita m en te


p e q u e n o s a e fi t i o d a m e sm a o rd e m , p o rq u e

lim 1 = 1 ™ * * “ 21 -

( • ) S u p o r e m o s q u e o in fin ita m e n te p e q u e n o q u e fig u ra e m d e n o m in a d o r


n â o se a n u la n a v iz in h a n ç a d o p o n to a.
Exemplo — 2. Os infinitamente pequenos x. sen 3x. tg Ix, 7 L o g ( l + x)
il o todos da mesma ordem para x —* 0. A demonstraçSo é idênüca à q u e
demoi para o exemplo I.

Definição — 2. Sc 0 quociente dc dois infinitamente pequenos


B a £
tende para zero. isto 6. se lim — = 0 (c. por conseguinte, lim -g- = oo),

então, o infinitamente pequeno p diz-se infinitamente pequeno de ordem


superior ent relação a a e o infinitamente pequeno a diz-se infinitamente
pequeno de ordem superior em relação a p.

Exemplo — 3. Seja a = x. 0 = xn. n > I para x - * 0 . O infinitamente


pequeno 0 6 ura infinitamente pequeno dc ordem superior cm relaçSo a a.
porque

lim — =* lim x n_1 = 0.


X-M) x *-«0
Inversamente, o infinitamente pequeno a é um infinitamente pequeno de
ordem inferior cm relaçSo a p.

Definição — 3. O infinitamente pequeno p diz*sc infinitamente


pequeno de ordem k em relação ao infinitamente pequeno a sc p
O
c ak são da mesma ordem, isto é. sc lim — A =£0.
a*

Exemplo — 4 . Se o = x, p = x \ entSo, p i um infinitamente pequeno


da terceira ordem cm relação a a quando x - * 0, porque
8 z3
lim A r = U m ~ = \.
x~+ 0 a * -* 0 (*)
Definição — 4.
Sc o quociente dc dois infinitamente pequenos —
B ®
tendem para a unidade, isto 6, se lim — — 1 , os infinitamente pequenos
p c a dizem-se equivalentes e escrevc*se a — p.

Exemplo — 5. Seja a = x e p = sen x, com x —>0. O» infinitamente


pequenos a c p sSo equivalentes, porque

lim 5 2 ^ - 1 .
x-*0 x
Exemplo— 6. Seja a = x. £ = L o g ( l + x ) com x -> 0. Os infinitamente
pequenos a c p são equivalentes, porque

X-+U X

(ver o exemplo 6 § 9).

Teorema — 1. Se a e p são infinitamente pequenos equivalentes,


a diferença a — p é. em relação a cada um deles, um infinitamente
pequeno de ordem superior.
Demonstração — Com efeito,

lim —---? = lim ( 1 -- — ) = 1 — lira — = 1 — 1 = 0.


a \ a / a

Teorema — 2. S e a d ife re n ç a d e d o is in fin ita m e n te p e q u e n o s a — p


é u m in fin ita m e n te p e q u e n o d e o r d e m s u p e r io r e m r e la ç ã o a a e p.
e m ã o , a e p s ã o e q u iv a le n te s .

D e m o n s tra ç ã o — Seja lim -— ? = 0, então, lim í 1 — — | = 0 ou


p a b v «y
m — = 0. ou ainda, 1 = lim — . isto é. a s : p.

Se lim - ^ = o, então, — 1 ^ = 0. lim ~ = 1. isto é.

°~ P

E xem plo — 7. Seja o = x, p = x + x*, em que jc —►0. Os infinitamente


pequenos a e ft s5o equivalente*, porque a sua diferença p — a = x* i um
infinitamente pequeno de ordem superior em rriaçio a a e a p. Com efeito,

lim --— — = liin — - = lim x*=>0,


x -*0 * x -*0 z x-*fl

a —P .. x3 . x1 _
lim — 2~ - = l i t n — ;— ç = lim — — r —0.
P * - .o í+ is *-o 1 + 1’

Exem plo — 8. Para x —» » os infinitamente pequenos a = e P — ~r

s5o equivalentes, porque a diferença a — p = ^ i um infinita­

mente pequeno de ordem superior em relaç&o a a e a /?. O limite do quociente ^


P
é igual a I:

x+ 1

lim lim — 7— = lira Ü Í J . ^ lim í 1 -f — ) 1.


P x —ao X -* o o x X -*m V X /
X
O
N o t a — Sc o qu o cie nte d c do is in fin ita m e n te pequenos n ã o tem

tem lim ite c n ã o tende para o in fin ito , p e a n ã o são c o m p aráv e is no


sentido in dicad o.

Exem plo — 9. Seja a = x, p = x sen — , em que x -» 0. Os infinitamente


*
pequenos a e p n5o sáo comparáveis, pois que o quociente — = sen — não

tende nem para um limite finito nem para o infinito quando x —» 0 (ver
exemplo 4 § 3).
Exercício*
Calcular os limites seguintes:

I. l i m - — 2. lim (2 scnx — co* x - fc tg xJ.Resp. 2.


.v .. 1 n
X" 2
3. lim Resp. 0. 4. lim (2 — — - - Resp. 2.
-*• V 2 - x ' í-*oo * X X /

. . 4x3 — 2x* 4-1 D 4


6. lim —y — • RcsP- >•
axT - 3 - • Reip> 3 *

7. lim 1 ' ’ ~ n Re*P- Y •


»l-♦DO n &
N ota — Escrevemos a fórmula (k 4 1)* — = 3A* + 3k + 1 para
k = 0, 1, 2, ■>.) n. |j

2*— i * = 3 . 1 * 4 - 3 l 4 - i ;
3 *— 2 *— 3-2*-f3*24* 1 ;

(n-j-l)s— ns —3«*-f 3n4*l.


Adicionando-se membro a membro estas identidades, tem-se:
(rt 1)3^3 (134- 2 * + . . . + /»») 4-3(1 4-24-...-t-/>)4-('>-H).

(» + l)» - 3 (l* + 2 » 4 - ...4 - n * )4 - 3 '- H n 4-1),


donde
« (/ . 4 - l)(2 a 4 - l)
1* 4 -2 * -f n*
6
x2 4-x__1
9. lim —=— —r— . Resp. w . 10. lim — — • Resp. 0.
x- * oj - X -r- o T-*QO X* 4" 4

• < i- ^x3 — 2x*4-x l


12. lim --- . Resp. 4.
IS ' ~
3x< -f 2x ~ ' P'~ T ' * -2 x —*
x*— 5x-f-6 „ f
13. lim ----p . Resp. 3.
x ..l x t “ *^ xa — Í 2x + 20 * RCSP 8
x3-f3x— 10 _ ,
16. lim y ' - , ■ . Rcsp.
]'J? ã Z = ST - i R" P '• ^ -2 V — {/— 6 ^ 5

,7 . ||„, R e ip . 0. 18. lim ■


— . Resp. 3x*.
•*-*--2 (M4-2 ) (tt —3) fi-0 h
x n__1
Itt. lim --- 1 . Resp. — 1. 20. lim --- r .Resp. n. ( n 6 um inteiro
» .1 L 1 — x 1 — x3 J x - t T~ 1
positivo.)
2_ V _2
21. I.m R e s p .i. 22 . lim V 2* Z -Resp.
» .« x í *-*i V 7 ^ 2 ~ V 2 3
a -Ü 3 v M H ' ' M -Ü 5 v B Rc,p I •

». ,R « p .' - . ». . R„ P. -V.
i —a x—a ma x „q j 2

27. li m - R esp - 1.
X -H -ao y X* 4- 1

28. lim — - . Resp. 1 quando x -* + co, — 1 quando x -» — oo.


x-*-co *T *
29. lim ( V Ü T Í - y x t . , ) . Rejp. o
JT-VOD

30. lim x ( V f 2 x). Resp. -1- quando x —* + oo, — oo quando x -* — oo .


x-*co -

31» 1ira - - • Resp. I. 32. lim *-■. Resp. 4.


x-0 tg x X_^Q j

sen* í

**• lim„ — z r - R“ p 4 llm ■rr - ? - - - r «p- r k ■


1 9 x-*4-0 V l — cos 1 V2

35. I i m x c t g x . Resp. I. 36. lim - l ~~2cfW ^' Rc|p


x -*0
~ T “ ("- t )

37. l i m R e s p . 38. lim - ? — y * * * .R esp


t- » 1 ‘ " 3 1 xx-*0
- *o 3x 3

39. Um Re,p. 2 c o s a.
x-*0 *

40. lim R ' . 4 ). |im ( , + * . ) « . R c p . ...


X -*0 X O x - *o o V X /

42. lim ( 1— M .R e s p .— . 43. lim ( ) * . R e sp . — .


x-^o V x/ e x-ooV l + * / e

44. lim r 1H— . Resp. e.


n-*oa ' n)
45. lim {n [Log(n-j-1) — Logo)}. Resp. 1.
n~*00
46. lim (1-f c o s x)3 u c *. Retp. e». 47. lim L° g (1± otx> . Retp.
49. l i m (1 + 3 tg* x)ct« s \ Resp. e».
*-•0
.'«0. l im (c o s — ) . Resp. 1.
m-*» V m /

51. lir a ■
— 1g ( 1 T <° ) . Resp. l para a — > - fo o , 0 para a — » —
a-*co a

52. l im R«P-
x~a **n fix P
a x __ \
:»3. l i m — _— ( a > t ) . Resp. -f-ao para x — > - fo o , 0 para z — > — oo.

!
rr éa x ____ A x
54. l im n [o — 1J. Resp. Log a. 55. lim . Resp. a — B.
n -*a > x -» 0

qjc JJx
50. l i m -------- ímr,' 7T~ ■ Resp. 1.
jt-»u s e n a x —s c n p x r

Determinar os pontos de descontinuidade das funçftes:

Pontos de descontinuidade de segunda espécie

para x = — 2 ; — 1 ; 0 ; 2.

>H. V - ^tg — . Resp. Pontos de descontinuidade de segunda espécie para x = 0 e t

2 . 2 2
- n ' - 3 n ’ * " ' - (2f»4- 1) jx *
1
fttl, Determinar os pontas de descontinuidade da fu n ç io y *» I + 2 e traçar
o gráfico desta função. Resp. Pontos de descontinuidade de segunda espécie
para x = 0 {y - * + oo para x - * 0 + 0, y —* l para x -+ 0 — 0).

• Enire os infinitam ente pequenos seguintes (quando x - * 0) x*. V x ( l — x),


icn 3x, I t cos x \g- x. xe ** determinar os infinitos pequenos da mesma
ordem de t assim como os infinitos pequenos de ordem superior e de
ordem inferior a x. Resp. Os infinitamente pequenos da mesma ordem s io
•rn 3x e x e 'x ; os infinitamente pequenos de ordem superior s io x* e
l x cos x ? tg* xi o infinitamente pequeno de ordem inferior é V x (1 — x).

M I »lre o» infinitam ente pequenos seguintes (quando x - * 0) determinar os

que t i o da mesma ordem que x : 2 sen x, tg 2x, x — 3x*. V 2x* + X a ,

l o g ( l + x). x* + 3x«. Resp. \ tg 2x, x — 3x*. L o g ( l + x\

0/ Verificar que os infinitam ente pequenos 1—x e I — "iT x s io da mesma

ordem quando x —* 1. S io equivalentes? Resp. lim * ,-== = 3, logo, estea


x—
♦1 \ —y x
Infinitamente pequenos s io da mesma ordem mas n io s io equivalentes.
C a p it u lo I I I

D E R IV A D A E D IF E R E N C IA L

§ 1. V e lo c id a d e d u ra m o v im e n to
Consideremos o movimento rectiiíneo dum corpo sólido, por
exemplo, o de uma pedra lançada verticalmente para o ar ou o do
pistão no cilindro do motor. Abstraindo-nos da forma e das dimensões
deste corpo, representá-lo-emos por um ponto material
móvel M .
A distância s percorrida por este ponto material
calculada a partir duma certa posição inicial M 0 depende

(1)
5
Suponhamos que ao momento t (*) o ponto móvel M
se encontrava à distância s da posição i nicial M 0 e
que no instante / + At o ponto se encontra na posição
Fig. 56 m u à distância s + As da posição inicial (fig. 56). Assim.
durante o intervalo dc tempo At a distância s variou de a s .
Neste caso. diz-sc que a grandeza s recebeu um acréscimo As, durante
o intervalo de tempo At.

Consideremos o quociente — ; dá-nos a velocidade média do


movimento do ponto durante o intervalo de tempo At:

(2)
A velocidade média não está sempre cm condições dc caracterizar
exactamente a velocidade do movimento dum ponto M no momento t.
Sc. por exemplo, o movimento é tal que a velocidade d o móvel, muito
grande em princípio, tornando-se muito pequena cm seguida, é evi­
dente que a velocidade média não pode exprimir tais particularidades
do movimento e dar-nos uma ideia certa da verdadeira velocidade do
movimento no instante t. Para exprimir, duma maneira mais precisa, a
verdadeira velocidade com o auxílio da velocidade média, seria necessário

I*) A qui e no seguimento, designaremos a variável e os valores concretos


i|u» riu * tnw. cptívcl dc tom ar para um a mesma letra.
escolher um intervalo dc tempo Ar mais pequeno. O limite para o
qual tende a velocidade média, quando At -* 0, caracteriza o melhor
possível a velocidade do movimento do móvel no instante /. Este
limite chama-se velocidade instantânea do movimento:

v = lim . (3 )
b t-o Aí

Assim, chama-se velocidade instantânea do movimento ao limite


do quociente do acréscimo do caminho percorrido Ay pelo acréscimo
do tempo A r. quando o acréscimo do tempo tende para zero.
Escrevamos a igualdade (3) sob uma forma mais explícita.
Como:
As = / ( f + A í) — /(/).
temos:
> - 11 , + ,3-,
Ai-0 At
Esta fórmula dá a velocidade dum movimento não uniforme.
Vemos, então, que a noção dc velocidade dum movimento não uniforme
está infinitamente ligada à noção dc limite. Só a noção de limite
permitç definir a velocidade de um movimento não uniforme.
Vê-se, da fórmula (3'). que v não depende do acréscimo do tempo,
mas depende de t e da função f(t).
Exem plo — A char a velocidade d o m ovim ento uniformemente acelerado
n um instante qualquer / e no instante t = 2s, sc a lei do movimento for

* -\n‘ y

ResoluçSo — N o instante r temos s = - L g r * , no instante / + A/ teremos

, -I-A<— i g (t -j- AO* —y t <«* *+2 1 + A' a>-


Calculemos Af:

A*— g (/*-b2/A; + A/1) g t M + gA/».

_ , _ As
Formemos o quociente -7— :
At

A. +
Ar Ai 8
gl-r-Tt
* 2
A í;

temos por defm içlo:


> = l im 4 f - l im [g t f 4 - f A / ) = r / .
A í-» Ü Aí A Í -* 0 V * /

Assim, a velocidade n um instante qualquer 1 i igual a v = gi. Q uando


t - 2 temo» (v) t -1 = g X 2 = 9.8 X 2 *= 19,6 m/s.
§ 2. D e fin iç ã o d a d e r iv a d a
Seja
y = /(* ) (D

uma funçáo definida num certo intervalo. Para cada valor da variável x
deste intervalo a função >• = / (x) admite um valor bem definido.
Suponhamos que se dá à variável x um acréscimo Ax (positivo
ou negativo, não importa). A função y recebe, então, um acréscimo Ay.
Assim, para os valores x e x + Ax da variável temos respectivamente
y = / (x) c y + Ay = / (x + Ax).
Calculemos o acréscimo Ay da função y:

Ay = / ( x - f Ax) — /(x ). (2)

Formemos o quociente do acréscimo da função c do acréscimo


da variável independente

Ay _ _ / ( x + Ax) - / ( x )
(3)
Ax Ax

Calculemos o limite deste quociente quando a*, tende para zero.


Se este limite existir, chama-se derivada da função f(x ) e, designa-se
pela notação /' (x). Assim, por definição.

£x-*o Ax
ou
/ (x + Ax) — / (x)
f ’ (x) = lim (4)
Ax

Chama-se, pois, derivada da função y = f (x) em relação a x


ao limite para o qual tende a razão do crescimento da função e o
crescimento da variável independente quando este últim o tende para zero.
Notemos que geralmente para cada valor de x a derivada f (x)
tem um valor determinado, isto é, que a derivada é igualmente uma
função de x.
Emprega-se igualmente as seguintes notações para designar a
derivada
Designa-se o valor concreto da derivada para x = a pela notação
i'( a ) ou / | « - «
A operação que determina a procura da derivada dum a função
f (x) chama-se derivação desta função.
E x e m p lo — 1. Seja a fun ção y — xJ.
Calcular a sua derivada y':
1) num ponto qualquer x;
2) no ponio x — 3.

Resolução:

1) Q uando o valor da variável independenie é igual a x, temos y = x*.


Q uando o valor da variável independente é igual a x + A x, temo* y + Ay =
= (x + A x )*.
Calculemo* o crescimento da funçáo:
A y ( r + Ax“)* — x* = 2xAx -f (Ax)*.

Formemo* o quociente

Ax Ax
Passando ao limite encontra-se a derivada da fu n ç io :

1/ '= lim 4 ^ — (2*+Ax)=2x.


â x - *0 A x A r—o
Assim, a derivada da funçáo v = ** num ponto arbitrário x é igual a:
y ' = 2x.
2) Para x = 3 temos:

y 'l , » 3 = 2-3“ 6-
Exem plo — 2. y = — ; calcular y'.

Resolução — Seguindo a via indicada no exemplo anterior temos:

y m —1 ;. y - f Ay 1
x * x * x+ A *’

1 1 X— X — A x Ax
Ay-
x -fA x x x (x -f-A x ) ~ x (x -f-A x )'
A y _______ 1 #
A x ~~ x ( x -f- A x ) *

y’ = lim — ■ — lim f --- !_■ - .! ---- ----Y -


A x-»o A x a x —0 »- *(*+ A x )J X*
Nota — Estabelecemos no parágrafo anterior que sc a ligação
funcional entre o caminho percorrido s por um ponto material móvel
e o tempo t é dada pela fórmula
* = /(*).
a velocidade v num instante arbitrário t exprime-sc pela fórmula:
As / ( / -f A/) — / ( / )
v = lim -— = lim — — ----- -— i - i - í - .
a i- o Aí A f-o Aí

Então
v = s, = / '( í ) ,

isto é. que a velocidade é igual à derivada (•), em relação ao tempo t


do caminho percorrido.

§ 3. I n t e r p r e t a ç ã o g e o m é t r ic a d a d e r iv a d a
Fomos levados à noção dc derivada ao estudar a velocidade dum
corpo móvel (dum ponto), isto é. partindo de considerações mecânicas.
Agora vamos dar uma interpretação gcoméirica dc derivada, não menos
importante.
Para isso. é preciso, antes dc tudo. definir a tangente a uma curva
num dado ponto.

F ig. 57 F ig. 58

Dada uma curva, seja M 0 um ponto fixo desta curva. Tomemos


sobre esta curva um outro ponto Ã/i c tracemos a sccantc M 0M i
(fig. 57). Quando o ponto M x sc aproxima indefinidamente do ponto A/ 0
permanecendo sobre a curva, a sccantc ocupa diferentes posições
M<M\. etc.
Se. quando o ponto M x. permanecendo sobre a curva, se aproxima
indefinidamente do ponto não importa de que lado. a secantc
tende a ocupar uma posição limite definida pela recta M 0T, esta recta
6 chamada tangente à curva no ponto M 0. (Mais adiante vamos precisar
o que entendemos pela expressão «tende a ocupar.)

(•) Q uando dizemos «derivada cm relaçSo a x • ou «derivada cm relaçSo


ao tempo l » nó* subentendemos que durante o cálculo da derivada a variável
independente é respectivamente x ou r, etc.
Consideremos a função /(x ) e a curva que lhe corresponde num
sistema de coordenadas cartesianas (fig. 58)

y = f (x).

Para um dado valor de x, a função tem por valor y = f (x).


Aos valores x e y corresponde um ponto M„ (x, y) sobre a curva.
Atribuamos à variável x um acréscimo ax. A o novo valor x -f* Ax
da variável independente corresponde um novo valor da função:
y + Ay = / (x + Ax). O ponto correspondente da curva será M» (x + ax,
y + Ay).
Tracemos a secante M 0M i c designemos
por <f o ângulo formado por esta secante com y

o eixo dos x positivos. Formemos a relação ~ ~ . y

De acordo com a figura 58 tem-se:

A// . X
M ,/
Ax B9' (D ___ K V * J T *
-i \0
Se agora Ax tende para zero, o ponto M x
desloca-se ao longo da curva aproximando-se
F í r . 5fl
indefinidamente de Af0. A secantc M* M x movc»sc
cm volta do ponto M 0 e o ângulo ? varia cora Ax.
Se para A x - »0 o ângulo ? tende para um limite a. a recta que
passa pelo ponto M 0 c que forma um ângulo a com o eixo dos x
positivos será a tangente procurada. Calcula-se fàcilmente o coeficiente
angular desta tangente:

tg a = lim lg<T'= lim — = f (x).


Ax—0 cx-o Ax

Por conseguinte.
/ '( x ) = t g a t (2)

isto é. que o valor da derivada (' (x) para o valor dado da variável x
é igual à tangente do ângulo formado pelo eixo dos x positivos e a
tangente à curva representativa da função y = f (x) no ponto corres­
pondente M 0 (x. y).

Exem plo — Enconirar a tangente do fingulo form ado pela tangente &

curva y = x2 nos pontos W , • W , ( — I, 1) (fig. 59).

Resolução — Temos segundo o exemplo (1) do § 2 y' = 2x. Por conseguinte:

*«»■ = / 1 j—i; - 2.
§ 4. F u n ç õ e s d e r iv à v e is
Definição — Sc a função

( 1)
tem uma derivada no ponto x = x0, isto é. se o limite

lim — = 1 + (2)
A*-M> A x £ *-*« Ax

existe, dir-sc-á que a função 6 derivável para o valor x = x« ou. o


que eqüivale ao mesmo, que ela tem uma derivada neste ponto.
Se a função tem uma derivada em cada ponto dum segmento
[a. 6] ou dum intervalo (a . b). diz-se que ela é derivável sobre este
segmento [a. 6] ou respectivamente neste intervalo
(a. b).

Teorema — Se a função y = f (x) é derivável


no ponto x = x0. ela é continuo neste ponto.
Com efeito, se

,im =
áx-*o A x

então.

Ax

em que y 6 uma grandeza que tende para zero quando ax -»0. Ora.

Ay = / ' ( x 0) A x - 1 - y A x ;

donde resulta que Ay -> 0 quando Ax -» 0. o que exprime que a função


/ (x) é contínua no ponto x 0 (ver § 9. capitulo II).
Assim, nos pontos de descontinuidade uma função não pode ter
derivada. A proposição inversa não é verdadeira, isto é. sc uma fun­
ção y = / (x) é continua no ponto x = x 0, não resulta que ela seja
derivável nesse ponto: a função /(x ) pode não ter derivada no
ponto x0. Para justificarmos, consideremos alguns exemplos.

E x e m p lo — I. A funçSo /(* ) 6 definida sobre o segmento [0.2] da


seguinte maneira (ver fig. 60):

f(x )= x para 0 < x < l,


/ (*) — 2 x — 1 para 1 < * < 2.

Esta funçSo nSo tem derivada no ponto x *= I , ainda que seja contínua
neste ponto.
C o m efeito para Ax > 0, temos:

/ ( 1 +Ax)— / { ! ) _ .. [2(1 A x j— 1| — [2*1 — 11 _ , . m 2Ax


lim lim 2.
A x -0 Az A x-*0 Ax Ax-*o A l

para A x < 0, temos:

üm Um L L h M z i n um 1.
A x -0 Az A x -»0 Az Ax- 0 Az

O limite considerado depende, pois, do sinal de Az e, por conseguinte,


a fu n ç lo nSo tem derivada no ponto x = I <•). Geometricamente isso quer
dizer que no ponto x — 1, esta «curva» n io tem
tangente definida.
A continuidade desta funçSo no ponto n » I,
resulta de

\y Az Ax < ° .
A y = 2Az P»« Az> 0,
e. por conseguinte, independente do sinal de Ax,
Ay —* 0 quando Ax —►0.

Exem plo — 2. A fu n ç lo y = i ' n, cujo grá­


f i c o é dado pela figura 61, i definida e contínua
para todos os valores da variável x.
VaniOS vçr K C*1í» funçüo tem derivada para x = 0. Para isso, calculemos
o valor desta funçSo nos pontos x = 0 e x = 0 + Az; para x = 0, temos y «■ 0;
para x = 0 + Ax temos y + Ay = \
v- (Ã x ), donde

Ay = > ( A x ) .
Procuremos o limite da ra zlo do crescimento du função e o crescimento
da variável independente

lim -^ -*= lim -4 ^ - - lim -5- = = = = -| -co .


Ax-»0 A z Ax-*0 Az Ax-*0 y A z*

Assim, a razâo do crescimento da funçSo e o crescimento da variável


independente para x = 0 tende para infinito quando Ax —► 0 (e, por conse­
guinte, o limite nSo existe). A funçSo considerada nSo i , pois, derivável no

ponto x = 0. A tangente a esta curva forma neste ponto um ângulo igual a -ÍL

com o eixo Ox, isto é. que ela coincide com o eixo Oy.

§ 5. C á lc u lo d a d e r iv a d a d a s fu n ç õ e s e le m e n ta r e s .
D e r iv a d a d a fu n ç ã o >• = xn p a r a n in t e ir o e p o s it iv o
Para calcular a derivada duma dada função y = /(* ). deve-se
cm virtude da definição da derivada efectuar as operações seguintes:

Av
( •) Segundo a d efin içlo de derivada, o quociente ^ deve tender para

um lim ite determinado quando A» -* 0 independentemente da maneira com o Az


tende para zero.
1) dar um acréscimo ax à variável x, calcular o valor correspondente
da função:
y - f Ay = / ( x - f Ax);

2) calcular o crescimento correspondente da função:

Ay = / (x -f Ax) — / (x );

3) formar a razão entre o crescimento da função c o acréscimo da


variável:
Ay = / (x -f- Ax) — J (j) #
Ax Ax

4) calcular o limite desta razão quando Ax -» 0:

,. Ay .. / (x -f Ax) — / (x)
y = lim — = lim —— 1--- -—
A* -» 0 Ax Ax
Adoptamos aqui e nos parágrafos que se seguem este processo
geral de cálculo da derivada de certas funções elementares.

Teorema — A derivada da função y = xn. em que n é um número


inteiro positivo, é igual a nxn _1, isto é,

se y = x " , então, y = « x r‘ (I)

Demonstração — Seja a função y = xn.

1) Se x sofre um crescimento ax. então.


y -f Ay = (x -f Ax)".

2) Utilizando a fórmula do binômio de Newton temos

Ay = (x -f- Ax)n - x n = x " + j- x " ‘ Ax +

OU

Aj/ = n x ’, -‘ Aj: + 5 ^ = ^ x " - , (A j), + . . . + (Ax)".


1 *2
3) Calculemos o quociente:
4) Achcmos o limite deste quociente:

r t• Ay i • _ r _n —l i ~ 1 ^_ |
y = lira — = lim \nx H--- ——— x Ax -f-. . .
£x -*0 Ax £>x~*0 L 1*2

... + ( A i) " - '] = n *


,«“ 1

logo. y = nxn-l > como se queria demonstrar.


E x e m p lo — 1. V — **. / - ^ = $**■
Exem plo — 2. V = V - 1*‘ _I - 1. If = 1.
Este resultado tem um a interpretaçSo geométrica m uito simples: a tangente
da recta y = x coincide para todo» os valores de x copi a própria recta e,
por conseguinte, forma com o eixo dos x positivos, um Angulo de 45u cuja
tangente 6 igual a 1.

Notemos que a fórmula (1) é igualmente válida no caso em que n


é um número fraccionário ou negativo. (Isso será demonstrado no § 12.)
E x e m p lo — 3. {/ —
Púnhamos esta funçSo sob a forma
i
If—
entâo, segundo a fórm ula (1) (tendo em conta a nota precedente), tem-se:

1 2±-i
* -T *
ou

V'
2VI
E xem plo — 4. v =>---- — .
*V *
Púnham os y sob a forma:

y = z

E n tJo. 3 &
3 “ 2 3 ~ 2 3
V = ——* ——õ x ------ 77 =--
2 2 2 x« Y *

§ 6. D e r iv a d a s d a s fu n ç õ e s y = s e n x; y = c o s x
Teorema — 1. A derivada do senx é cos x, isto é.
se y = sen x. então / = cos x (II)
Dentonstração — Consideremos na variável x um acréscimo Ax.
Então:
1 ) y -f- Ay = sen (x -f A x );
2) A y = sen (r -f* Ax) — sen x = 2 sen — £ x
2

x -f Ax — x ___Ax / , Ax\
X c o s --------- = 2 s e n --- cos I x H----|;
2 2 V 2 /

\x / Ax\

s(x+t):
2 sen — cos 1
( x 4-f- — ))
sen —
---
A// 2 V 2 / 2
.i) — = -------------------- -- ------- cos
J
Ax Ax Ax
T
Az
sen
* «• Ay .. 2
4) y = lim — = 1mi - l im cos
a -t- o A x Ax Ax-o
T
mas como
_ Ax
860 T
lim ---- — = 1,
AX~*0 Ax
T
tem-se

y' =
(■+*)-
lim cos ( x - f — ) = cosx.
Ar-*0

A relação procedente é legítima pelo faclo de cosx ser uma


função contínua.

Teorema — 2. A derivado do cosx é — sen x, isto é.


sc y = cos x, então. / = — sen x (III)

Demonstração — Consideremos um acréscimo Ax na variável x.


Então:
y + Ay = cos (x -f A x );

Ay = cos(x -f- Ax) — c o s x = — 2 sen r -^~ Ax — x ^


2

XSCn Í ± ^ i ± f = _ 2 se0 ^ í , ra
Ax
. sen -s-
At/ ___________ 2
sen
Ax Ax
?

Ax
A sen tt-
Ay .. 2
y = 11 iii — = lim — sen
a * - * o Ax A x -*o Ax
2
f , Ax\
= — h m sen I x H--- I .
Ax-0 V 2 )
Tendo cm consideração que sen x é uma função contínua, obtemos
em definitivo:
y = - sen x

§ 7. D e r iv a d a s d u m a c o n s t a n te , d u m p r o d u to d u m a
c o n s ta n te p o r u m a fu n ç ã o , d u m a s o m a , d u m p r o d u to
e d a d iv is ã o d e d u a s fu n ç õ e s

Teorema — I. A derivada de uma constante é igual a zero, isto é,


sc y = C em que C = constante, então, / = 0 (IV)

Demonstração — y = C e uma função dc x tal que para todo


o x o valor de y é igual a C.
Logo, qualquer que seja x

y = j { x ) = C.

Consideremos um acréscimo A .t ( A x ^ 0 ) na variável x. Um a vez


que a função y conserva o valor C, qualquer que seja o valor da
variável independente, tem-se

y -f- Ay = / (x -1- Ax) = C.

Por conseguinte, o crescimento da função é igual a

Ay = / (x -f Ax) — / (ar) — 0
e a razão entre o crescimento da função c o crescimento da variável
independente é

Ax
Logo. , .. Ay
y = h m — = 0,
à x - Q Ax

isto 6, y ' = 0.

Este resultado admite uma interpretação geométrica simples. O grá­


fico da função y = C é uma recta paralela ao eixo Ox. A tangente
a este gráfico coincide evidentemente cm todos os pontos com esta
recta c. por conseguinte, forma com o eixo Ox um ângulo cuja tan­
gente / é igual a zero.
Teorema — 2. Pode-se separar um factor constante de debaixo
do sinal de derivação, isto é,
se y = Cu (x) (C = const.), então, / = Cu ' (x) (V)
Demonstração — Repetindo o raciocínio da demonstração do teo­
rema anterior tem-se
y = C u(x ) ;
y -f A y = Cu (x -f Ax) ;
A y = Cu (x -f Ax) — Cu (x) = C [u (x -f Ax) — u (x)],
Ay _ c u (x -f- Ax) — u (x)
Ax Ax

.. Ay „ ,. u (x -f Ax) — u (x)
y = lim — = C lim —— '--- ------ -,
Ax-*0 Ax AJC-0 Ax
isto é.
y — Cu (x).
E x e m p lo — 1. V =* 3 ~~~ •

3 ( l7 l) ’= 3(/r V - 3 ( - T ) 1 2
isto 6,

2x V ^
Teorema — 3. A derivada da soma de um número finito de
funções deriváveis é igual à soma das derivadas destas funções (*).

(•) A expressão y — u (x) — v (x) 6 equivalente a y = u (z)-j-(— I) v (x)


e / ■ |u (x) — ( — 1) p(x)|' ■■ u ' (x)-f |— i> (x)|* = u ' (x) — v ' (x).
Por exemplo, para o caso de tròs funções temos:

y = u ( 2') + v{x) + w (x), y' = u (x) -f v (x) -f- w‘ (x). (VI)

Demonstração— Para o valor de x da variável independente

y = u -f* v -f a».

(Omitimos a variável x na notação das funções para facilitar a escrita.)


Para o valor x 4 Ax da variável independente temos:

y -|- Ay = (u -f- Au) 4- (v 4- Ay) -f (w -f Aw),

cm que Ay, A u, At», A w são respectivamente os acréscimos das fun­


ções y, u. v. w, para um acréscimo correspondente ax da variável x.
Por conseguinte,
* v ia t \ Ay àu At? Aw
Ay = Au 4 - Atf 4 - A ir. — = - — 4 -— 4 -— ,
Ax Ax Ax Ax

Ay A« , Ay . .. Aw
y = lim — = l i m --- f- l i m --- b Im) ---
áx-+0 Ax Ax-*9 Ax Ax-0 Ax Ax-0 Ax
ou
y = u (x) 4 - v (x) -f w (x).
i
E xem plo — 2. y = Z x * -- j — -
V*

V = 3 - 4 r » - ( — J-)
iíto ( .
V' = 12x» * 1 1
3 X > X

Teorema — 4. A derivada do produto de duas funções deriv&veis


é igual ao produto da derivada da primeira função pela segunda mais
o produto da primeira função pela derivada da segunda, isto é,

sc >• = uv, então, / = i/v 4 uv' (V II)

Demonstração — Seguindo o raciocínio utilizado na dem onstração


do teorema anterior, tem-se:
y = «r.

y \ \y = (ti : \u) (t* -f Ar).

\y - 0 / 1 \u A r) — uv = Ami?4~ «A tr- f AuAi\


Ay Au Av . . Av
= Lr + U + Au — ,
Ax Ax Ax Ax

.. Ay .. Au , Av , . Av
y = Um — = lim — v -f lim u --- f- lim Au — =
Ax
Ax-0 Ax-0 Ax Ax-0 Ax Ax-0 Ax

Au\ Av . . .. Av
lim — I v -f- u l i m --- f- lim Au lim —
A x — O Ax/ A x — O Ax Ax— O A x — O Ax

(um a vez que u e v não depende de a x ).


Consideremos o último termo do membro direito

lim Au l i m — .
Ax— 0 Ax— 0 Ax
Sendo u(x) uma função derivável, também é continua. Então,
lim Au = 0. Além disso.
A x -*0
.. Au
lim — = v =£ oo.
Ax-0 Ax
Assim o termo considerado é igual a zero. e temos por fim:
y = u v -j- uV,

Este teorema permite obter sem dificuldade a regra de derivação


do produto de um número qualquer de funções.
Assim, se considerarmos o produto de três funções
y = uvw,

pondo-o sob a forma do produto dc u e de (vw), temos:


/ = u ' (vw ) -f u (v w )' = i/ v w + u ( v V + v w ') = u'vw -f u V w -f u v W .

Este processo permite obter uma fórmula análoga para a derivada


do produto dum número qualquer (finito) dc funções. Se y = u ,u,
.... u,, . então.
y' = u[u2 . . . Un-jU* -f u ,u ; . . . + . . . 4- UlUt . . . Un-l*n.
Exem plo — 3. Sc y = x* sen x, enifio
y ' — ( x - y sen x-f-x* (\enx)' = 2x sen x - f x* cos x.
Exem plo — 4. Se y — \r x sen x cos x. e n tio .

!/'={"V*Y x cosi-f l/x (seni)'cos x-f-^/xsenx ,y

r s e n ic o s x + 1 / x c o f lx c o s x - { - *\ /x se n x (— senr)
2 y~x
sen x c o s x -f - 1 "x (c o s s x — »en* x ) = -\ -~ \ /x c o s 2x.
2 yx 4Vx
Teorema — 5. A derivada duma fracção (isto é. da divisão de
duas funções) é uma fracção cujo denominador é igual ao quadrado do
denominador da fracção considerada e o numerador c igual à diferença
do produto do denominador pela derivada do numerador e do produto
do numerador pela derivada do denominador, isto é.

U , UV — UV
sc y = — , cntao 7 = --- -— . (V III)
v r
Demonstração — Sc Ay. Au e Av forem respectivamente os acrés­
cimos das funções y. u, e v para o crescimento ax da variável x, temos

, u -f Au
y 4 - Ay =
v -j- Av

u -f Au u v Au — u Av
Ay
r - f Av v v(t>4-Ai>)

v A u — uA v Au Av
---------- — v—u—
Ay Ax __ Ax Ax
Ax y(v4-At>) u(i/4-Ai>)

Au Av .. Au .. Av
— v—u — v l i m ---- u h m —
Ay Ax Ax Ax~o Ax ix-o Ax
u = lim — = l i m ---------------- --- ------------------------------ .
Ax Ax-*o t>(i>4-At;) u lim ( r - f Ai>)
íi- 0

donde, tendo em conta que Av -> 0 quando Ax -> 0 (*), temos


u v — uv
y = — =— •

X3
Exem plo — 5. Se <j = — —- , entSo,
COS X

, __(x3)' c o s x — x3 (c o s x )' 3x- c o s x 4 -x 3sen x


y ~ co s*x — CUS2 X

Nota — Se a função considerada é da forma

(•) lim A v = 0 porque v (x) é um a íunçSo derivável e, por conieguinle.


A X -*0
contínua.
em que o denominador é uma constante, em vez de utilizar a fór­
mula (V III). para calcular a derivada, é preferível utilizar-se a fórmula (V):

G a ro que este resultado pode ser igualmente obtido com a ajuda


da fórmula (V III)

Exem plo — 6. Sc y = . cnüto,

., (cos x )' vrn x


y — - 7 ----- ---- — •

§ 8. D erivação d u m a fu n ç ã o lo g a ritm ic a

Teorema — A derivada da função log^ x é igual a X log*. e, isto é.


x
sc y=\ oga x, então j/' = — log„ e. (IX )

Demonstração — Sc Ay for o crescimento da funçáo y = Ioga x


para um acréscimo correspondente Ax da variável x. então:
y + Ay = loga (x + A x );

Ay = loga (x - f Ax) — loga x = loga^ " — = loga ^1 4 - ^ - ) *.

f r b M ' + “ )•

Multipliquemos e dividamos por x a expressão do segundo membro


da última igualdade:
X

Ay 1 x ( Ax\ 1 , / Ax\a*
"ü = 7 Ã í l t ) = 7 1 T / •

Ax
Designemos a quantidade — por o. É evidente que o -> 0 quando
JC
Ax tende para zero para um d a d o valor de x. Por conseguinte,

t “* == ~ io g a ( i 4 - « y * V
Ax x
Ora. sabemos que (ver § 7, cap. II)
±
l i m (1 - f c t ) ° — e.
a—0

Sc a expressão que figura sob o sinal do logaritmo tende para


o número e, o logaritmo desta expressão tende para loga e (em virtude
da continuidade da função logarítraica). Donde temos, finalmente:

y ' = íim lim - i- lo g a (l-f-a)'° = -i-log„<r.


Ax-0 AX a_*o X X

Considerando que Ioga e — podemos pôr a fórmula obtida


sob a forma:

✓ - 4x - 1
Log a '

Notemos um caso particular importante desta fórmula: se a - e.


então. Log a = Log e = I . isto é.

sç y = L o g x , então, l / ' = y - (X )

§ 9. D e r iv a d a d u m a fu n ç ã o c o m p o s ta
Seja y = f (x) uma função composta, isto 6. que pode ser escrita
sob a forma:
y = F (u ), u = <p(x)

ou ainda y — F [f (x)J (ver § 8. cap. I). Na expressão y = F («). u


chama-se variável intermediária.
Estabeleçamos a regra de derivação dum a função composta.

Teorema — Se a função u = <p(x) tem uma derivada u'x = / (x)


no ponto x e a função y = F (u ) tem uma derivada y'u = F '(u ) para o
valor correspondente de u. então, no ponto considerado x a função
comporta y = F [? (x)] tem igualmente uma derivada igual a

(» )* '(* »
onde u deve ser substituído pela expressão u = ? (x). Mais simplesmente

J/x = i / X ,
isto é, que a derivada duma função composta é igual ao produto da
derivada desta função em relação à variável intermediária u pela
derivada em relação a x da variável intermediária.
Demonstração — Para um dado valor dc x teremos:
u = (f(x), y = F (u ).

Para o novo valor x + Ax da variável x. tem-se


u -f Au = <p (x -f Ax), y -f Aí/ = F (u -|- Am).

Assim ao crescimento Ax corresponde um crescimento Au ao qual


corresponde por sua vez um crescimento Ay; além disso, quando Ax -* 0
teremos Am -* 0 e Ay -* 0. Por hipótese.
Au
lim = £ = yu,
Au-*0 AM

Desta relação e segundo a definição dc limite temos (para Am 0):

^ = ( 1)
A m

onde <t->0 quando a m -> 0. Escrevamos a igualdade (1) sob a forma


Aí/ = y'uAu - fa A u . (2)
A igualdade (2) é igualmente verificada para Am = 0 qualquer
que seja a, visto que neste caso ela se transforma em identidade 0 = 0 .
Para Am = 0 poremos a = 0. Dividamos todos os membros da igual­
dade (2 ) por Ax:
Ay .A m Am
* = ^ u — + * — -• (3)
Ax Ax Ax

Por hipótese.
l i m — = ux, lim oc = 0 .
A x -*0Ax Ax— 0

Passando ao limite na igualdade (3) quando Ax -> 0 temos:


i£ = y ú * * » c.q.d. (4)
Exemplo— 1. S e ja a fu n ç ã o y = se n (xl ). C a lc u le m o s [ / *. E sc r e v a m o s
e sta fu n ç S o so b a fo r m a de fu n ç S o c o m p o sta d a se g u in te m a n e ira :

E n c o n tr a m o s: ^ — *e n u * u ~ x*’
Ifi — c o s u, u.i — 2 x .
P o r c o n se g u in te , se g u n d o a fó rm u la (4 )
Ux “ Uu“x = cos U‘2x.
S u b stitu in d o u p e la su a e x p r e ssã o c m x, te m o s fin a lm e n te :
Vx « 2 x c o s (x 1).
Exem plo — 2. Seja a função > = (L o g x )». Calculemos l/x . Podemos pôr
esta função sob a forma:

y *** u3, u — Log x .


Encontramos:

Por conseguinte,
1 8 6 6 0
< /i^3 u2 1 = 3 (Log x ) í i . tr

Se a fu n ç ã o y - f (x ) pud er ser posta sob a form a

y = F(u), u = y(v), v=y$(x)t

o c álc u lo d a de rivad a / x pode ser efectuado a p lic a n d o sucessivam ente


o teorem a precedente.
E m v irtud e d a regra q u e acabam o s d c d e m o n stra r temos:

y'x = y'uux•
A p lic a n d o este teorem a para ca lcu lar i / x temos:

Ux = U 0 Vx .

S u b stitu in d o a expressão d c t / x na ig u ald a d e precedente tem os:

y'x = y » ' x (5)


ou

y'x = K («) 90 (*>)

Exem plo — 3. Seja a função y = sen [(Log x)1]. Calculemos y'x. Ponhamos
esta funçlo sob a forma seguinte:

y = sen u, u = f*, y = L o g jr .
Encontramos:

Por conseguinte, temos em virtude da fórmula (5):

V'x — Vu u ’x>vx ~ ^ (COS ’


ou finalmente:

y ; = cos [(Log z )3 ].3 (L o g x )s i- .

Notemos que a função considerada só é definida para x > 0.


§ 10. D erivadas das funções y = t g x, y = cotg x, y = Log |x ]

Teorema — 1. A derivada da função tg x é igual a — , isto é,


cos* x
1
se >• = tg x. então, / = — — . (X I)
cos x
o a a 8 1
Demonstração — Como

senx
y= ~
cosx

temos cm virtude da regra de derivação das fracções [ver fórmula (V III).


§ 7. cap. IIIJ:

• __ ( sen z) cos x — sen x (cos x)


y — rn
COS X

_ cosx cosx — sen x ( — sen x) _ cos8x -f- sen 2 x _ 1


cos’ * co?*J cos*x

Teorema — 2. A derivada da função cotgx é igual a — — ^ —


sen • x
isto 6.

se y = cotg x, então, y' -------:— . (X II)


senz x

Demonstração — Como

_ cosx
senx
então.

. _ (cos/) senx — c o s x (s e n x )' _


sen*x

— sen x sen x — cos x cos x sen ‘ x -f cos3 x


sen*x sen; x sen‘ x

Exem plo — 1. So y = ig V x, então,


1 1
cos2V* 2V J cos2V*
Exem plo — 2. Se y = Log cotg x. e n tlo,

»*—_L _ /ct« ( ___í_\ ______ L __—____ “__


ctgx R ctgxV *en : x) cos x sen x sen 'lx
Teorema — 3. A derivada da função Log |x | (fig. 62) é igual
a — , isto é

se >• = Log |x |. então, / = — . (X III)


X

Demonstração — a) Sc x > 0. então. |x | = x, Log \x\— Log x


c. por conseguinte,
1
y = 7 -
b) Seja x < 0, então. \x\— — x. Mas

L og| 2 |= L o g ( — x).
(Notemos que se x < 0. então, — jc > 0.)

Ponhamos a função y = Log ( — jc) sob a forma dum a função


composta pondo

y = Logu; u = — x.
Então.

y'x = yWx = ~ ( — 1 ) = — (— 1) =
U — X X

Logo. para os valores negativos de x encontramos ainda a fórmula

. I
F* = -

Assim, a fórmula (X III) está demonstrada para todos os valore*


de x 0. (Para x = 0 a função Log |x | não é definida.)
§ 11. F u n ç ão im p líc ita e sua d e rivad a

Suponhamos que os valores das variáveis x c y estão ligadas


entre si por uma equação que designaremos simbòlicamcnte por

F (x , y) = 0 . (1 )
Se a função y = / (x) definida num intervalo (a, b) é tal que
substituindo a equação ( 1 ) y por 1 (x) esta equação sc transforma em

Fig. 63 Fig. 64

uma identidade cm relação a x, então, a função /(x ) é chamada função


implícita definida pela equação ( 1 ).
Assim, por exemplo, a equação:

x* -f y2 — «2 = 0 (2 )
define implicitamente as funções elementares seguintes (fig. 63 c 64):

y = (3)
(4)

Com efeito, depois dc ter substituído y por estas expressões,


a equação (2 ) transforma-sc numa idcntkiade:

x 2 -f- (a 3 — x*) — a3 = 0 .
As expressões (3) e (4) foram obtidas resolvendo a equação (2)
em relação a y. Mas não é sempre possível encontrar a forma explícita
duma função implícita, isto é. que não é sempre possível exprimi-la
sob a forma y = f(x )(* ) em que /(x ) 6 uma função elementar.
Assim, as funções definidas pela equação

t / — y — x* s 0
ou

y — x — 1 sen y = n0

( •) Se uma fu n ç lo 6 definida por uma equaçfio da forma y = / (x )


dtz-se que ela é dada sob a forma explícita, ou que 6 um a fuoçSo explícita.
não sc exprimem com o auxílio das funções elementares, isto é. que
não se podem resolver em y por meio das funções elementares.

Nota — 1. Notemos que os termos função implícita e função


explícita caracterizam o modo dc expressão da função dada e não a
natureza desta.
Toda a função explícita y = f (x) pode ser posla sob a forma
dum a função implícita y — / (jc) = 0 .
Indiquemos agora a regra que permite encontrar a derivada duma
função implícita sem a ter previamente posto sob a forma explícita,
isto è. y — f (x).
Suponhamos que a função é dada pela equação
* 2 -f y* — aa= 0 .

Se y é a função de x definida por esta equação, então, esta


última transforma-se em identidade.
Derivando os dois membros desta identidade em relação a x.
e supondo que y é função dç x. temos (segundo a regra dc derivação
das funções compostas):
2z + 2 y y '= 0 ,

donde:

Notemos que se tivessemos derivada da função explícita cor*


respondente
y= W — I a,
teríamos tido
x __ x
~ y 7 ^7 ~ ~ ~ y ’
isto é. o mesmo resultado.
Consideremos ainda um exemplo de função implícita:
/ — = 0.
Derivemos em relação a x :
fy /V — y ~ 2 * — o,
donde
2x
y ~~ — 1 ‘

Nota — 2. Os exemplos considerados mostram que para calcular


o valor da derivada duma função implícita para um valor dado da
variável x, é preciso conhecer igualmente y para este valor de x.
§ 12. D e r iv a d a d u m a fu n ç ã o p o tê n c ia q u a n d o o e x p o e n t e é
u m n ú m e r o r e a l q u a lq u e r , d e r iv a d a d a fu n ç ã o e x p o n e n c ia l e d a
fu n ç ã o c o m p o s ta e x p o n e n c ia l

Teorema — 1. A derivada da função xn. onde n é um número


real arbitrário, é nx1»-1, isto é.

se y = x '1 então y '= s n x n~l . (0

Demonstração — Seja x > 0. Tomando o logaritmo da função dada.


temos:
Log y = n Log x.

Derivemos os dois membros da igualdade obtida (cm relação a x)


supondo que y 6 uma função dc x:

y' 1 , 1
- = " y = y n -■
y x x
Substituindo y pelo seu valor y = xn, temos em definitivo:

y' = n x " - ‘.

Demonstra-se fàcilmentc que esta fórmula é também verdadeira


para x < 0 sc xn tem um sentido (•).

Teorema — 2. A derivada da função ax em que a > 0 é a* Log a,


isto ê.
sc y — ax então í/' = ax L o g a . (X IV )

Demonstração — Tomando o logaritmo da igualdade y = ax, temos:


Logy = xL oga.

Derivemos a igualdade obtida supondo que é função dc x:

— t/ = L o g a ; y' = y Log a
y
ou
y = a x Log a.
Sc a base do logaritmo a = e, então Log e = l e temos a fórmula
y = e*, y’ = ex. (X IV ')

(•) Anteriormente (§ 5. C apítulo I II) demonstramos esta fórm ula para


o caio de n inteiro positivo. Ela está demonstrada agora para o caso geral
(para todo o núm ero n constante).
E x e m p lo — 1. Seja a funçSo

U = •*'.
Escrevamo-la *ob a forma dum a funçSo composta introduzindo a variívcl
intermediária u:
V - «u . u = x*;

u.; = 2x.

•• P° r C° n“ 8Uin"- =■ ,« 2* - ^ 2x.

Chama-se função cornpOsta exponencial a toda a função exponen-


cial cm que a base e exponente são funções dc x. por exemplo, (sen x)**.
s 1* * , r * . (Log x)*, etc., e cm geral toda a função da forma
í - [ « W ] * b >m u ‘

6 uma função composta exponencial.


Teorema — 3.

Se y = u c, então y * vur V - f* m V Logu. (X V )


Demonstração — Tomemos o logaritmo da função y :
Lotf y = vLo g u .

Derivando esta igualdade cm relação a x. temos:

— f/ = r — M *-f* r ' L o g i c ,
y »
donde

Substituindo y pela expressão U9 temos:


y = = m '~ W + u rv L o g u .

Assim, a derivada duma função composta exponencial compreende


dois termos: obtém-se o primeiro supondo no decurso da derivação
que u é uma função dc x e v uma constante (isto é. considerando uv
como uma função potência)-, obtém-se o segundo termo supondo que v
6 uma função de x e m uma constante (isto é, considerando u° como
uma função exponencial).
Exem plo — 2. Sc y - < *, entSo,

mi y' = x zX ' K <*') 4* x * (x ') L o g X

,j' .= , t ,|_ Z X Í<0R x _ J.X ( t L o g X).


E xem plo — 3. Se y = (sen *) **, entSo.
v ' -= x* {sen x)***1 (sin x )' - f (s è n x )* ' <x»)' Log sen x —
= x* (sin x)x,_1 cos x -f> (*c n x )x‘ 2x Log sèn x.

O processo aplicado neste parágrafo para calcular a derivada


consiste em procurarmos primeiro a derivada do logaritmo da função
dada ; este processo é frequentemente empregado para encontrar a
derivada de certas funções, visto que, muitas vezes, ele simplifica os
cálculos.

Exem plo — 4. Seja calcular a derivada da função


(x + Q i V x - l
y (x + 4 )*e * •
ResoluçSo — T om ando o logaritm o desta expressSo temos:

L o g y = 2 L o g ( x - f l ) + - i- L o g (x — 1) — 3 L o g (x - f 4 )— x.

Derivando os dois membros desta igualdade, encontramos

y x+ 1 2 (x — 1) x+ 4

temos:

Nota — A expressão — = (Log y)\ a derivada do logaritmo nepc-


riano da função dada y = y (x), é chamada derivada logarítmica.

§ 13. F u n ç ã o in v e r s a e s u a d e r iv a d a
Seja
(D

uma função crcsccntc (fig. 65) ou decrescente definida no intervalo


{a, b) (a < b) (ver § 6, cap. I). Seja / (a) = c. f (b) = d .
Para fixar ideias consideremos uma função crescente.
Tomemos dois valores diferentes x, c jc3 do intervalo (a. b). Em
virtude da definição das funções crescentes, resulta que sc < x, c
y> = /(* i). ya = f(x a), então y\< y2. Logo, a dois valores diferentes
xx e x2 correspondem dois valores diferentes y, c y; da função. Inversa­
mente, se yi < y2 c y, = / (*,), y* = 1 (**). resulta da definição das
funções crescentes que xx < xz. Assim, sc estabelece uma correspon­
dência biunivoca entre os valores dc x e os valores correspondentes de y.
Considerando os valores de y como os valores da variável inde­
pendente e os valores de x como os valores da funç|o, obtemos x
em função de y:

*= < P (j/)- (2 )

Esta função 6 chamada função inversa da função y = / (x). É evi­


dente que a função y — f (x) é a função inversa da função x = <pfy),
Demonstra-se por um raciocínio
análogo que a função decrescente i*
admite também uma função inversa.

N o ta— \. Limitar-nos-emos
a citar, sem a demonstrar, a pro­
posição seguinte: sc a função cres­
cente (ou decrescente) y = f (x) 6
continua sobre o segmento [a. bJ e
/ {a) = c. f (b) = d, então, a fun­
ção inversa é definida c contínua Fig. Gõ
sobre o segmento [c. d].

E xem plo — I . Seja a funçSo y = x3. Esta funçSo é crescente no intervalo


infinito — » < jc < + oc, cia tem um a fu n ç lo inversa x = f ^ í f i g . 66).

Notemos que se encontra a função; inversa x = <p(y) resolvendo


a equação y = f (x) em relação x.

Exem plo — 2. Seja a funçSo y = e*. Esta fu n ç lo é crescente no intervalo


infinito — oo < * < + oo. Ela admite para função inversa x = L o g y . O dom ínio
de definição da função inversa 6 o intervalo 0 < y < oo (fig. 67).
Nota — 2. Sc a função y = f (x) não é nem crescente nem decres­
cente sobre um intervalo, ela pode ter várias funções inversas (•).

Exem plo — 3. A funçáo y = x* 6 definida no intervalo infinito — oo <


< x < + oo. Ela não 6 nem crescente nem decrescente e não admite funçáo
inversa. M as se considerarmos o intervalo 0 < x < oc, vemos que esta funçáo
é crescente neste intervalo e que a sua funçáo
y.j1 inversa 6 x — v H T N o intervalo — » < x < 0
a função i decrescente e admite por funçáo
inversa a fun ção x = — \r y~(fig. 68).

Nota — 3. Sc as funções y = f (x) e


,Vy* = ?(.y) são respectivamente inversas, o
* seu gráfico é uma mesma curva. Mas. sc
designarmos dc novo a variável indepen-
dente da função inversa por x c a função
0 x por y e sc traçarmos 0 gráfico destas duas
funções relativamente a um mesmo sistema
Fig. 68 de eixos dc coordenadas, obteremos dois
gráficos diferentes.
Vê-se fàcilmcnte que estes gráficos são simétricos em relação à
bissectriz do primeiro quadrante.

Exem plo — 4. Sobre a figura 67 traçamos os gráficos da fu n ç lo y «= «■*


(ou o de x = Log y) e a sua funçáo inversa y = Log x estudadas no exemplo 2.

Vamos demonstrar agora um teorema que permite encontrar a


derivada da função y = / (x) conhecendo a derivada da sua função
inversa.

Teorema — Se a função

( 1)
admite uma função inversa
* = <r(y) (2)

em que a derivada 9 (y) num potuo dado y é diferente de zero. então,


a função y = f (x ) possui no ponto correspondente x uma derivada V (x)

/ ’ (*) (X V I)
V (y)
(•) Salientamos, um a ver m a u , que ao dizer-se que y 6 um a função
de x, subentende-se um a dependência unívoca entre y e x.
Assim a derivada dc uma das duas funções reciprocamente inversas
é igual ao inverso da derivada de outra função no ponto considerado (•).

Demonstração — Derivemos os dois membros da igualdade (2)


cm relação a x, supondo que y é uma função de x (*•):

1=<p'(«/) y\r.
donde

l/x

Notando-se que / x — f (x), obtemos a fórmula (X V I) que pode­


mos pôr sob a forma:
1
«/* = — •

O resultado obtido possui uma ilustração


geométrica muito simples. Consideremos o gráfico
da função y = f(x ) (fig. 69).
Esta curva será também o gráfico da fun*
ção x = ? Çy) cm que x t a variável dependente
e y a variável independente. Consideremos um
ponto qualquer x, y) sobre esta curva. Tra­
cemos a tangente à curva neste ponto. Designe­
mos respectivamente por a e /? os ângulos for­
mados por esta tangente com os eixos positivos
Ox e Oy. Segundo os resultados do § 3 relativos à significação geo­
métrica da derivada deduzimos:

f(* )~ tg c c , 1 3)
<p'(i/) = tgP- i

Resulta imediatamente da figura 69 que se a < ^ , então

ji
P = 2 -a.

( •) Q u a nd o escrevemos f (x) ou y'x. supomos que durante o cálculo da


derivada a variável independente é x; igualmente, quando escrevemos 9 '0 0 ou
supomos que durante o cálculo da derivada a variável independente é y.
Notem os que depois de ter derivado em relaçSo a y devemos substituir y
pela expressão í (x ) do segundo m em bro da fórm ula (X V I).
( • • ) De facto. procuramos aqui a derivada da funçáo de x dada impü-
cilamente pela e q u a çio x — v (y) = 0.
3 jx
Sc a > ~ , vê-se fàcilmcntc que p = Por conseguinte,

temos sempre
tgp = ctga,
donde
tgct t g p = tgactga= 1
ou
1
tg a =

Substituindo tg« e t g £ pelos seus valores deduzidos da fórmula (3)


obtemos

/■(*) = - 7T-
(f (y)

§ 14. F u n ç õ e s t r ig o n o m é t r lc a s in v e r s a s e s u a s d e r iv a d a s
1) A função y = are senx.
Consideremos a função

x = sen y (D
e tracemos o seu gráfico tomando para eixo Oy a vertical ascendente
(fig. 70).
Esta função é definida no intervalo
infinito — co < y < + oo. Sobre o segmento

“ ^ < y< t a função x - sen y é cres­


cente c os seus valores preenchem o
segmento — 1 < x < 1. Eis porque a fun­
ção x = sen y tem uma função inversa que
sc designa por
y = arc sen x (•).
Esta função é definida sobre o segmento
— 1 < x < 1 e os seus valores preenchem
o segmento < y< . O gráfico da

função y = arc sen x é representado sobre a figura 70 por um traço


a cheio.

(•) Notem os que a igualdade y = Arc sen * bem conhecida em trigono-


metria nâo 6 mais do que outra forma de escrever a igualdade (I). A qui
(para x dado) y designa o conjunto dos valores do» in g ulo s cujo seno 6
igual a x.
Teorema — 1. A derivada da função arc sen x è , isto
V i — x-
é. se

v = arc sen x, então, / = — - . (X V II)


Vi
Demonstração — Era virtude da igualdade (1) temos:

z v = cos y.

Segundo a regra da derivação duma função inversa

x'v cos y '


mas

cos y = V\— sen 3 y = Vi — x 1,


logo
i
Ux

Tomamos o sinal + antes da raiz, porque a função y = arc sen x

toma os seus valores sobre o segmento - ^ < y < 4 c 4UC P °r con*


seguinte cosy > 0.

Exem plo — 1. y = are sen e*,

y’ = — — ■ (* * )'= — —? --- .
V !—(•*)* V(l —í2x)
Exem plo — 2.
/ 1 \2
l/ = í aresén — J ,

y’ = 2 arcse n- i — } . ^ .1 j = — sen 2 a r c » e n l 1
x x y xa _ i

2) A função y = arc cos x.


Consideremos como anteriormente a função

X = cos y (2)

c tracemos o seu gráfico orientando o eixo Oy segundo a vertical ascen­


dente (fig. 71). Esta função é definida no intervalo infinito — oo < y <
< + «c. A função x — cos y é dccrcsccntc sobre o segmento 0 < y < t
e tem uma função inversa que sc designa pela notação

f/ = arc cosa:.

Esta função é definida sobre o segmento — 1 < x < 1. Os valores


desta função preenchem o intervalo * > y > 0. O gráfico da função
y = arc cosx está representado sobre a figura 71 cm traço cheio.
1
Teorema — 2. A derivada da função arc cos x é
V T = Í* '
isto é.
1
sc y — arc cos x. então. >•' = (X V III)
Vl -x*

Demonstração — Encontra-se segundo a igualdade (2):

xy = — sen y.

Por conseguinte.
1 1
sen y V\- cos2 y
Mas cos y = x. donde
1
Vl -Xa
Na igualdade sen y = I 1 — cos2 y toma­
mos o sinal mais antes da raiz, porque a
função >’ = arc cos x está definida sobre o
segmento 0 < y < * c que, por conseguinte,
Fig. 71 sen y > 0 .

Exemplo — 3. y = arc cos (tg x),

V l —tg* x cos2x
3) A função >• = arc tg x.
Consideremos a função
* = tg y

e tracemos o seu gráfico (fig. 72). Esta função é definida para todos

os valores dc y, cxccpto os valores y = (2 k + 1 ) t>- (k = 0. ± 1,


± 2, ...)• A função x = tg y é crcsccntc no intervalo — f < y < Y c
admite neste intervalo uma função inversa que se designa por

// — nrc tgjr.

Esta função é definida no intervalo — oo < x < + oo. Os valores


ji íi
da função preenchem o intervalo — < y < 77. O gráfico da função
y = arc tg x é representado sobre a figura 72 com traço a cheio.

Teorema — 3. A derivada da função arc tg x é 3—p— 2, isto é


1 11
sc y = arc tg x, então, V — t ~; 5
(X IX )

Demonstração — Encontra-se
segundo a igualdade (3)
1
Xy = ~
cos3 y

Por conseguinte.

C O S r y.
y\ — =

mas
1
cos 'y = — — =
sec2 y 1 + l Ka y
F ig . 7 2
visto que tg y = x. obtemos finalmente:

Exemplo — 4. y = (a r c tg x )«,

y ' —i «arc tg z ) 9 (a rc t g x ) ' = l( a r c t g * ) »


1 + **
4) A função y = arc cotg x.
Consideremos a função

x = ctg y . (4)

Esta função é definida para todos os valores de y excepto os


valores y — kv (k = 0. dt 1 . ± 2 , ...). O gráfico desta função ectá
representado, sobre a figura 73. No intervalo 0 < y < * a função
x = cotg y t decrescente e tem uma função inversa que designamos
pela notação:

y = a rc c tg * .

Esta função é. pois. definida no


intervalo infinito — oo < x < + oo c
os seus valores preenchem o intervalo
» > y > 0.

Teorema — 4. A derivada da
função arc cotg x é — isto é.
1 ~T" X

se y = arc cotg x,
1
(X X )

Demonstração — Dcduz-se da igualdade (4):

1
sen\y
Por conseguinte.

1 1
y'x = — sen2 y =
coseca y 1 - f c tg 2y
Mas

ctg// = z.
Logo.
i
yx =
l- M s

§ 15. Q n a d r o d a s p r in c ip a is fó r m u la s d e d e r iv a ç ã o

Reunamos em um quadro único as principais fórmulas c as


regras dc derivação que demonstramos nos parágrafos precedentes:

y = const, y’ = 0 .
Função potência:
cm particular,

y = V x,
2V x
1 , 1
y '= - ± . .
* Xa

Funções trigonométricos:
tj = sen x, i/' = cosx,
y = cos x, y ' = — scnxt

1_
j/ = tg x , V= — —
cosax
X

1
Ctgjr.

Funções trigonométricos inversas:

// = arc sen x,
V l -xJ’
1
V l - x 2’

1
.V= arc tç x , y =
1 + **'

1
y = arc c tg x , y = —
1 +X-
Função exponencial:

y = ax, y ‘ * = a x Log a\
cm particular.

y = és, y = e x.
Função logarUmica:

y = log,, x, r/' = — loga í>;

cm particular.
r
y = Log x, í/' = y1 .
Principais regras de derivação:

<J = Cu (*), y' = Cu (.r) {C = const),

y = u -f v — iv, y' = u + v — w\
y = u-v, y' = u v + uv,
u u v — uv
V

y'x = f « ( « ) (*).

y = . VU° V - | - u V L o g U .

Sc y = f (x). x = <p(y) onde / e ? são duas funções reciprocamente


inversas, então:

/'(* ) = — — , onde £/ = / (J^)-


<P {y)

§ 16. F u n ç õ e s d a d a s s o b a fo r m a p a r a m é tr ic a

Sejam dadas duas equações:

onde / varia sobre o segmento [7\. 7**]. A cada valor de t correspondem


dois valores x e y (supomos que as funções y e ^ são univocas). Se
se considera os valores de x e de y como as coordenadas dum ponto
dc um plano Oxy, a cada valor de / corresponderá um ponto bem
determinado desse plano. Quando t varia dc T, a T,. este ponto descreve
no plano uma curva. As equações (1) dizem-sc equações paramétricas
desta curva, onde t é chamado parâmetro c o processo que permite dar
a curva pelas equações ( 1 ) diz-se paramétrico.
Suponhamos em seguida que a função x = ç>(/) admite uma função
inversa t — 4» (x). É. então, evidente que y é uma função de x:

* = ♦[<!>(*)]. 2
< >

Assim, as equações (1) definem y em função de x c diz-se que


a função y dc x é dada sob a forma paramétrica.
A relação y = f (x). exprimindo a dependência directa de y em
função de x. obtém-se eliminando o parâmetro t nas equações ( 1 ).
As curvas dadas pelas equações paramétricas são frequentemente
empregadas na mecânica. Por exemplo, se um ponto material se
desloca no plano Oxy e se se conhece as leis do movimento das
projecções deste ponto sobre os eixos das coordenadas.

(D

onde o parâmetro t é o tempo, as equações ( 1 ') são, então, as equações


paramétricas da trajectória do ponto móvel. Eliminando destas equa­
ções o parâmetro r. deduz-se a equação da
trajectória sob a forma y = f(x) ou F (x,
y) = 0. Consideremos o problema seguinte.

Problem a — Encontrar a trajectória e o


ponto de im pacto dum corpo pesado lançado
dum avião deslocando-se à velocidade horizontal
v„ íi altitude ya (pode-se desprezar a resistência
do ar).

Resolução — Escolhemos o sistema de coor­


denadas indicado sobre a figura 74 s u p o n d o q u e
o corpo é largado do avião np próprio instante j-g
cm que ele corta o eixo Oy. É evidente que a
a dcslocação horizontal do corpo será um movimento uniform e à velocidade
constante v0:
x = vaí.

A dcslocação vertical dum corpo que cai sob o efeito da gravidade


exprime-se pela fórm ula:


T
Por conseguinte, a distância do corpo à terTa em qualquer instante
exprimir-se-á pela fórm ula
gt'1
y —i/o---õ- •

As duas equações
x = t>0l.

gt*
y=\jQ —

serão as equações paramétricas da trajectória. Para elim inar o parâmetro

tiramos o valor de t da primeira equação, c substituímos o valor t = — na


vo
segunda equação. Então, a equação da trajectória tom a a form a:

y~'J0 ■x*.

Ê a equação dum a parábola cujo vértice é o ponto M (0, y ,) c o


eixo de simetria coincide com o eixo Oy.
Calculemos a grandeza do segmento O C . Designemos por X a abeissa do
ponto C ; notemos que a ordenada deste ponto i y = 0. Substituindo estes
valores na fórm ula precedente temos:

donde

§ 17. E q u a ç õ e s p a r a m é tr lc a s d e c e r t a s c u r v a s

C ircu lo — Seja um círculo de raio r cujo centro se encontra na origem


das coordenadas (fig. 75).
Designemos por / o ângulo form ado pelo raio que vai ter a um ponto
arbitrário .V/ (x. y ) da circunferência e o eixo Ox. Pode-se, entâo, exprimir as

F ig . 75 F ig . 76

coordenadas dum ponto arbitrário da circunferência com o auxílio do parâ­


metro t da maneira seguinte:
x — rcos t, •)
l o < t . : 2.t.
V — r *en t , J

Estas sâo precisamente as equações paramétrica* do círculo. Se e lim i­


narmos destas equações o parâmetro r. obteremos um a equação do círculo na
qual entram somente as variáveis x c y. A dicionando estas equações paramé­
tricas depois dc as termos previamente elevado ao quadfado encontramos:

x - -f r* (cos2 t - s«n z t) x i j_ ^ _ , 2 .

Elipse — Seja dada a equação da elipse

Façamos a- ' <•)

x a cos t.
(2 ')
Substituindo esta expressão na equação ( I) encontramos:
( 2' )

, v — b sen t.
A s equações
x =a cos t,
y — b te n t,

são as equações paramétricas da elipse.


Elucidemos o sentido geqmétrico do parâmetro t. Tracemos, to m ando a
origem com o centro, dois círculos de raios a e b (fig. 761. Seja M (.*. y) um
ponto da elipse e seja B um ponto do círculo grande tendo a mesma abeissa
que M . Designemos por i o ângulo form ado pelo raio O B e o eixo Ox. Resulta
imediatamente da figura 76:

x = OP a cos t (<5 a equação (2*)], C Q = b sen t.

Concluím os d igualdade (2” ) que C Q = y, isto i , que a recta C M 6


paralela ao eixo Ox.
Por conseguinte, nas equações (2) I é o ângulo form ado pelo raio O B e
o eixo das abeissas. Chama-se por vezes a o ângulo t ângulo de excentricidade.

KiíJ. 77

C iclo ide — Chanu-se cidoide á curva gerada por um ponto situado sobre
uma circunferência que roda, sem escorregar, sobre um a recta (fig. 77).
Suponham os que o ponto m óbil M da circunferência se encontra no
começo d o m ovim ento na origem das coordenadas. Determinemos as coordenadas
do ponto M depois da circunferência ter gerado um ângulo I. Designemos por a
o raio desta circunferência. Vê-se da figura 77, que
z _ op ^ on - p d ,

mas como a circunferência roda sem escorregar


OB — M B = at, PB — M K = u sin t.
Por conseguinte.

x = at — u «en t — a {t — sen í).


O ra.
y — M P = KB = C B — C K — a — a co» t = a (1 — cos <)•
A s equações

f3>

são a t equações paramétricas da cicloide. Q u a nd o t varia de 0 a 2t , o ponto M


descreve um arco da cicloide.
Elim inemos o parâmetro / destas equações a fim de determinar a depen­
dência directa existente entre y c x. A função y = a (1 — cos r) admite sobre
o segmento 0 < / < 7 um a funçSo inversa:
a— y
I - a rr c o > ----- .

Substituindo esta expressSo de / na primeira das equações (3) encontramos:

a— y
1 - a arc cos

a— y
x — n nrc cos 1/'lay —y* para 0 < x < J t a .
Vê-sc directamente da figura 77 que para cra < x < 2-ra
a—y
x — 2-n/i — | a arc cos

Notemos que a funçSo


a (/ — sen t)

admite um a funçSo inversa que nSo se exprime com o auxílio de funções


elementares.

N o t a — 1 . O exemplo da cicloide mostra que é por vezes mais fácil


estudar a t funções e as curvas dadas sob a form a paramétrica que sob a
form a da dependência directa y dc x ou x dc y.

Astroide — Chama-se astroide à curva


cujas equações paramétricas sáo as seguintes:
x — n cos3 l, \
, 1 0 , f<2n. (4)
y - flsen3 /, J
Elevando os dois membros destas equa­
ções à potência % e adicionando-os membro
a membro deduzimos a
dependência directa
entre y e x;
_2^ _2_ _2_
x J -!-|rs * a 3 (c o s *t s e n * f).
ou
2
T (5)
Veremos no seguimento (ver § 12. capitulo V ) que esta curva tem
exactamcnte a
forma representada sobre a figura 78. Esta curva pode ser definida

com o a trajectória descrita por um ponto dum a circunferência de raio ~ rodando

sem cscon-egar sobre um a outra circunferência dc raio a ( o pequeno círculo


ficando constantemente no interior do grande) (ver fig. 78).

N o t a — 2. Notemos que as equações (4) e (5) apenas definem um a só


funçSo y = /(x ). Elas definem duas funções continuas sobre o segmento
— a < x < + a. U m a delas apenas toma valores nSo negativos e a outra
apenas valores nSo positivos.
§ 18. D e r iv a d a d u m a fu n ç ã o d a d a s o b a f o r m a p a r a m é t r ic a
Seja uma função y dc x dada pelas equações paramétricas:

} *<*<*■■ <«
Suponhamos que estas funções são deriváveis c que a função
x = f (0 admite uma função inversa f = 4>(x) igualmente derivávd.
Neste caso a função y = f (x) definida pelas equações paramétricas
pode ser considerada como uma função composta:

l/ = Tj}(í), tz= (V (x ),

cm que t é uma variável intermediária.


Segundo a regra de derivação das funções compostas tem-se:

(2 )

Resulta do teorema relativo à derivação das funções inversas que:

Substituindo esta expressão na fórmula (2) resulta:

ou

y; = 4 - <X J U >
Xt
Esta fórmula permite calcular a derivada / x da função paramé­
trica. sem conhecer explicitamente a dependência entre y c x.

E x e m p lo — 1. A funçSo y de x é dada pela* equações paramétrica»:


x = a COS t,

C alcular a derivada : 1) para t qualquer; 2) para <= -7 *


dx
Resolução.

.. . __ (« *en 0 ' _ fl cos I


Exem plo — 2. Encontrar o coeficiente angular da tangente â cicloide
x = a (t — sen t),
y = a (1 — cos /)

num ponto qualquer (0 < t < 2rr).

Resolução — O coeficiente angular da tangente 6 igual em cada ponto


ao valor da derivada y x neste ponto, isto 6,

M as
x j = a (i — cos 0 , i/ ',^ = o te a t.

Por conseguinte,

a»e n < _ 2^ T C08T i / n t \


* a (4— c o s i) 2 *en 2 — * ' 2 2 '
2
Assim, o coeficiente pngular da tangente à cicloide é igual em cada

ponto à tg , em que / é o valor do parâmetro correspondente

neste ponto. M as isto significa que o ângulo o form ado pela tangente e o

eixo dos x 6 igual a ~ — L (para os valores de / compreendidos entre

— 1T e t ) ( * ) .

§ 19. F u n ç õ e s h ip e r b ó lic a s
Nas numerosas aplicações da análise matemática encontra-se
frequentemente as combinações das funções exponcnciais tais como

v; (e* — e~x) e -!j (ex -f e~*) Considera-se estas combinações com o novas

funções que se notam com o sc segue:

. é* — e x
senhx =
2
(D
cx + c x
cosh x =

( •) C o m efeito, o coeficiente angular é igual à tangente do ângulo a


form ado pela tangente à curva e o eixo Ox. R azão porque

tg « - « (t - t )

e a ---- 1
~ Para todos os valores de t tais que -- está compreendido

entre O e rr.
A primeira destas funções é denominada serw hiperbólico, a segunda
coseno hiperbólico. Eslas duas funções permitem definir duas outras
senh x cosh x
tgh = ----- e cotgh x = ----- :
cosh x senh x
ex — e~x
tgh x -------- -tangente hiperbólica

e* 4- e~x
cotg x = jc — cotangente hiperbólica

é evidente que as funções senh x. cosh ar. tghx são definidas


para todos os valores de x. Todavia
a função cth .r é definida para todos
valores excluindo 6 ponto x = 0 .
Os gráficos das funções hiper­
bólicas estão representados nas figu­
ras 79. 80 e 81.
Resulta da definição das funções
hiperbólicas senh x c cosh x [fór­
mula ( 1 )] que acabamos de dar

79 Fig. 80
identidades análogas üquelas que verificam as funções trigonométricas:
cosh* x — senh* x = 1 , (2 )
cosh (a + b) = cosh a cosh b + senh a senh b, (3)
senh (a + b) = senh a cosh b + cosh a senh b. (30

Com efeito,

- f . ) ,

_ e' + 2 -*-* 1
4
Notemos que
-o-l»
cosh (o + w . = ^ ± í

encontramos:
ea 4 . f _i_ e 1 -e~ b
cosh a cosh b + senh a senh b = ---------------- h
2 2 2 2

.a+fe i _-a+6 , „a-6 i a- b „o+b +6 ..o—6 1

"4
_a+b ,1 -
Ú+-0 0—6
—0-6
= ---- !------= cosh (a + 6).
2

Demonstra-se duma maneira análoga a identidade (30.


A expressão «funções hiperbólicas» é devida ao facto de as
funções senh t e cosh / conterem nas equações paramétricas da hipérbolc

x 1 — ys = 1
o mesmo papel que as funções sen t
e cos 1 nas equações paramétricas do
circulo
x 2 -f j/ 2 - i .

Com efeito, eliminando o parâ­


metro ( entre as equações

x = co si. y = sen t

encontra-se:
x 5 -j- y* — cos* t -f sen' t
ou
xx -{- y1= 1 (a equação do círculo).

Do mesmo modo. as equações.

x = cosh t, y — senh t
são as equações paramétricas da
hipérbole.
Com efeito, elevando ao quadrado -os dois membros destas equa­
ções e subtraindo a segunda da primeira, tem-se:

.r* — y* = cosh* t — senh* t.


Visto que a expressão que figura no membro dh-eito é igual à
unidade em virtude da fórmula (2). tem-se cm definitivo:

jt* — y* — i •

isto é, a equação da hipérbole.


Consideremos o circulo da equação x* + y* = 1 (fig. 82). Nas
equações x = cos t, y = ta x i o valor numérico do parâmetro f à
igual ao ângulo ao centro A O M ou ao dobro da superfície S do
sector A OM . visto que / = 25.

F ig. 82 F ig . 83

Indiquemos, sem o demonstrar, que o parâmetro t. que entra


nas equações paramétricas da hipérbole

x =» cosh t. y = senh /.
.K t m
é também numèricamente igual ao dobro da área d o «sector hiperbólico»
A O M (fig. 83).
As derivadas das funções hiperbólicas são dadas pelas fórmulas:

1
(senh xY = cosh x. (tgh x)'
cosh* x
(XXII)
1
(cosh xY = senh x. (coth xY — —
senh* x

que resulta directamente da definição das funções hiperbólicas; por


§ 20. D ife r e n c ia l
Seja y = f (x) uma função derivável sobre o segmento [<2. 6].
Definiu-se a derivada desta função no ponto x do segmento [a. 6] pela
relação:

Ax- 0 Ax
Ay
O quociente para ax -> 0 tende para um número determi­
nado /'(x ). e. por conseguinte, difere da derivada /'(x ) duma quantidade
infinitamente pequena:

onde a —»0 quando Ax -> 0. Multipliquemos todos os termos desta


igualdade por Ax. temos:

Ay = í ( x ) Ax + «A x. (D

Visto que cm geral f* ^ 0. o produto f (x) Ax é. para x constante


e Ax variável, uma quantidade infinitamente pequena da mesma ordem
que Ax quando Ax -* 0. Em contrapartida, o produto aAx é sempre
uma quantidade infinitamente pequena dc ordem superior cm relação
a a x , visto que

lim --- = lim a = 0.


Ax
A x -» 0 A x -*0

Assim, o crescimento Ay da função y compõe-se dc dois termos;


o primeiro [para f (x) =£ 0] é chamado a parte principal do crescimento,
é uma função linear de Ax. Chama-se diferencial o produto f (x) a x
e designa-se pela notação dy ou df (x).
Assim, se a função y = /(x ) admite uma derivada f (x) no
ponto x. chama-se diferencial desta função e nota-se dy o produto da
derivada /'(x) neste ponto pelo crescimento da variável independente ax:

dy = f ( x ) Ax. ( 2)

Calculemos 0 diferencial da função y = x. Neste caso

y —(x Y — 1 «
e. por conseguinte, dy — dx — Ax ou dx = a x . Assim, o diferencial dx
da variável independente x identifica-se com o seu crescimento Ax
A igualdade dx = Ax poderia ser tomada para definição do diferencial
da variável independente, c o exemplo precedente mostra claramente
que esta definição não contradiz a definição geral do diferencial duma
função. Para todos os casos a fórmula (2) pode ser posta sob a
forma:
dy = f{x )< k .

Mas resulta desta relação que

™ - g .

Por conseguinte, a derivada f'(x ) pode ser considerada como o


quociente dos diferenciais da função e da variável independente.
Voltemos à expressão (1) que segundo (2) pode ser transcrita
como segue:
ày = dy - f « A x . (3 )

Assim, o crescimento da função difere do diferencial desta função


por uma quantidade infinitamente pequena dc ordem superior em
relação a Ax. Sc f (x) ^ 0. então. ctAx é também um infinitamente
pequeno dc ordera superior cm relação a dy c

lim -^- = 1 -f lim * * * - = !+ .l iI T 7 T - 1 ,


a*-o dy £*-<> f (x ) A x I W

Eis porque, se usa frequentemente em certos cálculos numéricos


a igualdade aproximada

A»/ « dy , ^
ou sob a forma explícita

/ ( * + A i ) - / < * ) » / '< * ) * * • (5)

o que simplifica os cálculos.

E x e m p lo — I. Encontrar o diferencial dy e o crescimento Ay da fu n ç lo


y = x *:
1) p a ra o s v a lo re s a r b itr á r io s d e x e dc A x;
2 ) p a r a -t = 2 0 , A * = 0 ,1 .
Resolução — 1) A y = (z -f A x)* — Xa = 2x A x .Ax*.
rfy — (x * )' A x = 2x Ax.

2) Sc * := 2 0 , A x = 0 .1 . e n tio .
Air —2 - 2 0 - 0 .1 + ( 0 .1 ) * - = 4 ,0 1 ,
2-20-0,1 -4,00,
O erro cometido substituindo Ay por dy 6 igual a 0,01. E m numero
casos pode-sc avaliá-lo insignificante em relaçSo a Ay = 4,01 e desprczá-lo.
O problema apresentado 6 ilustrado pela figura 84.

Para os cálculos numéricos utiliza-se igualmente a igualdade apro­


ximada que resulta dc (5).
/ ( i - f A x ) » / (x) -f f (*) Ax. (6)
Exem plo — 2. Seja / (x) = sen x. então f (x) = cosx. Neste caso a igualdade
aproximada (6) torna-se:
dx sen (x + Az) 2: sen x + cos x Ax. (7)
Ax Calculemos o valor aproximado de sen 46».

Ponhamos * * = !•= w .
46, = / , 5 n+ l t

Reportando-nos cm (7) temos:

K o / ,6 « = K o ( ^ + ji ) = « n { + = 0 . - f 4
ou

Fig. 84 V L \
r2 n
ic n 46°
2 2 180
= *0 ,7 0 7 1 - r 0 ,7 0 7 1-1),0 1 7 — Ü .7 1 94 .
Exemplo —-3. Se le põe x = 0. Ax = a na fórmula (7), lcm-sc a igual­
dade aproximada
sen a fs a .

Exem plo — 4. Sc / (x) = tg (x), temos cm virtude da fórm ula (6) a


igualdade aproximada:

t g (z - f A z) t g z J ---- — A z ,
COS* X
para x = 0, Ax = a temos:
t g a =%r a .
Exem plo — 5. Sc / ( x ) = V z » resulta da fórm ula (6):
1
V * - t“AZ ^ V z 4 0 y - A z.

Pondo x = 1, Ax a tem-se a igualdade aproximada:

V *- f a ^ 1 -f ~ a.

O problema do cálculo do diferencial é equivalente ao da deri­


vada, visto que multiplicando esta última pelo diferencial da variável
independente.- obtém-se o diferencial da função. Eis porque a maioria
dos teoremas relativos à derivada são válidos para o diferencial. Por
exemplo:
O diferencial da soma de duas funções diferenciais u e v é igual­
mente à soma dos diferenciais dessas funções:
d (u + v) = du -f dr.
O diferencial do produto de duas funções diferenciais u e v é
dado pela fórmula:
d (uv) = u dv -4- vdu.

Demonstremos, por exemplo, a última fórmula. Se y * uv. então,


dy = y’ dx = (uv -f- vu')dx = uv dx -f- vu’ dx,
mas
v d x = dv, u 'd x = d u ,
donde.
dy — u d v -f- vdu.
Dum a maneira análoga sc poderia demonstrar igualmente outras
fórmulas, por exemplo, a do diferencial do quociente dc duas funções:

se y= —
u

v
. .
então, dy = ------
vdu — u d v

f
.
Eis alguns exemplos d o cálculo do diferencial.

Exemplo—6. j/=tgJ x, dy—2tSxcosax dx'

Exemplo 7. „ VT+UF. <fr- g y , ^ ~ ' ~ *■

Determinemos o diferencial duma função composta. Seja:

y = f(u ), ii = <p(z) ou y = f[q>(x)].

Em virtude da regra de derivação das funções compostas

Por conseguinte,
dy = fu(u)< ?'(x)ds

M as(p' (x) dx du, donde


dy = f'(u )d u .

Assim, o diferencial duma função composta exprime-se da mesma


maneira como se a variável intermediária u fosse uma variável inde­
pendente. Por outras palavras, o diferencial duma função f(x ) não
depende do facto de x ser uma variável independe/ue ou uma função
duma outra variável. Esta importante propriedade do diferencial que
consiste na invariabilidade do diferencial será na seqüência largamente
utilizada.
Exem plo — 8. Seja a função y = sen x . Calcular dy.

Resolução — Coloquemos esta função sob a forma dum a função composta:

y sen m, u Y I,

encontramos: (
dy -cos u -- — dx,
i 2V*
mais — y — dx = du. donde se pode escrever

dy — cós u du e d// = ros (~\/x) d ( l/x ).

§ 21. I n t e r p r e t a ç ã o g e o m é t r ic a d o d ife r e n c ia l
Consideremos a função
y = / (x)
e a curva correspondente (fig. 85).
Tomemos sobre a curva y = f (x) um ponto arbitrário M (x, y)
e tracemos a tangente à curva neste ponto. Designemos por a o
ângulo (•) que esta tangente forma com o eixo dos x positivos. Demos

à variável independente x um crescimento Ax; então, a função sofre


um crescimento Ay = N M X. Aos valores x -f Ax. y 4- Ay corresponde
sobre a curva y = / (x) o ponto M , (x + Ax. y + Ay).
Deduz-se do triângulo M NT que

N T = M N tg a ;
visto que
tg a = / ' (x), M N = Ax,

( •) Supondo que a função / (x ) tem um a derivada finita no ponto x.


tem-se a ^ - ^ ,
emã0- .vr = /'(*) Ax;

mas cm virtude da definição do diferencial f (x) Ax = dy. Assim.

N T = dy.

Esta última igualdade exprime que o diferencial da função f (x)


correspondente aos valores x e Ax é igual ao crescimento da ordenada
da tangente à curva y = f (x) no ponto x dado.
Resulta directamcnte da figura 85 que

M l T = A l/- d y .

Segundo o que foi demonstrado anteriormente, temos:

lL±L — Q quando Ax —► u.
NT

N ão é preciso pensar que o crescimento Ay é sempre maior


que dy. Assim, sobre a figura 86.

\ y = M 1N , dy = N T , A y < < fy

§ 22. D erivadas de diferentes ordens

Seja y = / (x) uma função derivável sobre o segmento [a, 6].


Os valores da derivada / '(* ) dependem geralmente de x. por outras
palavras a derivada f'(x ) é também uma função de x. Derivando esta
função, obtemos a derivada segunda da função f(x).
A derivada da derivada primeira chama-se derivada de segunda
ordem (derivada segunda) ou derivada de ordem dois da função inicial;
designa-se pelo símbolo y " ou f” (x).

y " = i y ’)' = / " (.r).


Assim, se y = x*. então.
y = 5x*; y " = ( 5 x 4)'= 2 0 x * .

A derivada da derivada segunda chama-se derivada de terceira


ordem (derivada terceira) ou derivada de ordem três; designa-se pelo
símbolo y "' ou /"'(* ).
Generalizando, chama-se derivada de ordem n da função / (x) à
derivada (de primeira ordem) da derivada de ordem n — 1; designa-se
pelo símbolo y(n) ou / (n)(*):

n'n) = ( i/ ” -1Y = Z " ’ (*)■


(A ordem da derivada é posta entre parêntesis para evitar qual­
quer confusão possível com o expoente ao qual esta função é elevada.)
Designa-se igualmente as derivadas de ordem quatro, cinco. etc..
com ajuda dos algarismos romanos: yIV, yv . yv l, ... Neste caso, é
desnecessário empregar o parêntesis. Por exemplo, se y = x*. então.
V' = 5z\ y* = 20*3. y- = 60xJ, y lv =- y^> = 120*, y v - y <*> -
= 120. y<#> = j/<7» = . . . = 0.
E x e m p lo — 1. S e ji dada a funçSo y m ek* (k = const.). Encontrar a
exprcsiio geral da derivada de ordem n.

R esolu çã o— y , = zk e kx, ym— kt e'lX .........

Exem plo — 2. y — sen x. Encontrar / **•

Resolução.

y '^ c o s x *en ( x - f - y j ,

— sen x = ien ^ x - f2 - ^ - j.

l T --- cos x = i e n Jx-t-3-^-) .

y IN s e n x ^ sen ^ x - f j .

x n (x - r» y ) .

Obtém-se dum a maneira análoga as fórmulas que dão a derivada


dc ordem n de certas funções elementares. O leitor calculará fàcilmente a
derivada dc ordem n das funções y = xk, y = cosx, y = L o g x.
As regras indicadas nos teoremas 2 e 3 do § 7 podem ser fàcil*
mente alargadas ao caso geral das derivadas de ordem n.
Em particular, encontramos as fórmulas:

(u + V)M = UM + (Cu)"” = CuM .

Vamos estabelecer a fórmula (dita fórmula dc Leibniz) que per­


mite calcular a derivada n do produto de duas funções u (x) v(x).
Para obter esta fórmula calculamos sucessivamente as derivadas pri­
meiras a fim de estabelecer a lei geral que dá a derivada duma ordem
qualquer n :
y = uv,
y ' = u v + uv\
y " = u” V -f- u v -f- U V -J- u v " s s U V 2 u v uv ,
y '" = u "'v -f u v 4- 2u ”v 4- 2 u v " ■
+■u v” -f* u v " =

= u " v + 3« V - f 3 « V ' -f-


yIV t = u l v v + 4 u " V 4- 6 u 'V ' 4- 4 i* V " 4- « y !V.

Vemos que a lei de formação das derivadas é válida para as


derivadas de qualquer ordem e sc enuncia assim: é necessário desen­
volver a expressão (u + v)n pela fórmula do binômio dc Newton
c substituir no desenvolvimento os expoentes dc u e dc v pelas ordens
correspondentes das derivadas; além disso, os expoentes zero («° =
= v° = 1) que entram na composição dos termos extremos do desen­
volvimento devem ser respectivamente substituídos pelas funções u
ou v (isto é, pelas «derivadas dc ordem zero»):

yln) = (u v fn) = u{n)v 4- nu(n~l>r +

1*2
Ê precisamente a fórmula conhecida sob o nome dc fórmula de
Leibniz.
A demonstração rigorosa desta fórmula é baseada no método dc
indução (isto é. supondo que a fórmula è verdadeira para a ordem n.
demonstra-se que ela o é ainda para a ordem n 4 1).
Exemplo—3. y =c^x*. Calcular a derivada y<n>
Resolução.
u = * « r°x , 1»= * * ,

U's s f l í ® * , 1^ = 2 *.

u • = a*en x , i f = 2.

u n — a ne'i x , y * = w, V = ... = 0,

y,n — a^eaxx‘í - [- n a n ~^enx‘ 2 x - í- n- ^ ^ - a n -^en:t-'l,

O ll
„ « « » jxx |0nxt 4. 2/ian-«r + n (n — 1)

§ 23. D ife r e n c ia is d e d ife r e n t e s o r d e n s


Seja y — f (x ) uma função da variável independente x. O diferen­
cial desta função
dy = f (x) dx

6 uma função de x . mas só o factor f'(x ) depende de x ; o segundo


factor dx 6 o crescimento da variável independente x c não depende
do valor dc x. Visto que dy é função de x. estamos no direito de
considerar o diferencial desta função.
Chama-se diferencial segundo ou diferencial de ordem dois duma
função o diferencial do diferencial desta função, com a notação d*y.

d (dy) = d*y.

Determinemos a expressão do diferencial segundo, h m virtude


da definição de diferencial temos:

d‘ly — [!' (x) dx] dx.

Visto que dx não depende de x. podemos retirar dx de debaixo


do sinal da derivação c temos:

c/*//= / " ( * ) (d*)'.

É costume omitir os parêntesis quando se anota o grau do


diferencial. Assim, escreve-sc dx1 cm vez de (dx)* tendo em vista o
quadrado dc dx: cm vez de (dx)1 escreve-se dx\ etc.
Do mesmo modo. chama-se diferencial terceiro ou diferencial de
ordem três o diferencial do diferencial segundo:

d3y = d (dzy) = [ /"(* ) da*]'dx = f " ‘ (x) dx3.

Generalizando, chama-se diferencial n ou diferencial de ordem n


o diferencial primeiro do diferencial de ordem (n — l):

d ny = d (d n~'y) = [ / n" 1‘ (x) d z*- ')’ dx.

dny = f n) (x)dxn. (1)

Os diferenciais de diferentes ordens permitem exprimir as deri­


vadas dc qualquer ordem sob a forma do quociente dos diferenciais
das ordens correspondentes:

r * - Í > ™ - 0 ......»
É necessário anotar, todavia, que as fórmulas ( l) e (2) (para
n > 1) só são válidas no caso em que x é uma variável independente (•).

(•) C ontudo, escrevemos tam bém a igualdade (2) no caso de x n5o ser

um a variável independente; mas neste caso devemos considerar as expressões —


. dr%
. , com o um a form a sim bólica de notaç&o das derivadas correspondentes.
§ 24. D e r iv a d a s d e d ife r e n t e s o r d e n s d a s fu n ç õ e s im p líc it a s e
d a s fu n ç õ e s d a d a s s o b a f o r m a p a r a m é tr ic a
1. Mostremos com um exemplo concreto como se deve calcular
as derivadas das diferentes ordens das funções implícitas.
Suponhamos que a função implícita y de x é dada pela igualdade:

4cr + bí - i= & - <*>

Derivemos cm relação a x os dois membros desta igualdade, con­


siderando y como função dc x:

~ 4- — ■— = 0 ;
n b~ dx
donde encontramos:

íax — ay , 2)

Derivemos dc novo esta última igualdade em relação a x (tendo


cm vista que y é função dc x):

dy
dy b» ! , ~ X I
dx3 a3 yr

Substituamos aqui a derivada dy pela sua expressão tirada da


igualdade (2); temos
b2 x
V - r X ------
^ 6 * a' y
rfx3 - a2 ' y'

ou, depois da simplificação:

d*y _ b' (aV -f-frxr)


dx~ a 'if

Resulta da equação (1) que

a'y~ -f ͻV = a :&2.


c a derivada segunda pode-se por sob a forma:
Derivando esta última expressão cm relação a x encontramos

2. Calculemos agora as derivadas de ordem superior duma função


dada sob forma paramétrica.
Suponhamos que a função y de x é dada pelas equações para­
métricas seguintes:

(3)

cm que a função x ~ <? (/) admite sobre o segmento [r0. T) uma função
inversa / = <í* (x).

dy = dt
(4 )
dx dx
~dt
d~y
Para calcular a derivada de ordem dois. ^ .d e r iv e m o s (4) em

relação a x lendo em vista que / é uma função dc x:


Substituindo estas últimas expressões na fórmula (5) temos:

dx d~u ^ dy_ dPx

(f y dt d r dt d t'

d ?~ ~
(f)'
Pode-se dar a esta última fórmula uma forma mais compacta:

- *K (0<r''(0
dr2 [< p '(*)f
Duma maneira análoga pode-sc encontrar as derivadas

í » ^ cie.
dx3' dxk '
Exem plo — Seja a funçáo y de j expressa pcl3* equações paramétricas
seguintes:
x — a cos t, y — h *cn t.
dy d~y
Calcular as derivadas * dx* ’

Resolução.

-£ = - “ « ««: -^5— - * c o s l:

• & = * “ * ': -^5-= — ;


dy b cos t b ,
c tg í:
dx — a sen t a
ds y ( — « s e n /) ( — b t e a t ) — (l> cos t ) ( — a cos x) b 1
d i* ~~ ( — a sen f)3 ~~~ã* *<h <T

$ 25. I n t e r p r e t a ç ã o m e c â n ic a d a d e r iv a d a s e g u n d a

A distância s. percorrida por um móvel animado dum movimento


de translação, exprimc-sc cm função do tempo t pela fórmula:

s= f(t). (1 )

Como vimos já (ver § 1. cap. m ) , a velocidade v dum móvel


num dado instante 6 igual à derivada em relação ao tempo da distância
percorrida:
ds
Suponhamos que no inslante t a velocidade do móvel é igual
a v. Se o movimento não é uniforme durante o intervalo dc tempo to,
contado a partir do instante t, a velocidade variará e sofrerá um cres­
cimento dc Av.
Chama-se aceleração média, no intervalo dc tempo to, o quociente
do crescimento da velocidade Av pelo crescimento do tempo to:
At;
<h°e r~ ~ Ã T ’
Chama-se aceleração instantânea o limite do quociente de cres­
cimento da velocidade pelo crescimento d o tempo, quando este último
tende para zero:
.. Ay
a == lim --- ,
0 At

por outras palavras, a aceleração (instantânea) é igual à derivada da


velocidade em relação ao tempo:

_ &v
<1~ ~ d t'í
ds
mas visto que v = ^ , então.

d / ds \__ cfs
dt \ dt / dt2 ’

isto é. que a aceleração do movimento rectilíneo é igual à derivada


segunda da distância em relação ao tempo. Encontramos a igualdade (I):

a = /" (* ).
Exem plo — Determinar a velocidade v e a aceleraçlo a dum corpo em
queda livre, k o cam inho percorrido s se exprimir em fu n ç lo do tempo r
pela fórm ula:

* = (3)

em que g = 9,8 m/s* 6 a aceleraçlo da atracçlo terrestre e s = * i —o O valor


de s no instante r = 0.

Resolução — D erivando (3) encontramos:

resulta desta fórm ula que v0 = (v )la 0 .


D erivando de novo encontramos:
dv
Inversamente, notemos que se a aceleração dum m ovim ento é constante
e igual a g, então a velocidade 6 dada pela fórm ula (4), o cam inho percorrido
pela fórm ula (3) com a condição de ( r ) i ^ “ Vo et (*)»-« •» *o-

§ 26. E q u a ç õ e s d a ta n g e n te e d a n o r m a l
C o m p r im e n to s d a s u b -ta n g e n te e d a s u b -n o rm a l
Consideremos a curva da equação

y = 1 (*)-

Escolhamos sobre esta curva um ponto M (xu y») (fig- 87) e


escrevamos a equação da tangente a esta curva no ponto M , supondo
que esta tangente não é paralela ao eixo das ordenadas.
A equação da recta que passa
pelo ponto M e de coeficiente angular
k é da forma:
y — yi = k (x — xt).

Para a tangente (ver § 3).


k = f ( x l),
portanto, a equação da tangente è:
y — yi = í ( x i)(x — xi).
Muitas vezes é-se levado a con­
siderar. além da tangente, a normal
à curva num ponto dado.

Definição — Chama-se normal duma curva num dado ponto a


recta que passa por este ponto e perpendicular à tangente neste ponto.
Resulta imediatamente desta definição que o cceficiente angular kn
da normal está ligado ao coeficiente angular kt da tangente pela
relação:

isto é.

*n =
f{ X i)
Por conseguinte, a equação da normal à curva y — f (x) no ponto
M (x u y,) é da forma:

y — yi = — — (x — xx).
Exem plo — 1. Escrever a c q u aç io da tangente e da norm al à curva y =» x*
ao ponto M (1, I).

Rçsoluçâo — C o m o y' =* 3x*. o coeficiente angular da tangente é igual


a O O * * 1 = 3.
Por conseguinte, a e q u a çio da tangente 6 :

1/ — 1 = 3 ( r — 1) ou y = 3 * — 2.

A equação da norm al é:

y- l = - 4 - (x - l)

ou 1 A
y = “ T X+ *3
(ver fig. 88).

O comprimento T do segmento (M f (fig. 87) da tangente com­


preendida entre o ponto de tangéncia e o eixo Ox chama-se comprimento
da tangente.

A projecção do segmento Q M sobre o eixo Ox. isto é. o


segmento QP. chama-se a sub-tangente. Designa-se por ST o compri­
mento da sub-tangente. O comprimento N do segmento M R chama-se
o comprimento da normal e a projecção R P deste segmento sobre o
eixo Ox a sub-normal. Designa-se o comprimento da sub-normal por S v .
Encontremos as expressões dc T, S T, A\ Sy para uma curva
y *s f(x ) num dado ponto M (jc,. y,).
Resulta da figura 87 que:
donde:

St ÃL
y'i

r - V « + 3 -
y« yi
Desta mesma figura vem:

tg a | * = » |i/ri/í
donde:
S* = |I W Í |,

N = V y \ + (yty\)2 = Iy x V i + y ? I-
Estas fórmulas foram estabelecidas supondo y» > 0 , y*x > 0; no
entanto, elas são também válidas na generalidade.

E xem p lo — 2. Encontrar a equação da tangente c da norm al, o com ­


prim ento da tangente e da sub-tangente, o com prim ento da norm al c da sub-
•normal da elipse:

x — a cos t, y = b Kn t (1)

no ponto M ( * ,, y ,) para o qual t = ~ (fig . 89).

Resolução — Resulta da equação (1) que.

Calculemos as cordenadas do ponto de tangCncia M:

* ‘ = <xL i = W ’ #1 “ - p r
A equação da tangente é:
b b / a \
V 2 \ y r )
ou

bx-\-a//— ab ^ 2 = 0 .
A equação da norm al é:

b a ( a \
V ? “ T ( x _ V f )•
«Ml
Os comprimentos da sub-tangcnte c da sub-normal slo respectivamente.
b

a
St = V L
v r ;

b
Ss*
V2 o 1/2

Os comprimentos da tangente e da norm ai sâo:

T=

JV

§ 27. In terpretação geom étrica da derivada do ralo vector


em relação ao ângulo polar

Seja
P = /(0) (D

a equação duma curva cm coordenadas polares. Tem-se entre as


coordenadas cartesianas as relações:

x — pcosG, y = p sen 0.

Substituindo nestas últimas fórmulas p


pela expressão em função dc 0 tirada da
equação (1) temos:

(2 )
y =*= / (0) sen 0.
As equações (2) são as equações paramé­
tricas da curva considerada; o parâmetro é
aqui o ângulo polar 0 (fig. 90).
Designemos por ? o ângulo formado pela tangente à curva no
ponto M (p. 0) e o sentido positivo do eixo dos x ; temos:
dy
OU

tff<p = — (3)
dp
—— cosO — i>sen 0
d8

Designemos por fi o ângulo formado pelo raio e a tangente.


Ê evidente que p. = ? — 0.

t g i n = t g y - tg 9 - .
1 + tg<ptg0

Substituamos nesta última fórmula tg ? pela expressão (3) e a


seguir à transformação temos:

_(p sen 0 -f- pcosO) cosfl — (p'cosQ — p sen 0) sen 0 _


^* (p cosQ — p sen0 )cosG-f-(p sen 0 -j-pcosO) scn0 p
O i
pé = PCtRM- (4)

Assim, a derivada do raio vcctor em relação ao ângulo polar


é igual ao comprimento do raio vector multiplicado pela cotangente
do ângulo formado pelo raio vector e a tangente à curva no ponto
considerado.

Exem plo — Mostrar que a tangente k espiral logarítmica

p = *°e

corta o raio vector sob um ângulo constante.

Resolução — Resulta da equação da espiral:

p' = a *°°.

Em virtude da fórm ula (4) temos:

E x ercício»

Encontrar a derivada das funções servindo*se da definição de derivada:

1. y = x 3. Resp. 3x2.

5. y = sen 2 x. Resp. 2 sen x cos x. 6. y — 2x2— x. Resp. 4 * — 1.


Encontrar as tangentes dos ângulos form ados pelas tangentes às curvas
e ao eixo dos x positivos:
7 . y = x». a) Para x «= 1. Resp. 3. b) Para x — - 1. Resp. 3; construir o
gráfico.

8. > = a) Para x = ^ - . Resp. - 4 b) Para x ■* 1. Resp. - 1; fazer o

desenho.
9. 1
> ■ V * P*ra * = 2 . R « P •
Calcular as derivadas das funções seguintes:

10. y =i-x * 3x3 — 6. Resp. y ' = 4x3-{-6x. | f. y = fix3 — x i . Reap. y ' 1 8 x - ~ 2 i.

12. y = — ^ ------ — ---- x . Resp. y ' _ ----- “ í _____(.


a—6 a -f-6 a—6
,o x5 — x*-f-1 R 3 x * — 2x
13. y --------^ ----- . Kesp. y ' ---- „--- .

1 4. y —2ax3— ^ - - j - e . R w p - y ' — Ga x 2— .
15. j/ = 6xV a4-4x*'s f 2x. Reap. y '= 2 1 x *'2 + 10x* 2 - 2 .

16. y V"3x- | x — — . Resp. y ' = -JkjL.-|-- - 4 = _ --- .


* 2 V 7 3 fx s **

,7 . y , i i P i . R « p . ¥ =M ± » L £ - 1 ).
x 2 2x*'2
x . m , x2 , n> R
1 w 2x 2 «a
1H. y ----- 1---- ---— -- . Resp. y = --------- x- + —r,----- =- •
m x n* x* m x* «» j3

19. 2 y S - ’r S. Resp. y' 2 1 1


3 f i V « *
ux 2 6 |* x D 5 * /. 3 >, 1 ;
20. y ^ - r - r ——— — — - . Resp. y = — flx 3— — bx -— x •
|x i] / x V x 3 2 »$
21. y — (1 -i- 4x3) (1 -J-2x2). Resp. y ’ -^4x (l- f- 3 x - fl0 x 3).
22. y = jc (2x — 1) (3x -f 2). Resp. y ' - 2 (OxS + x - 1).
23. y — {2x l ) ( x i — 6x 3). Resp. y' = 6x2 - 26x-|-12.

24. y — — ——— . RfsP- y ’ .


y />«-x> y (ò í- x * ) 2

27. / ( , ) = J l ± | i . R « p . , („ _ < í + ^ + i > .

* 3+ l t> , x« — 2 x 3 - 6 x 3 — 2 x-f- 1
^ ir z 7 = 2 R c íp * * ~ ---- ( x i - x - 2 )» •
XP p ., x"-» |(p— m )x "» — pfl™|
“ •» > ^ « - ResP !' — — ■
30. y — (2x2— 3)*. Resp. y ' = 8x (2 x 2 - 3 ).
31. y = (x*-f a*)*. Resp. y _ 1 0 x ( x * + «*)«.

32. y = Rcsp. y ' = — .


l/x*-}* a*

33. ! / = (a ~ i- x ) l / ã — x. Resp. y'


2 V a— x *

34. !/= l / r -j— - . Resp. y '= * -------* .


' 1-x (l _ x )y , _ x 3

35. y = - - “f * _ ~ l _ Resp. y ' - . . l-j-4x» ^


xyi-j-x* x*(i-fx»)*«

36. y - f x* -x-f Rcsp. y ' = — j f t* .


3 f ( x * - F x - j- l) *

37. y = ( l - f f ' x ) s Rcsp. y ' = | l + - J ^ J

38. y=Y x-f Vx -f l / x . Rcsp. y'


2 ]/7 + K 7 + ^

-r- i , 1 (‘ i * )i
L 2 V x-f- l/ x V 2 1/x / |
39. y — sen* x. Resp. y ' — sen2x.
40. y^= 2 sen x - f cos 3 j . Resp. y ' = 2 cos x — 3 sen 3x.

41. y = l g («x-j- ò). R „ p . y’ = Cos«(ax-t-fr) *

42. y — -r—7— -— .R esp. y ’ 1


l- fc o s x l-f-cosx ’
43. y = scn2x-cos3x. Resp. y ' - 2 c o s 2 x c o s 3 x — 3&en 2xscn 3x.
44. y — c lg = 5x. Resp. y' = — 1 0 c lg 5 .z cosec2 5x.
45. y - * s e n / 4 -c o s/. Resp. y' — f cos r.
46. y — sen9 f cos í. Rcsp. y 'r = s e n i t (3cos* í — sen = /).
n sen 2x
47. y — a l / c° s 2 x . Resp. y':
l / c os 2x

48. r a sen3-^-. Resp. r ' = a sen * ~ cos .


v “ O O

tg y + c tg - í- 2 x c o s x - f- s e n a x (tg ^ - + c tg Í.)
41». y = --- f ------ ± . R e,p. y ' ----------------- 2------------- 1 1
x ' j2 s c n * x
51. y = ~ tg * x . Resp. y ' = tg x sec* x. 52. y = L o g c o s x . Resp. y ' = — tg x .

53. y - L o g t g x . Resp. y ’ ——y . .Vi. y - L o g K D * í , Resp. y' = 2 c t g x .

|j x— 1
55. y -5---- . Resp. y ' = SCn r -j- COS j .
SC C x

te i i / 14-scnx _ ,
5® !' - |o« K i —sen j - ReiP' ^ ‘

57. f = U g tg ( x + f ) ■R«<> » * = E £ i •
58. y SCn(r-f-o) cos (x-f-<*)• Resp. y ’ = c o s 2 ( x f-a).

59. / ( x ) , S c n (L o g x ). Rcsp. / '( ,) = Í 2 lL L 2 1 íl.

60- / ( * ) = t g ( L o g x ) . Resp. / ' ( x ) _ - ^ (i ^ — ' .

61. / (x) = scn(co ?x ). Rcsp. / '( x ) - — sen j-cos (cos x).

62‘ r = T t « 3(f ~ l K 9 + f- R e s p .- ^- = tg »(f.

63. / (x) — (x ctg x)2. Resp. / ' (x) — 2x ctg x (ctg x — x co?oc* j ).

64. y - L o g (a x - f ò). Resp. y ' - ^ •

65. l / = lo|{„ ( i> + I). R « p . 1(' = ( _ r - 2 £ 1_ .

68. i í ^ L o g i ± i . Rcsp. y ' - .

67. C = la g 3 ( x > —M O Jr). R c .p / = ( J , jfü g 3~

68. V = L o 8 Í ^ R«P I/ = I4 ^ i -

69. V L o g (I« + x). Rcip.

3x» — 2
70. y — L o g ( i 3 — 2x4-5). itesp. y ' ^ ^ _ 2 r + 5 -

71. y — x L o g x. Resp. y'- = Lo g x-f-1. 72. y = L o g 3 x. Resp. y'

73. y = L o g ( x - f 1 / I T P - ) . Resp. ----- .


y 1 4 -x»

74. y = Lo g (L o g x). Rcsp. y ’ = - ~ o ~ j .

75. / ( x ) - L o g j / L l i . R c s p . / ' ( J ) = í 4 T a .
76. / ( » ) = L o g ^ * * . ± . ) * . R «p . / '( .) ~ y Í— •

77. V -V.-T+7»— i . o t ? + v ; l 7 T * . * « , . „ • = V i E J l .

78. « -- Log ( l + V í > + í * ) — V * ' + a' . Rcip-y-^ V « » + « »

7fl- < ' = - s s n - + Y l-0* l« y - r “ *- »' t s f v

80. R .,p v = y g ° i i .
2 cos2 r 2cos3 x

81. x 4 - L o g c o s r . R eip. 7 '= - tg 3 z . 82. y = í ° x. Resp. y ^ a e 0* .

83. y — e**+ }. Resp. j,* = 4 f«x+5. 84. y — ax*. Resp. 2x<j** I.og a.

85. y — ~ * * * - * . Resp. | / ' - 2 ( x + l ) 7 I , + 2 x L o g 7 .

86. y — ca t~ x t . Resp. y ' — — 2xca l~ xt Lo g c.

87. y = a e ' \ Resp. y ' = — ^ = r * * * . 88. r = a 0. Resp. r ' = a 8 Log a.


2V 1

89. .

90. y = r * ( 1 --**). R e s p . (1 — 2 r — r*).

»• » (^ T í) .- 92- »‘ ~ T p *
X X * _ ;£

93. p - 4 * (f ° ~ r °)* Resp- (** + * *)•

94. j/^<-seflx. Resp. i/’ í-scn3Cc o s x .

95. y = c lKnJC. Resp. y ' = nai4i nx sec2 n r Lo g a.

96 . y ^ .e cosx s e n r . Resp. i/' = <rC06x (cos x — SCn2 x).


9 7 . y - e * Log SCOx. Resp. y ' = * * (ctg x - f L.ogSÇflr).

98. y = x n^ c n x . Resp. y ’ = . x n ~i eK tlx (n-)-x cosx ).


1 1
i , * / 1— Lo g r \
99. y - r * . Re*p. p#- * * (Log x + 1 ) . 100. y=x . Resp. y = x ^ ^ — J

101. y = xLo* * . Resp. y ' = z Lotf x - ! Lo g x -,

102. y — * 1* Resp. y ’ = e x* (14- L o g x ) r * .

I03- r '* p-‘,' = " ( t ) ' ( 1+ , 0 « í ) ■


104. y - - r5* 0 *. Rcsp. ztc n x ^ ^ 5 - ^ _j_ L o g x cos x j .

105. y is c n j -)x - Rc*P- (senx)x (Log s e n x x c lg x).

106. y — (senxiteX. Rcsp. y ' = (sen-r)1®x (1 -fsec* x Log sen x).


1 ___ e X IfX J

«°7- ^ l K | p - R “ P‘
1 +**
c » 1/1— 2*
108. ij sen V 1 — 2*. Rcsp. y ' — --- ' ■ 2 * L o g 2.

10». y 10x t« * . R e sp .í/' = l(TTteJCI.ng 10 ( l g x + - ^ — ) .

Calcular a derivada das funções depois de as ter logaritm iiad o:

Í /x (x * - M ) „ , 1 Ü / x ( * 3-H) / I , 2x 2 ^
■*°- - ír r $ r - Re*- v - y | / j — j)y -

(x - 2 )» v
• - ‘ ‘r tf
V (x - 3 )2 J/(x - 3 )2
'3 3
2 í
, x-f-1 1 (x — 2) 5 (x — 3) / *

(x4- D 2 (x 4 - 1) (5x24- M x - 5)
112. yr-
(x t 2)’ (x + 3)< (x4-2)«{x-f-3)5

» /(* — l)1 — 161x2 4-tóOx— 271


113. y — Rcsp. y
--- TTi 1 --- rrr; . v r ~

X ( l- f x 2 ) „ t 14-3x2 _ 2 j 4
IM - " f c r • Resp-y -------- r *
a - * * )2
115. y = x » ( a - f 3 x )* (a — 2*)*. Rcsp. y' = 5x ‘ ( a 3 x ) 2 (a — 2 x) («2 4 2 ax - 12x2).

116. v arc Sen — . Resp. y ‘ - 1


« V |j*—x*
117. i/ = (arc sfenx)2. R e jp . j * - arc sen r
V F ^ Iã
2x
118. y arc tg (x* 1 1). Resp. y'
' i4 - ( * » + i) « ’
2x . 2
119. y — e r c lg - y — . Rcsp. y - y -~; y ■

— 2x
120. y arc cos ( j 2). Resp. y ' = -

.... arc c o s x „ , — ( x T l / l — x* arc co sx )


121. v • = -------- . Rcsp. y ' ~ ------ — — , -------
x K * x2 y i _ x í
122.
Rcíp- »■= v r r ^ - i T Í

123.

124.

125.

126.

127. y — x a r r s e n x. R w p . = arc senx-|

128. / (x) = arc cos ( L«»g x). Resp. / ' (x)


x V 1 — Log*~x
cos x______
129. / (x) = arc sen ] / sen x. Resp. f ' (x)
2 V s e n x — *enJ x

130. y — a rc tg }/ - j- ~ ^ {0 < x < ji). Resp. y ' = - j .

.are t« x
131.
1 + ** ‘
<■*— r~*
132. y = a r c tg -- =--- .R e sp . y" ^

133. R «p. x "*“ * (■* ” •“ * •

. _ , cosx f + no 1.* « 4 * quadrante.


134. y = arc K n l K ü x ) . Resp. y ( - no 2.* e 3.* quadranle.

135. y arc tg ^ * — . Rc*P- y ’ = -— — •


3 - f 5 eoa x 5-J-3 c o sx
a , / x— a n , 2a3
136. í/ = arc tg — -f- Log y . Resp. y - .

l
137. tf = Log ( | x i . ) * - i - a r c I g x . Resp. v ’ = f ^ xt •

3x* — 1 , x* -f-1
138. Log V l- f* * + a r c tg x Resp. y’ — 3 5 -^ 4 •
y 3x* 1
2x— 1
139.
- t 1- v ^ - ! - í ~ T f ‘ rc tg ' T T - Re,p v ' ^T T -
I+ 1 V 2 1í j „ il/2 « , 4V í
140.
y~ Log T ~ x y f 7 >.' +2arc t8 T ^ r • R“ p- ^ t T h *
2x* 1 x r
141.
*'s=arC C0? j . » -t 1 ' P' x(x*"-|-1) *
Derivação das funções implícitas:

C alcular -JL sc :
dx
dy _ x
142. j» * = 4 p x . Resp . 143. x * + y * = a * . Resp.
ar y dx y

144. b*xa f a 2j/* = aJ 6*. Resp. b* x


dx ahj
dy 2a
145. í/3— 3.V ! 2 o x = 0 . Resp.
dx 3 ( 1 — y*)

146. * 5 + * W .

147. x5 + * 3 = « 3. Resp. JL .

148. y2 — 2xy-f ò'2— 0. Resp.


c/x x

149. x3 + * 3 - 3 a x y = 0. Resp. .
ax — »x

150. » = « • < '* + »‘ > . R«P- tdx - T 1-f «*n(x-|-j/)


^ r •

j , n dy l+ i/s e n (x y )
l a l . COS x y ) r : x Rcsp. — ----- r2- .
r' ^ dx x s c n (x y )

A ch a r ~ ~ para as funções dadas sob a form a paramétrica:


ax
du b
152. x = a c o s t , y ^ b S C n t . Resp. — ? - = --- etc í.
ax a
cfv I
153. x — a (/ - -sen/); y <j(l — cos/). Resp. ^~ = ctR — .

154. x- «icos3 / ; i/— fcsen3 /. Resp. —— = --- t g/ .


ax a
3 a* 3«/a n _ dy 2/
loo. x = - -- — ; i/ = _ —— .Resp. 5^- =
14-1» ’ y 1 + /2 • dx 1— 12 •
Uli
156. u - 2 l . o g c t g í , i?— tg í f - c tg i. Mostrar que -^- = t g 2 í.

A char as tangentes dos ângulos da inclinação das tangentes às curvas:

157. x = c o s / t y — sen/ 0 0 ponto x = — i- , y a - ^ “ . Fazer o desenho

R" p y f •
l/ã
1Ó8. * — 2 cos/, y — sen/ no ponto x «■ 1f y ------. Fazer 0 > desenho
159. x — a ( f — sen i ) , j . <x (1 — c o s i) para : ~ . Fazer o desenho. Resp I.

21
160. x - a c « s 3 l, para t~ . Fazer o desenho. Resp — 1.

If ll U m corpo lançado no vácuo sob um ângulo a com o horizonte descreve


sob o efeito da gravidade um a trajectória (parábola) cujas equações

paramétricas sâo: z = (‘'o COS ct\t, y=(v0 %cn a) t-— (g = 9,8 m/s*). P*ra
a = 60°, v0 = 50 m/s, determinar a direcçáo do m ovim ento nos instantes:

1) t = 2 s ; 2) t = 7s. Fazer o desenho.

Rép. 1) t g ç , — 0,948. 9 , — 43*30'


2) tj? qr2 = - 1.012, <*>t - + I34°7'
Calcular os diferenciais das funções seguintes:

162. y= -(a* — i * ) * . Resp. dy = — I0 z (a* — x*)« dx.

163. i / = y T T 7 * . Resp. dy = zdx - .


V
h **
164. z + t g r . Rosp. dy — 5«íc* x dx.

,65. ,=l^±+Log(l_x).R«p. dy= .


Calcular os acréscimos e os diferenciais das funções:

166. y = 2z* - x para- x =. 1, A x =» 0 ,0 1 . R é p . A y — 0,0302, dy - 0 ,0 3.

167. Seja y = x* + 2x. Calcular Ay e dy para x * — I, Ax = 0,002.


Resp. Ay = 0,098808, dy = 0,1.
168. Seja y = senx. Calcular dy para x = , Ax = ~ Resp. dy = - £ - = 0,00873.
1 /3 d 8 1
169. Conhecendo sen 6 0 ° = ■ = 0,866025; cos 60° = , calcular o valor

aproximado de sen 60° 3' e sen 60J 18'. Com parar os resultados obtidos
com os dadoa das tábuas. Resp. *en 6 0 3 ' ~ 0,866461; sen 60° 18' 2:
= : 0,868643.

170. Achar o valor aproximado de tg 45° 30". Resp. 1,00262.


l / l . Conhecendo loglo 2 0 0= 2,30103, calcular o valor aproximado de lo g ,. 200,2.
Resp. 2,30146. 10

Derivadas de diferentes ordens.

172. y = 3x* — 2r* + 5x — 1. Calcular y■*. Resp. 18x — 4.

173. y — yr x * . Calcular y " . Resp. ~ x 3.


lifO
174. y = x4. C alcular y(*K Resp. 6 !.

17.'». y = ~ r . Calcular y \ Resp. -


a*
I7G. i/ = *V < i* — x*. Calcular y '. R e s p . ---------- ■/ --- - •
(a*— x2) l/a 3—

I77. y ~ 2 V * . Calcular y '* '. Rcsp.


8 V i’
178. u dx* -f- b x c. Calcular y * . Rcsp. 0.
179. / ( x ) L o g (x + l). C alcular / I V (x ).R e s p . 1— .

18«. y tg x. Calcular y m■ Resp. 6 s«c« x — 4 seca x.


181. [/ = Log sen x. Calcular y " . Resp. 2 c tg x cow c* x.
1W2. /( x) V S iS õZx: Calcular / '( x ) . Resp. / ' (x) - 3 [ / (x)|> - / (x).

183. = Calcular Z1v (x). Rcsp. ^ »

O _ 4 Cl®
184. P - ( < , * + a *) a r c t « T . C alcular ^ - R «P- - ^ T ^ T ’

X X t
185. j/ - (e a -f e u ). Calcular . Resp. —j .

186. y — c o s a x . Calcular y,n>. Resp- tf" cos ^ a x — n — j .

187. y ax. C alcular y<n>. Resp. (Log a )n a*.


88. y L o g (l+ x ). C alcular *«»». Resp. .

*89. y = j ~ - C alcular *<»>. Resp. 2 ( - 1 ) " ■

190. y=~ exx . Calcular y‘ n». Resp. ex (x-f-n).

191. j/ = x n - 1 L o g x . Calcular y‘n ». Resp. ~ — Ü-L .

192. y - *e n 3x . C alcular y<n>. Resp. — 2n_1 cos ( 2 x + 4 r " )

193. y = x a c n x . C alcular y<n >. Rcsp. xsen ( x-f- ’r n ) — n cos ( X T -£• n j

194. Sc y = » e x se n x , demonstrar que y" — 2y' + 2y -0.


d*y „ 4a*
195. y2 = 4ax. C alcular -j- j - . R e s p . ---- — .
ax* y*
d tu d*u M 3b«x
, 96 . & * x * + * V = « * ò « . C alcular 0i — Resp. — ^ .

197. x* + y 3 = r * . C alcular . Resp. —

198. (/• — 2xj/ = 0. Calcular . Resp. o.

199. p = tg(«p + P). C alcular ^ . Rcsp. _ 5 J !L ÍJ E !± j1 í^ 1 .


200. sec<p-cosp = C . C alcular - ^ - . R e s p . .

2 0 !. . * + * - , * + , . C alcu lar ^ . R « p .

d*i/ _ 2a*xv
202. V * + * * 3 axy= 0 . C alcular . Resp. - .

203. x = a ( f — a e a I),

204. x = a
y = a (1 — c o s i).

cos 2í, y = ò a e n í/ . M ostrar que — ^ = 0 .


C alcu lar

iflji
. Resp.
4<t s e n *
(4)
205. z — a c o s t , if = a $ e n f. C alcu lar 4 - v . R e s p . --- í ^ T T T •
ax3 a a *e n » f

d*n .
206. M ostrar que — _ (sh x ) = s h x; -d g in . x (s h x ) = c h x .

Equações da tangente e Ha normal. Comprimentos da sub-tangente $


da sub-normaf.
207. Form ar a equaçJo da tangente e da normal & curva y es x* — 3x* — x + 5
no ponto M (3, 2). Resp. A tangente 8x — y — 22 «= 0; a normal x +
+ 8y - 19 = 0.

208. A ch ar a equação da tangente e da normal, o comprimento da sub-tangente


e da sub-normal no círculo x* + y* = r* no ponto M (x ,, y ,). Resp. A tan­

gente xx, •+■ i/i/, «=r*; a normal x ,y — y , r = 0 ; * ? r = i — — !'•


— X|j. * Zl
209. M ostrar que o vértice da parábola y* = 4px corta a sub-tangente no
centro e que o comprimento da sub-normal 6 constante e igual a 2p.
Fazer o desenho.

210. A ch ar a equaçáo da tangente no ponto M (x „ y j: a) à elipse

. í r +-j-r - » l . Reap. "L + Jg É L - tjb ) à hipérbole Resp.

rx« vy« _ i
aa 6* *
8a*
211. A char a equaçáo da tangente e da norm al à curva y = '^a 2 _x_ m
T9 no

ponto em que x = 2a. Resp. A tangente x + 2y = 4a; a normal y =


= 2x — 3a.

212. M ostrar que a normal à curva 3y *= 6x — 5x», dirigida ao ponto M ^ 1, -1 ^ t

passa pela origem das coordenadav

213. M ostrar que a tangente à curva - f ( -^-) =2 dirigida ao ponto

M (c,b ) t Í+ ^ = 2 .
Q O
Achar a e q ua çlo da tangente & parábola y* = 20x que forma um ângulo
214 ^ com 0 cixo ° x' RcsP- y ~ x + * í no P °m o (*• ion.
A char as equações das tangentes ao círculo x* + y3 = 52 que sáo paralelas
215. 4 rect* 2x -f 3y = 6. Resp. 2x + 3y — 26 = 0.

A char as equações das tangentes à hipérbole 4xs — 9y* = 36. que sáo
216. perpendiculares à
recta 2y + 5x = 10. Rcsp. NSo há.

. Mostrar que as porções da tangente à hipérbole xy = m compreendidas


2 *7, entre os eixos de coordenadas téin por centro o ponto de tangcncia.

2 2 2
3 3 5
, Mostrar que as porções da tangente à astroide x - fy = a compreendidas
“ lí' - entre os eixos de coordenadas têm um comprim ento constante.

219. Sob que ângulo se cortam as curvas y = ar e y = 6*? Resp. tg a =


Log a — Lo g b
~ L-f Log o • Log b '

Achar o comprim ento da sub-tangente, da sub-normal, da tangente e da


220. norm ai à cicloide x = a ( 0 — * * n 0 ), y = a (1 — cos U) no ponto para o qual

0 = y .R e s p St = a ;S # = i a ; r = o V 2 ; N = a V % -

221. Calcular S r , Ss , T t N para a hipocicloide x=.iacos^t, u = ia u n a/.


Resp. i ,r = | 4 a K a i / c o a r | ; * S > = | 4 a -***- \ j ; T = 4 a *en i t ; S =
| COo l J
= | 4 a t c n - i t g t |.

Problemas diversos

Calcular as derivadas das funções:

I
m - Lo* l* ( x - y ) • R « p V C033 X

223. y arc sen — , Resp. j*' =


\z\V7T=\-

COS I
Resp. y '
I c o sx

/ a — b
225- ^ y ^ = r , - ‘ ,c 'g { y ‘ > ° i-

a - ] bc<tsx

226. y = J x J. R eip. / =
1*7’
v
227. K y = arc sen V i — * i . Resp y '- --- Z
— y = = •
228. Resulta das fórm ulas y— e s— para o volume e a superfície
t
da esfera que Explicitar a significação geométrica deste resultado.
dr
Achar uma relaçio análoga entre a superfície do círculo e o comprim ento
da circunferência.

229. N o triângulo A B C o lado a expnme-%e cm função dos outro» dois lados b.


c e d o ângulo A que eles form am pela fórm ula a = V A * + c*— 2bc cos à .
Q u a nd o os lados ò e c s io constantes, o lado a 6 tunção úo ângulo A.
du ,
M ostrar que ~ — = h a, em que ha designa a altura do triângulo correspon­

dente à base a. Explicar o resultado com o auxílio de consideraçóes


geométricas.

230. U tilizando a noção de diferencial, explicar a proveniência das fórmulas


b
aproximadas V a * + 6 a - f j j - , )' o*-f 6 a +-*-=- , em que |6| é um
ia «a*
número pequeno cm relação a a.
231. O período de oscilação do pêndulo é igual a T = cr V ^ f . Que influência
sobre o erro de cálculo do período T exercerá um erro de I % fora da
medida: 1) do comprim ento do pêndulo /; 2) da aceleração da gravi­
dade g? Resp. 1) « 1/2 % ; 2) « 1/2 • * .

232. A tractriz tem a propriedade de em cada um dos seus pontos o segmento


da tangente T conservar um valor corutante. D em onitrar iito utiliian do :
1) a equação da tractriz sob a forma

x = V a» — (< *> 0 );
* a v a* —

2) as equações paramétricas da curva

x—a (Log tg f/2 - f cos t), y—a, sen t.


233. Demonstrar que a função y = verifica a equação
-f 2 y = 0 (C| c C * designam aqui constantes).

2 3 4 . Demonstrar a igualdade y ' — 2r e i m— — 2y, se y = r Tsenx, s = e x cos x.


235. Mostrar que a função y = sen (m arc sen x) verifica a equação (1 — z*) x
X j ' - x y '- f m V = 0.
V
236. Demonstrar que se (a-f 6 x ) e x = r i , então x 3 - ^ f = ( * — y )*.
Capítulo IV

§ 1. T e o r e m a r e la t iv o à s r a íz e s d a d e r iv a d a
(teorema de Rolle)

Teorema de Rolle — Se a função f (x) é continua no segmento


[a. b). derivável em qualquer ponto interior do segmento e se anula
nas extremidades deste segmento [f (a) = f (b) = 0], então, existe pelo
menos um ponto intermediário x = c. a < c < b. em que a derivada
V (x) se anula, isto é, V (c) = 0 (•).

Demonstração — A função f (x) sendo contínua sobre o segmento


[a. 6], atinge pelo menos uma vez neste segmento, o seu limite supe­
rior M e o seu limite inferior m.
Se M — m. a função / (x) é constante, isto é. que para todos
os valores de x a função tem um valor constante j (x) = m. Mas
então, cm qualquer ponto do segmento, teremos f(x ) = 0 c o teorema
fica demonstrado.
Suponhamos que M ^ m. Neste caso pelo menos um destes
números é diferente dc zero
Suponhamos, para fixar ideias. que M > 0 e que a função atinge
o seu limite superior M no ponto x = c. isto é, que f (c) = M.
Notamos, neste caso, que c é distinto dc a e dc b, porque em virtude
da hipótese / (a) = 0 = f (/»); sendo / (c) o limite superior da função
f (x). f (c + Ax) — / (c) < 0 tanto para a x positivo como p ara Ax
negativo.
Daí resulta que:

/ j £ + p a r a 4x>0, (f)
Ar

/Jr_+Ax)_— / ( £ ) ^ o para A r< 0 . (1")


Ax

(•) O número c chama-se raiz da função ? (x), se (c) = 0.


Dado que as coodiçòes do teorema implicam a existência da
derivada no ponto x — c. temos passando ao limite para Ax -* 0:

lim ^ Í £ j L ^ í L Z - Z Í £ l — : / ' ( e ) < 0 para A x > 0 ,


a * —o Ax

lim — ^ = / ' (c) > 0 para Ax < 0.


a x -*o Ax
Mas as desigualdades f (c) < 0 e f (e) > 0 só são compatíveis
no caso era que f (c) = 0. Por conseguinte, provamos a existência
dum ponto e interior ao segmento [a, ò] tal que neste ponto f (x)
se anula.
O teorema de Rolle admite uma interpretação geométrica sim­
ples: se uma curva contínua tendo uma tangente em cada ponto corta

P>K- 91 Fig. 92

o eixo Ox nos pontos de abeissas a e b, existe sobre esta curva pelo


menos um ponto de abeissa c, a < c < b, tal que a tangente neste
ponto é paralela ao eixo Ox.
Alo ta — 1. O teorema permanece válido para uma função deri-
vável que não se anula nas extremidades do segmento [a. ò], mas
toma nestes pontos valores iguais f(a ) = f(b ) (fig. 91). Neste caso a
demonstração é idêntica à anterior.
Nota — 2. Sc f(x) é uma função tal que a sua derivada não
existe cm certos pontos do intervalo aberto (a. b). então o teorema
pode cessar de ser verdadeiro (isto é, que neste caso pode não existir
neste intervalo [a, 6] um ponto intermediário c cm que a derivada
/(x ) se anula).
Por exemplo, a função
y = f(x ) = i — / x*
(fig. 92) é contínua sobre o segmento [— 1. 1] e anula-se nas extre­
midade do segmento; todavia, a derivada
2
não sc anula no interior deste segmento. Isto provém do facto de
no interior deste segmento existir um ponto x = 0 em que a derivada
não existe (ela toma-sc infinita).
O gráfico representado na figura 93 dá igualmente um exemplo
de função cuja derivada não se anula em nenhum ponto do segmento
[0. 2]
As hipóteses de validade do teorema de
Rolle já são satisfeitas por esta função, pois
no ponto x — 1 a derivada não existe.

§ 2. T e o r e m a d o s c r e s c im e n to s fin it o s
(teorema de Ixtgrange)

Teorema de Lagrangc — Se a função f (x)


é contínua sobre o segmento [a, b], derivável
em qualquer ponto interior deste segmento, existe, então, pelo menos
um ponto c. a < c < b. tal que

í (b) — /(<*) = / ’ (c) (b — a). (i)

Demonstração — Designemos por 0 o número ■, isto 6.


façamos b — a

Q= (2)

Consideremos a função auxiliar F (x)


definida pela igualdade:
F (x )= * f(x )- f(a )- (x - a )Q . (3)

Esclareçamos a natureza geomé­


trica da função F (x). Para isso. forme­
mos, primeiro, a equação da corda AB
(fig. 94) tendo cm vista que o seu coefi­

ciente angular é igual a l - Q


b— a
e que esta corda passa pelo ponto [a; /(«)]:

y — f(a ) = Q (x — a),
donde.
y — f{o) + Q {x — a).

Mas F (x) = f (x) — [/ (a) + Q (x — a)]. Por conseguinte, para cada


valor de x. F (x) é igual à diferença das ordenadas da curva y = / (x)
c da corda y = f (a) + Q (x — a) para os pontos da mesma abeissa x.
Vê-se fàcilmcnte que F (x) é contínua sobre o segmento [a, b).
derivável em (a, b) e anula-se nas extremidades deste intervalo, isto é.
F (a) = 0 c F (b) = 0. Por conseguinte, as condições dc vaJidade do
teorema de Rolle sào satisfeitas para esta funçáo. Em virtude deste
teorema, existe um ponto x = c no interior deste segmento tal que

Mas
F '(x) = f '( x ) - Q .
Logo.
F-(c) = f ( c ) - Q = 0.
donde

Substituindo este valor de Q na igualdade (2) temos:

(r,
b—a
donde se deduz imediatamente a fórmula (1). Assim, o teorema fica
demonstrado
Para compreender a significação geométrica do teorema dc Lagrange
reportemo-nos à figura 94. Segundo esta figura, vê-se que a grandeza
/(fr) / (g) $ a tangente do ângulo a que forma a corda que passa
b— a
pelos pontos A e B de abeissas a c b do gráfico c eixo positivo dos x.
Por outro lado. f (c) é igual à tangente do ângulo que forma
a tangente à curva no ponto de abeissa c e o eixo positivo dos x.
Assim, a igualdade (10. (ou a igualdade equivalente (1)) pode ser inter­
pretada geometricamente da maneira seguinte: sc a curva admite uma
tangente em qualquer ponto do arco AB, existe, então, um ponto C
entre A e B tal que a tangente neste ponto é paralela à corda AB.
Por outro lado, visto que c verifica a condição a < c < b. então,
c — a < b — a ou
c — a — 6 (b — a),

em que 0 é um número positivo compreendido entre 0 e 1, isto é.

o < e < i.
Mas então.
c = a + G(b — a)

e pode-se pôr a fórmula (1) sob a forma:

f(b) _/(a) = (6—®)r[« +6(6 —«)]. 0<B<1 (1")


§ 3. T eorem a de C auch y
(relações dos crescimentos de duas funções)

Teorema dc Cauchy — Sejatn f(x ) e y>(x) duas funções contínuas


sobre o segmento [a. b]. deriváveis em [a, b] e seja p(x) tal que
y' (x) não se anule em nenhum pomo de [a. b]; existe, então, um
ponto x = c no interior de [a, b], a < c < b. tal que

/(* )- /(« ) f{c )


( 1)
<p(6) — cp(a) <f'(c)

Demonstração — Definamos Q pela igualdade:

Q— m = m - (2)

Notemos que 9 (b) — ^ (a) =?= 0. visto que no caso contrário


v(b) será igual a ?(a). o qde implicará, cm virtude do teorema dc
Rolle. que ?' (x) = 0 num ponto interior do segmento, o que contradiz
as condições do teorema.
Formemos a função auxiliar:

F (x) = / ( j) - / (a) — Q (x) - <p (a)J

É evidente que F (a) = 0 e F (b) = 0 (isto resulta da definição


da função F (x) e do número Q). Notemos que para a função F{x)
as hipóteses dc validade do teorema dc Rolle são satisfeitas. Podemos,
então, concluir que existe ura número c entre a e b (a < c < b) tal
que F ' (c) = 0. Mas F’ (x) = f (x) — Q / (x), por conseguinte.

F ( c ) = f ( c ) — (?cf(c) = 0,
donde

/> )

/ Substituindo este valor dc Q na igualdade (2). temos a igual­


dade (I).
Nota — O teorema de Cauchy não pode ser demonstrado, como
sc poderia julgar, aplicando o teorema de Lagrange ao numerador e
ao denominador da função
/ (6) — / (a)
q>(6) — q>(a)
Com efeito, procedendo-se desta maneira, obteremos (depois) de
termos simplificado a fracção por b — a) a fórmula

f(b )- f(a ) _ /> ,) ^


<p(b) — <p(a)

cm que a < . Ci < b, a < cz < b. Mas em geral. cx^ c 2. este


resultado não permite obter o teorema de Cauchy.

§ 4. L im ite do quociente de doLs in fin ita m e n te pequenos


0
(verdadeiro valor das indeterminações da forma — )
0

Sejam f(x ) e y(x) duas funções definidas sobre o segmento [a, b]


satisfazendo as condições do teorema de Cauchy e anulando-se no
ponto x = a deste segmento, isto é. / (a) = 0 c ? (a) = 0.

O quociente não é definido no ponto x = a, mas em qual­

quer ponto x = £a . é uma quantidade bem determinada. Eis porque nos


podemos propor a encontrar o limite deste quociente quando x -* a.
O cálculo de limites semelhantes chama-se «cálculo do verdadeiro

valor das indeterminações da forma -5- »; diz-se também: «levantar a


0 ü
indeterminação da forma -q * »•
Fizemos já referência a um problema deste gênero, por ocasião
sen x
do estudo do limite lir a --- e do cálculo das derivadas dc certas
x-*0 X
sen x
funções elementares. A expressão — — não tem significado para x = 0,

por outras palavras, a função F (x) = não é definida neste ponto,

mas vimos que o limite da expressão — para x -* 0 existe e é

igual a 1.

Teorema (Regra de L*HospitaI) — Sejam f(x ) e <?(x) duas fun­


ções que satisfazem às condições do teorema de Cauchy sobre um certo
segmento [a, b] e armlando-se no ponto x = a. isto é, f (a) = f (a) = 0.
Se, além disso, o limite do quociente existe quando x -> a.
- „ lim
entao, / ( * ) existe
. e 9 {X)
<P(x)

lira m = iiin m . .
*-a <p(x) *-a <p (x)

Demonstração — Escolhamos um ponto x ^ o arbitrário sobre o


segmento [a. 6]. Aplicando a fórmula de Cauchy. temos:

/(*)-/(<«) _ /'(I) {1)


q>(x) — <p(a) <p'(|) ’

em que { é um ponto compreendido entre a c x. Mas por hipótese


f (a) = y>(a) = 0. por conseguinte,

/(* ) ^ í( l) (2)
<P(*) <p'(Ê)

Se x -* a. t tende igualmente para a, visto que £ está compreen­

dido entre x e a. Além disso, sc lim ^ —rr\ = A. lim I r existe c


x-a <p (*) (s)
é igual a A. Por conseguinte, é evidente que

Iim m . = , im m . . ün, m . = „ n m =
*-a (f (x) <-*a Cf (|) 5—a tp (x) x-*o <p (x)

c em definitivo:

*« <p(x) *-»a <Í>'(X)

N ota— 1. O teorema é igualmente válido no caso em que f(x)


c <f (x) não são definidos no ponto x = a. mas

l i m / (x) = 0, lira (x) = 0.


X-*0 x—o

Este caso reduz-se sem dificuldade ao anterior, se se definir as


funções f( x )c < f (x) no ponto x — a dc maneira que elas sejam con­
tínuas neste ponto. Para isso, basta fazer

f(a ) = lim / ( x ) = 0 ; <p (a) = lim <p (x) = 0,


ftx )
visto que, evidentemente, o limite do quociente — . quando x -> a,
não depende do valor de f (*) c de p (*) no ponto x = a.

Nota — 2. Se /' (a) = / (a) = 0 e sc as derivadas /' (jc) e / (x)


satisfazem às condições requeridas para a validade do teorema, pode­

mos aplicar dc novo a regra dc L'Hospital no quociente ; dedu-


f *P \
x)
zimos aqui, por conseguinte, a fórmula lim = lim 4 4 —! . etc-
*-<.<!> (*) q> (X)
Nota — 3. Se / (a) = 0. mas /' (x) =£0, o teorema pode ser
aplicado ao quociente inverso . que tende para zero por x -* a.

Por conseguinte, o quociente tende para o infinito.


Exem plo — t .
.. sen 5x (senõx)' 5cos5x 5
lim a ■= lim = liro -- 3— =-~-.
x- 0 3x a:-*0 (3x) x-*0 3 3

Exem plo — 2. ^

Um k 2 £ íi± £ )= u n > i i i = 4 - = i-
•r-*0 • * jc-*0 » ‘

Exem plo — 3.
e*— e -* - 2 x.. e*±e~ *— 2 .. ex — e ' x + 2 _
h m --------- — lim —-------- = lim — -— = l im ------= — = 2.
x — sen x *_() 1— c o s x x-*o **** 1 *-*0 co sx 1

Tivemos de aplicar aqui três vezes seguidas a regra de L ’Hospital.


visto que o quociente das derivadas primeiras, segundas c terceiras

conduziu à indeterminação para x — 0.

Nota — 4. A regra de L ’Hospital pode igualmente ser aplicada


no caso cm que

l im / ( x ) = 0 c lim <p(.z) = 0.
x — ac X -*-°0

C om efeito, façamos x = ~ : vimos que z -> 0 quando x -> 00

c. por conseguinte. . . . ,
lim / ( — ) = 0, l i m < r ( — ) = 0.
/
Aplicando a regra de L ’Hospital ao quociente — f~\ \ ' °^>tcmos:
(*)
Ht)

lim -■— = lim


/
(1) .
-■■ ■ « e lim / jW 4v

x -» 0

(t) <P»

como se queria demonstrar.

Exemplo — 4.

* i. k I 1\
Kü "x lf 09 T (
lim — T ~ = *‘m ---- — ~~~— l i m — =Ar.
X - »0 0 X-^CJD * X -»C O X

X X*

§ 5. L im it e d o q u o c ie n te d e d o is in fin ita m e n te g r a n d e s
00
(verdadeiro valor das indeterminações da forma — )
00

Consideremos agora o problema do limite do quociente de duas


funções f (x) e ? (x) tendendo para o infinito quando x -> a (ou quando
X -> 00).

Teorema — Sejam f (x) e ? (x) duas funçõfs contínuas e derivá-


veis em qualquer ponto x=£ a na vizinhança do ponto a; a derivada
/ (x) não se anula em nenhum ponto desta vizinhança e, além disso,
lim / (x) = oo, lim<p(x) = oo.
x -» a x—a

Se o limite ... ,
l i m - ^ - = /l (1)
<T (*)
existe, então o limite lim existe igualmente e
x-*a <p (x)
<P(

/(*) /'(x)
lim lim i4. (2)

Demonstração — Escolhamos dois pontos arbitrários a c x na


vizinhança d o ponto a dc m odo que a < x < a (ou a > x > a). Em
virtude do teorema de Cauchy, temos:

/ ( * ) - / ( a) / »
(3)
<P(*) — <P(a) <p'(c) *
cm que a < c < x. Transformemos o membro esquerdo da igualdade (3):

i /(« )
______________
/(* > - /(« ) /(x) /(* )
(4)
<P (-**) — <P ( « ) <P ( * )
1
<p(x)
Deduzimos das relações (3) e (4):
/(» )
1
/ » f(x) /(x )

ç(x )
Donde tiramos:
y (q)
/(*> /'(c) <p (x )
(5)
(p(x)

/<*)

Resulta da condição (1) que, para c > 0 arbitràriamcnte pequeno,


se pode escolher a suficientemente vizinho dc a para que a desigualdade

/'(<?> <e
< P »

ou

A —e< - ^- < A +e
V (c)
seja satisfeita para todos os x — c em que a < c < a. Consideremos
cru seguida a fracção
q (a)
1-
<*>(*)
/(cO
1 -

/<*)
Fixemos a de maneira que a desigualdade (6) seja satisfeita, e
façamos tender x para a. Visto que / ( * ) - » oo c y>(*) -> oc para
x -> a. então

1
lim = 1,
/(* )
/(* )

e. por conseguinte, para todo c > 0 prèviamente escolhido, teremos


para todos os x suficientemente vizinhos de a

i
! _ <p(*) <e
/(« )
1 -

/(-r)
ou
(a)
q* (■*)
1— e < < 1 -f €. (7)
/(« )
1
/(x )

Multiplicando os membros correspondentes das desigualdades (6)


e (7). temos:
q>(a)
1
<P(*) < (/í + C)(l 4.e)t
( A — e) (1 - e X - ^ í -
<f (c) /(<*)
/W

e em virtude da igualdade (5)


/(* )
(A - e ) ( 1 - e ) < < ( , t -f tW l + « ) .
y(x)
SenJo c arbitràriamcnte pequeno quando x è suficientemente
vizinho dc a, deduzimos destas últimas desigualdades que

lim X í S ---- -

ou cm virtude de (1)

i i m i W _ « = l i m Z < £ L = = .4 .
»p(x) <*'(*)
c. q. d.

N o ta — 1. Sc nas condições (1) se faz A = oo. isto é. se

li,u - O íL = o o ,
*-*<• <f (•*■)

a igualdade (2) fica válida igualmente neste caso. Com efeito, resulta
da relação anterior.

lim £ S f L - 0 .
/'<*)

Então, segundo o teorema que acabamos dc demonstrar.

nmJEÜ). = iira£<£L= o,
r-a f ( X) *—a ) (X)

donde

lim iííL =0C .


<p(x)
Nota — 2. O teorema pode ser fàcilmentc estendido ao caso em
que x ->oo. Se os limites lim f(x) = co. lim <p(x) = » c lim L S ^
.T-x. <f' (r)
existe, então.

lim i Í £ L = ii„ 1 I Í £ L . (8)


x-«- ( f ( i ) ( p '( r )

Demonstra-se esta proposição efectuando a mudança de variá­


veis x = — . como no caso da indeterminaçáo da forma -5- (ver § 4.
nota, 4).
E x e m p l o - I. #* (#*)' e*
l im — = lim — lim - r —— co .
X-+co * x-*aa (X ) X-*<X! *

Nota — 3. Chamamos uma vez mais a atenção para o facto de


que as fórmulas (2) e (8) apenas são válidas sc o limite do segundo
membro existir (finito ou infinito). Pode acontecer que o limite do
primeiro membro exista, enquanto que o limite d o segundo membro
não existe. Eis um exemplo. Seja calcular o limite:

.. x -4- sen x
lim -------- .
X — «o X

Este limite existe c é igual a I. Com efeito.

,. x -j- sen x .. (, sen x \ .


l i m — 1------- * = lim I 1 4 ------- I = 1.
X — «o X *-*<« \ X )

Mas o quociente das derivadas

( * + s c n x)' = < - h c o 8 x _ 1 + i .ft, y


(x ) 1
não tende para nenhum limite quando x-> oo. porque oscila entre 0 e 2.

E x e m p lo - 2 . axi + 6 2ax a
lim — -— 5- = lim
2cx e

Exem plo — 3. j

.. te x .. cos* x .. 1 cos5 3x
,im.•t tg 3x = llIU„ — 35— = lirn T ---r r =-
n 3 cos* x
* 2 x ~* 2 cos3 3x X* 2

t, 1 2-3 cos 3x sen 3x .. c o s 3 i .. sen 3x


> lim -* — ------------ = l i m ------ lim — t---
„ 3 2 c o sx s e n x a cos x „ senx
*-~ T X"*T X_*T

„ »eni (1) (D (1)


*-T

Exem plo — 4.
lim lim -^r
X - .0 0 r X— o:

Geralmente, para todo o inteiro n > 0


Os outros casos dc indctcrminação que sc nota simbòlicamente:

a) 0* oo ; b) 0o; c) oo°; d) l -
"; e) oo — oo
reduzem-sc aos casos anteriores que acabamos de estudar. Explicitemos
estas notações simbólicas.

a) Dado que lim /(x ) = 0; lim <p(*) = oo. pede-se para calcular
x -*a x-*a
limite
lim [ / (x) • <p (x)J.
a
Ê uma indeterminação da forma 0- oo.
Escrevamos esta expressão sob a forma:

l i m \f (x)• <? (x)] = lim


*-*«i i- * a 1

<p(x)
OU

lim [ /(x )* « r (x )] = lim - ^ - ,


x-*o 1

7£T
quando x -* a temos uma indeterminação da forma 4 r ou — .
II oo

Exem plo — 5.

l im x n * L o g x = l i m -L2íl Í- — |jn i -- £--- = — l i m — = 0 .


*-*0 x -» 0 2. w x -o n

b) Dado que

lim / ( x ) = 0, lim<p(x) = 0,
x~*a x-*a

pode-sc para calcular o limite

lim [/ (* )]* * > ,


x— a

ou. por outras palavras, para levantar a indeterminação da forma 0o.


Façamos

Tomemos o logaritmo dos dois membros desta expressão:

Log y = ç (x ) [Log/(x)J
Quando x -> a temos (à direita) uma indeterminação da forma
O -». Conhecendo lim Log y, determina-se fàcilmente lim y. Com
x-*a *-»q
efeito, em virtude da continuidade da função logarítmica, lim Log y =
X-*fl
= Log lim y e se Log lim y = b, então, 6 evidente que lim y = e6.
x—a x-*a *-*a
Se em particular b = + oo ou — oc, teremos respectivamente lim y =

= + CO OU 0.

Exem plo — 6. Seja calcular lim x *. Fazendo y — x *. encontramos

Log lim y — lim Log y = lim Log (x*)=»lim (x L ogx);

lim (x Log x ) = l im — - l i r a — —j— = — lira i = 0,


x-»Ú x-+D * i- ,0 ____ x-»0
x I*
por conseguinte, L o g lim y = 0, donde l i m y = e° = 1, isto 6, l ir u x * — 1.
oc-tf

Acha-se dum a maneira a n ilo g a os limites nos outros casos de indeter-


minaçfio.

§ 6. F ó rm u la de T ay lor

Suponhamos que as derivadas da função y = / (x) existem até


à ordem (n + 1) inclusivamente numa dada vizinhança do ponto x = a.
Procuramos um polinómio y = Pn (x) de grau não superior a n. cujo
valor no ponto x = a é igual ao valor da função / (x) neste ponto,
e cujos valores no ponto x — a das derivadas sucessivas até à ordem
n inclusa são respectivamente iguais aos valores neste ponto das deri­
vadas correspondentes da função 1 (x)

P n (a) = f(a ), P'n (a) = f ’ (a), P'n (a) = / " ( a ) , . . .

P (; ' ( « ) = / '“ ’ ( a ) . (t)

Pode-se, naturalmente, esperar que este polinómio seja num certo


sentido «próximo» da função / (x).
Procuremo-lo sob a forma dum polinómio segundo as potências
inteiras de (x — a) e cujos coeficientes são indeterminados

P n (x) = C0 + C.x(x - a) + Ct (x - a)2 + C3(x - a f + ...


... + £ „ (* - « )". (2)

Determinemos os coeficientes C x, C *...... C » de maneira que


seja satisfeita a relação (1).
Calculemos, dc seguida, as derivadas dc Pn (x):

/ , n(x) = C1 + 2C1( x - a ) + 3C3( x - a ) * - f - . . . '


. . . -f nCn (x — a)n \
p ; » = 2C1 + 3 2 C , ( x - a ) + . . .
(3)

K " 1( * ) - » ( » - ! ) . . . 2 - I . C , » .

Substituindo jc por a nas igualdades (2) c (3) c [em virtude da


igualdade (1)] P*{a) por /(a), P'n (a) por /'(a), ctc., temos:

f(a ) = C0

r w - c ,
/••(«) = 2- 1-C,

/ * * ( * ) “ •(*• — l) ( n — 2 ) . . . 2-l-C „,
donde encontramos:

C o= / ( « ) . C , = / - ( a ) , C , = - i - / ” (a ),
1*
(4)

6 “ n b / _ w .........

Substituindo os valores dos coeficientes C, C ,. .... C n na fór­


mula (2), encontramos o polinómio que se queria:

Pn(* )- /(« ) + — / ’ (a) + ^ 7 2—’ / " ( « ) +

(* - o )» J*- aT A>
(5)
1-2-3 1 -2-... n

Designemos por a diferença entre a função /(x ) e o poli­


nóm io assim constituído /*«(*) (Cg. 95):

Hn (X )= f(x ) - P n (x),
donde
f{x) = P n (x )+ f í n (x)
ou mais explicitamente

/(* )= /(« )+ ^ p / '( a )


2!

- a)- / , l (a) + /?„W - (6 )


n!

Chama-se a R n (x) o resto. Para todos os valores de x tais que o


resto seja pequeno, o polinómio Pn (x) dá uma aproximação bastante boa
da função f (x).
Assim, a fórmula (6) permite substi­
tuir a função y = 1 (x) pelo polinómio
y — Pn (x) com um grau de precisão igual
ao resto R n (x).
O problema que se põe agora 6 o
de avaliar o resto Rn(x) para diversos
valores de x.
Escrevamos o resto sob a forma

( x - a ) *+i
/? „(*) < ? (* ). (7)
(n -f-1)1

em que Q (x ) 6 uma função a determinar. Ponhamos a fórmula (6)


sob a forma:

/ ( * ) = / ia) + ^ 1' (a) + ( / » + ...


1 21

{ x - a )1 (x -a )"1
? (* ). (* )
n\ (n + l) í

Para x c a fixos, a função Q (x) tem um valor bem determinado;


designemo-lo por Q.
Consideremos, em seguida, uma função auxiliar de t (/ está
compreendido entre a e x):

- /(< > ~ ± = ± r v ) - (x Z ^ /" (< )- ...


1 2!

(x t)n y*, (í) jx— ^


/il <« + 1)1

em que Q é definido pela relação (60; supõe-se que a e x são números


bem determinados.
Calculemos a derivada F ( l ) :

r a)=-r (t)+ r (t)- nt) + 2(-x2p-°-no -


- — ~ * - / '" ( < ) + ... - (* ~ t)n— f n)(t) +
2! ' (rt- 1 )!

o- w < * - * > " 1 /« > m __ ( * - 0 " / « + 1 ) . (a + 1) ( * - < ) " 0


n! n! (n -f 1)!
ou depois de se ter simplificado:

/- (« )* » - (* ~ *>" q . (8)
n\ /i!

Assim, a derivada da função F (t) existe para todos os pontos t


vizinhos do ponto de abeissa a.
Notemos, igualmente, que [em virtude da fórmula (6')]

F(x)=> 0. ^ (fl) = 0.
Logo. as condições de validade do teorema de Rolle são satis­
feitas para a função F (l ) e. por conseguinte, existe um valor t =
compreendido entre a e x, para o qual F* (£) = 0. Daí deduzimos, em
virtude da relação (8):

- / " +,) (?) + {X~ ^ ' Q = 0,


n! n!
donde
<? = / " +” (5).
Substituindo esta expressão na fórmula (7). temos:

(n 4 - 1 )!
Ê a fórmula de Lagrange para o resto. Visto que £ está com­
preendido entre x c a, podemos pô-lo sob a forma (•)

5= a + 0 (x - a ),

onde 0 é um número compreendido entre 0 e 1, isto é. 0 < 0 < 1;


a fórmula que dá o resto fica:

< * (n +> 1)1 = [ ° + 0 <i - *»•

(♦) Ver o fim do fi 2 do proente c a p ítu la


A fórmula

/ ( * ) * ■ = / ( « ) + + “ ““ / > ) + . . .
1 w!

• ■■+ ^ - .« r w + 8 (J — a)] (9)


w! (n -f 1)!

chania-sc fórmula de Taylor da função /(x).


Sc na fórmula dc Taylor sc faz a = 0, encontra-sc:

/(*) = /(0) + f / '( 0 ) + ^ /" ( 0 ) + . . .

■■■+ 4 (°) + (10)


n\ (n + 1)!

onde 0 está compreendido entre 0 c 1. Este caso particular da fórmula


de Taylor 6 conhecido sob o nome de fórmula de Maclaurin.

§ 7. D e s e n v o lv im e n to d a s fu n ç õ e s e*y s e n x , c o s x
p e la fó r m u la d e T a y l o r

1. Desenvolvimento da função f(x ) = ex.

Calculando as derivadas sucessivas dc /(x ), temos:

f(x ) = e\ /(0 ) - if

/ » = e x. /' (0) = 1.

/ n,(x) = ex, / ,,>( 0 ) = 1.

Substituindo as expressões encontradas na fórmula (10) § 6, temos:

J3 1 n n+1
** = 1 + - + - + - + . . . + — + ^
1 21 3! ní ( n + 1)!
0 < 0 < 1.

Se |x| < 1. então, fazendo n = 8, tem-se para o resto a estima­


tiva seguinte:
A fórmula obtida fazendo x = 1 permite calcular o valor apro­
ximado do número e:

tf = 1 - f - 1 -J- - í— (- — + __ -4- — .
21 31 8!

Se se cfectua os cálculos conservando 5 algarismos depois da


vírgula, tem-se:

e = 2,71828.

Os quatro primeiros algarismos depois da vírgula são exactos


visto que o erro não excede o número ™ ou 0,00001.
Notemos que qualquer que seja x, o resto

/* , = - 0 quando n -+■oo.
( " + !)!
Com efeito, visto que 0 < 1, a quantidade e0x é limitada, para x
fixo (ela é menor que e* se x > 0 e menor que 1. sc x < 0).
Demonstremos que para qualquer x fixo
„ r i+ l
0 quando n oo.

Com efeito,
x n+l x x x
(n -f i)! T '2 ’ 3 n n -j- I
Se x é um numero fixo. existe então um inteiro positivo N tal que

|x |< jV .

Façamos ~ = q\ então, tendo em conta que 0 < q < 1, podemos

escrever para n — N + 1„ N + 2, N + 3........ etc.:


porque

X
<«7-
~N jV + 1 n + 1

jjiV—I
rJV-l
Mas ^ é uraa constante e. por conseguinte, não depende
dc n: por outro lado. tende para zero para n-> ao. Logo.

-
cn+*
lim ----= 0. (1)
n — OO (/ l - f - 1 ) !

j-
£ n-
n+t-*l
Por conseguinte. R n (x) = e°x ;— —ít? ,cndc igualmente para zero
para n -> so.
Resulta do precedente que qualquer que seja x, podemos cal­
cular e* com a precisão desejada com a condição de tomar um número
suficientemente grande de termos.

2. Desenvolvimento da função f (x) = sen (x):

/{ * ) = sen-r, / (0) — 0,

/ ' (x) = cos x = sen (x -f j J , /'(O ) = 1,

f"(x ) = — sen x = sen ( x -f 2 £ J . / " ( 0 ) = 0.

/ " ( * ) = — c o s x = sen + 3~ / '" < 0 ) = - l.

/’ (x) = sen x = sen ^x -f 4 £ j . / , v (0) = o.

/ r (x) = sen |^x + n ~ , / r,,(0) = scn n £ ,

/ " +1>(x> = « " [ * + ( „ + ! ) £ , / n+,l( l) = ien | s + {« + 1) y j .


Substituindo as expressões encontradas na fórmula (10) § 6. daí
deduzimos o desenvolvimento da função / (x) = sen x, segundo a fór­
mula de Taylor:

xn n x n+1 n
. . . H----sen n --- ------- sen l + { n + l)
nl 2 (n-j- 1)!

n
Como sen < 1. lim Hn (x) = 0 para todos os
valores de x.

Apliquemos a fórmula assim achada ao cálculo do valor apro­


ximado de sen 20°. Façamos n = 3. isto 6. consideremos apenas os
dois primeiros termos do desenvolvimento:

0a» n n i /a V
s“ 2 0 = !“ 9 * 5 - — 3 iÍ9 j = ° ' J4 3 -
Avaliemos o erro cometido que é igual ao resto:

1 i - 1( £ ) ^ T se» (S + 2 n ) j < ( ~ ) ‘ i = 0 ,°°0 6 < 0,001.

O erro cometido é pois inferior a 0,001, isto é, que sen 20a = 0.343
a menos de 0,001.
Os gráficos da função / (x) = sen x e das três primeiras apro­
ximações estão dados na figura 96:

3. Desenvolvimento da função f (x) = cos x.


Calculando as derivadas sucessivas da função f (x) = cos x no
ponto x = 0 e substituindo-as na fórmula dc Maclaurin, encontramos
o desenvolvimento:

< ** . *4 , x**
cos X = 1 ------------ -------------. . . H--------- cos
21 4 n\

Neste caso igualmente lim Rn(x) = 0 para todos os valores de x.


n-*ao

Exercfclos

Verificar o teorema de R olle para as funções:


1. y = x9 — 3x + 2 sobre o segmento [1, 2].
2. y = xs + 5x* — 6x sobre o segmento [0. I].
y = (x — 1) (x — 2) (x — 3) sobre o segmento [1, 3].
4. y = sen5 x sobre o segmento (0. cr].
5. A funçSo /(x) = 4x» + x: — 4x — 1 tem por raízea 1 e — 1. Achar
a raiz da derivada f (x), de que é assunto no teorema de Rolle.
G. Verificar que entre as raízes da funçSo y — ? x 2— 5 x - f6 se encontra uma
raiz da sua derivada.
7. Verificar o teorema de Rolle para a funçSo y = cos3 x sobre o segmento

S. A funçSo y = 1 — V x* anula-se nas extremidades do segmento [— 1, I).


Verificar que a derivada desta funçSo nSo se anula cm nenhum ponto
do intervalo ( — 1. 1). Explicar porque nâo se pode aplicar aqui o
teorema de Rolle.
*.». C o m p õr a fórm ula de Lagrangc para a funçSo y = sen x sobre o seg­
m ento [x,f x,]. Rcsp. sen x . — sen x , = (x, — x ,) cos c. x l < c < x r
10. Verificar a fórm ula dc Lagrangc para a funçSo y = 2x — x* sobre o
segmento [0. 1].
1 1. Em que ponto a tangente â curva y = x* 6 paralela à corda subtendo

os pontos A f, (0, 0) e M , (a, ú n )? Rcsp. N o ponto da abeissa c =


yn
12. E m que ponlo a tangente à curva y = Log x i paralela & corda subtendo os
pontos A í, ( I, 0) c M3(e, 1)? Resp. N o ponto da abeissa c = e — 1.
U tilizar a fórm ula de Lagrange para demonstrar as desigualdades:

13. « * > l + x . 14. Log (I ■+•x) < x (x >,0). lã. bn — an < nbn~l (b —a) para
6^:*u. 16. a r c tg x < x .
17. Escrever a fórm ula de C auchy para as funções / (x ) = x 3. ? (x ) = xa sobre
o segmento [I. 2) e achar c. Resp. c= .
C alcular os limites seguintes:

l8 ' *** V- 19' ÍÍ.”3 ÍÍ S T - R' ‘p-2-

20. l i m l g T ~ J .R e sp . 2. 21. l im ~ . Resp - 2 .


x-»o * — **n x r , _ 0 c o sx — 1

22. l i m —->Cn X -—r . Resp. O lim ite n5o existe O /l para x — ► -f-0,
x-o y 1 — cos x
— y i para x — * — 0).

23- “ “ • Rc,p- 24' Í Í 5 ' Re,p ,‘* * t •

x — a r c ie n x _ I OÍ, .. senx — sen a _


2.i. l i m ----- s---- . Resp. — . 2G. lu u . Resp. c o ?n.
•x-*0 *en3 x x-*a *—o

27. l im . Resp. 2. 28. l im . R csp. * .


v—ü L o g ( l - f y) r x-*o 3x* -r- x6 3

29. lim . Resp. -ÍJ- . 30. lim - í^ ~ ( e m que n > 0 ). Resp. 0.


x—zo *x -f- O L x-*oo X

Log ( i + i ) U ,( * - ± i)
3 I- Ir c c t g i- ’ R" p-*■ » ü!£— R' “’ - * •

33. l iu i ~ . Resp. 0 para a > 0 ; cc para a < 0 .

34. lim ** ' " . Resp. 1. 35. l im • Resp. I.


x — fe o r — e x-*0 LO g SCnx

36. Iim . Relp. 37. lim . Resp. ü.


a>.0 Lo g tg 2x v *-l .- J L
K 2x

38. l l m (1 — x) t g ^ . Resp. . 39. Um [ - ^ - - - J - ^ j.R e s p .— .

'«0. l i m í - r —----- 1 . Resp. — I.


*-♦! L L o g x LogxJ
41. lin i (secq'— tgq>). Resp. 0. 42. l im • Rcsp y '

43. lim
im x c t g 2 x . Resp. . 44. lim xU . Resp. oo.
x -*0 í Jf-*0

1 _
43. lim x 1-*. R csp.— . 46. l im ) f t *. Rcsp. i .
x— 1 e t-*x>

47. l i m f — V * * . Rcsp. 1. 48. l im ( l + — V . Rcsp. <a .


,r-*0 V X / x—co \ X /

1 * x
49. lim (ctg x )1,0* *. Resp. — . 30. l im ( c o s x ) 2 . Resp. 1.
*-*0 e _ n

31. lim ( . Resp. -j-r=- • S2. l i m ( t g ^ ) .R e sp . -j- .


ç-O V <P / x-*t V 4 / *

53. D ecom por o po lin óm io x* — 5x* + 5x* + x + 2 segundo as potências de


x - 2. Resp. - 7 ( x - 2 ) - ( x - 2 ) « + 3 ( x - 2 ) ‘ + ( i - 2)«.
54. Decompor segundo as potência» de x + I o polinóm io í * t 2i 4 - x1 +
+ x + l. Resp. (x + l ) ' + 2 ( x + 1)' - 3 ( * + 1)‘ + . ( í + 1)*.
55. Escrcvcr a fórm ula dc Taylor para a fu n ç io y = V~x para a * 1. n — 3.
n £in ! / - _ * , * - 1 * <*-«• 1 , ( X - l) 3 3 < X - 1 )* _
Rcsp. 1 x _ l + — . y ---- _ . T + _ _ . T ----

_7
x|| [i+e (*—«i 2. o< e< i.
36. Escrcvcr a fórm ula de M a d a u rin para a fu n ç lo y — V 1 + x para n = 2.

Resp. Vt-f x * = 1 - f y x —J z ---------- r • ° < e < 1-


I6 ( l+ 0 x )2

37. U tilizar os resultados do exemplo anterior para avaliar o erro aproximado


da igualdade
V l +x l + i -x— para x-=0,2.

Rcsp. Inferior a -g / 10>- .

Elucidar a proveniência das igualdades aproximadas para baixos valores


de x c avaliar o erro das igualdades:
61. a r c t g x ^ x - ^ . 62. - * ^ 1-f .

03. L o * ( x + V r r 7 í ) * r - x t + ^ * .

U tilizar a fórm ula dc Taylor para calcular o lim ite da* expressões:
ç, x — sen z
M. l i i n ------------ - . Resp. 1.

65. lim t" ? * i í L ± ^ 5 5 Ü . R t l p . o .


x-*0

66. lim - . R «p. ‘ •


x-*0

67. lim f.
X—
tQ L

68. lim (
■T-»0 V

69. Um (
Capitulo V

§ 1. P o s iç ã o d o p ro b le m a .

O estudo das relações quantitativas entre os diversos fenômenos


da natureza, leva-nos a procurar e a estudar o vínculo funcional exis­
tente entre as variáveis que caracterizam um dado fenômeno. Se este
vínculo funcional puder ser expresso sob uma forma analítica, isto é,
com o auxilio dc uma ou dc várias fórmulas, é-nos. então, possível
iniciar o estudo desta dependência funcional pelos métodos da análise
matemática. Por exemplo, apôs o estudo da trajeclória dum projéctil
lançado no vácuo, encontramos a fórmula

H ^ sen ~a
H
que exprime a relação funcional existente entre o alcance R , o ângulo
de tiro q e a velocidade inicial v0 (g é a acclcração da gravidade).
Graças a esta fórmula. é*nos possível determinar para que valores
de « o alcance R será máximo ou mínimo, em que condições o aumento
de a implicará o d o alcance, etc.
Citemos um outro exemplo. O estudo das vibrações dum corpo
repousando sobre molas (combóio, automóvel) fornece-nos uma fórmula
exprimindo a dependência funcional entre o afastamento y deste corpo
da posição de equilíbrio e o tempo l : '

y = e A; (/I cos íot -f- B sen

As grandezas k. A, B, «. que entram nesta fórmula, têm um


valor bem determinado para um dado sistema vibratório (elas dependem
da elasticidade das molas, do peso do corpo, etc., mas não variam
com o tempo r) e. por conseguinte, podem ser consideradas como
constantes.
A fórmula obtida permite concluir para que valores de f o
afastamento y aumenta com t, como varia o valor do afastamento
máximo com o tempo, a que valores de t correspondem estes afasta­
mentos máximos, para que valores de t se obtêm as velocidades
máximas de deslocamento do corpo. etc.
Todas as questões deste gênero se reduzem a um mesmo problema,
mais geral, que se designa «O estudo da variação das funções».
Ê, evidentemente, difícil responder a todas estas questões
calculando o valor numérico das funções cm certos pontos (como o
fizemos no Capítulo II). O objecto do presente capítulo é dar os
princípios gerais do estudo da variação das funções.

§ 2. C r e s c im e n t o e d e c r e s c im e n to d a s fu n ç õ e s

Definimos, no § 6 do Capítulo I, as funções crescentes e decres­


centes. Utilizaremos agora a noção de derivada para o estudo do
crescimento e do decrescimento das funções.
Teorema— I. Se a função f (x) derivável sobre o segmento
[a. b] é crescente sobre este segmento, então, a sua derivada não é
negativa sobre este segmento, isto i . V (x) > 0.
2. Se a função f (x) é continua sobre o segmento [a. b], derivável
no intervalo (a, b) e. mais. se V (x) > 0 para a < x < b. então, f (x)
é uma função crescente sobre o segmento [a, b].
Demonstração— Demonstremos cm seguida a primeira parte do
teorema. Seja /(* ) uma função crescente sobre o segmento [cr. b].
Atribuamos à variável independente x um crescimento te c conside­
remos o quociente
/(■r-t- Ax) — f(x ) j
A*

Sendo f(x ) uma função crescente, tem-se:

j (x -j- Ax) > / ( x ) p a r a Ax >* 0


f (x Ax) <Z / ( X) p ara A j < 0 .
Nos dois casos
/ (x -f Ax) — / (x)
>0 (2)
Ax

e. por conseguinte.

Um Ü £ ± M ^ M > 0 ,
Ax-0 Ax

isto é, f (x ) > 0, o que se queria demonstrar. [Se nós tivéssemos


/ ' U ) < 0 ; o quociente (1) seria negativo para os valores suficiente­
mente pequenos dc Ax. o que contradiria a relação (2).]
Demonstremos agora a segunda parte do teorema. Seja /' (x) > 0
para todos os x pertencentes ao intervalo (a, b).
Consideremos os dois valores arbitrários x, e x3 (* i < x2) da
variável independente tomados sobre o segmento [a, b].
Em virtude do teorema de Lagrange sobre os crescimentos finitos,
temos:

/ (*i) — í (* i) = / ' ( * ) (* a — -r i) . * i < Ê < *x-

Por hipótese f{{) > 0, por conseguinte, / (x2) — / (x,) > 0, o que
exprime bem que f (x) t uma função crescente.

F ig. 97

Pode-se enunciar um teorema análogo para as funções decres­


centes (deriváveis):
Se f (x) é uma função decrescente sobre [a. b], então, f (x) < 0
sobre este segmento. Se V (x) < 0 no intervalo (a. b). então. f(x ) é
decrescente sobre o segmento [a, b].
[Bem entendido, supomos aqui,
igualmente que a função /(x ) 6
continua em qualquer ponto do
segmento [a. 6] e derivável em
qualquer ponto d o intervalo (a. b).]

Nota — O teorema que acaba­


mos de demonstrar interpreta-se
geomètricamente como se segue: m:
a função / (x) é crescente sobre o
segmento [<J, b], a tangente à curva
y = / (x) forma, cm cada ponto
F i g . 98 deste intervalo, um ângulo agudo <?
com o eixo Ox (cm certos pontos
ela pode ser paralela a este eixo). A tangente deste ângulo não é,
pois, negativa: /' (x) = tg ? > 0 (fig. 97, a). Se a função f (x) é decres­
cente sobre o segmento [a, ò], o ângulo formado pela tangente e o
eixo Ox é obtuso (ou excepcionalmente, em certos pontos, a tangente
é paralela ao eixo Ox). A tangente deste ângulo não é. pois. positiva
(fig. 97, b). A segunda parte do teorema interpreta-se da mesma
maneira. Assim, este teorema permite concluir se a função é crescente
ou decrescente, consoante o sinal da derivada.
Exemplo — Determinar o domínio dc crescimento e de decrescimento da
funçSo
y — x*.
Resolução — A derivada desta funçSo 6
y' = 4** ;
para x > 0 , tem-se y ' > 0 e por conseqüência a funçSo 6 crescente;
para x < 0, tem-se y» < 0 e a funçSo é decrescente (fig. 98).

§ 3. M á x im o e m ín im o d a s fu n ç õ e s
Definição de máxinxo — Diz-se que a função / (x) admite um
máximo no ponto xu se o valor da função /(x ) d neste ponto
maior que cm qualquer outro ponto dum certo intervalo contendo
o ponto Xi. Por outras palavras, a função /(x ) admite um máximo
no ponto x = x,. se / (x, + Ax) < / (x,) para todos os Ax (positivos
ou negativos) suficientemente pequenos
em valor absoluto (•).
Por exemplo, a função y - f (x).
cujo gráfico está representado na fi­
gura 99. admite um máximo para x = x t.

Definição de mínimo — Diz-se que


a função / (x) admite um mínimo para
x = X-, se

/ ( * ,+ A x )> f(r J,
para todos os Ax (positivos ou negativos)
suficientemente pequenos em valor abso­
luto (fig. 99). Por exemplo, a função y = x*. que consideramos no
fim do precedente parágrafo (ver fig. 98). admite um mínimo para
x = 0. visto que y = 0 para x = 0. e y > 0 para todos os outros
valores de x.
Chamamos a atenção para os seguintes pontos relativos à defi­
nição do máximo e do mínimo.
I. Uma função definida sobre um segmento só pode atingir o
seu máximo ou o seu mínimo num ponto interior deste segmento.

(•) Enuncia-se por vezes com o esta definiçSo: a função / (x ) admite


um m íx im o no ponto x ,, se existe um a vizinhança (a. 01 do ponto x,
( « < x, < p ) tal que para todos os pontos desta vizinhança diferentes de x,
a desigualdade / (x) < / (x ,) seja satisfeita.
2. N ão sc deve confundir o máximo c o m ínim o duma função
respectivamente com o seu maior valor c o seu menor valor (os
limites superiores e inferiores) sobre o segmento considerado: o valor
da função no ponto máximo apenas é o seu maior valor em relação
aos seus valores nos pontos x, suficientemente vizinhos do ponto
máximo. D o mesmo modo. num ponto mínimo, cia apenas é o
menor valor da função cm relação aos seus valores nos pontos
suficientemente vizinhos do ponto mínimo. Eis porque, se emprega
por vezes as expressões máximo relativo
ou mínimo relativo, em vez de máximo
c minimo.
Assim, a figura 100, representa uma
função definida sobre o segmento [a, 6],
que tem

um máximo para x = x, c x = x,;


um mínimo para x — x3 c x — x«;

mas o mínimo da função para x = x« é


maior que o máximo desta função para
x = xx. Por outro lado. o valor da função para x = h é maior que
o valor desta função nos pontos de máximo.
Chama-se máximos e mínimos dum a função aos extremos ou
aos valores extremais desta função.
Os valores extremais duma função c as suas disposições sobre
o segmento [a, b], caracterizam, em certa medida, a variação da
função cm relação à variação da variável independente.
Indicaiemos, dc seguida, um método para achar os valores
extremais.

Teorema — 1. (Condição necessária para a existência dum ex­


tremo). Se a função derivável y = f (x) tem um máximo ou um mínimo
no ponto x = x,. então, a sua derivada anula-se nesse ponto, isto é,
f ( x , ) = 0.
Demonstração— Suponhamos, para fixar ideias, que a função
y = f (x) tem um máximo no ponto x = x ,. Então, teremos para
os Ax (Ax ^ 0) suficientemente pequenos em valor absoluto

/ (x , - f A x ) < / (r j,
isto é.
/ (x , + Ax) — / (x ,)< 0 .

Mas, então, o sinal do quociente


/ (x , - f A x ) - / (x,)
Ax
é determ inado pelo sinal de Ax:

í (~T| 4- A-r) - /(- r.) > ( )


para Ax < Ü,
Ax

Ax
Resulta da definição de derivada que

& X-+ Q Ax

Se a derivada de / (x) existe no ponto x = x „ o limite do


do membro direito não depende da maneira como Ax tende para
zero (permanecendo positivo ou negativo).
Mas se Ax -* 0 permanecendo negativo, então.

/'< *,) > 0 .

Sc ax -> 0 permanecendo positivo, então.

/ ' ( * , ) < 0.

Como /'(x ,) é um número bem definido, não dependendo da


maneira como a x tende para zero. as duas desigualdades anteriores
não são compatíveis, a não ser no càso cm que

/'(* | )“ 0.

Demonstrar-se-ia. duma maneira análoga, o teorema para o caso


do mínimo.
O teorema assim demonstrado, traduz a propriedade geométrica
seguinte: se a função f (x) tem uma derivada no ponto máximo ou
no ponto mínimo, a tangente à curva y = f (x) nestes pontos, é
paralela ao eixo Ox. Com efeito, resulta da relação /' (x,) = tg <p = 0.
cm que ? é o ângulo formado pela tangente e o eixo Ox. que <p = 0
(fig. 99).
Resulta imediatamente d o teorema I: se a derivada da função
f(x) existe para todos os valores considerados da variável indepen­
dente. então, a função não pode ter um extremo (máximo ou mínimo)
a não ser para os valores de x que anula a derivada. O recíproco
não é verdadeiro: um ponto onde a derivada se anula não é neces-
sàriamente um máximo ou um mínimo da função.
Por exemplo, a derivada da função representada na figura 99
anula-se no ponto x = x3 (a tangente é paralela ao eixo Ox). mas
neste ponto não há nem máximo nem mínimo.
Do mesmo modo. a derivada da função y = x* (fig. 101) anula*sc
no ponto x = 0:
( » ■ ) « — (3xI) , _ = 0 ,
mas. neste ponto, a função não tem nem m áxim o nem mínimo.
Com efeito, por mais vizinho que seja o ponto x do ponto O. temos:
^ < 0 para x <L 0

C x3 > 0 para X 7>0.


Estudamos o caso duma função / (x) derivável em qualquer
ponto do seu domínio de definição. O que sc poderá dizer a respeito

Fig. tOt

dos pontos onde a derivada não existe? Mostraremos, cm exemplos,


que nestes pontos a função pode ter um máximo ou um mínimo,
mas pode igualmente não ter máximo nem mínimo.
E x e m p lo — 1. A função y = x| nfio tem
derivada no ponto x = 0
(neste ponto a curva n5o tem tangente definida) mas ela tem um m ín im o nesse
ponto (fig. 102): y = 0 para x = 0 e c m qualquer outro ponto x diferente
de zero y > 0.

*1

Fig. 103

Exem plo — 2. A funçSo y (1 - * V não tem derivada no ponto


2l t x = 0,
visto que y' = — (1
M — x ^ )2x se torna infinita quando x tende para zero;
todavia ela admite um m áxim o neste ponto: / (Õ) 1. / ( x ) < 1 quando x
i diferente dc 0 (fig. 103).
E xem plo — 3. A funçSo y = ] x nSo tem derivada no ponto x =* 0
(y' —* oo para x —> 0). Neste ponto a funçSo nSo tem m áxim o nem m ínim o:
I (0) = 0; / <jc) < 0 para x < 0, / (x) > 0 para x > 0 (fig. 104).

Assim, uma função não pode ter extremo a não ser em dois
casos: nos pontos em que a derivada existe c sc anula, c nos pontos
onde a derivada não existe.
Notemos que se num ponto a derivada não existe (mas existe
numa certa vizinhança desse ponto), ela tem uma descontinuidade
nesse ponto.
Os valores da variável independente, para os quais a derivada
se anula ou tem uma descontinuidade, chamam-sc pontos críticos ou
valores críticos.
Resulta do que precede que todo o ponto crítico não é neces-
sáriamente um extremo. Mas sc a função tem um máximo ou um
m inim o num certo ponto, este último é nccessàriamcnte um ponto
critico. Eis porque sc procede da seguinte maneira para determinar
os extremos. Acha-se primeiro todos os pontos críticos, depois estuda-se
cada ponto crítico separadamente, a fim de determinar sc * um
máximo, um mínimo da funçáo ou se nera é um nem outro.
O estudo da função nos pontos críticos é baseado nos teoremas
seguintes.

Teorema — 2. (Condições suficientes para a existência dum ex»


tremo). Seja f (x) urna função continua num intervalo contendo o
ponto crítico xx e derivável em qualquer ponto desse intervalo (salvo,
talvez, no ponto x j . Se a derivada muda de sinal de mais para
menos quando se passa pelo ponto crítico da esquerda para a direita,
a função tem um máximo para x = l , . Se a derivada muda de sinal
de menos para mais quando se passa pelo ponto x, da esquerda para
a direita, a função tem um minimo nesse ponto.
Assim.

«u; a) I / <x) > 0 P*™ * < * i.


I / '( * ) < 0 para x > x t,

a função admite um máximo no ponto xx;

se b) [ **** * < * 1.
1 / '( * ) > 0 para x > r t,

a função admite um mínimo no ponto xt. Além disso, é preciso que


as condições a) ou b) sejam satisfeitas para todos os valores de x
suficientemente próximos dc isto é. para todos os pontos duma
vizinhança suficientemente pequena d o ponto critico xv.
Demonstração — Suponhamos, primeiramente, que a derivada muda
de sinal passando dc mais para menos, isto é, que para todos os x
suficientemente vizinhos do ponto x,. temos:
/ '( x ) > 0 para x < x l,
/V )< 0 para x > x x.
Aplicando o teorema dc Lagrange à diferença / (x) — / (Xj).
obtém-se:

em que £ é um ponto compreendido entre x c x».


1. Seja x < x ú então,
£<*». / '( !) > 0 , /'(£ ) (x — X,) < 0
e. por conseguinte,
/(* )- /(* t)< 0
ou
/ (x )< f(X j). (1 )
2. Seja x > x l; então.
|>x„ / '( | ) < 0 , /'(| ) (x — Xj) < 0
e, por conseguinte.
!( * ) - !( * i) < 0
ou
/(* )< /(* !). (2)
As relações (1) e (2) mostram que para todos os valores de x,
suficientemente vizinhos de xu o valor da função é menor que o valor
da função no ponto xx. Isto significa justamente que a função /(x )
admite um máximo no ponto x,.
Demonstra-se, dum a maneira análoga, a segunda parte deste
teorema.
A figura 105 ilustra claramente a significação geométrica do
teorema 2.
Suponhamos que /' (x) = 0 para x = x, e que para todos os
outros valores dc x suficicntcmcntc vizinhos de x lt as desigualdades
f (x) > 0 para x < x ,*

/ ' (x) < 0 para x>Xj


são satisfeitas.
Se para x < x , a tangente à curva forma com o eixo Ox um
ângulo agudo, então, a função é crescente; e se para x > x, a tan­
gente à curva forma com o eixo Ox um ângulo obtuso, a função
é decrescente; no ponto x = x, a função que era crescente torna-se
decrescente, por outras palavras, ela admite um máximo.
Suponhamos agora que /' (x,) = 0 para x = x, c que para todos
os outros valores dc x suficientemente vizinhos de x2t as desigualdades
f '( x ) < 0 para x<x„

/ '( x ) > 0 para x>x,


sào satisfeitas.
Sc para x < x2 a tangente à curva forma com o eixo Ox um
ângulo obtuso, então, a função é decrescente; e sc para x > x2 a
tangente à curva forma com o eixo Ox um ângulo agudo, então, a
função é crescente. No ponto x = x,
a função decrescente toma-se cres­
cente. isto é. tem um mínimo.
Suponhamos que no ponto x = x ,
/' (*i) = 0 e que paia todos os valores
dc x», as desigualdades

/ '( x ) > 0 para x < x a.

/ ’ (x) > 0 para x>x3


são satisfeitas. Fig. 105
Então, a função é crescente para
x < x, assim como para x > x,. Por
conseguinte, ela não tem máximo nem mínimo no ponto x = x,. ê jus­
tamente o que tem lugar para a função y = Xa no ponto x = 0.
Com efeito, a derivada desta função é igual a / = 3x*. logo

(y )x *^ o — 0 * ( y ) x < ) > 0, (y ) x >o > ^ -

Isto significa que a função não tem nem máximo nem mínimo
no ponto x = 0 (ver fig. 101).

§ 4. Cam inho a segu ir para o estudo do m áxim o e do mínimo


dum a função d erivá vel com o auxilio da derivada prim eira

Referindo-nos ao parágrafo anterior, podemos enunciar a seguinte


regra respeitante ao estudo do máximo e do m ínim o duma função
derivável

y = f (*)■
1. Calcula-se a derivada primeira / ' (x) da função.
2. Procuram-se os valores críticos da variável independente x;
para isso:

a) Procuram-se as raízes reais da equação oblida, igualando a


zero a derivada primeira f (x ) = 0;
b) Procurara-se os valores de x para os quais a derivada /'( x )
tem descontinuidades.
3. Estuda-se o sinal da derivada à esquerda c à direita do
ponto critico. Com o o sinal da derivada não muda no inter­
valo compreendido entre dois pontos críticos consecutivos, basta,
estudar, por exemplo, o sinal da derivada à esquerda e à direita do
ponto critico x , (fig. 105), determinar o sinal da derivada no ponto
a c p (x, < a < x „ x 2 < p < x a, em que x t e x , são os pontos
críticos vizinhos de x*).
4. Calcula-se o valor da função f (x ) para cada valor critico
da variável independente.
Obtemos assim o esquema seguinte exprimindo os diferentes casos
que sc podem apresentar.

Sinal da derivada f ' ( x ) na vtiinhança


do ponto critico x» Naturesa do ponto critico
xcx » x = .*i X > XI

f (Xj) = 0 ou dcscontinuidade - Máximo

- /’ ( x , ) = 0 ou dcscontinuidade -r Mínimo

+ f (x,) = 0 ou dcscontinuidade -f- Nem máximo nem mínimo (a


funçSo é crescente)

- f (xj) * 0 ou dcscontinuidade — Nem máximo nem mínimo (a


funçSo é decrescente)

Exemplo— 1. Achar os máximos c os mínimos da funçSo


X3
1/ j — 2ir2-t-3x.fi.

Resolução— 1. Calculemos a derivada primeira desta funçSo.


y ' *= xa — Ax + 3.
2. Achemos as raízes reais da derivada:
x3 — 4x -f 3 - 0.
Por conseguinte,
* i =* 1, x2 ■= 3.
A derivada i sempre contínua; nSo há. pois. outro ponto crítico.
3. Estudemos os valores críticos e representemos os resultados na
figura 106.
Estudemos o primeiro ponto crítico xt = 1. Como y’ «= (x — 1) (x — 3),
entio.
para x < I, temos y' = (—)•(—) > 0;
para x > 1, temos — (4- ) . ( _ ) < 0.
Logo na vizinhança do ponto x, = I (quando se passa da esquerda para
a direita) a derivada muda dc sinal; ela passa de mais par* menos.
A função admite, então, um máximo para x ** 1. fi valor da função
neste ponto á:

<*)*-! = y .
Estudemoi o segundo ponto crítico x2 = 3:
para x < 3 , temos y' = (-}-).(—) < ; ();
para x > 3, temos / •=* (-t~) *(~h) > 0.
Isto significa que na vizinhança do ponto x = 3, a derivada muda dc
sinal; cia passa de menos para mais. A função tem, pois, um mínimo para
x = 3. O valor da função neste ponto é:
*= 1.
Os resultados do nosso estudo permitem-
•nos construir o gráfico da função (fig. 106).
Exemplo— 2. Achar os máximos e os
mínimos da função
y= < x -i) | 7 í .
Resolução— I. Calculemos a derivada:

3, x
2. Achemos os valores críticos da variável
independente: a) achemos os pontos onde a deri­
vada se anula
5x— 2
y •- 0,
3y X
b) determinemos os pontos de descontinuidade
da derivada (neste presente caso a função
torna-se infinita). O ponto
x2 = 0
está evidentemente no número destes últimos. (Notemos que a função 6 definida
e contínua no ponto xs = 0).
Não há outros pontos críticos.
3. Determinemos a natureza dos pontos críticos encontrados. Estudemos
2
o ponto x, = -£•. Notemos que

<*') 2 < °- (*') 2> 0 ;


*< «
podemos, entSo, concluir que a função admite um mínimo no ponto x = ■—.
0
O valor da função no ponto mínimo 6 igual a

" ' H - M v 5 — 4 y T
Estudemos o segundo ponto crítico x = 0. Resulta de

(y)*<o>o» (y )*>0 ^ ®
que a íu n ç io tem um m áxim o no ponto x = 0. A lém disso, (y)jc~o = 0.
O gráfico da funçáo considerada está
representado na figura 107.

§ 5. E s t a d o d o m á x im o e
d o m ín im o d a s fu n ç õ e s c o m
a u x ílio d a d e r iv a d a s e g u n d a

Sejay = f(x) uma


função cuja
derivada se anula no ponto x = xu
isto é, /' (Xi) = 0. Suponhamos, além
disso, que a derivada segunda f'(x )
existe e é continua numa vizinhança
do ponto Xi. Podemos, então, enun­
ciar o teorema seguinte.

Teorema — Seja f'(x ,) = 0; en­


tão, a função tem um máximo no
pom o x = x , se f " (x , ) < 0 e um
mínimo se f" (x,) > 0.

Demonstração — Demonstremos, primeiramente, a primeira parte


do teorema. Sejam

/ '( x l) = 0 e / " ( * ,) < 0 .

Sendo /"(x ), por hipótese, contínua numa certa vizinhança do


ponto x = xu existe, evidentemente, um segmento suficientemente
pequeno que contém o ponto x, em todo o ponto, no qual a derivada
segunda f*(x ) é negativa.
Mas / " (x) é derivada da derivada primeira / " (x) = (/' (x))'; eis
porque resulta da condição ( / '( x ) ) '< 0 que a função f (x) é decres­
cente sobre o segmento que contém x = x, (§ 2, Cap. 5). Mas f' (x) = 0.
por conseguinte, sobre este segmento temos f (x) > 0 para x < Xi e
/'(x ) < 0 para x > x,. isto é, que a derivada f (x) muda o seu sinal
de mais para menos quando se passa pelo ponto x = xx. Isto significa
precisamente que a função /(x ) tem um máximo no ponto x t. A pri­
meira parte do teorema está assim demonstrada.
Demonstra-se, dum a maneira análoga, a segunda parte do teo­
rema: se /" (x ,) > 0, então, f '( x ) > 0 em todos os pontos dum certo
segmento contendo o ponto x,. logo sobre este segmento /" (x) =
— (/' (*))' > 0, e, por conseguinte, /' (x) é crescente. Com o /'(x 0 = 0,
isso significa que passando pelo ponto xlt a derivada /'(x ) muda
o seu sinal dc menos para mais. por outras palavras, a função / (x)
tem um mínimo no ponto x = xx.
Sc no ponto crítico / " (x,) = 0. a função pode. ou admitir neste
ponto um máximo ou um mínimo, ou não ter extremo neste ponto.
Em casos semelhantes, o estudo da função deverá ser feito segundo
o primeiro método (ver § 4. Cap. 5).
O estudo dos extremos com o auxílio da derivada segunda pode
ser esquematizado no quadro seguinte.

r <xj) Natureza do ponto


t " <x,) critico

ú — M áx im o o

0 M ín im o i

Ü 0 N So determinada

E x e m p lo — 1. Determinar os máximos c os m ínim os da funçSo

y = 2sen x-f cos 2x.


Resolução — Sendo a funçSo periódica (o período 6 igual a 2ir), basta
estudar o com portam ento da função sobre o segmento [0. 2w].
1. Calculemos a derivada:

;j' — 2cosx—2sen l x = 2(cosx— 2sen xcosx)=2cosx(1 — 2sen x).


2. Achemos os valores críticos da variítvel independente:
2cosx(1—2sen x)=0,
rt òn
x i- ç * ;
ji
*2~ y x3=-5n x* -
3. Calculemos a derivada segunda:
V * = — 2 sen x — 4 cos 2x.
4) Determinemos a natureza dc cada ponto crítico:

(SÓ a = - 2 4 ~ 4' t =-3<0-

Por conseguinte, temos um m áximo no ponto x, = :

Por outro lado,


<|f) n= -2 -l+ 4 -l= 2 > 0
*= T
a
Por conseguinte, a função tem um m ín im o no ponto x , *= :

Of) _n =2*1 — 1= 1.
X 2
5.i
No ponto x , « -jr- temo*:

(|0 5n = - 2 - i - 4 4 = - 3 < °-

, , , 5n
Por conseguinte, a fu n ç lo tem um m áxim o no ponto x , = —

/X 9 1 i 1 3

Finalmente
(/) 3jt = - 2 ( - ! ) - 4 ( - l ) = 0 > 0 .

Por conseguinte, a funçSo tem um m ínim o no ponto x 4 = -tj- :

<y) ~ 2 ( — 1) — 1 — — 3.
r=~2~
O gráfico da funçSo considerada está representado na figura 108.

Mostremos, com exemplos, que se /' (x;) = 0 e f ' (x,) = 0. a


funçáo pode ter no ponto x, ou um máximo ou um mínimo, ou
não ter qualquer extremo.
Exem plo — 2. Determinar o* máximos e os m ínim o* da funçSo:

y — 1 — x*.
Resolução — I. Achemo* oi pontos críticos:

y' = — 4**, — ix 3 — 0. x — 0.
2. Determinemos o sinal da derivada segunda no ponto j: = 0:

Sr - - 12x>, (y ')*= o = 0.
Por conseguinte, não podemos, neste caso, determinar a natuzera d o ponto
crítico considerado com o auxílio do sinal da derivada segunda.
3. Estudemos a natureza do ponto crítico empregando o primeiro método
(ver § 4, Cap. V).
> 0, (y)x>o < 0.
A função tem. po;S, um m áxim o no ponto x = 0. O valor da funçáo
neste ponto é:
(y)*—0 — 1•
O gráfico da função considerada está representado na figura 109.

Exem plo — 3. Determinar os máximos e os m ínim os da funçáo:


y mm x*.
Resoluçilo — Procedendo de acordo com o segundo m étodo, encontramos:
1) y‘ 0x‘ , y ' - for» = 0, x = 0; 2) y " = 30x«. [ y ') x 0= 0-
O segundo método n ão permite, pois, julgar da natureza dos pontos
críticos. O emprego d o primeiro método impõe-se:

(/ )* < o < 0, (y ’ ) x >o > 0.

Por conseguinte, a funçáo tem u m m ín im o no ponto x = 0 (fig. 110).

Exem plo — 4. Achar os máximos e os mínimos da funçSo:


y - (x — i ) 3.

Resolução — Segundo método:


y* « 3 (x — 1)*, 3 (x - l) 8 = 0, x = 1;
- 6 (x - ! ) , ( y ') x - t = 0;
assim, o emprego do primeiro m étodo impõe-se. visto que o segundo método
é ineficaz:
f r V i > ° - <*'>*>» > ° -
Por conseguinte, a função não tem nem m áxim o nem m ínim o no ponto
x = 1 (fig. 111;.
§ 6. M a io r e m e n o r v a lo r d u m a fu n ç ã o s o b r e u m s e g m e n to

Seja y = f (x) uma função contínua sobre um segmento [a, b].


Ela atinge, então, sobre este segmento o seu maior valor e o seu
menor valor (ver § 10. Cap. II). Suponhamos que esta função tem
um número finito de pontos críticos sobre este segmento. Sc o maior
valor é atingido no interior do segmento [a, />]. ele idehtificar-se-á,
evidentemente, com um dos máximos da função
(se houver vários máximos), mais precisamente,
com o maior destes máximos. Mas pode igual­
mente suceder que o maior valor seja atingido
numa das extremidades do segmento considerado.
Assim, sobre o segmento [a. b ] a função
f(x ) atinge o seu maior valor, quer numa das
extremidades do segmento considerado, quer num
dos pontos críticos interiores que é precisamente
um máximo.
Este raciocínio aplica-se igualmente ao
menor valor dum a função definida num dado
intervalo; ele é atingido quer numa das extre­
midades do segmento, quer num dos pontos
críticos interiores que é im mínimo.
Resulta do precedente a seguinte regra: para
calcular o maior valor duma função contínua
sobre o segmento [a. 6] procede-se do seguinte
modo:
1) procura-se todos os máximos da função
sobre o segmento considerado;
2) determina-se o valor da função nas
extremidades do segmento calculando-se /(a )
c /(*>);
3) escolhe-se o maior destes valores; ele
será justamente o maior valor da função sobre
o segmento considerado.
Proceder-se-á duma maneira semelhante para determinar o menor
valor duma função sobre um dado segmento.
Exem plo — Determinar o m aior c o menor valor da função y = x* — 3x + 3

sobro o segmento "rj .

R esolu çã o— 1. Achemos os máximos e os m ínim os da fu n ç lo sobre

o segmento £ — 3 ;

/ „ 3xi — 3, 3x* — 3 = 0, xt » x2= — 1.


Gx, ~ 0 > ll.
Por conseguinte, a função tem um m ín im o no ponto x = l :

íy),-. - 1.
Por outro lado,
( * ') * = -t - - 6 < 0.

Por conseguinte, a funçáo tem um m áxim o no ponto x = — 1:


l/x--1 = 5.
2. Calculemos o valor da funçáo nas extremidades do intervalo:

iv)x= -j = 5,
o seu m enor valor 6:
(y)*--3 = - 15.
O gráfico da funçáo considerada, está representado na figura 112.

§ 7. A p lic a ç ã o d a t e o r ia d o m á x im o e d o m in im o
d a s fu n ç õ e s n a r e s o lu ç ã o d e p r o b le m a s

A teoria do máximo c do minimo das funções permite resolver


numerosos problemas dc geometria, de mecânica, ctc. Consideremos
alguns problemas desta natureza.

Fír . 113

Problema— 1. O alcance da trajectória R = O A (fig. 113) dum


projéctil lançado (no vácuo) com uma velocidade inicial v0 sob um
fingulo ? com o horizonte é dado pela fórmula

l\
: sen 2<p
g
(sendo g a aceleração da gravidade). Para uma dada velocidade inicial
vg, determinar para que valor do ângulo ? o alcance da trajectória
será máximo.
Resolução — A grandeza R 6 uma função do ângulo <?.
n
Estudemos os máximos desta função sobre o segmento 0 < ? < ,y :

dR 2 ^ c o s 2 < f. 2i-’*cos 2<f


g ' g

o valor crítico é ? = ;

por outro lado,


(PR 4t'p sen 2<p . / rf8/? \ = _ l£ ? .^ 0
</<pa g ' V d<T‘* ” g

A funçáo /? apresenta, por conseguinte, um máximo para o

valor f

(« ) n = — •
* T *

Os valores da função R nas extremidades do segmento o- JL


"» o
são:
(/?)*=<,= 0, (K ) ,l = 0 .
í
O máximo achado é o maior valor de R,

Problema — 2. Quais devem ser as dimensões dum cilindro de


volume v para que a sua superficie tolal S seja mínima.

Resolução — Designando por r o raio da base do cilindro e


por h a altura, temos:
S = 2ítr3 -f- 2nrh.
Sendo dado o volume, h exprime-se em função de r pela fórmula
v = nrV»,
donde

Substituindo este valor de h na expressão de 5, temos:


5 = 2

v 6 aqui um número dado. Por conseguinte, exprimimos S em funçáo


duma só variável independente r.
Achemos o menor valor desta função no intervalo 0 < r < oo:

Por conseguinte, a função S tem um mfnimo no ponto r = rx.


Notemos que lim 5 = oo e lim S = oo, isto 6, que a superfície total
r-»0 r-»*
se toma infinita para r -* 0 ou r oo. Concluímos, pois. que a
funçlo S atinge o seu menor valor no ponto r = rx.

D aí resulta que a área total dum cilindro, para Um dado volume,


será m ínim o se a altura d o cilindro for igual ao diâmetro da base.

§ 8. E s t u d o d o s m á x im o s e d o s m ín im o s d u m a fu n ç ã o
c o m o a u x ílio d a fó r m u la d e T a y l o r

Indicamos, no § 5 do Capítulo V . que se no ponto x = a. /' (a) = 0


c f" (a) = 0, a função pode ter ou um máximo, ou um mínimo neste
ponto, mas pode igualmente não ter extremo. Em casos semelhantes
recomendamos determinar os extremos estudando o comportamacnto
da derivada primeira à esquerda e à direita do ponto crítico x = a.
Vamos mostrar agora como esta questão pode ser resolvida com
o auxílio da fórmula de Taylor (§ 6, Cap. IV).
Suponhamos que. não somente /"(x ). mas também as derivadas
sucessivas da função /(x). até à ordem n, inclusivé. sc anulam no
ponto x — (r.
/ » = / "(a ) = = = (I)
m asque

Suponhamos, além disso, que as derivadas da função f (x) de


ordem n + I. inclusivé. são contínuas na vizinhança do ponto x = a.
Tendo cm conta (1), a fórmula de Taylor para a função /(x )
tomará a forma: n+j
(2]
(n + 1 )!
cm que í é um número compreendido entre a e x.
Com o f<n'i l ) (x) é continua na vizinhança do ponto a e que
jtn+i\ (a) o. existe um número positivo h, bastante pequeno, tal que
para todo x satisfazendo a desigualdade x — a | < h se tem /<n+l> (x) 7 *=
^ 0 . Mais. se /<•■*■« (a) > 0. teremos f (" +l) (x) > 0 em qualquer ponto
do intervalo (a — h, a + /i); se /<n i l > (a ) < 0 teremos /<"+1> (x) < 0
em qualquer pento deste intervalo.
Ponhamos a fórmula (2) sob a forma

( „ + ,„ • - <2 ‘>
c consideremos diferentes casos.
Primeiro caso — n é ímpar.
a) Seja /<*+*> (a) < 0. Então, existe um intervalo (a — h. a + h)
cm que a derivada (n + 1) é negativa cm cada ponto. Se x é um
ponto deste intervalo. £ está igualmente compreendido entre a — h
e a 4- /; c. por conseguinte. (£) < 0. Sendo n + l um número
par, (x — ff)n+* > 0 para x ^ = a c deste m odo o membro direito da
fórmula (20 é negativo.
Por conseguinte, para x ^ a temos em qualquer ponto do intervalo
(a — h, a + h):
/(* )- /(« ) < 0 ;

o que significa que a função tem um máximo no ponto x = a.


b) Seja f(n • l) (a) > 0. Neste caso. para h suficientemente pequeno
temos f<n+1> (£) > 0 em todo o ponto x do intervalo (a — h, a + h).
Por conseguinte, o membro direito da fórmula (20 é positivo,
isto é. que em todo o ponto do intervalo considerado teremos:
/(* )- /(« ) > 0 ,
o que significa que a função tem ura mínimo no ponto x — a.
Segundo caso — n é par.
Então /i + 1 é impar c a quantidade (x — a)"4-1 tem diferentes
sinais, consoante seja x < a ou x > a.
Se h é suficientemente pequeno cm valor absoluto, a derivada
(n + 1) conserva cm todo o ponto d o intervalo (a — h, a + h) o
mesmo sinal que no ponto a. Resulta dai que / (x) — / (a) têm dife­
rentes sinais conforme seja x < a ou x > a. Isto significa precisa­
mente que a funçáo não tem extremo no ponto .r = a.
Notemos que se para n par /<"+*> (a) > 0. então. f ( x ) < f ( a )
para x < a e / (x) > / (a) para x > a.
Se para n par /<«*»> (a) < 0. então. f ( x ) > f ( a ) para x < a e
f { x ) < f (a) para x > a.
Pode-se enunciar os resultados obtidos da maneira seguinte.
Sc se tem para x = a:

/ ( « ) - / ' ( « ) - ---- /"> ( a ) - 0

e se a primeira derivada f n~1 (a) que não sc anula no ponto a ó de


ordem par. então.

f(x ) tem um máximo no ponto a se / (" +,) (a) < 0;


/ (x) tem um minimo no ponto a sc (a) > 0.

Se a primeira derivada que não se anula no ponto a é de ordem


ímpar, a função não tem extremo neste ponto. Além disso,

f (x) é crescente se (a) > 0;


/ ( jc) é decrescente se (a) < 0.

Exem plo — A char os máximos e os m ínim os da funçSo:


/ (x) = x< - Ax* + 6x* - 4x 4- 1.
Resolução — Procuremos os valores críticos da funçSo:
r (x) 4*» - 12x* + I2x - A - A (Xa - 3x* + 3x - 1).
Encontramos a equação:
4 (x3 — 3x* -f- 3x — 1) = 0

cm que o único ponto crítico 6:


x = 1

(pois esta equação apenas tem um a única raiz real).


Determinemos a natureza do ponto crítico x = l :

r (X ) = 12x* - 24x + 1 2 - 0 para x - 1.


/*' (x) = 24x — 24 *= 0 p a r a x = l,
/ IV (x) = 2 4 > 0 qualquer que seja x.
Por conseguinte, a função / (x) tem u m m ín im o no ponto x = I.
§ 9. Convexidade e concavidade das curvas. P o n to s de in fle x ão

Consideremos no plano uma curva y = f(x ) cujo gráfico é o


duma função unívoca e derivável.

Definição — 1. Diz-se que a curva tem a sua convexidade vol­


tada no sentidos dos y positivos no intervalo (a. b) se todos os pontos
da curva sc encontram por baixo da tangente em qualquer um dos
pontos desta curva nesse intervalo.
Diz-se que a curva tem a sua convexidade voltada para os y
negativos no intervalo ( b. c). sc toJos os pontos desta curva se encon­
tram por cima da tangente em qual­
quer um dos pontos desta curva nesse
intervalo.
Diz-se que uma curva, cuja
convexidade está voltada para os y
positivos, é uma curva convexa; de
igual m odo diz-se que uma curva,
cuja convexidade está voltada para
os y negativos, é uma curva câncava.
Dá-se na figura 114 uma curva
F i* . 114 que 6 convexa no intervalo (a, b) e
côncava no intervalo ( b. c).
A orientação da convexidade é uma característica importante
da forma da curva. Neste parágrafo determinaremos os critérios que
permitem definir a orientação da convexidade da curva representativa
da função y — f (x) em diversos intervalos.
Demostremos o seguinte teorema.

Teorema — 1. Se a derivada segunda da função f(x ) é negativa


em qualquer ponto do intervalo ía. b), isto é, se f" (x) < 0. a curva
y = f (x) tem, então, a sua convexidade voltada para os y positivos
(a curva é convexa) neste intervalo.
Demonstração — Escolhamos um ponto arbitrário x — x0 no inter­
valo (a, b) (fig. 114) e tracemos a tangente à curva no ponto da
abeissa x = x0. O teorema ficará demonstrado se provarmos que todos
os pontos da curva neste intervalo estão dispostos por baixo da tan­
gente. ou. por outras palavras, se a ordenada dum ponto arbitrário
da curva y = f (x) é menor que a ordenada y da tangente para um
mesmo valor de x.
A equação da curva é

V = /(* ). (1)
A equação da tangente à curva no ponto x = x0 é
OH

y = / (*o) +/' (*o)(* — xq)- (2)


Resulta das equações (1) e (2) que a diferença das ordenadas
da curva e da langcnte correspondente a um mesmo valor de x 6
igual a
y — y=f(x) — f ( * o) —/'(*o)(* —x0).
Apliquemos o teorema dc Lagrangc à diferença / (jc) — / (x0):
y - y = f (c) • (x — x0) — /'(x 0) • ( x - *0)
(cm que c está compreendido entre x« c x); então,

y - ~y= [ / ' (c ) - f (xo)J (x - x 0).


Apliquemos de novo o teorema dc Lagrangc à expressão entre
parêntesis; então,

y - y = /"(< j) (c - x0) (x - x0) (3)


(em que c, está compreendido entre x« c c).
Consideremos, primeiramente, o caso x > x0. Neste caso x* <
< c < x: dado que

*- *o> 0, c - í 0> 0
c que, por hipótese,

resulta da igualdade (3) que y — y < 0 .


Consideremos agora o caso x < x„. Ncstc caso x < c < c, < x0
c x — x0 < 0. c — x o < 0; mas, como por hipótese, f* (c*,) < 0, resulta
da igualdade (3) que
y - y < 0.
Assim demonstramos que cada ponto da curva se encontra por
baixo da tangente à curva neste ponto quaisquer que sejam os valores
de x e de x„ no intervalo (a, b). Isto significa justamente que a curva
é convcxa. O teorema está demonstrado.
Demonstra-sc duma maneira análoga o teorema seguinte.
Teorema — 1'. Se a derivada segunda da função f(x ) é positiva
em cada ponto do intervalo (b. c). isto é, se f ' (x) > 0, a curva y = f (x)
tem. então, a sua convexidade voltada para os y negativos nesse inter-
tervalo (a curva é côncava).
Nota — O s teoremas 1 c V podem ser interpretados geomètri-
camcntc da maneira seguinte. Consideremos uma curva y = f (x) cuja
convexidade está voltada para os y positivos no intervalo (a. b) (fig. 115).
A derivada /' (x) é igual à tangente do ângulo a formado pela tangente
à curva no ponto dc abeissa x e o eixo Ox; por outras palavras,
/' (.x) = tg a. Eis porque f" (x) = [tg a]',. Sc f* (.x) < 0 para todo o x
do intervalo (a. b), então, tg a dccrcsce para x crescente. Geomètri-

Fig 115 F ig . 116

ca mente é evidente que se tga decrescc para x crescente, a curva


correspondente 6 convexa. O teorema 1 dá a demonstração analítica
desta propriedade geométrica.
O teorema 1' 6 susceptível duma interpretação geométrica aná­
loga (fig. 116).

F ig . 117 F ig. 118 F ig . 119

E x e m p lo — 1. Determinar os intervalos de convexidade e de concavidade


da curva
y - 2 - x*.

Resolução — A derivada segunda


V' = - 2 < 0
para todos os valores de x. Por conseguinte, a convexidade da curva i sempre
orientada para cima (a curva 6 sempre convexa) ífig. 117).
Exem plo — 2. Seja y = ex .

C° m° K' - «* > 0
para todos os valores de x, a curva é côncava, isto é, a sua convexidade está
orientada para baixo (fig. 118).
Exem plo — 3. Seja a curva definida pela equação
V - x3.
C om o
1/ - 6x,

y~ < 0 para x < 0 e y ” > 0 para x > 0. Por conseguinte, a curva tem a
m u convexidade orientada para cima para x < 0 e para baixo para x > 0
(fig. 119).

Definição — 2. Chama-se ponto de inflexão ao ponto que separa


a parte convexa dum a curva contínua da sua parte côncava.
Os pontos O, A e B das figuras 119, 120 e 121 são pontos de
inflexão.
é evidente que num ponto dc inflexão a tangente atravessa a
curva, visto que dum lado deste ponto a curva está disposta por
baixo da tangente e do outro lado por cima.

Fig. 120

Estabeleçamos agora as condições suficientes para que um ponto


da curva seja um ponto de inflexão.
Teorema — 2. Seja y = f (x) a equação da curva. Se f" (a) = 0
ou se f " (a) não existe e a derivada segunda f " (x) muda de sinal pas­
sando pelo valor x = a. o ponto da curva da abeissa x = a é um
ponto de inflexão.
Demonstração — 1. Seja / " (x) < 0 para x < a e f" (x) > 0 para
x > a.
Então, a convexidade da curva está voltada para os y positivos
para x < a c para os y negativos para x > a. Por conseguinte, o
ponto A da curva da abeissa x = a é um ponto dc inflexão (fig. 120)
2. .Se f" (x) > 0 para x < b e /" (x) < 0 para x > b, a curva
tem a sua convexidade voltada para os y negativos para x < b e para
os y positivos para x > b. Por conseguinte, o ponto B da curva de
abeissa x = b é um ponto dc inflexão (ver (fig. 121).
Exem plo — 4. A char os pontos de inflexão e determinar os intervalo* de
convexidade e dc concavidade da curva
(curva de Gauss).
R e so lu çã o — 1. Calculemos as derivadas primeira e segunda:
S/'=^2e~r3 (2 x 2 - 1 ).
2. A derivada segunda existe sempre. Achemos os valores de x para
0,
1 1
— ---- — . r-> — — — .
y-j ' i/ 2
3. Estudemos os valores obtidos:
1
para I < t/õ * • tem-sc V ^ ü'
V2
para y*< 0 ;

a derivada segunda muda de sinal na vizinhança do ponlo x v Por conseguinte,

o ponto da curva de abeissa x, = — — 6 um ponto de inflexSo. As


!
coordenadas deste ponto s&o: ^ * 2
V2
para x < ■_ tem-se y* < 0 ,
1/2 '
1
para x > -^4 =- . t«n-se y*> 0 .
y i '
i
Por conseguinte, para x t = — a curva tem igualmente um ponlo d«
V2

inflexSo. As coordenadas deste ponlo sio: ^ , * 2 j .

Por ouiro lado, a existência deste segundo ponto de inflexão, resulta


imediatamente da simetria da curva em relação ao eixo Oy.
4. Resulta do que se acaba de dizer que

a curva t côncava para — oo j ---------—


y ? •

a curva é convexa para — < x < -f-—-L_ t

a curva 6 côncava para <C z < -f-co.

5. Resulta da expressão da derivada primeira

que
para x < 0 « tem / > 0 , logo a funçio é crescente:
para x > 0 sc tem >' < 0 , logo a funçio t decrescente;
para x «= 0 sc tem y‘ = 0.
A funçSo tem um máximo neste ponto, a saber y = I.
Agora é fácil graças aos resultado» obtidos, traçar o gráfico desta
funçSo (fig. 122).
Exem plo — 5. Achar os ponto» dc infíexáo da curva
y *= x4.
R esolução— I. Calculemos a derivada segunda:
y* = 12xJ.
2. Determinemos as raízes da equação y “ •=■
12x* = 0 , x = 0.
3. Estudemos o valor obtido x = 0
para x < 0 . tem-sc y " > 0 , a curva é côncava;
para x > 0 . tem-se y " > 0 , a curva é convexa.
Por conseguinte, a curva não frm ponto de infiexio (fig. 123).

Fig. 122

Exem plo — 6 . Achar os pontos de inflexlo da curva

y = ( T - i) s .
R eioluçâo — I. Calculemos as derivadas primeira e segunda:

I — 9 A

2. A derivada segunda n5o se anula em nenhum ponto, mas ela nlo


existe para x = 1 (y“ = ± cc*.

3. Estudemos o valor x = I
para x < I, tem-se y " > 0 . a curva 6 côncava;
para x > I, tem-se y " < 0 . a curva é convexa.
A curva tem, pois, um ponto de inflexão para x = I. é o ponto ( I; 0).
Notemos que y‘ = *> para x I, isto é. que a langante à curva neste
ponto 6 paralela ao eixo Oy {fig. 124).
§ 10. A s s ím p t o t a s

Acontccc frequentemente ter-se que estudar a forma da curva


y = f (x) e. por conseguinte, o comportamento da função quando
as coordenadas dum ponto variável da curva tendam para o infinito
(cm valor absoluto). No decurso dum tal estudo, um caso particular
nos retém sobretudo a atenção. Ê aquele em que a curva considerada
se aproxima indefinidamente duma dada recta, quando um ponto variá­
vel tomado sobre esta curva tende para o infinito (*).

Definição — A recta A chama-se assímptota duma curva, se a


distância 5 dum ponto variável M da curva a esta recta tende para
zero, quando o ponto M tende para o infinito (fig. 125 e 126).
Na seqüência, distinguiremos as assímptotas paralelas (isto é.
paralelas ao eixo das ordenadas) e obliquas (isto é, não paralelas ao
eixo das ordenadas).

I. Assímptotas paralelas ao eixo Oy.


Resulta da definição dc assímptota que sc lim f (x) = »

ou lim / (x) = oo, ou lim / ( * ) = oo, então, a recta x = a é uma


*-»a—0 -*-*a
assímptota da curva y — f (x). Inversamente, se a recta x = a é uma
assímptota a esta curva, então, uma das igualdades anteriores é satisfeita.
Por conseguinte, para determinar as assímptotas paralelas ao
eixo Oy. é necessário achar os valores x = a para os quais a função
y = f (x) tende para o infinito quando x -> a. Se um tal valor de
jt existe, a recta x = a será uma assímptota da curva paralela ao
eixo Oy.

(*) Diz-se que o ponto variável M tom ado sobre a curva tende para
o infinito, se a distância deste ponto da origem das coordenadas aumenta
indefinidamente.
E x e m p lo — 1. A curva y = ———^ tem uma assfmptota paralela ao eixo

Oy, 6 a recta x = 5, visto que y —* oo para x —> 5 (fig. 127).

F ig . 127

E xem plo — 2. A curva y = tg x tem um a infinidade de assfmptotas para­


lelas ao eixo Oy. SSo as rectas
. a 3n 5n
*-± — . * = ± - y ,...

Isto resulta de tg - * oo quando x tende para um dos valores

n 5.*i

- y . (fig- 128).

Fig. 128

Exem plo — 3. A recta x = 0 6 um a assímptota paralela ao eixo Oy

para a curva y = e x visto que lim e r = oo (fig. 129).


*-•.+0
II. As assímptotas oblíquas.
Suponhamos que a curva y = f (x) tem uma assímptota obliqua
cuia equação é
. y = kx + b. (1)
Determinemos os números k e b (fig 130). Seja M ix. y) um
ponto da curva c N U . y) um ponto da assimpota.

Fig. 129

O comprimento do segmento M P é igual à distância do ponto M


à assímptota. Por hipótese
lim M P = 0. (2)
X-+4-00

Designemos por ? o ângulo formado pela assímptota e o eixo Ox.


Resulta do triângulo NM P que

MP
XM =
cos <p

sendo t um ângulo constante ^diferente dc , resulta da igualdade

anterior que
lim N M = 0, /9'»
X—+~ '
e inversamente, da igualdade (20 resulta a igualdade (2). Mas

SM | ( M / - Ç .V l= ll/ - V l +
e a igualdade (20 se transforma era
lim [/ {x) — kx — b] = 0. (3)

Assim, se a recta (1) é uma assímptota. a igualdade (3) é veri­


ficada. e reciprocamente, se as constantes k e b verificam a igual­
dade (3), a recta y = *x + b é uma assímptota.
Determinemos agora k e b. Pondo x em íactor na igualdade (3),
temos:

lim * [ - ^ - - * - - 1 = 0 .
*-* +<*. L X

Como x -* + oo, devemos ter

lim | ü í L _ A _ A | = o.

Mas como b 6 constante, lim — = 0. Por conseguinte,


X

lim
X-. +OC

OU

A = lim - ^ £ l. (4 )
x-* + oo x

Conhecendo k, achamos b da igualdade (3):

b — lim [ f( x ) — k x J. (5 )
x** +00

Assim, sc a recta y = kx + b é uma assímptota, acha-se os


coeficientes k e b com a ajuda das fórmulas (4) e (5). Inversamente,
sc os limites (4) c (5) existem, a igualdade (3) é verificada e a recta
y — kx + b é uma assímptota. Se um dos dois limites (4) c (5) não
existe, a curva não tem assímptota.
Notemos que estudamos esta questão referindo-nos à figura 130
para x -* + oo, mas todos os nossos raciocínios são igualmente válidos
para o caso em que x-* — oo.
E xem plo — 4. A char as assímptotas da curva
■r«+ 2 * - l
---- ----- .

Resolução — 1. Procuremos as assímpiotas paralelas ao eixo Oy:

quando x — 0, y + oo ;
quando y — — oo .

A recta x = 0 i , por conseguinte, um a a uím p to ta paralela ao eixo Oy.


2. Procuremos as assímpiotas oblíquas:
9 _ «• + 2 * - ! r. . 2 1 1 .
A=1,
isto é.

b- lim (y — jtJ - lim


.Y-*±00 X

ií. r ?-+ 2 j- |- r , i = Um f í — L i » , .
x -*± -x > L x J x-.-j-co L X J

assim,
2.
Por conseguinte, a recta

é uma
assímptota oblíqua da curva considerada.
Para estudar a posiç5o da curva em relação à sua assímptota, consi­
deremos a diferença das ordenadas da curva e da assímptota correspondente
a um mesmo valor de x:

Para x > 0 esta diferença 6 nega­


tiva, e para x < 0 positiva, por conseguinte,
para x > 0 a-curva está disposta por baixo
e para x < 0 por cima da sua assímptota
(fig. 131).

Exem plo — 5. A char as assímptotas


da curva
y = e~x ■sen x -f- x.

R u o lu ç ã o — 1. ê evidente que nfio


há assímptota paralela ao eixo Oy.
2- Procuremos as assímptotas oblí­
quas:
e~x sen x-\~x
k — lirn — = lim

<?~x sen X
— l im r
Jr - > ÍJD L X

b - lim |<_ I sen r-r x — x| —


X-*-foo
= l im r* « m = 0,
x-*-foo
Por conseguinte, a recta
y =- *
i um a assímpto
A curva considerada náo tem assímptota para x Com efeito,

lim JL não existe, visto que ~L = .* sen x + 1 (o primeiro termo cresce


X ——ao X x x
indefinidamente quando x -co t, por conseguinte, o lim ite não existe).
§ 11. E s q u e m a g e r a l d o e s tu d o d a s fu n ç õ e s
e d a c o n s tr u ç ã o d o s g r á fic o s
O estudo das funções resume-se geralmente cm determinar:
1) O domínio natural de definição da função:
2) Os pontos dc dcscontinuidade da função;
3) Os intervalos de crescimento e decrescimento da função:
4) Os pontos de máximo e de mínimo, bem como os valores
máximos e mínimos da função:
5) Os domínios de convexidade c de concavidade do gráfico,
os pontos de inflexão:
6) As assímptotas do gráfico da função.
Este estudo permite traçar o gráfico da função (por vezes é
preferível esboçar os elementos do gráfico destes elementos paralela­
mente ao desenvolvimento do estudo).

Alo ta — 1. Se a função considerada y — / (x) é par, isto é, tal


que o valor da função não mude quando a variável independente
muda de sinal, por outras palavras, sc

/ ( — *) = /(* ),

basta estudar a função e construir o seu gráfico ünicamente para os


valores positivos da variável independente pertencente ao domínio de
definição. No que respeita à parte do gráfico correspondente aos valores
negativos da variável independente, basta notar que o gráfico duma
função par é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.
Exem plo — 1. A funçSo y = x* i par, visto que ( — x)s = (*>) (ver fig. 5).
E xem plo - 2. A fu n ç lo y = cos x 6 par, visto que cos ( — x) = cos x
(ver fig. 16).

Nota — 2. Se a função y — f (x) é ímpar, isto é, que ela muda


o seu sinal quando a variável independente muda dc sinal, por outras
palavras, sc
/(- * )= - /(* ),

basta estudar ünicamente os valores positivos da variável independente.


O gráfico duma função ímpar é simétrico em relação à origem das
coordenadas.
E xem plo — 3. A funçSo y = x* é ímpar, visto que { — x )* = —x%
(ver fig. 7).
E xem plo — 4. A funçSo y = sen x i ímpar, visto que sen ( — x) = — sen x
(ver fig. 15).

Nota — 3. É, por vezes, preferível inverter a ordem das operações


a cfectuar quando se inicia o estudo duma função concreta, porque
certas propriedades da função permitem, por vezes, deduzir outras.
Por exemplo, sc estabelecemos já que a função considerada é contínua
c derivável. e que determinamos os pontos do máximo e do minimo.
por isso mesmo determinamos os intervalos dc crescimento e de decres­
cimento da função.

Exem plo —* 5. Estudar a funçSo

e construir o seu gráfico.

R esolu çtlo— 1. O dom ínio dc definição da funçSo é o intervalo


— * < x < oo. Notemos imediatamente que y < 0 para x < 0 e que y > 0
para x > 0.
2. A função 6 sempre contínua.
3. Procuremos os máximos c os m ínim os desta funçSo. Partindo da
igualdade
/ = - * ~~J * -= 0

encontramos os pontos críticos:

X1 — — 1. X , — 1.

Estudemos a natureza dos pontos críticos:

y' < 0 para x < — 1,


/ > 0 P *ra x > — 1.

A funçSo tem, pois, um m ínim o no ponto x = — 1:

í^ram — - i = — 0,5.
Por outro lid o ,
/ > 0 para x < 1,
/ < 0 i > 1.

Por conseguinte, a funçSo admite um m áxim o no ponto x ** 1:


Vmax = (y)x = 0 ,5 ,
4. Determinemos os intervalos de crescimento e de decrescimento da
funçSo:
y' < 0 para - « » < * < — 1. a funçSo 6 decrescente;
y' > 0 para — I < x < I , a funçSo 6 crescente;
> ' < 0 para 1 < x < ao. a funçSo é decrescente.

5. Determinemos os intervalos de convexidade, de concavidade e os


pontos de inflexão da curva.
Resulta da igualdade 2x (x3 — 3)

que
X i= , x 2= 0, x 3 = ^ /3 .
Estudemos y " cm função dc x:

para — c o < x < — 1/3 tem-se v '< o . a curva é convexa;

para -V 5<x<0 tem-se V’ > 0 . a curva é côncava;

para 0 < x < 1/3 tem-se * '< o . a curva é convexa;

para l / 3 < x < c o tem-se * '> o . a curva é côncava.

Por conseguinte, o ponto de coordenadas x = ~ 1 / 3, y ---é um

ponto de inflexão. Vê-se igualmente que os pontos (0. 0) e (V 3 . - X ;- )

são tam bém pontos dc inflexão.


6. I>etermincmos as assímptotas da curva.

para i -> -f oo, y 0 ; para x — oo, y - * ü.

Por conseguinte, a recta .v = 0 é a única assímptota oblíqua. A curva


não tem assímptotas paralelas ao eixo Oy. porque para nenhum valor finito
dc x o valor correspondente da função tende para o infinito.
O tráfic o da curva estudada está representado na figura 132.

Fig. 132

Exem plo — 6. Estudar a função


ij = } 2ax* — x3
e construir o seu gráfico.

R esolu çã o— ]. A função é definida para todos os valores de x.


2. A função é sempre contínua.
3. Procuremos os máximos e os m inim os desta ftinção:
, 4 a x — 3x2 4 a — 3x
J ~ 3 g ( f r x * — x*)* 3 * x ( 2 a - x jT *

A derivada existe sempre, menos nos pontos


x ,= 0 e x2 = 2«.
Estudemos os valores limites da derivada quando x — 0 e x —> + 0
, i a — 3x — 3x
l im — z—= = = - = — co, lim — , - --- — 4 - m
x——0 3 y (2a — x)* x *-*+0 3 v (2a — x)* x

p ir ax < 0 tem-se y* < 0; para x > 0 tem-se y > 0.


Por conseguinte, a função tem um m ínim o no ponto x = 0. O valor da
função neste ponto é igual a zero.
Estudemos agora o com portam ento da funçSo na vizinhança do segundo
ponto crítico x , «= 2a. Q u a nd o x —* 2a a derivada tende tam bém par* o
infinito. Todavia, neste caso, a derivada c negativa para todos os valores
dc x suficientemente vizinhos dc 2a (bem como para os valores de x situados
à esquerda c à direita do ponto 23). A funçSo náo tem, pois, extremo neste
ponto. N a vizinhança do ponto x , = 2a,
bem como, neste ponto, a funçSo é
decrescente: a tangente k curva neste
ponto c paralela ao eixo Oy.

A derivada anula-se para

Estudemos este ponto crítico. Resulta


da expressão da derivada prim eira que

para r < tem-se ]/' > 0,

4o
para x > — - tem-se y < 0.

Por conseguinte, a funçSo admite


4<I
um m áxim o no ponto x —- y :

2 »*7
yflt«x — y a t 4.
4. U tilizando os resultados do estudo efcctuado deduzimos os inler-
valos dc crescimento c de decrescimento da funçSo:

a funçSo é decrescente para — -ao < x < ( ) ;

a funçáo ú crescente p a r a -0 < x < ;


«I
a funçáo i decrescente para ^ < x < o o .

5. Determinemos os intervalos dc convexidade e de concavidade da


curva, bem como os pontos de inflexão: a derivada segunda

8a*
9x4'* (2a — x)4/*

não se anula em nenhum ponto; contudo, ela tem dois pontos de descon-
tinuidade: sSo os pontos x, = 0 e x3 = 2a.
Estudemos o sinal da derivada segunda na vizinhança de cada um
destes pontos:
para x < 0, tem-se y* < 0, a convexidade da curva está, pois, orientada
para cim a;
para x > 0, tem-se y " < 0, a convexidade da curva está ainda orientada
para cima.
O ponto dc abeissa x = 0 não i , pois, um ponto de inflexáo.
Para jr < 2a, tem-se y " < 0, a convexidade da curva está, pois, orientada
para cima;
para x > 2a. tcm-se y " > 0, a convexidade da curva é orientada para
baixo.
O ponto (2a, 0) 6. pois, um ponto de inflexão.
6. Determinemos as assímptotas da curva:

Itm \/~?Í 1— — I

b— lim lj 2uxJ — =
i- ti as
2a x - — x 3 -f x 3
— lim
11ui -t ..... . ....... , . — --- = —
x-*±co j (2ax-— x 3)2 — x > 2 a x * — x3 -j-i* **
A recta

é, pois, uma assímptota oblíqua da curva y = f 2ox* — x3. O gráfico da


curva estudada está representado na figura 133.

§ 12. E s tu d o d a s c u r v a s d a d a s s o b a fo r m a p a r a m é tr ic a
Sejam
(D

as equações paramétricas duma curva.


Ncstc caso o estudo c o traçado desta curva fazcm-sc da mcbma
maneira que para uma curva dada pela equação

Calculemos as derivadas ^ 1L,)'


(2)

(3)
Calculemos a derivada dy ^ '( í)
dx tç'(t)

para os pontos cia curva na vizinhança dos quais -q gráfico desta última
tem por equação y — f (a), cm que / (x) é uma certa função.
Determinemos os valores do parâmetro / = /„ /:........ para os
quais uma pelo menos das derivadas / e (/) se anula ou tem um
ponto de descontinuidade. (Tais valores de t serão chamados valores
»ríticos.) Em virtude da fórmula (3), definc*se em cada intervalo (/,. /■•).
(/,. tj) ........(f* _ i, tk) e, por conseguinte, em cada intervalo (.r,. x7),

I aj, x»)........(xft x») (cm que xx = 9 (/«)), o sinal de ^ e por isso


mesmo se determinam os intervalos de crescimento ou de decrescimento.
Isto permite determinar a natureza dos pontos correspondentes aos
valores f„ /»........ do parâmetro. Calculemos agora:

A _ ♦ " ( * ) <P'(0 ~ (4)


[<p'wr
Esta fórmula permite-nos definir a orientação da convexidade
cm cada ponto da curva.
Para determinar as assímptotas. procuram-se os valores de t tais
que nas suas vizinhanças quer x. quer y tenda para o infinito, e os
valores de t tais que nas suas vizinhanças x e y tendam simultânea-
mente para o infinito. O estudo da curva sc processa da maneira habitual.
Mostremos, com exemplos, certas particularidades do estudo das
curvas dadas sob a forma paramétrica.
E x e m p lo — I. Estudar a curva dada pelas equações
z = a cos*
y =S a aen* t. J (1')

Resolução — As grandezas x e y sSo definidas para Iodos os valores


de /. Mas. tendo cm conta a periodicidade das funções cos* t c sen* / (o seu
período 6 igual a 2 cr), basta considerar a variação do parâmetro / entre
0 C x varia, entSo, sobre o segmento I — a, o]; o domínio de definiçSo
da funçSo y £ o segmento ( — o. oj. A curva considerada nSo tem, pois,
assímptotas. Achamos em seguida:
dx
-3 — — — 3a co?* t sen l, ^
I
(2' )
~ .= - 3 a sen* t cos l. I

Estas derivadas anulam se para t = 0, a , -4—. 2a. Determinemos:


2
3 a sen5 l cos t
dy
- tg /. (30
— 3a cos- 1 sen t
dx
Utilizando as fórmulas (2 ). (3'). formemos o quadro seguinte:

Sinal CArácter da
D om ínio da D o m ínio d« variação D o m ín io do vnrlaçSr* da variaçân d« y
varU câo da ( co rresp on de nu dc x correspondenta de y dv em runcâo de x
<V - / < * »

o > . t > 0 0 < y < a - decresce


° < t < T

j < t< * 0 > x > ~ „ « > .v > 0 + cresce

a < / < - ^ - a < x < ü 0 > y> -« - decresce

^ - < /< 2 * 0 < x< 0 -4- cresce


Este quadro mostra-no* que a relaçio (10 define duas funções continuai
da forma y = / (x ) tais que para 0 < / < cr se tem y > 0 (ver as duas pri­
meiras linhas do quadro) c para v < t < 2rr tem-se y < 0 (ver as duas últimas
linhas do quadro). Resulta da fórm ula (3*):

lim ~ -=co

- T *

lim — oo.
3n à x

A tangente à curva nestes pontos é paralela


ao eixo Oy. A lém disso

•II = 0. £l \ =0 iü l ^0
dt /c=o dt |f'-n * dt |/-,2a

A tangente à curva oestes pontos é, poi«, paralela ao eixo Ox. Achemos,


cm seguida:
1
d*y____________________
ds* 3a cos* (>8in t

donde concluímos:
d*y
paraO <_ t < n tem-se > 0 , a curva é côncava.
~dx*
d*y
p a ra n < t < 2 n tem-se < 0, a curva é convexa.

Os resultados obtidos permitem-nos construir a curva considerada (fig. 134).


Erta curva chama-se asteróide.

E xem plo — 2. Construir a curva dada pelas equações (fólio de Descartes).

3at 3<ar*
1+ W
V=
1-H1 <r>

Resolução — Estas duas funções sáo definidas para todos os valores t


excepto f ■ - I .
A lém disso,
lim x = lim + co,
/-*- 1-ü !-•—I —0 1 + *

3ai*
lir a u = l im -■■■ . •oo:
<--l-0 f-*—1—
0 ‘ 4-1
l im — oo, l im u 4 oo.
1+0 I-»-1+0

Por outro lado. notemos que

para 1= 0 se tem x — 0, V = 0,
quando / -♦-f-oo tem-se x -♦ 0, y -► 0,
quando !-*■— oo tem-se x -► 0, y -*• 0.
Calculemos -4r e ■—
dt dt

dx * (!- « •) dy 3a/ (2 - /3)


(2')
dt (t + /3)* ’ dt (l+ i*)*
D a í deduzimos os valore» críticos seguintes para t:

1
t j (= — 1, *2= 0,
>2 *
Acham os cm seguida:

dy_
dy dt M 2-Í»)
(3*)
dx

Servindo-nos das fórm ulas (1“ ), Í2"), (3"). formemos o quadro seguinte:

Sinal Corácter da
D o m ínio de D om ínio de variação D om into do va rlac io de variaçAo d»
varlaç&o do c correspondente de x correspondente de v dy cm função de x
dx (V - / ( » ) )

- cc< / < - 1 0 < x < - f- c » Ü > y >*-C O - decresce

- K '< 0 —C O < x < 0 • l- o o > y > 0 decresce

o < x < « j 4 0 < i/ < a V 2 crcscc


° < '< r t

« j 4 > x > a { 2 a V ' Í < V < a \ -\ - decresce


n < f < u

yr2 < / < + c o a-} 2 > x > 0 «* 4 > V > 0 cresce

Resulta da fórm ula (3"):

( S. l \
. =o. (± ) ■CO.
dx //=,£) V dx / í=a>
{ r °A
© 3)
Por conseguinte, a curva passa duas vezes pela origem das coordenadas
(a origem das coordenadas 6 um ponto duplo da curva, na vizinhança da
origem a curva tem dois ramos); o primeiro ram o tem um a tangente paralela
ao eixo O x e o segundo um a tangente paralela ao eixo Oy. Por outro lado,
f dy \
Neste ponto a tangente à curva é paralela ao eixo Oy.

Neste ponto a langene à curva é paralela ao eixo Ox. Procuremos as


assímptotas:

Por conseguinte, a recta y — — x — a 6 um a assímptota de um dos


ramos da curva quando x - * + oo.
D o mesmo m odo. achamos:

k— Ü in — = — |, 1/

Assim, a recta y = — x — a é um a assímptota


dc um dos ramos da curva quando x —* — oc.
Segundo o estudo que acaba de ser feito,
podemos traçar a curva (fig. 135).
Certas quest&es relativas ao estudo das cur­
vas serão tratadas no C apítulo V III. j 19. «Pontos
singulares dum a curva». Fig. 135

E x ercício*

A char os extremos das funções:

1. < j~ J"- — 2x4-3. Resp. j/m in 2 para x — i.

2. y - 2x*-;-3x4-1. Resp. !/m ax= y para x -1. i/rom — t para x = 3.

3. V 15x4-3. Resp. ym ux- 1 0 para x- I. j / , , , , , , ^ - 2 2 para x -=5.


4. {/-r — x<-}-2x2. Resp. jf a a x — I para x ± 1. {#m i n — 0 Para x=-0.
u x* — 8x24-2. Resp. yma x ~ 2 para x = 0. yni i n ~ — l» Para x=± 2.
íl. v 3x*— 12óx3 4-2lt30x. Resp. mix . para r = — \ e\ x — 3. m ín. para x =
= — 3 e t x — 4.

7. y 2 — (x — I)'1. Resp. 'Jmnx — - Para x = |.


8. y — 3— 2 (x - f* l)3. Resp. N 5o há extremos.
/ : -3x-|-2
9. y — ^ . Resp. min. para x = 1^2, máx. para j = — ~[/2.
x* -f-3x 4- 2
(x — 2 )(3 — *) _ . 12
10. // — ---- . Resp. máx. j » n x= .
X* O
Log 2
11. V _= 2í’*-f *” *• Resp min. p a r a x :

12. y — 7 ‘ R“ P ymln = * Par* * = « •

13. u = ros x — sen x ( — - i ^ x < - ^ - ) . Resp. y max = V 2 para x = ~ .

14. y — sen2x — x ^ -- x < ; j . Resp. múx. p a ra x = - ~ , m(n. para x =

:t
T ’
ló . y x - f ig x . Resp. Sem extremos.

16. y - c x sen X. R cip. m ín. para x = 2 A f« -- ^ , máx. para x = 2 k n -\ -^ - n .

17. y = x* — 2x*-{-2. Resp. máx. para x=0; mín. para z — — 1 e para x = l .

18. u — (x — 2)’ {2x-f 1). Resp ym m ^ — &,24 para **=-£* .

19. ij —x— . Resp. m in. para x — 1 ; máx. para x = — 1.

20. y - x * ( « — x)*. Resp. l/IIiax = -^- para x = -^- ; ym ln = 0 par* x = 0 e par*


X— a.

a~ b* a* a2
21. ?/ --- j----- . Resp. máx. para x— ----r- ; min para x = — -.
x n— x F ' a— b K a - ff t

22. y X — y l — x. Resp. y m M =».V4 pura x = 3 / 4 ; S/mm— — 1 Par* * = — 1.

23. v x y i— X (X 1). Resp. í/m a x —

T"
21. j, . Re*p. m ín. p a r a x = — 1 ; máx. para x 1.
" 1-fx2
25. ij -x Logx. Resp. m ín. para x ~ l/e . l

26. i/ - x L o g - x . Resp. máx. para x = e 2 ; mín. para x — 1.

2 7 . j, I . u g x — arc tg x. Resp. A função cresce

2«£. ü S<n3x -3 *en x. Resp. m ín. para x = n/2 ; máx. para x — 3.1/2.
sr I j - a r c lg x . Resp. Sem extremos.
30. y — sen x cos- x. Rcsp. m in. p a r a x = -^-; dois máx.: para x = a rc c o s

e para x.-=>arccoa j/" - | - J .

31. ii - a rc sen (sen x ). Resp. máx. para ^ n ; mín. para.x — .

Achar o m aior e menor valor das funções nos segmentos indicados:

32. v = — 3r*-i-tíxa— 1 ( — 2 < x < 2 ) . Resp. O m aior valor é y= 2 para


1, o menor valor 6 y — — 25 para x = + 2 .

33. {/ =• ~ — 2 r 3 - f3 x - H ( — 1 < x < 5 ) . Rcsp. O m aior valor é y = y

13
para x = 5, o menor valor 6 y = — j para x = — 1.

34. ij = ( 0 < x < 4 ) . Rcsp. O m aior valor é i/ = y para x = 4 , o menor

valor i l/ = — 1 para x = 0.

3.'». y — sen Z x — z ^ R c s p . O m aior valor 6 = ~ para

x= — — f o menor valor 6 \ p arax= - ^- .

36. Deseja-se fazer um a caixa sem cobertura dc volume m áxim o cortando e


dobrando dum m odo apropriado, quadrados iguais num a folha de chapa

do lado a. Q u al deve ser o com prim ento do lado destes quadrados? Resp. ~ ,
o
37. Mostrar que entre toJos os rectângulos inscritos num dado circulo, o
quadrado tem uma superfície m áxim a. Mostrar tam bém que o perímetro
c m áxim o para o quadrado.

38. M ostrar que entre todos os triângulos isósceles inscritos num dado círculo,
o triângulo equilátero tem um perímetro máximo.

39- Achar, entre os triângulos rectângulos cuja hipotenusa é igual a h, o que


tem um a superfície m áxim a. Resp. O com prim ento de cada lado i igual
h
* V2‘
40. A char, entre os cilindros rectos inscritos num a esfera de raio R , o que
oD
tem um volume m áxim o. Rcsp. A altura deste cilindro é igual a — -.

41. Determinar entre os cilindros rectos inscritos num a dada esfera de raio R
o que tem área lateral m áxim a. Resp. A altura deste cilindro é igual
a R 1/2.

42. A char entre os cones rectos circunscritos a um a esfera do raio R , a


altura do que tem volume m ínim o. Resp. A altura 6 igual a AR. (O volume
6. entfio, igual ao dobro do da esfera.)

43. O interior de um reservatório sem cobertura cujo fundo tem a forma de


um quadrado deve ser recoberto de chum bo. A capacidade do reservatório
é 321. Q uais devem ser as dimensões deste reservatório, para que a
quantidade dc chum bo utilizado seja m ínim o ? Rcsp. Altura 0,2 m ; lado
da base 0,4 m , (isto 6. o lado da base deve ser o dobro da altura).
44. U m trolha deve fazer um a goteira dc capacidade máxima cujo fundo
e lados laterais tenham 10 cm de largura; mais, os lados laterais devem
ser igualmente inclinados em relação ao fundo. Q u al será, no cimo,
a largura da goteira? Resp. 20 cm.

45. Dem onstrar que a fabricação de um a tenda cônica, de capacidade dada,


exige um a despeia de tecido m inim o, quando a altura da tenda è \/'l
vezes maior que o raio da base.

46. Tem-se dc fabricar um cilindro, sem cobertura, cujas paredes e fundo


tenham uma dada espessura. Quais devem ser as dimenssôes deste cilindro,
para um a dada capacidade, se se desejar que a quantidade de material
empregada seja m ínim a? Rcsp. Se R designa o raio interior da base e v

o volume interior do cilindro, então, R


n-
4 7 . Tem-se de fabricar um a caldeira soldando às extremidades dum cilindro
duas semi-esferas. As paredes da caldeira tem um a espessura constante.
Para um dado volume v da caldeira, com o proceder para que a super­

*-vl-
fície exterior seja m inim a? Rcsp. A caldeira deve ter a form a dum a

esfera de raio interior

48. Construir um trapézio isósceles de perímetro m ínim o para um a dada


supe.ficie 5; o angulo da base i igual a a. Resp. O comprim ento dos

lados laterais 6 igual a 1 / —— •


f sen a
49. Inscrever num a esfera de raio R um prisma triângular regular dc volume
O Tf
máximo. Rcsp. a altura do prisma é igual a ~
*1/3
3 0 . Circunscrever ura cone dc volume m inim o a um a semi-esfera de raio R.
A base deste cone coincidc com o plano diametral de base da semi-
-esfera. C alcular a altura deste cone. Resp. A altura do conc é /? 1 ^ 3 .

5 1 . Circunscrever um cone recto de volume m ín im o a um cilindro dc raio r


supondo que as suas bases estão n um mesmo plano e que os centros

destas últimas coincidem. Resp O raio da base do conc é igual a r.


&
52 . Cortar um sector n um círculo de cartão dc raio R dc m odo que enro­
lando-o se obtenha um funil dc capacidade ináxima. Rcsp. O ângulo ao

centro deste sector 6 igual a

5 3 . Entre todos os cilindros circulares inscritos num cubo de aresta a


cujo eixo coincidc com a diagonal do cubo c cujos círculos de bases
são tangentes às faces do cubo, determinar o que tem volume máximo.

Resposta. A altura do cilindro 6 igual a : o raio da base é

igual a
Vfi-
5 4 , Seja no plano um sistema ortogonal de coordenadas c um ponto (x0, >0)
(om ado no prim eiro quadrante. Traçar um a recta passando por este
ponto dc maneira que forme com as direcções positiva* dos eixos coor­
denados um triângulo de superfície m ínim a. Resp. A equaçáo da recta é

-Í- - i— I L _ |
*^o ‘ 2y0
5 5 . Seja dado ura ponlo sobre o eixo da parábola y* =s 2px c situado à
distância a do vértice desta parábola. Encontrar a abeissa d o po n lo da
curva mais próxima desie ponto. Resp. x ~ a — p.
'*6. Estima-se que a resistência dum a trave paralclipipédica é proporcional à
sua largura e ao cubo da sua altura; encontrar a largura da trave mais
resistente que se pode debitar dum tronco dc 16 cm de diftmetro. Resp.
A largura é igual a 8 cm.
57. U m barco está num ancoradouro a 9 km do ponto mais próxim o da
costa. U m mensageiro deve alcançar o mais rápido a um a localidade
situada a 15 km do ponto da extremidade mais próxim a do barco. D ado
que um mensageiro percorre 5 km por hora. a pé. c 4 km por hora em
canoa, em que ponto da extremidade deve acostar para chegar o mais
rápido possivel a esta localidade? Resp. a 3 km da localidade.
58. U m ponto material des|oca-sc no plano à velocidade v, em redor da
linha recta M N e à veloctdade v , sobre csia linha. Que cam inho deve
percorrer para satisfazer, no tempo mais curto, o trajccto A B . sc B for
um ponto da linha M N ? A distância d o ponto A à linha M N 6 igual
a h. a distância entre o ponlo B e a projecçâo a do ponto A sobre a
a linha M N é igual a a. Resp. Se A C B for o cam inho percorrido, entáo,

AC 1*2 AÜ V2 AB o2
59. Eleva-se um peso w com a ajuda dum a alavanca. O fardo encontra-se à
distância a cms do ponto de apoio; cada parte da alavanca de I cm de
comprim ento pesa v gramas. Q u al deve ser o com prim ento da alavanca
para que a força necessária para elevar o peso seja m ínim o ? Resp.
, / 2 aw
x = V —p— cm.
60. As medidas sucessivas duma grandeza x desconhecida deu os resultados
seguintes: r , . x3............x „. Mostrar que a soma dos quadrados dos desvios
( r — r , ) * -f- (x — x; )s . . . 4- {x — x„>* s«rá m ín im o se sç- escolher

r ._ *|-1-* 2 4 - ...- ! - z „
n
61. A fim de reduzir ao m áxim o a fricção d u m fluíd o contra as paredes
dum canal, concebe-se este últim o de maneira que a superfície de contacto
seja m ínim a. Mostrar que a forma ideal dum canal paralclipipédico aberto,
cuja área da secçâo transversal é dada. é obtida quando a largura do
canal é d upla da altura

Determinar os pontos de mflexáo e os intervalos de convexidade e de


concavidade das curvas-
62. y x* Resp. Para .r < 0 a curva é convexa e para x > 0 côncava; x = 0
é um ponto de inflexão.
63. y = 1 — x*. Resp. A curva é sempre convexa.
64. y = Xa — 3x* — 9x 9. Resp. Ponto de inflexão para x— I.
r

6 5 . y =■ (x — 6)*. Resp. Ponto dc inflexão para x = b.

66. y = x * . Rcsp. A curva d sempre côncava.

67. y = —r— r • Rcsp. Ponto de inflexão para x = ± .


*»+ 1 y i
68. y = t g x . Rcsp. Ponto de inflcxSo para x = nrr.

69. y — xe~x . Rcsp. Ponto de inflexSo para * = 2.

70. y — a — f / x — b. Resp. Ponto de inflexSo para x = b.

71. y = a — V (x — ò)2. Rcsp. A curva n5o tem ponto de mflexüo.


Encontrar as assímptotas das seguintes curvas:

72- y — * Resp z ~ 1 ; V °-

73- » = ( 5 T 2 r * Rwp' x & “ 2 ; v ^°-


fl3
74. y = c -f • Rcsp. x = b ; y = c .

75. y i. Rcsp. x = 0 ; y — 0.
76. y = L o g x . Resp. x = 0 . 77. j/3 ;=6xS-}-x3. R Csp. y = x-f-2.

78. v3 =r«j3— x3. Rcsp. y-{-*=■-(). 79. (/2 — - - . Resp. x — 2a.


Cd'—X
80. y 1 (x — 2a) = x 3— a 3. Resp. x — 2a, y = ± (x-f-a).

Estudar o com portam ento e construir o gráfico das funções:

8a»
81. v = x * — 2 x + 1 0 . 82. 83. 9 ^ * *.
V x * -1-4*2 ’

6x 4-J-x X
84. 85. 86. U = . -----
V l + x3 * 'J x* * y X3 — 1 *

x-f-2 X*
87. 88. 89. y3— x®— x.
* v = rM -
X3
90. 91. V — I "** + 2. 92. y x — y x 3 i-1
^ — 3 — x3 •

. / X— 1
93. 94. y = ze~x . 95. y r = x * e ~ x i.
' “ K x + r
96. y = x ~ L o g ( x - f 1). 97. y = Log (x3 -j-1). 98. y — sen 3x.
99. y — x-r sen x. 100. y = x sen x. 101. y — e_x senx.

Log x
102. y — L«g senx. 103. * = 7 . 104. ( ■ “ * }
l ,r" T
f x=**. j X — a (( — sen l), f x = ~ a e l COS t,
105. 106. 107.
1 l. y = a (1 — c o s i). 1, y = ae’ sen t.
Exercícios suplementares

Encontrar as assímptotas das curvas:

108. y — ^ 1. Resp. x = — 1 ;

y = X — 1. 109. y — x + e "* . Resp. y = x.


110. 2y (x-}-l)a — x s. Resp. x — — 1 =

111. y3 — a 5 — x - . Resp. Sem assímptota* 112. y = ? ' * * í c n x. Resp. y — L.


113. y = í- * je n 2x — x. Resp. y = x.

114. y ^ - i L o g ( f + y ) . Resp. x —y ; y = x+ ~ .

"T 2t l*
115. y = r e xM. Resp. x t = Q ; y = x. ,,6 * x=3j ^ l * V = \ZZJi • RcsP

Estudar o com portam ento e construir o gráfico das funções:


117. y = |x|. 118. y = Log |x |. 119. y í - x * — x.
120. y = (x-f-1)a (x — 2). 121. y - * x + | x | . 122. y - y l * — x.

123. y = x 2 V x + 1. 124. y = - ^ - — L o g x . 125. y — -— L o g x .

,2 6 . 127. 128. , - x + ^ E Í .

1
129. y « x L o g x . 130. y — c * — x . 131. pT «|scn3x|.

132. y = = ^ L Í . 133. y = x a r c t g x . 134. y = x — 2 a r c t g x .

135. y = <_2Jcsen3x. 136. y = | sen x 1-j-x. 137. y — sen(x*).

141. y — *<n ( - : j- - ) ~ j * *■( — n < * < n)

•» — < * < ’) •
143. y = y ( 3 x - f | x | ) - f 144. y = 4 - | 3 ( x - 1 ) + | x - l | J + 1 (0 < x < 2 ).
CURVATURA DUMA CURVA

§ X. C o m p r im e n to d o a r c o c s u a d e r iv a d a

Suponhamos que o arco da curva M M (fig. 136), é o gráfico


da função y — f {x) definida no intervalo («. b). Definamos o com­
primento do arco da curva. Tomemos sobre a curva AB os pontos
. l / 0, A fj. M z , . . . M i _ i , M i .............. \1n _ i , M . Juntando estes pontos pelos
segmentos dc recta obtemos uma linha
poligonal M M M t ... A /< ...A f n . XM
inscrita no arco M M . Designemos por Pn
o comprimento desta linha poligonal.
Chama-se comprimento do arco AB
(c designa-se por s) o limite para o qual
lende o comprimento desta linha poligonal,
quando o comprimento do maior dos
segmentos M j . j que constituem esta
linha tende para zero. se este limite existir
c não depender da escolha dos vértices da linha poligonal MM\M* ...
M i.iM , . .. M n -xM .
Notemos que esta definição do comprimento dum arco dc curva
qualquer, é análoga à do comprimento da circunferência.
Mostraremos, no Capitulo X II. que se a função j (x) c a sua
derivada f (x) são continuas sobre o segmento [a. ò], o arco da curva
y = / U ) compreendido entre os pontos [a, f (a)] e [b. / (6)]. tem um
comprimento bem determinado que sc pode calcular com o auxílio
de fórmulas apropriadas. Demonstrar-sc-á, no mesmo capítulo, que
sob as condições acima citadas o quociente do comprimento do arco
e do comprimento da corda correspondente tende para a unidade,
quando o comprimento da corda tende para zero, isto é,

.. comprimento M 0M
lim ---------- — — = 1.
v tl.v -ocomprimento.V,,.!/
PoJe-se fàcilmcnte demonstrar este teorema pela circunferência (•).
No entanto, para o caso geral, admiti-lo-emos por agora sem demons­
tração.
Consideremos o seguinte problema.
Seja y - / (x). a equação duma curva do plano Oxy.
Seja >'0), um ponto dado tomado sobre esta curva e
M (x, y), um ponto variável desta curva. Designemos por s o compri­
mento do arco M„M (fig. 138).

Quando a abeissa x do ponto M varia, o comprimento s do


arco varia igualmente; é, por conseguinte, uma função dc x. Calculemos
a derivada dc s cm relação a x.
Demos a x um crescimento a x . O arco s sofre, então, um cres­
cimento As = comprimento M/V/,. Seja W M , a corda que subtende

este arco. Para determinar o limite líkn — procedemos da maneira


Aí'
seguinte: obtemos do triângulo MM^Q:
.Ü T /í = (Ax)3 + (Ay)3.
Multipliquemos e dividamos o primeiro membro por àsJ:

(^ ) 7 ‘ i *, = < A'r >, + |àJ'>í

Dividamos os dois membros da igualdade por Ax1:

(•) Consideremos o arco A B corrcspondente ao ângulo ao centro 2a


(fig. 137). O com prim ento deste arco 6 igual a 2Ra (R designa o raio do circulo);
o com prim ento da corda correspondente i 2R sen a. Eis porque

lim ~B
cornrrim ento A j 2fía
1UI .Y >T
u-*<» com prim ento A li 01-.U ±I< sen a
Achemos o limite dos membros, esquerdo c direito, quando Ax -* 0.

Como lim = 1 c lim ^ ^ . temos:


MMi-0 As a,-,o Ax dx

ou


Obtemos a seguinte expressão pelo diferencial do arco:

ds= l / l + ( ~ ) #dr

o u ( •)

= V d í* -f- dt/*. (2')


Obtivemos a expressão do difcrcncial do comprimento do arco
para uma curva cuja equação é y = / Cr). Contudo, a fórmula (2')
é igualmente válida, no caso em que a curva é expressa por equações
paramétricas.
Sc as expressões paramétricas da curva são:

* = ? (/), y = ^ > U ),
então.
dx = i\'(t)dt, dy = dt,

e a expressão (20. escreve-se sob a forma

ds= -f dt.

§ 2. C u rv a tu ra
Um dos elementos que caracterizam a forma duma curva é o
seu grau de flexão, de encurvamento. Seja dada uma curva que não
tem pontos duplos e que tem uma tangente determinada cm cada ponto.
Tracemos as tangentes à curva em dois pontos quaisquer A
e B e designemos por a o ângulo formado por estas tangentes ou.

( • ) Verdadeiramente falando, a fórm ula (2') apenas está certa se dx > 0.


Se dx < 0. então, ds = — d x - -|-dy*. Eis a razão porque é mais justo sc
escrever para o caso geral: . . ____
|á-|= V dr*+ (íj,t.
m a:s cxactamente. o ângulo dc rotação da tangente quando sc passa
do ponto A ao ponto B (fig. 139). Chama-se a este ângulo, ângulo
de contingência do arco AB. De dois arcos do mesmo comprimento,
o mais cncurvado é aquele cujo ânculo de contingência é maior
(fig. 139 e 140).
Por outro lado, não se pode. evidentemente, caracterizar o grau
de encurvamento dos arcos de curva de comprimentos diferentes

F ig . 139 F ig. 140 F ig . 141

baseando-se unicamente no ângulo dc contingência. Por conseguinte,


a característica completa da curvatura dum a curva qualquer será o
quociente do ângulo de contingência pelo comprimento do arco cor­
respondente.

Definição — 1. Chama-se curvatura média Km do arco A B ao


quociente do ângulo de contingência correspondente a e do comprimento
do arco que ele subtende:

AB

A curvatura média dos diferentes arcos duma curva pode variar


com o arco escolhido: assim, a curvatura média dos arcos A H e A\B\
da curva representada sobre a figura 141 não é igual, ainda que
estes arcos sejam dc igual comprimento. Mais. o grau de encurva­
mento desta curva varia gradualmente. Eis porque, a fim de caracterizar
o grau de encurvamento duma curva dada na vizinhança imediata
dum dado ponto A. introduzimos a noção dc curvatura num ponto.

Definição — 2. Chama-se curxarura da curva no ponto A c


nota-se h'A ao limite para o qual tende a curvatura média do arco AB
is
quando o comprimento deste arco tenile para zero (isto é, quando B
se aproxima (•) indefinidamente do ponto A):

K A — lim Km = lim .
B-A ab~o a b

Exem plo — D ado um círculo dc raio r: 1) determinar a curvatura m édia


do arco A B correspondente ao ângulo ao ccntro a (fig. 142); 2) determinar
a curvatura no ponto A.

R esolu çã o— 1. E evidente que o ângulo dc contingência do arco A B


é igual a a e que o com prim ento deste arco c igual a ar. Por conseguinte,

ir _.
ar
ou
K
m —~1~ •
2. A curvatura no ponto A é igual a

A'- =lun
i

—a
r= —
1
.
a —o « r r
Assim, a curvatura média dum arco do círculo
de raio r não depende da posição e do comprim ento
P ig. 142 desse arco; cia é igual para todos os arcos a — , Do

mesmo m odo. a curvatura d o círculo n um ponto dado nüo depende da posição

deste ponto e c tam bém igual a ~ .

Nora — Notemos que para uma curva qualquer a curvatura pode


geralmente variar quando se passa dum ponto para outro. É o que
veremos cm seguida.

§ 3. C á lc u lo d a c u r v a tu r a
Vamos estabelecer uma fórmula que nos permitirá calcular a
curvatura em cada pento M (.r. y) duma curva. Suporemos que num
sistema de coordenadas cartcsianas a curva é dada por uma equação
da forma
y = f(z) (1)
e que a função f (x) tem uma derivada segunda continua.
Tracemos as tangentes à curva nos pontos M e M , de abeissas x
c x + A.t e designemos por ? e f + A? os ângulos formados por
estas tangentes cora o eixo Ox positivo (fig. 143).

(•) Supom os que o valor do limite é independente da escolha do ponto


variável B (à esquerda ou à direita do ponto A ).
Designemos por s o comprimento do arco M qM contado a partir
dum ponto dado M„ (chama-se-lhc, por vezes, a abeissa curvilínea do

ponto M ): então, as = ÍWoA/,— \às \= M M t.


Vê-se, imediatamente, da figura 143, que o ângulo de contingência
correspondente ao arco M M j é igual ao valor absoluto (•) da diferença
dos ângulos ? e ? + A?, isto é. que ele é Jgual a |a? |.
Em virtude da definição da curva*,___^
tura média, temos para o arco M M j :
|Acf| A cp

As| As

Para calcular a curvatura no ponto


V/. é preciso achar o limite desta expres­

são quando o comprimento do arco MM%


tende para zero:

Aq>
À' = lim
.is—o F ig . I i3
As

C o m o f e s dependem de x (são funções de x). podemos con­


siderar ç com o um a função de s e supor que esta função é expressa
por equações paramétricas com o auxílio do parâm etro x. Então.

.. A cp tftn
Itm — — = — -
a » -o As ds
c. por conseguinte.
í/cf
K = (2)
ds
d(f
Para calcular —1. utilizemos a fórmula de derivação das funções
ds
paramétricas:
cfrp

d ({ __ dx
ds ds
dx

( •) Ê evidente que para a curva representada na figura 143 |A ? 1 = A?


visto que A<p > 0.
Para exprimir com a ajuda da função >’ = / (■*), notemos
ds
du
que tg ? = —■e. por conseguinte.
dy
< f« a rc tg ^ .

Derivemos esta igualdade em relação a x\ temos:

dry
rftp__ dz~
dx
1+
er
N o que respeita 5 derivada ^'1 . achámos já no § 1. Capítulo V I
dx
que

— = i/« + ( 4 Y .
dx v \dxJ

Eis porque.

ou. visto que K =

(3)

Por conseguinte, cm qualquer ponto da curva onde a derivada

segunda ~JL existe e é continua, pode-se calcular a curvatura com


dx3
o auxílio da fórmula (3). Notemos que. no dccurso do cálculo da
curvatura, afecta-se dc sinal mais a raiz do denominador, visto que a
curvatura é. por definição, uma quantidade não negativa.
Exem plo — 1 Determ inar a curvatura da parábola y* = 2px:

a) n um ponto arbitrário M (x, y )‘


b) no ponto A í, (0, 0);

Resolução — Achemos as derivadas, primeira c segunda, da função


y = V 2 px:
dy p ^ </ay £i
dx ' d lt (2p s )* » *
Substituindo estas expressó:s na fórm ula (3), temos:

a) K~ ---- C-- — -
C-PT 4" P2) *

c) A' ?
a• 2 y jp *
y~T>
E x e m p lo — 2. Determinar a curvatura da recta y = ax + b n um ponto
arbitrário M (x. y).
Resolução.
y' —a, y* —I).
Em virtude da fórm ula (3) temos:
A’ - 0 .

A recta ( . pois. «uma curva dc curvatura nula*. Este reiultado pode


ser facilmente reencontrado partindo da própria dcfiniç3o de curvatura.

§ 4. C á lc u lo d a c u r v a tu r a d a s c u r v a s s o b f o r m a p a r a m é tr ic a

S c ia m * = < p «). y = < f«)

as equações paramétricas duma curva.


Então, (ver § 24. Capítulo III):
dy = H /(0 = .
dx <p'(í) dx* (<pV
Substituindo estas expressões na fórmula (3) do parágrafo anterior,
temos: /n
E x e m p lo — Determinar a curvatura da ciclóide
i = n (/ — sen t), y = a (1 — co s t)

num ponto arbitrário (x. y ).

Resolução.

dr (fir du d'*u
~dt ^ ( ), - í j r = ° « n ' . - ^ - = 0 5' n ‘ . - ^ = o cosi.

Substituindo estas expressões na fórm ula (3). temos:

£ | a (1 — ro s /) a ro s I — a sen t -o sen 1 1 _
|o - (1 — cos r)*-f-a5scn-t * \
9■’*

\cos / — 1 | ____________ 1__________ __ 1


2a a-i ( I - c o s / ) s * ~ 28 « a d - c o s O ^ 4a | s c n l|

§ 5. C álculo da c u rv a tu ra das curvas em coordenadas polares

Suponhamos que a curva é dada pela equação

P = /(«)• d)

Escrevamos as fórmulas de passagem das coordenadas polares


às coordenadas cartesianas:
x=pcosO , 1
(2 )
t/ = psenO. J

Substituindo nestas fónnulas p pela sua expressão em função


dc 0. isto é. por / (0). temos:

x = /(O)-cosO, 1
y = f ( 0).sen0. / (0)

Pode-se considerar estas equações como sendo as equações para­


métricas da cuiva (I) com 0 por parâmetro.
Então, , , .

% = i eos0 - p “ ° 0' ã - á K n 0 + pcos0,

i í . = !^£L cosü — 2 — sen 0 — p cos0t


d& de1 dO

ü-i' = sênfl -f 2 — cos0 — p s e n 0.


do5 doa c/e
Substituindo as expressões acima na formula (1) do parágrafo
anterior, dai deduzimos uma fórmula que permite calcular a curvatura
duma curva em coordenadas polares.:
IP * + 2 p '* — p p "|
K = ( 4)
(p^ pY 1
Exem plo —- Dcicrm inar a curvatura da espiral de Arquimcdes p u9
(a > G) n um ponto a tb iu á n o (lig. 144).

Resolução.
dp . d'P 0.
d02
Por conseguinte.
I 0* -f-2

Notem os que para grandes valores de 0 s3o verificadas as igualdades


aproximadas seguintes: QJ ^
1, “ P"-
0a
eis porque. substituinJo na fórm ula precedente ô3 + 2 por 0* e O7 + I por
0 J. deduzimos um a fórm ula aproximada (para granJes valores de 0):
1 0* 1
A'
a (02)*'* a0

Assim, a espiral de Arquimedes tem para grandes valores de 0, a


mesma curvatura que um círculo de raio ü0.

§ 6. R a io e c ír c u lo d e c u r v a t u r a . C e n t r o d e c u r v a tu r a .
E v o lu t a e e v o lv e n t e
Definição — Chama-se raio de curvatura duma curva num ponto
dado M à grandeza K igual ao inverso da curvatura K desta curva
neste ponto:
1
/? = — '( D
K
b (2)T
OU

1'A l
1ftr~

Tracemos no ponto M da curva, a normal (fig. 145). orientada


no sentido da concavidade desta curva, e apoiemos nesta normal
o segmento M C igual ao raio de curvatura R desla curva no ponto M .
O ponto C chama-se centro de curvatura desta curva no ponto Aí.

e o circulo dc raio R e de ccntro no ponto C (passando pelo ponto M)


circulo <ie curvatura desta curva no ponto M .
Resulta da definição de circulo de curvatura que num dado
ponto, a curvatura da curva é igual à do circulo de curvatura.
Estabeleçamos as fórmulas que definem as coordenadas do
círculo de curvatura.
Seja
y = / (* ) (3 )

a equação da curva.
Fixemos sobre a curva um ponto M {x. y ) e determinemos as
coordenadas a e ,6 do ccntro de curvatura corresponJente a este ponto
(fig. 146). Para isso, formemos a equação da normal à curva no
ponto M:

Y - y = - - ^ (X - x ) (4 )
y
(X c Y designam as coordenadas correntes dum ponto da normal).
O ponto C (a. p ) estando sobre a normal, as suas coordenadas
devem verificar a equação (4):

P— 0= (® — *)• (5)
y
A distância do ponto C (a. p) no ponto M (x, y), é igual ao
raio dc curvatura R:
( a - x ) * + ((}- */)’ = / ? » . (6)

Resolvendo as equações (5) e (6). determinamos a e p:

((* - * )• + -Vi ( « - * ) ’ = / ? ’ .
y

i + y'
donde u t
a — x ± - - = = = /?, p=
Vl+y* Vi -f v*
(1 |/'*>»/*
Mas como . — .então,

« _ ,± ííL f c ja t
ly I ly I
Para saber que sinal devemos tomar nestas últimas fórmulas,
teremos de considerar dois casos: y > ü e / ' < 0. Sc >■" > 0 a
curva c côncava ncsle ponto e. por conseguinte, p > y (fig. 146),
logo deveremos tomar os sinais de baixo. Como neste caso [y " | = >•",
a^ fórmulas das coordenadas do centro de curvatura exprimir-sc-ão
pelas fórmulas:
!/ '< t + iD
a
y
(7 )
P= y

Pode-se demonstrar duma maneira análoga, que as fórmulas (7)


são válidas igualmente no caso cm que >*" < 0.
Se a curva é dada pelas equações paramétricas
T =* Ç (0 , U= V (*)»
pode-se. fàcilmente. determinar as coordenadas do centro de curva­
tura. a partir das fórmulas (7). substituindo nestas últimas / e y"
pelas suas expressões correspondentes em função do parâmetro:
„ xjyl ’ - x\yj
* -a

Então,

x 'y ' — x ’y ’
(7')

E x e m p lo — 1. Determinar as coordenadas do ccntro de curvatura da

a) num ponto arbitrário M (x. y);


b) no ponto M n (0, 0);

fórm ulas (7), temos. (fig. 147}:

b) para x = 0, tem-se: a = p. fl = 0;

c) para * = -§-. tem-sc: a = ~ . (I = — p.

Se no ponto M x(.r. y) a curvatura da curva não é igual a zero.


corresponde a este ponto um centro de curvatura bem determinado
Cj (a, p). O conjunto de todos os centros de curvatura duma curva
constitui uma nova curva chamada evoluta da curva considerada.
Assim, chama-se evoluta dc uma curva ao lugar geométrico dos
centros de curvatura desta curva. A curva em questão é. então, cha­
mada evolvente.
Se a curva é dada pela equação y = f (a-), pode-se. então, con­
siderar as equações (7) como sendo as equações paramétricas da
evoluta. com x por parâmetro. Eliminando o parâmetro x destas
equações (se isso for possível), deduz-se a expressão da dependência
directa entre as coordenadas correntes a c p da evoluta. Se a curva
é dada pelas equações paramétricas jc = ^(f). >• = ^ (/). as equações (70
serão, então, as equações paramétricas da evoluta (visto que as quan­
tidades x. y, x / . x". y ” são funções dc /).
E x e m p lo — 2. Achar a equação da evoluta da parábola
V* = 2 px .

Resolução ~ Servindo-nos dos resultados do exemplo (I), podemos escrever


cm qualquer ponto arbitrário (x. y ) da parábola:
a = 3 z + p ,

| » « _ Í 2 £ > l!
V p
Elim inando o parâmetro x entre estas duas relações, encontramos:

É a equação dum a parábola semi-cúbica (fig. 148).

E xem plo — 3. Determinar a equação da evoluta da elipse definida pelas


equações paramétricas
x = a c o s l, y = 6 sen i.

Resolução — Calculemos as derivadas de x e y em relação a r:


x' = — a sen t, i/ — b c o s t ;
x" = — a cos /. \j” = j — 6 sen /.
Substituindo a expressão destas derivadas na fórm ula (7'), temos:
b c o s / (a - sen» t -4- M «'O.v- /)
a — a c o s t -------------■----------------- ---------------— =
ab sen* l 4 al, c o s 2 t
b*
— a r o s I — a c o s I sen* t ----- c o s 3 l c o s 3 /.
a ( - t )
Assim .

= (- £ ) cos3 1 .
Determinamos, dum a maneira análoga:
a*
p “ n* ‘
E lim inando o parâmetro t. deduzimos a cquaçüo da evoluta da elipse
so b

a C
a forma

(ir+nr-t4?)
fi sâo aqui as coordenadas correntes da evoluta (fig. 149).

E xem plo — 4. Achar as equações paramétricas da evolut3 da ciclóide

a (t — sen /)»
a (1 — co» í).
Resolução.
a (1 — cos /).
o sen t.

Substituindo as expressões achadas na fórm ula ( 7 ') , temos:


a = a (t + sen I), P = — a (1 — coa /).
Procedendo a um a mudança de variáveis, fazendo
a = £ — na , — f] — 2a, t = t — n ;
as equações da evoluía escrcvcm-se, cntào, sob a forma

{ ° i ( t — sen t), i) = a (1 — cos x).


Em relaçio às coordenadas i e v estas equações definem igualmente
um a ciclóide gerada por um a circunferência de raio o.
A isim , a evoluía da cidóiüe é a própria cicloide mas que sofreu um a
transform açío — rra no senliJo do eixo O x e — 2a no sentido do eixo Oy
(fig. ISO).

§ 7. P r o p r ie d a d e s d a e v o lu ta

Teorema— 1. A normal a uma dada curva é a tangente da


sua evoluta.

Demonstração — O coeficiente angular da tangenlc à evoluta


definida pelas equações paramétricas (7') do precedente parágrafo é

dx
da da
~d7
Atendendo a que [cm virtude dessas mesmas equações (7')1

da 3 y " V 2 — y 'y " - y V


dx «Ta

_ 3y"*y - y " - y ' V


(2)
dx y”1

deduzimos a relação

_ _L
da y

Mas V é o coeficiente angular da tangente à curva no ponto


correspondente. Por conseguinte, resulta desta última relação que a
tangente à curva é perpendicular à tangente à evoluta desta curva no
ponto correspondente; por outras palavras, a normal à curva é a
tangente à evoluta desta curva.

Teorema — 2. Se o raio de curvatura varia duma maneira


monótona (isto é. permanecendo crescente ou decrescente), numa certa
parte M ,M ; da curva, o crescimento do comprimento do arco da
evoluta nessa parte da curva é igual (em valor absoluto) ao cresci­
mento correspondente do raio de cur\atura desta curva.
Demonstração — Em virtude da fórmula (20 d o § 1 Capitulo V I,
temos; ,, , , .
ds = da.' -f- dfi t

cm que dx é o diferencial do comprimento do arco da evoluta; resulta


por conseguinte.

(£)'-(£)'+(!)'
Substituindo nesta última relaçào as expressões (1) e (2), temos

Calculemos agora f ~ 1 . Como


© '■

„.<L+jl V Í, „ tl,
y y
Derivemos, em relação a x. os dois membros desta igualdade;
achamos, depois de termos efcctuado as transformações adequadas

d fí 2(1 -f y T ( 3 / / 'j / " - - y , , - . v V " )


dx (yy
2 ( 1 -f- l / '2) 1/!
Dividamos os dois membros desta igualdade por 2R = ----- :----
1/
temos:
dJ L = (1 -f y's)l / ; ( % / / ' ; .y 'V )
dx y "*

Elevando ao quadrado, temos:

Das equações (3) e (4). obtemos:

donde
(£H£)'
Por hipótese —~ não muda o seu sinal (R é. ou crescente, ou
dx
ds .
decrescente), por conseguinte, — conserva igualmente o seu sinal.
dx
Tomemos para fixar idéias 0, ^ 0 (o que corresponde à

fig. 151). Por conseguinte, = — *!?..


dx dx
Sejam x L c x-, as abeissas dos pontos .V/, e M .. Apliquemos o
teorema d c Cauchy às funções j ( x )
e R (x) sobre o segmento [xlt x3]:

y (jL
.) — y(ar,) ___________
íi (x,) - R (x,) “ / dl i A
V dx /* = *

em que { é um número compreendido


entre x, e x, (jr, < £ < x3).
Façamos, (fig. 151):
S (* ,)= 5 „
R (x l) = H l .

Então. — -- — = — 1 ou

* , - * i = - < / ? * - /? .).
Mas isto significa que

| S ,- S ,| = | í t . _ f l 1 |. FiR . 151

Demonstrar-se-ia duma maneira idêntica, esta igualdade para o


caso em que o raio de curvatura fosse crescente.
Demonstrámos os teoremas l c 2 no caso em que a curva
é definida por uma equação explicita y = f (x).
Estes teoremas são igualmente válidos no caso em que a curva
é definida por equações paramétricas. A demonstração é idêntica.

N o ta — Indiquemos um processo mecânico elementar que per­


mite construir a curva (evolvente) a partir da sua evoluta.
Demos a uma régua flexível a forma da evoluta CgC* (fig. 152).
Suponhamos que uma das extremidades dum fio inextensível é fixado
no ponto Co c toma a forma da régua. Sc desenrolarmos o fio
conscrvando-o esticado, a ouira exircmidadc descreverá a curva M Jiio
que é a evolvente. É. de resto, esta propriedade quem deu à curva
o nome dc evolvente. Pode-se demonstrar, apoiando-se nas proprie­
dades da evoluta. estabelecidas mais acima, que a curva assim traçada
é precisamente a evolvente.
Notemos igualmente que a cada evoluta dada, corresponde uma
infinidade de evolventes (fig. 152).

Exem plo — Seja um círculo de raio a (fig. 153). Escolhamos entre as


evolvenles deste círculo a que passa pelo ponto M 0 (a. 0).
Encontra-se fàcilmcnte j equação da evolvente do círculo, notando que
C M = CÀfo = at:
O P «= z =* a (COS t -f / sen t) ,
P M =* y =» a (sen t — t cos t) .

N otrm os que, na maioria dos casos, os cortes verticais dos dentes dum a
engrenagem t«?m a form a da evolvente do círculo.

§ 8. Cálculo aproxim ado das raízes reais duma equação

Os métodos de estudo da variação das funções permitem o


cálculo dos valores aproximados das raizes da equação

/ ( * ) = 0.

Se é uma equação algébrica (*) do primeiro, secundo, terceiro


ou quarto grau, existem, então, fórmulas que dão as raizes desta

( •) Di/.-se que /<j;) = D é um a equação algébrica se f (x ) 6 um poli­


nó m io (ver § 6, Cap. V III.
equação em função dos seus coeficientes depois de um número finito
de operações de adição, subtracção. multiplicação, divisão e de extrac-
ção de raiz. Tajs fórmulas não existem no caso geral, sc o grau
dessas equações for superior a quatro. Se os coeficientes de uma
equação qualquer, algébrica ou não (transcendente), não forem letras,
mas números, é. então, possível calcular o valor aproximado das
raízes desta equação com o grau de precisão desejado. Notemos, igual­
mente, que o emprego dos métodos práticos do cálculo de valores
aproximados das raízes duma equação dada, impõe-se frequentemente.

mesmo no caso cm que o valor exacto das raízes da equação algébrica


possa ser expresso por radicais. Exporemos, a seguir, certos métodos
de cálculo do valor aproximado das raízes duma equação.

1. Métdodo das cordas (*). Seja

/(* ) = 0 (1)

uma equação, em que / (x) é uma função continua sobre o segmento


[a, 6], cuja derivada de ordem dois existe. Dc acordo com o estudo
da função f (.0. suponhamos que no intervalo (a, b) existe .um
segmento [x,. *,], no interior do qual a função é monótona (cres­
cente ou decrescente) e que toma valores de sinais contrários
nas extremidades desse segmento. Tomemos, para fixar idéias,
/ ( * s) < 0 e / ( * * ) > 0 (fig. 154). A função y = / (*) sendo contínua

( • ) Este método chama-se igualmente método de Legrange ou método


dai panes proporcionais.
IA
sobre o segmento [x„ x,]. o seu gráfico deve necessàriamente cortar
o eixo Ox num ponto do intervalo (xlt xs).
Tracemos a corda AB juntando os pontos da curva de abeissas
Xi e x,. A abeissa ax do ponto de intersecção desta corda com o
eixo Ox, será o valor aproximado da raiz (fig. 155). Para determinar
este valor aproximado, formemos a equação da recta AB que passa
pelos pontos dados A [x,. / (x,)] e B [xit
/(*»)]:
y— í (*i) _
/ ( * * ) - / ( * l) *1

Como y = 0 para x = a u temos:

— / (x ,) ^ al — xl

xt — V
donde

= r
(2)
1 1 t M - m ‘

A fim dc obter uma melhor aproxi­


mação do valor da raiz. determinemos /(flj).
Se / (a,) < 0. repetimos o processo que aca­
bamos de indicar. aplicanJo a fórmula (2)
no segmento (a,. x:]. Se f< a ,) > 0 . aplicamos
esta fórmula no segmento [xs. a j .
Aplicando este processo várias vezes,
encontramos uma aproximação sempre me­
lhor a2, flj. etc.. da raiz procurada.

E x e m p lo — I. Determinar os valores aproxi­


mados das raízes da equaçáo
F ig. 156
/ (x) = Xa - Gx + 2 « 0.

R esolu çã o— Determinamos, cm primeiro lugar, os intervalos de m onotonia,


da função. O cálculo da derivada f (*) = 3.t* — 6 mostra que esta últim a é
positiva para x< . negativa para - 1 /2 < x < +- 1 / T , c de novo
positiva para x > ~\^2 (fig. 156). A função tem. poia, três intervalos de
m onotonia; no interior de cada um deles encontra-se um a raiz.
A fim dc sim plificar os cálculos ulteriorcs, estreitamos os intervalos dc
m onotonia (tendo cm atcnçüo que c m cada intervalo sc encontra a raiz cor­
respondente).
P a r i isso, tendo escolhido ao acaso certos valores dc x c tendo-os
substituído na cxpressáo de /< *), delimitam-se os intervalos dc m onotonia menores
nas extremidades dos quais a função tom a os valores dc sinais contrários:

Xx = 0, 1(0) = 2,
Xl — 1, M l) = — 3,
Xj * — 3, / (- 3) = _ 7,
■ * =- _2,
*■ / ( - 2) = ti,
2 / (2) *= — 2,
*8 — 3, / (3) = 11
As raizes encontram-sc, pois, no interior dos intervalos

( 0 ; 1). ( - 3 ; - 2 ) , ( 2 ; 3).

Calculemos o valor aproximado da raiz compreendida no intervalo (0; I).


Em virtude da fórm ula (2), temos:
- ( 1- 0)2 2

M a*
/ (0,4) = 0,43— 6 .0 ,4 + 2 = — ü.336, / ( 0 ) = 2,

por conseguinte, a raiz está compreendida entre 0 e 0,4. Apliquem os de novo


a fórm ula (2) no intervalo (0; 0,4); cncontranfos o valor aproximado seguinte:

* » = " - o . M - 2 ° 2 7 B 6 ° U,M2, olc-


Proceder-se-á do mesmo m odo para achar os valores aproximados d ai
raízes compreendidas nos outros intervalos.

2. Método das tangentes (métotio de Newton). Suponhamos, dc


novo, que / (x,) < 0. f(x 7) > 0 e que, além disso, a derivada primeira
conserva o seu sinal sobre o segmento [x,, x j . Então, o intervalo (x„
x2). contém apenas uma única raiz da equação / (x) = 0. Suponhamos,
além disso, que a derivada segunda conserva, igualmente, o seu sinal
sobre o segmento [x,. x»]; podemos chegar at. reduzindo o compri­
mento do intervalo, que contém a raiz.
D o facto da derivada segunda não mudar o seu sinal sobre o
segmento [x„ x*J. deduz-se que a curva é. ou convexa, ou côncava
sobre este segmento.
Tracemos a tangente à curva no ponto B (fig. 157). A abeissa a ,
do ponto de encontro desta tangente com o eixo Ox, será o valor
aproximado da raiz procurada. Formemos a equação da tangente no
ponto B para achar esta abeissa:

tf — /(*») = / ' ( x j ( x - x j .

Notando que y = 0 para x = alt temos:


Traçando cm seguida a tangente a curva no ponto Bu dedu­
zimos, uma melhor aproximação a3 da raiz. Repetindo-se este
processo um número de vezes suficientemente grande, pode-se calcular
o valor aproximado da raiz com o grau de precisão desejado.
Chamemos a atenção para o seguinte ponto. Se tivesemos tra­
çado a tangente à curva não no ponto B mas no ponto A. o ponto
de encontro desta tangente com o eixo Ox. poder-se-ia ter encontrado
fora do intervalo (*,. jt;).
Ve-se imeJiatamente. das figuras 157 e 158, que se deve traçar
a tangente à curva na extremidade do arco onde os sinais da função
e da sua derivada segunda coincidem. Por hipótese, a derivada segunda

F ig . 158

conserva o seu sinal e. por conseguinte, os sinais da função e da


derivada segunda coincidirão, necessàriamente. numa das extremidades.
Esta regra é igualmente válida para o caso f ( x ) < 0 . Se se traça a
tangente no ponto da curva cuja abeissa é a extremidade esquerda
do intervalo. é preciso substituir na fórmula (3) x, por x x:

/(*«> (3')
a, = x , --- — •
/ > i)
Se no interior do intervalo (x,. x*) se encontra um ponto de
inflexão C. o método das tangentes pode dar um valor aproximado
da raiz situada fora do intervalo (x,, x:) (fig. 159).
Exem plo — 2. Apliquem os a fórm ula (3) no cálculo da ra iz da equação

f (x) « ia - Ox 2 - 0,
situada no intervalo (0; 1). Temos:
/ (0) = 2. f (0) = (3Xa - 6) 1x=* - - 6.
eis porque encontramos em virtude da fórm ula (3):

a , = 0 - 3 é = y= 0 .3 3 3 .

3. Método combinado (fig. 160). Aplicando simultãneamente ao


segmento [xi. x>] o método das cordas e o método das tangentes.
obtém-se dois pontos ox e ã u dispostos de um e de outro lado da
raiz a procurada, (visto que. / (aL) e / (ã,), tém sinais diferentes).
Aplica-se em seguida ao segmento [a,. a,J o mélodo das cordas e o
método das tangentes. Encontramos dois números a 3 e ã -, que estão
ainda mais próximos do valor da raiz.

Aplica-se. sucessivamente, este método até que a diferença dos


valores aproximados assim obtidos, seja inferior à margem dc precisão
desejada.
Notemos que aplicando o método combinado aproximamo-nos do
valor procurado da raiz dos dois lados ao mesmo tempo (isto é.
que determinamos simultaneamente os valores aproximados por excesso
e por defeito da raiz).
Assim, vcrifica-se para o exemplo considerado que
/ (0.333) > 0, 1 (0,342) < 0.
Por conseguinte, o valor da raiz está compreendido entre os valores
aproximados calculados:
0,333 < x < 0.342.

E x ercício s

Determ inar a curvatura das curvas nos pontos indicados:

1. &2x2-f a*y* = a*b* nos pontos (0, b) e (a , 0). Resp. ~ . n o ponto (0, 6 ) ;

™ no ponto (a , 0).

2. x y = 12 no ponto (3 ; 4). Resp. ~ .


3 . y . r * no ponto (xlf j/i) R«P - ‘

<i. \f\vi — r« no ponto (2, 0). R e s p . .

2 ? ? ,
5. x J 1 j/^ = « ;5.no ponto arbitrário. Resp.------ - .
3 (a x y ) 3
D eterm inar o raio de curvatura das curvas nos pontos indicados; construir
cada curva e o circula de curvatura correspondente:

6. j/> = x» no ponto (4; 8). Rcsp. •

7. z * — Aay no ponto (0; 0). Resp. R — 2a.


(Mx« -4-a*yi)5/*
8. 6*x* — a*y* a*6* no ponto (x ,. yt). Rcsp. H ----- -------- .

9. y — L o g x no ponto (I ; 0). Resp. f í = 2 "1/2.

10. y — senx no ponto ( - ir * l ) • Resp R - !•

11. S ~ a t o * * 1 j. para ÍT_| Rcsp. R — 2a sen fj c o s / ,.


y = a sen3 1 J
D eterm inar o raio de curvatura das seguintes curvas:

■ s j = . r - » » } » r* ' = ‘ R« p "=<>•
13. A circunferência p = a s e n 0 . Rcsp. // = “ .

/p2-f aa)3/i
14. A espiral dc Arquím cdes p = o 0 . Rcsp /?— pJ Z oá*~ *

2 .
15. A cardioide p — a ( l — cosO ). R csp./? — l/2 a p .

flS
16. A lemniscata p2 a 3 cos 20. Rcsp. R — .

0 0
17. A pa ráb o la p = a seca — . Resp. R = 2 a sec3 — .

0 3 0
18. f> - n sen*---. Resp. /?= - ^- a sen3 — .

D eterm inar os pontos das curvas onde o raio de curvatura è m enor:

t9 .fa a l.o g x . Resp. ( ~ , — 4 ' L° Í 2 ) '

20. u - e * . R e s p . ( _ ^ L o g 2t ^ ) •

21. y i + V í ^ y ã . Resp ( x * t ) *

22. y .i Log ( t — ResP- N o ponto (0, 0 )/? — -íj-


D eterm inar as coordenadas do centro da curvatura (a. f i) e a equação
da evoluta de cada unia das curvas seguintes

a- b*
23. 4 - £ - l . Resp
r
.a > ííl± ^ ; K a*
t — <«• +6«**)»•
2 2 2 \ 2 2 1
24. Resp. a = .r-f3-r‘V 3 ; P = y-{-3x3j/3#

“ • { ^ = ÍI^ - 6 . R“ ,, P = 3 i* - | .

27. Resp. , = * , j + r * , (tractriz).


I j/ = k sen I.

2» f x = a (cosí-f-í sen (). a = acosí;


lj/ = a ( s e n /- lc o 8 0 . P P = a s e n l.
2y f x — a c o s tí, a = a c o s * l- f 3a cos f sen» t ;
\y=a*ensf. esp P=a «n* í +3acos* í wnf.
30 . C alcular as raízes da equação x» — 4x + 2 = 0, aproximadam ente a 0,001.
Resp. x, =- 1,675, x . = 0,539, x , - - 2 ,2 1 4 .
31. C alcular o valor aproxim ado da raiz da equação f ( x ) = x* — x — 0,2 *» 0,
compreendida no intervalo (1; 1,1). Resp. 1.C45.
3 2 . Calcular as raizes da equação x* + 2xs — 6x + 2 = 0, aproximadamente
a 0,01. Resp. 0,38 < x, < 0 ,3 9 : 1,24 < x , < 1,25.
33. D eterm inar o valor aproxim ado das raizes da equação x* — 5 = 0.

Resp. * | * i t71, x2. , = l , 7 1 ^ 1 ^ L k 5 . .


34 . A char o valor aproxim ado da raiz da equação x — tg x = 0. compreendido

entre 0 e **n . Resp. 4,4935.


2
3 5 . A char a raiz aproxim ada da equação sen x = I — x. aproximadamente
a 0,001. Indicação. P òr a equação sob a forma / (x ) = 0. Resp. 0,5110 <
< x < 0,5111.

Problem as diversos

36. M ostrar que cm cada ponto da lcmniscata p7 = o* cos 2 ? a curvatura 6


proporcional ao raio vector nesse ponto,

37. Determinar o m aior valor do raio de curvatura da curva p = a s e n s^ . .

Resp. R = 3ti/4.
38. Achar as coordenadas jlo centro dc curvatura da curva y = x Log x no ponto
cm que y" = 0. Resp. (*-», 0).
39 . Dem onstrar que para os pontos da espiral de Arquimedes p = a<p o valor
da diferença entre o raio vector e o raio de curvatura, tende para zero
quando
40. A char a parábola y = ax- + bx 4- 6, lendo com a sinusóide y = sen x
um a Ungente com um e a mesma curvatura no ponto (ít/2, 1). Fazer
x* nx
u m desenho. Resp. y ---- — -+-— — t-1 ---g- .

A funçáo > = / (.r) é assim determinada:

f ( x ) = x 1 sobre o intervalo — « < x < l ,


/ (x) = </.rJ + bx + c sobre o intervalo 1< x < + co.

41. Quais devem ser os valores dc a. b. c para que a curva y = / ( x) tenha


sempre uma curvatura continua? Fazer um desenho. Resp. a = 3, b — — 3,
c = I.
42. M ostrai que o raio dc curvatura duma ciclóide é cm cada ponto o dobro
do comprim ento da norm al nesse ponto.

43. Escrever a equação do circulo de curvatura da p aíáb ola y = x1 no

ponto ( I, 1). Resp. (x-f4)2-+- — — J *= ~ .

44. Escrever a equação do círculo dc curvatura da curva y = Ig x no ponlo

45. A char o com prim rnlo da cvaluia da elipse, cujoa senu-eixos >io iguais
a a € b. Resp. 4 (a3 — b')/ab.

4 6 . A char o valor aproximado das raízes da equação x e* = 2, aproximadamente


a 0.01. Resp. A equação tem uma ra/z real única x 7=. 0,84.

47. A char o valor aproxim ado Jas raizes da equação x L o g x = 0.8, aproxi­
madamente a 0.01. A equação tem um a raiz real única x = : l,6 4 .

48. A char o valor aproxim ado das raízes da equação * = a r c t g . x = I, aproxi­


madamente a 0,01. Resp. A equação tem um a raiz real única x ^ 1,096.
N O M E R O S C O M P L E X O S . P O L IN Ó M IO S

§ 1. N úm e ro s complexos. Definições

Chama*se número complexo a toda a expressão da forma


a + bi, (1)

cm que a c b são números reais c i a unidade imaginária definida


pela relação
t = V - 1 OU i*mm— 1 ; (2)

a chama-se parte real e bi a parte imaginária do número complexo.


Diz-se que dois números complexos a + bi c a — bi são conjugados.
sc cies apenas diferem pelo sinal da sua parte imaginária.
Se a — 0. o número 0 + bi = bi diz-se imaginário puro; se
6 = 0. encontra-se um número real: a + 0/ = a.
Adopta-sc duas convenções fundamentais:
1) dois números complexos a.. + />,/' c <7- + bti. são iguais sc

ai = « i. *>1= 6»;
2) um número complexo é igual a zero:

se, c sòmcntc sc, a = 0, 6 = 0.


1. Representação geométrica dos números complexos — Todo o
número complexo a + bi pode ser representado sobre o plano Oxy
por um ponto A (a. b) dc coordenadas a c b (fig. 161), c, reciproca­
mente. todo o ponto M (a, b) do plano Oxy pode ser considerado
como a imagem geométrica do número complexo a + bi (•).
Mas se a todo o ponto A (a. b) corresponde um número com­
plexo a + bi, então, em particular, a todo o ponto do eixo Ox cor­
responde um número real (b = 0). Todo o ponto do eixo Oy representa
um número imaginário puro. visto que neste caso a = 0.

(•) a + bi. 6, enlâo, chamado o afixo do ponto M (a. b).


Eis porque, a respeito de uma tal representação dos números
complexos sobre o plano, se chama ao eixo Oy eixo imaginário e ao
eixo Ox eixo real.
Juntando o ponto A (a . b) à origem das coordenadas, obtém-se
o vector Ò A .
Por razões de comodidade, compara-se muitas vezes o número
complexo a 4- bi ao vector O A correspondente.
2. /• orma trigonométrico dos números complexos — Designemos
por ? e r (r > 0) as coordenadas polares do ponto A (a. b). tomando
a origem das coordenadas para pólo e o sentido positivo do eixo Ox
para eixo polar. Então. (fig. 161) tem-se as
y4 relações seguintes:
^yj a = rcos<p, b — r sen (p

c. por conseguinte, todo o número complexo


-------pode ser posto sob a forma
a 4 - b i = r (cos qp 4- i sen <p). (3)

Fi?- A expressão que figura no membro


direito desta relação é a forma trigonomòtrica
do número complexo a 4 bi. As quantidades r e <p exprimem-se em
função de a c b pelas fórmulas

r = V a* -f- b-, tf = Arc tg

r diz-se módulo c <? argumento do número complexo a 4- bi.


O argumento do número complexo, o ângulo <p. é positivo se é
contado a partir do eixo dos x positivos no sentido inverso dos
ponteiros dum relógio c negativo no caso contrário. É evidente, que
o argumento não é definido dum a maneira univoca, mas próximo
de 1-k. cm que k é um número inteiro qualquer.
Designa-se, por vezes, o m ódulo r dum número complexo a 4- bi
pelo símbolo |a + bi |:
r = \a+ b |.
Notemos que todo o número real A pode ser igualmente posto
sob a forma (3). a saber:
A = |A |(cos 0 -f-i sen 0) quando A > 0,
.4 = |A |(cos ;t -f i sen * ) quando A < 0.
O m ódulo do número complexo 0 é igual a zero: 10| = 0. Pode-se
tomar para argumento do número zero um ângulo <p qualquer. Com
efeito, qualquer que seja <?. ter-se-á
0 = 0* (cos <p 4- i sen <p).
§ 2. P rin cip ais operações sobre os núm eros complexos

1. Adição dos números complexos — A soma dc dois números


complexos a. -f b j e + bti é o número complexo definido pela
igualdade
(*i + M + (*, + M = («i + <h) + <*i + ^a) (1)

Vc-sc. da fórmula (1). que a adição dos números complexos


representados sob a forma de vectores, satisfaz as regras da adição
dos vectores.

2. Subtracção dos números complexos


— A diferença de dois números complexos
a- + b i e fl, + b xi é o número complexo que.
somado a a, + b,i. dá a, + b j.
Vé-se. fàcilmentc, que

(a, -f- 6,0 — (a, + 6|<) =

= (a, - a j + (bt - 6,) L (2)

Notemos que o m ódulo da diferença de dois números complexos.


] (a t — a ^ 1 -f (6, — 62)2é igual à distância entre os dois pontos cor­
respondentes do plano complexo (fig. 162).

3. Multiplicação dos números complexos — O produto dos núme­


ros complexos ax + b ,i e a. + bxi é o número complexo que sc
obtém multiplicando estes números como binômios, segundo as regras
do cálculo algébrico c tendo em atenção as relações:

— i3= ( - 1 ) i = - i ; »*= ( - 0 ( 0 = - < * = ! :

f5 = 1 *i, etc.,

e. cm geral, para todo o inteiro k:

l * = 1; = í 4A+a= _ í .

Em virtude desta regra, temos:


(ai -f- òji) (a* -f- b.2i) = a*0, -f- b ^ i -f- oxbzi bxb j '

ou
(ãj -f 6,0 (a, 4- 6,0 = (a, 02 — bt bo) -f ( V a -f fl,6,) i. (3)
Sc os números complsxos são dados sob a forma trigonométrica.
ter-se-á:
rx(cos <p, -f i sen <p,) rt (cos -f i sen «pj =
= r,r2 [cos (pl cos <p, 4- i sen <pt cos <pa 4- *cos Vi sen <p, 4-

+ i~ sên (fj sen «p*] = rxrt [(cos <pi cos <p2 — sen <Ti sen <p2) +
-f t (sen cp, cos cpa 4- cos <p, sen <pj)] = rxrt [cos (<p, 4- <P») 4-

4- i sen (<p, 4- <Ps)J-

Assim, r, (cos (p, 4 - 1 sen <p,) r, (cos cp, 4- * sen <p,) =


== r,r2 [cos (<p, 4- <p^ 4- t sen («ft 4- cp,)], (3')

isto 6. o produto de dois números complexos é um número complexo


cujo módulo é igual ao produto aos módulos dos factores e o argu­
mento à soma dos argumentos das factores.

N ota — I. Em virtude da fórmula (3), os números complexos


conjugados a 4* bi e a — bi. verificam a relação

(a 4 - bi) (a — bi) = a1 4 - ò\

isto é. que o produto de dois números complexos conjugados t um


número rca!, igual à soma dos quadrados dos seus módulos.

4. Divisão de números complexos — A divisão dc dois números


complexos é a operação inversa do seu produto; se

A ± V .= x + yi
<H + à*i
(em que 1 a j -\
- b\=£ 0). então, x c y devem ser tais. que sc tenha

flj 4- V = + M (* + yt)
ou
ax 4- bxi = (a ,! — b# ) 4 - (a«y 4 - b&)
Por conseguinte,

ax = a3x - bty, ò, = b jt 4 -a # ,

donde encontramos:

a iaa ± ^ 1^2 _ atbx — axbt


< + « ’ ■! + « *
e temos finalmente:

«i + V __ -f- 6,63 a^bj —


a, -f òt í aj + ò* a j -f b\

Na prática, procede-se da seguinte maneira para efectuar a


divisão dc dois números complexos; para dividir a, + bxi por a, + bti,
multiplica-se o dividendo e o divisor pelo número complexo conjugado
do divisor (isto é. por a2 — b2i). O divisor toma-se. então, um número
real; dividindo por este número real a parte real e a parte imaginária
d o dividendo, obtém-se o quociente:

<h + V ^ (<h -f- bjí) (a, — btl) _


«1 + bti (fl2 + bti) (flj - b9i)

_ (°\a7 ~f b jb j -f- (0, 6, — a^bj i ^


al + b]

_ aini 4- bt 6a at bl — a A i
a l + bl " o J + 65

N o caso dos números complexos, expressos sob a forma trigo-


nométrica, tem-se:

— C° S Vl ' SCT - 1 = — [cos (<p, — <p,) + l sen (<p, — <*>*)].


r,(cos<pf -f i senqj,) râ

Para verificar esta igualdade, basta multiplicar o divisor pelo


quociente: *

r2 (cos a + i sen <p,) [cos (qp, — <Pi) + sen — cp2)] =


r*

= r, -^[cos(<p,+ 9 , — (p*) + i sen(<p, + — <p,)J =

a j ^ f c o s ç i + l sen 9 ,).

Assim, o módulo do quociente de dois números complexos, é


igual ao quociente dos módulos do dividendo e do divisor; o argu­
mento do quociente é igual à diferença dos argumentos respectivos
do dividendo e do divisor.

Nota — 2. As regras que regem as operações efectuadas com


os números complexos mostram que a soma. a diferença, o produto
e o quociente dos núm eroi complexos são também números complexos.
Se se aplica aos números reais, considerados como um caso
particular dos números complexos, as regras que regem as operações
efcctuadas com os números complexos, vô-se que elas concordam com
as regras usuais dc aritmética.

Nota — 3. Voltando às definições da soma. da diferença, do


produto e do quociente dos números complexos, verifica-se fàcilmente.
que se sc os substituir pelos seus conjugados respectivos, os resultados
das operações indicadas devem também ser substituídos pelos seus
conjugados. Em particular, resulta o teorema seguinte.

Teorema — Se no polinómio de coeficientes reais

A ^ + A ^ + .- .+ A r ,
se substitui por x o número a + bi, depois o número conjugado a — bi,
os resultados obtidos, serão, respectivamente, conjugados.

§ 3. E le vação d u m n úm ero com plexo a u m a p otência e


ex tracção da raiz d u m n úm e ro com plexo

1. Elevação a uma potência — Resulta da fórmula (30 do pará­


grafo prcccdente, que se n é um inteiro positivo, então,
i
[r (cos cp -f- sen cp)]n = r n (cos/icp-f tsên ncp). (1 >

Esta fórmula é chamada fórmula de Moivre. Ela mostra que


quando se eleva um número complexo a uma potência inteira e
positiva, o módulo deste número é elevado a esta potência e o argu­
mento é multiplicado pelo expoente desta potência.
Prestemos atenção a uma aplicação da fórmula de Moivre.
Fazendo nesta fórmula r = 1. temos:
(cos cp -f / sen (p)n = cos ncp -f- i senn<p.

Desenvolvendo o primeiro membro, segundo a fórmula do binô­


m io de Newton. e identificando as partes reais e os coeficientes de i,
pode-se exprimir sen n? e cos/iy em função das potências de sen ?
e cos <?. Poe exemplo, para n = 3, temos:

cos3 cp -f- *3 cos2 cp• sen <p — 3 cos <p• sen2 <p — i sen3 9 =
= cos3cp -f- i sen 3qp.

Resulta da igualdade destes números complexos, que


cos 3cp = cos’’ cf — 3 cos cp sen2 cp,

scm3<p= — sen 3cf-}• 3 c o s 2cp cp.


2. Extracção da raiz — Chama-sc raiz n dum número complexo,
ao número complexo que. elevado à potência n. dá o número que
figura debaixo da raiz. isto é.

/ r (cos <p -f- i sen qi) = p (cos ^ -f- / sen $),

sc
p n (cos/z$ + i sen ni|>) = r (cos cp -f- i so« <f).

Visto que. para dois números complexos iguais, os seus módulos


são iguais c a diferença dos seus argumentos c um múltiplo de 2t t .
podemos escrcvcr:
p n = r, ntf = -f- 2à*ji.
Donde encontramos:
lT cp -f- 2kn
p = V r, tf = ------- ,
n

em que k é um inteiro arbitrário, c ty~r a raiz aritmética (isto é.


um número real positivo) do número positivo r. Por conseguinte,

^ r (cos <p 4- í sen tp) = V r [ cos SLL 2*” + i sen S-.--:*:'!) . (2)
\ n n )

Dando a k os valores 0. 1 . 2 ........n — 1 encontramos n valores


diferentes da raiz. Cada valor da raiz obtida, dando a k um valor
maior que n — 1, não se distingue de qualquer dos valores precedentes,
a não scr por um múltiplo de 2tt e, por conseguinte, estes dois valores
da raiz identificam-se.
A raiz inJice n dum número complexo tem. pois, n valores
diferentes.
A raiz índice n do número real A , diferente de zero. tem igual­
mente n valores diferentes, visto que os números reais são um caso
particular dos números complexos e podem ser expressos, igualmente,
sob a forma trigonométrica:
se A J> 0, então. .-1 = |A |(cos 0 4 - t sen 0 );
se A < 0, então. A — |A |(cos n 4- i sen n).

E x e m p l o — 1. Seja calcular as raízes cúbicas' da unidade.

R esolu çã o— Escrevamos a unidade sob a forma trigonomélrica:

1 = cos 0 + / sen 0.

O blcm os a fórm ula (2):


0 + 2 kn , ___0 - f 2 * l »
Para k = 0. 1. 2. temos os irôs valores da raiz:
2n 2 jt 4j i
x ( = cos 0 - f < »en 0 = 1 : z 2 — c o s- ^- - f jscn — ; x j = C o s - y H « “ - j-

Ora.

2n 1 . 2* 1 /3 4.1 1 4a V5
cos — -- r- ; *€Q x = -2- ; cos-g- = - Y ; — -T
~T

temos, por conseguinte:

4 , V 3. 1, 1/ 3
*1=1 ; *2 = - - 2 + 1 — : *3 ~2 ^ 2” *

Os pontos A , R. C d 3 figura 163. s3o as imagens geométricas das raízes


obtidas.

3. Resolução das equações binômias — Chama*se equação binô­


mia, a toda a equação da forma
xn = A .

Procuremos as raízes desta equação.


Sç A é um número real positivo, então.

1
í /’~7 ( 2kn . 2fai\
, x = t A I c o s ---- h i seo---I
\ n n /

(A* = 0, 1, 2 ............n — 1).

A expressão, entre parêntesis, dá todos


os valores da raiz índice n da unidade.
Se A é um número real negativo, então,

ir — ( Jt + 2Avt st -f 2A*jt\
x = J |A j I cos-------- J- i se n -------) .
\ n n J

A expressão entre parêntesis d á todos os valores da raiz índice


n de — I.
Se A 6 um número complexo, acha-se os valores de x a partir
da fórmula(2).

Exem plo — 2- Resolver a equação

x * = t.
Resolução.

x = \ r co3 2 kn -f l sen 2An = cos - ; n - -f t sen .


4 4
Para k = 0, I. 2, 3. temos:

x , — cos 0 - f i senü — 1.

x2-- cos ~ -f i sen í í L — i,


4 4
4n , , 4n
— cos -f i sen _ p _= — j .

cos sen ■= — t.

§ 4. F u n ç ão exponencial de expoente complexo


e suas propriedades

Seja 2 — x +/>•. Se x e y são variáveis reais, z é uma variável


complexa. A cada valor da variável z. corresponde um ponto bem
determinado (fig. 161) no plano Oxy (plano da variável complexa).
Definição — Diz-sc que w 6 uma função da variável complexa z,
sc a cada valor da variável ;. tomada num certo dom ínio do plano
da variável complexa, corresponde um valor bem definido da variável
complexa vv; esta função da variável complexa é anotada por: w = f (z)
ou w = w (z).
Consideraremos aqui uma única função de variável complexa, a
função exponencial
w — e:
ou

Os valores complexos da função dcfincm*se como se seguei*):

islü é rx+íy = ex (cosy -f i seny), (1)

w (z) mmex (cos y -f í sen y). (2)


Exemplos.
JT
d 1+ 4<. 4 ‘- e ( c o s - J - .

2 )s = * 0 + y<, e z = í ° ^ COS -y + » *en - J J er<,

1) 1 - 1 - í . í 1* 1- ^ ' ( c o s l + 1 sen 1 ) ^ 0 , 54-i-l*0.83.


4) : — x , número real. *x+u* = ** (cosOJ- / sen 0) e* i a funçáo exponencial
ordinária.

(") O bom fun Jam e n to dum a tal definição da funçáo exponencial da


variável complexa, aparecerá no seguimento, ver i 21. Cap. X I I I e § 18,
Cap. X V I. l II.
Propriedades da função exponencial— 1. Se e ô são dois
números complexos, então,
(3 )

Demonstração— Seja,
* i= - * i + ty|. Zt = * t + il/ 2 ;
c n , a °- f r,-rr1 _ »,)+ < *,+ iy a> _ _ ^ íx .+ x ,> + % ,+ *- ) _

« ex,ex*[cos (yt + j/*) + i sen (y, -f- y*)J. (4)

Por outra via, cm virtude do teorema relativo ao produto de


dois números complexos, expressos sob a forma trigonométrica, temos:
ex,e*3= efC,+lu,(fe-^‘V: — e*1(cos//, + / sen f/,) X
< e** (cos yt -f i sen y2) = ex'ex'-[cos {yx + yt) -f- / sen (y, + ^ J . (5)
Os termos da direita nas igualdades (4) c (5) são iguais c, por
conseguinte, os termos da esquerda são-no também:
2. Demonstra-se. duma maneira análoga, a fórmula

— . ( 6)
efi
3. Se m é um número inteiro, tem-se:
(7 )
Para m > 0 esta fórmula demonstra-se facilmente a partir da
fórmula (3); sc m < 0 esta fórmula é deduzida das fórmulas (3) e (6).
4. Demonstremos a identidade
í !+m , = í 1. (8)

Com efeito, obtém-se das fórmulas (3) e (1):


j+ tn i = e,ei* i = ez (cos 2n _|_ i sen 2a) = e\

Resulta da identidade (8) que a funçáo cxponccial e* é uma


função periódica dc periodo 2tri.
5. Consideremos, agora, a quantidade complexa
w’ = u (x) -f iv(x ),

cm que u (at) e \(x). são funções reais da variável real x, É o que se


chama uma função complexa da variável real x.
a) Suponhamos que os limites

lim u (x ) = u (x 0), lim v(x) — v (ar0)


*-x0 x-~x0
existem. Então, chama-se u (xu) -f iv (x0) = w,,, o limite da variável
complexa w,
b) Se as derivadas u'(x) c v'(x) existem, chama-se a expressão

jr; = i/'(x)-f- iv ‘(x) (9)

a derivada da função complexa da variável real em relação a esta


variável real.
Consideremos em seguida a função exponencial
u> = €ax+,*x __

em que « e /S são números reais constantes e x uma variável real.


É uma função complexa de variável real que sc pode. em virtude da
fórmula (1). pôr sob a forma:

w = eax [cos px -f- i sen px]


ou
u* = en> cos Px -f- ien ' sen Px

Calculemos a derivada tv*. Em virtude da fórmula (9), temos:

u-; = (<?«* cos px)' -f- i (e** sen px)' =

= /'*■' (a cos Px — p sen px) -f iexx (a sen Px -f- P cos Px) =


= a[e a r (cospx -f- i sen px)J -f tp[rar (cosp.r -f- i sen p.r)J =
= (a -r ip) [eax (cos px + i sen p*)J = a -j- $ ) ,<«+'*>*

Logo. se w — í'|a,j tí l , 1 então, w' — (a -f- ip) ou


(,<«+<»>*)•= ( a + ( p)(,C..-HIM (R|)

Assim, sc k é um número complexo (cm particular um número


real) e x um número real. então.

(«**)' = *e**. (9')

Obtemos a fórmula usual de derivação da função exponêncial. Por


outra via.
( « * * ) - = [ ( / * ) '] • = k «■»-)•= a V 1,

c. para n qualquer
= kne*\

Estas fórmulas <er-nos-ào úteis no seguimento.


§ 5. F ó r m u la d e E u le r . F o r m a e x p o n e n c ia l
d u m n ú m e r o c o m p le x o
Sc sc põe na fórmula (1) do parágrafo anterior x — 0, tem-se:
elv .= cos y i sen y. 0)

É a fórmula de Euler que exprime o elo dc ligação entre a função


exponencial dc expoente imaginário e as funções trigonométricas.
Substituindo na fórmula (1) y por — y, tem-se:
e~iv = cosy — is e n y . (2)

Deduz-se das. igualdades (1) e (2) a expressão de sen y e de cosy:

cos?-

(3 )
sm y
2i

Utiliza-se. em particular, estas últimas fórmulas para exprimir as


potências de cos ? e sen y, bem como os seus produtos em função
dos senos c de cossenos dos arcos múltiplos.
( e*^ -i- \2 1 .
— 2— ) = T <pia,' + 2 + í ' ‘a,,) =

=-~ [(cos 2y 4- / *en 2y) 4-2 -r (cos 2y — i « n 2y)| —

= ~ (2 cos 2{/-f 2) = — (1 -f-cos 2jf).

.. . a / e**+ e-{*\2 ( ,‘*_,-‘*\2


2. C0ff*<p9in*<pr^--- ---- ) . ( --- g --- ) =
(, ‘2*__ ,-<2*), 1 1
- — rm — 05 8 603 ^ *
Forma exponencial dos números complexos — Representemos o
número complexo z sob a forma trigonométrica:
2 = r (cos cf -f- i sen cp),
cm que r é o m ódulo e o argumento deste número complexo. Em
virtude da fórmula de Euler
cos cp -f- i sen cp = elç.

Por conseguinte, todo o número complexo pode ser posto sob


a forma, dita exponencial:
Exem plos — Pôr os número* 1, i, — 2. — i, sob a form a exponencial.

Resolução — 1 — cos 2 k n -f-1 »en 2Ar.i - e~h}xi.

a n T 1
í = cos — + < — t .

— 2 - -2 (cos .1 — / sen .a) = 2**1.

_~
JL,
n n
— i- cos — — i sen — =-t c -

§ 6. D e c o m p o s iç ã o d u m p o lin ó m io e m fa c t o r e s
Chama-sc polinómio ou função racional inteira de x a função

1 (x) = A 4~ A ,x n 1 -f • • • 4~ A „,

em que n é um número inteiro; como se sabe, o número n é chamado


grau de polinómio. Os coeficientes A n, A , ........ A n são aqui números
reais ou complexos. A variável independente x pode. igualmente, tomar
ou valores reais ou valores complexos.
Chama-se raiz dum polinómio ao valor da variável x, para o
qual o polinómio se anula.

Teorema — 1. (Teorema de Bézout). O resto da divisão do poli-


nómio f (x) pelo monómio x - a é igual a f (a).

Demonstração — O quociente da divisão de / ( x) por x — a é


um polinómio /, (x) de grau inferior duma unidade ao do polinómio
/ (x); o resto é um número constante R. Podemos, então, escrever

/ ( * ) = ( * - a J M * ) 4 - tf- (O
Esta igualdade 6 verdadeira para todos os valores de x diferentes
dc a (a divisão por x — a não tem sentido para x = a).
Se agora x tende para a. o limite do primeiro membro da
igualdade (1) será igual a f (a) e o limite do segundo membro será
igual a R. As funções f (x) c (x — a) f,(x ) + R sendo iguais para
todos os valores de x ^= a , os seus limites quando x a são também
iguais, isto é. f(a) = R.

Corolário — Se a é uma raiz do polinómio, isto é, se f (a) = 0.


f (x) è divisível exactamente por x — a. e pode ser. por conseguinte,
posto sob a forma de produto
/(x ) = ( x - a ) / , (x),

em que fx(x) é um polinómio.


Exemplo— I. O p o lin ó m io /( x ) = xi — bx* + 1Ix — 6 a n u la -se p a ra
x = l , is t o é, / ( l ) = 0, lo g o , o p o lin ó m io é d iv is ív e l e x a c ta m e n tc por x — I:

* 3 — 6 x » + 1 l x — 6 = ( x — i ) ( x * - 5 * + 6 ).

Consideremos agora as equações a uma incógnita x.


Chama-se raiz duma equação a todo o número (real ou complexo)
que, substituído cm x na equação, a transforma em identidade.

Ex e m p lo — 2. Os n ú m ero s = sâ o as ra ízes

da equação cos x = sen x.

Chama-se equação algébrica dc grau n às equações da forma


P (x) - 0 em que P U ) é um polinómio de grau n. Resulta da definição
que as raizes da equação ulgébrica P (at> = 0 sc identificam às do
polinómio P(x).
Põc-se. naturalmente, a questão dc *aber se toda a equação tem
raízes. A resposta é negativa, se se considera as equações não algé­
bricas. porque existe equações deste gênero que não têm nem raízes
reais nem raízes complexas: por exemplo, a equação eír = 0(*).
ToJavia, se sc considera as equações algébricas, dcve-sc responder
pela afirmativa a esta questão. Neste caso. a resposta constitui 0 que
se chama o teorema fundamental da álgebra.

Teorema — 2. (Teorema fundamental da álgebra). Toda a função


racional inteira f (x) tem, pelo menos, uma raiz real ou complexa.
Demonstra-se este teorema na álgebra superior. Admitimo-lo aqui
sem demonstração.
Servindo-nos Jo teorema fundamental da álgebra, demonstra-se
fàcilmentc a proposição seguinte.

Teorema — 3. Todo o polinómio de grau n decompõe-se em n


factores lineares da forma x — a e um factor igual ao coeficiente de xn.

Demonstração — Seja / (x) um polinómio dc grau n:

/ (*) = + A ,x" 1 4-. • . -f- A

( •I C om efeito, se um número x 1 = a •¥ bl fosse a raiz desla equaçio,


ter-se-ia a identidade «•<»*&» = 0 (cm virtude da fórm ula de Euler), e°
(cos b + sen 61 = 0. M as nSo se pode anular, qualquer que seja o expoente
real u; do mesmo m odo. cos b + i sen b não i nulo tvisto que o m ó d ulo deste
núm ero í igual a V cos- b + sen2 b = I. qualquer que seja b). Por conseguinte,
o produto e ° (cos b + i sen b ) ^ 0. isto i , e<* • ^ 0, o que significa que a
equação ex = 0 não tem raízes.
Em virtude do teorema fundamenlal da álgebra, este polinómio
tem. pelo menos. uma raiz: designemo-la por <7,. Enlão. em virtude do
corolário do teorema de Bézout. poJemos escrever:
/(x ) = (x - a,)-/, (x),

em que /, (.r) é um polinómio de grau (;i — I); /, (x) tem igualmente


uma raiz. Designamo-la por as, Enlão.

/1 (*) = ( * - (x),
em que f7 (x) é um polinómio dc grau (n — 2) Do mesmo modo.

/ 2(x) = ( x - a 3) / 3(x).

Procedendo, assim. 0 numero de vezes necessário, chega-sc à


relação
/ » - » ( * ) = ( * — on) f n,
em que fn é um polinómio dc grau zéro. isto é. uma constante. Esta
constante é igual, evidentemente, ao coeficiente de xn,. isto é. /„ = A 0.
Podemos, então, escrever cm virtude das igualdades obtidas

/ ( * ) = Ao {x - fl,) (x - at) . . . [X - a„). (2)

Resulta da decomposição (2) que os números ax, ai% .. an são


as raízes do polinómio f (x). visto que o segundo membro, e por conse­
guinte. o primeiro membro, é igual a zero desde que se substitui
x — a,, x — a., x = ........ x = an.

Exem plo — 3. O po lin óm io f { x ) = x* — (>x- + I l.r — 6. anula-sc para

x — 1, x =-2, x « 3.
Por conseguinte,
Z 3 _ ( i x 2 - f l l x - c = (x — I) (X — 2) (X — 3).

Nenhum outro valor x = a . diferente de a „ a~........ an. pode ser


uma raiz do polinómio / U ). visto que nenhum factor do segundo
membro da igualdade (2) se anula para x = a. Podemos, enlão. enunciar
a proposição seguinte.
Todo o polinómio de grau n não pode ter mais de n raizes
diferentes. Este resultado conduz-nos a enunciar o teorema seguinle.
Teorema — 4. Se os valores de dois polinómios ç ( (x) e y» (x).
de grau n. coincidem para n -f 1 valores diferentes ac. a......... an da
variável independente x. então, estes dois polinómios são idênticos

Demonstração — Designemos por / (x) a diferença destes polinómios


/ (x) é. por hipótese, um polinómio de grau não superior a n que
que se anula nos pontos </,. ... ««. Podemos, então, pô-lo sob a forma
f(x ) = A 0(x — <2, ( x - a , ) . . . ( x - a n).

Mas. sempre segundo a hipótese. / (*) anula*se igualmente no


ponto cio. Entâo. / (a0) — 0, sc bem que. nenhum dos factores lineares
sc anule Deste modo. A» = 0. e resulta da igualdade (2) que o
polinómio / (x) e identicamente nulo. Por conseguinte. f X(x) — ç>2 (x) * 0
ou n (jc) fs (x).
Teorema — 5. Se o polinómio
P (x) = A<,xn 4* + . -. 4- A n-Xx + A n

è idênticamente nulo, todos os seus coeficientes são, então, iguais a zero.


Demonstração — Decomponhamos este polinómio em factores. Em
virtude da fórmula (2):

/> (x) = AoXn + A xxn' ‘ 4 - . . . 4* -4 n - i* 4- A „ «


= A 0(x — aJ) . . . ( x — a n). (O

Se este polinómio é idênticamente nulo. deve sc«lo igualmente


para um valor de x diferente de cr,........ a„. Neste caso. os factores
x — a ,........ x — an, não sc anulam c. por conseguinte. A„ = 0.
Demonstra-se. do mesmo modo. que. A, = 0. A : = 0, etc.

Teorema — 6. Os coeficientes respectivos de dois polinómios


idênticamente iguais, são iguais.
Isto resulta do facto de a diferença destes polinómios ser um
polinómio idênticamente nulo. Por conseguinte, em virtude do teorema
anterior, todos os seus coeficientes são nulos.
Exem plo — 4. Sc o po lin óm io ax* + bx* + cx + d 6 idênticamente igual
ao po lin óm io x* — 5x, entSo. «7 = 0. 6 = 1. c = — 5. d = 0

§ 7. R a iz e s m ú ltip la s d o p o lin ó m io
Se certos factores lineares da decomposição dum polinómio de
grau n
f (x) = A o (x — flj) (x o*). . . (x a n) ( 1)

são iguais, pode-se, então, agrupá-los e decompor este polinómio cm


factores da maneira seguinte

onde /(x ) = i4o(x — ai)*‘ (x — ai ) s. . . ( x am) , (1 )

4" ^'2 4~ * • • m— n.
Neste caso. diz-sc que a é uma raiz múltipla dc ordem A;, e k x
chama-se multiplicidade da raiz. Dir-se-á. do mesmo modo. que a, é
uma raiz múltipla dc orJcm k .. etc.
Exem plo — O po lin óm io / f.r» = x- — 5.tT + 8 a — 4, dccompôe-sc cm fac-
lo re i da maneira seguinte:

/ (x) =* (x - 2) (x - 2) (x - 1).

Esta decomposição pode-»r pôr sob a forma.


f (x) = (x — 2)* (x - I).

o, = 2, 6 uma rai/ d u p lj c a =1 »ma raiz simples.

Se o polinómio tem uma raiz múltipla a de ordem k. considerá-


•lo-emos como tendo k raizes iguais.
Resulta, então, do teorema relativo à decomposição dum poli­
nómio cm factorcs lineares, o teorema seguinte.

Todo <> polinómio ds grau n tem. exactamente. n raizes (reais ou


complexas).
Nota Tudo o que tem sido dito a respeito das raizes do
polinómio
/Cri— 4 * ” + A r f - ' * . . . * a h
é igualmente verdadeiro para as raizes da equação algébrica

■V" + + =
Demonsticmos. agora, o teorema seguinte.
Teorema — St a, è uma raiz múltipla de ordem k ; > 1 para o
Pitlinómio f (x). então, ama raiz de ordem k, 1 para a derivada
f'(x) deste polinómio.
Demonstração Sendo a , uma raiz múltipla de ordem kt em que
k, > I. resulta Ja fórmula (I') que:
f ( z ) ^ ( x - a l)k l^ (x )t

em que f (x) = (x — as)K- ... (x — am)hm não se anula no ponto


x = a,, isto é. ? («,) / (). Derivando, temos:

/ » = ( * — flt) * ,_ ‘ <P ( * ) + ( * — f lj) * ' <P* ( * ) =

Ponhamos — (* “ «>)** ‘ (*) + (* - * i) < P '( 4

Então. ♦ (*) = ~ a *) * '(* /•

/•(x) = ( x - a l)*,' , tr(^).


em que
y(a ,)= A-,q- (a,) + (a, - a,) <f’ (tf,) = *i<F M ¥*°*
isto é, que. .t a, é uma raiz dc ordem k, - 1 do polinómio f'(x ).
Vê-se imediatamente, segundo a demonstração, que se A, = 1. a> não
é uma raiz para a derivada f (x).
Resulta deste teorema que a x é uma raiz dc ordem k t — 2 para
a derivada /" U ). uma raiz Je ordem A, — 3 para a derivada /'" ( * ) .
.... etc.. por fim. uma raiz dc ordem 1 (uma raiz simples) para a
derivada /{£,«)(*): a { não é uma raiz para a derivada fk i(x ), por outras
palavras.

/(<,,) = (!. f(< i,) = 0, /*<«,) = 0 ..........= fl.


mas

/“ '(<>,)*= 0.

§ 8. Decom posição em factores d u m p o linóm io


no caso das raízes com plexas

As raízes a u a . ....... an, da fórmula (1) do § 7. Cap. V II, podem


ser ou reais, ou complexas. Em çasos semelhantes, pode-se enunciar o
teorema seguinte.
Teorema Se a + bi f uma raiz complexa do polinómio f (x)
de coeficientes reais, este polinómio tem igualmente por raiz. o número
conjugado a — bi.
Demonstração • Se substituirmos na variável x do polinómio / (x)
o número u 4 bi. encontramos, depois de termos cfectuado as operações
correspondentes e agrupado separadamente os coeficientes de /, e os
que não contêm i. que
f(a + bO = M + N i,

cm que M c N são expressões que não contém /.


Sendo a 4- bi uma raiz do polinómio. temos

f(a + b i ) = M + N l = 0t
donde
M = 0, N = 0.

Substituamos na variável x do polinómio o número a — bi. E n­


contramos. então, depois dc termos efcctuado as operações correspon­
dentes (em virtude da nota 3 feita no fim do § 2 do presente capítulo),
o número conjugado dc M -f Ni. por outras palavras.

f ( a - b i) = M - N i.
Mas como M = 0 e N — 0. verificamos que f (a — bi) = 0. o
que exprime bem que a - b\ é uma raiz do polinómio.
Por conseguinte, as raizes complexas entram na decomposição
do polinómio.
/ (x) = Aff{x — rt,) (x — a2) . . . ( x — a n)

por pares conjugados.


Multiplicando entre si os factores correspondentes ao par dc
raízes complexas conjugadas, obtemos um trinómio do segundo grau
dc coeficientes reais:

[x — (a -f fei)] [* — (« — M)1 = í(x - a) — bil Kx ~ a) + 60 =


= (x — a)s -f b~= x* — 2ax az -f- 6a = z 3 -f p r 4- q,

em que p — — 2a c q = a- 4- bz são números reais.


Se o número a 4- bi é uma raiz múltipla de ordem k, o número
conjugado a — bi é também uma raiz mújtipla de ordem k, de modo
que nu decomposição dum polinómio em factores entram tantos factores
lineares .t — Ui + bi) como factorcs lineares x [a - bi).
Por conseguinte, u u lo o p o lin ó m io d e c o t f ic it n t e ò r e m p o d e
decomposto em factores de coeficientes reais do primeiro e do sentardo
grau de multiplicidade correspondente. isto é.

/ ( * ) = .*10(z — - a « /: . .
. . . (/ - a , t r {;r 4- p tX -f r/,)*'1. . . (x* 4 - p<x 4- q
onde

A‘j 4" A'g 4- 4* &r 4~ -^1 -f- • • • 4~ = ti.

§ 9. In te rp olação. F ó rm u la de interpo lação de Ijig r a n p e

Suponhamos que ao estuJar um certo fenômeno, se tinha demons­


trado a existência dc uma dependência funcional entre grandezas x
c y exprimindo o aspecto quantitativo deste fenômeno; a funçáo
y = f (x ) não é conhecida, mas estabeleceu-se, ao proceder a uma série
dc experiências que a função > = y(.t) toma. respectivamente, os
valores y«, yu >2........ y» quando sc dá ã variável independente os
valores at0. x ,. x : ........Xn pcrtencentes ao segmento [«. b).
O problema que se põe é de achar uma função o mais simples
possível (um polinómio, por exemplo), que >eja a expressão exacta
ihi aproximada da funçáo desconhecida >’ = f (*) sobre o segmento [a. A]
Duma maneira mais generalizada. 0 problema pode ser posto como
sc scguc: o valor da função y = ^ (x) e dado cm n + 1 pontos dife­
rentes x0. x ,........ xn do segmento [a, h):

j/o = <p(*o). í/i = « r yn = 'p(*n);


pede-se para achar um polinónúo P (x) de grau < n que exprima,
duma maneira aproximada, a função <f (x).
É muito natural escolher o polinómio de maneira que tome
nos pontos x„ x ,........x*. os valores >•„. >'1. )'i.......... y* da função ? (x)
(fig. 164). Neste caso, o problema
que pusemos e que se chama «pro­
blema de interpolação da função»
pode ser formulado da maneira se­
guinte: encontrar para uma função
dada f (x) um polinómio P (x) de
gau < n que tome nos pontos x0,
x,........xn os valores
y0=<?(**)' .Vx= * 9 ( * 1) » . - -

Para este fim, escolhamos um polinómio dc grau n da forma

P (x) = CQ(X — Xj)-(X — Xj) . . (x — x„) -f


-f Cx(x — x0) (x — Xj) . . . (X — x n) -+

+ Ct (x — x0) (x - X,) (x — x3) . . (X — x n) -f . . .

. . . -f-Cn (x — X0)(X — X ,). . .( X — Xn-,) íl)

e determinemos os coeficientes C,.. C ,........ C„ dc maneira que sejam


verificadas ds condições

P (x 0) = y0, P f r | ) = V l .......... P ( * n ) = Vn- (2 )

Façamos na fórmula (I). x - x,; então, em virtude das igual­


dades (2), temos:
yQ= C0 (x0 - x,) (x„ - xs) . (xrt - x n),

donde
l/a
(x0 - x j (x0 - x.J . . . (x0 - x„)

Façamos cm seguida x = x,; temos:


S/i = c \(*i — * 0) (*1 — **) • - (x, — x B).
donde
^ ____________y±__________
(*! - *o) (*i - *t) • • • (*i - *^n) ’

Procedendo desta maneira, obtemos sucessivamente


yt
Ct =
(x2 - x0) (za - j -,) {x, - x3) . . . (x, - xn)

c.-
(***n — *o) (*n — *l) (*» (*n — * * - l )

Substituindo os valores assim encontrados dos coeficientes na


fórmula (1). temos:

P M -
( x 0 — x , ) ( Xg — j " j ) . . . ( x 0 — x n)

_j_ - * » ) • • •(* — *!.) fh +


(í , - Jo) (X, - * i ) .. . (*1 - * „ ) ' 1

(•*■« — ^o) (*n — * l) • • - (*n “ * n - l)

Esta fórmula é chamada fórmula de interpolação de Ixigrange.


Indiquemos, sem dar a demonstração, que sc f ( at) tem uma
derivada de ordem (/< + 1) sobre o segmento [«. h], o erro cometido
substituindo a função „-u) pelo polinómio P(x). isto é. a quantidade
R (x) ~ f U ) - /»(-r) verifica a desigualdade

|R (*) |< |(x — x0) (x — Xj) . . . (x — xn) | X

1 max|<F<n+1,(*)|.
0» + l)l
Nata Resulla do teorema 4. § 6. Capítulo V II, que o poli­
nómio obtido P(x) è o único polinómio que satisfaz às condições
do problema posto

Exem plo — O» resultados duma experiência forneceram-nos os valores da


função v = sp i x )• >•„ =■ 3. y, = — 5. y : = 4, correspondente* aos valores I,
2. — 4. da variável independente r.
Exprimir a funçSo v = y (x ). dum a maneira aproximada, por um po li­
nóm io do segundo grau.
Resoíuçüo Em virtude da fórm ula (3;, temas (para n = 2):
a/ ( jr ~ 2 )(x + 4 ) ( x - l) ( x - r - 4 ) (x - t)(r- 2 ) i
( ( « — 2) (l-h"í> (2 — 1) (2-:-4) ' (- 4 - 1 M - 4 - 2 )
ou
39 . 123 252
P ( I ) ^ “ 3Õ r
Notemos que existe igualmente outras formulas dc interpolação.
Uma. entre elas. a fórmula de Newton, é considerada no Anexo II.

§ 10. M e lh o r a p r o x im a ç ã o d u m a fu n ç ã o p e lo s p o lin ó m io s .
Teoria de Tchébychev

O problema considerado no parágrafo precedente eonduz-nos,


muito naturalmente, a pôr a nos próprios a questão seguinte: seja uma
função contínua ? (x) definida sobre o segmento [a. b], Pode-se apro­
ximar esta função com o auxilio dum polinómio P (x) com um grau
de precisão arbitrariamente Judo antecipadamente"? Por outras palavras,
pode-se obter um polinómio P ix) tal que a diferença, em valor
absoluto, entre v-(x) e P ( x ) seja inferior em cada ponto do segmento
[a. bJ a um número arbitrário dado c > 0?
O teorema seguinte, que enunciamos sem dar a demonstração,
responde afirmativamente (*) a esta questão.

Teorema de Weicrstra>s -Se a função p(x) é continua sobre o


segmento [a. b], então. pura todo c > 0 existe um polinómio P (x)
tal que em cada ponto d ate segmento a desigualdade

| ç (x ) - P ( x ) \ < t
é satisfeita.
O célebre matemático soviético S Bernstein indicou um método
racional para construir polinómios sensivelmente iguais à função con­
tinua dada sobre o segmento considerado.
Suponhamos que a função seja continua sobre o segmento
(0. 1]. Formemos a expressão
*>

« „ (* )= ^

fri =1»

t*> Notem os que o polinóm io dc interpolação de Lagrangc [ver (3). § 9),


n ão permite rcsponJor ã questão posta. No* pontos x ,, .... x n os valores
deste polin óm io são cfectivamcntc iguais aos valores correspondentes da funçáo,
m o í cm qualquer outro ponto do segmento [a, estes valores podem diferir
notàvelmcnte.
Nesta expressão C™ são os coeficientes do binômio de Newion

e < va,or função dada no ponto x ~ . A expressão Unix)


6 um polinómio d e grau ; j; chama-se polinómio de Bernslein.
Para todo o numero arbitrariamente pequeno e > 0. pode-se
sempre obter um polinómio dc Bemstein dc grau tal. que seja veri­
ficada a desigualdade

l^(*)-?W I<e
cm todos os pontos do segmei.io [0, 1J.
Notemos que a escolha do segmento [rt, I] não restringe a
generalidade, porque se pode sempre reduzir um segmento qualquer
[a, 61 ao segmento [(). I] com o auxilio da modificação da variável
x = a + / (6 — a), Esta transformação conserva o grau do polinómio.
ê ao célebre matemático russo P. Tchébychev (1821 — 1894),
um dos representantes mais eminentes do pensamento matemático, que
pertence o mérito de ler elaborado a teoria da melhor aproximação
das funções com o auxilio de polinómios. Pcrtcnccm-lhc. neste domínio
das matemáticas, resultados fundamentais que abriram o caminho aos
trabalhos ulteriorcs dos seus numerosos continuadores.
O ponto de partida desta teoria Je Tchébychev foi a sua memória
sobre a teoria dos mecanismos articulados. Ê justamente o estudo destes
mecanismos que o conduziu a procurar nu meio de todos os polinómios
dum dado grau n. cujo coeficiente de vM é igual a um. aquele que
difere a menos de zero. sobre o segmento dado. Este grande
matemático conseguiu resolver este problema, e os polinómios obtidos
forani chamados, por conseqüência. ptAinómios de Tchébychev. Estes
polinómios têm numerosas propriedades notáveis c constituem na hora
actual um poderoso meio de investigação nos numerosos problemas
matemáticos c técnicos.

Exercício*

( .C a lc u la r ( 3 + 5 i) (4 — i). Rcsp 17 -f-17<-


2. Calcular <6-f-1l i) (7 -f- 3<>- Rcsp. 'J + 95/.

S .C c u L r •= £ .

4. C alcular (4 — 7i)>. Rcsp. — 524 + 7/.

5. Calcular \ ri , Rcsp. zt .
V2
f». C alcular — õ — 12r. Rcso. (2 — 3 í ).
Por sob a íorm a trigonomêirica as expressões:

a) I + f. Resp. V Ü (c o s i seny) .

b) l — i. Resp. y 2 ( c o s - *p- f * s e n - ^ j .

1 + V3 . /- V 3
Achar V * • Resp. 2 ' 2T '

9. Exprimir ns expressões seguintes, em funçSo das potências dc senx c cosx:


sen 2x, cos 2x. sen Ax. cos 4x. sen 5x. cos 5x.
10. Exprimir cm funçSo dos senos e roseno* dos arcos m últiplos, as expressões:
cosJ x, cos3 x, cos* x, cos5 x. cos cx ‘, sen-' x, sen1 r, sen*x, scn4 x.
11. D ividir f (x) = x3 — 4 j * -I- 8x — 1 p0r x 4- 4 . Resp. / (x) = (x + 4) X
X (x3 — 8x 4- 40) — 161,isto i , quociente: Xa — 8x 4* 40 ; resto: / ( — 4^ =
/ (— 4) =» — 161.
12 D ividir f (x ) = x* 4- 12x* 4- 54x* 4- I08x 4- 81 por x 4- 3. Resp. / (x) -
= ( x t 3 ) ( x , + 9r, + 27x 4* 27).

13. D ividir / ( * > = •*’ - I por * — 1. Resp. / (x) = (x - 1) (x4 4- ** 4- x4 +


4 * x3 4" x* — x 4~ 1).
D ecom por em factores os polinóm ios seguintes:
14. / (x) - x« - 1. R / (x) = (X - 1) ( X 4- 1) ( X * 4- 1).
15. / (x) - x* - x - 2. Resp. / (x) =. (x - 2) (x - f 1).
16. / (x) *=* x3 4- 1. R«*P. /(í) = (x + l)(i, -*4-1).
17. Os resultados das experiências deram os valores seguintes da funçáo y dc x:

y | ■= 4 para xf = 0,
j/i = 6 para x: =* 1.
V» ~ 10 para x 3 =* 2.

Exprim ir esta funçSo dum a maneira aproximada, com o auxílio dum


polinóm io do segundo grau. Resp. X3 •+■x + 4.
18. A char um po lin óm io do quarto grau. que tome. respectivamente, os
valores 2, I . — I. 5, 0 para os valores de I, 2, 3. 4, 5, dc x.

7 . , 79 , 151 . 226
Rc<p. - T x * + ^ - x » — r , » + _ , _ 3 S .

19. Achar o p o lin ó m io de grau o mais prqueno possível, que tome, respectiva­
mente. os valores 3, 7, 9, 19 para x — 2, 4. 5. 10. Resp. 2.r — I.
2 0 . Achar os polinóm ios dc Bemstein do primeiro, segundo, terceiro e quarto
grau, para a função y = sen c\r sobre o segmento (0, 1]. Resp. B t (x) = 0;

/?: ( x ) = 2 x ( l - x ) ; t f | ( x ) » ~ r 2 _ x ( 1 — x ) ; B k ( x ) = 2 x (I — x) x

X 1(2 1 / 2 - 3 ) x* - ( 2 1 / 2 — 3) x4- V 2 \ .
C a p itu lo V IU

F U N Ç Õ E S D E V A R IA S V A R IÁ V E IS

§ 1. D e fin iç ã o d a s fu n ç õ e s d e v á r ia s v a r iá v e is

A o estudarmos as funções de uma sò variável, notamos que a


análise de numerosos fenômenos necessita do emprego das funções
de duas ou mais variáveis independenies. Citemos alguns exemplos.

E x e m p lo — 1. A área dc um rcct&ngulo dc lados x c y 6 dada pela


íórniula bem conhecida
S = xy.

A cada par de valorei dc x e y corresponde um valor bem determinado


da superfície 5. 5 e, po ii, uma funçSo dc dua» variáveis.

Exem plo — 1. O volume V dum paralelepipedo reclflngulo, cujo cumpri*


mento das arestas 6 respectivamente x, y, z. i dado pela fórm ula
V = xyz.

Aqui V t um j funçáo de trôs variáveis x. y. z.

Exem plo — 3. Ü alcance R da trajectória dum projéctil lançado à velo­


cidade inicial V u sob um ângulo ? com o horizonte, 6 dado pela fórm ula
Kjl-tcn 29

(se sc desprezar a re%jslincia dc ar), g designa aqui, a aceleraçáo da gravidade.


A cada par d t valores V 0 e <p corresponde um valor bem determinado
dc R. por outras palavra*, R c uma função de duas variáveis V0 c y

Exem plo — 4.
xt + yi-f-xSu-ff
““ V i +J •

u 6, aqui, um a funçáo de quairo variáveis t. y. z. 1.

Definição — I. Se a cada par (jc, >’) de valores de duas variáveis


x e y, independenles. tomados num certo domínio de definição D.
corresponde um valor bem determinado da variável z. diz-se que z à
uma função de diuis variáveis independenles x e y definida no domínio D.
Designa-se unia função de duas variáveis pela notação
2 = /(•*% y) ou z = F (x , y), etc.
Uma função dc duas variáveis pode scr expressa, quer com o
auxílio de quadros, quer analilicanientc. com o auxílio duma fórmula
como o fizemos nos quatro exemplos acima citados. A fórmula permite
estabelecer o quadro dos valores que toma a função para cada par
dc valores das variáveis independentes. Por exemplo, pode-se formar
o quadro de dupla entrada seguinte, no caso do primeiro exemplo:
S = xy

X 2
0 J 1,5 3
V

1 0 1 1.5 2 3
9 0 2 3 4 6
3 0 3 4 ,5 6 U

4 0 4 G 8 12

Neste quadro, acha-se o valor da função S pela intersecção da


linha e da coluna correspondente aos valores escolhidos de x e de y,
Sc a dependência funcional ; — / U . y). foi estabelecida após
medidas eféctuadas sobre a variável c no decurso do estudo experi­
mental dum fenômeno qualquer, obtém-se, então, um quadro de dupla
entrada definindo z cm função das dua.s variáveis x c y. Neste caso,
a função é dada unicamente por um quadro.
A função de duas variáveis, do mesmo m oJo que a função duma
só variável, pode não ser definida para todos os valores arbitrários
das variáveis independentes x e y.
Dejinição 2. Chama-se domínio de dejinição ou domínio de
existência da função
s= y)
ao conjunto dos pares í.r. y) dos valores de x e de y para os quais
esta função é definida.
O dominio de existência duma função de duas variáveis pode
ser geomètricamente interpretado como sc segue: sc se representa cada
par de valores x e y por um ponto M (jr. y) do plano Oxy, o domínio
de definição da função será reprcsentaJo por um conjunto dc pontos
deste plano. Chamaremos a este conjunto de pontos, domínio de
definição da função. Em particular, este domínio pode ocupar o
plano Oxy completamente. No seguimento, os domínios de definição,
que tivermos de considerar, serão constituídos por partes do plano
delimitadas por certas curvas. A curva que delimita o dominio de
definição chama-se fronteira deste dominio. Os ponlos do domínio que
não pertencem à fronteira são chamados pontos interiores do domínio.
Todo o domínio constituído de pontos interiores chama-se domínio
uberto. Um dominio completado pela sua fronteira diz-se dominio
fechado. O domínio diz-se limitado se existe uma constante C tal
que a distância M de qualquer ponto deste domínio à origem das
coordenadas O é inferior a C. por outras palavras, |O M j < C.

Exem plo — 5- Determinar o dom inio natural de definiçüo du funçSo


z — l x — y.

A expressão analítica 2.x — y é definida para todos os valores arbitrários


de x c dc y. Por conscguinte, o dom inio natural de definição desta funçSo
co incidi com o plano O xy inteiro.

Exem plo — 6. s_

Para que z seja real é necessário que o radial seja um nüm ero não
negativo ou, por outra* palavras, que x e y verifiquem as desigualdades
1 — x* — y1 ^ 0 ou x* -f- yx < 1.
O con,unto dos pontos M (.r. y), cuja*
coordenadas verificam esta desigualdade, d a
parle do plano delim itado pelo círculo dc raio I
c de centro, na origem das coordenadas (mais
exactamente, o interior deste círculo e sua cir­
cunferência».

Exem plo — 7. z — Lo g (x y ).

Sendo os logaritmos apenas definidos para


os números positivos, deve-se ter, necessária*
mente, a desigualdade
Fig. 105
x + V > 0 ou y > — x.

O dom ínio natural de definição desta função é, por conseguinte, o


semi-plano colocado por cima da recta y = — r (os pontos da recta não
pertencem ao dom ínio) (Fig. 165).

Exem plo — 8. A supsrfície 5 dum triângulo, 6 uma função da base x


e da altura y:

O dom ínio de definição desta função é. evidentemente, o dom ínio x > 0,


v > 0 (é claro que a base e a altura não podem ser expressas a não ser
por números estritamente posiivos).
Notemos que o dom ínio de definição da função considerada não se
idemific.i com o dom ínio natural dc definição da expressão analítica que a define,

o dom ínio natural de definição da expressão ^ ocupando, evidentemente, o

plano Oxy completamente.


Pode-se estender, fàcilmente, a definição dc função dc duas variá­
veis reais independentes ao caso de três c mais variáveis independentes.

Definição t- 3. Sc a todo o sistema ordenado de valores das


variáveis x, y. x ........ u, t, corresponde um valor bem determinado
da variável w. diz-sc que tv é uma função das variáveis independentes
x. y. z....... u, t. c nota-se w = !• (.v. y. r, ... u, 0 ou w = f(x , y, z,
.... u. /). etc.
Define-se o domínio de definição duma função de três, quatro
ou dum número qualquer dc variáveis do mesmo modo que no caso
de uma função de duas variáveis.
Assim, o domínio de definição duma função dc três variáveis
é um conjunto de sistemas ordenados dos valores *x, y, z). Notemos
imediatamente que todo o sistema ordenado de três números define
um ponto M (.r. y. do espaço O xyz. Resulta que o domínio dc
definição duma função dc três variáveis é um certo conjunto dc pontos
do espaço.
Pode-se definir, do mesmo modo. o domínio dc definição duma
função de quatro variáveis independentes u = f í.r, y, z, 0. como um
certo conjunto de sistemas ordenados dos quairo valores (.r. y, c, t).
Todavia, não é possível ncslc caso, beni como nos casos dum maior
número dc variáveis independentes, dar uma interpretação geométrica
simples ao domínio Je definição.
A função considerada no exemplo 2. é uma função de três
variáveis indepedentes definida para todos os valores de x, y. z.
A função considerada no exemplo 4. é uma função dc quatro
variáveis independentes.

E xem plo — 9.
u>= V l — j2 — — ,a — ° ai
*»■ 6, aqui. uma fu n ç io de quatro variáveU independente* *, y. z. u; ela 6 definida
para os valores das variáveis independentes que verificam a desigualdade

1 — i* — y* — z* — u* 0.

§ 2. Representação geom étrica d u m a fu n ç ã o de duas variáveis

Se)a * = / ( * , y) 0)

uma função definida num dominio O do plano Oxy (este domínio


pode ocupar, cm particular, o plano completamente) e seja Oxyz um
sistema de coordenadas cartesiunas no espaço ífig. 166). Em cada
ponto (jc . y) do dom inio G elevemos uma perpendicular ao plano Oxy
sobre o qual traçamos um segmento igual ao valor de / (x, y).
Obtemos, então, um ponto P do espaço, cujas coordenadas são

x, y, z = f ( z , y).

O lugar geométrico de todos os pontos P, cujas coordenadas


verificam a equação (1), chama-se o gráfico da função de duas variá­
veis. Sabe-se. do curso de geometria analítica, que a equação (1)
define uma superfície no espaço. O gráfico duma função de duas

x
F ig . 160 Fig. 107

variáveis é. pois. uma superfície cuja projecçào no plano Oxy é o


domínio dc definição desta função. Cada perpendicular ao plano Oxy
corta a superfície z = f (x, y ) no máximo dum só ponto.

Exem plo — Sabc-se, do curso de geometria analítica, que o gráfico da


fu n ç io z = .x2 + y* d um parabolóide de revolução (fig. 167).

Nota — Não é po>sivel representar, geomètricamenle. no espaço,


o gráfico duma função dc três ou dum número mais elevado dc
variáveis independentes.

§ 3. Crescim ento parcial e crescim ento to ta l da fu n ç ão

Consideremos a curva PS definida pela intcrsccçáo da superfície

z = / ( * , y)
com o plano y = const. paralela ao plano Oxz (fig. 168).
Sendo >' constante em todo o ponto deste plano. - variará ao longo
da curva PS sòmentc em função dc .r. Demos è variável independente x
um crescimento \x: o crescimento correspondente de ; é. enião, chamado
crescimento parcial de z em relação a *; é notado por SXZ (o segmento
SS' da figura 168) c definido pela relação:
AXz = / ( x - f Ax, y) — / (x , y). (D
Do mesmo modo. se x é constante e sc dá a y um crescimento ay.
o crescimento correspondente de r chama-se. então, crescimento parcial
de z cm relação u y e anota-se (o segmento T V da figura 168):

A „z = / ( x t y - f Ay) — / ( x , y). (2)


A função recebe, então, o crescimento A tjz «ao longo da curva»,
definida pela intersecção du superfície Z — f (x. >0 e do plano x = const.,
paralelo ao plano Oyz.
Sc agora sc der. simultâneamente. um crescimento sx k variável
independente x e um crescimento Av à variável independente y. o

crescimento correspondente Ac de c que daí resultará chama-se cres*


cimento total da função z: o crescimento total é definido pela fórmula:
Az = / ( x -f Ax, y -f A y) — f (x, y). (3)

crescimento a z está representado pelo segmento QÇX da


O
figura 168.
Notemos que, cm geral, o crescimento total não é igual à soma
dos crescimentos parciais:

Az A xz -f- A„r.
Exem plo — z ** xy.
Ax* = (x + Ax) y — xy = y\ x ,
S vz = x (y -f A y)— xy = xAy t
A i =- (z -f- Ax) (y -f Ay) — xy = y Ax -f- xAy -f AxAy.
Para * = 1, y = 2. A x 0,2, Ay = 0,3, tem-se A x í = 0.4.
A y i = 0 ,3 , As = 0 ,7 6 .
Define-se, duma maneira análoga, o crescimento total e os cres­
cimentos parciais das funções dum numero qualquer de variáveis.
Ter-se-á, por exemplo, para uma função de três variáveis indepen­
dentes u = f (x. y, /):

A*u = / ( x - f Ax, y, 0 — /(*» i/. 0 .


A„u = /(x, y + Aj/, t) — 1(x. y, í).

A ,u = /(x. y, í - t - A f ) - / ( x , ^
A i/ = /( x + A x , y - f A*/, f + A í ) - / ( * . //, /)■

§ 4. C on tinuid ad e das funções de v árias variáveis


Introduzanios. primeiramente, a noção importante dc vizinhança
dum ponto dado. Chama-se vizinhança do ponto M u(x0. y«) de raio r. ao
conjunto de todos os pontos (x, y) que satis­
façam à desigualdade \/ (x —x0)3 + (y — y0)* <
< r. isto é. o conjunto de todos os pontos
situados no interior do circulo de raio r e
de centro no ponto M 0(x0, y*).
Por conseqüência, quando dissermos que
a função f(x . y) tem uma certa propriedade
«na vizinhança do ponlo M>, (x0. y„)». isso
significará que existe um círculo de centro
no ponlo M 0 (x0. y0) em todos os pontos
do qual a propriedade dada da função é
verificada.
Antes de passarmos ao estudo da continuidade das funções de várias
variáveis, detenhamo-nos na noção do limite das funções dc várias
variáveis (*). Seja dada
* = /(* . y)

uma função definida num certo domínio G do plano Oxy.


Consideremos um certo ponto M» (xa, y0) situado no interior
ou sobre a fronteira do domínio G (fig. 169).
Definição — I. Diz-se que o número A c o limite da função
f (x. y) quando o ponto M (x, y) tende para o ponto M* (x0. y©).
sc para todo c > 0 existe um número r > 0 tal que para todos os
pontos M (x. y) que verificam a desigualdade M M 0 < r. a desigualdade
| /(x , y) — >4 |< e
é satisfeita.

(•) Dc íacto, apenas estudaremos a» funções de duas variáveis,


porque o estudo das funções de trds ou dum núm ero m ais elevado dc variáveis
n lo traz oenhum elemento novo, mas provoca dificuldades complemeatarea
de ordem técnica.
Sc o número A t o limite da função f (x, y), quando M (x, y) ->
-> A/g (x*. y«), nota-se:
lim / (x , y) = A .
x -* x 0
v+vç
Definição — 2. Seja M 9 (x0. y0) um ponto pertencendo ao domínio
de definição da função / (x. y). Diz-se que a função z — f (x. y) é
continua no ponto M 0 (x0. y0) se a igualdade
lim / (x , y) = /(*„, Vo) í 1)
3t-*xn
y-vo
é verificada, quando o ponto M (x, y), tende arbitràriamente. (perma­
necendo no interior do dominio de definição) para o ponto M 0 (x0, y0).
Façamos, x = x, + a x . y = y9 + Ay. A igualdade (1) pode. então,
cscrcvcr-se:
lim /(x 0 -f Ax, y0 + Ay) = / (x0, y<>) U )
Ay-*©

lim [ /(i„ + A x, »0 H- Av) — / (x0, 0 „)] = O. (1*>

Alí**0
Façamos. Ap = V (Ax)* + (Ay)' (ver fig. 168). Quando ix - > 0 e
Ay -> 0. Ap -* 0 e. inversamente, se Ap -* 0. ontão. Ax -> 0 e Ay -* 0.
A expressão entre parôntesis na igualdade (1"). não é mais do
que o crescimento total Ac da função z
Por conseguinte, a igualdade (1") pode ser posta sob a forma
lim Az = 0. (H
£p-*0
Uma função contínua cm cada ponto dum certo dom ínio diz-se.
continua nesse dominio.
Se a condição (1) não é preenchida num certo ponto N (x0. y0).
este ponto chama-se ponto de dcscontinuidade da função z = f (x. y).
Citemos alguns exemplos em que a condição .11') não tem lugar:
1) z = /(. x, y) é definida cm cada ponto duma certa vizinhança
do ponto N (x„. y0), mas nào é definida nesse ponto:
2) A função z — f (x. y) é definida em cada ponto duma vizi­
nhança do ponto N (xüt y0) mas o limite lim f (x, y) não existe;
x-xç
V~*Vo
3) A função 6 definida cm cada ponto da vizinhança de N (xo, y0),
o limite lira f(x , y) existe, mas

« lim / ( x , y ) ^ / ( x o , J/o)-
■c— x«
V-*Uo
E x e m p lo — 1. A funçflo
** + V7
i contínua para todos os valores dc x t y, isto é, cm cada ponto do plano Oxy.
C om efeito, quaisquer que sejam os números x, y, ± r c Ay, tem-se:
Ai = l(x + Ax)* - f (y + Ay)*] — |x* + j/aJ = 2xAx - f 2i/Ay + Ax1 + Ay*.
Por conseguinte,
l i ú i A : — 0.
A *-* 0
AI/-+0

Citemos, agora, um exemplo de função descontínua.


Exem plo — 2. A funç&o
T_. 2*V

t sempre definida, ekcepto no ponto .t = 0, y = 0 (fig. 170, 171).

F ig . 17!

Consideremos os valores que tom a i nos pontos situados sobre .» recta


y = kx (k = const). Ê evidente que para todos os pontos desta recta
2kx* 2k
— const,
x a 4- À5x2 1 + *3
por outras palavras, sobre cada recta que pasta pela origem, a função z,
«cm um valor constante, mas que depende do coeficiente angular k desta recta.
ê esta a razâo porque o valor limite da função c depende do cam inho
percorrido pelo ponto (x, y) quando ele tende para a origem das coordenadas.
Fsta funçSo tem, por conseguinte, uma descontinuidade nesse ponto.
Esta descontinuidade 6 tal. que nSo se pode fazé-la desaparecer dando
j função i um valor apropriado na origem. Por outro lado, vê-se, fàcilmenle,
que em qualquer ponto diferente da origem a função é continua.

§ 5. D e r iv a d a s p a r c ia is d u m a fu n ç ã o d c v á r ia s v a r iá v e is
D e f i n i ç ã o — C h a m a - s c d e riv a d a p a r c ia l e m r e la ç ã o a x d a f u n ç ã o
: = jix . y) a o lim it e do q u o c ie n te de c re s c im e n to p a r c ia l A xZ em
r e la ç ã o a x e do c re s c im e n to Ax da v a r iá v e l x, quando Ajc te n de
para zero.
Designa-se a derivada parcial cm relaçào a x da função z = / (x, y)
por uma das notações seguintes
rx;
r /
tx{r. y\); dz
— ;
àf
— .
dx dx

Logo. por definição,


âz i :_ Axz 1;_ f(x + Ax, y) — / (x , y)
— = lim --- = l i m ------------------- .
d* Ax-o Ax ax -0 Ax
Definc-sc, do mesmo modo, a derivada parcial da função
z J (x. y), em relação a y como o limite do quociente do cresci­
mento parcial &y. cm relação a y c do crescimento Ay quando Ay
tende para zero. Designa-sc a derivada parcial em relação a y por
uma das notações seguintes
r , x 02 &
zv ; / „ (* . y ); — ; — •
dy dy

Assim.
|lm , l m / ( x . » + A » ) - • / ( * . y>
dy Ap—o Ai/ Ay-o Ay
Notando que ±zz é calculado deixando y sem alteração c A yz
deixando .t sem alteração, pode-se, então, definir a derivada parcial
da maneira seguinte: chama-se derivada parcial da função z = / (x. y).
cm relação a x. à derivada cm relação a x calculada supondo y
constante.
Do mesmo modo. chama-se derivada parcial da funçáo z = f(x , y).
cm relação a y. à derivada em relação a y calculaJa supondo x
constante.
Resulta desta definição, que as regras de cálculo das derivadas
parciais são as mesmas que as empregadas para calcular a derivada
das funções de uma variável; é preciso, sòmente. ter-se cm atenção
em relação a que variável se cfectua a derivação.

E x e m p lo — 1. Achar as derivadas parciais

4— c da função - = z 2 *cn y.
dx dy
Resolução.

£ = 2 « n > ; «»*.

Exem plo — 2. r = zV.

Neste caso.
Define-se. Jum a maneira análoga, as derivadas parciais duma
função dum número qualquer de variáveis. Por exemplo, sc tomamos
uma função 11 de quatro variáveis x. y. z. t:

i/ = / ( r . y. 2 . /).
então.

|i,n / ( '-f- Ax. y. 2 . t ) - f{ x . y. r. t)


dx A*—n Ax

— = m n / <■
x- // + 0 - / (*» y. =. o otr
dy Ay—o Ay

Exemplo— 3. u = x24-J/2-}-:rí::3.

§ = 2 , + «a; £ - 2 ,; * L - * te. S £ - « •

§ (i. In t e r p r e t a ç ã o g p o m é tr lc a d a s d e r iv a d a s p a r c ia is
d u m a fu n ç ã o d e d u a s v a r iá v e is

■ * « - / ( * . »>

a equação da superfície representada na figura 172.


Tracemos o plano x = const. A intersccção deste plano c da
superfície, define uma curva PT. Consideremos para um valor dado
de x um ponto M (x. y) do plano Oxy.Ao ponto M corresponde
um ponto P(x. y. z) sobre a superfície z — f (x, y). Deixando x sem
alteração, demus a y um crescimento Ay = M N = PT*. A função z
recebe, então, um crescimento A^s = T V fao ponto N (x. y + Ay)
corresponde um ponto T (x. y 4- Ay. z ) da superfície - = f(x. y)].
A yz
O quociente--- é ieual à tangente do ângulo formado pela
Ay
secante PT com o eixo dos y positivos:

Ajz ,
TPT.
Ay

Por conseguinte, o limite

A yz dz
lim — — = —
op-ki Ay dy
é igual à tangente do ângulo p formado pela tangente PB (no sentiu. •
geométrico) à curva PT no ponto P com o eixo dos y positivos

Oz R
— = tjrf*.
Oy
O valor da derivada parcial
oy
é. pois. igual à tangente do ângulo
formado pela tangente (no sentido
geométrico) à curva definida pela
intersecção da superfície z — f {x. y)
e do plano x = const.. por um lado.
e a linha de intcrsecção dos planos
xOy c x = const.. por outro.
Do mesmo modo. o valor da
derivada parcial — é igual à tangente
õx
do ângulo a formado pela tangente à
curva, definida pela intersecção da superfície c = f (.r. y) e do plano
y = ccnst. e a linha dos planos xOy t y — const.

§ 7. C r e s c im e n t o t o t a l e d ife r e n c ia l t o t a l
Por definição, o crescimento total da função Z — } (x, y) é
igual a (ver § 3. Cap. V III):
As = / (x - f A r, ij + Ay) — / (x, y). (1)

Suponhamos que as derivadas parciais da função / (x, y) no


ponto considerado existem c são continuas.
Exprimamos Az com o auxílio das derivadas parciais. Para isso
juntemos c diminuamos / (x. y -f Ay) no segundo membro da igual-
dade (I). V + A y ) — f ( x , 4/ + A*/)J +

-f If(*, y + & y ) — f(z> y)l


A expressão
/ (x, y + A y) — f (x, y),

que figura no segundo parêntesis. pode ser considerada como a dife­


rença dc dois valores, duma função duma só variável >• (sendo .t
constante). Apliquemos o teorema de Lagrange a esta diferença; temos:

/ (x, y + A y ) - f (x, y) = A y . (3)


ày
em que y está comprendido entre y e y + Ay.
D o mesmo m odo, pode-se considerar a expressão que figura
no primeiro parôntesis da igualdade (2) como a diferença de dois
valores duma função duma só variável independente x (sendo a segunda
variável constante e igual a y 4- Ay). Apliquemos a esta diferença o
teorema de Lagrange; temos:

S z 3f í i . y + A y) _ (<)
f (x + Ax, y -f Ay) — / (x, y + Ay)
dx

cm que .r está compreendido entre x e x + A*.


Substituindo as expressões (3) e (4) na igualdade (2). tem-se:

to - à x J L fr > + + A y àf(x , y) (5)


dx dy
As derivadas parciais sendo contínuas por hipótese, tem-se

d f(x . y + Ay) d f(x , y)


lim
A *—O dx dx
(6 )
df (x. y) <?/(*. y)
lim
Ax**0 ày ày
Ay-»0

(estando x e y. respectivamente, compreendidos entre x e x + a x . y c


y -f Ay. tendem, respectivamente, para x e y para Ax -► 0 e Ay -► 0).
Pode-se. então, por a igualdade (6) sobre a forma

d f(x , y + Ay) d f(x , y)


+ Yn
dx dx
(6')
df(x , y) d f(x , y)
+ Y*.
ày oy

em que y, c y, tendem para zero quando Ax e Ay tendem para zero


(isto é. quando Ap = Ap = V A x 1 -f- Ay2 0).
Em virtude da igualdade (6'). a relação (5) toma-se

A: = Aj + d ,(x '.!Õ. Ay + y, Ax + T iA y. (5')


dx Oy

A expressão yj Ax + y: Ay é um infinitamente pequeno dc ordem


superior em relação a Ap = yAx*~+~Ay*. Com efeito, o quociente
0, quando Ap -* 0. visio que y» é um infinitamente pequeno
Ap
e que — £ limitado í i — I < 1 ) . Verifica-se. do mesmo modo.
ap v IA P |^ ;
que ¥5^ ? u.

soma dos dois primeiros termos é uma expressão linear em


A.x e Ay. Ela representa, quando fx (x , y) 0 e f'v (x, «/) 0 ,a parte
principal dc crescimento e difere dc Ac por um infinitamente pequeno
dc ordem superior em relação a Ap = y Ax* -f Aya.

Dejinição — Diz-se que a função z = f(x . y) é diferenciável no


pomo (.v. 3) se o crescimento total (az) nesse ponlo puder ser posto
sob a forma dum a soma composta de dois termos: sendo o primeiro
uma expressão, linear cm Ax e Ay c o segundo um infinitamente
pequeno dc ordem superior cm relação a Ap. A parte linear d o cresci­
mento é. então, cham ada diferencial total e anotada dz ou df.
Resulta da igualdade (5') que se as derivadas parciais da função
/ (a-, y) são contínuas num ponto dado. esta função é diferenciável
nesse ponto: o diferencial total é. então.

dz = fí(x , y) Ax + f'u (x, y)Ay.

Pode-se pôr a igualdade Í5') sob a forma

As = dz + y ^ x -f y«Ay

c escrever a igualdade aproximada seguinte:

Az ~ dz,

sendo o erro cometido, um infinitamente pequeno de ordem superior


cm relação a Ap.
Cliamam-sc diferenciais das variáveis independentes x e y e
designa-se. respectivamente, por dx e dy aos crescimentos Ax e Ay das
variáveis x c y.
Pode-se, cnlão, escrever o diferencial total da seguinte maneira

dz = -^-dx-\- dy.
dx dy

Por conseguinte, se a função z = / ( x, y) tem derivadas parciais


contínuas, ela é diferenciável no ponto (x. y) e o seu diferencial total
é igual à soma dos produtos das derivadas parciais pelos diferenciais
das variáveis independentes correspondentes.
E x em p lo— I. C alcular o diferencial total c o crescimento total da funçSo
z= xy no ponto (2; 3), se A t = 0.1 e = 0,2.

Resolução.
As = (x - f Ax) (y-4- Ay) — xy — y A x - fx \y + A x Ay,

d : = — ^dx-\- dy = y dx-}-x dy — y \j-f-xAj/.

Por conseguinte,
Ax = 3-0,1 + 2-0,2 + 0,1 *0,2 - «>,72;

di - 3-0,1 4 2-0,2 =r 0 ,7 .

A figura 173 ilustra este exemplo.

As definições e os raciocínios precedentes podem ser generalizados


ao caso duma função dum número qualquer de variáveis independentes.
Seja vv = / (*. y, z. u ....... /). uma fun­
ção dum número qualquer dc variáveis, cm que AxÀy
todas as derivadas parciais são contínuas no xAy
ponto (x, y, z ........t).
A expressão
•yâx

dw = — dx -f- — dy 4- — d t -}-... -f — dt
dx dy ãz dt
Nx
constitui, então, a parte principal do cres­ 1i
cimento total da função: denomina-se dife­
F ig . 173
rencial total. Demonstra-se. fàcilmente, da
mesma maneira, que o caso de uma função de duas variáveis, que
a diferença Aiv - dw é um infinitamente pequeno de ordem superior
em relação a V (A *)1 4- (A y)* + . . . 4- (A/)*.

Exem plo — 2. Achar o diferencial total da funçSo u = í*=+l/a sen* c dc


três variáveis x, y, z.

Resolução — As derivadas parciais

OX

4y-= sI1+y3 2 sen r cos t = e xS‘í' f/3 sen 2:

•Ho continuas para todos os valores de x, y, z. por conseguinte,

du -d x -j-^ -d y - 4^- dz — ex~ l' u' (2x. sen^ : dx-\-2y *en2 : dy-\- sen 2z dz).
dx Oy O-
§ 8. E m p r e g o d o d ife r e n c ia l t o t a l p a r a c á lc u lo s a p r o x im a d o s

.S eja z ~ f ( x , y) uma função diferenciável no ponto (x, y).


Calculemos o crescimento total desta funçáo

As = ! (x + Ax, y 4- Ay) — j (x, y),


donde
/ (x + Ax, y + Ay) = / (x. y) + As. (1)
Tínhamos a fórmula aproximada:
As m dz, (2)
onde
dz = Ax -f- Ay. (3)
dx dy

Substituindo na fórmula (1) az pela expressão explicita de dz.


cncontra-se a fórmula aproximada:

] (x -f Ax, y -f Ay) « /(x,- y) + ^ Ax + -aí{x--^ - Ay, (4)


dx ay

sendo o erro cometido, um infinitamente pequeno dc ordem superior


em relação a Ax e A>'.
Mostremos como utilizar as fórmulas (2) e (4) para os cálculos
aproximados.
Problem a — Calcular o volume da matéria utilizatfa para a fabricação
d um cilindro cujas dimensões sito (fig. 174):
R — raio interior do cilindro,
/ / — altura do cilindro interior.
k — espessura das paredes c do fundo.
1 ;
Resolução — Daremos duas soluções deste problema:
l uma exacta e outra aproximada.
- /? H
1 H
a) Solução exacta — O volume procurado v é
i igual S diferença dos volumes dos cilindros exterior e
k —
I interior, sendo o raio do cilindro exterior R + k e a
, i altura / / + k, tem-se:
T * * n (R + * )* (H + k) — n R * II
k !
+ j °U t> * n [2 R H k -t- B *k + H * + 2/ffc* + **). (5)

b) Solução aproximada Designemos por / o vo*


lum e do cilindro interior, entSo, f = -^RzH . , f 6 uma
funçSo dc duas variáveis R c H. Sc se junia k a R
c a //, a funçSo / recebe um crescimento correspondente Af\ este crescimento
será, precisamente, o volume procurado, isto 6, V = Af
Em virtude da relação ( i) , temos a «gualdade aproxim ada
v « df
oii

M as com o

temos
t- ^ n ( 2 f í H k + /***). (6)
C o m parando os resultados (5) e (6). vemos que eles difrrem pela q u a n ­
tidade r r i H k * + 2 Rk: 4- A*), composta Cinicamente de termos que contêm k
ao quadrado c ao cubo.
A pliquem os estas fórm ulas para dados concretos. Seja R = 4 cm , H — 20 cm.
k *= 0.1 cm.

A plicando (5), temos o valo* exacto do volume procurado:


i* - * (2*4*20*0,1 + 4*.0,1 -f 20-0,1» *+• 2 - 4 *0 ,l» + 0.13) = I 7 .8 8 ln .
A plicando (6), temo» o valor aproximado
o » j i (2 .4 .2 0 *0 ,1 - f 4**0,1) - 17,6 n .
O erro cometido, aplicando a form ula aproximada (6), t inferior a 0 ,3 t,
0
ou w ja, 1 0 0 *i y V | a % . jslú m enoj de 2 % da quantidade medida.

§ 9. E m p r e g o d o d ife r e n c ia l p a r a a v a lia r o e r r o c o m e tid o


d u r a n te o s c á lc u lo s n u m é r ic o s

^ u = / ( i , y, I ......... t)

uma função das variáveis x, y . c........ /. Suponham os que a avaliação


dos valores numéricos das quantidades x, y, z. .... t, é feita com um
certo erro (respectivamente, a A.v. Av. Ac........ u , aproximadamente).
O valor dc u será igualmente determinado com um certo erro
Am — f (x -f- A j , y + Ai/, s-f-As, / -f A/) -

— / (x , y, z, t),

devido ao erro dc avaliação das variáveis independentes. Propomo-nos


avalia o erro At:, se se supõe conhecidos os erros A.r. Ay........Ar.
upondo os valores absolutos dos A.t, sy ........ st. suficientemente
peque os. pode-se substituir o crescimento total da funçáo pelo dife­
rencial total; oblém-se. então, a igualdade aproxim ada

a ..~ v A- , */ ... , . df
As derivadas parciais e os erros relativos às variáveis indepen­
dentes são ou positivas ou negativas. Substituamo-las pelos seus valores
absolutos; encontra-se, então, a desigualdade

df Of
|Ay| + . . . + |Aí|.
dx I dy dt (D

Se sc designar por | A *z |. | A *y I........... I A * u os erros absolutos


máximos das variáveis correspondentes (os limites dos valores absolutos
dos erros), pode-se. evidentemente, admitir que:

àf df df
A*u| = |A*x |-f I AVI + - . . + A /|.
dx dy dt
Exemplos.

1) Seja u = x — y -f x, enlâo. (2)


| A *u | - | A *x |+ | A *y | + | A * « |.
2) Seja u x — y, entâo,
| A *u | = | A *x | + | A *y |.
3) Seja u = xy, então.

| A * u | = . | x | | A * y l - H „ U A * x I.
4) Seja , enlão.

|A * | - li-11 A » |+ | » > l+ l ' " W


11 * , H H .1!■ .
5. Mede-se a hipotenusa c e o lado h dum triângulo rcctângulo A B C
com os erros absoluto» máximos |A * c 1 = 0,2 ,' A*a = 0 .1 . Acha-se. respecti*
Q
vãmente, c = 75 e a — 32. Determinar o ângulo A pela fórm ula sen A = —
c
e o erro m áx im o absoluto A/4 | cometido a o calcular este angulo.
a
Resolução — Sen A = — * A = arc sen , por conseguinte.

à/l I ÕA
da y ' ca _ a a ’ de c y e* —a-i
Encontramos, segundo a fórm ula (2);

1 ~ . 32
A/4 • 0.1 0,2 = 0,00275 rd = 9'3B*.
V ( 75)* — (32)* ' 75 V(75)* — (32)»
Logo.
32
A =■ arc sén ^ = 9 '3 8 ’ .

6. Dcterminou-se o lado 6 = 121,56 m e o ângulo A = 2 5 ° 21' 40* dum


triângulo rectângulo A B C . O s erros absolutos máximos, cometidos no decurso da
avaliação deatas grandezas, s5o, respectivamente. ! A*6 | = 0,05 m e A *A | = 12".
Determinar o erro m áximo absoluto cometido, calculando o lado o pela
fórm ula a = b • ig A.

Rtsuluçâo — Achamos, em virtude d* fórmula (2l

I 11g A |-•|A*b |+ J ± L |A M |.
cos* A
Substituindo os valores correspondentes (e exprimindo AM em radianos).
temos:
401 rn «<j
Ü * . | - a f o . ■m w +m w w s»-.

Chama-se erro relativo da grandeza x ao quociente do erro A.»


pelo valor aproximado x desta grandeza. Designa-'.e por 5a.

ôj — —

x
Chama-se erro relativo máximo da gntnde/a x e anotasc , 6*x I
ao quociente do erro máximo absoluto e do valor absoluto dc a

í3 )

Pata avaliar « erro relativo máximo da ftin. jr» </ dividamos


todos os membros da igualdade (2) por ti /i.t, y. z........ I)
oi di
A ii dx
1a V i 4 -
dy lAVl +. - . - r dt
I A*/1. (4 )
I" I t 1 i
mas
0Í_ "f üj
dx ~õt
~T~ = 7 * L n g| / J : ~ ~ L o g | / 1; ^ L = -^ _L o g | / |
f Ox J dy / dt

Eis porque se pude pôr a igualdade (.3) sob a forma:

õ
- L o g | / | |A x | -f I \ y|+ ..

— L°gl/I (õ)
ol

ou sob uma forma compacta:


|ô*u |= |A* Log|/||. (6)
!»)•
Resulta da fórmula (3). bem como da fórmula (5), que o erro
relativo máximo duma função c igual ao erro absoluto máximo do
logaritmo desta função.
DeJuzimo.s da fórmula (6) as regras que sc devem aplicar
durante os cálculos aproximados.
1. Seja u = xy.
Utilizando os resultados do exemplo 3. tem-se

|Ô*u i = Ü M J Í • t * I I A * y | _ | A * * l , |A‘ y l _
l*y| \*y\ 1*1 li/l
= 1 I -f j 6* y I,
isto é, o erro relativo máximo do produto é igual à soma dos erros
relativos máximos de cada um dos factores.
2. Seja u = utilizando os resultados do exemplo 4, temos:

j ô*u |= | i -f | |.

Nota — Resulta do exemplo 2. que se ti = x — y, então.

u» i |A * x | + |A * tfl
\ Ò U \ = --- ;------- j----•
k - í/ l
Se os valores dc x e y esiun próximos, pode acontecer que |6 *t< |
seja nuiíto grande cm relação á giandeza procurada x — y. É preciso
ter em conta esta circunstância durante os cálculos.
Lxem plo — 7. O período das osciluçócs dum pêndulo c igual a

* | / I .
cm que I designa o com prim ento do pêndulo c g a acstcraçáo da gravidade.
Que erro cometemos ntis, ao dcierm inar 7‘ por esta fórm ula, tom ando
3,14 «aproximadamente a 0.0C5», / = I m (aproximadamente a 0,01),
g = 9.8 m/s*).

Resolução — O erro relativo m áxim o, é igual, cm virtude da fórm ula (6), a

I i =* i a * Lo g r i.
M as

Log T = L o g 2 -f Lo g n -f y Log I — -i- Lo g g.

Calculemos A* Log T Tendo em atenção dc que t ~ 3,14, A * t = 0,005,


/= 1 m, A•/ = 0,01 m , g — 9,8 m/s1, A*g — 0,02 m/s: , temos
... T A M , A•/ , A V 0 ,0 05 , 0 , 0 ! , 0 ,0 2 A
A - I . 0* r = — + ^ - + - ^ - = ^ + -5 -4 -^ = 0 ,0 0 7 6 .

O erro m áxim o relativo é, pois, igual a


= 0,0076 - 0,7 6 » » .
$ 10. D erivada dum a fu n ç áo com posta. D erivada total

Suponhamos que na equação

z = F ( u ,v ) (!)

u e r são funções das variáveis independentes .t e y:


u = <f(*. y); v = y ( x , y). (-)

NeMe u m i. : è uma função composta das variáveis a e y.


Pode-se. evidentemente, exprimir z directamentc em funçáo de

*= fl< p (x , y), |f)J. (3)


Exemplo — 1. S e ja
: — m, i’s + u + t : u = x * ■+■ y a ; v f,x+y - f I ;
entáo- x = (x5 + y*)* (é**V + 1)» + (x« + y1) -r 1

Suponhamos que todas as derivadas parciais da função F (u. v).


<f (x. y), $ (a. y) são continuas e proponhamo-nos calcular — c
üz "x
— a partir das equações ( l ) e (2) sem utilizar a igualdade (3).
oy
Demos à variável x um crescimento ax , conservando y constante,
fcntão. u e v recebem, respectivamente, em virtude da equação (2).
um crescimento A *u e A xv.
Ma>. enião. se as variáveis u e v recebem, respectivamente, o
crescimento Axu e \xi\ a funçáo r = F m. ») receberá, por sua vez.
um crescimento Az, definido pela formula í5'). $ 7. Cap. V III:

dF ôF
Az = — A ,u H Axp -f y,A.vm + Y2‘Vvf.
du - dv
Dividamos todos os membros desta igualdade por ax:

A l _ „ A jii Avr
A- du Ax õv Ax ^ fl Ax Ax

Sc ax -* 0. então. A va-*- 0 e A xv -*■0 (em virtude da conti­


nuidade das funções u c v). Mas. então. 7 , e y: tendem igualmente
para zero. Passando ao limite, para Ax —> ü. tem-se:

.. Az ôz A tu du „ „ A.vr dv#
lim ---= — ; h m —i- = — : lim — - = — ,
x - " \.< dx i x —0 Ax di - A .-0 Ax Ox

lim y , s s 0 ; lim Yj = m
e, por conseguinte,
àz d F àu . dF dv ...
— = ------ 1------ . (4)
dx du dx dv âx
Se tivéssemos dado um crescimento Ay ã variável y e conser­
vado x constante, teríamos tido. raciocinando da mesma maneira:

dz __ dF du ( dF dv
(4')
dy du dy dv dy
Exem plo — 2.
: — I.o g (u * -f- v) ; ; v = x -^ -y \
d: 2u dz 1
chi u * -í -v * dr ~~ u2 -f v *

í - " " * £ = * •
U tilizando as fórm ulas (4) c (4‘). cnconira-se:

^ = ^ ' x+- + ü t í 2 í= ^ ' “‘ x + ,,+ i) >

As fórmulas (4) e Í4') podem ser naturalmente generalizadas ao


caso dum maior número de variáveis.
Por exemplo, se w = F í z. u. r. s ) é uma função de quatro variá­
veis ii. »•. i e sc cada uma destas variáveis depende, por sua vez,
de ^ e y. as fórmulas (4) e (4') transformam-se cm:
du: dw dz , dw du ^ dw dv ^ dw ds
dx dz dx àu dx dv dx ds dx
(5)
dw dw dz , dw du dw dv dw ds
dy dz dy àu dy dv ày às dy

Se a função z = F (.r. v. u. v) é tal que as variáveis y. u. v


dependem, por sua vez. da única variável x:
y = /(x ); u = (f(x ); v = $ (x ),
ela é . cm suma. função duma só variável .r; pode-se. então, propor

calcular a derivada ~ .
Esta derivada pode ser calculada segundo a primeira das fór­
mulas (5):
dz __ dz dx jte _ d y _ ' às di\
dx dx âx dy dx du dx dv dx
mas como >\ u. v não dependem scnào dc uma sò variável .r. as
derivadas parciais correspondentes são. dc facto, derivadas ordinárias;
dx
além disso. — = 1; por conseguinte,

dz _ âz_ ^ dz_ dy dz_ du dz dv


dx dx ' dy dx du dx du dx ^

ê a fórmula da derivada total í por oposição à derivada

parcial g ) .

Exemplo —3.
ss=za+ V P * y= *e n z ,
dz dz 1 dy
-— — 2 x ; — --- — ; ~ = co»x.
dx dy 2 V Í •*
Segundo a fórmula ( 6) ,

dz dz dz dy \ 1
—7— — — — r - = 2 - H ---------— cos x — 2 j 4 ---------, . co? x.
dx dx dy dx 2 V y 2 1/ * ê n x

§11. D e r iv a ç ã o das fu n ç õ e s im p líc ita s

Vamos abordar este problema pelo estudo duma função implícita


duma só variável (*). Seja >• a funçáo de x definida pela equação

F (x , y) — 0.

Demonstremos o teorema seguinte.

Teorema - Seja y uma função contínua de definida pela equação


implícita
F (x , y) = 0,

em que F (x, y). F x (x. y). F'y íx. y) são funções continuas num
certo dominio D contendo o ponto (x. y). cujas coordenadas verificam
a equação (1); além disso, suponhamos que nesse ponto F'y (x. y) ^ 0.
A derivada da função y de x. é. então, igual a

,/ _ _ Fx('X' y)
F'v (*, y)

(* ) N o § I I do Cap. I I I , resolvemos o problema da derivação du


funções implícitas. Contudo. ap:nas tínhamos considerado certos exemplos e
n&o tínhamos obtido a fórmula geral, nem determinado as condições de
existência desta derivada.
Demonstração — Suponhamos que a um ccrto valor de x cor­
responde um ccrto valor da função implícita y. Logo.

y) — 0.
Atribuamos à variável independente x um crescimento Ax. A fun­
ção y recebe. então, um crescimento Ay. por outras palavras, ao valor
x Ax da variável independente corresponde o valor y 4- Ay da função.
Em virtude da equação F (x, y) = 0. temos:

y -f Ay) = 0.
Por conseguinte,
F (x + Ax, y + Ay) — t {x% y) — 0.

O primeiro membro dcsia igualdade representa o crescimento


total da Jfunção de duas variáveis. Em virtude da fórmula (5'). § 7.
pode-se |>ô-lo sob a forma:

F (r + Ax, y + Ay) — F (x, y) = Ax + — Ay -J- Yi Ax + y2Ay,


Ox Oy
em que y , e y: tendem para zero quando Ax c Ay tendem para zero.
Sendo o primeiro membro desta última igualdade igual a zero, pode-se
escrever
— Ax -f- — Ay -f YjAx -f y^Ay = 0.
Ox Oy
Ay
Dividamos esta igualdade por Ax e calculemos :
0F
a
Ay _
-7-
dx
+ Yi
Ax 0F
— + Y*
Oy
Façamos tender Ax para zero. Temos, então, no limite, visto
0F
que y i e y 2 tendem igualmente para zero e que -m0 :
OF
, Ox
y* = ~~ÔF
(D
0y

Assim, demonstramos a existência da derivada duma função


implícita e obtivemos uma fórmula adequada para o cálculo desta
derivada.
E xem plo — 1. A equação
— 1=0

define, im plicitamente, y em fu n ç io de x. Neste caso

Por conseguinte, em virtude da fórm ula (1).


dy 2x __x
dx ~ hj {/

N otem os que esta equação define duas funções im plícitas diferentes


(visto que. a cada valor de x tom ado no intervalo ( — 1. 1). correspondem
dois valores de y). mas que o valor encontrado da derivada y 'T é válida
para ambas.

Exem plo — 2. Seja a equação

cV—r* + xy^-. CJ.


A q u i F {x , j/) = *!' — r T-f r y ;

( 2>

Se a cada par de valores x e y, tomados num ccrto dominio.


correspondem um ou vários valores de r que satisfaçam ã equação (2).
esta equação define, implicitamente, uma ou várias funções unívocas
c de x e y.
Por exemplo. equação

define, implicitamente, duas funções contínuas z de x e y que se


pode exprimir explicitamente resolvendo a equação em relação a z\
obtemos, então.

Calculemos as derivadas parciais — e da função implícita


dx oy
z de x e y definida pela equação (2).
dz
Para calcular .. supomos y constante. F.is porque podemos

utilizar a fórm ula (1). considerando z como uma função da variável


independente x. Logo.

dF

= — — .
dF
dz
Obtcr-se-ia. do mesmo modo.

õF
ày
dF
dz
dF
supondo — ^ U.
Definem-se e calculam-se. da mesma maneira, as funções im plí­
citas dum número qualquer de variáveis e suas derivadas parciais.

x , + t J + J,
dz 2x x às y
dx 22 z ' Oy s

Ter-se-ia obtido o mesmo resultado derivando a funçáo explícita como


*c a tivesse resolvido em relaçSo a z.

Exem plo — A.
e* - r x*u T H - 5 = 0.
A qui F (x, ij, : ) = e3 x2tj + : 4* ó,
àF „ dF , dF . . .
—~=2xy ; —— — xS ; _ = ri - f l ;
dx dy ài
dz 2xy f): x*
dx c l -f- 1 ’ dy e* -f 1

§ 12. D e r iv a d a s p a r c ia is d e d ife r e n t e s o r d e n s

= = /< *, y)

uma função de duas variáveis independentes.


As derivadas parciais ^ — f'x U , y) e = f'v (x, y) desta fun­
ção são. em regra, funções de x e dc y. Eis porque podemos calcular
as suas derivadas parciais. Por conseguinte, as derivadas parciais dc
segunda ordem duma funçáo de duas variáveis são cm número de
quatro, visto que cada função ^ e pode ser derivada em

relação a x e cm relação a y.
Designam-se. pelas notações seguintes, as derivadas parciais dc
segunda ordem:
(]•* m
— — íxx (r. y ) ; deriva-se. sucessivamente, a funçáo / duas vezes
c^.r*
em relação a x;
ó *"
~ í* ‘j y ) ; deriva-se. em primeiro lugar. / em relação a x,
depois o resultado em relação a y:

—^ — f,JX (x, y ) ; deriva-se. cm primeiro lugar, / cm relação a y.

depois o resultado em relação a x:


d~*
— -s ~ /vv (x * £/) I deriva-se. sucessivamente, a função / duas vezes
"i/
cm relação a y.
Pode-se em seguida derivar, dc novo. as derivadas parciais de
segunda ordem em relação a x ou a y. Obtém-se. então, as derivadas
parciais de terceira ordem, que sào cm número dc oito:

d*z iPz fri r/z


dx1 ’ dx* ày ' dx ôy dx ' dx dy’ '

d*z <?i (Fz (f*z


dydx * dydxdy' dyxd x ' dy3
Dum a maneira geral, chama-se derivada parcial da ordem n à
derivada primeira da derivada de ordem (n — 1).
õnz
Por exemplo. -
^ ,,^ / n Zp c uma derivada de ordem n ; derivamos.
dxvdyT
neste caso, primeiramente p vezes z em relação a x e em seguida n - p
vezes cm relação a y.
Definem-se, da mesma maneira, as derivadas parciais de ordem
superior para funções dum número qualquer dc variáveis.
E x e m p lo — 1. Calcular as derivadas parciais de segunda ordem da funçSo
/ ( x . y) = x 2 y - fy s .
Resolução - Obtemos, sucessivamente:

É1L = 2 , • * (2-ry) ^ 2x • ~ ^ - = Í l í i ± M = 2x* -fil»


A*4 ' óxoy dy * dx^ <tx * õy* ***
tpl J3;
Exem plo — 2. C alcular — c ^ «

a+\.

R e s o lu ç ã o - Obtemos, succsuvamentc:

£ * * + » V : ^ = ^ + « x „ .:

E x e m p lo — 3. Calcular - ■f “ « w — z*tx 'r h t .


Ox- /ty d :
Resolução.

* L - 3fH !/> . <>3t< Vt«*+v* -- £jL--=4Kg,x+y*


dF ' ' d ** * àx*0i/ V ’ dy Õz J
Uma questão se põe. O resultado da derivação duma função
de várias variáveis depende da ordem pela qual sc efecluem as derivadas
sucessivas em relação às diferentes variáveis independentes; por outras
palavras, as derivadas

i )V _ s=f
Ox dy ày dx

ou
'/Via y. n e v- etc
d x dy d t à t dz dy
serão idênticas?
A resposta a esta pergunta é-nos dada pelo teorema seguinte.

Teorema — Se a função z = fíx , y) e as suas derivadas parciais


f'x. f'y. í" xy e f">-x são definidas e contínuas no ponto M (x. y) e
na vizinhança deste ponto então, neste ponto,

1L = 1L
dx dy Oy dx

Demonstração — Consideremos a expressão:


A =[f(x-\- Ax, y + Ay) — / (x + Ax. y)] —
— l/(x , y- 1-Ay) — / ( x , y)J.

Introduzamos a função auxiliar ? (x). definida pela igualdade

<1 (x) = f (x, y + Ay) - f (x, y).


Pode-se. então, pôr A sob a forma:

A = q (x 4- Ax) — <f (x).


Sendo /'*. por hipótese, definida na vizinhança do ponto (x. y).
a função <? (a) é derivável sobre o segmento [xr x *r ax]; mas, enlão.
aplicando o teorema de Lagrange, tem-se:
A = Ax<ç>' (x),
cm que x está compreendido entre x e x 4 Ax.
Mas
tf ’ (x) = /; (x, y -f Ay) - (x. y).

Por outro lado. f"xV & definida na vizinhança do ponto (x. y).
por con.seguinte. f'x é derivável sobre o segmento [y. >' + e apli­
cando o teorema de Lagiange a esta diferença (relativamente à variá­
vel y). tem-se:
f x ( i , y -f- ày ) - f ’x (x, y) = Ayf'x'y (x, y),
em que V está compreendido entre y e y + Ay.
Obtemos, então, a expressão seguinte para A

A = Ax A y /;; (x, y). (1)


Mudando a ordem dos termos, ter-se-á
•4 = | / ( x + Ax, y 4* Ay) — / (X , y 4- Ay)] -

“ [ / ( * + Ax, y) — / (x, y)].


Introduzamos a função auxiliar

Aplicando de novo o teorema de Lagrange. tem-se:


A = Ay-ij-'(y).
cm que y está compreendido entre y e y 4 Ay.
Mas

Aplicando uma vez mais o teorema dc Lagrange. obtém-se:


f], (x 4- Ax. y) - (x, y) = Ax/” (x, y),
em que x está compreendido entre x c x 4 Ax.
Então. A pode ser posto sob a forma
.I = Ay Ax/"X (x, y). (2)
Os primeiros membros das igualdade (1) e (2) são iguais a A,
por conseguinte, os segundos membros são iguais entre si; por outras
palavras,
Ax \yf"v (x. y) = Ay Ax/;', (x, y),

donde , - _
y) — /**<*, y)-

Passando ao limite nesta igualdade, quando ax 0 c av 0.


tem-se:
lim /;’„ (x , y ) = lim f'u'x (x, y).
i a 1— 0 &.r— 0
Ay—0
As derivadas /*v c /y* sendo continuas no ponto (x. y). tem-se:
lim f x:y {x, y) = (z, y) et lim f'v'x (z, y) = (x, y).
A3t— 0 A *-0
«ÍI/-0 AK-0

Temos, finalmente:
/* » (* . y )= K 'x (z , y),

o que queríamos demonstrar. .n^


Resulta deste teorema que se as derivadas parciais
e ^ f _ Sã0 contínuas, então, tem-se
dun'kdz*
d "f _ ò f
dzh dyn~k dyn~k dzM*
Um teorema análogo é verdadeiro para as funções dum número
qualquer de variáveis.
(Pu ífiu
E x e m p lo - A . C alcular e se

u— icn x.

Resolução
ÕU o*|l
__- = y ,*y $en : ; ) 7 ^ , = =íX V s€n -+ xyexV jcn; = eI v (1 - f xy) *eu s ;
d$u . . . du
^ (t- f- x y jc o s: ; — - = x < r**'se n z ; - -- - - = x í * V co « =;
dx dy d ; <?y * <9x t?r
rflu
e * » cos r -f x j/^ v c<>5 : = e xu (1 -fxy) cos
dy o i âx
Por conseguinte.

dx du dz dij ds dx

(os exemplos. I e 2. deste parágrafo).


§ 13. S u p e r fíc ie s d e n ív e l
Seja no espaço (x, y, c) um dominio D no qual 6 dada a função
u = u (x , y, z). (1)

Diz-sc. neste caso. que no dominio D está definido um campo


escalar. Sc. por exemplo, u (x. y, z) designa a temperatura no ponto
M (x. y, z) diz-se que está definido um campo escalar de temperatura;

F ig . 175

se o domínio D está cheio de liquido ou Je gás c sc u (x. y, z) designar


a pressão, está-se cm presença dum campo escalar de pressão, etc.
Consideremos o ponto do dominio D cm que a função u (x. y. z)
possui um valor constante r:

;/(x. rj, z) = c. ( 2)
C) conjunto destes pontos constitui uma certa superfície. Se se
toma um outro valor dc r. obtém-se uma outra superfície. Estas
superfícies são chamadas wperficie.s Je nível.

Exem plo I. Seja dado o cam po e%calar

jJ yt
ri ( z , y . 5) “g“ + «

A» superfície» Uc nível serâo. aqui,

i l + j í i + _£U c.
4 9 T íf
isto é. elipsóidc> de »emi-cixo\ 2 3 ~[/c, \ V ' ’»
Sc a função u depende de duas variáveis x e y:
u = u (x, //),

as «superfícies» de nível serão linhas no plano Oxy :

u (x , y) = c, (2)
que se chamam linhas de nivel
Sc conduzirmos os valores dc u sobre o eixo O z :

z = u (x , y),

as linhas de nivel no plano Oxy serão as projccçõcs das linhas for­


madas pela inlersecção da supcrficic z = u (x . y) com os planos
z = c (fig. 175). Conhecendo as linhas de nivel pode-se fàcilmente
estudar a natureza da superfície z = n (x. y).

Exem plo — 2. Determinar as linhas de nivel da funçáo z = 1 — x2 — y*.


As linhas de nível serSo as linhas dc cquaç&es I — x* - y7 = c. S5o círculos
(fig. 176) dc raio V 1 — c. E m particular, quando c = 0. obtemos o círculo
x* + y* = I.

§ 14. D e r iv a d a s e g u n d o u m a d a d a d ir e c ç ã o

Consideremos no domínio D uma função u (x. y, z) e um ponto


M (x, y, z ). Traccmos do ponto M o vector .s cujos cossenos directores
são C O S u . cos/?. cos y (fig. 177).
Consideremos sobre o vector S
a uma distância As da sua ori­
gem o ponto M x (x 4- Ax. y + Ay.
z + Az). Assim.

A* = V A x a + A if + Az1.

Suporemos que a função


u (x. y. z) c contínua e possui
Jerivadas continuas em relação
às variáveis independentes no
Fig. 177 dominio D.
Do mesmo modo que o fizemos no § 7. representemos o cres­
cimento total da função da maneira seguinte:

Au =s — Ax — Ay -f — A i -f f , At -f r 2 Ay -f As,
dx dy dz
cm que e,. c; . c es icndem para zero quando Aí -*0. Dividamos
todos os termos da igualdade (1) por As:
Aa Ou Ax du Ay . du Az . Ax , Ay , Az
V* Ox As ày As àz As As As As

É evidente que:

Ax Ay Az
--- = cos ct. --- = rosB. --- = cos v.
As As As
Por conseguinte, a igualdade (2) poJe ser posta spb a forma
Au àu .à u Q àu
--- = — co* n H--- cos p ---- cos y 4-
As àx Oy àz

- f e, cos a - f et cos p + «?3cos y. (3 )

O limite do quocienie quando as —• 0 chama-se derivuào do


As
função u = u U . y. z) no ponto (r. >•. z) segundo a direcção do vector
•S,e notado por lííl . isto é,
às
it Au àu ...
l ' n' - r = — ' «>
a*—o As Os

Assim, passando ao limite na igualdade (3). obtemos:


du du du du
-- = — cosa-|--- cosp-j---- cosy. (5)
às àx dy àz
Resulta da fórmula (5) que, conhecendo as derivaJas parciais,
se pode determinar facilmente a derivada, segundo uma direcção qual­
quer S. As derivadas parciais apenas são um caso particular da
derivada, segundo uma dada direcção. Por exemplo, se n = 0. fi = 4J-.

y — -*j-, obtemos:

** àu _ àu jt du .-t fhi
— = — cos OH--- c o s--- 1
----cos — = — :
àx àx ày 2 àz 2 Oi

E xem plo — Seja dada a função

U,= Xa -f- JT + 53.


Achar a derivadaÈ1L no ponlo A / ( l, 1, J):
às
a) na direcção do vector ,S, = 2i-f./-f-3A:;
b) na direcção do vector 5^- <-f-jf-j-fc.
Resolução — <i) Acham-se os cossenoi directores do vector 51

co« a 2 2 cos 1 cos y: 3


V 4+ 1+ ® y « y n * y n
Por conseguinte.
du du du 1 du
+
0mx ' dx y i4 dy y ^4 ds

A> derivadas parciais no ponto <V/(1, 1, I) . scrSo

du
íox
~ * . dT
dy

(£)„-*• (S L - * ( £ L - 2-
Assim,

*L-2.-S-+2.-í-
yn vi4 y i4 VT7'
ftj Calculemos os cossenos directores do vector ,*$2 :
1 t
co$ cc—■ COS P = — 7= cos y .
V3 Vã V 3*
Por conseguinte,

— — 2 - ^ + 2— — -2 — - — = 2 V 3.
^2 V3 yâ y» 1/3

N ote m oi que, 2 y 3 > - ^ = (fig . 17o,.


y 14

§ 15. G r a d ie n te

Em cada ponto do dominio D onde


é dada uma certa função u = u (x, y, z).
Fig. 17S definamos um vector. cujas projecções
sobre os eixos das coordenadas são os-

valores das derivadas parciais — dessa função no ponto


ox dy dz
correspondente:

J í I du , du .
grad u = — i + — J + — A*. (D
ox ày dz

Este vector chama-se gradiente da função u (x . y. z). Diz-se. então,


que no dominio D está definido 0 campo vectorial dos gradientes.
Demonstremos o teorema seguinte, estabelecendo a ligação entre o
gradiente e a derivada segundo uma dada direcção.
Teorema — Seja dado um campo escalar u = u (x. y. z) e neste
campo escalar o campo dos gradientes

grad u ^ t + * Í j + ^ . k.
dx dy dz

A derivada ~ segundo a direcção dum certo vector S é igual


os
à projecção do vector grad u sobre o vector S.

Fig. 179 Fig. 180

Demonstração — Consideremos o vector unitãrio .Vo, correspondente


ao vector S :

8 ° = i cos a + J cos p -f- k cos y.

Calculemos o produto escalar dos vectores grad u e .S'°:


j oo àu . du du /0.
grad u ■S — — cos cc -|--- cos f* H---- cos/y. (2)
Õx dy dz

A expressão do segundo membro desta igualdade é a derivada


da função u (x. y, z). segundo a direcção ,S'. Por conseguinte. poJemos
escrever.

g rad u - S °= — .
ds
Designando por <p o ângulo compreendido entre os vectores grad u
e S ° (fig. 179) podemos escrever:

|grad u |cos <p = (3)


ds
ou
j àu ...
prA0 grad u — -- . (4)
ds
O teorema está demonstrado.
O teorema que demonstramos estabelece uma ligação concreta
entre o gradiente da derivada segundo uma dada direcção. Construamos
no ponto M {x, y. z) o vector grad u (fig. 180). Construamos a esfera
para a qual grad u 6 o diâmetro. Do ponto M tracemos o vector S.
Designemos o ponto de intersecção do vector 8 com a superfície
da esfera por P. É. então, evidente que MP = : grad w |cos <f. sc ?
for o ângulo compreendido entre as direcções do gradiente e o seg­

mento M P ^ então. . isto ó. M P = .


ê evidente que quando se inverte a direcção do vector S . a
derivada muda de sinal, logo. o seu valor absoluto não é modificado.
Estabeleçamos certas propriedades do gradiente.
1) A derivada num dado ponto segundo a direcção do vector S
admite um valor máximo quando a direcção do vector S coincide
com a do gradiente; este valor máximo da derivada é igual a grad u .
Esta proposição resulta imediatamente da igualdade (3): o valor

máximo — será para <p = 0 c neste caso


du
— = |grad u |.
ds

2) A derivada, segundo a direcção do vector tangente, à supe^feie


de nivel é nula.
Esta afirmação resulta da fórmula (3).
Com efeito, neste caso.
n ,
(f= T cos qp = C

= |grad u |cos <j = 0.


ds
Exemplo— i. Seja dada a fur.çSo

u ■■ x* -}- |/* -r **■


à) Determinar o gradiente no ponto M ( I, I, I). A expresso do gra­
diente desta função num ponto arbitrário será
grad u = 2x1 + 2yJ -+- 2zk.
Por conseguinte,

(grad u )u = 2t •+* 2 J -f- 2k , \ grad u \y — 2\/3 .


b) Determinemos a derivada da funçSo u no ponto A f( l, I, 1) na
direcção do gradiente. Os cossenos directores do gradiente serão
2 1
y 2í + 2* + 2s ~ y i '
\ ____ l
%
Por conseguinte,

2Y 3 + 2V l + 2v r 2 V '3'
isto i .
^rad u |.

Nota - Se a função u = w(.r, >•) é uma funçáo de duas variáveis,


o vector
, d u , , du .
grad u = — i - f — j
dx dy
está situado no plano Oxy. Demonstremos que o grad u está orientado
perpendicularmente ã linha de nível u (*. >•> = c. situada no plano Oxy.

c passando pelo ponto correspondente. Com efeito, o coeficiente angu­


lar k : da tangente à linha de nivel u (x. y) = c será igual a k t = — .
u'v Uy
O coeficiente angular k , do gradiente é igual a k 2 = -? . É evi-
Ux
dente que kxk. = — I.
Isto demonstra a exaetidão da nussa afirmação (fig. 181). Esta­
beleceremos uma propriedade análoga do gradiente duma função de
três variáveis no § 6 do Cap. IX .
Exemplo — 2. Determinar o gradiente da íunçSo u= (fig. 182).
no ponto M (2, 4).

Resolução — A qui,
du
dx dy 3 M
Por conseguinte.
8
g rad u = 2 l + — J.

A equaçfio da linha dc nível (fig. 183), que passa pelo pom o dado, será
§ 16. F ó r m u la d e T a y l o r p a r a u m a fu n ç á o d e d u a s v a r iá v e is
Seja
z=/(*. y)
uma função de duas variáveis, contínua, bem como as suas derivadas
parciais de ordem (n 4-1) inclusivé. numa certa vizinhança do ponto
Vf (a, b). Pode-se. então, icpresentar (do mesmo modo que no caso
duma função duma só variável independente, ver § 6. Cap. IV). esta
funçáo de dua* variáveis como sendo a soma dum polinómio de
grau n segundo as potências inteiras dc {x — a) c (y — b) e de um
resto. Vamo* demonstrar que para n — 2 esta formula é da forma

/ (*. y) — A 0 -f- D (x — a) -f- E {y — b) -f

+ ~ [ A < * - „ ) * + 2 * ( * - „ ) ( * - b) + C (y - b )'] + R t , (1)

em que os coeficientes An, D, F., A, B. C não dependem de x e y e


o resto !<■ tem uma estrutura análoga à do resto da fórmula de
Taylor para uma função duma só variável.
Apliquemos a fórmula de Taylor à função f{x, y) considerada
como função duma só variável y. sendo a* considerado constante
(limitemo-nos aos termos da segunda ordem).

/ (*♦ y) = 1 (x, b) -J- ~ ( x , b) -f-

+ b> + nj . (2)

em que ij, = b 4- 0 S(y — b). 0 < 0, < 1.


Desenvolvamos as funções / (x. b), f u
’ {x, b), fvv (xt b) segundo
as potências inteiras de (x — a) pela fórmula de Taylor. limitando-nos
às derivadas mistas da terceira ordem inclusivé:

/ ( * , b) — f (a , i ) + ^ r . ( a , b) + £ = £ f ^ a , 6) +

+ y ^ y / «,(!„ b), (3)

em que
l i — * + 0* (x — a), 0<0j < 1;
íy (x, b) = f v (a, b) -f-

"f j— &) + j, 6), (4)


cm que

l , = x - f - 0 ,( x - a ) , 0 < 0 3< 1 ;

fui/l*' b) -f -— f vvx( l3. b), (õ )

em que
= x + 6* (x — a), 0 < 0 4 < 1.

Substituindo as expressões (3). (4), (5) na fórmula (2). temos:

K x , y) = í( a , b) + X
- ^ f , { a , b) + <«. *) +

+ !j = ^ - V » x (5 " 6) + ^ [/;(<>. <0 +

(jr - b f
1-2
r,;«i. fc)+íT f/,;,(i3. .o
Restabelecendo a ordem da escrita indicada na fórmula (1), temos:

/(■*, !/) = / K 6 ) -|-(x — ü ) / i( a , ò )- f (y - b )fv (a, 6) +

+ -Jj-K* - r~ *) + 2 (* - a) (y - 6) / ; ; («, t) +

+ ( » - « * / » ( « . »)] + - ^ [ ( * - « ) ’ / . £ . (E.. é)-f

+ 3 ( i - a )' (y - b) a , , b) + 3 (x - a) (y - b)' (Ê,, b) +

+ — *1)1 (6 >

Esta expressão constitui precisamente a fórmula de Taylor para


n = 2. A expressão

f l , = J - [ ( * - a ) J / ^ « ( Ç i, 6) + 3 ( ! - « ) ■ ( ! / - 6 ) / « „ ( ? ., (>) +
uJ

3(x — a)(y — 6)* f«V, (£,, 6) + - i f / í w («. >l)l


é cham ada resto. Façamos, em seguida. x — a = Ar. y - b = Ay.
Ap = K lA u ) 2 -f (Ay)-.
Transformemos K>:

« ,= — b) + 3 « +
• 3! Ap Ap

+ 3 (Èj . 6) + («. 1) ] Ap3.

Dado que | Ax | < Ap, | A y | C Ap e que. por hipótese, as


derivadas de urdem três são limitadas, então, o coeficiente de Ap*
ó limitado no domínio considerado; designemo-lo por a0.
Pode-se. enlão. escrever:
H2 = cc0Ap\

A fórmula de Taylor (6). para o caso n = 2. pode. então, ser


posta sob a forma

/<■*. i/) = /(fl. &) + A x /;(a , h) + àyf'9 {a% ò )- f

-+ l- [ A x V " («, í.) + 2 A t A j , / " (a, 4) +

+ Ay*/vi (a, &)J -j- a 0 Ap3. (6')

Para qualquer n. a fórmula de Taylor exprime-se sob uma


forma análoga.

§ 17. M á x im o e m in im o d u m a fu n ç ã o d e v á r ia s v a r iá v e is

Definição — I. Diz-se que a função z = f (x. >’) admite um


máximo no ponto (x>. y„). (isto é. quando x = r* e y - >•<,). sc

/ ( * * & ) > / ( * . y)
para todos os pontos (x, y) suficientemente vizinhos do ponto (x0, }'o),
mas diferentes deste ponto.

Definição - 2. Diz-se que a função : = / (x. y) tem um minimo


no ponto .V/t. (x0, y0). sc

/(*o. i f o X / f o y)
para todos os pontos (x. y) suficientemente vizinhos do ponto (xü. y0).
mas diferente deste ponto.
A o máximo c ao minimo dum a função chamam-se extremos dessa
função; por outras palavras, diz-se que uma função admite um extremo
num dado ponto, sc ela tem nesse ponto um máximo ou um mínimo.

E x e m p lo — 1. A funçáo

í =. (x - 1)» + (y - 2)* - 1

admite um m ín im o para x = I. v = 2, isto e. no ponto ( I. 2). C o m efeito.


/C l. 2) = — I, c como (x — I)- c (>• — 2)'-' são sempre positivos para x ^ t l ,
y ^ 2. tem-se

<*-!>*-!- ( j , - 2 ) » - l > - 1,
isto é,
/<*. v ) > / ( l . 2).
Ve-se, nu figura 184. a significação geomdtrica deste resultado.

Exem plo — 2. A função

x = -L _*e n (x *+ íf*)

admite um m áximo na origem das coordenadas <íig. 185).


C o m efeito, para x — t). y = 0

/<» r O ) = - i.

Escolhamos no interior do círculo .r--f-1/3 = -í- um ponto (.r. y), diferente


o
do ponto (0. 0); entáo. para 0 < x - -f v* < -y ,

sen (x's -f-j/a) > IJ


e deste m odo
/(*. ten(x*-f y*) < - i .
isto c.
/ <*. V) < / (0. Ü).
Pode-se. igualmente, formular como se segue as definições do
máximo e do mínimo.
Façamos x = x0 -j- A í ; y = y 0 -f- Ay ;cntão,

/(*, y) —f(*o. í/o)=


= / (x0 -j- A *. r/o + Ay) — / (*0. Sfo) = A/.

h Se a/ < 0 para todos os crescimentos suficientemente peque­


nos das variáveis independentes, a função f(x . y) admite um máximo
no ponto M Ix». v,.).
2) Se a/ > 0 para toJos os crescimentos suficientemente peque
nos das variáveis independenles. a função f(x , y) admite um mínimo
no ponto M (x®, y„).
Estas definições são igualmente válidas para uma função dum
número qualquer de variáveis.

T eorem a--!. (Condições necessárias para a existência dum


extremo). Se a junção z = f(x . y) admire um extremo para os valores
x = x0 e y = y- então, cada derivada par­
cial de primeira ordem de z anula-se para
esses valores das variáveis independentes
ou não existe.
Com efeito, fixemos o valor dc y,
v = v.. A função / (.r. y j será, então, uma
função duma só variável x. Esta função
admite, por hipótese, um extremo (máximo
Fig. 186 ou mínimo) no ponto x = x por con­

seguinte, í ) anula-sc ou não existe neste ponto. Demonstra-se.


\àxj
V-VO / 0 „ \
do mesmo modo. que — se anula ou não existe neste ponto.
, KàyJx-x*
U=!/o
Este teorema não dá uma conUição suficiente para a existência
dum extremo. Contudo, sc estamos certos da existência dos extremos,
ele permite determinar os seus valores. No caso contrário, é preciso
fazer um estudo mais detalhado.

dz dz
Por cxcmnlo, a\ derivada* — = e — = — 2y da funçSo z = x : — y l
dx dy
anulam-se. para r = 0. >• = 0. Mas esta função não tem nem m áxim o nem m ínim o
para enes valores. C om efeito, elu anula-se na origem das coordenadas, mas
tom a, na vizinhança imediata deste ponto, tanto valores positivos como valores
negativos. O valor zero, nSo 6, por conseguinte, um extremo (fig. 186).
Os pontos em que = 0 (ou não existe) e — = 0 (ou não
Ox oy
existe) chamam-se pontos críticos da função z — f(x , y). Resulta do
teorema l que uma função não pode ter extremo a não ser num
ponto crítico.
Para fazer o estudo duma função nos pontos críticos estabele­
çamos as condições suficientes do extremo dum a função de duas
variáveis. *
Teorema 2. Seja f (x. y) uma função definida num domínio
que contém o ponto M,,(Xo, > ,) e cujas derivadas parciais .são contínuas
até à terceira ordem inclusivé; suponhamos, além disso, que o ponto
M g (x0. yu) seja um ponto critico da função f (x. y). isto é.

d/(*o. yo) Q df( x o, y0) 0


dx ’ dy
Então, para x = x0. y = y<>:
1) f(x . y) tem um máximo, se

f l V & t y<) ( o. yo) V > 0


dx2 dy7 \ dxdy )

c aV(*o. yo) ^ n .
d? < ü ’

2) f (x, y) tem um mínimo, se


o. Vo) _ í (xQ, y0) V > Q e õrf{x0, y0) > Q .
âx 2 dy' \ dxdy / âxr

3) f(x . y) não tem nem máximo nem mínimo, se

d7(*o, yo) â*f(x0, y0) I c?V(x0, y0) V Q<


d r1 dy3 V dx dy )

4) Se W l* 9' yp) ( yp) V ..


dx* dy8 V dxdy /

pode ou não existir extremo (neste caso. o estudo deve ser mais
detalhado).
Demonstração — Escrevamos a fórmula de Taylor para a função
/ (x. y). limitando-se às derivadas de segunda ordem [fórmula (6),
§ 16]. Façamos ,
a = t 0, b = {/0, z = xa + Ax, y = y0 -f Ay.
Temos, então:

/ ( x , + Ax. y, + A.,) = /<x«„ y.) + a /(Jo - tf,) A r + Ay +


dx dy

M . Ax* + 2 * L Ax Ay +
dx* dx dy

+ ' ^ - Ay1] + a o (A p )3.

em que A/j = ]x Ax* Ay-, e o0 tende para zero, quando Ap -» 0.


Por hipótese
d/fo». tfo) = 0 d/(*n. yo) _ 0>
dx ’ dy
Por conseguinte.
A/ = / (x0 + Ax, y0 -f Ay) — / (x®, y0) =

= i - [ ^ . A x * + 2 - ^ - A x A y + - ^ A y ’ l + o ,,(A p )5. (1)


2! I dx* dxdy dy J

Designemos, respectivamente por A, B. C. os valores tomados no


ponto M 0 ( x 9, >’<,) pelas derivadas parciais da segunda ordem:

[ÍL\
V dx* / V 0
„ A ; ( J 3L )
\ d x d y / .v 0
= B ; (4 )
V d y /Ar#
- c.

Designemos por ? o ângulo formado pelo segmento A/«Af, cm


que A/ é o ponto de coordenadas M (x0 + Ax, y0 -f Ay), c o eixo Ox;
então, . . . .
A x=A pcos<p; Ay = Apsen<p.

Substituindo estas expressões na fórmula (1), temos:

Sf = ~ (Ap)2 [A cos2 (p -f 2B cos <p sen (p -f C sen* <p -f 2a0 Ap].

Suponhamos que A -/*=0.


Multipliquemos e dividamos por A a expressão entre parêntesis;
temos:
A/ = l(A p ): X

(, 1 cos rç. + b sen <r)4 -f- («4C — £ 2) sen* <p . « .


-----------------j------------------b ZOo Ap

Consideremos, separadamente, os quatro casos possíveis.


I ) Seja AC — fl* > 0. A < 0. .Temos, então, no numerador da
fracção a soma de duas quantidades não negativas. Elas não sc anulam

ao mesmo tempo, visto que a primeira se anula para tg e

a segunda para sen <f = 0.


Se A < 0. a fracção é igual a um número negativo, não nulo.
Designemo-lo por — m‘ \então.

A/ = j (Ap)s [— m2 -f 2 a 0 Ap],

em que m não depende de Ap. a 0Ap 0, para Ap 0.


Por conseguinte, para Ap. suficientemente pequeno, ter-se-á:

A /< 0
ou
/ ( x 0 -f Ax, i/o-f A y ) - / ( x 0l y0) < 0 .

Mas então, para todos os pontos (Xj *f a x , y0 *f A>) suficiento-


mente vizinhos do ponto (x„, y0) terá lugar « desigualdade

/ (xo 4- Ax, tjo -f A y) C f (x0, y0),

o que quer dizer que no ponto ÍJtu. y9) a função /(x . y) admite um
máximo.
2» Seja A C - B- > Ü. A > 0. Obtém-se. raciocinando da mesma
maneira, que:

A / = j (Ap)21m2 + Ap]

ou
/(xo Ax, t/o -f- Ay) J/o).

isto é, que a função / U . >) admite um mínimo no ponlo (xn. y„).


3') Seja A C — B- < Ü. A > 0. Neste caso. a função não tem
nem máximo nem mínimo. A função cresce, quando sc afasta do
ponto (Xo. >o). segundo certas direcções, e decresce. segundo outras
direcções. Com efeito, se se desloca ao longo do raio y = 0, tem-se:
1
a função crcscc quando sc desiocu ao longo deste raio. Sc se desloca

ao longo do raio $=■<?* ^onde tgcf0 — tem-se. quando A > 0:

A / = i-(Ap)3 sen»«pó-f 2oc0ApJ < 0 ;

A função decresce quando se desloca ao longo deste raio.


3") Seja AC — B < 0. A < 0. A função não admite, neste caso,
‘nem nem mínimo.
m á x im o
O estudo detalhado é feito da mesma maneira que no caso 3',
3"') Seja A C - B < 0. A = 0.
Então. B -£() e pode-se escrever a igualdade (2) sob a forma:

A/ = y (Ap)1[sdn <p( 2B cos ç -f-C sen q>) -f 2a© Ap].


Quando c é suficientemente pequeno, a expressão entre parêntesis
conserva o seu sinal, visto que ela é vizinha dc 2 B , logo o factor
sen muda de sinal conforme <p é maior ou menor que zero (depois
de ter escolhido ? > ü e <? < 0. pode-se tomar f, suficientemente
pequeno para que 2<r0 não influa no sinal da expressão entre parên­
tesis) Por conseguinte, neste caso. igualmente A/ muda 0 seu sinal
para diferentes ?. isto ó, para diferentes A.v e Ay. Logo. a função não
apresenta nem máximo nem mínimo neste ponto.
Pode-se, então, qualquer que seja o sinal de A, enunciar a
preposição seguinte:
Se AC — B • < 0 no ponto U<„ >„). a função não admite extremo
neste ponto. A superfície que representa graficamente esta função
pode. então, por exemplo, ter na vizinhança deste ponto a forma
de lima sela (ver mais acima, fig. I8í>). Diz-se. em casos semelhantes,
que a função tem um minimo neste ponto
4) Seja A C B 1 = 0. Neste caso. as fórmulas (2) e (3) não
nos dão nenhuma indicação sobre o sinal de A/. Por exemplo, se
A 0. tem-se:

A/ - \ (AP)» [ ± + 2oo AP];

para »> = arc tg f o sinal de a/ é determinado pelo sinal dc

2«u. Deve-se. então, empreender um estudo especial (por exemplo,


tomando da fórmula de Taylor. um número mais elevado de termos,
ou por um outro processo). Demonstrámos, assim, inteiramente o
teorema 2.
Exemplo — 3. Estudar o* máximos c mínimos da fuuçflo
s = ** — xy + y* -+• 3x — 2y -{- 1.
Resolução — 1. Determinemos os pontos críticos:

£ = - ' + 2> '- 2-


Resolvendo o sistema de equações
2 x -y -f-3 = 0 . |
— x + 2y—2=»0, I
achamos:

r = - -4 : . y -*
3 3
2. Calculemos os valores das derivadas parciais de segunda urdem, no

ponto crítico ( — e estabeleçamos a natureza deste ponto critico:

■ Ó^Z . „ iflz f/2 ;


.-I — —2 : R- — 1• c_ •» .
dx2 “ • °

.-ir— 7jí« —2-2 — (— 1)2 = 3 > 0 .

Por conseguinte, no ponto [ — — ; -1- ] a função tem um m ín im o que


. . . \ 3 AJ
6 igual a

3 3
l
*"5
Exem plo — 4. Estudar os máximos e mínimos da função
x - x2 — f — 3xv,
R esolução— I. Determinemos o* pontos críticos, utilizando as condições
necessárias para a existência dum extremo:
dz
= 3i S- 3í' = » • 1

Obtemos os dois pontos críticos:


x, — 1, i/t — 1 e xj o 0, p , - 0,
2. Calculemos as derivadas parciais de segunda ordem:
**s c 0 õ*: „
5 Í5 - 81- 5 íã í“ -3, ãj> = 6 !'-
3. Estudemos a natureza do primeiro ponto crítico:

• • H £ 0 „ r 9: c (< > ^ s )„ r‘_3 ; c = (^ 5 ),- i= S :


y~| V=t K-»
,/• fri 36— 9 - 27 > 0 ; .4>Ü.
Por conseguinte, a função admite um m inim o no ponto (1, 1); o valor
da funçSo neste ponto é:
4. Estudemos a natureza do segundo ponto crítico X í3 (0, 0):
y l* U ; i? = — 3; C = 0;
A C — tf* = — 9 < 0 .
Por conseguinte, o segundo ponto crítico náo é, nem um m ioim o
nem um m áximo (minimax).

E x e m p lo - 5. Determinar três números positivos, cuja soma ê igual a


um número positivo a c cujo produto c máximo.

Resolução - Designemos, respectivamente, estes três números por x, y. e


a — x — y. O seu produto 4, e n tio , iguai a
u = x -y (a — x — y ).
Por hipótese. j; > 0, y > 0, u — x — y > 0, isto ê, x 4* >• < a, u > 0.
Por conseguinte, x c y to n u m valores pertencentes ao dom inio lim itado pelas
rectas .x = 0, y = 0, r 4- >• = o.
Calculemos as derivadas 'parciais da funçáo u:

Igualando estas derivadas a zero, obtêm-se o sistema de equações:

y (a — 2 x — j r ) = 0 ; x (a — 2 j — J f)= 0 .

Resolvendo este sistema, obtêm-se os pontos críticos:


'i= 0 , y i= 0 , M t (0, 0);
t 2= 0, vz—a, -Vf3(0, u);
* j= « . 1^=0, M3(a, 0);

Os três primeiros pontos estáo situados sobre a fronteira e o últim o


no interior d o dom ínio. A funçSo u ê positiva no interior d o dom ínio e
anul.vsc sobre a fronteira; por conseguinte, a funçáo u admite um m áxim o

no ponlo (é o único exiremo no interior do triângulo). O valor

m áx im o do produto i , pois:

l-studemos a natureza dos pontos críticos íservindo-nos das condições


«uficientcs da existência dum extremo). Calculemos as derivadas parciais dc
segunda ordem da funçáo u:
tfiu <f*u
Por conseguinte, no ponio M , nâo há nem m áxim o nem minim o. No
•J'-1!! tflu à*u
ponto A /, (0, a), le m o i A = - 2a\ B = - --- “ — o; C ~ — x = 0;
2 tjj* dx dy </y*

A C — B * = — a i< 0 .
Por conseguinte, no ponto M , nâo há nem m áxim o nrm m ínim o. No
ponto M l (a, 0), tem oi > 4 = 0 ; B = — u: C — — 2a:

A C — ti* — a '< 0 .
N o ponto M j n5o há. igualmente, nem m áxim o nem m inim o. Temos no

" ‘ ( f '• T ) a =~T- 0 - T : c— T :


,4C- B » ~ - Ç > 0 ; A<0.
Por conseguinte, a funçáo admite um m áxim o no ponto M 4.

Nota — A leoria dos máximos c dos mínimos das funções de


várias variáveis está na base dum método para obter as fórmulas
que permitem representar as dependências funcionais segundo os dados
experimentais. Esta questão «Estabelecimento duma dependência fun­
cional a partir dos dados experimentai?» pelo método do» mínimos
quadrado*» ei»tá exposta no Anexo, no fim do I volume.

§ 18. M á x im o s e m ín im o s d a s fu n ç õ e s d e v á r ia s v a r iá v e is
s u b m e tid a s a c e r t a s c o n d iç õ e s (m á x im o s e m ín im o s lig a d o s )

Muitas vezes o problema da determinação dos maiores e dos


mencres valores duma função resume-se na procura dos máximos
e dos mínimos duma funçáo de várias variáveis que não são indepen­
dentes. mas ligadas entre si por certas condições suplementares (por
exemplo, sujeitos a verificar certas equações).
Consideremos, por exemplo, o seguinte problema. Pede-se para
fabricar uma caixa paralelipipédica de volume máximo com uma folha
de chapa metálica dc superfície 2o
Designemos, respectivamente, o comprimento, a largura e a
altura da caixa por x, y, z. O problema resume-se. por conseguinte,
na procura do máximo da função
v = xyz,

cm que x, y, z verificam a condição 2 xy -f 2xz + 2yz = 2a.


Estamos, pois, cm presença do problema da procura dos extre­
mos ligados (*): as variáveis .r. y. z estão ligadas pela relação

(•) Por oposição ao extremo usuaJ que ve chama tam bém extremo livre.
Ixy + 2jkz H 2yz = 2a. Vamos considerar neste parágrafo os métodos
de resolução dos problemas deste gênero.
Consideremos primeiramente o problema de um extremo ligado
duma função de duas variáveis quando elas não estão ligadas entre
si a não ser por uma só condição.
Seja calcular os máximos e os minimos da função

u = f(x , y), (1)

em que x e y estão ligados pela equação


<P(x, y) = 0. (2)
A condição (2) implica que só tuna das variáveis x e y é inde­
pendente, por exemplo, x. pois y é. então, determinado a partir da
igualdade (2) como função de x. Se sc resolve a equação (2) cm
relação a y. c se sc substitui na igualdade (1) a expressão encontrada
para y, u será função duma só variável x e o problema será assim
reduzido ao estudo do máximo c do minimo duma função duma só
variável independente x.
Mas pode-se resolver o problema posto sem que seja necessário
resolver a equação Í2) em relação a x ou a y. A derivada de u cm
relação a x deve-se anular para os valores de x onde a função u
é susceptível de admitir um máximo ou um minimo.
Calculemos — a partir de (1). sabendo que v é uma funçáo de x:
dx
du ^ df dy
dx dx dy dx
Por conseguinte, nos pontos dc extremo

1 L + * L * L = 0. (3 )
dx dy dx
Obtém-se a igualdade (2):

i i í L o . ( 4)
dx dy dx

Esta equação é satisfeita para todos os x e >* que verificam a


equação (2) (ver § I I . Cap. V III).
Multipliquemos todos os termos da igualdade (4) por um coefi­
ciente indeterminado A e juntemo-los aos termos correspondentes da
igualdade (3). Obtemos

V dx ày dx ) \dx dy dx )
OU

Esta igualdade tem lugar para todos os pontos em que houver


um extremo. Escolhamos A de maneira que para os valores de x e >•
onde a função u apresenta um extremo, o segundo parêntesis da
igualdade (5) se anule (*)

J L + i4 .a
dy dy

Mas. então, para estes valores dc x e de y resulta da igual­


dade (5) que

^ - + X * t = 0.
dx dx
Assim, nos pontos do extremo as três equações

dx dx

(6)
- £ + j i *L = o.
dy dy
? ( x . y) = 0

a três incógnitas x, y, A são verificadas. A resolução destas equações


dá-nos as incógnitas x, y. e A que apenas desempenharam um papel
auxiliar e de que já não teremos necessidade.
ê claro que as equações (6) são as condições necessárias para
a existência dum extremo ligado, isto é. em todo o ponto de extremo
as equações (6) são verificadas. O recíproco não é verdadeiro porque
a função pode não ter extremo ligado para os valores correspondentes
de .r. y e A tirados das equações (6). É-sc. pois levado a empreender
um estudo detalhado da natureza do ponto critico. Resolvendo pro­
blemas concretos, pode-se, por vezes, determinar a natureza do ponto
crítico segundo c próprio carácter do problema. Notemos que os
primeires membro* das equações (6) são as derivadas parciais em
relação à* variáveis x. y. A da função
F (x, y, >0 = / (x, y) -f (x, y). (7)

<•) Para fixar ideias, suporemos que no» críticos


Assim, para obter os valores de x e y que verificam a condi­
ção (2) para os quais a função « = / (* , >•) admite um máximo ou
um minimo ligado, é preciso formar a função auxiliar (7), igualar
a zero as suas derivadas parciais em relação a x. y. A e determinar
as incógnitas x. y (bem como o factor auxiliar A) das trés equações (ó)
assim obtidas. Este método pode ser facilmente generalizado à deter­
minação dos extremos ligados duma função dum número qualquer
dc variáveis.
Seja determinar os máximos e os mínimos da função u — f (*,.
x2........ xn) dc n variáveis xu x3........ xn sujeitas a verificar as m
equações (rn < n):

*h(*|. *2..........*n) = 0,
<*>
Çm (■*!* • • *i ^n) = 0.

Para encontrar os valores dc xx, x2........ xn susceptíveis de dar


máximos ou minimos ligados desta função, deve-se formar a função
auxiliar
F (Tj, Tj, . . . » xn, Xj, . . . , Xm) = / (X|, . . . , j -,,) -f~

+ * i9 i (xn • • •• **) + K V i (* i. • • -1 *») + • • •


-• • 4* (Zj, . . xn),

as suas derivadas parciais cm relação

J L 4- ?*! <*Pi - f . . • 4* Ó<fm


= 0,
dxx dxx àx,

<V àfm = 0.
-j- Àj - f . . -4"
dxt âxt (9)

J L “h 4*-. • 4“ = 0
dxn 0xn âxn .
e determinar rn 4- n equações (8) e (9) x,. x3....... .rn e as incógnitas
auxiliares A,........ A*,. Tal como para uma função de duas variáveis.
a questão dc saber se aos valores encontrados das variáveis cor­
responde verdadeiramente um máximo ou um m inim o da função ou
sc esta ultima não admite extremo neste ponto fica sem resposta
no caso geral. Esta questão será resolvida com o auxilio dc consi­
derações particulares decorrentes de cada problema concreto.
E x e m p lo — I. Voltemos ao problema considerado no começo dcslc pará­
grafo: achar o m áxim o da funçSo
v = xyz

te as variáveis t. v c estão sujeitas a verificar a relaçio

xy -f xz + yz — a = 0 (x > 0, y > 0, z > 0). ( 10)

Form im os a função auxiliar


F (x, 1/, k ) ^ x y z -f X (xy + xz yz — o).

Calculemos as suas derivadas parciais c igualemo-las a zero:

O pro blám j reduz-se. pois, ã resolução do sistema das quatro equa­


ções 1 11.i c < lh j quatro incógnita' l.t, s. ; e X). Para resolver este sistema
do equações, multipliqucmo-» u primeira equação de ( l l l por .r. a segunda
por 4 terceira por ; e juntemos as expressões assim obtidas. Servindo-nos

Visto que > y c i. segundo a natureza do problema, são diferente*


dc zero, dcduz-.se destas equações, que

Das duas primeirjx equações, obtemos » = da segunda e da terceira.

> = z. Mas, então, resulta da equação MCI. v = y = z

Obtivemos, assim, o único Nistema dc valores das variáveis x. y, c z.


para os quais a funçSo c susceptível dc ter um m áxim o ou um minimo.
Pode-se d e m o s tra r que rste ponto i . precisamente, um ponto máximo.
Isto resulta, igualmente, de c e iu s considerações geométricas (sendo as con­
dições do problema la u , que o volume da caixa não pos>a scr infinitamente
grande: deve ser, por conseguinte, m áximo para certos valores das dimensões
dos lados).
O volume da caixa c. pois, m áximo quando ela tem a forma dum

Exem plo — 2. Determinar o valor m áximo da raiz índice n do produto


dos números x ,, x «, . sc a soma destes números for igual a um número
dado a. Pode-w. pois. pôr o problema da maneira seguinte: pede-se para
«i -----------
determinar o m áxim o da funçáo u = i x, . . x „ . sc as variáveis x,, ... x n
forem sujeitas a verilicar .« relação

*1 + * 2 + - - - 4 - x „ — a = * 0 (12)
(x f > 0 , x2 > U ......... x n > 0).

Formemos a função auxiliar

t ( x i ......... x/M Â) ) x , . . . x „ - v X (x , — x 2 + '* • - f x n — a )*

Calculemos as derivadas parciais

/■;,-- - *** ■■** ,- X — -X ^ O cm ------ «>:/„


•*i // W -l II X,
U| . . . *,.) "

/' * — —— - A - U OU u= — n \ z 2,
*2 n X;

r • • ' -----N r ü -~nXjrnr ^


Xn " x„

Resulta destas últimas igualdade*

J-i - x= - . . . = ,n.

e cm virtude da equação (12), obtemo»

, t~ * 2 = --- *» = “n •

A natureza do problema dita-nos que neste ponto critico a fu n ç lo

> Xt . . . * n apresenta um m áxim o igual a — .


fi
Por conseguinte, todo o sistema de número5 positivos xv xt , x^, que
verificam a relação x, + x.t + .. + xn = a, satisfaz a desigualdade

K X i-..x n < — (13)

^ sendo — o maior valor desta funçüo j Substituindo na desigualdade (13)

a pala sua expressão tirada da igualdade 112), obtém-se:

y x,x2 . . . x„ ^ . (14)

Esta desigualdade tem lugar para todos os números positivos x,, x v ..., x„.
O p rim a ro msm bro da desigualdade (14) chama-se média geométrica desses
números. Assim, a média geométrica dum núm ero finito de números posi­
tivos n3n é superior ii média aritmética desses números
§ 19. P o n to s s in g u la r e s d u m a c u r v a

Emprega-sc. igualmente, as derivadas parciais para o estudo das


curvas.
Seja
F (x , y) = 0
a equação duma curva.
O valor do coeficiente angular da tangente à curva é dado pela
fórmula
dF
dy __ _ dx
dx õF_
Oy
(ver 5 11. Cap. V III).

Se pelo menos uma das derivadas parciais e — não se


' d x d y
anula no ponto dado M (x, y) tomado sobre a curva, a quantidade ^
dx
ou — é. então, bem determinada. A curva F (x . v) = 0. tem.
dy
pois. neste ponto, uma tangente bem determinada. Diz-se, então, cm
casos semelhantes, que M (x. >’) é um ponto simples da curva.
Se pelo contrário o ponto A#b(xu. vu) é tal. que:

(íL.-° • (ÍL-*
Va V* U-Un

o coeficiente angular da tangente é indeterminado.

Dejinição — Chama-se pomo singular duma curva F (x. ) ) = 0


dF dF
ao ponto M„ (x.„ >„). onde as derivadas parciais — e — sc anulam.
ax oy
Resulta da definição que os pontos singulares são definidos pelo sistema
de equações

^ = 0; — = 0; — =0.
dx dy

É evidente, que todas as curvas não têm. necessariamente, pontos


singulares. Por exemplo, para a elipse
temos, evidentemente,
r., . x\ y ' . dF 2x OF 2y .
F (* , ^ = 1 + - - 1 ; — = — ; — = tt- ;
a- /> a dy 6

As derivadas e— não sc anulam a não ser no ponto x = 0.


dx <ty
y ~ 0. que não pertencem à elipse. Por conseguinte, a elipse não tem
pontos singulares.
Sem empreender um estudo detalhado do comportamento duma
curva na vizinhança dos pontos singulares, limitar-nos-emos a con­
siderar alguns exemplos de curvas que tém pontos singulares.
E x e m p lo - I. Estudar os pontos singulares da curva
yt _ z (X _ a)i = o (a > 0).
Resolução — N o caso dado F i x, y) = y- - x ( x —o}* c. por conseqüência,

-íí-=(x-a)(a_3x);
Resolvendo o sistema das três equações:

f(x.„)=0, £ - 0. if=0.
obtemos:
'o — o, f/o = 0-

O ponto M n (a. 0 ) é . por conseguinte, um pom o singular.


Estudemos o comportamento da curva na vizinhança do ponto singular
c construamos esta curva.
Escrevamos esta equação sob a forma

V =± (*— a) Y x .
Vê-se. desta fórm ula, que a curva. I) não c definida a nSo ser para
x > C; 2» 6 simétrica cm relação ao eixo Ox\ 3) corta o eixo O x nos pon­
tos (0. GO s 0). Este últim o ponto e um ponto singular.
Consideremos, primeiramente, a pane da curva correspondente aos valores
positivos:
y = (x — a) 1 /7 .

Calculemos as derivadas de y de primeira e da segunda ordem em


relação a .r: ..
y> Ã
J~ ± , •
2V i '

Para x — 0. tem-se y’ = « . Por conseguinte, a curva 6 tangente ao


a
eixo Oy na origem das coordenadas. Para x = . tem-se y' = 0. y " > 0,
, . a
isto 6, que a função y apresenta um m inim o para x = -=■
2a ./ T 3
V3" t K ? •
Sobre o segmentõ 0 < x < a. tem-se y < 0; para x > JL , y‘ > 0; quando
3
x y i, y —* x . Para x = a. >•' = V T , u to c, o ramo da curva y = + (.r — a)
\ T tem por tangente no ponto singular M n (a, ü) a recta

y - V a ( x — a).
O segundo ram o da curva y — — (a — a ) v T sendo simétrica da primeira
em relação ao ejxo Ox, a curva tem, por conseguinte, um a segunda tangente
no ponto singular, definida pela equação

y = — V ã (x — a).
A curva passa dua* vc/cs pelo ponto singular. U m ponto que apresenta
uma tal particularidade chama-se ponto duplo. A curva considerada está repre­
sentada na figura 187.

E xem plo — 2. Estudar os pontos singulares da curva (parábola semicúbica)


y* _ ^ = o.
Resolução — Determina-se as coordenadas dos pontos singulares a p a n ir
do sistema de equações:

y* — Xa = 0; 3x* *= 0 ; 2y = 0.
D a i resulta que o ponto M a (0. 0) é um ponto singular.
Ponhamos a equação considerada sob a forma

V=5± V *».
Para construir esta curva procedemos <!a maneira seguinte: estudamos
primeiramente o ram o da curva correspondente aos valores positivos; o ramo
correspondente ao sinal menos não exige um estudo particular, visto que, ele
é simétrico do pn m riro ram o em relação ao eixo Ox.
A fu n ç lo y apenas 6 definida para x > 0, <*la i n5o negativa e cresce
com x.
Calculemos a» derivadas primeira e segunda da íu n ç io y = V **•

• ^ *1/—. . 3 1
4 V Z '
P a r a x = 0. tem-se y = ü, y' = 0. Por conseguinte, o rumo considerado
da curva tem por tangente na origem das coordenadas a rccta y = 0. O segundo
ram o da curva y = — \r x í passa igualmente pela origem d a i coordenadas e
tem tam bém por tangente nesse ponto a recta y = 0. Por conseguinte, os
dois ramos da curva passam pela origem das coordenadas, y têm um a mesma
tangente e estâo dispostas simetricamente dum e doutro lado desta tangente.
U m ponto singular desta espécie chama-se ponto de reversão de primeira
espteie (fig. 188).

N o t a - Pode-se -considerar a. curva y* — x* = 0 como um caso limite


da curva y* — .t (;r - <j>j = 0 (considerado no exemplo 1), para a - * 0, isto é,
quando o arco se contrai até ser reduzido a um só ponto.

Exem plo — 3. Estudar a curva

(y - x * ) * — x* = 0 .
Resolução — Dcterminam-se os pontos singulares a partir do sistema de
equações
(y — x * ) — 't x * — 0 ; 2 {y — x») = ft.

Este sistema tem um a solução única: x = 0. y = 0. A origem das


coordenadas é. por conseguinte, um ponto singular.
Ponham os a equação considerada sob a forma

y~.r* ±
D a i resulta que x 4 susceptível de tomar todos os valores compreendido*
tntre 0 e + «.
Calculemos as denvadas primeira e segunda:

» '= 2 * ± - f V i* ; l/^ 2 ± ^ V 7 .

Estudemos, separadamente, os ramos da curva que correspondem respec­


tivamente ao sinal mais c ao sinal menos do radical. Nos dois casos, para
x = 0. temos y = 0. y' = 0. Por conseguinte, o eixo O x 6 uma tangente para
os dois ramos Ja curva.
Consideremos, primeiramente, o ramo
y — x*-l y j s .

Q u a nd o x cresce de 0 a * , > cresce de 0 a w.


O segundo ram o
y = x 2— V xÃ

corta o eixo O x nos pontos (0, 0) e (1, 0).


" lfl
A função y = x* — V ** apresenta um m áxim o para x = —‘ . Para
x -+ + * . y - * — * .
Os dois ramos da curva passam pela origem das coordenadas; elas
tôm um a tangente com um e estfio dispostas do mesmo la d o da tangente
na vizinhança do ponto de tangência. U m tal ponto singular chama-se ponto
de reversão de segunda espécie. O gráfico da função considerada está repre­
sentado na figura 189.

Exem plo — 4. Estudar a curva

yt — x 4 -f- j* = 0 .
Resolução — A origem das coordenadas é um ponto singular. Para estudar
& variação da curva na vizinhança desie ponto singular ponham os a equaçáo
da curva sob a forma
V — ± x * V l — xa.

A curva é simétrica em relaçáo aos eixos das coordenadas, visto que


na equação da curva apenas entram potências pares das variáveis e, por

conseguinte, basta estudar a curva para os valores positivos dc x e y. Resulta


desta últim a equaçáo que x varia de 0 a 1, isto é, 0 < x < J.
Calculemos a derivada do ramo da curva cuja equaçáo é
y = -rx* V 1— xa :
x (2 - 3 x » )
*
Para x = 0. tem-se y = 0, y' = 0. A curva é, pois, tangente ao eixo O x
na origem das coordenadas Para x = I, y = 0. y ' = * ; por conseguinte, no
ponto ( I , 0) a tangente & curva é paralela ao eixo Oy. A lém disso, a funçáo

admite um m áxim o para x =■ (fitf- 100).

N a ongem (no ponto singular) os dois ramos da curva sáo tangemos.


Um ponto singular deste gênero chama-se ponto de tangência.

Exem plo — 5. Estudar a curva


f/* — x* (x — 1) = 0.
R eioluçâo — O» pontos singulares sfto determinados a partir do sistema
de equações:
y*- x2(* - 0 - 0 ; - 3r* + 2 * «= 0. 2V «= 0.

Eate sistema admite para solução x = 0. y = 0. O ponto (0. 0) é, por


conseguinte, um ponto singular da curva. Ponham os a equação da curva sob
a forma
y = ± * y * — 1.
Ê evidente que x pode tomar todos os valores compreendidos entre I e » ,
bem como o valor zero (neste caso y = 0).

Estudemos o ramo da curva correspondente ao sinal mais do radical.


Q u a nd o x cresce de 1 a y cresce de 0 a oo. A derivada de y é

9>r~ * * ~ 2
2 •

Para i = l , tem-se y* * oo. A tangente i curva no ponto (1, 0) é. pois,


paralela ao eixo Oy.
O segundo ram o da curva (correspondente ao sinal menos do radical)
é simétrico ao prim eiro cm relação ao eixo Ox.
As coordenadas do ponto (0. 0) verificam a equação da curva, mas
nenhum ou:ro ponto da sua vizinhança pertencem à curva (fig. 191).
Neste caso, chama-se a um ponto singular deste genero ponto isolado da curva.

E xcrcicios

Calcular as derivadas parciais das funções seguintes:

1. - x - sen3 i j . Resp. — 2x sen* y ; = * 2sen*2y.

2. z * '. Resp. ^ = y l z 'J * ~ X \ — * v t -2y L o g x.


du
3. u "* + '* . Rc'P. — -- ' »5 ; »* ••* •
ds dy ~dT
r-2:ex3~u2^*Z.
u— s -~ x y - Resp. —
,,jc V * * 4 -y‘ i -*
dz y 0: 3
j- ^ a r c l % {s y ). Resp
dx 1 — x2y* 1 ôtj I -r-s^yi

6. r — arc tg — . R cjp. -1^-— ---- -— ; JLl . --- í --- ,


* x dx x * 4 -y* * dy x*-f-y2

7. : Log V * + Z ~ _ L , Rcip. * = . .•» 2-


V x * -ry2+ x ^ í V - ^ + í2

* , * ,T _ J L ,V .fc —e .
dx ij dy y* y* d; V
d: 1 *
». ; a rc sen(.r y ). Resp.
<,x V l-(*+í)*
/ y* d: y* d: —y
1U. :
ur<:'« V 3cnr-
xa + f * • r « p- 7/
dx xV x^-y* ’ " 1/ V ^ = - ^ •

C alcular os diferenciai* totais das funções seguintes:


11. : _ i - -f-Xy2 4 *cn y- Resp. d ; = (2x -|-y*) dx (2xy 4 CCW y) dy.

12. ; I.o g (x y ). Resp. =. ~ ~ .

1 3 .; í v* L^ . Resp. ih 2 t xt v* *(x d x - y dy).

M. u tg (3 x — y) ’ 6V *. Re»p. du — --- ------- - -j ( ----- 5- ^ —


* 1 cos* (3x — y) COS* (3 x -

— *" Log G j d;i (’t,J ' : I.og (i d:.

T y ds — x dy
IÕ. 1 r ;irc *'•" — . Resp. d ir -
* ....... .......... I v I y y * —i*
IG. Calcular / ; (2. 3) e (2. 3), te / (r. y ) xt . r 9 3. Kesp f ’x (U. 3 )— 4#
/ ; (2. 3) 27.

17. Calcular df ( r . </) par* s I, y (I; ds y , dy -j- , se / (s . u) —


l x* y*. Re*p. ^ .

Determina»' para pequenos valores absoluto» da» variáveis x. y, z uma


tufinula aproximada para as expressões

IK- I ,1 íú f R‘ ’P '

Rc' p 1 j
20. Calcular 4— c 4—. 86 ; = u 4- h — x 2 — sen y. y= L o g (x -4- y).
üz ou
ài „ n \ àz 1
Resp. —— 2-r -f2/’ ----- *,—— — c o s y i - 2 ^ — ;-----.
dx z \V ' dy * x - fy

21. Calcular r^ - , se ; ^ L . , m = — cosx; ü — cosx. Rcsp. — ■=


dx V H-v dz

2cosi ~

22. Calcular 4“ c — t *e . . ^ - 2 »’, u = senx, i>— x a -j-y2. Rcsp. “ =


dx wy ox

_*«->«> (cosx — 6x 3 ); ( o — 2 2y) = — 4ycu " * B.

Calcular a* derivadas totais das funções seguintes: ^


23. arc sen (n t>) ; u=scnxcosa; rosx scn a. Resp. — I.

si 2 * n - | < r ^ a < 2 h + ~ - - 1. sc 2 * n + - J < x + a < ( 2 * 4 -

(iKi íu — ; ) du
24. »• --- , . - ; y «senx;: cos x. R e s p .- j— = « r "x sen x.
a* — 1 ax

2Ti. : l,o g ( l — x 4) ; x- V xn D; — — 2lg0.

C alcular as derivada» das funções implícitas dc x dadas pelas equações:

x'2 o* „ du 6* x
20. i - J . - f - — I 0. Resp. ------ r — .
fc* dz a* tf

r- ** y3 I R<.*n - Ò* JL
* <j* b* dx rt2 y

* •» * - — ^

x2 yi :2 a: ds D di C*x d:
30.
>a2 Ü r+ T r^ “ lcuhr -57 ' 37' — '05? ’ Tif
c*y
6*: *
íAc <hr «. tte cos2 air du1
3 1 . «1 - 0 t f « » ü; C alcular ^ c — . Resp — — í —

sen 2au»

3 2 . :* — — V y '2— mostrar que x2 — ---- -?----— .


x r dx y dy ::

33. y ^ ( ~ ) • mostrar que x -f y qualquer que seja n funçSo

denvivel F.
Calcular as derivadas parciais du segunda ordem:

3«. „ * - < * , + * » . Re,p - ^ = 6 x - 8í ;

3 5 . 2 =rf-TL o g y -f- 'en y Log x. Resp. c * Lojr y — — ~ u.


Ox- " ' àx Oy y
. COs y d'*z e*
~ T ~ ' l f i % = ~ ~ y * ~ ' Cn >J L o * J '

30. M ostrar que s e u = ^ — 1 -— .então, H H L f 4 ^ - | — ^ - ^ 0 .


y jT y i^ z * Ox* dy- oza

x2|/i . ú -z , í:
37. Mostrar que se ; =----- . então. x — - i y ----— = 2 .
^ x -- y 0x 2 oxúy dz

38. M ostrar que se ; = Lo g (x 2 y4), então. ~~0.

d*z d*s
39. Mostrar que sc : = <p (y- f a x) -r ^ (y — o x ), então. <*a t t - 0 quais-
oy dx•
quer que sejam a» funções arbitrárias <». e } deriváveis até i segunda ordem.
-40. Calcular a derivad.» da funçáo c = 3x* — xy + y4 no ponto M { \ , 2)
segundo uma direcção form ando um Angulo de 60" com o clxo Ox.

R e »p.5- h— Y ± .

41. Calcular a derivada da funçSo i = 5xa — "ix — v — I no ponto M (2, I)


segundo a direcção da recta que une este ponlo ao ponto JV (5. 5),
Resp. 9.4.
42. C alcular 3 derivada da funçáo /i.x, yt »egundo as direcções l» da bis-

sectri/ do ângulo das courdenada* Ox\ Revp _L_ ( 1L 2) do eixo


df \dx dy)
dos x ncgativo>. Re»p. — - - .
9x ( 2 4 \
4 3 . / (* . y) = x3 -r 3x* + 4xy -f yz Mostrar que no ponlo St ^ ;J- . 3 ] *
derivada 6 igual a /cro segundo qualquer direcçáo («função estacionária»;.
44. Determinar en:re os triângulos que tem um mesmo perímetro 2p aquele
cuja superfície 4 maior. Re%p <) triângulo cquilátero
45. Determinar cnire o» paralelepipedos lectãngulos dc dada irea S aquele

cujo volume c m aior Resp. ü cubo de aresta j/ -g-.


46. Calcular a dislãncia enire duas rectas do espaço de equações

*— 1 y z x y z V 2
t ~~2 T•T T T ’
hstudar o m áxim o e o m ín im o das funções

/,7. : — z 3ya (a — x — y). Resp. ; 6 m áxim o ouia x _ - £ - ; y = ~ .


2 o
''(S. : = x* -f Xy -f-y* -f- -f . Resp. z 6 m ínim o para x = y = -—L - . .
W. : « n / - i sen >J ’ sen (x ,-y) ( 0 < x < C ~ ; 0 < t / < - ^ - ) ; R e s p . c é m áxim o

para x y = - j- .

50. r sen x sen ?/ vrii 'x-i i/) (O ; x. < n ; 0 C jr •'0- Rcsp. c é m áximo
n
oara x = y = -g-.

Obter os pontos singulares das seguintes curvas, estudar a naiurcza desses


pontos singulares e form ar a equaçáo das tangentes nesses pontos:
51. x3 4- v3 — 3axy 0. Rcsp. A/„ (0, 0) é um ponto m últiplo; equações das
tangentes: x = 0, y = 0.
52. .1 V = -r4 ( ° 2 — x*). Rcsp. A origem é um ponto de tangência. Tangente
dupla y1 =» O.
Xa
53. [/“ . Resp. A/u (0, 0| é u m ponto dc reversão dc primeira espécie;

yJ = 0 é a equação da tangente
54. (/* - x: (;1 — x2). Rcsp. Aí„ (0, 0) c um ponto m últiplo; equações das tangen­
tes; y = — 3x.
55. X* — 2az?y — «xy* — a*x* ‘ 0. Resp. M „ (0. 0) é um ponto de reversão de
segunda espécie; y'1 = 0 é a equação da tangente dupla.
5G. y* (fl* -f Xa) = x* (a* — x*). Re>p. A/„ (0, 0) c um ponto m últiplo; equações
dw langcnlcs: y - 2: x.
57. ftax* -f- a*y* — xsj/*. Resp. Aí., (0. 0) c um ponto isolado.
58. M ostrar que a origem das coordenadas c um ponto terminal para a
curva y — x Log x c que neste ponto o eixo Oy é tangente ã curva.
59. M ostrar que a origem das coordenadas é um ponto m últiplo da curva

y— As tangentes neste ponto são: à direita > =0, à esquerda

H - e*
V= x.
A P L IC A Ç Õ E S D O C A L C U L O D IF E R E N C IA L
N A G E O M E T R IA IK ) E S P A Ç O

§ 1. E q u a çã o du m a cu rva no espaço
ConsiJcremos o vector OA r unindo a origem das coorde­
nadas a um ponto variável A (x . y. z) (fig. 192). Este vector chama-se
raio vector.
Exprimamos este vector com o auxilio das suas projecções sobre
os eixos coordenados:
/* = r i -f y j -J- zk. (D

Suponhamos que as projecções do vector r são funções dum


certo parâmetro t:

(1") F ig. 192

Q uando t varia, as coordenadas .r. y , z variam e o ponto A,


extremidade do raio vector r , descreve no espaço uma determinada
curva que sc chama ix/ngrafo do vector = r f í ) . As equações (I')
e d " ) chamam-se tquuções vectúriais duma curva no espaço ou curva
empenada. As equações (2) chamam-se equações paramétricas duma
curva empenada. A cada valor de /. estas quações fazem corresponder
valores bem determinados das coordenadas x, y. : dum ccrto ponto
da curva.
Nota — Pode-se igualmente definir uma curva empenada como
>endo o lugar geométrico dos pontos de interseção de duas superfícies.
A curva pode, pois. ser definida pelas duas equações destas superfícies:
Por exemplo, as equações

X*-\- (/*-{- 2a = 4, z= i
são as equações dum círculo no espaço, sendo esse circulo definido
como a intersecção dum a esfera e dum plano (fig. 193).
Um a curva empenada pode, então, ser expressa quer pelas equa­
ções paramétricas (2). quer pelas duas equações das superfícies (3).

Fig. 193

Passa-se das curvas paramétricas às curvas expressas pela inter-


secção de duas superfícies eliminando o parâmetro t das equações (2):
obtém-se. então, duas equações ligando x, y e z. Inversamente, se
se põe x = <t (/) (cm que » (/) é uma função arbitrária) e sc se exprime
>• e ^ em função de t a partár das equações

y* z ] = o ,
efectua-se a passagem das curvas expressas pela intersecção de superfícies
às curvas definidas paramèlricamentc.

Exem plo — I. Sejam

r = 4r — 1, y = dt, * í -j- 2

as equações paramétricas dum a recta. E lim inando o parâmetro t, deduzimos


as equações de dois planos. Por exemplo, subtraindo sucessivamente da pri*
m rira equação a segunda e a terceira, tem-se x — y — z = — 3. Subtraindo
da primeira a terceira, multiplicada previamente por quatro, tem-se x — 4z =
= — 9. A recta dada é, pois, a curva definida pela intersecção dos dois planos

x — y — *4- 3 = 0 e x — 4x 4 - 9 = 0 .
Exem plo — 2. Consideremos um cilindro recto dc revolução dc raiç a,
cujo eixo coincide com o eixo Oz (fig. 194). Enrolemos à volta do cilindro
um triângulo rectângulo flexível C ./IC , dc m odo que o vértice A do triângulo
coincide com o ponto dc encontro da geratnz do cilindro c do eixo Ox, e
que o lado AC\ se enrola sobre a secção deste cilindro situado no plano Oxy.
A hipotenusa determina, então. sobre o cilindro um a curva cham ada hélice.
Designemos por x. y. r as coordenadas dum ponto variável M da
hélice e por t o ângulo A O P (ver fig. 194j. Então,

í * a cos í , r/ — a sen r, x PM = A P tç 0,
cm que jj^designa o ângulo agudo do triângulo C ,A C . Notem os que A P = at.
porque A P e o arco dc circunferência dc raio a correspondente ao ângulo
ao centro t. Designando tgO por m, obtém-se as equações paramétricas da hélice
x = a cos t. 1/ =» a sen /, : = tim l

(cm que / é o parâmetro), ou sob a forma vcctorial

r = f o c o s f f Ja sen t ■ k n m t.
Elimina-te o parâmetro i das equações paramétricas da hélice, elevando
as duas primeiras equações ao quadrado c. juntando-as, obtém-se x2 + ys = a*.

Fig m

ê precisamente a equação do cilindro sobre o qual está traçada a hélice.


Em seguida, d ividindo termo a termo a segunda equação pela primeira e
substituindo na relação obtida t pela sua expressão tirada da terceira equação,
obtém-se a equação dum a outra superfície sobre a qual está traçada a hélice:

Ela chama-se helicôide com plano director. Pode-se considera-la como


gerada por uma semi-recta paralela ao plano Oxy de extremidade, situada
sobre o eixo Oz. quando esta semi-recta gira com um a velocidade angular
constante cm volta do eixo Oz e que cia se desloque para cima com uma
velocidade constante, de m odo que a sua extremidade permaneça constante­
mente sobre o eixo Oz- A hélice é definida pela intercepção do cilindro e
da superfície helicoidal. Eis porque, se pode defini-la pelas duas equações:
§ 2. L im it e e d e r iv a d a d u m a fu n ç ã o v e e t o r ia l d u m a v a r iá v e l
e s c a la r in d e p e n d e n te . E q u a ç ã o d a ta n g e n t e a u m a c u r v a .
E q u a ç ã o d o p la n o n o r m a l
Voltemos às. fórmulas (I') e (1") do prcccdentc parágrafo:

#.= <p(0í +iM/) j +X(*)*


ou
r= * r(t).

E m gerul, quando t varia, a grandeza c a direcção do vector r

variam igualmente. Diz-sc, então, que r é uma função veetorial da


variável escalar independente r. Suponhamos que
lim cf {/) = <fu, lim i f ( 0 = t|0, lim / (/) = 55».
t -t e
Diz*se. enlão. que o vector **o = <Po* 4- + y ^ 'é o limite do
vector r — r (t) e escreve-sc. (fig. 195):

lim r (/) = r 0.
o
Daí resulta as igualdades evidentes:

lim |r (/) — r 01=


t-*t0

= limV|v(0 —VoF+hMO—*hP-Hx(0 -XoP=°


c

lim |r(/)| = | r0|.


Passemos agora a noção Je derivada duma função vectorial duma
variável escalar indeoendente

'•CO — «r*< 0 / 4- *< 0 .y + x<0A% (1)

supondo que a origem do vector r (t) coincide com a origem das


coordenadas. Sabemos que a equação (1) é a equação vectorial duma
curva empenada.
Escolhamos um valor de i que corresponde a um determinado
ponto M da curva e dêmos a t um crescimento m \ temos, então,
o vector
»• (í 4 - A/) = <p(í 4- AO / 4 - 1 (/ 4- A í) j 4 - r (t + A í) a-,

que determina sobre .1 curva um ponto M x <fig 169). Calculemos o


o crescimento do vector

A r = r (í + At) - r (/) = |q (t + At) - <f (t)J í +

4- [yf (t 4- AO - * (Oi J 4- [x V 4- AO - % (0] Ar.

hste crescimento está representado na figura 1% pelo vector


A/A/i — Al* (í),em queO A f = v (t), OM% = r {/4- A/) Consideremos

o quociente i f ) do crescimento da função vectorial pelo crescimento



escalar independente; é, evidentemente, um vector colinear ao vector
A/* (0 visto que se obtém multiplicando A r (/) pelo factor escalar -L .
At
Podemos pôr este vector sob a forma:

A r <0 = < p (/4 - A 0 ~ y (0 { , * { t 4- AQ - » (Q ,


Aí Aí Aí

/ í í 4 . A í) — x (í)
+ Ã T A
Se as derivadas das funções «P (0 , ^ (í), X (0 existem para o
valor escolhido de t. os coeficientes de i . J , A* tenderão, respectivamente,
para cp' (í), (í), (í) quando M - » 0 .

Por conseguinte, neste caso o limite existe quando a/ -> 0


• é igual ao vector <j>' (í) i 4 - 1|>' (í) j 4- y/ (í) A-:

u m 4 ^ * * ® < P ( * M 4 - ^ '( * ) i + X '( 0 A-


Chama-se ao vector definido por esta úilima igualdade derivada
do vector r { t) em relação à variável estalar t. Designa-se a derivada
dv
pelo símbolo ou /•'.
Assim.

~ -= r '=* <p' (0 i + tf' (/) J x (0 * (2)


ai
ou

É L ^ i + ÉLJ + ± k. (2-)
dt dt dt

dv
Vejamos qual é a direcção do vector .
dt
Quando M -* Ü. o ponto M : tende para o ponto M : a direcção
da secante M M . coincide no limite com a da tangente. Por conse-

quência. o vector derivado — está orientado segundo a tangente à


dr
curva no ponto M. O comprimento do vector é dado pela

fórmula (*)

dr
VWWT + W m r + h W - (3)
dt

Os resultados obtidos permitem escrever facilmente a equação


da tangente à curva

r = x i -|- y J -f zk

no ponto M (x, y, z): basta recordar-se que r = <p (/), y = y (f),


s --- X (0 .
A equação da recta que passa pelo ponto M (x. y, z) é

X — x_ Y — y_ Z —z
m n p
em que X. Y. / são as coordenadas, do ponto variável da recta
e m. n. p quantidades proporcionais aos cossenos directores desta recta
(isto é. às projecções do vector unitário da recta).

I*) Suporemo* que nos ponto» considcradoi ^ - yrj -p 0.


Por outro lado, estabelecemos que o vector

ÉL = É L i + *L j +
dt dt dt • dt

está orientado segundo a tangente. Eis porque as projecções deste


vector são números proporcionais aos cossenos directores da tangente
e. por conseguinte, aos números m. n, p. A equação da tangente será.
então,
X - x _ Y - y _ Z - z t)
dx dy_ dz_
dt dt dt

Exem plo — I. Escrever ia equação da tangente a • hélice

x — o cos t , y— a ícd t, := a m t

para / qualquer e para t —

Resolução.

dx du dt
~ rr — — a se n /, —r~ = a íoS l , —— = am.
dt dt dt

Temos, segundo a fórm ula (4):

X — acost Y — ú sen t _ Z — amt


— a sen t a cos t am

Em particular, encontramos para t = ~

T yf *yz •»
2 2

Do mesmo modo que para uma curva plana, chama-se normal


a uma curva empenada num dado ponto, à recta perpendicular ã
tangente e que pas^a pelo ponto de tangencia. Existe, evidentemente,
uma infinidade de normais em cada ponto duma curva empenada.
Todas estas normais estão situadas no plano perpendicular a tangente
à curva. Chama-se a este plano plano normal.
Deduzimos a equação do plano normal partindo da sua definição
no que respeita ao plano perpendicular à tangente (4):

È L { X - x ) + ^ - { Y - y ) + ^ - I Z - z ) = 0. (5 )
dt dt dt
Exem plo — 2. Form ar a equaçSo do piano norm al ã hélice no ponto

correspondente a o valor / = — do parâmetro.

Resolução U tilizando os resultados do exemplo (1) e a fórm ula (5>,


tem-»e:

Estabeleçamos agora a equação Ja tangente c do plano normal


a uma curva empenaJa. no caso duma curva expressa pelas equações:

!/, 3) = 0, (D , (ar, y , z) = 0. 6
( )
Exprimamos as coordenadas x. y. z desta curva em função dum
parâmetro arbitrário /:

(7)
Suporemos que <( (/), (<)♦ X (OsSo funções deriváveis de t.
Substituindo na equação (6) as expressões de x, y, z em função
de l para os pontos da curva, obtemos duas iJcntidadcs era t:

® ít<P(‘). (í). x (0 ] = 0, (8a)

® .I'P (< ), >M<). x W ] = 0. (8b)


Derivando as identidades (8a) e (8b) em relação a t, obtemos:

à*bx dx_ , #!>! dy &X>x dz


0,
àx dt dy dt dz dt
(0)
dx Da dy 0d>2 dz
0.
dx dt dy dt dz dt

Resulta destas equações que:

dx d O j âd>2 f r lj àO t *L d O { 0Q>2 dW j d d s

rh_ õj dz dz dy % dt dz dx dx dz
dz dz c^Dj cKD, #D , OOt
fÜ Blíííí? _
dt òx dy ày dx dt àx ày ày àx

Suposemos. aqui. que a expressão

^ l }a __6^ )» f q
dx ày dy dx
mas pode-se demonstrar que as formulas definitivas (11) e (12) (ver
mais abaixo) são igualmente válidas no caso em que esta expressão
é igual a zero. c que pelo menos um dos determinantes que figuram
nesias fórmulas é diferente de zero.
Resulta desta igualdade (10):
dx dz
dt dt ~dt
à(.I), rXD; ô<T>, ^I>i # D , âd>2 â<t)l âdK
títj dz dz ây õz âx âx âz âx ây ây âx

Por conseguinte, podemos, em virtude da fórmula (4), pôr


equação da tangente sob a forma
X - x Y - y Z - z _______
c A t> a < X l> , r v O , ó K t ) ;, (A P i â<T>2 ^ I> x d*\K o4>, cXl1;
ây õz Oz dy âz âx âx âz âx ây ây âx

ou. servindo-noN dos determinantes.


X -x y-y Z—z
(I ! )
<XI>, âd)x tXl», *I>, rXj), C*í*|
ây âz àz àx àx ây
|cjWl>2 f)<I>2

A equação do plano normal é. então.

(XI), cXI>! 6)0,


ày âz âz âx âx ây
(V-i) 4- ( Y - y ) + <Z-z) 0 . (12)
õ<lK âd). rXl), í}(X»2 â<l\ âd>7
ây âz âz dx âx ây

Estas fórmulas são válidas quando pelo menos um dos deter­


minantes é diferente dc zero. Se num ponto da curva os trés deter­
minantes
dtP, âfVj a o , âd>l ett), OO,
ây âz âz âx àx dy
Õ<lK rKl»;. c*>, âO t
ây âz âz âx âx ày
r
>e anulam simuhánamente. o ponto considerado chama-se x>nío sin­
gular da curva empenada. A curva pode nâo ter tangente neste ponto,
do mesmo como nos pontos singulares dum a curva plana (ver § 19.
Cap. V III).

Z x i-m p lo — * Achar a equação da tangente e do plano norm al à


curva definida pela mier\ccç5o da esfera x2 + yz + zi — 4r- c do cilindro
,t! + = 2r> no ponto M •. ; l '£) (fitr. I!)7).

Resolução,
*J*i (-»*, V. í) = -rl r !/ * + :í -
y. *)^- 2a-fy3— 2ry,

Os valores da\ derivadas no ponto M -Ao, rcípcctivãmente:

- '^L = 2r V ã
nt OIJ 117
<m>z
0.
ox oy o: ~~
cquaç&o da tangente t:

X — r Y—r z - ry i
0 1 /2 — 1

equação do plano normal é

*1/2 0 - r ) - ( Z - r \ /2 )- 0 .
§ 3. R e gras de derivação dos veetores (funções vectoriais)

Definimos a derivada do vcctor

= + + (D
pela relação
r ( f ) = - 9 ’ ( 0 * + * '( < ) J + X #(*)*> (2)

Resulta imediatamenie desta definição que as principais regras


de derivação das funções são válidas igualmente para os veetores.
Estabeleceremos aqui as fórmulas dc derivação da soma e do produto
escalar de veetores, e limitar-nos-emos a enunciar as outras fórmulas
deixando ao leitor o cuidado de as demonstrar.
1. A derivada da stuna Je veetores è igual à sorna das deri­
vadas Jesses veetores.
Com efeito, sendo dados dois veetores

(3)
r(t) = <F, (0 / + (0 J + X* (0 A\ J
a sua soma é igual a

r , («)+ r,<r) = [*,(< )+ <h (<)]< +


+ ['f. (0 + 'h (<)] j + [Xi (0 + X» (0J *.
Por definição, a derivada do vcctor variável é:

d | r ,W + r , ( f)] » («p, (i) + ^ (t)f< +


dt

-i- h', (o+ tt <orj + fxi (o+ x«(t)j a-


ou
d[r,(t)J -r,(l)1 = [c,; (/) + + («)] J +
dt

+ [x; w + x.; w i * = [tí (o< + w j + x; <o * ] + k , w > +


J - ' M < ) J + X . ( 0 * ] = r ; + r ,.
Por conseguinte.
d £^i (0 + r,(/)] dr, . drs
lt ~ T t+ T t'
II. A derivada do produto escalar de dois veetores é JoJa
pela fórmula
d < r ,r t) rir, dr.
d i = di ' d i' 110
Com efeito, sc os vectores r x (t) e r 2 (/) são definidos pelas
fórmula* (3). o seu produto escalar é igual a
r x(<) r t (t) = <p,<r, + + XiX2-

Eis porque

- (rp ] = +ti*: +Wi +XiX*+XiXa=•

= (<ri<Ta 4 - M a + xíxa) + (< m í + W* + x r/.j) =


= (<pí< -f '\[j * f XÍA') ((T:/ + t s / + 7.2**) +
i
+ («Pi* + J - f Xi*> (? i< *1- t í i + X*7») = í*5 - f r i

O teorema está demonstrado.


Deduzimos da fórmula (II) um corolário duma grande impor­
tância.

Corolário — A derivada do vector unitário r (isto è, tal que


| e | = l) é perpendicular a este vector.

Demonstração— Se e é um vector unitário, então,


t»e = 1.

Derivemos, os dois membros desta igualdade, em relação a /:

Logo. o produto cscalar

dr
isto significa, justamente, que o vector 6 perpendicular ao vector e.
III Pode-se tirar u/n factor constante debaixo do sinal de
derivação:
IV A derivudu <Io produto vectorial dos vectores /•, e r ê
definida pela fórmula

d r.
d [rl X r j
—- X r. -.f í-, .x d-r n (IV
dl dt 3 dt

§ 4 . D e r iv a d a s , p r im e ir a e s e g u n d a , d u m v e c t o r e m
r e la ç ã o a o c o m p r im e n to d o a r c o . C u r v a t u r a d a c u r v a .
N o r m a l p rin c ip a l

O comprimento do arcot*) duma curva empenada .1/,»-1 — a é


definida da nicsma maneira que paia uma curva plana (fig. 198).
O comprimento do arco \ varia quando u ponlo variável A l.r. y. z)
se desloca ao longo .Ia cuiva: inversamente, quando .v varia, a.% coor­
denadas v. ' di' |H»nlo variável 4 d.i
curva, vai iam
Por conseguinte. podem-se considerar
as coordenadas v. y. c do ponlo variável A
da curva, como funções do coniprimento
do arco *:

*'■= •( M // = '!<*)• : — Z í.v).


Nestas equações paramétricas, o parâ­
metro é o comprimento do arco s.
O vector O I = r exprime-se da
seguinte maneira:
-:-\i<.v)./ -h/.<<;/.•
ou
Fig. 198
r = r(s), tJ)
isto é. o vector r é uma função do comprimento Jo arco s.
Elucidemos a significação geométrica da derivada {!J1 .
ds
Resulta da figura 198 as igualdades:

MoA = s , A B = As, M çB = s -f As,


ÕA = r (s), Õ R = r ( s + As),
Ãtí = A r = r (s -f As) — r (s),
Ar Ãfí
As AB

(a) Ver, definição do comprim ento do arco dum a curva plana. 9 I.


Cap. V I e § 3. Cap. X II.
dr . Xr
Vimos, no § 2. que o vector - lim — é dirigido segundo
íIS A f •► u *
a tangente à curva no ponto A no sentido dos s crescentes. Por outro
JF i
lado, temos a igualdade lim = 1 (o limite do quociente do
AB
comprimento da corda e do comprimento do arco subtendido (*). Por
conseguinte, é um vector unitário dirigido segundo a tangente.
ds
Designemo-lo por a :
dr
= 0 (2>

Se o vector r è dado pelas suas projecções:

r * = x t -f- y j -f- s/«\


então.
dx , d;/ dz
a = —— i -j— — ./ H— — /.*, (d)
ds ds ds
em que

vvthm+&)•-■
Consideremos, em seguida, a derivada segun d a —, da função
iir • •
vectorial /*, isto e. a derivada dc — - e demos a significação geo-
ds
métrica desta derivada segunda
Resulta da fórmula (2), que

tP r d f dr I do

ds' ds l dx J ds

Por conseguinte, devemos calcular l i m - ^ .


A .- .P A í _____

Segundo a figura 199. A B


\s, A L — <J, B K — a -f X a. Tra­
cemos do ponto B o vector B L X= o. Resulta do triângulo BKI^:
M = 777Tâ -4- rT77

l*i Demonstrámos esu igualdade para as curva* plana) no 5 1, Cap. VI.


Ela i igualmente verdadeira para ai curvas empenadas , (f) “ «f (0 *+ ♦ (*) J ~
y (í) tc. * as derivadas das funções <p (f). iji (/) e */ <0 íorem contínuas e
nJo sc anulem simultaneamente.
o -f- Ao = a -f- L XK.

Por conseguinte. L t K = Ao. Visto que o comprimento do vector


é constante.
|o| = |o -f Ao 1;

resulta que o triângulo OKI., é isósceles. O ângulo Av- no vértice deste


triângulo é o ângulo üe rotação da tangente ã curva quando se
passa do ponto A ao ponto li. Corresponde,
pois, ao crescimento do comprimento do arco
As. Resulta do triângulo DKL .:

A(p
L\K = |Ao |= lí (o sen — I =a 2 yen —1
2 | 2
(pois I o | - 1).
Dividamos ambos os membros da igual­
dade por As:

Atr Ao>
sen _ 1 *cn — -
Ao 2 2 Aq;
9
As As A(p As

Passemos ao limite nos dois membros desta igualdade, fazendo


tender As para zero. À esquerda, obtemos:

Ao da
lim
As ds
Além disso.

A(f
sen
li III = i,
Arp
T
Aip
visto que consideramos curvas para as quais o limite lim
As
existe e que. por conseguinte, a? -> 0 quando As -* 0. Assim, temos,
depois da passagem ao limite.

da A<p
= lim
ds A*-*0 As
Chama-sc curvatura média do arco AB da curva considerada
ao quociente do Angulo de rotação Jta da tangenie. quando sc passa
do ponto A ao ponto B, ao valor absoluto do comprimento As do
arco AB.
A<r 1
curvatura média =
As I
O limite da curvatura média quando as -* 0 chama-se c u rv a tu ra
da curva no ponto A c designa-se pela letra K.

lim I I.
• ií- M i I As I

I do
Mas. então, resulta da igualdade (4) que J ^ - À', isto é. O

comprimento da derivada cm relação ao comprimento do arco do


vector unitário (*) da tangente e igual à curvatura da curva neste
ritx
ponto. O vector o sendu um vector unitário, a derivada — é-lhe
ds
perpendicular ^ver § 3. Cap. IX . Corolário).

Assim, o vector í ° t dirigido, segundo a perpendicular ao vector


ds
da tangente, o seu comprimento é igual a curvatura nesse ponto.
Definição Chama-sc normal principal á curva, num dado ponto,
a uma recta que coincide com o suporte do vector — . Designa-se
ds
por n vector unitário desta direcção.
O comprimento do vector é igual ã c u ra tu ra K da curva.
ds
por conseguinte.
do
* = A“ -

A quantidade -A- chama-sc raio de curvaiura desta curva no


K *
ponto dado. e designa-se-la por R. isto é. ~ = fí. Pode-se. então,
A
escrever:
drr do >i
ds* ds R

(•) Recordemo* que a derivada dum vector é ainda um vector, de


maneira que tem cabimento o considerar-se o com prim ento desta derivada.
Resulta desta fórmula.

(6)
R* V dy )
Mas

(ís2 rfí* rfr

Por conseguinte,

t - vWR5M6?-
A fórmula (6') permite calcular a curvatura num ponto qualquer
duma dada curva pelas suas equações paramétricas. cujo parâmetro
é o comprimento do arco s (isto é. quando o raio vector do ponto
variável desta curva é uma função do comprimento do arco).
Consideremos o caso cm que o raio vector r é função dum
parâmetro qualquer t:
r = r ( t ) .

Neste caso. consideraremos j como uma função do parâmetro r.


O cálculo da curvatura é. então, efectuado da seguinte maneira’
d r _ d r ds_

~ d t~ ds dl ‘
Como

então.

Derivemos os dois membros desta igualdade c simplifiquemos


por 2; temos
d r (P r __ ds d?s
~dt ~ dF ~dt ~di} ’ (9)

( •) ESI3 ig u a ld a d e re su lta d c que lim ! j- . Mas. \r í a


I * I A .- 0 |A i|

corda q u e su b te n d e o arco dc comprimento As E i» porque tende para J.


As
quando A i —* 0.
Resulta. da fórmula (7):
dr dr 1
ds dt jds_
dt
Derivemos em relação a j os dois membros desta igualdade:

(Ps
rfV (P r 1 dr dt 2
ds3 dt* dt
([ adsYj
1

Substituindo a expressão encontrada por (L-H na fórmula (6).


dsa
temos:
tfs
(Pr dr dt2

/ drr V í ds V
(£)' "(f)‘
<Pr dr ds drs , / dr_ Y / tPs Y
\~dFJ \ l t ) dt1' dt dt dt- dt ) V dl- )

(íJ
Exprimindo, agora. e — a partir das fórmulas (8) e (9)
dl dt*
em função das derivadas de r (t), temos (*):

(fÇ ü Y f— Y - ( — — V
V dt* ) \ dt ) \ dt- dt )

{(£)')'
( 10)
>

(•) Transformamos o denominador da maneira seguinte.

(T ),- { (| - )T - í(T ),r-


NSu podemos escrever [ porque designa o quadrado

escalar do vcctor ~ e | J “ j 3 designa o cubo do número

A expressfio ^ j n5o tem sentido.


A fórmula (10) pode scr posta sob a forma (•):

dt' y

dt d l2 I
(11)

Estabelecemos, então, uma fórmula que permite o cálculo da cur­


vatura cm todo o ponto duma curva dada pelas equações paramétricas
dc parâmetro qualquer.
Sc. cm particular, a curva é plana c está situada no plano Oxy.
ela tem. para equações paramétricas:

* = < P (0 . V = ^ (0 , * = 0 .

Substituindo estas expressões de .r. y, z na fórmula (11). reen­


contramos a fórmula que exprime a curvatura duma curva plana, dada
pelas equações paramétricas. que tinhamos estabelecido anteriormente
(cf. Cap. VI):
K (0 I
íf íí ' ( í ) r H - i t ' ( o r } ,/*

Exemplo — Calcular a curvaiura da hélice


r ía cos l -f-Ju sen l -j kamt.
num ponlo qualquer.
Resolução.
dr
- — Ia sen f 4- cos/-i kam,
~dT
<Pr
— la c o s t — j a sen t,
dl*
i J k
dr
— n s in / a cos i am »cn t - ,/a2nj cos l -f kn-.
~dfX !U*
— n cos i — u \cn l 0
/ dr d*r \2
(~dTX ~dt* )
( ^ r ) 2“ *4n* f + °2co-
s2 *+ a2"‘3= « 2 (I |-tft2).

(•) UUlizamos a idenlidade


a *!)* — (aO )* = (a X b)*
que se verifica facilmente, pondo-a \ob a forma:
a*6* — (<iò cos ip)* —(ob sen<p)2.
Por conseguinte.

1 _ <r» (m> 4-D


tf: a* ( 1 + ” »*)* ’
donde
H-=a ( 14 -m2) const.
Concluím os, entáo, que o raio da curvatura da hélice i constante.

Nota — Pode-se sempre supor que uma curva plana está situada
no plano Oxy. (Basta cfectuar uma mudança de eixos de cooivicnadas.)

vcctor n está, igualmente, situado no plano Oxy. Uma conclusão


se impõe, então: a normal principal duma curva plana está situada
no plano da curva.

§ 5. P la n o o s c u la d o r. B in o m ia l. T o r ç ã o d u m a c u r v a e m p e n a d a

Definição — 1. Chama-se plano osculador a uma dada curva no


ponto A ao plano definido pela tangente à curva e à normal principal
nesse ponto.

F ig . 200 Fig. 201

ê evidente que o plano osculador a uma curva plana coincidc


com o plano dessa curva. Se a curva não é plana, os planos oscula-
dores. correspondentes a dois pontos P e da curva, formam entre
si um ângulo diedro Ouanto maior for m. mais a curva difere
dum a curva plana. Para ser mais preciso, introduzamos a definição
seguinte.

Definição — 2. Chama-se hinormal á normal à curva perpendi­


cular ao plano osculador.
Escolhamos, sobre a binormal, um vector unitário b e orientômo-lo
de m odo que os veetores 0 , n . b formem um triedro trirectângular
da mesma orientação que os veetores unitários i, J . k dos eixos das
coordenadas (fig. 200. 201).
Temos, em virtuje da definição dos produtos escalar e vectorial:

ft = o X « ; bb = i . (1)

Calculemos u derivada — hm virtude da fórmula (IV). §


ds
temos:
dh _ < U o _ x _ n ) _ do_ x M + g „ <lu_ (2)
ds ds ds ds

Mas — (ver § 4), eis porque


ds li
do 1
— x n = — n y. n = 0,
ds R
c a fórmula (2) pode ser posta sob a forma

dh ^ dn
— — a X — . (3 )
ds ds
Resulta da definição do produto vectorial que o veclor c
dh
perpendicular ao vector da tangente or. Por outro lado. é per­
us
pendiculur a b, visto que b è um vector unitário (ver § 3. Corolário)

Concluímos, então, que o vector «í perpendicular a o e a b,


ds
isto c. colinear ao vector n.

Designemos por L o comprimento do vector l— isto é.


/ ds'
façamos:

db
ds

então.
db 1 /»i
— = — M. (4)
ds T

Chama-sc a ~ torção da curva dada.


O ângulo diedro formado pelos planos osculadores cor­
respondente a dois pontos da curva, é igual ao ângulo fornmdo pela -
binormais.
Podemos, então, escrever uma fórmula análoga à fórmula (4) do
§ 4. Cap IX:
dh |i
-- = 11ni .
ds 1 a i**o 1A*|

Assim, a torção da curva no ponto A é igual, cm valor absoluto,


ao limite do quociente do ângulo /*. formado pelos planos osculadores
no ponto A e no ponto vi/inho B. pelo comprimento |às | do arco AB
quando às -* 0.
Se a curva é plana, o plano osculador não varia e. por conseguinte,
a torção é igual a zero.
Resulta da definição de torção que e*ta quantidade caracteriza,
o afastamento entre uma curva empenada c uma curva plana.
A quantidade / chama-se raio de lorçào da curva. Determinemos
a fórmula que dá a torção. Resulta das fórmulas (3) c (4):

dn
— n o
r ds

Multiplicando, escalarmente. os dois membros da igualdade


por n . temos:
I dn
— n h _= n
r ds

O segundo membro desta igualdade é o que se chama o pr

duto misto de três veetores n . a e -- . Sabe-se que este produto não


ds
varia pela permutação circular dos íactores. Como n n podemos
pór a última igualdade sob a forma

dn
= a -- x /#
T ds J
ou

1 dn
= r — O \ ll X -----
T [ ds

d-r
Mas. como n li , entao.
ds*
dn
= l1É L y \ fíÉ L
dV dK (Pr 1
n X
ds ds~ l dds-
i3 ds dr 1
(Pr dV dn \(Pr (Pr 1
H'
ds2 ds» ds ds1 ds2 1

o produto vcctorial dum vector por si próprio sendo igual a zero.

dV . dV
= 0.
' <fc*
Assim

»«x x —
ds dss dy1
dr
Verificando que <r = -r- e voltando ã igualdade (5). tem-se
ds

- !- = - /? * * i r fv x
(0)
r d* ds* ds3

Se /• é expresso cm função dum p a r â m e t r o arbitário t,


pode-se demonstrar (*). da mesma maneira que no parágrafo pre-

(*) Curn efeito.


< lr _ dr ds
dt ds dt

(*)
derivemos, uma vez mais, esta igualdade em relação a l :
d?r d tf dr \ds ds , dr (Ps d*r / di - dr rfi.ç
dt* \ ds ) dt dt ' ds
ds \ ds dr- ds2 4 d a d /

Derivemos dc novo • a relação obtida cm relaçSo a t:

d*r d / d-r \ds / dá \,2 2 .( d*r „0 ds d*s . d


ds dis d t dr \ds
dt d*>
~dt* ~ ~d T V“iP ~ J ~d T { dt ) ds* “ dt dt* ^ ds \ ~ d T ) ~di dü
dr d*s d*r d-r ds d*.f dr daí
ds ~dt* & Y - ds* dt dt* ds dt*
Form em os cm seguida o produto misto:
dr / d*r
d*i d*r \
~dT l"5T« * - 3 < r ) =
_ dr ds f r <Pr / ds \2 dr d*x "1
^ ds Ji U"d^l"5TÍ ~ÜT~dt* J
d*r / ds \3 j (Pr ds d*s dr d*s \
[ ds*\dt) ds* dt dt* ' ~3T~di*~J / *
Desenvolvamos este produto, segundo a regra de m ultiplicação dos p o li­
nómios. om itindo todos os termos nos quais entram, pelo menos, dois veetores
cedenie,
d r í d'r_ <Fr
dr_ d2r d*r dt l d t: dt3
ds dfí2 ds3
{(í)l
Substituindo esta expressão na fórmula (6) e substituindo R 1
pela sua expressão obtida da fórmula (11). § 4. obtemos, finalmente:

dr í drr (f r
/N
1 d t ' d ^
(7)
T [ dr w c/V
l/T "d/7

Esta fórmula permite-nos calcular a torção cm qualquer ponto


duma dada curva pelas suas equações paramétricas no caso dum
parâmetro arbitrário t.
Notemos que as fórmulas que exprimem as derivadas dos vectores
a. b, n são chamadas fórmulas dc Serret-Frenet:

da _ n db _ n dn a h
~ d s~ ~R' T' ds ~ R T
De entre cias. a última pode ser estabelecida como sc segue:

71 = h x a
dn d ( h X o) db da il n
— - = —------- - = ----X a 4- b X ----- = - X o - f f t X — =-
ds ds ds ds T R

1 1
= — n X o 4----- b X n ;
T R

idênticos (porque o produto misto de tró» vectores, em que dois s io idêntico»,


é igual a zero); obtemos:
dr / d*r _ (Pr \ dr / d'2r d3r \ / dt
"5T V“S T x ~dflm) ~dT ( x ds* ) \~dT) *
Verificando que

( £ ) 2-(4r)2. - ( * M ( * ) T
obtemos a igualdade procurada.
mas
n X a = —b; b X n = — o,

eis porque

ds T fí '

Exemplo- Calcular a torção da hélice


r —ta co3/-h/a*«nt + k a m t .
Resolução.

dr Ttflr 1 “ H«nl a cos t am


— a cos /— a sen 1 0 —a3m,
di Ll i *
<i »ent —a cos 1 0
rd r d*r -]*
< ~di* ' J — a <ver e x e m p lo do g 4).
Por comeguinte.

a«(lX w ») a (1-f-m»)
a8/n ~ m

$} 6. Plano tangente e normal a uma superfície

^ F ( x , y , *>— 0 (1)

a equação duma superfície.


Introduzamos as definições spguintes.

Definição — 1. Diz-*: que uma recta é tangente a uma superfície


num ponto P(x. v. z) se ela é tangente a uma curva qualquer traçada
sobre esta superfície e que passe por aquele ponto.
Visto que uma infinidade de curvas traçadas sobre a superfície
passa pelo ponto P (x. y. z), haverá igualmente neste ponto uma
infinidade dc tangentes a esta superfície.
Definamos os pontos simples e os pontos singulares duma super­
fície F (x. y. z) = 0.
Diz-sc que o ponto M é um ponto singular da superfície se
as três derivadas *lL Êf. se anulam, simultàneamente. neste ponto
dx Oy dz
ou se uma. pelo menos. das derivadas não existe nesse ponto.
í) ponto V/ diz-se ponto simples se as derivadas ~ ; ~ existem ^
Oz ox Oy
são continuas nesse ponto e se uma de entre elas. pelo menos, t
diferente de zero.
Enunciemos o teorema seguinte.
Teorema — Todas as rectas tangentes à superfície (1) no ponto
simples P pertencem a um mesmo plano.
Demonstração — Consideremos sobre a superfície uma curva * L
(fig. 202) que passa por um dado ponto P da superfície. Sejam
* = <p(í); y= z = x(t) (2)
as equações paramétricas desta curva.
A tangente a esta curva é. por definição,
uma tangente à superfície. As equações desta
tangente são
X —x _ Y — y Z — z
dx dy_ àz_
dt dt dt
Sc se substitui as expressões (2) na
equação (1). estu equação toma-se numa
identidade em relação a t, vistó que a curva (2) está traçada sobre
a superfície (1). Derivando esta identidade em relação a t, temos (•):

ÕF dx õf_dy^ df dz
= 0. (3)
dx dt dy dt ' dz dt

Consideremos, em seguida, os vectores .V e d r que passam pelo


ponto P: dt
dF
,V = — i + — J + — A- ('*)
dx dy dz

As projecções ~ , deste vector dependem das coorde­

nadas x. y. z do ponto P. Notemos que estas projecções não se


anulam simultâneamente no ponto P, visto que P é um ponlo simples.
Eis p o r q u e _____________________________

O vector
*1 _ * L l + ± J + ± k <r>)
dt dt dt dt

(•) Utilizamos uqui a regra dc derivação das funçCes compostas de


trí» variáveis. Esta regra c vâlidí no caso presente, visio que. as derivadas
dF 0F òF
parciais — , — , — s5o contínuas por hipótese.
dx dy ' à ;
é tangente à curva que passa pelo ponto P e traçada sobre a superfície.
Podem-se calcular as projecções deste vector a partir da equação (2).
dando ao parâmetro / o valor que corresponde ao ponto P. Calcule­
mos o produto escalar dos veetores JV c — ; ele é igual à soma dos
dt
produtos das projecções correspondentes:

. dr o F d.t dF dy ^ ó F dz
A
dt dx dt dy dt r)z dt
Em virtude da fórmula (3). o segundo membro desta expressão
é igual a zero e. por conseguinte.

, v ^ = o.
dt

Deduz-se desta igualdade que o


dv > Plano .
vector N é perpendicular ao vector — tangente
(XI
da tangente à curva (2) no ponto P.
A demonstração que acabamos de dar é
válida para toda a curva (2) que passa
pelo ponto P e traçada sobre a superfície. Fig. 203
Por conseguinte, todas as tangentes a esta
superfície no ponto P são perpendiculares a um mesmo vector A'
pertencem, pois. todas a um mesmo plano perpendicular ao vector N .
O teorema está demonstrado.

Definição — 2. O plano formado por todas as tangentes num


ponto P às curvas traçadas sobre uma superfície que passe por este
ponto chama-se plano tangente à superfície no ponto P (fig. 203).
Notemos que o plano tangente pode não existir se P é um
ponto singular da superfície. Em tais pontos, as rectas tangentes
à superfície podem não pertencer a um plano único. O vértice dum
cone. por exemplo, é um ponto singular e neste ponto as tangentes
à superfície não pertencem a um plano único (elas constituem preci­
samente a superfície cônica)
Formemos a equação do plano tangente à superfície (1) num
ponto simples. Sendo este plano perpendicular ao vector (4), a sua
equação é da forma

— (X - x) + — ( Y - y) + (Z - z) = 0.
dx dy dz

Sc a superfície é dada pela equação

z = f ( r , y) ou z — f(x , y) = 0,
entào.

ÕF _ df dP _ df dF x

<1x dx ’ ày dij àz

c a equação do plano tangente é

z - z = JL (x - x ) + ^- ( r - j) . (6')
àx ây
Nota — Se se fizer na fórmula (6') X — x = Ax; Y — y *= Ay,
tem-se

Z — z = — - A x-f — A*/;
<9x rty

o segundo membro é o diferencial total da função z = f (x. y). Por


conseguinte. Z — z = dz. Assim, o diferencial total de uma função
de duas variáveis no ponto M (x , >•), que corresponde aos crescimentos
ax e Ay das variáveis independentes x e y. é igual ao crescimento
correspondente da cota (z) do plano tangente á superfície que repre­
senta o gráfico dessa funçáo.

Definição 3. Chania-se normal à superfície (1) num ponto


P(x. y. z) à recta perpendicular ao plano tangente nesse ponto ífig. 203).
Formemos a equação da normal. Sendo esta orientada segundo o
vector X . a sua equaçào é
X — x_ Y —y Z —z
âF õF^ àF_
àx ày àz

Se a equaçào da superfície 6 z - f (x. >•) ou

- - / ( * . y) = 0,

a equação da normal será:

X —x Y-y Z-i
Ê L~ 1
àx ày
Nota — Suponhamos que a superfície F (x, y. z) = 0 é a super­
fície de nível para uma função de très variáveis u (x. y. z). isto é.

F ( x , y, x) = u (x , y, s) — C = U.
É evidente que o vector y , definido pela fórmula (4). dirigido
segundo a normal ã superfície dc nivel F = u (*, y, z) — C = 0, será

dz dy dz
isto é.

X = grad u.
Por isso mesmo demonstramos que o grudiante da função u (x, y. z)
é dirigido segundo a normal à superfície de nível que passa pelo
ponto dado.
Exem plo — Form ar a cquaçSo do plano tangente e a equaçüo da normal
à « f e r a x 1 + y* + :* = 14 no ponto P í t . 2, 3).

Resolução.
F ( x . y, = + — U := 0 ;

àx dy ds ’

para x = I, y = 2, z = 3, temos:
àF dF dF .
~ãx ' i r - 4 , " ã r " 6-
For conseguinte, a equação do plano tangente é:

2(x — 1)-M (y— 2)-fí»(s — 3) = 0


ou
* + 2 y - f 3z— 14=0.
A equaçfio da normal e:

•r — 1 _ y— 2 _ »— 3
2 4 6 ’
ou
*— 1 y— 2 x— 3
1 2 “ 3 •
E xercícios

Calcular a derivada dos veetores:

1. r = < c t g f- K > a r r t g l . Resp. r ' = - I+ - L -

2. # • = * < « - ' Lwg í. R e$p. r ' -— .

3. RefP. r ' = 2 í i + ^ —

4. A char o vcctor da tangente, a equaç3o da tangente e a equação do


plano norm al à curva r = t l - \ - t * j + t * k no ponto (3, 9, 27).

Resp. r ' = < + 6J-f-27fc ; a tangente é —-H Ü — J L ~ . = Í H ~ " • 0 piano

normal: x-}-6y-f 2 7 i= 7 8 6 .
5. Achar o vector da tangente, a equação da tangente e a equação do

plano normal à curva : r — l cos* — — ,/sen t |-A: sen 4? . Resp. #•’ —

— 4 * w ii / ; J COS / + ~ fc 008 *7 * a eq ua ç50 J a 1a n B€ n t e i

.V - c o - í ~ Y -lic n t Z - sen L
-------- - =----------- ^-=-------- — ; a equaçào do plano norm al é
— sen t cos/ t
cm* -j-

-(-A" sen f — } c w i — Z cos —-~ - x s e n f— y c u s / — s cos .c m q u c x .y , ;

são as coordenadas do ponto da curva por onde passa o plano normal

| isto é, x = c o « 2 4*- i r s e n f . sen-^-j .

U. A char a equação da tangente A curva j — t — « n t, y = \ — cos t,


t ^ __X
z — •'« sen-- e os cosenos directores desta tangente. Resp. ---- — =
2 sen A

Y -Y 0 Z -Z c
a = * e n l -y-; cosp— 4* “ ” *0 : cosv — coa-íp.
*0 *0 *
« « y ctg-y
7. Achar a equação do plano normal à curva : = r : — y5. >• = x na origem
das coordenadas. Indicaçõu. F.xprimir a curva com o auxílio dà4 equaçõe»
paramétricas. Resp, x + y = ü.

A char o , n . h no ponto t ~£ para j curva r l (cos r senJ 0 4-

- J s e n t ( I — cos /) — k cos t. Resp. a — (— í + . / + f c ) ; ^ ^ ,C'


1/3 y ü
l- 2 j± :ik
h—
V ü
Ú. Achar a equação da normal principal e da binorm al à curvii
/* t3 í* * * — Xn 11— Mn
x ~~\~; y = ~ T : Z = ~T ao ponto (' 0, *•’ Zq1 Rctp à ± 2 í0 ~ ~ T ^T =
i — Xq r — x0 y — j/Q _ s — s0
- 2 < J- /0 ’ » — 2Jq t i '
10. Determinar a equação do plano osculador à
curva y1 = x\ x 1 = : no ponto
M ( I, I. I). Resp 6.r - 8y - j + 3 = 0.
11. Determ inar o raio de curvatura da curva dada pelas equações x* + y 1 +
+ i ' - 4 = 0. x + > - z = 0. Resp K = 2.
(i -—f —t
12. Determinar o raio de torção da curva: r—i cos f -f / sen t + A :— ^— .

Reip. r = i í í ± í ^ - .
2 («‘ - e - ‘)
13. Determinar o raio dc curvatura c o raio de torção da curva rw a tfii-f

+ 2 1 * /. Resp. I ( l + 9í»), / j , r = o o .
l í . Dem onstrar que a curva r 6f<-J~et) i + ( a 2 <8 + V + Cá J + ( « 3 í2 -
-4-&3Í — C3) k é uma curva plana. Resp r * = 0, razSo porque a to rçio é
nula.
15. Determinar a curvatura c a torção d a curva x = et, y = c~l , z — l 1 /2 .

16. Determinar a curvatura e a torçáo da curva x e~l sen í ; l/— e~( c w t :

Ifc. Determinar a equaçfio da normal i superfície x1 - — 4i/a 2ca — 6 no ponto


(2. 2. 3). Resp. y - M * = lO I 3x — s — 3.
19. Determinar a equaçfio do plano tangente à superfície * = 2r*-f-4y* no ponto
M (2. 1. 12). Resp. 8 r - f 8 y - 2 = t 2 .
20. Traçar um plano tange ite superfície x* 4- 2 y* + z : = 1 de m odo que

seja paralelo ao plano — y - f 2 i = 0. Rcsp. x — y - f 2 : = ±


IN T E G R A L IN D E F IN I D O

§ 1. P rim itiv a e in te g ral in definido

Estudámos, no Capítulo 111, o problema seguinte: sendo dada


uma função F (x). achar a sua derivada, isto é, a função / (x) = F ' (x).
Neste capitulo, consideraremos o problema inverso: sendo dada
uma função /(x ). achar uma função F (x) tal. que a sua derivada
seja igual a / (x). isto é,

r (* )= /(* ).

Definição — I. Diz-se que a função F (x) é uma primitiva da


função f(x) sobre o segmento [a, 6], se em todo o ponto deste
segmento sc tiver a igualdade F' (.t) = / (x).

Exem plo — Determinar uma prim itiva da fu n ç io / (x ) = x*.


Verifica-se imediatamente, segundo a definiçio, que a prim itiva procurada

6 F (x ) = - í j - . C o m efeito, y = **.

Verifica-se facilmente que se a função f (x) admite uma primitiva,


esta última não é única. Assim, no exemplo precedente, teríamos
podido tomar como primitivas as funções seguintes: F (x) = t t + 1 :
X® X®
F (x) = — 7 ou mais geralmente. / ’ (x) = -f- C (cm que C é
uma constante arbitrária). Com efeito.

X*.

Por outro lado. pode-se demonstrar que uma primitiva qualquer

da função x* é. necessàriamente. da forma _ + C. Isso resulta do

teorema seguinte.

Teorema — Se F t (x) e Ft (x) são duas primitivas da função f (x)


sobre o segmento [a. b], a sua diferença é uma constante.
Demonstração— remos, em virtude da definição da primitiva:

* ;< * )- /< « ), i (1)


K (x ) = f(x), I
para qualquer x do segmento [a. òj.
Façamos
Fí (z )- F t (z) = <p{z). (2 )
Podemos, então, escrever, em virtude da igualdade (1):
F [ ( x ) - F : jx ) = f ( x ) - f ( x ) = 0
ou
<p’ (X) = [F, (x) - F t (x)Y - 0 ,
para todos os x pertencentes ai> segmento [a, 6]. Mas resulta da
igualdade ?' í.t) = 0 que f (x) é uma constante.
Com efeito, apliquemos o teorema de Lagrange (ver § 2, Cap. IV).
a função ? (x) que é contínua e derivável sobre o segmento [a, b).
Em virtude do teorema dc Lagrange. para todo o x arbitrário
do segmento [a. b), tem-se

<? (x) — <p(a) = (z - a) <[>'(£),


em que a < £ < .t.
Mas, visto que / (4) = 0, então,
então.
<p(z) — rp (fl) = 0
ou
< F (*) = <F( )• (3 )
Assim, a função ç (x) conserva, cm qualquer ponto do segmento
[«. b). o valor ç(a). Ela é. pois. constante sobre o segmento [a, />].
Designemos a constante y(«) por C. Resulta, então, das igual­
dades (2) c (3):
F l ( x ) - F 7(x) = C.

Resulta deste teorema que se conhecemos uma primitiva qual­


quer F (x) da função /(x). qualquer outra primitiva desta função
será da forma /■(x) -f C. cm que C é uma consatnte.

Definição — 2. Chama-se integral indefinido da função f (x) e

nota-se por j f [x) dx a toda a expressão da forma F (x ) + C, em


que F (x) é uma primitiva de f (x). Assim, por definição.
$ f ( x ) d x = F ( x ) + C,
r(* )= /tx ).

Mais. / (x) chama-se função sob o sinal soma ou função a integrar;


f (x) dx. expressão sob o sinal soma. e o sinal ^ . sinal de inte­
gração ou sinal «soma»
Assim, o imegral indefinido representa uma família de funções
y = / (x) + C.
Geometricamente, pode-se considerar o integral indefinido como
um conjunto íum a família) de curvas tais que sc passa <Je uma a outra
efectuando uma translação no sentido positivo ou negativo do eixo Oy.
Uma pergunta se põe naturalmente: toJa a função /(x ) possui
uma primitiva (c. por conseguinte, um integral indefinido)? A resposta
é negativa, mas todavia notemos, sem o demonstrar, que toda a função
f(x) continua sobre o segmento [</. b ] possui uma primitiva (e. por
conseguinte, um integral indefinido).
ü presente capítulo é consagrado a exposição dos diferentes
métodos que permitem determinar a primitiva (e. por conseguinte,
o integral indefinido) para certas classes de funções elementares.
O processo que permite encontrar a primitiva dc uma função / (x)
çhania-se integração da função / u )
Façamos a nota seguinte: no encontro Ja derivada que para
uma função elementar é sempre uma função elementar, a primitiva
dum a função elementar pode não se exprimir com o auxilio dum
número finito de funções elementares. Voltaremos, de resto, a esta
questão no fim deste capitulo.
Resulta da definição 2 que:
1. A derivada dum integral indefinido é igual ü função a inte­
grar, isto é, se F '(x ) = f(x). então
( í f(X) dx) = (F(x) + C )'* = f (x). (4)
Esta igualdade exprime que a Jerivada duma primitiva qualquer
é igual à função a integrar.
2. O diferencial dum integral indefinido é igual à expressão sob
o sinal de soma
d ( [ l( x ) d x ) = f ( x ) d x . (5)

Isto resulta da fórmula (4).


3. O integral indefinido do diferencial duma certa função é
igual à soma desta função e duma constante arbitrária
J dF{x) = F{x) + C.
É fácil verificar esta igualdade por derivação (o diferencial de
cada membro da igualdade é igual a dF (x)).
§ 2. Q u a d r o d e in t e g r a is

Antes de começar a exposição dos diferentes métodos dc inte­


gração. daremos uma lista das primitivas de certas funções elementares.
Este quadro pode ser obtido directamente a partir da dcíiniçào 2.
§ 1. Cap. X . e do quadro das derivadas (§ 15, Cap. 111). (É fácil
justificar todos os detalhes do quadro por derivação; isto é, pode-se
verificar que a derivada do membro direito é igual à função a integrar).

Í x
xa d x — -{- C (a — 1). (Aqui e nas fórmulas seguin-
a -f-1

tes, C designa uma constante arbitrária).

3. J sen x dx = — cos x -f- C.


4. ^ cos x dx = sen x -f- C.

7. S \.%xdx= — Loç|cosx| C.
8 $ ctgardlr = Log |sen r| 4- C.
9. J ex dz = ex + C.

,2-i
13. \— —=•*— arc seu x 4- í\
J Vi - x2
Vl -

1 3’. f — -^ r — = arc sen — 4~ f-


J Va-
W — - x*
i2 «

dx
14. = Log |x -f V x* i : a21 -f- C.
v T Z f

Nota — No quadro das derivadas (§ 15, Cap. III), as fórmulas


correspondentes às fórmulas 7. 8. 11', 12. 13' e 14 faltam. É todavia
fácil dc as justificar por derivação.
N o caso da fórmula 7. temos:

— sen x
( — L o k |c o s x |) = --------- = tíf-r,
cos x

por conseguinte, j x dx = — Log | cos x | -J- C.

No caso da fórmula 8.

(Log| sen x|)' = = ctgx ,


sen a:

por conseguinte. I|' clg x = Log | sen x | + C.

No caso da fórmula 12.

( 1 L o J ^ - í ^ l ) = ^ - ( L o g | f l -f x| - L o g jfl — x|]' =
V ia a — x !/ 2a

I 1 1
2a l a *1- x a —x V - x * ’

inte.
por conseguinte f d x - = 1 rI x>«
- « + * + C.
J a5 ~ xa 2i a —x

Notemos que esta última fórmula resulta igualmente dos resultados


gerais do § 9, Cap. X.
No caso da fórmula 14.

(Log| z + V j * ± a * |) ' =

1 1_______
= (i + - = ü = )
o* ' V x * ± a*' v 7 ± 7 a’

por conseguinte. 1 —_______ = Log |x -f- V x 3 ± a* |-f- C.


J Vx- ± a i
Lista fórmula resulta igualmente dos resultados gerais do § 11.
Fodcr-sc-ia justificar, duma maneira análoga, as fórmulas 11' e 13'.
Notemos, todavia, que elas são uma conseqüência imediata das fórmulas
II c 13 que estabeleceremos mais adiante (ver § 4. exemplos 3 e 4).

§ 3. A lg u m a s p r o p r ie d a d e s d o in t e g r a i in d e fin id o
Teorema — 1. O integral Indefinido da soma algébrica de duas
ou várias funções è igual à soma algébrica dos seus integrais

í f/i (•*•) 4- f: (*)] dx = J /, (x) dx + J /2(ar) dx. (1)


Derivemos os dois membros desta igualdade. Em virtude da
igualdade (4) do precedente parágrafo, podemos escrever:

(S líi (*) + l i (J-)Jd l )' = /i (*) + U (*).

(J /, (x) dx -f S /2 (x) dx)' =

= ( í /»(*) d x ) ' + (J U (*) àx)4= /, (x) + f t Cr).

Assim, a derivada do primeiro membro da igualdade (1) é igual


ã derivada do segundo membro, isto é. a derivada duma primitiva
qualquer do segundo membro é igual à derivada duma função arbi­
trária que figura ã direita. Resulta, dai. em virtude do teorema do § 1,
Capitulo X . que toda a função do primeiro membro da igualdade (1)
apenas difeie de qualquer função do segundo membro por uma cons­
tante. É neste caso que o sentido da igualdade (I) deve ser com­
preendido.

Teorema — 2. Pode-se retirar um factor constante de debaixo do


sinal soma, isto é. se a = const., então.
J a j (x) dx = a J / (x) dx (2)
Justifica-se esta igualdade derivando os dois membros:

(J a j (.i ) dx)' = a f (* ),
( « J / ( í ) dx)' = a (J / (a-) d r ) ' = a f ( x).
As derivadas destes dois membros são iguais; por conseguinte,
a diferença das funções que figuram á esquerda e à direita c constante.
A igualdade (2) deve ser compreendida neste sentido.
No decurso do cálculo dos integrais indefinidos, é, por vezes,
util recordar-se as regra* seguintes:
L Se
[ l i x ) d x = F ( x ) + C,
então,

í f(ax )d x = j F ( a x ) - f C .

Com efeito, derivando os dois membros d a igualdade (3). temos:


(3 )

d f ( a x ) d x ) = f(ajc),

^~ F (ax) j = j ( P ( o x ) ) x = ~ F (ax) a = F (ax) = / (ax).

As derivadas destes dois membros são iguais, c. q. d.


II. Se
5/<*)<& = / • < * ) + £ ,
então.
$ t ( i + b ) d x = F ( x + b ) + C. (4)
III. Se
J / ( x ) í / . r = /"( j ) + C ,
então.
^ I (ax -f- 6) dx = ~ F (ax -f- b) -f- C. (5 )

Dciuonstra-sc. igualmente, as igualdades (4) c (5). derivando os


dois membros.
Exem plo — I.

^ (2x3— 3 sen x - f5 V x ) d j = j 2x3 de —

— 3 sen r th -f- j 5 V * dx = 2 j x3 d x — 3 ^ *cn x dx ô ij x 2 dx =

-3-f-l ,2 + i . ia
------- 3 ( - f ü ! . / ) T 5 - ----- -f c ^ — X * ~ 3 C09X + — - X 1 / x + C .
1NTEGHAL INDEFINIDO 375

Exem plo — 2.

f (*??=•+ — * V *} ds—3 f z
' v z 2 yx '

i r _i - * “ l +l i “ l +! Í+ 1

J • - 4 -+* 2 - 4- h T+i

- fC = - jp ** + V x + ± x * 4
, x+ C.

Exem plo — 3.

í 7 1 7 3 ~ L o g | r- f- 3 1 4 C .

J
Exem plo — 4.
ros ~u â* = y sen 7x 4- C.

Exem plo ■- 5.

k o (2x — 0) dx = — cos (2x— 6) + C .

§ 4. In te g ra ç ão por m u d a n ça de variável

Seja calcular o integral


Sf { x ) d x ;
ainda que não saibamos calcular a primitiva da função / ( a ), sabemos
que ela existe.
Efectuemos neste integral a mudança de variável

*= ( 1)
em que <p(t ) é uma função contínua, bem como a sua derivada, e
admitindo uma função inversa. Enlão. dx = / (/) dt\ demonstremos
que neste caso a igualdade

ll{x)dx=$1 [<p(t)]v (*)<** (2)


é satisfeita.
Subentende-se aqui que a variável t será substituída depois da
integração do segundo membro pela sua expressão cm função de x
tirado de (I).
Para justificar a igualdade (2) neste sentido, basta mostrar que
as duas quantidades consideradas de que cada uma apenas é definida
a menos de uma constante arbitrária, têm a mesma derivada cm
relação a x. A derivada do primeiro membro é
( í f(x) dx)’x = j(x).
Derivemos o segundo membro em relação a a lendo em conta
que / é uma função de x. Resulta da igualdade (I) que ~ (t)
dt
c. cm virtude da regra dc derivação das funções inversas.

— = _ L_
dx <p’ (*) '

Temos, por conseguinte:

( j / 1<P (0 1 <f' ( 0 = Q / [<P ( 0 1 <F' ( 0 ■


— =

= /í<p(0] f (0~~r=f[<p (01=/(*)•


9 (0
As derivadas cm relação a .r dos dois membros da igualdade (2)
são pois iguais, c. q. d.
A função x - < f(t) deve ser escolhida de maneira que se saiba
calcular o integral indefinido que figura à direita da igualdade (2).

Nota — Ê. por vezes, preferível escolher a mudança de variável


sob a forma t = ? (.t) cm vez de x — } (/). Mostramo-lo num exemplo.
Proponhamo-nos calcular um integral da forma

J *(*)
Aqui é cômodo fazer

* (*) = t,
então.
1|>* (x) dx = dt,

Í
t|> (a) d x f dt
= J — = l o* I<I + C = L o8 |^( í )| + c .

Demos, como aplicação do que precede, alguns exemplos de


integração por mudança dc variáveis.

E x e m p lo — l. ^ Vsen x cos * dx = 7 Efectuemos a m udança da variá­

vel / = sen x\ entfio, dt = cos x dx e. por conseguinte. \ l sen x cos x dx —

± A ±
= j y i d i = j / 2d /= ^ L.+ c=--|*eo2x + c.
C x dx
E xem plo — 2. ^ — ? Façamos l= l- fx * ; enlão, d* = 2 x d x c

Í i t f p ^ t Í f = t L o * ! + c = i i . o g ( i - M «)+ c.

e « m p /» - j. | _ ± - j= .± . j -— ^ y ■ F* í“ > « « = 7 ■

, f dx i r adi i Ç dt 1 . #. _
d*~°dt, j _ _ í = = _ F j T T _? = _ j = -arctgl+C -

= 4 flrc tg-^- + C.
a a

Exem plo — A. I - *?*_ ~ ( — -p M = . Façamos í = — ; e n lio ,


<j

(supomos aqui que a > 0).

dx — adt , l* rfx - = — ( ■a , dl-- — f —7==s»»are sen *-fC«-arc sen -fC


• J y < i> -x * «* J y n n * j y i^ r * a
Demonstra-se. nos exemplos 3 c 4. as fórmulas 11' e 13' do
quadro dc integrais (ver mais acima. § 2).

Exem plo — S. ^ (L o g x )3 ~ = ? Façamos l = Lo g x ; e n tio , dt = ^ ;

\ ( L o g * ) » * = | “ ‘« = 4 •C ~ J (Logx)« + C.

Exem plo — 6. ~ ^x— = ? Façamos / = x * ; ent5o, dt — 2x dx, \ -?■'**■ —


j 1 --x* J l- * - r

- y f 7 X 7a = - f a rc tg r + C = -*-arc tg x * - f C.

O método dc integração por mudança de variáveis é um dos


métodos mais importantes do cálculo dos integrais indefinidos. Mesmo
quando empregamos um outro método, sucede muitas vezes que se
deve cfectuar uma mudança dc variáveis durante os cálculos inter­
mediários. O sucesso da integração depende frequentemente da nossa
habilidade em escolher a mudança de variável apropriada que sim­
plifique os cálculos. Eis porque o estudo dos métodos dc integração
se reduz â determinação da mudança de variáveis a cfectuar para
integrar uma dada função. O presente capitulo é consagrado, cm
grande parte, á resolução deste trabalho.
§ 5. I n t e g r a ç ã o d e c e r t a s e x p r e s s õ e s c o n te n d o
o tr in ó m io ax: + bx 4- c

I. Consideremos» o integral

dx
A - ax ' bx -f- c
Transformemos, primeiramente, o denominador pondo-o sob a
forma dc uma soma ou de uma diferença de ouadradoN

ax' -j-ftí + c = a ^ + - — =
l a a I

= a [x>+ 2 ± x + ( A ) , + i - - ( 2
y ’)-

=a[(x+á)í+(i-5)l=aK'+á)’±*‘]•
em q u e sc fe z

a 4 a"

Tomar-se-á o sinal mais ou o sinal menos. consoante o sinal do


primeiro membro da relação precedente seja positivo ou negativo,
isto é. consoante sejam as raízes do trinómio ax* + bx 4- c complexas
ou reais.
O integral /. pode, pois. ser posto sob a forma

dx
r . f * _ i f
1 J ax' -f- bx - f c a J

Efectuemos uma mudança de variável fazendo

x + £- = t. dx = dt.
Ia
Temos, então,

/,=lí dt
t '± k *

são precisamente os integrais 11' e 12 do quadro.


Exem plo — ]. Seja calcular o integral

f **
J 2 x * 4 - 8 x - f 2 0*
Resolução.
f dx
____ = ±I f f _________
dx
J 2x* + 8 x - f2 0 2 J x * - f4 x 4 - l0

1 f dx 1 f dx
2 j x * - f 4x 4 - 4 4 - 1 0 — 4 ' I J (x + 2)*-|-6-
Façamos a m udança dc variável x + 2 = /, dx *• dt.
D epois da substituiçáo cm /. encontraremos um integral do quadro dos
integrais
1 r dt i i t , _
2 J x*!4-6
4-B yo
22 -i/Õ y ok 4 C -
ürClg T/

Substituindo / pela sua expressio em funçSo d« x, temos, finalmente:

1 rarc tg * - ^ 3 4- C.
2 Ve yê
11. Consideremos uni integral de um tipo mais geral

/ ,= f. /Ilt g d ,.
J <Lra 4- òx 4- c
Ponhamos a função a integrar sob a forma seguinte

. A -(2ax + b)-\-[B

J ax" 4 - bx 4 - c J ax1 -f bx 4 - c

Este integral pode ser posto sob a forma dum a soma de dois
integrais e. retirando os factores constantes de debaixo do sinai
soma. temos

dx
2a J az' bx -f c \ 2a J } ax' 4 - bx -f c

O segundo integral é justamente /t que sabemos calcular.


Efectucmos uma mudança de variável no primeiro integral fazendo

ax 1 4- bx 4- c = t , (2ax 4 - b)dx = dt.

Por conseguinte,

f (~ax 4 - b)dx _ f dt _ j f |_|_ c _ j og j ^ _|_ bx CJ ^


-f- c
ax? 4 - bx 4 J t
Temos, enlão. finalmenie:

/ j = ~~ Log | ax1 -f òx -f* c I + ^Z? ) A-

Exem plo — 2. Seja calcular o integral

f = j I » — 2j3— 5 **■
Utilizemos o processo que acabamos de indicar:

J x*-2x-5 J i i - 2z - b

1 f (2x — 2) dx , f f dx
~ 2 J x3 — 2 x — õ J i2 _ 2 x — 5

= - ÍL o * | * » - 2 * - 5 | + 4 j

III. Consideremos o integral

f dx
V a jr -f- bx -f* c

Com a ajuda da mudança dc variável indicada no ponto / deste


parágrafo reduz-se este integral segundo o sinal de a ou a um
integral do tipo
f dt
J V t'± k *

no caso em que a > 0. ou a um integal do tipo

f dt
J

no caso em que a < 0: estes dois integrais figuravam no quadro


de integrais (ver as fórmulas 13' e 14).
IV. O integral
f Ax + B ,
IN T f c X JK A L IK D K P IN ID O 381

pode ser calculado com o auxílio dc transformações análogas às


consideradas no ponto II:

.< * = 2a 1 - 2aL =
J Vas? 4- bx + c J V ax * -f òx 4 -c

dx
***+ +
2a J bx ;- e
c V
' 2a f) ò
ia J V ax3 bx -J- c

Efectuemos no primeiro integral uma mudança de variável,


fazendo
axr 4 - bx 4- c = /. {!!«./- 4- ò) í£r = d/,
temos:

f 2y i + c . 2y g + te + H . c .
J 1 ax* 4 - òx 4 - c J Ví
O segundo integral foi já calculado no ponto III.

E xem plo — 3.

f 5x-3 | (2 x + 4) + (3-10>
r 0X d i r = j --- ■ -dx**
J V j:2-4 x 4-10 J l/x * 4-4x4-10

. 1 f *» + * d r- 7 (
2
2 J T/x*4-4x4-10
J y xs + 4 x j . 10 J V
J íx
V (+
x 42- 2 ) a - f6

= 5 V x a 4 -4x4-10— 7 Lo? |x + 2 4 - V (x + 2 )2 - 6 |+ C =

= 5 V x 2 - M x I-10— 7 l- o g lx + 2 4 -Y x*-r-44-1014-C.

§ 6. I n t e g r a ç ã o |»or p a r te s
Se u e v designam duas funções deriváveis de x, sabe-se que
o diferencial do produto uv é:
d(uv) = ii dt'4 - vdu.
Integrando-se, obtém-se:
up&B J u dv 4- J vdu
011
J udv=*uv— J vdu. (1)
É o que se chama a fórmula de integração por partes. Utiliza-se
geralmente esta fórmula para a integração das expressões que podem
ser postas sob a forma dc dois factores 11 e dv, tais que a procura
» v a partir do seu diferencia! dv c do cálculo do integral
nstituem uni problema mais simples que o cálculo directo

li dv. A habilidade requerida para cfectuar uma escolha


judiciosa Jos dois factores i< c dv necessita uma certa experiência que se
adquire pela resolução dos exercícios. Indicaremos, nos exemplos, como
é preciso proceder em casos semelhantes.

Exemplo — I. Seja calcular l x sen x dx = ?. Façamos

u —x, dv— K m dx ;
enláo.
du—dx, v = — cosx.

Por cüiiseguinlc.

Noto — Quando determinamos v a partir do seu diferencial dv,


poJemos tomar uma constante arbitrária, visto que ela não figura
no resultado final (o que é fácil de verificar, substituindo na igual»
dade (1) v por v 4- O . Eis porque é preferível escolher esta constante
igual a zero.
O método de integração por partes, emprega-se frequentement
Por exemplo, poJe-se calcular com o auxilio deste método os integrais
da forma

tricas inversai.

Exemplo— 2. Seja calcular \ arctgx</x. Façamos m=,arc tgx, dr --dx :

x arc Ig x —— Log| l-f x*|-f C.

E x e m p lo — 3. Seja calcular dx. Façamos u = x-, dv — fxdx;


então, du . 2x d x , v = ex,
A pliquem os dc novo a este últim o integral o método dc integração
por partes, fazendo:
t/ ,= x , d u t = dx.
— ex d x , v x — e x.
E n lio ,

| x e * d x - j r r x — |j* r * d x x e* — e * + C.

Temos, finalmente:

j xA
-r* d x - X * e * - 2 ( X f * ~ e x) — C = x * * * — 2 x e * ~ 2 f x 4- C = r * (x * — 2 x - f 2 ) - f C .

Exem plo — A. Seja calcular^ ( z ^ - j - l x — 5) c o s 2 x dx Façamos u = x*-f-

— ~ x — 5 ; d v - cos 2x d x ; então,

du - ( 2 x 4 7) <fx, r = ^ f ,

\ (x *- ^7 x — ô )c o s 2 x r fx (x* + 7 x— . ' » ) * ^ ( 2 x + 7 dx.

A pliquem os o método de integração por partes a este dltim o integral

fazendo u1= - , & •, sen 2 x d x ; então.

. . cos 2 j
dux dx. i , ---- —

(2x 1-7) co s2 x , sen 2x ,


-------- 4 + — TC.

Donde, em definitivo.

f (x*4-7x— 3 ) c o s 2 x dx (x2-f7x— 5)— +(2x-f7)

Exem plo — 5. / - ; j" y o2 — x2 d x = ?

M u ltip liqu em oj c dividam os a funçSo a integrar por '[/ a i — xa :

f \ r a '— z '- d x ^- f a* ~ x* d x r- g t f ^ - f
j y«*~ x* J y ^ T * J y õ a—

- a - arc sen — — l
a J y«*-x» *
Apliquem os a este integral o método dc integração por partes, fazendo
entfio,
f „ x ' .f o ... =- _ x y ^ r r ^ 4 - f y ^ r T ã r f j - .
J y « i — x2 j y a * — r* J

Subsim nndo cstc resultado na expressáo que acabamos dc obter ante-


riormcntc pelo integral procurado, determinamos

\ y «2 — y j d z — a » arc sen — ~ z ] / a* — z * — l/ a £ — z * d z .

Hfectuando certas transformações elementares evidentes, temos, finalmente:

j l / a - — z * d z —~—
\j—firo sen -Í-J- — y «2 — *5.| C.

E x e m p lo — 6. Calcular os integrais

/ ,.= rax COS bz dz C l / 2 — i|* rax m ittX dX.

A plicando o m étodo de intcgraçSo por partes ao prim eiro integral, tem-se:

u — en x , d u — aeo x ,

dv = cos bz dz, »*=.-!-sen bx,


b

^ cax co?< bx dx — f ',x sen ^ e'iX S€n ^ ,r

Apliquem os de novo o método dc inlegraçio por parte» a este últim o


integral:
d u = * a t°x ,

d ü = s e n f c x d x , v ~ — — cos bz,
b

^ f a3r sen bx d x — -- g- e*x COS [ *ax cos bx dz

Substituindo a expressio obtida na igualdade precedente, temos:

t ox cos b z d z = - j - e°x sen frx-f- í a* c o s ò x — ^ cax cos bx d z.

Deduzimos /, desta igualdade:

^ I -f j ^ f ° x cos b x d x = e ° x ^ y sen b x + - ~ cos bx j -j-C",

donde,

, f tf0* (b sen 6x-f-a cos bx) .


/ | = ) t a x cosl>* d z — j n p s s ------ + C •
Obtém-se, do mesmo m odo:
, f . , e“ * (a s e n fc x — b cos bx) , _
/ ,= j a t + k i------ + C .
§ 7. F r a c ç õ e s r a c io n a i».
Fracções racionais elem entares e sua in te gração

Com o vamos ver. não são todas as funções elementares que sc


integram com a ajuda de funções elementares. Eis porque é muito
importante definir as classes dc funções cujos integrais podem ser
expressos com o auxilio de funções elementares. Entre estas classes,
a mais simples é a das funções racionais
Toda a função racional podo ser posta sob a forma de fracção
racional, isto é. sob a forma de quociente dc dois polinómios:

0 (r) = +
/ (-f) .t* * n 4* A ix" 1 4 - . . . -f- • 11.
Podemos supor, sem restringir a generalidade, que estes polinó­
mios não têm raizes comuns.
Se o grau do numerador é inferior ao do denominador, diz-se.
então, que a fracção c regular nt» caso contrário diz-se que d a é
irregular.
Sc a fracção é irregular, dividindo o numerador pelo denominador
(segundo a regra de divisão dos polinómios). pode-*c representar a
fracção inicial como a soma dum polinómio c duma fracção regular:

/ í-r) fir )
em que M ix) é um polinomio e . uma fracção regular.

E xem p lo — I. Seja ^
—o

uma fracção racional irregular.


D ividindo o numerador pelo denominador (segundo a regra de divislo
dos polinóm ios). temos

11 3 2x 3- ^
l ‘ -r--2x-l ‘

A integração dos polinómios não representam nenhuma dificul­


dade. o nosso trabalho consiste, então, em integrar as fracções racionais
regulares.

Definição — As fracções racionais regulares do tipo:

’ y—a

ll.j— e um numero inteiro positivo > 2 ) .


fI| Ax+ H
r a'-'j.'px q ^as raizcs do denominador são complexas, isto é.

Ç -<?<vh
... A r+ B
J r * — p r — g)il ^ ^ Um *nte'ro ^ as raízcs í,° denominador
são complexas) chamam-se. respectivamente, elemento* simples de
tipos I. IJ. 111 c IV.
Demonstraremos, no parágrafo 8. que toda a fracção racional
pode ser posta sob a forma de soma de elementos simples. Por esta
razão, consideraremos primeiro! os integrais dos elementos simples.
A integração do* elementos simples dc tipos I. II c III não
apresenta grandes dificuldaJes. eis porque integramo-los sem dar expli­
cações detalhadas;

I. f <ir = .l L . H x - a | + C .
J x —a

I I . f — A—~ i dx = A f ( x — a)~k dx =
J(x-fl)* J

_ t (x a)_____ i r _________ —________ l c


— Ar + 1 (1 - * ) ( * - < . ) * - *

A ( ir + p ) —4 r)
f - g + g - fr - f » - V-----
J j? +px-\-q J x -f p x -f 7

= — f — 'r * ~r /?— dx + ( f í - f - - - — ---- =


2 J x3 px -f 7 ' 2 / J x *- fp x 4-<7

= - ^ - L o tí rxa + p x - i - ç i - i - ^ - 4 r j x

xW V í )
— “ r L o g l x 1 4-p x 4 - ^ i- f

2B - A p . . 2x4 -p { r,
4------- --- - are t i ? - - - - - - - ■ 4 " C
V t q — p* V4q — p1 (ver § 5).
A integração dos elementos simples do tipo IV está ligada a
cálculos mais complicados. Seja calcular um integral:

IV. [ , A * + B— k àx.
J (x *4 p x 4 < /)
Efectuemos as transformações:

J lt zf- +
+ PpXx++ O )!'
-Õ JJ
(*-?)
(x' + px + q)k
dx

2 J t f + p x + q)* )‘ M\ 2/
7J (x*4-px-f
O primeiro integral poJe ser calculado por uma mudança de
variável pondo x1 4 px 4 q *= / ; (2x + p ) <fcr = rf/:

J (x *-K /w 4 - à f J f* J I- *

( I - A * )(x * - f p x - f - v )
Chamemos /* ao segundo integral c ponhamo-lo sob a forma
dx
- b(x* + p x -f ?)*
<//
2\4
+ m ’)

cm que se fez

■í+ dx = dt, q — ^— = n r

(por hipótese, as raízes do denominador são complexos c. por conse-


71-
guinte q _ C > u).
Procedemos, cm seguida, da maneira seguinte:
f dt I f(í* 4-w*) - /*
Transformemos este ultimo integral:
r t*m r ___ rA dt
J ' m ;) J (/3 -|- m V

1 [t + mg) _ 1 f / 1 \
2 J (/= -f- m*)* 2(A* — 1) J \(í* 4- w*)*"1 /

Integrando por partes, obtemos:

r-dt . _______i r, *- f _____ * _____ I .


J (/2 -| /«*)* 2 (A* — 1) L (í* + "»3) * J <** + »*>*'' J
Substituindo esta expressão na igualdade (I). temos:

, _ f _ dt_____ = X f * |
A J //í * J (/2-f-nr)* 1

+ l _ i _ _ _ í _________ f _______* ______1 =


m2 2 (/.• 1)1 (t * + ,„*)*-» J (í > + «•)»-» I

2A- — 3 f dt
2m: (k — 1)(/7+ m2) 2m*{k — 1) J *<> + «**)*"*
O integral que figura no segundo membro é do mesmo ti
que /„ com a diferença de que o grau do denominador da função
a integrar è duma unidade inferior (k — I): enlão. exprimimos /.
cm funçáo dc /* _ t.
Aplicando, sucessivamente, este processo chega-se ao integral
conhecido:
, f dt I . t
/ ,= l - í---- r = — arc tpr— 4- C.
J t~ — n r tu tu

Substituindo em seguida / e m pelas suas expressões correspon­


dentes em função dc .r. obtém-se a expressão do integral IV em
função de A, B. p. q.
Exemplo -2. .
C *-l f 2 C2^ + 2 ) - ( - l - l »
] (/*-; J.T 1 W dX' ) (** + J r + 3)3
1 f 2 *4 -2 #> f d,
2 J (xJ 4- £ ' ' ’ J (** 4 -Sr + H)i
« _ i ______!_______ o f _____ ± ____ .
2 (jM-2r4-3) ■ ) (j* + 2T+a)â
IN T K C K A L. IN D K F IN ID O 389

FaÇamo* nrste ulim io integral 1 + I = /:

f ___ dr _ f ^ - Ç dl 1 f <<a + 2)-X*


J (x* t-ir-,-3)* J |(x+t)* }-2|* J (fá-f 2)* ~ 2 J (!»-}-2)*

1 f 1 f '* j , _ 1 1 . * 1 f 11 d i

“2 J **4-2 2 3 (1*4-2)* 2 y^ g V2 2 J (*, +2)1 *

Consideremos, agora, o tc últim o integral:

f f dl JL f f£íf!±2)__ » f ,W 1 \
<f*-!-2)* 2 3 (**-| 2)* 2 J • \ /» | 2) ) -
' * t . i r dt i , i /
2' +1 2 J "T m T 2(f* + 2) ^ o V 2 ^ lg

té inútil jun ia r um a constante arbitrária; escreve Ia emos na expressio defi­


nitiva) Por conseguinte.

dx

í (x« + 2x + 3)*
< _____ x-{-i i r ,- fi i x+ tn
2 1/2 1 g 1/2 2 L 2 (x* 4-2x -{-3) f 2 V 2 " V* J

Temo». finalmente

f 1 . _ -r+ 2 1/2 x+ i ,
J (x *4 - 2 x - f3 )* <£r‘ 2 (x3-f 2x-f-3) 4 *n g yõ

§ 8. D ecom posição das fracções racionais


em elem entos sim ples

Demonstremos que Ioda a fracção racional regular pode ser


posta, e isso duma só maneira, sob a forma duma soma dc elementos
simples.
Seja:
F(*)
/(*>

uma fracção racional regular.


Suporemos que os coeficientes do:» polinómios que a compõem
são reais e que. alem disso, a fracção c irredutível (isto é. que o
numerador e o denominador não tem raizes comuns)

Teorema — 1. St/u x — a uma raiz múltipla Je ordem k do


denominador, isto é. fíx ) = (x - a)k f, (x). em que f , ( a ) ^ 0 (ver 5 6.
( 1)
/(x ) (x — a)* 1 (x — a)* l f 1(x)
em que o coeficiente A è diferente de zero e í;, (x) é um polinómio
de grau inferior ao do denominador (x — a) k” '. f ; (x).
Demonstração — Escrevamos a identidade
F<r ) = A , / ’ (x) ~ A], (x)
( 2)
f(x ) (x — a)h (x — a f f t ix )
(esta tem lugar qualquer que seja .1) c determinem»» A de modo
que o polinómio b (.r) - seja divisível por x - a. Em virtude
do teorema de Bezout. e preciso e basta que a igualdade
F (a) — A jx(a) = 0
seja verificada. Como f,(a )^ = 0 . F (a) ^ 0. pode-se determinar A duma
maneira univoca a partir desta igualdade com

/ i(« )
Para um tal A temos
F ( x ) - A f l ( x ) r = ( x - a ) F 1(x),
em que F, (x) é um polinómio de grau inferior ao do polinómio
(x — (x). Simplifiquemos a fracção na fórmula (2) dividindo o
numerador e o denominado* por (a — <í ). Obtemos, então, a igualdade
procurada ll).
Corolário — Pode-se aplicar um raciocínio análogo a fracção racio­
nal regular

(x — a)" 1A (ar)

que entra na composrção da igualdade (I). Assim, sc o denominador


da fracção tem uma raiz múltipla x = a de ordem k. jxjde-se escrever:

F{x) A Ax , j A m- i Fk (x)
.. . — , vk • . " r • • • "r I , . .

teorema que acabamos de demonstrar a esta nova fracção. se fi (x)


tiver oulras raízes reais.
Estudemos agora o caso cm que o denominador tem raízes
complexas. Lembremo-nos, primeiramente, que as raizes complexas dum
polinómio dc coeficientes reais são conjugadas duas a duas (ver § 8,
Cap. V II).
Na decomposição do polinómio cm factores reais, a cada par
de raízes conjugadas corresponde uma expressão da forma xa 4 - px 4- q,
se as raízes complexas conjugadas são múltiplas dc ordem /x, a
expressão correspondente será (x* px -f- 7 )“ .
Teorema — 2. Se f (x) = (x: + px 4- q )*1 (x) em que o polinómio
<Pi (x) não é divisível por x* 4- px -f q. a fracção racional regular Ç ~
Iw
pode ser representada pela soma de duas fracções regulares da maneira
seguinte
= M x 4 A” __________ (x)____________ .
f(x ) ( j t + p x + q)'1 ^ 7)* ^ ( x ) ’

em que «1*, (x) é um polinómio de grau inferior ao do polinómio


(xJ 4- px 4- q )u‘ 1 f i (x).

Demonstração — Escrevamos a identidade

m m
! (x ) (X8 + / 1 1 + qf «f, (x)

M x -f A’ F (x) — (M x -f A") ç , (x)


(4)
(X2 -f-px 4- q f (X* -f-p x 4 - </)“ <Pj (x)

que tem lugar, quaisquer que sejam M c N. Determinemos M c N


de modo que o polinómio F (x) — (Mx 4- N) (x) seja divisível por
x* 4- px 4- q. Para isso. é preciso c basta que a equação

F (z )- (M z + (x) = 0
tenha as mesmas raizes a ±. ip que 0 polinómio x* 4- px 4- q. Por
conseguinte,

/ ’ (a 4 - ifJ) - [M (a 4- ip) 4 -A’] 1 (a 4 »P) = 0


ou

.Ukz4 /p) 4 + * .
•fi (<* 4 »'P).
F ( a - ip)
Mas <p5 (a "+ lp j 6 um númcrü complexo, bem determinado, que
se pode pôr sob a forma K 4~iL, cm que K c L são números reais.
Assim,
M (<* 4 *P) 4 M = K 4 iL\
donde
Ma. 4- .V = K, M\
5 = Z,
ou
/vft —- La
N =
f* P
Sc sc escolherem os coeficientes M e N desta maneira, o polinómio
F(x) (Mx + N )?,(x ) terá por raiz ct 4 ip, e, por conseguinte, a
raiz conjugada « — //?. Assim, este polinómio é divisível exaetamcntc
por x — (<« 4 ip) e .r - (o //?). e. por conseguinte, pelo seu produto,
isto é. por x3 4- px + q. Designando o quociente desta divisão por
•I», (.«). obtemos:

F (x) — (M x -f- .V) <f, (x) = (x2 4 -px + q) <I>, (x).

Simplificando por x' 4 px 4- q a última fracção da igualdade (4).


deduzimos a igualdade (3), e é claro que <1*, (x) é um polinómio de
grau inferior ao do denominador, c. q. d.
F(x)
Aplicando os teoremas 1 e 2 à fracção regular .•— , determinam-se

todos os elementos simples correspondentes às raizes do denomi­


nador / (x) Podemos, então, enunciar a proposição seguinte.
Se
/(x ) = (x - a)a (x - b)1' . . . (x2 4- px 4- </)“ . . .
. . . ( x '4 - lx 4 ST •

a fracção Ç--- pode ser decomposta da maneira seguinte:

F(x) _ A _ ___ A ,
f(x) (x — a f —

4 +
(x - b f (x - 0 )' x- b

Mx 4- X M jX 4- A i íõ)
7» + I
(xs 4 - px 4- 7 )* {x5 4 -px 4- 7)

■ « * W 4 - t t .- i ■. . . | P* + Q -.4
^ X a 4-px 4- q ‘ (x* 4- lx 4- s ) v

' V 4-g» iJ 4-<?v i


4- “ + - . - 4-
(X * 4 / x 4 s) x2 4 - lx 4- 5
Podcm-se determinar os coeficientes A . A „ . . . . B. /?,. .... tendo
cm conta as considerações seguintes. A igualdade (5) é uma idensidade.
por conseguinte, sc reduzirmos estas fracções ao mesmo denominador,
teremos nos denominadores ã direita e ã esquerda polinómios idên-
ticamentc iguais. Igualando os coeficientes das mesmas potências de x,
obtemos um sistema de equações para determinar os coeficientes des­
conhecidos A . A i .......... B. B,. ...
Podemos, igualmente, determinar estes coeficientes tendo era
conta a nota seguinte: os polinómios que se obtêm à direita c à
esquerda da igualdade após redução das fracções ao mesmo deno­
minador devem ser idênticamente iguais, por conseguinte, os valores
destes polinómios são iguais qualquer que seja o valor de x. Dando
a x certos valores concretos, obtemos as equações necessárias para
determinar os coeficientes.
Assim, demonstramos que toda a fracção racional regular pode
ser posta sob a forma duma soma de elementos simples.
x*4-'>
E xem plo Seja decompór a fracção — ~ 1)3 ~[x— j ^ cm e*emcn,° * «m plc*.
Em virtude da fórm ula 15). temos:
* * + 2____= — d___ I____ d i___ . a* b
(* + l) 3 ( x - 2 ) ' (* + !)» ' <x+t)» r x-f-t x— 2 *
Reduzam os ao mesmo denom inador com um a i fracções e igualemos o»
numeradores. Obtemos:
-i-a-i-2 ^ . ! (x — 2 )- f A t (x -t 1) ( x - 2 ) + A z (x + 1 )* ( x - 2 ) + B (x + l ) 3, (6)
ou
X *4 - 2 - . (A z - 'r B ) x * 4 - (A % - f W ) x * + (-•*— A , — ZAz -| 3 fl) x - f
-f-( — 2.1— 2.1* — 2A *+ B ).
Igualando os coeficientes dc x 3, x -, x1. x°. obtemos um sistema de
equaçóes para determinar os coeficientes:
0 = A z+ B ,
i = / l i - f 3 / í,
0 = A — A t— 3.-f2+3£,
2 = — 2 .1 — 2 .1 , — 2 A Z+ B .
A resolução deste sistema dá:

A- 1: *I , ~ T ' * ~ 5* ’ B T*
Poder-se-ia. igualmente, determinar certos coeficientes a partir d a j equa­
çóes que sc obtêm da igualdade (6) que t uma identidade em x, dando à
variável x ccrtos valores particulares.
Assim, fazendo t — — I. obtemos 3 = — 3A ou A = — \; fazendo x = 2,
•>
obtemos (% = 27B; # -= -fj- Se luntarmo* a estas duas equaçócs duas outras

obtidas igualando os coeficientes das mesmas potências de r. teremos quatro


equaçócs a quatro incógnitas para determinar os coeficientes. Temos, finalmente,
á decomposição:
xs 4-2 1 I 2 , 2
§ 9. I n t e g r a ç ã o d a * fr a c ç õ e s r a c io n a is

Seja calcular o integraJ da fracção racional Q J ã l. isto é. o integral


/(* )

Se a fracção dada é irregular, pomo-la sob a forma duma soma

elementos simples (ver (5). § 8). Assim, a integração duma fracção


racional arbitrária reduz-se ã integração dum polinómio c dc vários
elementos simples.
Vimos, no § 8, que estes elementos simples eram definidos pelas
raizes do denominador 1 (*) Os diferentes casos são possíveis:

1.° caso — As raízes do denominador são reais e diferentes, isto é.

f{x) = ( x - a )

f(x ) = _ A _ + _ B _ + _D
... r . i •• • i »
í(x ) x—a x—b x—d
e. então.

= A L og|x — a\ + BLog\x — 6 | * f . . .
. . . + D L o g | a r— d\ -f C.

2* caso - As raizes do denominador são todas reais, mas algumas


são múltiplas:

/ (*) = ( x - «)* (X - 6 ) * . . . (x - d)\

Neste caso a fracção

simples dos tipos l e II.


Exem plo — l 'V er exemplo no t 3, C ap Xj
f **~ 2 f d.r i ( Ju 2 f dx
J (x - f I)» (x — 2) J (x - fl)* ' 3 J ( x + 1)1 9 J x-fl
. 2 f dx 1 1 1 2 .
T 9 J x— 2 2 (x-f-1)* 'à (x-f-1) 9 L o g ^ , ‘r 1 1+

+ 4 U . I — 1 I+ C —

3." caso — O denominador tem raizes complexas simples (isto é.


diferentes):
/ ( * ) = (x* + par-f ç )(x * - f/x - f í). . .(x - a > « . . .(x - d )« .

Neste caso. a fracção ~ ~ decompõc-sc cm elementos simples


dos tipos I, II, III. (
Exem plo — 2. Seja calcular o integral
P ' . x dx
J (x* + í ) ( * - i ) -
Decomponhamos a fracçSo que figura sob o sinal dc integraçio cm
elementos simples (ver (5). § 8, Cap. X .

x Ax + B , C
( x « + 1) ( X— 1) x*4 ! ~ 7 ^T *
Por conseguinte.
x = ( A z + B ) ( x - i ) - K < x * + l) .

Fazendo x = I, obtemos: 1=2C. C = — ;

Fazendo x = 0. obtemos: 0 — — B -h C , B = — .

Igualando os coeficientes de x3, lemos 0 = A + C. donde A *= — .


Assim.
r x dx t f x - —1 1 f dx
J (*> + !) ( x - t ) = r j x * + l ' 2 J x- 1
1 p xdx i r dx i r dr
2 J x*~ 1 2 J X<-1 ~ 2 ) 1
= — Log|x*-fl| + -~-arc tg x— ^ Log|x— 1| + C.

4.° caso — O denominador comporia igualmente raizes complexas


múltiplas:
/ (x) = (xs -f p x -f- fl),i(x * + Ix -f s f . . . (x — a)a . . . (x — d )ô.

Neste caso, os elementos simples do tipo IV entram também


na decomposição da fracção
Exem plo — 3. Seja calcular o integral

f íi_ -H j g - r - l l f - f »
j »/* r ^ .» b )2 (x - fD •
Resolução D ecom ponham o* a fracção cm elementos \imples:

•r*+ 4 jr»| I I / * | I2x-| S \s— f í C r-f) E


(/ í | J/ | :t» s (- r | h t- r* + 2 x + 3 )s
> </x,2* + 2■x>.- 3»v r
) r x - f- 1 ’
donde
| ^ ‘ | Ila H * l l » + 8-«
^ ( / t r | H){x y 1)4 (C*-M>)(a2 + 2x+ 3)(x+ Í) + £< *2 f-2r + 3)*.
C om binando o» dois mdtodos dados para » detcim inaç5o do» coeficiente»,
obtemos:

.-I I, /?- — !. r -o. D -0, £ —I.


Tem-se assim:

x» j W 3 | 11x2 4-12x 8
J (X * .| 2x r-3)2(x- I) (U~ j (x*4 'lr-r$)*dS j -r-i-l

•- 2 w t g - y t i I*°'? , X T , , i -c -
C alculám os, no exemplo 2. S 7. Cap. X . o prim eira integral d o >egUndo
m em bro. O segundo integral pode v;r* calculado im ediacm ente.

Resulta do estudo efectuado que o inlcgral duma função racional


qualquer pt>de ser expressa por funções elementares em número finito:

I) por logaritmos. se os elementos simples são do tipo I:


21 por funções racionais, se os elementos simples são tio tipo 11;
3» por logaritmos c arcos tangentes se os elementos simples
são do lipo III;
41 por funções racionais e arcos tangentes se os elementos sim­
ples são do tipo IV

§ 10. M étodo d** O stro g rad sky

Pode-se empregar um oulro método para calcular o integral


dum a função racional quando o denominador tem raizes múltiplas.
Fsle método é muito mais simples; ele permile isolar a (tarte racional
Jo integral sem decompor a fracção ■-•m elementos simples c. em seguida,
integrar uma fracção racional cujo denominador só tem raizes simples.
A integração dc ^ n u tal fracção não apresenta nenhuma dificuldade,
visto que ela poJe ser decomposta cm elementos simples dos tipos I
e III Este método é devido ao célebre matemático russo M. Oslro-
gradsky (1801-1861) e é baseaJo nas considerações seguintes.
IVTEOHAL IXD K Fl.V ID O 397

Seja inteciar uma fracção racional regular , cm que


/ (.r)

/ (x) = (.> — a)*[x — b) . . (x' -f p j -í- q)" . . (x7 + h -f *)v.

Neste caso. em virtude da fórmula (5). § 8. a operação reduz-sc


simplesmente à integração de elementos simples dos quatro tipos con­
siderados (ver § 7) Mais:

1) O integral duma fracção do tipo ___ i!___ é L.aa fracção


[x-ar
do t i p o _____ _____ .
(x — a )a- ‘ *
1[ r _.y
2) O integral, da fracção /— 1---- ---- c uma soma de fracções
(x- — p x ± q)»
\ímT-\ N*
do tipo ~ — — em que < n — 1. c dum integral do tipo
(x3 -. px-\-q)»*

i x * p x q

Deixemos dc laJo. por momentos, a integração das fracções dc


tipos 1 c III.
Adicionemos as fracções racionais que se obtém após integração
das fracções dos tipos II e IV: deduzimos uma fracção racional

regular do tipo • cni 4UC ° polinómio Q (x) é igual a

Q(x) = (x — a)* l U — b f

. . . (J-3 -f px + q)"~' . . . (x3 + lx + $)' *.

>' tf) é um polinómio cujo grau é inferior cm uma unidade ao


grau do polinómio Q.
Adicionando os integrais dc todas as fracções dos tipos I e III
f N**
(compreendidos os integrais do tipo | ^ ■ dx, obtidos por inte­

gração de elementos simples do tipo IV). deduzimos o integral duma

fracção regular do tipo : Ü r ' em que /’ tf) é um polinómio,


P (r )

P (x) = (x - a) (x - b) . . . (-r2 + px + q) . (-r -f lx -f ,).


Assim, determina-se que

( Z w = >1*1+ ( * > > . * ,


J !U
í(x)) OU)
QU) J P(x)
PU)
X ( a ) e uni polinómio cujo grau é Inferior em uma unidade, ã
do polinómio / M a ».
Determinemos agora os polinómius X (x) e Y ( a ) . Para tal deri­
vemos em relação a x cs dois membros da igualdade (I):

F(x) _ Q Y ' — Q Y ,
J(*) <f P
ou

= ím ü _ Lm i i + is * * . n
Q Q2 P

Mostremos que a expressão que figura ã Jireita é um polinómio.


Lembremos que / i a ) = PQ. por conseguinte, podemos pór a iguál-
dade (2) sob a forma

/ • ( ,) = / T - ^ + QX. ,2-)

PQY
Resta-nos. emão. provar que a expressão — —q — é um poli-

nónuo ou que PQ' e divisível por Q. Noiemos para isso que

y - - |L**i! v l = !<** - I) Loir(x — a) -f- (P — 1) L « k ( j -/>)-}-...

— “f " (M — + P-r + V) + •••

. . . f (v - J ) L o g ( .r - f U -f- -v)J' = — - -f ----[ - f . . .


x —a x —b

(p — l){ 2 x + p ) + + ( V — 1 )(2x +• /)
XZ-\-px + q J 2- f/x + S

O polinómio P será o denominador comum das fracções que


figuram no segundo membro. O numerador será um polinómio dc grau
inferior ao dc P. Designemo-lo por T. Assim,

SL =
q /»*

L
Por conseguinte. a expressão

P ^ ~ Y = l> -7- }' = T Y


Q P
é um polinómio. A igualdade (2') torna-se. enlão.

F(x) = P Y ' - T Y + Q X . (3)

Igualando os coeficientes das mesmas potências Je .t. obtemos


um sistema dc equaçõc-s dc onde determinamos os coeficientes des­
conhecidos dos polinómios X c Y.

Exem plo Seja calcular

r i
dx.
J (^- O *
Resolução — Neste caso
/ (x ) = _ ( * - ! ) * ( x a - r x - r O i.
P (x) = ( x - 1 ) (x* -rx-I-1) = x *- 1 .
Q (x )= = x 3 - l.
A igualdade ( I) transforma-se, e n lio , cm:

f dx .lx * ,- B j t-C ÇEzt±Fx C ,


\ (x s - l)» x*— 1 + J x3-l '
Derivemos os dois membros desta igualdade; temos:

1 (x* — 1) {2 A x - r B ) - (.-lx* 1-Hx 4- C ) 3x* £ x * 4-F x -\ C


( x * - 1)2* ( x í — 1)1 + X3-1
donde
1— (x® — 1) (2.-U4 fí) — (/Ixi4-fix4-c,)3x2 4-(xa— 1) (£x* 4 - fx 4 - C).

Igualemos os coeficientes das m esnus potências dc x. Obtemos um


sistema de seis equações para determinar os coeficientes A . O. C. E. F, G :

0= £\ 0 = 3 C — E.
0 ^ — A + F, 0 — — 2A — F,
0 = — 2jB4-C. \ — — b — G.
A resoluçio deste sistema dá-nos:

• E. 0. ^ ^ 0 , C = 0. D = — i - , f = 0 , .

Substituamos os valores achados dos coeficientes na igualdade (4). Temos:


1 2
f ** “ T3 X . ff “ T3 ,
\Tpr— ) T = ^ r — + j *•
O denom inador deslc ú ltim o integrai só lem rai/e\ sinipk%. por to
seguinte, a integração nâo apresenta nenhum a dificuldade e temos, finalmente

_____ 2 l x . ± ]

f d* ____r ____ ? , » 9 l.
J (x*-i)= ã(xa-i) • J z-\ ' ir r r r r Ji,=-
^ - 3 l 7 r r i ) - T Log|'r " ’ 1|4' T Log <xS+ * + « )+
2 1/3 . 2x-L I , n
a ,TC "j/I ’

§ II. I n t e g r a ç ã o d a s fu n ç õ e s ir r a c io n a is
Nâo é sempre possível exprimir o integral duma função irracional
qualquer com o auxílio de funções elementares. Vamos estudar, neste
parágrafo e nos parágrafos seguintes, as funções irracionais cujos
integrais p»*Jcm ser reduzidos por mudança de variáveis apropriadas
às funções racionais que sabemos integrar.

I. Consideremos o integral ^ fí ^ J r,.tn ........... x* j <ls.cm que R

é uma função racional dos seus integrais (*)


Seia k o denominador comum das fracções .
n s
Lfectuemos a substituição
u= í\ d z = k tk~ l dt.

Cada potência fracaundria de .i pode. então, ser expressa por


uma potência inteira de /. e. por conseguinte, a funçáo a integrar
transforma-se numa função racional de t.
E x e m p lo — I. Seja calcular o integral
I
f x *d x
) 1 ---- *
x4 1

<•> O símbolo / / (x , x n >°dica <lue * eíeclua. unicamente,


opu-raçóci racionais sobre a t quantidades de x, x n, . . . , x *.
m
O i sím bolos ^ x, ( '7 7 'X 'd ) • •••)» ^ ( x, l / « x 2 hx

R (sen x. cos x). etc.. que empregaremos adiante, devem ser interpretados da
meuna maneira. Por exemplo. A t sen a. c o s i) indica que se efectua operaçõei
racionais sobre sen x e cos x.
IN T E O K A L IN D E F IN ID O 401

< •»
Resolução — O denom inador com um das fracçõcs _ L c -11 6 4. Façamos.

por conseguinte, x = r\ dx = 4/* dr, entâo,

í - 4 ^- — í t o — - * i t o -*-* i ( - - r â - ) —
*4-M

—4 j / * * — 4 j fã"~| <**=* --- -1lok|/5 | 1 | fC --

á T 2
^ 3 -í*4—l*og|x* + l |J-fC.

II. Consideremos agora os integrais do tipo

H - k íif.. Ctí#]"
Efectuando a mudança de variável
ax-\- b
cx -f- d

reduz-sc este integral ao duma fracçào racional cm que k designa o


denominador comum das fracçòes — , . . .
n s

E xem plo — 2- Seja calcular o integral

jv p ? * .

Resolução — Façamos x + 4 = /*. x = t‘ — 4. dx — 2t dr, entSo,

Í = 2 j J O + T lM * * { * 4 * j ^ ^

^ 2 / T 2 L o g J - ^ | + C = 2 V 5 + l - f - 2 U g | X ?=L± -2 l + C.
I l "L 1 I I

§ 12. In te g rais do tip o | R (x. \f ox7 4- bx -f c) c/x

Consideremos o integral

J /?(*, V oj ^-f òx-f-c)<£r. (I)

Este integral pode ser reduzido ao duma função racional pelai


substituições de variáveis dc Euler
2a
I. Primeira substituição de Euler. Se a > 0. f?.z-se:

V a x 1 -j- bx c= ± V ax 4- t.
Tomemos, para fixar ideias. o sinal mais antes de y/~ã. Então.

ax2 4- bx c = ax* + 2 V a xt -f- t2,


donde x e definido como uma função racional de t:

t2 - c

b- zY ^t

{dx é também uma função racional de /). por conseguinte.


2
V W '4 - bx c = " V a x -r t = ' V a — ---- 4~ t ,
b — 2/ V a
isto é. que ] 'a x 2 4 - bx c é reduzida a uma função racional de t.
Visto que Y ax- ■+■ bx 4~ c, x e dx se exprimem por funções
racionais de t, o integral (I) é. pois. reduzido ao duma função
racional de t.

Exemplo— I. Seja calcular o integral


dx
[- Ã
J ‘l/x
V ^’*+ c '
Resolução — Visto que aqui a = 1 > U, fazemo» ~\/x* ~ C — — x-f-f ; então,

z* + C = x* — 2x<4-/2,
donde
t*—C
21 ’
Por comrgumte,

2í> *

Voltando ao integral inicial, icmos:

t* + C

í y f e = í - P T ? r ~ í 4 = L o» ' ' i + c - - Log | * + V i í T z - | + c ,


2t

(ver a fórm ula 14 do quadro de integrais).


2. Segunda substituição de Euler. Se c > 0. fazemos:

Vax2 6x -f- c = xt ± Vc;


entao.
axz -f bx 4- c = x V -f- 2xt V c -}- c
(tomamos, para fixar iiicias, o sinal mais antes da raiz), donde x
é definido como uma função racional de /:

2V ct — b
x=
a — t~

Visto que dx e V ax2-f- bx -+■ c se exprimem igualmente por


funções racionais de t. então substituindo os valores dc x, J / ax3 + bx- -f- c

e de dx em função dc t no integral j /? {x,\ a x- + bx -f e) dx reduz-sc


este último ao integral duma função racional de t.
Exem plo — 2. Seja calcular o integral

f ( l - V l + í +í f ^
J J2 Vl+X*i-íS
Resolução Façamos V l -f-x-f-x* = x t -f 1 ; ent8o.

21* - 2 t + 2
dx — d l;
(1-/8)*
i -t^_
/*•*— r -4-1
1-12

! _ y n ^ T T ^ - ~|2^ + '.
Substituindo at exprruõss assim obtidas no integral que desejamos calcular
obiemos:

I*(l- VRx +x»)^,_ ff (-2 i*-r0*(1~<*)*(1- (2/«- 2<+2) dx —


<- 2í2
x2 yi+ x-j-xa _ J (1 - ,2)2 (2 / _ 1,2 (<2-í-f 1) (1 — 12)1

~ + 2 ( dt-\-C— — 2t + Log '+ '


l —t
+ c-

2 (V l+ *-f-x *-l) x V 1 4- x -\- X a — t


+ Log • f í7 «
_____ x - V i + x + x í- f 1
---- 2A Y } + * + ~ 4. Log 1l x -f 2 y I - f x + X* -{- 14- C.1
3. Terceira substituição de Euler. Sejam a e /? as raízes reais
do trinómio a*1 4- bx + c. Façamos:

V ax3 òx -f c = (x — a) t.
C om o ax* + bx + c a (x — a) (x — p),resulta:

V a (x — ct) (x — p) = (x — a) t,

a (x - a) (x — P) = (x — a f t\
ü (x — p) = (x — a ) í 2;

x exprime-se. então, jx>r uma função racional de /:

«P — a t2
x —
a—r

Dado que dx e 1 ax 2 -f bx 4- c são igualmente funções racionais


de /. o integral considerado, reduz-sc. por conseqüência, ao duma
função racional de f.

N o ta — l. A mudança de variáveis indicada na terceira substi­


tuição pode ser aplicada não somente quando a < 0. mas também
quando a > 0. sc somente o trinómio ax3 + bx 4- c tiver raizes reais.

Exem plo — 3. Seja calcular o integral

f *_
J V xJ -f-3x — 4

Resolução — C o m o x*4-3x — 4 = (x4-4) (x — 1) façamos

V ( . r + 4 ) ( * - ! ) = (* + 4 ) t ;
entSo,
<x + 4) < x - l ) = ( x + 4 ) * /*, x — l = ( x - f 4) I*,

14-41* . 10*

v p + ? n 5 = i i - [ ^ + 4] .

Voltemos ao integral considerado; temos:

t~ /
+ C -
J j <1 —/*)*5C .1 1 - /* ~ Log

• + / s íi V 7T4 4 - y r^r
Log 4-C=Log +C.
v r+ 4 - v ^n
- / M
Nota — 2.
Notemos que as substituições de variáveis de Euler
indicadas nos casoL I e 3 bastam para que o integral (1) seja reduzido
ao duma função racional. Com efeito, consideremos o trinómio
nx7 + bx + c. Se h- — 4ac > 0 as raízes do trinómio são reais, e
estamos, pois, em presença do caso 3. Se b1 — 4ac < 0, temos,
neste caso

ax2 -f- bx c = i [(2ax -f k f (4ac — ò2)]

e, por conseguinte, o sinal d o trinómio coincide com o dc a. Para


que V a x 1 + bx + c seja real, é preciso que o trinómio seja positivo
c, partindo dai. que a > 0. Estamos, então, em presença do pri­
meiro caso.

§ 13. In t e g r a ç ã o d o s b in ô m io s d ife r e n c ia is

Chama-se binômio diferencial à expressão

^ (fl- f bxYdx,

em que m. n. p. a. b são constantes.

Teorema — O integral do binômio diferencial

(<a + bxn)p dx

pode ser reduzido, se m, n. p forem números racionais, ao integral duma


função racional, e. por conseguinte, pode ser expresso com o auxílio
de funções elementares, nos três casos seguintes:
1) p é um número inteiro (positivo, negativo ou nulo);

n
771“1 1
3) — — -f p é um número inteiro (positivo, negativo ou nulo).
n
Demonstração — Façamos a mudança de variável

x= zn, dx — — z n dz.
n
Então.
m -f t i

em que

m -}- 1
q = -----
n
1. p t um número inteiro. scnJo q um número racional;

designemo-lo por — . O inlegral (1), é. então, da forma


s
r_
f /? (z * , z) dz.

InJicámos nu § I I , Cap. X. que um integral deste gênero


pode ser reduzido ao integral duma função racional pela mudança
dc variável - — /*.
TTl -i- 1
2. m ~ * é um número inteiro. Então, q — — --- 1 é também
n n .

um número inteiro, p é um número racional, pois. p = «-•. O integral íl)


e.stá pois, reduzido a um integral da forma
k_
J Ii[zq, (a -f bx)» Jdz.

Estudámos os integrais deste gênero no § 11. Cap. X . Pode-se


reduzi-lo ao integral duma função racional, fazendo a -f hz = t*.

3. ! + p é um número inteiro. Mas. então, —— - — 1 + p =


n n
— q 4- p é também um número inteiro. Transformemos o integral (1):

^ z- (a + b z f dz = J z ' + f ( ^ 7 ^ ) ’ dz,

k
cm que q + p é um número inteiro. p .= - é um número racional.

O integral obtido é. pois. da forma

Este integral foi considerado no § I I . Cap. X . Ele pode ser


reduzido ao integral duma função racional pela mudança de variável
n — bz _

Consideremos exemplo* destes trés casos de integração.

Exem plo - 1.
_? 2
x 3 H -i- x V 1 dx.
(l + f x * )
2
A qui /» = — I (núm ero inteiro). Façamot x 3 — z. O parêntesis torna-sc.
então, uma expressão linear de z:
. _ 2 2 l i
J .C a (l + s \ > i x - j 2 - l ( | + , ) - l | . t * <|1 = 3 . J , _ 5 ( i + . ) - l * .

Fayamo» agora z2 — t, EntSo, s = / * , t/z 2íí/<, e

_ 2 2 _ 2
Jx 'i ( l f x V I i r - y j 2 2 (l-J-a)"1 d z = Y j r*(i +

3 j T T íã " 3 a rc tg < 4 - C = 3 a rc ig y í - r C = 3 arc tg f x - \ - C .

Exem plo — 2. r

í V
T 7r3rfc"
i í * ,,1- Jn **•
» , _ 1 rn -f 1
A qui m = 3, »i = 2, p = - — , — — = 2 (número inteiro). Façamoa
1 _ 1
x* = * e m io , J = z - , ^ = 1 1 - dz e

\v w - - j S‘<— r
Façamos (1 — x)1/a — o segundo parêntesis torna-se. entao, um a função
racional. Temos, com efeito. 1 — s = t* \ i = f* — 1 ; dx — 2t dt. Por con-
ieguinte,
_ i
í 1 s (1 _ s í 2 <fc=r-j-j ( < * - ! ) / - » 2 / (X3_i)rfx=i

= ~ - l + C ^ j ( t * - 3 ) + C = ¥ E l {- z - 2 ) + C =

V i^ n

3 « |
A qui m = — 2. n = 2. p = — e ---- + p = — 2 (núm ero inteiro).
M ^
I ransíormemos a expressão entre parentesis, num a função linear:
O prim eiro faclor c uma função racional. Para que o segundo faclor
o fique igualmente, façamos:
1
1-1-5 \2

entâo.
... 1 . .
dz-.
2i d t
z ' " <3— 1 ’ (« * - !)* •
Poi conseguinte,

j *-*(l + jf*) 2r f x = - i j 2-3 (1 ± 1 ) 2 dz =


“- ^ - ( T ír í^ - í^ - ílé i) ^
_ y r + Z — ^ x c .
VT+^

No/<j P Tchébychev demonstrou que o integral dos binômios


diferenciais de expoentes racionais não podem ser expressos por funções
elementares a não ser nos três casos citados anteriormente (com a
Condição, bem entendido, de a -/- 0 c b^= 0). Se nenhum dos núme­

ros p. - — \ rn * p for inteiro, este integral não pode ser expresso


n n
por funções elcmentaies.

§ 14. I n t e g r a r ã o d e c e r t a s c la s s e s d e fu n ç õ e s t r ig o n o m é t r ic a s

Apenas estudamos até aqui os integrais das funções algébricas


(racionais ou irracionais)
Neste parágrafo consideraremos a integração de certas classes
de funções não algébricas, c. cm primeiro lugar, a das funções tri-
gonométricas. Seja um integral da forma

í R (s c n z , co&x)dx. (1)

Mostremos que este integral pode ser sempre reduzido a um


integral duma função racional pela mudança de variável

t g 4 = «. (2)
Exprimamos sen x c cosx «an função dc tg * c partindo daí em
2
função dc t:
X X 0 X X
2senyCOST 2sen^-cosT
senx
1
sen* y -f cos2 —

2/
1-M 2 '

cos
J - « “ ■f -
cos X —
1 o s J y1 + , sen ' *í -
c___1

* - * T i - r

Além disso,
'ídt
x = 2 a r c t g t, cLc = -j— — —
i + r
Podemos, então, exprimir senx, cosx e dx por funções racionais
de t. Uma função composta de funções racionais sendo uma função
racional, substituindo as expressões assim obtidas no integral (1).
reduzimo-la a um integral duma função racional:

— /2 2 dt
j fí (senx, cos x) dx ~ ^ R | -j t ~
+ <9 1 l2•
Exem plo — I, Consideremos o integral
dx
í senx
Em virtude das fórm ulas precedentes, podemos escrever;

/o 2 dl
dx
1 1+ l* J -^- = L og|r| + C = ^ L o g | t g y |
sen r 2 /
1 1 -f- t*
A mudança dc variável considerada resolve o problema da inte­
gração de ioda a expressão da forma R (cos x, sen jc). F.is porque é,
por vezes, chamada «mudança de variável universal para a integração
das expressões trigonométricas». Na realidade esta mudança dc
variável conduz frequentemente a funções racionais muito complicadas.
Por esta razão, é. por vezes, preferível não utilizar a mudança de
variável, mas recorrer a outros métodos que conduzam mais ràpida-
mente ao fim.
1) Sc o integral é da forma j R (sen x) cos x dx. a mudança
de variável sen x = t. cos x dx = dl conduz-nos a um integral da forma

2) Se o integral é da forma J R (cos *) sen x dx. ele pode ser


reduzido a um integral duma função racional pela mudança de variável
cos x = t. sen x d x = — dt.
3) Sc a função a integrar apenas depende de tgx, efectuando

a mudança de variável t g * = i, x = arc tg t, dx = ^ _ ■


-j - , reduzimos
o seu integral ao integral de uma função racional:
dt
(t)
1 + <2
4) Se a função a integrar é da forma R (sen x. cos x) cm que
sen x e cosx apenas figuram nas potências pares, empregaremos a
mudança de variável:
tg x = t. (2 ')

pois sen; x c cos: x podem ser expressos por expressões racionais


de tg x:
1 1
cos2*
l + t g 2x 1 - f í2

t*2* .
sen* x
1 + lg2x 1+ f '

dt
dx
1 4- í 2

Depois de ter efectuado esta mudança de variável, obtemos o


integral duma função racional.
E xem plo — 2. C alcular o in te g ra l
Resolução — Este integral rcduz-sc facilmente a um integral da forma

H (cos x ) sen x dx.


Com efeito.

f « n » i J f* e o * x s io x á r f l - c o S2 x

J ã f c õ i T ] "2 - rc o s x 2 + Õ W M n , f c

Efectuemos a m udança de variável cos x = z. Então, sen x dx — — dz:

—Z
— - 2 : +.3 Log (x -f 2) -r C ^ —2 cos *-!• 3 Log (cos x+2) -f-C.
dx
Í jp _ tcna~ •
Efectuemos a m udança de van&vet tg x = /:
r dx r dt p dt
J 2- **»*“ J / , ___ J 2+«>-
( 2- T p r ) ('+'■*

= w " rc ,s w f C = l k " ^c,8 ( v t ) + c -


5) Consideremos, agora, um integral do tipo J R (sen x. cos x )d x .
cm que R (senx. cosx) = scnw x cosn x dx (cm que m e n são números
inteiros). É preciso, aqui. considerar três casos.
a) J senw,.t cos* x dx. em que pelo menos um dos números
m c n é impar. Suponhamos, para fixar ideias, que n i impar.
Façamos n = 2p + I e transformemos o integral:
J sen m x cos2,,+1 x d x = J sen m x cos2p x cos x dx =
= l sen 01 x (1 — ien* x)?’ cos x dx.
Efectuemos a mudança dc variável
s c n x = í, cos x d x = d t .
Substituindo estas expressões no integral considerado, obtemos:
5 sen ,r‘ x cos" x dx = J t m (1 — t2)1' dt.
É o integral duma função racional de /.
Exem plo — 4.
(* cos>x (■cos*xcosx dx f (1—*eo*x) cosx d*
J ien* x J sen* x •J K n« x *
Fazendo sen x = t. cos x dx = dr. tem o s:

f ços3_^ r (!-<») dt_ ç dt f dt _ 1 1 ,


J sen* x ) ti ~ ) t4 ~ ) 1 T - — 37 í- r 7 + C

— H— — + C .
o sen* x ien x
b) J sen"x cos"x t/cr. em que m e n são números pares n
negativos.
Façamos m = 2p. n = 2q. Escrevamos as fórmulas trigonomé­
tricas bem conhecidas:

sen7 T = --- ^ c o s 2 ^* cos ‘ ^ + j c o s 2*- (?)

Substituindo estas expressões no integral considerado, obtém-se:

sen p x cos2** x <£r = j* ^ -- cos 2x^ X

X ( y -f- y C O s 2x ^ </x.

Efectuando as operações indicadas, obtém-se um desenvolvimento


segundo as potências pares e impares de cos 2x. Os termos que
contem potências ímpares podem ser integrados como indicámos no
caso a). No que respeita aos termos que contém potências par«s.
aplicamos, sucessivamente, a fórmula (3). a fim de baixar o grau
destas potências. Procedendo desta maneira, chega-se. finalmente, a
termos da forma J cos kxdx que sc integra fàcilmente.
Exemplo — 5.

j sen* x d x = - ~ j (1 — cos 2x)2dr = i- j (l — 2cos 2x-f-c(W» 2x) dx =

= \ [ * —« n ~ ( (1-J-C08 4x) = s - i [ J - * —* n l x -f J +C.

r) Se os dois expoentes são pares e se um deles pelo menos


é negativo, o método indicado no caso A) não tem efeito. £ preciso,
então, neste caso. fazer tg x — t (ou cotg x = t).
Exem plo — 6.
f ven1j dx Ç ifn* x (wn*x-fcos* x)* , f. .
---- ~ 7 ^ r ----
Façamo» t jjx — / ; entSo. x = a r c t g f , d x = y — y , e lemo»:

í , , <, + ', », - Í T 3 T = í " < « + < * > * =

-J-+-r+*-J!S£+JSi +c-
6) Consideremos, por fim, os integrais seguintes:
J cos mx cos nx dx, $ sen mx cos nx dx, J sén mx sen nx dx.
Pode-sc calculá-los utilizando as fórmulas (•) seguintes (m ^=n):

cos mx cos nx = “ [cos (m -f- n) x -f- cos (m — n)

sen mx cos nx = ~ [ sen (m -f- n) x -f- sen (m — n) x],

sen mx sen nx = f — cos (m -f- n) x -f cos (m — n) x].

Subtituindo e integrando, obtém-se:

l f
{ cos mx cos nx dx =

— ~f~ \(cos (rn -f /;) x -f cos (m — n) x| dx =

sen (m -f n )x sen (m — n )x i ^
2 (rn -f n) 2(m — n)

Os dois outros integrais ca!culam*se duma maneira análoga.


Exem plo — 7.

sen sen 3 r dx _ -i- \ [— c03 & r-f COS 2 x] d r — —

§ 15. I n t e g r a ç ã o d e c e r t a s fu n ç õ e s ir r a c io n a is c o m o
a u x ilio d e tr a n s fo r m a ç õ e s tr ig o n o m é t r ic a s
Voltemos ao integral considerado no § 12, Cap. X.

\ít (x, V a x ‘ -f bx -f- c)dx. (1)

Vamos mostrar como este integral pode ser reduzido a um


integral da forma

J ft(s c n z , cos z) dz (2)

estudado na parágrafo anterior.

(•» Pode-se estabelecer, facilmente, estas fórm ulas com o se segue:


cos (ni + n) x = cos m x cos nx — sen mx sen nx. cos (m — n) x = cos mx cos nx +
+ sen mx sen nx. A dicionando membro a membro e dividindo por dois, obtém-se
a primeira das três fórmulas. D o mesmo m odo, dim inuindo membro a membro
depois dividindo por dois, obtém-se a terceira fórm ula. A segunda fórm ula
pode ver estabelecida da mesma maneira escrevendo os desenvolvimentos de
*e n (fn + a ).t e de se n lm — n ) x depois som ando as expressões correspondentes
Transformemos o irinómio que figura sob o sinal de raiz:

ax + t a l-c = a ( x + y + ( « - £ ) •
Façamos

— t, dx-^dt.
La
Enlão.

y ax- -f-bx + c — af2- f ^ c — j •

Estudemos, separadamente, os diversos casos possíveis.

1. Seja a > 0 , c — > 0. Façamos a = m a, c — -7— = n*. Te­


remos, então, neste caso:

V ax2- bx -r e = K + « 3-

2. Sejaa > Qí 0 . Então.


4a

a = m-, c -- r— = — n 2.
4a
Por conseguinte.

V ax3— 6x -f- c =■V m 3*1 — n 2.

3- a < 0, c - £ > 0. Então.


4a
ò3
a — — m‘, e
4a
Por conseguinte

Vax 2-f- tx f- c = V/i* — m2*3.


4. Seja a < 0, c — ^ < 0. Neste caso. V ax 11 4 - bx + c à uma

quantidade complexa, qualquer que seja x.


O integral ( 1 ) pode. então, ser reduzido a um integral dc um
dos tipos seguintes:

I. J R (t, V m V + » • ) * . (3.1)
II. J /? (1f, V ro V - n *) d*. (3.2)
III. J /f (*, V/ia - mV) d/. (3.3)
É evidente q u e o integral (3.1) *e reduz a um integral da
foima (2). se sc cfcctua a mudança dc variável.

O integral (3 2) reduz-sc a um integral da forma*(2). se se fizer

O integral (3.2) reduz-se a um integral da forma (2). sc sc fizer

t.xrm p lo — C alcular o integral

R eiolu\ão — Este integral é do tipo I II. Façamos i = a sen z; entfio.

dz = a cos z dz.
a cos: dz
l/ ( a a— x*)3

§ 16. Funções cujos integrais não podem ser expressos


por funções elem entares

Indicámos no § I. Cap. X (sem dar demonstração), que toda a


função / (.t) continua num intervalo (a. b) tem neste intervalo uma
primitiva, isto é. que existe uma função F (x) tal que F'(x) = f(x).
Entretanto, qualquer primitiva, mesmo que ela exista, não se exprime
por combinações em número finito de funções elementares.
Tais são. por exemplo, as primitivas expressas pelos integrais

bem como ainda outras.

(♦) V 1 — sen3 z = 'cos r '. consideraremos, para fixar ideiaa. um único


ca>o: |cos z I e cos z■
Em todos estes casos, a primitiva que não pode ser expressa por
combinações cm número finito dc funções elementares representa,
evidentemente, uma função duma natureza nova
Por exemplo, as das primitivas

V jt

que se anula para x = 0. chama-se função Jn Cattss c designa-se


peln notação «Mx). Assim.

Vn
sc
<l>(0) = u.

Esta função esiá muito bem estudada. Existe quadros detalhados


que dão os valores desta função para diversos valores dc x. Veremos
no S 21. Cap. X V I. como isto pode ser realizado.

Os gráficos da função y = e~*" c da função de Gauss y — <t» (x)


estão representados nas figuras 204 e 205. Do mesmo modo. o das
primitivas ____________
JV i- k 's c n '* d x - \- C (k < 1).
que sc anula para x = 0. chama-sc «integral elíptico» e é designado
pela notação F.(x).
E (x) = I V i — k 2 sen* * dx -f Cz
se
£ (0 )- 0 .

Existe, ieualmente. quadros detalhados que dão o valor desta


função para diversos valores de x.
Exercício#

I. C alcular ot integrais:

1. f rSrfx Resp.

2. ( U h V * )d x . Rtsp. ^ . 4 - Í f . V ? -C .

' ■ - ► « V S - A - y i+ r .

4 *í (^ -+ 7 w +2) d‘ - R' ,p

í f r - Re<p-4
7- | (x » 4 —p j ) ‘ rfx. Rcip. +-^-x* 1*7* • 3 f * r.

Integração por mudança de variável:

■<. j r• » " ,// . Resp .* ,sx - c . ». j co* ò t d i . Rc>P ^ f - L C ’ .

1*1. ^ sen >u *!*. Re>p. —— . II. ^ ? — dx. Resp. - ^ - L o g * i4 L’.

12. í — **— Resp. - 2 0 * L + C . .3 . ( - 4 V . Resp. ‘ « - Í Í + C .


J sen* «lx 3 J ros»* <x 7

11. Rc'P- j L o g | & r - 7 I - fC .

,S - ) l - x * KosP- — f*»ff I * — ^ 1 r- í*-

1,:- kcsp -yL o «| 5- 2x | + r.

17. j l i : ‘2 r t h . Resp. — L f.og |cos 2x 14 - C.

IS. j rnti* (.*x— 7) à j. Resp. y Log ; sen (5x — 7) | C.

■"• j Rt,p- — 5-Lo* |cos3,l'T r '

!'». I|' < n l 2 * d j Re*p. 3 Log sen y |-j-C.

i* 1
21. ^ l»! <| 14 >hp Resp. _ _ i C5 <p4 -C.
22. !|* (cotg ex) rs (\i. R«'P. J.ttg |sen c* 1 -i-C.

23. J* ( Uj — cottf ) dS. Rcsp — L |,n« f «o«* AS \


— 4 Log j sen 4-
sen* x
24. sen* x i as s d x, Rcsp, — ---- |-C.
u
CiW*
25. i:osa x *cn j. d » , Rcsp. _ Ü. ^ — . c ,
" 4*

2li. ^ R c'P y V ( i l + l) , + ^ .

•j7. \ . Resp. 4 * V 2 Í * T 5 l f,\


J V *x l+ $ F 2 K

2*. \ r . Rcsp. 4 y ^ + i + c .
J v^ + t «
f £2 *£*. R c s p . --- í — l-O. 30. f Resp.
.1 sen1* senx J c0* x 2coS2 x

R «P 'í i i + C . 32. f Ü Ü f 4 , R «p.


J cos1 X 2 J *en« X 2

33. f ----- ^ = = . Rcsp. 2 y t g x — 1-fC*.


J coa* x y t R x - l

r f-og( .1 + 1). ^ R e s p . 1 » ! ! ! ; 1 «) , c .
J x-;-1 2

35. \ ._cos J *
jg—_Rcsp. 1/2sen j--f-I - C .
J V ^ n x |
f ien 2 x </r _ l

:I7. f “ n T— ‘ .. Rc.p 2 V i - .cn' ' ■C


J y 1 -hsen-/
38. Jf V**-
cos* x
1,U Rc'P-4d V<ÜF*T*T)»4-*
3 <j f cos2xdr__ R c s p -- j------ 1------
J (2 + 3 * e n 2 r ) 3 12 (2^- 3 se.. 2x)3 '

40. f * ° 3 f ' /x . R«P- * +C.


J | cos* 'àx 1 cos 3x
C W x rfr R„p . !£ | ! í + c .
) x 3

42. f J E S ^ ^ L . Rcsp. H E £ Ü i + C .

ReJ„ Í T S iÊ Í + c .
W. j* a
- ^ = ~ d J, Rop. . . Í Í L ^ x r

j j a r c ç ^ r rf/ Rc>p «rcçolg**

W.
Í ^ tV Rc' p ii- r
\7.
J ÍT ~ 7 ; ;jrfr- Re‘ P yT.c*<**-i-2*T 3) + C.
I* cos x dx a 1 .
'. 8 . J t k «>■ '3 R“ P' y L .w ( 2 » x + 3 H - C .

í T ük* *«P - U *|Log*H -C .

;«(•. j Z r i *-■ | 1)1d j. Re«p Ü L - ill- , c.

51. J l| t'r /ír . Rci(i l í Í £ ij j . |.x —C.

52.
f Ti R “ p I « K l » r e tgx|-t- f .

.VI.
)' r , ^ x l .U|{J . li R “ P 4 L o K I 3 Ig x-f 1 1+ (■.

54. f f c . Reap. M i ,
J cos5 r 4

55. 1 .R « .p .W | T C K n x | + C.

:.o .
í 2 r3 «^2 i ^ r f W I *+ 3 • « & I+<■.

57. ( co» (Log x) . Rc*p. *«n (Log x )- f C .

58. c»>* (r?- b x )d x . Resp. | x n (« ; bx) —

59. Ij r2xdx. Rcvp. Af** c. (Kl. [ i*"^üLr, Resp. 3tf 3 -f C .

Cl. j r1" tt ' c n x d x . Retp. r, l a *v /*. 02. (•* * * * . Resp. + C.

x
tu . j e u i/x. Rc»p. « e rt L 04. ( (***)* dx. R e*p -j e** + C.

05. i|" 3xt x dx. Resp. ( r ' * * d x. Resp. — -A-,» 3 * _ l C.

*»7. j ( ^ - ^ l ^ . R c p . 1 ( ^ -f— + C )

f ,* » ••* * r > ( x | 2 ) J x . Resp. J L / « #+4*+J


r, J C
- 6 *)*
d x. K cap .
m-dr
Log a — Logo
f C.

70. j - s ^ r Re*n *} I » K l 3 - r ^ * ) + C%

-aXtfr J
Í y • Rt‘P j W ( 2 - ;

7S- j r ^ í r • R“ p y ? “rc ,g ( V S ) + c .

73. |j* - ^ - p É = = z . Rcsp - arc sen <"\/'ix)-*• C.


V i -3x2 V3
dz
74. j ________ . R**P 4‘ arc!ícn t -t C,
yiii-tíx-j 3 ^

7 .1 . 1* ———— . Rop a rr S € D + C . 76. i* y ~ — • ResP- 4* arc l £ ■: 4- C.


J V i)- 3* á J i

"• j 9 ÍÍ7 T Bc' p { « “ « X - I C-

78- f 4=53- • Re‘ p 12 L° s i í = ^ 7 | + c -

79 . j y ^ — a ■ R «n .L o í | í+ y ii+ lT | + c .

80
• i y r f e r • |4 c.

81 R«sp. — l.o g t ax-f- V 6 * - f t f * í » | . r 'f .


• I yb* + aU* «* *' r
f ^ « * , I ox— c | . _
82
• J a8xi-“ « • Rcip- 2J? Log ' ox-f
= “5“ c-'|+ 6 ‘
r z*dx x »- rV 5 1
83 Re*p. Log
• J 5 - x « ----- 6 V 5 i r r v r | + (-

84. j . Rctp. y arc sen x° -i-C.

*2
85 f xdx
ResP- - «rí- a rc t g -^5- ^ c •
J í * t »4 ‘
86 . Rcsp. arc « n «r*-f-C.
J V i-
V i -* * *

87 . f . Rcsp. arcicn x + C.
J 1 / 3 — 5x* ■ y r / I
dx
89. . Resp. arc sen (Logx)-4-C\
í x V l — Log* j

90. ^ ds. Resp. — 1 (arc cos x)* + Vl — x * - fC .

91. \ dx- ResP y Log ( I a-**) — 4•<a rcl? i >, >’C-

92. j y U ^ K L d s . R « p . | - V ( l + Logx)*-: C.

93.
J
94. ** Resp. 4 / t - h V ^ - r C .

í
^ V * V 1 1-V x1
95.
Í4 ^s*"* Rc5p- arc lg r*+C- j Rcsp' 3 » f (-'-
2
97. j* V l — 3 cos* i *«n 2x i r . Resp. — g- V ( l - f 3 cos2 x)»-4- C

98. f *cn ^ — Rcsp. — 2 V l -hcos* x-J


J V ^ V c o s tx *
r « I1
99. Süs! l r f j. Resp. - L _ ± c.
*e n «x senx 3 *cnJ x

100.

dx
101.
2sen* x-f-3 cos* x * ^-j/g
í t t * r c *K ( i -/ 4 ,* x ) + £;

l n ICWa i, do tipo j _ d i+ £ _ i,:

102.
í x » ,£ +s * “ * T “r c ,g “ F " ” 6,

103.
í 3 i5 ^ O T Kt,p i 7 n * rr “ w +c
f rfx „ 1 . I 2r L 3 - V S
104 . +c.
J x*-f-3x-4-f * P ;/5 >g| 2* + 3 4 - y iT

105.
1 R“ ', T L‘' * | T ^ f | + c:

106.
J •2!a - 2 iT l ‘ ' RéSp a rc V ( 2 * - |)H-r -

107.
Í ~
3i* —ír- r 2 • R' SP' I T T “ C , ? T T +C'
108.
j S ^ i l )dX\
\ R«'P L" & l ^ J- 7 .r - ll| r-C.

109.
I • Rc5p 1/3Í

110. j -J l~
x.?.t à 'Rtsp4 Log(**-*4-1)+-
77:
1/3 ° V3

111 .

112 .
í -6 x a * lx — 1 i r ' Rcsp T 1' 0* <3 r “ 1) + *T Log ( 2 x 4 1 ) 4 C .

j - & - x ± i **- *««• T L<* +r5 é s « '«


V 39
-c
Br» — 5x*4-4x» jí
113. Í _ _ _ _ _ —
1
j x . Rcsp. x»--- j - 4 - I . o g ( 2 x * - x 4 - l | 4

1 . ^ —1 ,
2~VT"arC ~V^~

114.
u dx
cos3 x -j- sen x cos x 4 sen* x

Integrais J o upo ^ dx :
Vax* -bz+-C

115. f d* . Rcsp. —-ore sen


8 *4 3
4 C.
J V2-3x- 4x2 1/4Í
dx
116. . Rcsp. Log 4 C.
V l4 - x 4 - x *

117.

118.
Í f
y ia s
dS

^
■ S*



R «P F.og |.Ç-r « - V 2 d ò '- 5 >

. Re>p.
1 ______ 6x4-7
arc sen
| 4 C.

AC.

(
J V 5-7x- 3x* yS VTÕ9
1
119. , -r-fe
___________ . R “ P —^=r l.og I 6 x 3-1- V l 2 x <3x-! 5) | 4 C .
J V x ( (3x
3 x—- 55)) 1 /3
2x4-3 .
120. f — = £ = Resp. arc sen — 7= - — f .
J V 2 -3 x -

J
V 17
1
121 . -, ......... r- ■ Rcsp.-— I.o g | lO x - .| j • V 20 (5x* — r — 1) 14 C .
y 5x- — x — l y s

122 . í 2 ox-\-b
"l/ « x *4 -6 x -(
=- dx Resp. 2 y w H ^ T í + C .
í ’

f - Rcsp. 1 T/4 x 24-4 x - 3 4 - t- L o g 1 2 x 4 1 4


J y4x3_/tX4_3 T r 4
t V ' U J — ix - 3 1 4 c .
124.
í V ^ + ã f r - iu » R” P ~ k V 3 + > * * - h « + C .

l i ’». .' ~ T V-l 4 » r r « n = ^ i . r C.

I2»i.
)’ w ^ T T ' " K' ip 4 v - ~ ~ + r p 7 +

II. Integração por parte-»

1/7. j aex dx. Resp. ex (x — 1) -f- f *.

1». Ç x l . o g x á r . Rcsp. | j 2 - 4 - )H r.

129. x sen j dx. Resp. sen x- r cos x -J- C

130. j Log x dx. Resp. x (Log x — 1 ) 6.

131. a r o s e n x d x . Resp x a r o s e n x ~|/1"— x * - f C .

132. ( I . o g ( l — j ) d i . R e ip — / — ( I — r) l . o g ( l — j*) + C\

Í jl+ l / 4 V
133. x H l.og x dx. Resp.

134.

135.

|* r a r e t g x d x . Resp. y [(x* j 1) arc Itf x — x|-|-C.


136.

j* x an- sen s dx. Resp. ( ( 2 j* — 1) a rr seu x -j-x V 1— x*| -f-C.


137.

Lo g (x ^-f 1) d x. Resp. x Log (*« 11 — 2x-j-2 a rc tg x -f C .


13*.
arc tg y T dx. Rcsp. (x — I) a rc t« V í ”— -\-C.

139. j arc sen j / à x - R c ' p x Hrc * * ° { / r { j ---V * - f a re tij \/x -f- C.


— FC , - ^ X dx. Rcsp. 2 ] / x a r r « n -f 2 V J — 1 C’.
C V* x* 1 1
140., \x cos2 x dx. Rcsp. — — x sen 2x-f— coà 2x | C .

Ç x arc s e n x . n / ---- ^
141. \— — dx Rcsp. x — y 1— x* arc s e n x 4-C .
J V l — xa
x arc I s x , x I 1 arc tg x
<«* + !) • d* ‘ Rca*>- 4 (1 - x«) " 4 * rc g J 2 1 -f-x* ~r C ’

x arc tg | /x 2 — t dx. Rcsp. -A- xa a rc l K V j 3 — 1 — Vx«— 1

a rc s :n x , n
---- ---- dx. Rcsp. Lng
1—V i—*a — — arc '«n x C.

Log (x f V i - r - x * ) dz. Resp. x Log |x f V ^ + * * I*- V I ~ x 2 •

xdx n a rc %en x 1 1— X
arc sen x . Reip.- .. — 1op ---
y< T = 3íjl‘ **• V i - x * ^ +'
íos exemplos seguintes, inirodu/ur variáveis trigonom étrico.

T / n »— x* _ V ',5— ■r'i x /•
—------- dx. Rcsp. — £---------- arc s e n — r C.
x* X a

i 2 V 4 — x* dx. Resp. 2 arc .sen — — A- x \ \ — x- — -/•' V 4 ~

dx
. k „ p. _ V 2 ± E ,. c .
x* V l - j x*

V * * —a»
dx. Rcsp. — fi- — a urc cos — J-C.
X
dx
. Hc;p. 4 - +C\
V (a« r x»)* #l V a* *1“**
ntegração das íracyõ;s racionais.
2 r— 1 <x-2)3
dx. Resp. Log
(x— 1) (x — 2) x— I
x dx
. R<s p . I , O R _ < £ ± Ü ? _
( x - r lX x - f- S Jtx - r S ) 8 ( x + 5 J » ( * + l)
x» + x« — 8 „ ___ x» x* , f __| x « (x — 2)*
Resp. — . 4x+ Log| +

(x » - Xi) t x - f 2 ) ' * R e' p 4 “ ^ ¥ I^ £ ^ + - T L o * < * ;-2)


dx 1 x— 2
. Resp. t Log -f-C.
( , _ ! ) * (x — 2) x— 1 x— 1
x— 8 3
L „g a = ^ + c.
Z .- Ü Í + U *- *"> - 7 = 2
3 i+ 2 . - ___ ti+ 3 , i»
xtx + i ) t -ãrv : i>» •» '-"«(í +t f -4-6-
***** áx-j-12
ôx-r-12 ,
i ± i ) 2- r
(XT-2)*(x-f4)a * P- x*i -6x , 8 l 0g 1 x + 2 )
dx
161. I* «Jx— 3 (i* — 2 x - f 5 ) 2 1 x— 1
J ,7 = - »< ;«■
-5 ^ 5 ^ Resp 108---- 3TTI--- x T , r c l g “ -6

162.
f *•—fi x* -4 3 . x
JT « . i r*— T í,rr ^ ^

;»r«- tg ——r — r

m.
f jr ~ [ • R“ » 4 '■“« - f e r r -■-^7 m l* Y T " 1-'c-

164. \ 3x“ 7 r, . -**+4 1. 2 , O


J *- r*T 4 « p LogF T Í ) 5 ' f T arcl« T + c *

165.
f 4 dx I 1-— I V 2 — 1 ,/T . X 1 /2
) P ü t t - R“ P ^ Lo^ T Z 7 y f 7 i " V 2arct« n r 7 5 ^ c

166. j jT z r l ,,J R ís p - j l * 3 f M g t * 3— »)i - c .

167.
j 1 0 ^ ^ Rcsp í j ^ T ã ' ' ■ o e ^ ^ - ^ a r a g ^ + V.
I* (4 x * - « x ) r f x D_ 3x*-i (x - l)í ,
16*.
J i7 - n » -(r » - T u RíSp* 7x - d (x * - 1 ) ^ - 7 ^ r r + arc '« * + * '

169.
f rf/ n x—1 10 2x-i
J ü : - * ,T x » - x , ü » R - P U f . - T ~ r p | * r c tg w -

____ 2* - l ,
:{<x* — x — |)

Integração da-. funfôes irracionais:

170. ( t ~~ * . «**- Rcsp- -í- 1>' -r3— i-°tr(> x » - D l - i . c .


J 1 x3— 1 J

171. í *«p - ê 'v * - f 3r * '- c .

172.
Í t 4 ^ t ? ííi- R bp— •% - - # *
- 2 L o g x — 2 4 L u g (*{ x - | ) - C .

173.
.' {7+
t^lys+
id
x
'R
c>
P
'4^-4^-4
’*
'íi-
6"»
'**
• t íj X 9 Log (5 X ! t)-j- -?• Log ( | x*-f 1 ) 4 3 arc tg J /x + C.

174.
f - . / l — xrfx I y i —x-f* V * + í iZ f ^ x * -
J ) — x 7 * ’ Resp. L o g | ^ -
_ -^ _ ----- + c .
,75- í / r ^ 7 ' Rc' 1’ 2 ,r M » / r ^ - |-'’» v | S c

,76. f ,^ + K L -.)».
J í í*.-.‘{T H

Rcsp lí £ '{ / — - J- j X* — i - j x 3 + 4- l > X * J — * .

Í V / 7 = ? ‘ÍJ'

R «,p V ã í r z 7 7 --6 - - i L . . « , ( , - 1 j / , « - I , - 2 )- -

Integrai* do tipo: j A* (x, V aza- :- 6 x - c) dx '•

f * » y j» - x 4 .3 - V ^ 1_
178 • \— 7 = :
djc
• Rcsp. —p Log
n c.
* 2 V3

•í
J x V * 2— x-|-3 V^3
dx 1 y 2^ - x - ^ -V2 t
179 Rcsp.— —— Log
x | / 24 -x— x* V2 x ->y §
(* á* « — 1 arc x— 2
181» \ _ ■. • KCSp. “jr* m * v «v«< 7 3 -4-0.
sen--- /—
J x y x « - 4 x - /. 2 x y 2

181. j dz. Rcsp. y ^ - ü - L ô g |x- 1 V & ~ 2x |- C

IS2. [ * . Retp. / J l L -C.


J y< 2x-x =)3 y 2r _ x«
183
3. ^ y 2 r — x-dx. Rcsp. |tx _ 1 ) y ^ x - x - an : sen hl M

184. f --- ‘‘. L — . Rcsp. — — - J - y ^ - * — 4 - L o g lx - y * a — 1 !••


J z _ yxs— 1 -

1*3
3 Ç *dx _ . o .,. i~.l
Rcsp. Log x -Vl -X t-x* I r.
<14 -*) y í —x x- 2 X . y l x ri

(*+t> ____ d r . Resp. 1


IK6 - f
(2
‘ Í 5 íi- x 3 ) y2x-xi V2x xt
2 X—2 y i4 - x x2
IK7 cfx. Resp. Log
y i - r * + xi

. í 3 l í “ í— l l d x. Rcsp. — ■'? --- Log| x — 2 — V * â - U | :-C.


J ** X— y x 2 ~ *ix
gração
Integração d
dos binôm ios diferenciais:

i -
189.. f r
\ dx. Resp. 2 ( 1 4 x3)- T C.
.1 í x*
190. \ x5 (2 + '*1 ) * A r . Resp. 16 (2 + x V + C\

191.
Í ~~T' — :--- - ~ c -
V iT í
(1 .(.**)»

dx 1
192. ^ --- -— 3 . R «P - < l+ x * ) ã ( 2 afj ~ i . ) + c .

x* ( t+ x * ) 3

4/"
193. 1 ( l ~ x 2)3 dx. Rcsp. ^ (7 y í - 4 ) ( l -r V * ) * f C .

194.
J >*
5
195. j x» ^ ( H ^ l < / x . Rcip. .

Integração da» 1'unçõe» trigonométricas;

196. ^ sen’ x dx. Resp. cos3 x — cos x — C .

C ^ p/wS ■*
197. \te n 5 x d x . Rcsp. — co sx — cos3 x ---- ---- - C .
J o 5

198. \ cos* x sen5 x dx. Resp. — 4- cos» x — y co<7 x-j-C.

199. \ co--— dx. Rcsp. cosec x — 4 cos^c3 x -fC ’.


J sen*x K J
f x 1
200. ^ cos2 x dx. Resp. — -f ~ sen 2x — C.

201. Í , „ 3 sen 2 x sen 4x _


sen4x dx. Resp. - x ---- ^------ W ~ ^ C ’

202. cos5 x dx. Resp. ^Ü x - f4 sen 2x— — -f-~ sen 4 x j - f C .

203. j sen i x cos* x dx. Rcsp. ^ 3 x — sen 4x - f — j -}-C.

204. j tg 3 x dx. Resp. X + Log |cos x |+ C.

205. | c o t^ x d x . R e s p . -- -- cotg* x-f-i* co tg 2 x - f Log |sen x |4- C.

206. C0 tg 3 x dx. Resp. — COt^ — — Log |*en x |-}-C .


2<»7. j SGC*X dz. Rcsp. - " T — T-t g ^ x - f ta x-r.

208. j tg * X MC* x d x. Rcsp. ~ -f — - c

209.
R*‘ p- > « « + T « f * + c

210. f ..C! K*‘-J dz. Rcsp. Ç — coscc x.


J »en* x

211. f x tix- . R c ip . 4 - cos^ x 4- 3 cos *z —C


J v cos41 0

212. j sen J 3 c n 3 x d x . Rcsp. —

213. j cos -lx co? 7X dx. Resp. 4- t C.

21 *. j coS 2 * 4 , dx. Resp - + C.


12

215. l|* sen -i. x cos x dx. Rcsp. — 'J L - f cos 4~ J -r-C.
2

216. r.
J 4 ^5 «7 ReSP 3 Iog
2 1 *4 — 1

217.
j 5
~ ^ 'b 7 Rc<p- T arctg|2 l g T h c -

218. f ^ £ Í 5 .R c s p . — ?—
3 i+ - « 1 + lg *

f cosxdx x
219. \ t ------- • Rcsp. x — tg — 4 ( 7 .
J 1 + co sx F 8 2

220. f --- J $—_•£ - - — dx. Rcsp. arc tg (2 sen* x - 1 )- f- C .


J C O S * X -f- íC f l * x

221 . iíM ^ r . Relp- T , « T + T ^ I + c-

222.
í — «Tü* ■R" P 7 ! * rc ,g( ^ ) ] + C
223.
J TT7Íb^Re,p-V2»«i*(-*f)-*fC.
§ 1. P o s iç ã o d o p ro b le m a . S o m a s in t e g r a is in f e r io r e s u p e r io r
Um forte meio dc investigação em matemáticas, em física, em
mccânica. assim como noutras disciplinas é fornecido pelo integral
definido, umas das noções fundamentais da análise. O cálculo das
áreas delimitadas por curvas, arcos, volumes, trabalho, velocidade,
trajecto, momentos de inércia, etc., reduz-sc ao cálculo dum integral
definido.

F ig. 206 F ig. 207

Seja v = / (x) uma função contínua dada sobre o segmento [fl, b]


(fig. 206 c 207). Sèjam n\ c M, respectivamente, o seu menor e o
seu maior valor sobre este segmento. Dividamos o segmento [a, b]
cm n partes pelos pontos
^ *0 . *^n X j, • • •» X n_ j , X n == b

e façamos
= Ax,; xz — xx= Axa......... = A x„.
Designemos o menor e o maior valor dc / (x)
sobre o segmento [x0. x j por ml e M l%
sobre o segmento [x,, x2] por e V/a,
* #...
sobre o segmento [x,,.,. x„] por m n e .V n.
Formemos as somas
n
x„ = m, A t, -f- m.i A t3 -f . . . -f- w», = 5 ^ m i &xi' 0)
n
= M\ At , + M z A t , + . . . -f- M n A t * = 2 A / , A í ,. (2 )

A soma s„ chama-se soma integral inferior e sn . jorna integral


superior
Quando / (x) > U. a soma integral inferior tem para valor numé­
rico a área da figura cm escada «inscrita» AC^N,CXN s ... Cn. x\nB A
e a soma integral superior, a área da fieura cm escada «circunscrita»
A K 0C tK t . . . Cn-%K n-xCnB A .
Indiquemos algumas propriedades das somas integrais inferiores
e superiores.
a) Dado que m, < M t qualquer que seja i (/ = 1, 2. .... n).
tcm*se. em virtude das fórmulas (1) c (2):

fn

(a igualdade correspondente a f (x) = const).

b) Dado qüe
mt ^ m . ....
em que m é o menor valor de f (jc) sobre \a, A], tem-se
sn = m , A r, -f m., A t, -f . . . -f m„ A.r„ > m A t, -f m A t 2 -f . . .

. . . + m A t„ = m (A t, -f- A t 2 -f- . . . -f A t„) = m (b — a).


Assim.
sn ^ m ( b - a ) .
c) Dado que
M x< M , M s < M . . . . . A/ „ < A/,

em que M t o maior valor de f (x) sobre [a. 6J. tem-se


= A/, A t, + A/j A t 2 + . . . + A/n A t„ < M A.r, + M -Vr4 + . . .

. . . 4- A/ A tm = A/ (A t , ~ At 2 -f-. .
. . . + ATn) = A / ( ò - r ; ) .
Assim.
Sn < M (6—a).
Reunindo as duas desigualdades obtidas, tem-se:
m (b —
Quando / U ) > U, a dupla desigualdade obtida admite uma inter­
pretação geométrica simples (fig. 2U8). dado que os produtos m (b — a)

e M (b a) representam, respectivamente, os valores numéricos das


áreas do rectângulo «inscrito» A L XL:B e do rectângulo «circunscrito»
A LiL,B.

§ 2. I n t e g r a l d e fin id o

Continuemos o exame da questào do parágrafo anterior. Tomemos

um ponto sobre cada segmento [xp. x j . [xu x,].. . [xn xnj que
designaremos, respectivamente, por £ „ ( , ........
. • In («* 2 0 9 ),
X0 < T | j < X ,, Xj <C Xo, . . ., X„ —| <C £ n ’
Sejam / {*,). f U, ) ....... / (Çn) os valores da função nestes pontos.
Formemos u soma
>>
==/(5,) Aj -, + /(|j) Ax,+ ( £ „ ) Ax„ = 1’ /(í,)A.r, II)
i'- 1
que se chama soma integral para a função f (x) sobre o segmento [a, A»J.
Dado que, qualquer que seja £» sobre o segmento l.r/.,, ' | sc tem

Mt
e que Ax, > 0. deduz-se

mt Ax, < f (IO Ax, < M , Ax,,


por conseguinte,

^ m, Ax, < V, / (I,) Ax, < 2*; M , Aj .


i* i t =i i—i
Oll
^ sn - Í-)

A interpretação geométrica desta ultima desigualdade é que.


para / (x) > 0. a figura que tem s» por área é delimitada por uma
curva compreendida entre as curvas em escada «inscrita» e «cir­
cunscrita».
A soma sn depende do modo de decomposição do segmento (a. /)]
cm segmentos lx ,_,, x ,Je da escolha dos pontos i, sobre estes segmentos.
Designemos, agora, por máximo lx ,_j, x j o comprimento do
maior dos segmentos U o, x j , lx ,, x 2I. . . lxn-i, xn |.Consideremos
diversos cortes do segmentos [a, b] cm segmentos parciais lx ,_,, x,|
tais que máx |x,-i. x fl 0. Ê evidente que o número n de segmentos
duma decomposição tende para o infinito. Pode-se formar para cada
corte, escolhendo os valores correspondentes £„ a soma integral

S/<Ê/)A*f
1=1
de maneira que se pode falar de cortes sucessivos e da série das
somas integrais que lhes correspondem. Suponhamos que, para uma
série de cortes dados, com máx Ax, 0, esta soma (*) tende para
um limite /.
Sc para os cortes arbitrários do segmento [o, b], tais que máx
n
ilXi —* 0, e para £, quaisquer, a soma ^ / ( £ f) Ax, tende para um

(*) N o caso dado, a soma é uma grandeza variável ordenada.


só c mesmo limite /. diz-se que a função f (x) é integrável sobre o
segmento [a, />); o limite / chama-se integral definido da função / (x)

sobre o segmento [a. />]. Designa-se por J / (z) dx e escreve-se:


a

lim £ / ( & ) A x , = \ f{ x ) d x .
nmxi*|-*OÍ-l a
O número a t o limite inferior do integral e b o limite superior.
O segmento [tf, b] é o segmento de integração, x a variável de integração.
Indiquemos, sem o demonstrar, que se a função y = f(x) é
contínua st>' re o segmento [a. b]. ela é iptegrável sobre esse segmento.
É evkientc que se no decorrer dos cortes sucessivos para os quais
max Ax, - > 0 se verifica para a função contínua / ( jc) . a série das
somas integrais inferiores sn e das somas integrais superiores sn.
constata-se, então que as somas tendem para
o mesmo limite /, que é o integral definido de
/(*):

lim y m, A j - , = $ f( x ) d r ,
m a * ã X i~ -o l — i a

lim Ax, = J f(x)dx.


m a» í= i a

Entre as funções descontínuas, encontra-se tanto funções integráveis


como funções não integráveis.
Se se construir o gráfico da função sob o sinal soma (o sinal
de integração) y = f (x). quando. / (x) > 0 o integral

J / ( x) ax

é numèricamente igual ã área do trapézio curvilíneo formado pela


curva y = f (x), pelas rectas x = a, x = b e pelo eixo Ox (fig. 210).
Por conseguinte, calcular-se-à a área do trapézio curvilíneo for­
mado pela curva y - f (Jt), pelas rectas x = a, x — b e pelo eixo Ox
por meio do integral

Q = J/(* )< lr . (3)


o

N o ta — 1. Notemos que o integral definido depende sòmentc


da função y = / (x) e dos limites dc integração, mas não da variável
de integração, que é lícito designar por uma letra qualquer. Poder-se-á.
então, sem mudar o valor do integral definido, substituir a letra x
por qualquer letra:

J / ( * ) < * * = J /<£) c#/ = — = J f(z)ds.


a o o
Quando introduzimos a noção de integral definido

suposemos a < b. Se b < a. tomar-se-á por definição l f { x) dx,

j f ( x) dx- -- J / (x) dx. (4)

Assim,
Ç x~dx = — [ Xa dx.
5 õ

Enfim, se a — b. por-se-á. por definição, para toda a funçáo f (x)

$ / ( * ) <£r = 0. (5)
o

Isto é natural sob o ponto dc vista geométrico. Com efeito,


o comprimento da base do trapézio curvilineo é nulo. e, portanto,
também a sua área.
E x e m p lo — 1. Calcular o integral
b

^ kx dx (6 > a).

Resolução — Geomètricamente, o problema


reside em calcular a área Q do trapézio formado
pelas rectas y = kx, x = a. x = b. y => 0 (fig. 211).
A função y = kx debaixo do sinal soma
e contínua. Por conseguinte, é-nos permitido
no cálculo do integral definido, com o se veri­
ficou anteriormente, cortar o segmento [a, 6)
F í r . 211 arbitrariamente e escolher intermediários arbi­
trários.
O resultado do cálculo não depende do processo da construção da soma
integral, desde que o m aior d o i segmentos parciais tenda para zero.
Dividamos o segmento [a. 6] em n partes iguais.

Ü comprim ento Xx de cada segmento 6 A x — ---- - , que se chama


H
«limiar» da divisão. A» abeissas dos pontos de divisão são:

ii «■ x 6, Xj = a + Ax. Xj — a — 2Ax, . . xn a -f- n A x .

Tomemos para pontos S», as extremidades esquerdas de cada segmento


Çi — o. i í = O -f Ax» I * = a 4- 2 A x ............
l„ = n “h ( " — 1) Ax.
Formemos a soma integral (IJ. Dcduz-se de / i h ) =

sn - * £ iA x - f AÇ2Ax + . . . - k$nA z =

= À-«Ax-rl* (<» + Ax)] A x + . . . + {*[a-i-(n— 1) Ax|) A x -^

— * \a + (a + Ax) + (a -f 2A x)-f . . . + |a -{- (« — i) Ax]} Ax =

— k {n a + [Ax-f- 2Ax • — l ) Ax]} Ax —

= * { na x (1 _r 2 — . . . + (n— 1)] Ax} Ax,

b — <i
cm que Ax — ----- . D ado que

1+2 + , . . + (n — 1)

(a soma dum a progressão aritmética),

*n k £/ia + n (ri — 1) 6— a 1
1 b~
—a i T , n — \b — a-\

n— 1
C om o l i m ---- — 1. tem-se
9 y-z<

liu i t n - - Q — k |"fl + —T ~ ] ( b — a) — k b
n-»33 L “ J
Assim,

I
Q
b'* — a*
k x dx — k

O cálculo da área A B ba (fig. 211) cm geometria


elementar é trivial. O resultado i o mesmo.

E xem plo — 2. Calcular ^ x*d x.

0 0 1 I, Z2 Ó
Resolução — O integral dado i igual à área Q do
trapézio curvilíneo form ado pela parábola y = x3, as rectas H g . 21-
x = b e > = 0 (fig. 212).
Cortemos o segmento (<j, bj cm n partes iguais pelos pontos:

r o — 0. X j = Ax, x2 — 2Ax.......... xn -í=6 = nAx,

n
Tomemos, para £,, as extremidades direitas dos segmentos.
Formemos a soma integral:

= x*A z + x\ Ax + . . . + x* A x =

- |(Ax>a Ax - (2Ax)« Ax - . . . + (n Ax)» Ax) =*

= (A x )3 J l i + 2 * + «*J.
Com o se sabe

j i _l 22 4-3* — . . . + w* =a - (n
6
então.

b
l i m Sn r-rQ ^z f x ^ d x - ^ — .
n —ao J o
0
6
Exem plo — 3. C alcular f m dx ( » , coust).

Resolução.
b n n

\m d x = l i ni V m b Z i= lira m ^ A *i
» mas At . 0 mas A-r4 -* 0 ^
a 1 tm| • i.t
n
—m l im V á x i = m (b — a ),
n u * Av, - 0 “

n
A qui V A-Tj i a soma dos comprimentos dos segmentos parciais
i- I
que constituem o segmento (a. A]. Q ualquer que seja o corte, esta soma 6
igual ao com prim ento do segmento b — a.
b

Exem plo — 4. C alcular j* ** dx.


a

Resolução — Dividam os de novo o segmento [o. &1 cm n partes iguais:

tq — a, X |= « J- Í- A X , x, , = a - j - / i A x ;

. b— a
t\x — ----- .
rt
Tomemos para pontos as extremidades esquerdas. Formemos a soma
integral:
sn = <*Ax + ea + ^ A x 4- . . . 4- #a4 ( n —l)A jf^x _

= e - (l- fíAJt4-e2A»4-...-fe<1'-»A*)
A expressão entre parentesis é um a progressão geomérica de razio
de primeiro termo 1, logo,

* " * * - ! . . « * nAJC „ Ax
Tem-se, cm seguida:

n A x - b — a: l im —, ^ T— = 1 .
üx-+0 e** — 1

Segundo a regra de L H o s p iu l, l i ni — ^ p or con.


í —0 e — 1 i~*0 e /
*C8Umle’ lim « _ l).i= ^ - e « ,
n -*a>

isto é, b

A/o/a — 2. Os exemplos dados mostram que o cálculo dos inte­


grais definidos no que respeita a somas integrais está sujeito a dificul­
dades consideráveis. Mesmo quando as funções a integrar são muito
simples (kx. x2. e*). este processo exige cálculos fastidiosos. Os cálculos
tomam-se inextricáveis quando sc trata de funções mais complicadas.
É, então, natural procurar um método prático de cálculo dos integrais
definidos. Este método, devido a Newton c a Leibniz. utiliza o elo
profundo entre a integração e a derivação. Os parágrafos seguintes
do presente capitulo têm por objccto a exposição dos fundamentos
deste método.

§ 3. P r o p r ie d a d e s fu n d a m e n ta is d o in t e g r a l d e fin id o
Propriedade— 1. Pode-se retirar um factor constante de debaixo
do sinal soma: se A = const..

\ A f(x )d x = A \ í(x )d x . (1)


a a

Demonstração.

í A f (x)dx = lim
a max a *-*o í

= A lim V / (£ ,) Ax{ = A $ f(x )d x .


m a x A *-*0 ! —1 n

Propriedade — 2. O integral definido da soma algébrica de vários


funções é igual à soma algébrica dos integrais das funções.
Assim, no caso de duas funções

S [/i (*) + /: <*)] d x = s U i (T) d* + í /« (* )dx


Demonstração

í l / i ( * ) + / : (* )] ^ = liü l S l / i ( Ê i) + /s (?«)] A x ‘ =
a m as Ax-*0 t —i

= lim [ S /j (I,) A x, + S /, (? ,) A x * ] =
m a x A-v-M) 1 "! 1=1
n n
= lim /j (^ () A x , -j- lim ]^ / 2(£ i)A x í =
m n \ A*-M > 1—1 m ax A *- *0 1 = 1

= S / i( * ) < k - f $ /* (* )< & •


a a
A demonstração é válida para um número arbitrário de funções.
As propriedades 1 e 2. demonstradas para o caso a < b, subsistem
para a > b.
Todavia, a propriedade seguinte não tem lugar a não ser para
a < b:
Propriedade — 3. Se sobre o segmento [a. bj. (a < b). as funções
í (x) e f (x) satisfazem à condição f (x) < y» (x). tem-se

J (p(j)dj\ (3)
a a
Demonstração — Consideremos a diferença

J Cf (x) dx — J / (x) dx = $ [rp (x) — / (x)] dx =


a O a

= lim y («p(èi) — /(Si)] Ax,.


m nx 0 f= l

Tem-se <j (c,) — / (|,) 0, Ax, 0. Então, cada um dos ter­


mos é positivo ou nulo, e do mesmo modo a soma e o seu limite:

J (<T(x) — / ( x ) ] d x > 0
a
OU
6 b
J <p (x) dx — { ] { x ) d x ^ 0,
a á
donde sc deduz a desigualdade (3).
Se / ( x ) > 0 e ? ( x ) > 0 . a fig. 213 dá uma ilustração geomé­
trica desta propriedade. Resulta de * (x) > / (x) que a área do trapézio
curvilíneo aA^B^b não è superior à do trapézio aAiB2b.
Propriedade— 4. Sendo m e M , respectivamente, o menor e o
maior vaior de f (x) sobre o segmento [a. b] e a ^ b. tem-se

b
m {(> — a) < J / (x) dx < M (b — a). (4)
a

Demonstração — Tem-se. por hipótese.

m < / < * ) < M.

Deduz-se da propriedade (3):

J m dx < J / (.r) dx < J A/ cfr. (4')


o a a

Ora. 6
5 m cfcr = rn (b — fl), ji A/ dx = A/ (/> — a)

(ver exemplo 3. § 2. Cap. X I). Substituindo estas expressões na


desigualdade (40. obtém-se a desigualdade (4).

yk

F ig . 213 Fig. 211

Quando / (jk) > 0. esta condição está ilustrada gcomètricamente


pela fig. 214: a área do trapézio curvilíneo aABb está empreendida
entre as áreas dos rectângulos a A {B,b e aA*Bzb.

Propriedade — 5. (Teorema da média). Sendo a função f (x) con­


tínua sobre o segmento [a. b], existe sobre este segmento um ponto t
tal que se tem:

{ f (x) dx = (b — a) i (ç ). (5 )
a
Demonstração — Seja, para fixar idéias, a < b. Sc m e M são.
respectivamente, o menor e o maior valor de f (x) sobre [<;, 6], tem-se.
em virtude da fórmula (4), b

m< — I / ( * ) < & < A/.


b— a J

Donde

a
Sendo 1 (x ) contínua, toma todos os valores compreendidos entre
m e Af. Ter-se-á. então, para um certo valor s 6) M = / (g),
ou seja

J/(x )c£r= /< | )(f> - a).


a

Propriedade — 6. Sendo a. b. c três números arbitrários, tem-se

5 / ( x ) < f e = S / ( * ) d r + i7 < * ) < f r , (6 )


o a c

desde que estes três integrais existam.


Demonstração — Suponhamos, primeiramente, que a < c < b e
formemos a soma integral para a função / (x) sobre [a, b].
Dado que o limite das somas integrais não depende do modo
de corte dc [o, A], cortaremos [a. />) cm segmentos parciais dc modo
que c seja um ponto de divisão. Decomponhamos, em seguida, a soma
b
integral V . correspondente ao segmento [a. />] cm duas somas
c a r
c V correspondentes, respectivamente, aos segmentos [tf. c] e [c. b].
a
Tem-se, nestas condições

È / (l.) Ax, = £ / (5,) A ii + i i Ca) **!■


n o c
Passando a limite quando max -+ 0, obtém-se a relação (6).
Se a < b < c, pode-se escrever, cm virtude do que precede:

J f(x) d x = $ f (x)dx -f J / (x) dx


a a b
OU

J f ( x ) d x = l f (x) dx — i f (x) d x ;
n a t>
mas. era virtude da fórmula (4) do § 2:

J / (x) dx = — J / (x) ds,


b e

por conseguinte.

J f ( x ) d x = \ l{x )dx + J f(x )d x .

Demonstra-se. dum a maneira análoga, esta propriedade para uma


disposição qualquer dos pontos a. b e c.
A figura 215 ilustra a propriedade 6
no caso em que / (x) > 0 e a < c < b\ a
área do trapézio aABb é a soma das áreas
d w trapézios aACc e cCBb.

§ 4. C álculo do in te g ral definido.


F ó rm u la de N ew ton-Leibniz

No integral

J l(x)djc F‘K 2,5


a

fixemos o limite inferior a c façamos variar o limite superior b.


O valor do integral variara, por conseguinte, isto é, que o integral
será uma função do seu limite superior.
Designemos o limite superior por x para voltar às notações
familiares e. para evitar qualquer confusão, designemos a variável de
integração por r. (O valor do integral não
depende da designação da variável de inte-
X

gração). Tem-se o integral J / (/) dt.


a
Sendo a constante, este integral é
uma função do seu limite superior x.
Seja <fc(x) esta função:

® ( i ) = ] f(t)d t. ( 1)
a
Se a função f (/) for não negativa.
<t>(x) é. numericamente, igual à área do
aAXx (fig. 216). Ê evidente que esta área varia com x.
Determinemos a derivada de 4» (x) cm relação a x. isto é. a
derivada do integral (1) cm relação ao seu limite superior.
Teorema — 1. Sendo f (x) uma funçáo continua e se se faz
X

* (* )= I f (t)d l.
a
4>'(x) = f(x).

Por outras palavras, a derivada dum iruegral definido em relação


ao seu limite superior é igual à função debaixo do sinal de soma na
qual a variável de integração foi substituída pelo valor do limite
superior (sob a condição de a função debaixo do sinal soma ser
coniinua).
Demonstração - Dando à variável x um acréscimo arbitrário àx
positivo ou negativo, tem-se (tendo em atenção a propriedade 6 do
integral definido):
x+Ax » x+Ax
<I>(x-fAx) = S ; ( ! ) * « » !/ ( < ) « & + J f W d l.
a a x

O acréscimo da função 4> (x) é igual a

= íl> (x -f Ax) — <I» (x) =


*-fAX
í /(<)*+ J /(<>*-• f / « * .
ou seja
x-t-AX
M> = J f(t)d t.

Apliquemos a este último integral o teorema da média (pro­


priedade 5).
A l >= / (i) (* + Ax - x) =t(\) Ax,

em que £ está compreendido entre x c x + Ax.


Formemos o quociente do acréscimo da função pelo acréscimo
da variável:
A «X» /<Ê)A x
/(I).
Ax Ax

Por conseguinte.

<D'(x)=_- lim — - = lim /(ç ).


A*—0 Ax A*—0

Mas como £ x quando Ax -» 0. tem-se

lim / ( £ ) = lim f ( l) ,
Ax *0 l-+x
e como /(x ) é contínua

lim / ( ! ) = /(*)-

Tem-se, pois. <!>'(x) = / (x) e o teorema está demonstrado


Este teorema admite uma ilustração geométrica simples (fig. 216):
o acréscimo A4> = / (£) ax e igual ã área do trapézio curvilíneo de
base Ax e a derivada 4>' (x) = / (x) é igual ao comprimento do
segmento xX.

Nota — Resulta, especialmente do teorema demonstrado, que toda


a função continua admite uma primitiva. Com efeito, se a funçáo f (x)
é contínua sobre o segmento [a. x], como foi indicado no § 2, Cap. X I.
X

o integral J / (t) dt existe, isto é, que existe a função


a

O (x )= ] f(t)d t
a
que é, como se demonstrou em cima. uma primitiva dc /(x ).

Teorema — 2. Sendo f (x) uma primitiva da funçáo contínua f (x).


lem-se

\ f(x)dx=F.(b)-F(a). (2)
a
Esta fórmula chama-sc a fórmula de Newton-Leibniz (*).

Demonstração— Seja F (x) uma primitiva dc / (x).


*
Segundo o teorema I. a funçáo ji / (t) dl t também uma primi-
a
tiva de f(x). Ora. duas primitivas arbitrárias dum a dada funçáo
distinguem-se por uma constante C*. Pode-se escrever, por conseguinte.

j/(t)d t = f(x) + C\ (•'>)


a
Sendo C • adequadamente escolhido, esta igualdade é verdadeira
para todos os x; é. então, uma identidade. Para determinar a cons­
tante C*. façamos ne*ta identidade x = a; então.

S f( i) dt = F (a ) + C\

(•) Notemos que este chamamento da fórmula (2) é convencional,


porque nem Newton nem Lcibnitz deram, explicitamente, csU fórmula. Mm
6 importante sublinhar que foram, precisamente, Leibniz e Newton. quem
primeiramente estabeleceram o elo dc ligação entre a intcgraçio e a Ucriv.ivflt*
que permitiu enunciar uma regra de cálculo dos integrais definido*
OU

0 = > F (a) -f C\

logo.
C* = — F (a)
Por conseguinte,
] f( t) d l= F ( x ) - F ( a ).

Fazendo x = b, obtém-se a fórmula de Newton-Leibniz:

\f (t) dl — F (b) — F (a)


a
ou, voltando à variável de integração x.

$ / (x) dx = F(b) — F (a).


a
Notemos que a diferença F (b) — F (a) não depende da escolha
da primitiva F. porque todas as primitivas sc distinguem umas das
outras por uma constante que desaparece na subtracção..
Introduzindo a notação (*).

pode-se pór a fórmula (2) sob a forma

$ f(x )d x = F {x )]l= ,P (b )- F (a ).
a
A fórmula de Newton-Leibniz fornece um meio de cálculo prático
dos integrais definidos quando se conhece uma primitiva da função
a integrar. É a descoberta desta fórmula que conferiu ao integral
definido o alcance que ele tem hoje cm matemáticas. Se bem que
um processo análogo dc cálculo do integral definido no que respeita
ao limite duma soma integral fosse já conhecido na Antiguidade (Arqui-
medes). as aplicações deste método eram limitadas, todavia, aos casos
mais simples em que o limite da soma integral podia ser calculado
directamente. A fórmula de Newton-Leibniz ampliou consideràvelmente
o dom ínio da aplicação do integral definido, tendo os matemáticos

(*) Uliliza-»c as dua> lran*criçôe» equivalente*


F (61 - F ( a ) - ÍF (*)1 £

F (6) - F (a) = F (x)


Utilizaremos, em seguida, indiferentemente uma ou outra transcnçio.
recebido um método geral que permitiu resolver diferentes problemas
particulares, e dai resultou um alargamento considerável da esfera das
aplicações do integral definido era técnica, cm mecânica, em astro­
nomia. etc.
Exem plo — I .

b í> 2 _ a i
f * * - 4 a 2

E xem plo — 2.

f xa b3- a3
J 3 L 3

Exem plo — 3.
b
b __ f c n + i _ a n - i
x n dx =
n— 1 a n - f- 1

E xem plo — 4.

ex ds = e*

Exem plo — 5.
2n

Exem plo — 6.

§ 5. M u d a n ç a d e v a r iá v e l n u m in t e g r a l d e fin id o
Teorema — Seja dado o integral

J / (x) dx.

em que f (x) é contínua sobre o segmenlo [a. b].


Jntroduzamos a nova variável t pela fórnwla
* = < jp (t).
Sc
1) * ( « ) = a . fO 8) = b,
2) ? (t) e f (/) são contínuas sobre o segmento [a, /?].
3) / [p (OJ é definida e continua sobre [o, /?). enlão,

J/ (x ) á x - l / [ « p ( 0 ]<p' « ) < « . ( i)
<j a
Demonstração — Se F <.r) é uma primitiva de f (x). poJe-se escrever
as igualdades seguintes:
J f(x )d x — F(x) -f Cy (2)

(3)
de que se verifica a legitimidade derivando os dois membros cm
relação a t. (Ela resulta também da fórmula (2). § 4. Cap. X .) Dcduz-se
da igualdade (2):

$ f{ x )d x = F (x )\ b
a= F (b )- F (a )
tf
e dp igualdade (3):

a
J /[<P(0]<P (<) dt= (0 1 1« —

= F [<P (P)J - F [<{>(a)] — F (b ) — F (a).

Os segundos membros destas igualdades são iguais c. por con­


seguinte. os primeiros são-no também, c. q. d.

Nota — N o cálculo do integral definido pela aplicação da fór­


mula í l ) não voltamos à antiga variável. Os valores numéricos dos
dois integrais da igualdade (1) são iguais

Exem plo — C alcular o integral


r
J 2
"j/ r — i - dx.
0
R ew luçào — Façamos a mudança dc variável.

x — rs e n f. dx — r cos t d l .

Determinemos os novos hmile».

x = U pour t 0,
n
x—r pour t—— .

Por conseguinte.
jt Jt_
2
\ dx— | — r- »cn* / r c o 5íif í = r 2 | } / 1 — sen* I cos I dl
ii

JL JL
2

Geomètricamente, calculámos 3 área do quarto dc círculo x z -f yl — r;


(íig. 217).

§ 6. I n t e g r a ç ã o p o r p a r te s
Sejam u e v duas funções de x deriváveis. Tem-se

(uv)‘ = u v - f u v .

Integrando os dois membros desta identidade dc a a b, obtém-se:

b b b
J (Mt?)' dx = J u V d-x -f J u r d r. (1)
a m o

6 1/
Dado J («*’)' dx = f/t; + C , icm-se 5 (#*•')* du = ut-
que
o |(‘
pode-se. então, escrever a igualdade (1) sob a forma

(1 6
wtÍ o = í l'du -f J u d v ,
a a
ou. finalmente.

f. 1,
j u d v = u v \a — J v du
a n
Exem plo — C alcular o integral / „ | se n " x dx.

ü. JL JL
2 2 22
/„ = ^ sen» x dx = J se n "-* x sen x dx — — f scn*»-i x d COS x =
u o O » dv

Jt
JL T
- se n "-1 z c o s j i) j\sen^-a*
- f ( « — 1) sen 7l_3x c o s x c o r tx d x =

Ji rt
2 2

(fj— 1) | sen n ~z x cos2 x d z ^ = (n — 1) j sen **-* x (1— sen 2 x) d x-

5. JL
T 2
( n — I) 1) j\ k d n x d x .
f sen"-a *<**— («i — 1)

C om as notações escolhidas, pode-se tornar a copiar a últim a igualdade


ío b a forma
rn = ( n - i ) I n_2- ( n - i ) / „ ,
donde sc obtém:

(2)

Obtém-sr. do mesmo modo:


n—3
In-Z —n
~— o
2 ^n-4i

e, cnlfio.
. n— 1n— 3 T
~ n ~ n ^ 2 4*

C ontinuando assim, chega-se alé ou /,, segundo a panedade de n.


Examinemos os dois casos:

1) n 6 par, n = 2m:

2rn — l 'J/n — 3 3 1
2m ' > i- 2 " * T *T
2) n é ím par, n = 2m + 1:
l fl=r. f se n * X (u ~ j d x ^ ~

/ 1— ^ «n x dx = I ,

II
log o,

o
^?.f, -— f ^n»T» r . g?. — 13 j. 3 1 ü
J 2/» 2/w — 2 ' ' ’ ti T 2 ’ 2 ’

.[ 2m-4-l 2m — 1 7 5 3

Destas duas fórm ulas resulta a fórm ula de W allis, que exprime — *ob

a forma de produto infinito.


C o m efeito, deduz-se destas duas últimas fórmulas, dividindo membro a
membro:

n / 2-4-6. . . 2 /n \2 1 í Zn, {i)


2 \3-5 . . . (2m — I) /
Mostremos agora que,

|ím -/*£-*= 1.
m-»co / J flítl

Tem-se, qualquer que seja x no intervalo

scnsm-i x > sen z > sen am+i x

Integrando dc 0 a , obtém-se

^2m- 12 m / 2m♦11

donde .
* h m =l > ** 2 _ > i. <41
«2m+t *2w*•!
Resulta da igualdade (2):
_ 2»>4- 1
/jttí-ri ~ 2m
Por conseguinte.
I / 2m-i ,. 2/n + l
lim -r=— 1 = Hm — — = 1.
m-*co '2m +1 m-*oo “/TI
Deduz-se dn desigualdade (4):
lim -IlHL-— i .
m -*o o * 2»?i-*-l

Passando ao limite em (3), obtém-se a fórm ula de W allis:


n [( 2 - i - ü 1 1
2 m -í» L \3-5 . . . (2»/i — 1) / 2/m -(-1J
Pode-se turnar a copiar esta fórm ula sob & forma:

ji / 2 2 \ 4 G 'Im — 2 2m 2m \
~2 VT“3*3"T* 5 ”•2^ri‘2/,.-r2/»-f 1i *
§ 7. A la r g a m e n t o d a n o ç ã o d e in t e g r a l
1. Integrais com limites infinitos.

Seja / (x) uma função definida e continua para todos os x tais


que a < x < +-oo. Consideremos o integral

/ ( 6)= S ,(x )< ir.


a
Este integral tem um sentido para todo b > a. Quando b varia,
o integral varia, ele é uma função continua dc b (ver § 4. Cap. X I).
Estudemos o comportamento deste integral quando b -* + oo (fig. 218).

Definição — Quando o limite seguinte


h
lim j f(x ) dx
b - * + cc a

existe, representa-se-lo por

7 /< * )* •
n
Tem-se, por definição.

J f (x )d x = lim S / (x) dx.


a 6 —+» a
+00
Diz-se. ainda, que o integral J f (x)dx existe ou converge (*).

Se J / (x) dx não tem limite finito quando b -» + 00, diz-se que


<1
-foo
í / (x) dx não existe ou diverge.
a -foo
é fácil de ver qual é 0 sentido geométrico do integral I / (x) dx
6 a
quando / (x) > 0: se o integral Ç j (x) dx representa a área do dom í­

nio delimitado pela curva y = / (*). 0 eixo das abeissas e as rectas


-1-00
x = a. x = b. natural dizer-se que o integral J / (x) dx exprime a
é
a
área do dominio infinito compreendido entre as curvas y — f (x)„ x = a
e o eixo dos x.
Define-se. duma maneira análoga, os integrais noutros intervalos
infinitos:
J / (x ) dx = lim J / ( x ) d x ,
o— ™-Ct

i / (x) d x ^ { /(x )d x + J f (x) dx.


-30 -or r

Esta última igualdade deve ser compreendida como se segue:


se cada um dos integrais do segundo membro existe, dir-sc-á que
0 integral do primeiro membro existe (converge).

E x e m p lo — I. Calcular o integral í _ *** (ver fig. 219 e 220).


J í + x*
Resolução — Tem-se, por definição,
-oo b

<•> Chama-se. tam bém , por vezes integral impróprio.


O integral considerado exprime a área do dom in io infinito tracejad
na figura 220.

Exem plo — 2. Discutir o* valores de a para os quais o integral

-H»

1
converge ou diverge (fig. 221).

R esolu çã o— D a d o que (para a^ 1)

J x<* 1— a |i 1— a 1 11.

tem-se

f ~ = lim — ( 61 _ ° — 1).
J xa 6-*+■■» 1 — <*

Por conseguinte.
-H»
: 0 integral converge;

Q u a n d o a = l,
Xoo
f
J
dx
—- = L u g x '
se < x < 1,

l+oo
=oo.
I*- o integral diverge.

+<©
dx
Exem plo — 3. C alcular ^
1+ ** *
Resolução.
+00

O segundo integral i igual a 11 (ver o exemplo I). Calculemos

primeiro integral:

i r ^ r = . L i? „ Í i ^ r = „ ü ” . * rcl*

= l im (arc tg 0 — urr te « ) = -y .
a-» — co “

Por conseguinte.
+oo
f dx rt , .1
J | -f.jp» 2 h 2 ~ n '
Em muilos casos, basta estabelecer que o integral dado converge
ou diverge e avaliar o seu valor. É útil basear-se, para este efeito,
nos teoremas seguintes que limitar-nos-emos a enunciar e dos quais
mostraremos as aplicações nos exemplos.

Teorema— 1. Se, qualquer que seja x (x > a), se tem a desi-


+0» 4-00
gualdade 0 < f ( x ) < f (x) e se J ? (x )d x converge. J f(x )d x converge
também e
*-ot -fç»:
J f(x )d x ^ J ^{x)dx.
+QO
dx
Exemplo — 4. Estudar a convergência do integrai |

Resolução — Notemos que para 1 < x

___ !___ < _ L


**(1 TZ*) ** ’
Seguidamente,

t , 1 |+w
d x ~ ---- ---
x* x |t •
Logo,
+o
f dx
J * * (« + **)
converge e é inferior à unidade.

Teorema — 2. Se. qualquer que seja x (x > a), se tem a desi-


-foo +00
gualdade 0 < ? (x) < f (x) e se J ? (x )d x diverge, o integral J f(x )d x
diverge também.

Exemplo — 5. Estudar a convergência do integral


+oo

J y*.
Verifica-se que
* + 1^ x 1
= Vx •
Or»,
+«»
í -^7=-= 2 \/x|* = + co.
J V xx b~»-
b-*-r-3o
f-o li

Por conseguinte, o integral dado diverge.


Os dois teoremas anteriores respeitavam aos integrais de domínios
de integração infinitos, não sendo negativa a função sob o sinal soma.
Quando se integra num dominio infinito uma função f(x ) de sinal
variável, tem-se o teorema seguinte.
+«»
Teorema — 3. Se o integral J |f (x) j dx converge, o mesmo sucede
+“ ®
a J f (x) dx.
a
Diz-se. então, que este último integral é absolutamente convergente.

Exem plo — 6. Estudar * convergência do integral

Resolução — A qu i. a funçSo a integrar 6 de sinal variável. Tem-se.

+c»
I »<n x| .1 I | ... f dx 1 |+« l
| - j 5- . M a is j -J3- — f
1
. .
Por conseguinte, o integral \ d z converge. D aí resulta a con-
J I ** I
vergtncia do integral dado. 1

2. Integral duma função desconiinua.

Seja / (x) uma função definida e continua quando a < x < c.


não sendo a função definida no ponto x = c, ou. melhor ainda, tendo
e
uma dcscontinuidade. Pode-sc definir, então. $ / (x) dx como limite
a
dc somas integrais, não sendo /(x ) contínua sobre o segmento [a. c]
e podendo este limite não existir.
e
Define-se. como se segue, o integral $ / (x) tix duma função f (x)
a
descontínua no ponto c:
C b
J ) (x) dx = lim J/(x )rfx .
a 6-»e—0 a

Este integral diz-sc convergente quando o limite do segundo


membro existe, e divergente no caso contrário.
Se a função f (x) tem uma descontinuidade na extremidade esquerda
do segmento [a, cj (isto é. para x = a), põe-sc, por definição.
Se f (x) tem uma descontinuidade num ponto x = x0 no interior
do segmento [a, c], põe-se

] l( x ) ( L r = l l{ x ) d x + J / ( r ) d r ,

quando os dois integrais do segundo membro existem


Exem plo — 7. Calcular
i

J V Í= I
Resolução.

v r
= - lim 2 V l —r |o-- lim 2 l V í — l l —2.
6-+1—0 0-.1-0
1
Exem plo — 8. Calcular o integral j dx
~x*~
-1
Resolução — Tendo a funçSo sob o sinal soma um a descontinuidade no
ponto x = 0, decompor-sc-á o integral cm dois:

[ — lim 1* -f- lim f .


-i -t ex

Calculemos cada lim ite separadamente:


ei
lim f ~ t= ~ Ü,n — |f l — — lim ( — --------—7 1 — c d .
x et-*—0 1 1—1 ei-*-0 ' c i 1/

Por conseguinte, o integral diverge no intervalo [— 1. 0]. Por outra via:


1
lim Í
J
4-r3 — lim ( l - J - ) - o t x
e*—-f 0 V *2 )
e z - *-i-0
<2
E ntão, o integral diverge igualmente no intervalo (0, I]
Vê-se que o integral dado diverge sobre o segmento [— 1, IJ.
Se se o tivesse integrado, om itindo a descontinuidade no ponto x - 0,
ter-se-ia obtido um resultado errôneo. Com efeito,

o que é evidentemente falso (fig. 222).


N ota — Se a função f(x) definida no segmento [a, 6] possui
sobre este segmento descontinukiades cm número finito nos pontos
au **3........define-se o integral dc f (x) sobre o segmento [a, ò],
como se segue:

J f(x )d x = { /( * ) { f { x ) d x + . . . + J / ( * ) dx,
a o a> an

se cada um dos integrais da direita converge. Sc um qualquer destes

integrais diverge, então $ / (x) dx diz-sc divergente.


a
Para determinar a convergência dos integrais das funções descon­
tínuas e avaliar os seus valores, é muitas vezes possível utilizar teoremas
análogos aos teoremas sobre os integrais com limite infinitos.

Teorema— 1'. Se as funções f (x) e f (x) são descontínuas no


ponto c do segmento [a. c], se se tem em cada ponto deste segmento
a desigualdade

e
e se J ? (x )d x converge, o mesmo sucede a J f(x )d x .
a a
Teorema — 2'. Se as funções f (x) e ? (x) iã o descontínuas no
ponto c do segmento [a. c], se se tem em cada ponto deste segmento

f(x )> V (* )> 0


e e
e se J ?(x )d x diverge, o mesmo sucede a J f (x) dx.
G Q

Teorema — 3'. Se a função f(x) é de sinal variável sobre o


segmento [a. c], se ela é descontínua somente no ponto c e se o inte-
e
gral l |f (x) |dx do valor absoluto desta função converge, o mesmo
“ e
sucede a J f(x )d x .
° 1
Muitas vezes toma-se — - como função de comparação.

Ê fácil de ver que J *** convcr8c Para « < *• diverge para


« > 1.
Isto respeita igualmente aos integrais J j -— — a dx.
1
Exemplo — 9. O integral j ** convcr&

R esolu çã o — A função a integrar é descontínua na extremidade esquerda

do segmento (0. I). Obtém-se. comparando-a à função — p ,


V*

1 < 1

1 1
O integral \ existe. D ai resulta que f — —-í---- dx, o integra!

da função dada, que é menor, existe também.

§ 8. C álculo apro x im ado dos integrais definidos

Indicámos, no fim do Capítulo X . que a primitiva duma função


continua arbitrária podia não se exprimir por meio de funções ele­
mentares. O cálculo dos integrais definidos pela aplicação da fórmula
de Newton-Leibniz é. então, difícil e tem-se de recorrer a diversos
métodos de cálculo apioximado. Vamòs expor, agora, vários métodos
de integração aproximada, partindo da noção do integral definido como
limite duma soma.

I. Fórmula dos rectúngulos— ^eja dada sobre o segmento [a. b]


uma função continua y — f (x). Propõe-se calcular o integral definido

í f(x)dx
a

Cortemos o segmento [a. 6] pelos pontos a = jr0. x lt x2....... Xn — b


em n partes iguais dc comprimento Ax:

a b — a
Ax = ---- .
n
Designemos, seguidamente, por y0, yt ....... Vn -i. yn os valores
da função nos pontos x0. xu x.......... xn. seja:

y0 = í (*o); yi = / (*i): • • •; Vn — / (*„).

Formemos as somas

yc Ax -f yx Ax -f . . . + y n_, Ax,
y\A r -f yt Ax -f . . . -f- yn Ax.
Cada uma destas somas é uma soma integral para a função
/ ( x ) sobre o segmento [a. b] e. por conseguinte, representa, aproxi­
madamente. o integral
h

| f (x) dx as 5— — (y0 -f .Vi + </* + . . • 4- Vn-i). (1)


a

| / ( x ) < i r « ^ ~ ( y 1 + i/, + . . . - f y n). 0 )


a

São as fórmulas dos rectângulos. Resulta da fig. 223 que se f (x)


é uma função positiva crescente, a fórmula (1) representa a área dos
rectângulos que sc encontram sob a curva >' = /(x ) e (10. a área
dos rectângulos que sc estendem sobre a curva.

O erro cometido, ao calcular o integral, segundo a fórmula dos


rectângulos, é tanto mais pequeno quanto maior for n (isto é, que os
segmentos parciais Ax — b — a são men0res).
n
II. Fórmula dos trapézios — É natural esperar-se um valor mais
exacto do integral definido se se substituir a curva dada y — / (x)
não por uma curva em escada, como para a fórmula dos rectângulos,
mas poi uma linha quebrada inscrita (fig. 224). Toma-se. então, em
vez da área do trapézio curvilíneo aABb a soma das áreas de trapézios
rectângulos cujas cordas A A U A tA , ....... A n. tff figuram entre os lados.
Sendo as áreas destes trapézios, sucessivamente, - Ax, ^ ~ 2 ~ ' A /,
tem-se:

j /W d r* ( íiÍ J Ü A J + íi± i!s ^ + .


o

A z ),
2 t

b
j / ( * ) < i r « ^ í ( í ^ t i [ « + í(1 + y1 + . + 1 / .- ,) . (2)
a

É a fórmula dos trapézios.


O número n é tomado arbitrariamente. Quanto maior for n e mais

pequenos forem os segmentos parciais ax = , mais precisa é a


n
aproximação fornecida pela expressão do segundo membro da igual­
dade aproximada (2).

III. Fórmula das parábolas (fórmula de Simpson)— Dividamos


o segmento [a, h] num número par n = 2m de partes iguais. Substi­
tuamos a área do trapézio curvilineo correspondente aos dois primeiros
segmentos [xu. x,] e [x», x2] e delimitado superiormente pela curva
dada y — f (x). pela dum trapézio curvilineo semelhante limitado por
uma parábola do segundo grau que passa pelos três pontos:

A /(*o. V«): A f| (x „ ir j; y j,
e cujo eixo é paralelo ao eixo Oy (fig. 225). Chamaremos a um tal
trapézio um trapézio parabólico.
A equação duma parábola, cujo eixo é paralelo ao eixo Oy,
escreve-se
y = Ax*-j-Bx-\-C.

Determinam-se os coeficientes A, B, C unlvocamente da condição


dc a parábola passar pelos três pontos dados. Constroiem-se parábolas
análogas para os outros pares de segmentos. A soma das áreas dos
trapézios parabólicos fornecerá um valor aproximado do integral.
Calculemos, primeiramente, a área dum trapézio parabólico.

Lema — Um trapézio curvilineo delimitado pela parábola

y = Ax* + B x + C,
o eixo Ox e duas rectas paralelas ao eixo Oy distantes de 2h, tem
por área

S = — (yo 4 - 4yx -f- y 2). (3 )

em que y0 e y3 .vüo ordenadas extremas e y,. o ordenada da curva


no meio do segmento.

Demonstração Tomemos os eixos de coordenadas como está


indicado na figura 226.

Deduzem-se os coeficientes da parábola y — Ax * + Bx + C das


equações seguintes:

xi)= — h, y0 = Ah7 — Bh - f C; \
* i = 0, yx= C; > (4)
? t = h, yr = Ah* - f Bh -{-C. J

Supondo os coeficientes A, B. C. conhecidos, calcula-se a área


do trapézio parabólico por meio do integral definido:
h
S = ^ (Ax* + Bx + O dx =
—h

- [ t + t +&L “ £ (M*,+8C)-
Mas resulta da igualdade (4)

yo~f"4yj -f yi — 2.Ah* 4-6C.


Por conseguinte,

S= 2“(í/o 4- ^í/i 4- y«),


c. q, d.
Voltemos ao nosso problema inicial íver fig. 225). Utilizando a
fórmula (3), pode-se escrever as igualdades aproximadas (h — àx):

} / (x) (yo 4- Ai/i -f y2),

| / (a*) dx ^ ~ (y2 -f \yz -f- y.),


X.

\ t

Í
*tm-t
j ( x ) d x ^ ~ (yt m -f 4yim_x + yim).

Juntando membro a membro, obtém-se. à esquerda, o integral


procurado e ã direita o seu valor aproximado:
h
j / (j:) dx & ^ (i/o 4- f*y\4- 2y* 4- ^y3 4- • •

. . . 4* 4- 4^0171-1 4“ í/am)» (5)


ou melhor
b
\ f (x) dx % —-—- [y0 4* ytm 4- 2 (y* 4- Vk 4- • • • 4- y*m-i) 4*
J om
a

4“ 4 (t/j 4" V2 4" • • • 4* y»m-i)]*

É a fórmula de Simpson. O número de pontos de divisão Itn


é arbitrário, mas quanto maior ele for. mais a soma do segundo
membro de (5) nos dá um valor exacto do integral (•).

í*) Para determinar o número de pontos de divisSo que é preciso


tom ar para calcular o integral com um a precisSo dada. poder-se-á utilizar
fórm ulas que permitam avaliar o erro que resulia do cálculo aproxim ado do
integral. N ão indicaremos aqui estas avaliaçóes.
Exem plo — Calcular aproximadamente
2
Log 2 =

- í*
Resolução — Dividam os o segmento [I, 2] em 10 partes iguais (fig. 127).
Façamos

A l = " i r = 0 ,1 '
e lormemos o quadro dos valores da função sob o sinal soma:

1
X
- 4 ym T

x0 = 1 ,0 j/o = 1,00000 x„ = 1 , 6 yt = 0 ,6 2 5 0 0
Xj = 1,1 y, = 0 ,9 0 9 0 9 x7 = 1 ,7 y7 - 0 .5 8 8 2 4
x 2= 1 , 2 y2= 0,83333 xg = 1 , 8 t/8 = 0.55556
X j- 1 ,3 Xy — 1. 9 y9 = 0 ,5 2 6 3 2
x 4= 1.4 y 4 = 0,71429 X ,0 = 2 .0 y jo = 0.50000
xft= 1,5 = U, 66607

I. Obtém-se wgundo a primeira fórmula üus rcclônguloj (1):


2
j ^ 5 . s t 0,1 (yo-f ^i4 - • • • -7,18773 = 0,71877.
1
O b lém se segundo a segunda fórm ula dos rectângulos (I*):
2
j* ^ 0,1 (vt-f-yj + • • • + y io ) * * M * 6,68773=0,66877.
i
Resulta imediatamente da figura 227 que no nosso caso a primeira
fórm ula dá o valor do integral por excesso e o segundo por defeito.

II. Obtém-se segundo a fórm ula dos tnipézios (2):


2

j S ~ . ^ 0 , l ( Ü ^ 4 - 6 , t 8 7 7 3 ) = 0 ,6 9 3 7 7 .
i
III. Tem-se segundo a fórm ula de Simpson (5):

( |yo+Vjn+2 (í/2 4-F4-f j/*- f j/« )4 - í (y »+ V 3 - f * 5 + 07 + 09) ! —


1
_ {ld (14- 0,5 + 2•2,72818 + 4 »3,45955) — 0,69315.
•J
Na realidade. Ix>g 2 — ^ » 0 , 6931472 (» menos de sete casas decimais).
Por conseguinte, dividindo o acgm ;nto [0, I] cm dez partes iguais, a
fórm ula da Simpson dá cinco décimais exactas, a fórm ula dos trapézios.

sòmcnte três. e apenas podemos responder à primeira décimal quando se


aplica a fórm ula dos rectângulos.

§ 9. F ó rm u la de Tchébychev

Nos cálculos técnicos, tem-se muitas vezes de recorrer à fórmula


de integração aproximada de Tchébychev,

Seja ainda calcular J / (x) dx.


a
Substituamos a função sob o sinal soma pelos polinómios de
interpolação de Lagrange ^ ( x ) (§ 9. Cap. V II) tomando sobre o
segmento [# ô]/i certos valores da função: /(* ,) , f (x,)........ f (xn).
onde xx, x ., .... xn são pontos arbitrários do segmento [a, 6]:

P M = / ( ,,) +
<*i — *i) (*i — *s) • • ♦(•*■, - * n)

+ +
(*, — x,) (x, — J , ) . . . (xt — xn)

x U - (J - • - (* - *»-l) f{s)
(xn x,) (r„ x2) . . . (xn x„_i)
Obtém-sc a fórmula seguinte dc integração aproximada:

b b
J í ( x ) d x » J P (x )d x (2)
a o
que. após cálculos, toma a forma

b
r f i x ) d x & c j (x,) + c j (x2) + . . . + c j (xn)t (3)

cm que os coeficientes C, são dados pelas fórmulas


b
£. __ f ( X — -^í) » • » ( x — x l —\) ( x J l+ i) • » ■(J x n)

J (Xj — Xj) . . . (X/ — x l- i) (x i x J+l) • • • (x l ^n)


O

A fórmula (3) é difícil e incômoda para os cálculos, dado que


os coeficientes C , se exprimem em função dc fracções complicadas
Tchébychev pós o problema inverso: dar. não as abeissas x u
x ,....... x«. mas os coeficientes C u C3, ... C„ e determinar as abeissas
X1. Xa........ Xn.
Tomam-se os coeficientes dc modo que fórmula Í3) fique
o mais simples possível para os cálculos. É. evidentemente assim quando
todos os Cj são iguais:

Cx — C2 — . . . — Cn.

Designando o valor comum dos coeficientes C ,. C ,. Cn por Cn,


a fórmula (3) torna-se
b
J / (X) dx « Cn [f (x,) + / (X,) + . . . + 1 (xn)]. (5)
o

A fórmula (5) representa, cm geral, uma igualdade aproximada,


mas se / íx) é um polinómio de grau não superior a n — 1. tem-se,
então, uma igualdade exarra. ê esta circunstância que permite deter­
minar as quantidades C*. x „ x, ........x„.
A fim de obter uma fórmula que convenha a todo o intervalo
dc integração, reduzamos o segmento dc integração [a, />] ao segmento
t — 1. I], Façamos, para esse efeito

_ & , b—a

ter-se-á. então, x = a para / = — I c x — b para / = 1


Por conseguinte.

em que se designou por r-(i) a função de / sob o sinal soma. Por


conseguinte, a integração dum a função f (x) dada sobre um segmento
[a, b] pode ser sempre (reduzida a integração duma outra tunçào y>(x)
sobre o segmento [— 1, 1].
Assim, o problema reside em escolher os números C n, xlt x2, ..., xn
na fórmula
í
J / (*) <ir = C„ [/ (I.) + /<**) + . . . + / (x„)I (6)
-I

de modo que esta fórmula seja exacta para toda a função / (a) da
forma
/ (*) = a0 + -f- a^r* - + ... + an-yTn~' /
Notemos que

- íi -i
-1

(S )

2 ( * ° + T + * ‘ ‘ + ; r i t ) “ é p a r

Por outra via. tendo em atenção (7). a :>oma do segundo membre


da igualdade (6) é igual a
C n [/ia„ -f a x(Tx -I- J , -f . . . + x„) -f- fl, {j \-f- x\+ . . .

• - • + ^n) +- • • • + (■*! * + *2 1+ • • • + * ! ')]' (9)


Igualando as expressõe* (8) e (9). obtém-se uma igualdade que
deve ser verdadeira, quaisquer que ^ejam a», at, u:, .... \•

= C„ [na0 ■j- a i (x\"b “H • • • “f" J u) -f

4~ aZ(*1 + *2 + -- " f J'n) -•

— 4- (** l + r f “ , + . . . + * r ,)|.
Igualemos os coeficientes de ao, ux, a ,, ... 1 nos dois membros:

2 = á r C „n ou Ca = ~ ;

xi -I- *2 + • • • 4* J n = 0;

xí + x ; + . . . + ^ = J - = f : (10)

•tf “I" **2 + * • • "f" ~


9
*1 + 4 + . • • + * i==5 f—
~~ t
5 :

Deduzem-se as abeissas ;cx, x ,......... r„ destas n últimas equações.


Estas soluções foram encontradas por Tchébychev para diversos valores
de n. Damos abaixo as soluções que ele encontrou quando o número
de pontos de divisão n é igual a 3. 4, 5, 6. 7. 9:

N ú m ero de C o eficien te» V alo re» d a i a b ciu & a .Ti, ............ xn


■ordenados n C«
2 x , = — x , = 0 .7 0 7 t 0 7
3
T X2 = 0

1 x , « = — x 4 = 0 ,7 9 4 0 5 4
4 x 2 « * — x 3 = 0 , 1S7592
2

2 r , = _ x 6 -= 0 ,8 3 2 4 9 8
õ x 2 = _ x ; - 0 ,3 7 4 5 4 1
5 r,= 0

t x , = - x « = 0 ,8 6 6 2 4 7
6 x 2 = — x 5 - 0 ,4 2 2 5 1 9
3 x 3 — — x ^ O , 266635

x , = — x 7 «=> 0,883862
2 x-> - * — x a = 0 , 529657
7 x 3 = — x 5 = 0,323912
7
xt= 0

x , = — x g -.0,911589
2 x , - — x 8 == 0,601019
9 x 3 — - x 7 0.528762
T x 4 ---- x # -0.167906
x5- 0
Por conseguinte, efectuar-se-á o cálculo aproximado do integral
sobre o segmento [ — l, IJ aplicando a fórm ula seguinte de Tchébychev:
1

J / (*) d x = £ [ / (X ,) + / ( x j + ...+ / ( * „ )] ,

-1

em que n é escolhido no grupo 3. 4. 5. 6. 7. 9. c estando x,. xt ...... xn


representados no quadro. Não sc pode tomar para n o número 8
ou números superiores a 9; o sistema de equações (10) dá, então,
raízes complexas.
Quando os limites dc integração do integral dado são a c b,
a fórmula de Tchébychev torna-se
b
J / (X ) dx = b = - l [/ (X .) + / ( X , ) + . . . + / ( X „)].
-
a

v 6-f-a , b— a
em que A j = 0 = 1, 2....... n ). e tendo os x { os

valores dados no quadro.


Demos um exemplo de cálculo por aplicação da fórmula de
Tchébychev.
2
E x e m p lo - Calcular ^ ( = L o g 2 ).

Resolução — Reduzamos por unia mudança dc variável, o segmento de


integração ao segmento ( — 1, I]:

__1—
h2 , 2— 1. 3 I 3 -fl
° 2 2 2 2 '

^r =
d ~dt.

2 I

Í
dx Ç dt
T - J l * -

Calculemos e>te últim o integral para n = 3, aplicando a fórm ula de


Tchébychev:
i
\ / (in dt*=y\f (0,707107)-f / (0) + / (-0,707107)1.
D ado que

I (0 .,0 7 1 0 7 )= 3 + 0 i 707)u7 = 3.7U71U7 2'59' 52-

/ < 0 ) = j i ^ 0 , 333333,

/ ( _ 0 .7 0 7 1 0 7 )- 5 = 5 ^ i5 5 - 7 ^ 3 5 r = 0 .í3 « l3 0 .

tem-se
1
j -~y= (0,269752+0,333333+0,'.36130)=

= - | -1 .039215 = 0 .6 9 2 8 1 0 v 0 .6 9 3 .

C o m parando este reíultado aos resultados fornecidos pelas formulas dos


rectângulos. dos trapézios c de Simpson (ver o exemplo do parágrafo anterior),
verifica-se que o resultado obtido pela aplicação da tórm ula de Tchébychev
(com três pontos de divisão) é mais preciso que o resultadp obtido pela
aplicação da fórm ula dos trapézios (com nove pontos de divisão).

Indiquemos que a teoria do cálculo aproximado dos integrais


foi desenvolvido nos trabalhos dc A . Krylov (1853-1945).

§ 10. In t e g r a is q u e d e p e n d e m d u m p a r â m e t r o
D erivação dos integrais que dependem dum parâm etro. Seja o
integral

/(a )= S /(* . * )< **


n

no qual a funçáo sob o sinal soma depende dum certo parâmetro a


Se o parâmetro « varia, o valor do integral variará também. Resulta
que o integral definido é função de « ; poder-sc-á. enlão. designá-la
por / (a).

1. Suponhamos que f{x , •■) c /<* U . « ) são funções continua*


quando
e < a < r f e a < jr < 6 . '2 )

Determinemos a derivada do integral em relação a a:

- f A a ) — 7 (a ) ,_ x
li m ----- ------- = / 0 (a).
Aa-o Aa
Verifiquemos., para esse efeito, que
e>
1 (a - f Aa) = J / (j -r Aa) dx
c. por coascguinte.
b b
/ (a -f- A a ) — / (a ) = J / (x, a -f A a ) ár — J / (x, a ) dx =
a a
b
= $ [/ (* . * + A a ) — f (x, a )] dx;
a

l (a - f A a ) - / (a ) __ f / (x, a - f A a ) — / (x, a )
Aa J Aa
a
Apliquemos a fórmula dos crescimentos finitos de Lagrangc à
função sob o sinal soma; obtém-se:

/ (* .« + A a )- / (, . « ) = / ;(j a+0Aa)
Aa
em que 0 < 0 < 1.
Dado que f'u (x, a ) é contínua no domínio fechado (2), tem-se

f ’a (T, a-f9A a) = /á (x, a)-fe,


em que a quantidade e. que depende de x. a, Aa. tende para zero
quando Aa -> 0.
Dc modo que

; (a + A a ) - / (a ) L ( .| a ) + t ] r f r =
Aa J
o
b b

=■= j íu (* , a ) dx - f j t dx.
a a
Passando ao limite, fazendo Aa - * 0. obtém-se (•):

/ (a -f- A a ) —
lim — = /a (a ) = | /a (x, a ) dx
A a-o Aa

C> A funçSo sob o sinal soma no integral ^ t-d x tende para zero
a
quando An - * 0. D o facto de à funçSo sob o sinal soma tender em cada
ponto para zero. n lo i forçoso que o integral tenda tam bém para zero.
b
T odavia, no caso dado ^ e dx tende para zero quando Aa —> 0. Admiti-lo-emos
a
•em demonstraçSo
( J f (x. a ) dx |; = J /a (x, a ) dx.

É. a fó rm u la de Leibniz.
2. S u p o n h am o s, agora, qu e os lim ite s d e in te g ra ç ã o a e b e m ( J )
s ã o fu n ç õ e s de o :
Ma)
/ (a) = <X>[a, a (a), ò (a )]= $ /(*, a ) d x . (1 )
a<a)

4» [.«. < iío). b (a)] é u m a fu n ç ã o co m posta de a. po r in te rm é d io de


a c b. Para de term in ar a de rivad a de /( « » , a p liq u e m o s a regra de
d e riv a ç ão das tunyòcs co m postas (ver § 10, C a p . V I I I )

4 â& . d® da . aa> db
/ (a) = — 4- — — -f — — • w)
da da dn db da

E m virtude d o teorem a de d e riv a ção d u m integral d e fin id o em


relação ao seu lim ite superior variáve l ív er fó rm u la ( I ) . § 4). obtém-se:

b
d® d
j/< * . a)dx = í[b{*), a J.
db db
6

% - £ j / (x. a ) dx-= £ j /(*. « ) dx = - /[«(«), a],


a 6

Por fim. para calcular ~ utilizemos a fórmula de Leibniz


da.
estabelecida em cima:

— = ( /á (*. *) dx.
da J

Obtém-se, substituindo na fórmula (3) as expressões ohlidas das


derivadas:
Ma)

/ ; (a) = | U(I, CL)dz + l [ b (o), a] ~ - / 1a (a), a ] ~ . (4)


ata)
A fórmula de Leibniz permite calcular certos integrais definidos.
E x e m p lo — Calcular o integral

Resolução — Notemos. primeiramente, que não se pode calcular directa-

mente este integral dado que a primitiva da funçSo e x — -— n io x

exprime por meio das funções dem entarei. Para calcular este integral, con-
sidererar-sc-á cõm o funçSo do parâmetro a:
OO
seneex
/ (- »)= j e x ----- dx.

Calcula-se, entSo. a sua derivada cm relação a a aplicando a íórm ula


de Leibniz (•):
co
cos a x dx.

M as este d llim o integral calcula-se fàcilmente por meio da» funções

elementares; obtém-se j i ~ ã • Por conseguinte.

' ' la )= r h i -

Determina-se I (<*), integrando a identidade oblida:

/ ( a ) = a r c tg a - f C . (Ój

Resta determinar C. Verifiquemos para este efeito que

/(Ü )= J" e - * ^ ~ £ d x - j O d s -O .

Por ouira via. arc tg 0 = 0.


Substituindo a = 0 na igualdade ÍS), obtém-se

/ ( 0 ) = a r c tg O - f <7,

em que C = 0. Tem-ie, e n tio , para todo o valor de a a igualdade seguinte

I (a )= a r c t g a .
Iito é.
TO
s e n ax
JV e x — -— <ix--arc t g a .

(•) Estabeleceu-se a fórm ula de Leibniz supondo que os limites de


mtegraçSo a c b eram finitos. Todavia, a fórm ula de Leibniz convém neste
presente caso, ainda que um dos lim itei de integraçSo seja infinito.
E x e r c íc io *

Calcular os integrais definidos seguintes, considerando-os com o limites


dc somas integrais sn

^ d x '
a

Indicação — Cortar o segmento [o, fc) em n partes pelos pontos


63 —
ti = 0. I, 2, .... em que q— Resp.

2. ,c m que fl <._ a < b. Rcsp. Log — .


a
Indicação — Cortar o segnifnto [a, 6) como no exemplo anterior.

3. [ V j dx. Resp. ' — fl3/2).
a
Indicação — Ver o exemplo anterior.
0
4. >cn x Jx. Rcsp. c o < « — cosi»,
a

Indicação — Estabelecer, previamente, a identidade seguinte:

sen a sen (a J h) +■sen (a 4- 2 h) . . . — sen \a -f (n — 1) Af =

_ Pos (a — h ) — cos (a -j-n/i)


2 sen/j ’

é preciso, para este efeito, m ultiplicar e dividir todo» os termos dc

prim eiro membro por sen A c substituir os produtos de senos pela»

diferenças de cossenos.
li
5. ^ cos x dx. Resp. sen 6 — sen a.

a
U tilizar a fórm ula de S ew ton-Leibn iz para calcular os integrais definidos.
1 I
6. ^ x*dt. Rcsp . 7. ^ '* d x . Rcsp. e — 1.
ti 0
Resj ji
2
f ir n
ü. I sen x dx. Resp. |. 9
J ít t í Resp T •
v i

,0 . [ R„ p L . 11. ^ t ^ x dx. Resp. Log 2.


j V T—*• 0
tf x
12. j ^ . .R e sp . |. 13. | ~ R e ip . Log x.
1
x
x* — I
14 . j* sen x dx. Re<p. 2 sii|2 . 15. ^ x* dx. Rcsp.

l ‘* i

£ 2

( 2x __i ‘ Re*p L « g (2 : — 1). 17. j cos*x<£x. Resp. -^-

18. ^ sen - x dx. Resp. Í L

Calcular os integrais seguintes, fazcndu as mudanças d« varulvws indicadas:

. sen x cos- x dx. cos x t. Resp. — .


w

n
f dx x „ n
• ) J T íc o s x R c ,p y 5 ‘

3 V2
21. í - ^ = . 2 — ix =.. /*. Resp.
~ T ~ *

■ j 7 I V 3 j r - * = ' * ' • R « p -x + {-
-I
5

• j ^— - dx. x — I - t ‘ . Rcsp. 2 (2— arc tg 2).


5. f -— c° g , s e n ç > = /. R ép. Log-^-.
J 6 — 5 sen<p-L scq2 ç H r * 3
25 1
M ostrar que

26. j r m (1 — x)n d x— ^ xn (1 — x )m dx (m > 0, n > 0 ) .


D 0
b 6 a a
27. \/ < x ) d x = \ /< a + 6 - x ) d x . 28. j / < x « )d x = - i j / (**) cíx.
I

C alcular os integrais im próprios seguintes (lim ites infinitos ou singularidade


da função a integrar).'

x rfx
29. ! V l= i
f - * / * »-T 1

OD

30. f e "* d x . Resp. 1.


0
00

3 I- ) ^ £ < « > o ).
0

3 , j _ ^ . R e ip 4 .

í
OO

1
34. | L o g x d x . Re*p. — 1 .
0
oo
35. ^ x sen x dx. Resp. ü integral diverge
ú
00

36. ^ . Resp, O jmegral diverge


1
-+-00

37- 1* + Z + i - R" p
í0 #
'
R',p 4-
2

Í
dx
—j . Resp. O integral diveige

40
, 7 _ *
J z V j* — 1 F 2

i
41. i — .R esp. O integral diverge
-1

42. | e~*x sen bx dx (a > 0). Resp.


b

oo

e~ °x cos bx d x (a > 0). Resp. - a -- .


a* -f-o2
* í
Culciilar os valores uproxlmados do* integrais.
5
44. L o g 5 = ^ por aplicaçfio du fórm ula do* trapézios e du fórm ula de

Simpson (n = 12). Resp. 1,6182 I segundo a form ula dos trapézios);


1.6098 (Simpsont.
11
45. ^ x 9 d x segundo 4 fórm ula dos trapézios e a fórm ula dc Simpson = 10).
1
Resp. 3690. 3660.
1
46. ^ " j / l — x 3 dx segundo a fórm ula dos trapézios (n = 6). Resp. 0,8109.

segundo a fórm ula dc Simpson (n = ’4). Resp. 0,8111.

10
48. J logjo z dx segundo a form ula dos trapézios c a form ula de Simpson
1
«» = 101. Resp 6,0656; 6,0896.
1
C alcular o valor de t partindo de que ÍL = | _ j f ... i por aplicação

0
da fórm ula de Simpson </i = 10). Resp. 3.14159
50. ^ ^ X ds segundo a fórm ula de Simp>on (n = 10). Resp. 1,371.
0
00

51. Partindo da igualdade \ < ~ " x dx = ~ , cm que « > 0 , determinar para o


J rx
n
03

inteiro »i > C o valor do integral j e~xx n d x. Resp. n!


0
oo

52. Partindo da igualdade \ » determinar o valor do integral


J ** ;-a 2ya

J ____ J
dL_____. R « p i L 1-3-5 - • . ( * » - ! )
J (x * _ i .| ) n * i - 2 2 B j|I

53. Calcular o integral \ !— Resp. Log (1 -j-a) ( a > — i) .


V
t
54. Servír-%e da igualdade l xn - l d z = —!- para calcular o integral
J n
t
A P L IC A Ç Õ E S G E O M fiT K IC A S E W E C A N IC A S
IX ) IN T E G R A L D E F IN ID O

§ 1. C á lc u lo d a s á r e a s e m c o o r d e n a d a s r e c ta n g u la r e s
Sc a função f ( x ) > U sobre o segmento fa. 6], sabe-se que (§ 2.
Cap. X I ) a área do trapézio curvilíneo formado pela curva y — f (x).
o eixo O x c a< rectas x = a e x = A (fig 210) é dada por

° 0
Se f (x ) < 0 sobre [a. òj. o integral definido l f (x) dx é tam-
a
bém < 0. O seu valor absoluto é igual à área Q do trapézio curvilíneo
correspondente:

- <? = í /< *)* .


a

Se / (jc) muda um número finito de vezes de sinal sobre o


segmento [a, 6J. decompor-se-á o integral sobre [a, em integrais

parciais. O integral é positivo sobre os segmentos em que / üc) > 0 e


negativo sobre aqueles em que / U ) < 0 . O integral sobre o segmento
completo representa a diferença das áreas que se encontram dum
lado c doutro do eixo O x (fig. 228) Para obter a soma das áreas
no sentido orJinátio. é preciso encontrar a soma dos valores absolutos
dos integrais sobre os intervalos parciais indicados ou. melhor, calcular
o integral f

t ••pio I.
i» eixo
— C alcular a área
quando 0 C i < 2 r 'f ir
Q delimitada
229).
pela un utòid e y = *cu x e
Resolução D ado que sen x > 0 para 0 < x < cr e sen x < 0 para
< * < 2 ^ , tem-se,
n 2ji 2a
Q = j sen x d x - f j sen x dx | = j* |sen x | dx,
u a a
a
^ sen x d x — — cos x|q = — (cos jx — co s 0) = — ( — 1 — 1)= 2,
u
2a
sen x d x = — c o s x |^n = — (cos 2jx — cos n ) = — 2.
a
Por conseguinte, (J — 2 -f- | — 2 | = 4.

Sr for preciso calcular a área delimitada pelas curvas y = /, (x), y — /2 (jrJ


e as rectas x = a. a = h com a condição /, (x ) > / , (x), ter-se-á, evidentemente,
(fig. 230):
b b b
Q= \/, ( x )d x — j h(x)dx= j |/, (*)-/,(x)] dx. (2)
a a a

E x e m p lo - - 2 . Calcular a drea delimttada p ila s curvas (fig. 231)

y = V x et y = x 2.

Resolução Determinemos os pontos dc intersecçSo das curvas: ~[/x — x2,


x - x*, donde x , = 0. x . = 1.
Por conseguinte,

f V id x - j z'iz= Ç =
o 6 o
Calculemos agora a área do trapézio curvilineo delimitado pela
curva dc equações paramétricas (fig. 232).

x = q>(*), y = y(t), (3)


onde

e
(«) = a, <f (P) = 6.

Suponhamos que a curva definida pelas equações (3) pode scr


posta ainda sob a forma v f (x ) com o segmento [«. />1 para dominio
de definição Pi>der-se*á calcular, então, a Arca como se segue

Q = S f(*)à x = J i/dx.
a a

Façamos u mudança dc variável:


Jr= cj,(/); dx = iç,(t)dt.

Tcm-se. tendo em vista as equações

y = /(í)= /[ tp (0 ] * ^ (/).

Por conseguinte.
P F ig. 232
Ç = í * (0 f' (4)
a.

Tal é a fórmula que permite calcular a área dum trapézio


curvilineo delimitado superiormente por uma curva em coordenadas
paramétricas.

Exem plo — i . Calcular .i área do dom inio delim itado pela elipse

x = a cos t, y = b &en t.

Resolução — Calculemos a área delimitada pela semj-elipse superior c


dupliquemos o resultado oblido Aqui, * varia entre — a c + a por conse
guinte. l varia de rr a 0.

0 n
Q 2 ^ (6 sen /) ( — a sen t d l) — — 2ab ^ *cn- t d l = 2nb ^ *cn2 ; dt .•
.T X 0 sen»
.1
f 1 — cos 2/ J4 n . r í * n 2n «
— 2a 6 ) — r — <"=2»‘ [ T — — J„ =««6.
Exem plo — 4 Calcular a área delim itada pelo eixo O x e um arco da
ciclóide
x = a (t — sen /), y = a (1 — cos f).
R rio ln çã o — Q u a nd o t varia de zero a 2rr. x varia de zero a 2va.
Obtém-se. aplicando a fórm ula (4):
2n 2 .i
Q - j* a (1— c o s i) a (1 — cos t) d l — a 2 ^ (1 — cos 1)2 dt =
v u
2n 2.*i 2a

— [ i* —2 j cost dt -f j cos5 /dt J ;


u o
2.t 2n 2n

j d t , . 2. i ; j c o *td t = 0 ; ^ C0Si t d t = j i z S — d t ^ n .
U U U
0 0
übtém-^e. finalmente:
í> = «*(2rt + n)=3:io*.

§ 2. A r e a d u m s e c t o r c u r v ilín e o e m c o o r d e n a d a s p o la r e s

SCÍ“ P = /(6)

a equação duma curva em coordenadas polares, em que / (0) é uma


função continua quando « < 0 < 0.
Determinemos a área do sector O A B delimitada pda curva p = f (0)
c os raios vectores 0 = a e 0 = /?.

Fig. 233

Dividam** a área daJa em n partes pelos raios 0,r = « . 0 = 0 ,.


.... 0n = p. Designemos por A0 ,. A0.. . . A0 „ os ângulos formados
por estes raios (fig 233).
Designemos por p. o comprimento do raio vectoi correspondente
a um ângulo qualquer 0,. -compreendido entre Hi -t e Gj-m*
Consideremos o sector circular de raio e de ângulo ao centro
A0. A sua área é
A Q i* =
A soma >i n

= 1 2
i« i
^ âe‘= f 2j.- j [/("'),SA" ‘

dá a área do scctor em «escada».


Sendo esta soma uma soma integral da função p3 = [/(0)]* sobre
o segmento « < 0 < /?. o seu limite quando máx. A 0«->O dá o
integral definido

Ele não depende do raio vector Pi escolhido no ângulo â04.


É natural considerar que este limite representa a área procurada (*).

F ig . 234

Assim, a área do scctor O A B é igual a

(D
a
Oll

(D

Exem plo — Calcular a área intenor a lemniscata

P = a V c o s 20
(fig. 2341.

(•) Poder-sc-iu mostrar que esta definiç5o da área não contradiz a dada
anteriormente; por outras palavras, calculando » área do sector curvilineo por
melo de trapézio» curvilineo* obter-se-ia o mesmo resultado.
Resolução — O raio vector abrange o quadro da área procurada quando

ü n
4 4 JL
* ■> \ „i-, s«n 2 0 14 a*
t— \ c o s 2 O J0 :
2 2 Io “ -i *

por conseguinte,
< ?- a 1.

§ 3. C o m p r im e n to d u m a r c o d e c u r v a
I. Com prim ento dum arco de curva em coordenadas cartesianas —
Seja y — j í-t) a equação duma curva plana em coordenadas rectan-
gulares. Procuremos o comprimento do arco
A B desta curva compreendido entre as ver­
W 1W ticais x = a e x = b (fig. 235).
M. i « Deu-se, no Capitulo V I (§ 1). a definição
do comprimento dum arco de curva. Recor­
demo-la. Tomemos sobre o arco A B os
pontos A , M u M : .......M {, B de abeissas
r*x Xo — a lt X i, X ; .......x.......... b — x n t tracemos
as cordas A M U M M i ....... de que
F ig. 235 designaremos os comprimentos por As u
ss2....... A5*. Obtém-se. então, a linha poli-
gonal A M iM , ... M n-\B inscrita no arco A B . O comprimento desta
linha poligonal é

s,| = S k t i.
(= 1

Qiama-se com prim ento ò do arco A B ao linutc para o quaJ


tende o comprimento da linha poligonal inscrita quando a maior
corda tende para zero:

s= lim 2j (D
max A s í "* o l*»i

Vamos mostrar agora que se a função f (x ) c a sua derivada f (x)


são continuas sobre o segmento a < x < b, este limite existe. Assim
fazendo, ter-se-á dado ao mesmo tempo um processo de cálculo do
comprimento dum arco.
Introduzamos a notação:

A //, = / ( * < ) — / (* / - ,) .
Então,
\S{ = V iA x,)* - f (Ay,)* = j/ l -f Ax,.

Segundo a fórmula dos crescimentos finitos

g ! í = /_ í * , ) - / ( * , - , > , n l [ ) ,
A r, x, - - x ,_,
onde

Por conseguinte.
As, = V i +[/'(l,)]5Ai,
De modo que o comprimento da linha poligonal inscrita é

2 V l+ | / '( 5 ,) P A í,
1-1

Sendo a função /' C.r) contínua. p'or hipótese, o mesmo se dirá


de I 1 4 |/' (x )l2. Daí resulta que a soma integral tem um limite
que é igual ao integral definido:

s= lim 2 V l +1/'(5<)J2A ^ = J V l -f [ f ( x ) f d x .
max ,'í*í—0 « = 1 q

Assim, obteve-se para o cálculo dos arcos a fórmula


b h


<= \ VI + [ / ' (* )] s * r = j* j / l + (^ J d x . (2 )

N o ta — 1. Pode-se obter, partindo desta última fórmula, a deri­


vada do arco em relação à abeissa. Sc sc supõe que o limite superioi
de integração é variável e sc se o designa por x (não mudaremos a
variável de integração), o comprimento do arco s será uma função de .r:
ar

Derivando este integral em relação ao limite superior, obtém-se:

c - <»>
Esta fórmula foi estabelecida no § 1, Cap. V I. sob outras
hipóteses.
Exem plo I. Determinar o comprim ento da circunferência
j* + yt r*.

Resolução Calculemos, primeiramente, o comprim ento do quarto de


circunferência no primeiro quadrante. A equação desta porção de arco cscreve-se

donde,
d j ) _________i
dx ~ y p n r ji *
Por conseguinte.

T' 11 II
yr j Í T S m T l = rJT -
O comprimento da circunferência completa é i = Irrr.

Determinemos agora o comprimento dum arco de curva quando


a curva é dada -pelas equações paramétricas:

* = (*,(<). í = fW (« < « < (> ). (4)

cm que f (/) e ^(/) são funções continuas dotadas dc derivadas


igualmente continuas, e não se anulando ç'(t) sobre o segmento c o n ­
siderado. Nestas condições, as equações (4) determinam uma certa
função >• = f (x ) continua com a soma derivada

=
dx <f’ ( t )

Seja a = ? (« ). b - f (0).
Fazendo, então, no integral (2) a substituição

r = < f(í). dx= q< ’ (t)d t.


obtém-se

a
ou. finalmente.

*= aí V[q>'(*)]*+W(0f«fr- (5)
N ota — 2. Demonstra-se que a fórmula (5) se mantém válida
para curvas que são cortadas por verticais em mais dum ponlo (prin­
cipalmente para curvas fechadas), desde que as duas derivadas ?'(/)
e (/) sejam contínuas em qualquer ponto da curva.
Exem plo — 2. Calcular o comprim ento da hipocidoidc (astróide):

x -t a cos* /. y ti sen' t.

Resolução — Sendo a curva simétrica relativamente aos dois eixos d«


coordenadas, calculemos, primeiramente, o quarto do comprim ento desta curva
que sc encontra no primeiro quadrante. Obtém-se:

— 3 a c o s * / sen*. — 3a s e n */c o s /.
dt dt

ü parâmetro l variará dc 0 í Por conseguinte,


a

t = ^ y Hfi* cos»« I sen * t -f*.to* *cn « t cos* t d l =


Ti
^i_
2
-=3a ^ V c o s 3 / sen1 1 dt
n
a
2 S
I* *ení / 12 X/i
— 3a | sen t cos l d t — 2m—- — í — 6a
|>

Ata/a— 3. Sc sc tem uma curva emperwda definida por equa­


ções paramétricas
y = V ( 0- 2= x (0 . (fi)

em que « < / < / ? (ver § I, Cap. IX ), define-se o seu comprimento


(como para uma curva plana) comò o limite duma linha poligonal
inscrita, quando a maior corda tende para zero. Se as funções ? (/).
•(/(t) e x U ) são continuas com as suas derivadas sobre o segmento
la, £1. a curva tem um comprimento determinado (isto é. o limite
indicado acima existe), dado pela fórmula

s = S V [ f ' ( 0P + ( ♦ ■ ( ( ) ? + I x ' ( 0r d t. O)
a
Admitiremos este resultado sem demonstração.
Exem plo — 3. Calcular o comprim ento do arco da hélice
X = a COS /, y «i sen /. : - amt
correspondente a / entre zero e 2ít.
Resolução Deduz-se das cquaçócs dadas
dx — a sen t dt. dy = a cos t dt. dz am dl
Obtém-se, substituindo na fórm ula (7):
2a 2a
"y/a*seni /-{-a*cos1 /-j-o*/n*<í/— a ^ V 1 |-m - dt =2a<i V I | u‘~ ■
•» o
2. Com prim ento dum arco de curva em coordenadas polares —
Seja
P = /(0) <*)

a equação duma curva em coordenadas polares, sendo p o raio polar


e 0 o ângulo polar.
As coordenadas rcctángulares exprimem-
-se por meio das coordenadas polares

x = p cos 0, </ = p sen 0.

Se se substitui p pela expressão (8) em


função dc 0. obtêm-se as equações

x = /(0)cosO , y = /(0)sen 0.

Pode-se considerar estas equações como


sendo as equações paramétricas da curva e
Fig. 230
aplicar a fórmula (5). Determinemos para
csse efeito as derivadas dc .x e de y cm relação ao parâmetro 0:

— = /'(O) cos0 — / (0) sen0;


<i0

- A = /'(0) sen 0 -h / (O) cosO.


dO
Tem-se, então,

= l / ( e ) r + [ / (0 )] I= P'1 +

Por conseguinte.

s = J V jp + f d O .

Exem plo — 4. Calcular u comprim ento da cardióidc (fig- 236)


p = a (1 - f cos 0).
Fazendo variar o Sngulo polar 0 dc 0 a v , obtém-se a metade do
com prim ento procurado. Tem-se aqui p' — — a sen 0. Por conseguinte.
E xem plo — 5. C alcular o comprim ento da elipse
x=am st i
y ^ b iC D Í, J
lupondo a >fc
Resolução — Sirvamo-nos da fórm ula (5). Calculemos, primeiramente. -J-

do comprim ento, isto é, o comprimento do arco correspondente às variações do


n
parâmetro / entre 0 et :
n
2
*en' i-j- 63 cos’ t dt —
T - J V *
u
n
2

j V ^ T T — cosi /)4-6»cos3 / dt = J y a* — (a * — b * )c m * t dt
o li
n_ n
2 ,__________ 2
a f ]/ 1—•
— CO?3t dt=za j 1/1—k^cosit dt.
ü s

em T/a* — 6a « ,
que fr _ i ------- < j . Por conseguinte.

s ^ 4 a j* V I — k* cos2 t dt.

N ada mais resta do que calcular este últim o integral. M as sabe-se que
ele n5o s: expnme por meio tias funç&es elementares (ver § 16. Cap. X). Este
integral nâo pode ser calculado a n io ser por métodos aproximados (pela
fórm ula dc Simpson. por exemplo).
E m particular, sc a metade do eixo m aior da elipse fôr igual a 5 e
• • 3
o semi-eixo menor fór 4. tem-se k = e o comprimento da elipse é
n 5

2 _
s—4-5 j* y t — (■§")”cos3'
0
Calculando este últim o Integral, por aplicação da fórm ula de Simpson,

(d iv id in d o o segmento £ o , - y j em quatro partes) .obtém-se o valor apro­


ximado do integral:
n

í
2
y
--------------- 5
1 — g-cos i t d i =5r 1,298 ;

o comprimento total da elipse é. aproximadamente, igual a


a tr 25,96 unidades dc comprimento.
§ 4. Cálculo do volum e dum corpo em função das áreas
das secções paralelas

Consideremos um corpo / e suponhamos conhecida a área de


toda a secção arbitrária deste corpo por um plano perpendicular ao
eixo O x (fig. 237).
Esta área depende do plano secante.
isto é. que ela é função de x:

Q = Q (* )r

Suponhamos que ( J (x) é uma funçáo


contínua de x e determinemos o volume
do corpo dado.
Tracemos os planos x = x0 = a. x =
— x u x = xa....... x = xn = b.
Estes planos cortam o corpo cm
secções. Tomemos em cada segmento par­
cial .r,-\ J ^ *, um ponto arbitrário e construamos para cada
secção i ' = 1 . 2 ...... n um cilindro cuja geratriz paralela ao eixo dos x
se apoia sobre o contorno da secção pelo plano x =
A área da base dum tal cilindro elementar é

< ? (!.) U . , < è , < •» - ,).

a altura i t , e o volume
< ? ( £ ,) A * , .

O volume dc todos estes cilindros é

"» = 1’ Q (l) A t
/*=!

A o limite desta soma quando max. A.r, U (quando ele existe)


chama-se o volume do corpo dado

v = lim S @ ( È /) A * |.
ma* /= j

Como v„ representa, evidentemente, uma soma integral para a


função contínua Q (x ) sobre o segmento a < x < b. o limite indicado
existe e exprime-se pelo integral definido

p = S Q (x )d x . (D

Exem plo - ■Calcular o volume delim itado pela elipiôide (fig. 238
X* V2 i*
ai b*
Resolução — A secçáo para um plano paralelo a o plano Oyz e que sc
encontra ã distância de x deste últim o, d á a elipse

v* =* . **
*fcT « - T i •

<ni

com os semi-eixos
[>vhy ' '

j / 1— Í Í ; et « e | / .

M as a área duma la l elipse é igual a rrb xc, (ver o exemplo 3 do 8 l).

Por conseguinte.

O volume da elipsóide 6 igual a

—a

Hm espacial, sc u = 6 = c. a elipsóide torna-se um a esfera cujo volume


delimitado é
§ 5. V o lu m e d u m c o r p o d e r e v o lu ç ã o
Consideremos o corpo dc revolução gerado pela rotação cm
volta do eixo O x do trapézio curvilineo a A B b formado pela curva
y — f (x). o eixo O x e as rectas
x = a. x — b.
Neste caso. qualquer secção
deste corpo para um plano per­
pendicular ao eixo das abeissas é
um círculo, tendo por área
Q = n t f = n [ f( x jf.

Determina-se. aplicando a
fórmula usual do cálculo dos volu­
mes [(1). § 4], a fórmula que
permite calcular os volumes dos
corpos de revolução:
b ti
c = n Si/, d x = n J [/(j-)]atir.

Exem plo — Determinar o volume do corpo gerado peta rotaçSo da


catenária.

’= T (* a + e a)

em volta do eixo O x entre o\ planos x = 0 e x = b (fig. 239).

Resoluçõo,

6 2x

f (e * -2 - t •)4 » -
a
2x 2b 26
l6 l lf Tv
J.I ' fl 8 (tf } 2

§ 6. A r e a d u m c o r p o d e re v o lu ç ã o

Consideremos a superfície dc revolução obtida fazendo rodar


a curva v = f í.x) cm volta do eixo O x. Calculemos a área desta
superfície no intervalo b, Suporemos a função /(jr) contínua
com a sua Jerivada em todos os pontos do segmento [a. &].
Como no § 3. tracemos as cordas A M . M XM 7....... dc
que designaremos os comprimentos por as,. as, ........ \$n (fig . 240).
Na sua rotação, cada corda dc comprimento Ay4(i = 1. 2.......n)
gera um tronco dc conc cuja área à P t é igual a

A / ', = 2 Ast.

Ora.

As, = VAxf-f-Ai/7 = r *+ A:r,•

Obtém-se. aplicando a fórmula dos crescimentos finitos:

A * l-----------------------
_ / f o ) — / ( * !- 1)E / { .
Ax, X , — x ,_,

uu x ,_, < £ , < * , :

por conseguinte.

A*, - v i+ r* (E .) a*,.

AP, = 2jx jf'-' +»‘ V l +/•*({,) Aí,


2 F ig . 240

A área da superfície gerada pela linha poligonal será igual a

l\ = 2-1 Vgi=‘ + V! V l +/•»(£,) Ax,,


i-=i 2

ou melhor ainda, à soma

^ n — ^ 2 [/ (x i - i ) ~b / l^l)] 4" / ' (£i) A x,# (1)


«= i

estendida a todas as corJas. O limite desta soma. quando a maior


corda Asj t,cnde para zero. chama-sc área da superfície de revolução
considerada. A soma (1) não é uma soma integral para a função,

2 ;i/ (x )V t - f / '(x )\ (2)

dado que no termo correspondente ao segmento lx ,-,, x,| figuram


vários pontos deste segmento: x ,_i, x ( , Mas pode-se demonstrar
que o limite da soma (1) é igual ao limite da soma integral da
função (2). isto é.

/»= l im n V + / <j*,)j V l + / ' * ( £ > ) A * t =

= lim ji 2 f (£=) l l -r / ” fwj) A i

(Ml
h
/' = 2 jt J / ( . r ) V l + r - ( j ) d u , <3)
•i

Exem plo — C alcular a área da parabolóide gerada pela rotaçSo cm volla


de Ox da parábola y* = 2px Limitar-se-á à porçúo compreendida entre os
planos x = 0 c x = a.

ReoAução.

c oblòm-se aplicando a fórm ula (3):


a

fl o

§ 7. C á lc u lo d o t r a b a lh o p o r m e io d o in t e g r a l d e fin id o
Suponhamos que um ponto material M solicitado por uma força
/ se move sobre uma recta Os c que a direcção da ferça coincidc
com a do movimento. Pede-se. para calcular o trabalho efcctuado
pela força F , para deslocar o ponto M da posição s = u a posição

I) Se a força / é constante, o trabalho A c dado pelo produto


dc /' pelo caminho percorrido, ou seja
A = F ( b — a).

2) Suponhamos que a força F varia continuamente cm função


da posição do ponto material, isto e. que ela representa uma função
F ( s ) continua sobre o segmento u < i < />.
Cortemos o segmento [a, h] em n partes arbitrárias de compri­
mentos
A i |f As*. . .. A su,
depois escolhamos em cada segmento parcial l-Sj-t» s»l um ponto
arbitrário & c substituamos o trabalho da força F (s) sobre o caminho
á S i(i = 1, 2....... n) pelo produto

* ’ (£i) As,.
Isto significa que supomos a força F constante sobre cada
segmento, a saber h = A (£<). Nestas condições, a expressão F ( £ i ) A$ j
dá, para A.s, suficientemente pequeno, um valor aproximado do tra­
balho de F sobre o caminho Ay, c a soma

1-1

exprime, aproximadamente, o trabalho de F sobre todo o segmento


[a . b 1.
É evidente que A n representa uma
soma integral para a função F = F (j)
sobre o segmento [a. b]. O limite desta
soma, quando max. (A í,) 0. existe e
exprime o trabalho da força F (s) sobre
o caminho entre os pontos s = a e j = b:
li
A = lF (s )d s . (1)
n

E x e m p lo — 1. A compressão S duma mola


em espiral é proporcional à força aplicada F.
Calcular o trabalho dc F quando a mola é
com prim ida de 5 cm , sc for necessário aplicar uma
força de I kg para com prim ir a mola de 1 cm
(fig. 241).

ResoluçSo — A força F c a desIocaçSo 5 esíâo ligadas, por hipótese,


pela relação F — kS. cm que k é um a constante.
Exprimiremos S cm metros c F cm kilogramas. Para S = 0,01 tem-sc F — I,
isto é, que I = A '0,01. donde k = ICO c F = 100.9.
Tcm-sc, em virtude da fórm ula (II:
0.ft5
0.05
100.V dS - 100 -0.125 ktíin.
- I
E x e m p lo — 2. A força dc repulsão entre duas cargas eléctricas do mesmo
sinal e, e e , distantes de r exprime-se pela fórmula

F - k e \ c2

em que k é uma constante.


Determinar o trabalho da força F para deslocar a carga e7 do ponlo A }.
encontrando-se à distância r, dc e,, no ponto à distância r , de adm i­
tindo que a carga <•, se encontra na origem A 0.
Resolução - Tem-ss, segundo a fórm ula (1):

n
Obtém-se, paru r t = « :

k«\<i d r _ ket e2
í
Para e3 ~ tem-se A = k .Esta ültim a quantidade chama-se potencial
do cam po criado pela carga ev

§ 8. C o o r d e n a d a s d o c e n t r o d e g r a v id a d e
Seja dado no plano O x y um sistema de pontos materiais

^ 1 (•*!» ü l ) ' ^ 2 C1?* y 2) ’ • • •* (^m Vn)


de massas m x. m 2.......w «.
Chama-se aos produtos z-tini e Ih^ h momentos estáticos da massa
m iem relação aos eixos O y c Ox.
Designemos por. xe e {/<• as coordenadas do centro de gravidade
(baricentro) do sistema dado. Com o se sabe d o curso dc mecânica,
as coordenadas do baricentro dum sistema de pontos materiais são
definidos pelas fórmulas:

* 1 **, - f í smf + ••••+■ x nm „ ,tr; 'rim ‘


(0
m l -{- m , -f- • - • *+• m n v —
L to ,
1=1
n
Y
Vi”*, + + ... + y nmn m y,rn‘
(2)
2 mt
( -1

Vamos utilizar estas fórmulas para determinar os centros de


gravidade de diversos corpos c figuras.
1. Centro de gravidade de um a curva plarta pesada — Seja uma
curva m aterial A B dada pela sua equação y = f {x ), a ^. x b. 4
Seja y a densidade linear (* ) desta curva. Cortemos a curva
em n partes de comprimento &su ...... Asn. As massas destas partes

( •) Chama-se densidade linear à massa da unidade de com prim ento da


curva dada. Suporemos que a densidade linear 6 a mesma em todos os pontos
da curva.
serão iguais aos produtos dos comprimentos pela densidade cons­
tante):- A rnt = Tomemos um ponto arbitrário dc abeissa
sobre cada porção do arco SSi. Considerando agora que cada porção
*st representa um ponto material/*, l|,, / (Ê<)lde massa y is , e substi­
tuindo nas fórmulas (1) e (2) em vez de e y., respectivamente
£« e / (ít) c cm vez de "»í o valor y A s , (a massa da porção A*',),
obtém-se as fórmulas aproximadas que determinam o centro de gra­
vidade

*i* „ __ 2 5 / ( 6 i ) v a »!
Xc~ s y a s , •

Se a função y = / (jc) é contínua bem como a sua derivada, as


somas do numerador e do denominador de cada fracção tem limites
quando max ást -> 0. Por conseguinte, as coordenadas do centro de
gravidade da curva exprimem-se pelos integrais definidos

$xds J x Y i - j - j '~ ( x ) d x
d ')
J ds J V l -f f * ( x ) d x
a
b
$f(x )d s J / (x )V l + P { x ) d x
u — .2---------- « (2*5
------ h b _____________ ' •
id s jv i- f r u )d x
a a

E x e m p lo — I. Determinar a i coordenadas do centro de gravidade da


scmi-circunferencia x 1 + y 2 = a * que v encontram por cima do eixo Ox.

R esolução— Determinemos a abcis\a do centro de gravidade:

às — ■■■ d s,
V a a - x*

a X dx
0 J y aa — xa —a V a * — x « |°
-a l—o
rc „ z = 4 - - o .
a na
dx a arc sen —
—a
* ' T 7 = a
í V a«_x 3
Determinemos agora a ordenada do ccntro de gravidade:

2a* 2a
na n

2. Centro de gravidade dum a figura plana — Suponhamos que


a figura dada é delimitada pelas curvas y — f v (a). .V = / : (*). x — a.
x = b e representa uma figura plana m aterial. Suporemos que a den­
sidade superficial, isto é. a massa da unidade da área, é constante e
igual a 5 para todas as partes da figura.

x
r i f j t TT

Dividamos a figura dada em secções paralelas pelas rectas


x = ........ x = xn = b de larguras Axlt ........ a *«. A massa
dc cada secção será igual ao produto da sua área pela densidade 8.
Assimilando cada secção a um rectângulo (fig. 242) de base Ajq e de

altura /2 (ç,) — /, (|,).em que £, — *■


* . a massa desta secção

será, aproximadamente, igual a

A m , = . ô [ / , ) ] A x , (i = l . 2.........n).
O ccntro de gravidade desta secção encontrar-se-á. aproximada­
mente, no centro do rectângulo correspondente:

Localizando agora a massa de cada secção no seu centro de


gravidade, encontra-se as coordenadas aproximadas do baricentro de
qualquer figura [cm virtude das fórmulas (1) e (2)]:

z . . S S | f t [ / ,( E l) - / i ( 6 , ) ] A * ,

' 2 » [ / ,( « .) - / .( !.) ] A *. ’

J S í / . (6.) + U (S<)]» [ / , ( h ) - A ( W I Ax,

2 A*,

Passando ao limite, quando «Uj-frO. obtém*sc as coordenadas


exactos do baricentro da figura dada:

b
S (*)—/i (x)\dx

J j [U (*) + / , (-r)J Ift (* ) - A {x)i dx

í
6

í/s (* ) - f i (* )] dx

Estas fórmulas adaptam-se a qualquer figura plana homogênea


(que tenha uma densidade constante em todos os pontos). Vê-se que
as coordenadas do ccntro de gravidade não dependem da densidade 8
da figura (ela elimina-se nos cálculos).
#
Exem plo — 2. Determinar as coordenadas do centro de gravidade do
segmento da parábole y* = ax cortada pela recta x = a (Fig. 243).
F ig . 243

Resolução — N o caso dado f i { x ) = '\ fã x , / , (x) — logo

a
*• 4 _
2 J x Y ã x dx A 2 V a x, / j
õ 5 o 5 a 3
o 4 , 5
2 5 V S ir -5 - flJ
0 3
0

yc = 0 ( d a d o que o segmento é simétrico em relaçSo ao eixo Ox).

E x ercidos

Cálculo das áreas

i Determinar a área da figura delimitada pelas curvas y* = 9x, y i- 3x.


o 1
Resp. y •

2. Determ inar a área da figura delim itada pela hipérbole equilátera xy


o eixo O x c as rectas x = a. x = 2a. Rcsp. a2 Log 2.

3 . Determinar a área da figura comprccndida entre a curva y = 4 — x» e


2
o eixo Ox. Resp. 1 0 —-.
3

^ Determ inar a área da figura delimitada pela hipocicloide x 2/a-j-ys' * = a


3
Resp. — n u*.
x x
d t a i
5. D ite rm in a r a área da figura delim itada pela catenária V — “J " ' * 5 >.

a-
o eixo Ox, o eixo Oy e a recta x = a. Resp. 1).

6. D eterm inar a área da figura delimitada pela curva y = x*. a recta


e o eixo Oy. Rcsp. 12.
7. Determinar a área do dom ínio delim itado por um a semi-onda de sinusóide
e o eixo das abeissas. Resp. 2.
8. Determinar a área do dom ínio compreendido entre as parábolas y* = 2 px,
4
3

9* Determinar a área total da figura d d im ia d a pelas curvas y = x», y = lx .


3
y * x. Resp. ~ .

Determinar a área do dom ínio delim itado por um arco de cidóide


x =■ a (r — sen i). y = a (I — cos t ) e o eixo das abeissas. Resp.
11• Determinar a área da figura delim itada pela hipociclóide x = a cos* /,

y = a sen 1 /. Resp. y na*.

12. Determinar a área do dom ínio delimitado pela lemmscata p* — a1 cos 2 9».
Resp. u*.
13. Determinar a área do dom ínio delim itado por um arco da curva

P = a sen 2 ç . Resp. jui*.


O

14. C alcular a área total do dom ínio delim itado pela cardióide 9 — u Cl — cos 9 ).

Resp. — n a * .

15. C alcular a área do dom in io delim itado pela curva p = a cos R e s p . .

16. Determinar a área do dom ínio delim itado pela curva p = a c o s 2 ç . Resp. —
4.
17. Determinar a área do dom in io delim itado pela curva p = a cos 3*. Resp. ii - .

( 8. Determinar a área do dom ínio delim itado pela curva 9 — uco s4ç,. Rcsp. n ° a

Cálculo de volumes

x*
r* . y*
» *
19 # Fez-se rodar a elipse —j-
«T + jT= l em torno do eixo Ox. Determinar o

volume d o sólido de revolução. Resp. -Ll rtafe*.

2^ Fez-se rodar o segmento de recta que reúne a origem e o ponto (a, b\

em torno do eixo dos y. Determinar o volume dó cone obtido. Resp. n.a*b.

2 |# Determinar o volume do toro gerado pela rotação do círculo x* + (y — 6)* =


= a s cm torno do eixo Ox (supõe-se que b > a). Resp. 2v xasb.
22. Fez-se rodar o arco da parábole y 3 = 2px lim itada pela recta x = a cm
torno do eixo Ox. C alcular o volume do corpo de revolução obtido.
Resp. rrpo'.

23. A figura delimitada pela hipociclóide *•/« 4- y * / * = a , / * roda cm torno

do eixo O x. Determinar o volume do corpo dc revolução. Resp. ' .


24. Determinar o volume gerado pela rotaçSo em torno do eixo Ox dum

arco de sinusóide v = s:n .r. Resp. L


2
25. A figura delimitada pela parábola y1 = 4x c a recta x = 4 roda em
torno do eixo Ox. Determinar o volume do corpo de revolução Resp. 32ir.
26. A figura delimitada pela curva y — xex e as rectas y — 0, x = 1 roda
cm volta de Ox. Determinar o volum e do corpo de revolução. Resp.

y (*’ — !) •

27. A figura delim itada por um arco da ciclóide x = a (t — sen /), y = a (1 —


— cos í) e o eixo O x gira cm torno d o eixo Ox. Determinar o volume
do corpo dc revolução. Resp. 5 t 2<j3.
28. A figura do problema 27 roJa cm torno do eixo Oy. Determinar o
volume do corpo dc revolução. Rcsp. 6tr2a s.
29. A figura do problema 27 gira cm torno da recta que passa pelo vértice
da ciclóide paralelamente ao eixo Oy. D eterm inar o volume do corpo

de revolução. Resp. — 16).


6
30. a figura do problema 27 roda cm to m o da tangente no vértice da
ciclóide. D :term in ar o volume do corpo de revolução. Rcsp. 7t 2o*.
31. U m cilindro de raio R c cortado por um plano que passa por um
diâm etro da base sob um ângulo a com a base. Determinar o volume da
2
parte troncada). Resp. — R * lg a .

32. D eterm inar o volume com um aos dois cilindros: x3 j/* = /**, y1 + «* —

= R *. Rcsp. ~ /?>.

33. O ponto de intersecção das diagonais dum quadrado descreve o diâmetro


dum a circunferência de raio a. o plano do quadrado que permanece cons­
tantemente perp:ndicular ao plano da circunferência, e dois vértices opostos
d o quadrado que se apoia sobre esta circunferência ía grandeza do
quadrado varia, evidentemente, durante o movimento). Determinar o

volume do corpo gerado por este quadrado. Resp. -1—r»a.


9
34.
C alcular o volume d o segmento obtido cortando o parabolóide elíptico

j £ L 4 .- ^ 1 - = * p ilo plano x = a. Resp. n<i2 !// > ? •


2p iq
35. C alcular o volume do corpo delimitado pelos planos t — 0. >• = 0, as

superfícies cilíndricas x l — 2py e z- = 2px e o plano x = a. Rcsp.


7 V d
(n o prim eiro tnedro).

36. Uma recta move*sc paralelamente ao plano Oyz apoiando-se sobre aa


zí o* x* 2*
elipses —7-4--r=- -1» — ---3T = * . encontrando-se, respectivamente, nos
ü® A* CA g
planos Oxy c O x z■ C alcular o volume do corpo obtido Resp. — abe.
O
Cálculo dos arcos

3 7 . Determinar o com prim ento lo ta i da h ip o cid óid c z ' 3 -f- {/' 3 = a * * . Rcsp. 6a.
38. Calcular o comprim ento do arco da parábola semi-cúbica a y ' = x * da
335
origem das coordenadas ao ponto dc abeissa x. = 5a. Rcsp. a.
X X

39. Determinar o com prim ento da catcnária y — — (e °- fí ") da origem ao


x x
ponto (x. y ) Resp. — ( j * — e « ) = V í / a —

*50. Determinar o co m prim :n to dum arco dc ciclóide x — a (/ — sen /), y =


— a ( l — cos l). Rcsp. 8<j.
41. Determ inar o arco da curva >• =■ l o g x entre os lim itei i - ^ e x = "\/8 .

Resp. 1 + - Jr L o g ~ .

D eterm inar o com prim ento da curva y — 1 — Log cos x entre os limites

* = 0 c
x — ~ . Rcsp. Log t* .
4 8
D eterm inar o comprim ento da primeira espira da espiral dc Arqujmedcs

f> = a<? a partir do pólo. Rcsp. n a V T + 4 n * - ;- ^ Log (2ji-f- V T + 4 ÍH *).

Determ inar o com prim ento da espiral logarítmica p — ea'9 do p ó lo ao

ponto (p. *)■ Resp. V l -,'- *, " Y i + a 2.


° a M 3
45. D eterm inar o com prim ento total da curva 9 = a sen3 . Resp. —
0 2

46. D eterm inar o comprim ento da evoluta da elipse x = — cos 8 1 ; y=

i i « n 1 t. Resp.
b ab
4 ". D eterm inar o comprim ento da cardióide p = u ( l + cos 9 ). Resp. 8a.
48. D eterm inar o comprim ento da evolvente do círculo x = a (cos fp -f <p sen cp),

y = a (sen 9 cos ip) dc <p = 0 a q> = <p,. Resp. a<p|.

C á lcu lo <ias áreas dos sólidos de revolução

49. D eterm inar a área da superfície obtida fazendo girar a parábola y* = 4ax

«m to rn o do eixo Ox. da origem ao ponto da abeissa x = 3a. Rcsp. ~ a a 5.

50. D eterm inar a área do cone gerado pela rotação do segmento dc recta
y — 2.r. C < x »-í 2: a i E m torno do eixo Ox. Resp. 8 fl b) E m torno
do eixo Oy. Resp. 4 jt l/ ô " . 3 8
51. D eterm inar a área do toro obtido fazendo girar o círculo X* — ( y — b ) ~ O
cm to rn o do eixo O x [b > a). Resp. 4rr*ab.
52. D eterm inar a área da superfície dc revolução gerada pela rotação da
cardióide de cquaçóes paramétricas x = a (2 cos ? — cos 2 ? ), y = a (2 sen 9 —
* • - n r '- s
5 3 . Determinar n área da ‘■upcrfícic obtida fazendo girar um arco da c id ó id e
64 na*
x — a (t — sen /); > = a ( l — cos/) cm lorno do eixo O x. Resp. - - a - •

5 (J. Faz*sc girar um arco da cidóide ivsr problema. 53) em volta do eixo Oy.
64
Determinar a área da superfície de revolução.
na*. Resp. 16n*o* 4-
O
3 5 . O arco da cidóide «problema 53) gira em volta da tangente no $eu
32na*
vértice. Determinar a área da superfície de revolução. Rcsp. —-— .

56 . 0 astróide x = a sen1 /. y = a cos* / gira cm volta do eixo Ox. Determinar

a área da superfíde de revoluçio. Resp. ÜfeliL .


5
57. O arco de sinosóide y — sen x de x = 0 a x = 2v gira em volta do
eixo Ox. Determinar a área da superfície de revolução. Resp. 4.t [~\/2
•t* Log<V2>t)|.
38. xa v3
A elipse — 1 (a > ò) gira c m volta do eixo Ox. D eterm inar a

área da superfície de revolução. Resp. o.tb* | a rc > c n e em que

D ife re n ia aplicações do iniegrol definido

59. Determinar a centro de gravidade d o quarto de elipse

>• > 0). Rcsp. £ ;

60. Determinar o centro de gravidade da figura delimitada pela parábola

.r* + 4y — 16 «= 0 c o eixo Ox. Resp. ( O ; A j .

61. Determinar o ccntro dc gravidade dum a meia esfera. Rcsp. Sobre o


3
eixo de simetria, à distância de —- R da base.
g
62* Determinar o ccntro de gravidade da superfície dum a aemi-esfera. Resp.

Sobre o eixo dc simetria, â distância — da base.

63* Determinar o centro dc gravidade da superfície dum cone circular recto


cujo raio da base 6 R e a altura 6 h. Resp. Sobre o eixo de simetria,

à distância da base.
AX
Determinar o centro dc gravidade da superfície plana lim itada pela»

curvas > = sen x (0 < x < t J , y = 0. Resp. ( y , j .

65. Determinar o ccntro de gravidade dum a área plana delimitada pelas


parábolas y* = 20*. x : = 20y, Rcsp. (9; 9).
66. Determinar o centro dc gravidade da área d u m sector d rc ula r do Angulo
ao ccntro 2a e de raio R. Resp. Sobre o eixo de simetria, à distância
J_ scn_a j o v írtjce MClor
3 a
o 7 . Determinar a grandeza dc pressão da água «obre um rectângulo que ai
foi lançado verticalmente: a base é dc 8 m, a altura de 12 m e a base
superior encontra-se a 5 m da superfície, paralelamente a esta ultima.
Resp. IC56 toneladas.
6 8 . O bordo superior dum a represa quadrada de 8 m de lado encontra-se
á superfície da água. Q u al é a pressão exercida pela água «obre cada
um dos triângulo* da represa obtidos traçando um a diagonal do quadrado.
R eip. 85 333,33 kg. 170666.67 kg.
69 . C alcular o trabalho necessário para bom bar água contida num reservatório
em forma de semi-esfera de 20 m de diâm etro. Resp. 2.5 • 16° cr kgm.
70 . U m corpo está anim ado dum movimento rectilínio, segundo a lei x *= d 3.
em que x t o cam inho p:rcorrido durante o tempo i, c = cons». A resis­
tência do meio é proporcional ao quadrado da velocidade, o coeficiente
de proporcionalidade é k. Calcular o trabalho devido à resistência ao
avanço quando o corpo passa do ponto x = 0 ao ponto x = u.

Resp. ~ k f 33T
I
71. C alcular o trabalho dispendido para bom bar um líquido de densidade
contido num reservatório cônico, com o vértice voltado para baixo, de
y
altura I I c dc raio da base R. Resp.
12
72. U m flutuador de madeira cilíndrico cuja superfície da base é 5 = 4000 cm*
e a altura / / = 50 cm flutua sobre a água. Q u al é o trabalho dis­
pendido para o tirar da água? (o pe>o especifico da madeira é de 0,8).

Resp. 32 k g m .

7 3 . C alcular a pressão total exercida pela água sobre um a barragem em forma


de trapézio isósceles. de dimensões: base superior a — 6.4 m, base inferior
b = i j . m. altura // = 3 m. Rcsp. 22,2 toneladas.
74. Determinar a componente axial P k g da pressão total do vapor exercido
sobre o fundo esférico dum a caldeira. O diâm etro da parte cilíndrica
da caldeira é de D m m , a pressão do vapor na caldeira P kg/cm*.

Rcsp. P = .
400
7 5 . U m a árvore vertical de raio r é sustentada por um a tela plana. O peso P
da árvore está uniformemente repartido sobre toda a superfície de apoio.
C alcular o trabalho total das forças de atrito quando a árvore gira
4
um a volta. O coeficiente de atrito é ji. Resp. — n j i P r .
ü
76 . U m a árvore vertical termina por um tronco de conc. A pressão específica
deste tronco de cone sobre a tela é constante e igual * P. O diâm etro
superior do cone troncado 6 D . o diâmetro inferior d. o ângulo no
vértice 2a. O coeficiente dc atrito é p. C alcular o trabalho das forças

de atrito para uma volta da árvore. Resp. -f* ^ (£>* — d*).n


b KQ CL
77. U m tronco prismático de comprim ento / estende-se progressivamente sob
a acção duma força crescente de O a P de maneira que a força de
extensão é equilibrada cm cada instante p :la s forças elásticas do tronco.
C alcular o trabalho A da força de extensão. supondo que o prolonga­
mento é elástico. A secção transversal do tronco é F. o m ódulo de
elasticidade do material £ .
Indicação — Sc x é o prolongam ento e / a força aplicada, tem-se
FF PI
/ = J L jL x. O prolongam ento sob a acçáo da força P é *

. P M _ P *l
Resp. .4 — £ — 2EF *

78. U m a barra prismática está suspensa verticalmente e um a força de exten­


são P está aplicada à sua extremidade inferior. Calcular o prolongam ento
da barra sob a acçáo do seu próprio peso e da força P, conhecendo
o com prim ento da barra cm repouso /. a sccçâo transversal F , o seu
(Q _i_ o ps i
peso Q é o m ód ulo de elasticidade do material E. Resp. A l = '■ *1 ■ .
2cA

Calcular o tempo durante o qual sc vaza um reservatório prismático


cheio até ao nível H . A secção transversal 6 F . a sccçâo dc abertura /.
a velocidade dc vazamento c dada psla fórm ula v = n 1 / 2 | c m que
p é o coeficiente de viscosidade, y a aceleração da força dc gravidade,
2F l !
h a distância da abertura ao nível do líquido. Resp. 7’ = ; -----= - =
*tV 2 iü
~ M/ V g '
8() Determinar o débito Q dc água (quantidade de água evacuada durante
a unidade de tempo) através dum escoadouro dc secção rcctangular.
2
A altura do escoadouro é h, a sua largura b. Resp. Q-=-^- flftA ~\Jígh .

81* Determinar o débito Q de água que rola através dum a abertura rectangular
lateral de altura a e de largura b, sendo / / a altura da superfície do

lado interior d o rectângulo. Resp. Q = X \H* 2 — [H ~ fl) '"l*


E s ta b e le c im e n to d u m a d e p e n d ê n c ia fu n c io n a l a p a r t ir d o s d a d o s
e x p e r im e n ta is p e lo m é t o d o d o s m ín im o s q u a d r a d o s

Suponham os que sc deve estabelecer, segundo os dados experimentais,


a dependência luncional que permite exprimir a grandeza y em função da
grandeza x:
y - (x ). (1 )

Os resultados experimentais forneceram-nos n valores da funçSo >• para


os valores correspondentes da variável independente. Estabeleçamos, com o se
segue, o quadro desses valores:

X *\ x« ... xn

V Vi Vi ... Vn

A forma da funçáo x = ç (x) 6 estabelecida ou com o apoio dc consi­


derações teóricas, ou segundo a disposição no plano das coordenadas dos
pontos correspondentes aos valores experimentais, (listes pontos chamar-se-ão
• pontos experimentais».) Suponhamos, por exemplo, que os pontos experimentais
estão situados no plano das coordenadas da maneira indicada na figura 243a.
Tendo em atenção o facto de que no decorrer do desenvolvimento da expe­
riência, sr podem cometer erros, é natural supor que a função incógnita
y = ç (x) possa ser procurada sob a form a dum a função linear y *= ax + b.
Se os pontos experimentais estão dispostos com o está indicado na
figura 243/». é natural procurar a função y = 9 (x) sob a form a y = axb, ctc.
Q u a n d o a forma da funçáo y = 9 fx, a. b. c, ...) 6 escolhida, resta
calcular os parâmetros a. b. c. . . . dessa função, de maneira que num certo
sentido ela descreva da melhor maneira o processo considerado.
U m m étoJo largamente aplicado na resolução deste problema é o
m étodo dos mínim os quadrados. Ele consiste no que sc segue. Consideremos
os quadrados das diferenças entre os valores y^ obtidos experimentalmente
e os valores da função 9 fx. a. b. c. . . . J nos pontos correspondentes:
n
S (a . 6, e. . . . ) = V |yj— <p(xít a, b, e, . . . ) ) * . (2)
t= i

Escolhamos os parâmetros a. b. c, . .. de m odo que esta soma tenha


um valor m ínim o:
n
S (a, b, c, . . . ) * = V ( y í - ç í x i . a, b, c, . . . ) ) * = m i n . (3)
<~t
O problema reduz-se, assim, a determinar os valores dos parâmetros
a. b. c, para os quais 3 função S (a b, c. ...) admite um m ínim o:
Resulta do teorema 1 (Cap. V III, m áxim o e m ínim o) que estes valores
a, b. c. , verificam o sistema dc equações

« 0 . « , o ................... (4)
da db dc
ou sob uma form a explícita:

V [ijt—n{xt,a,b,c,...)1 a. b. c.
da
0,

i- 1
n
a, b, c.
ti/l — Ç ( * m a- c. . . . ) l 0,
db (5)
(=1
n
d(\. (-/, a. b. c.
0.
2 l ^ í — n (* * • a' b' r ' dc
i-t

F ig . 243a F ig . 2436

O n ú m jro de equações á aqui igual ao das incógnitas. Em cada caso


concreto analisa*sc o problema da existência da soluçáo do sistema de equa­
ções (5) e da existência d o m ínim o da funçáo S (u, b. c, ...).
Consideremos certos cisos dc determinação da função y = ç (*. a. b. c , ...).
I. Seja y = ax + b. Neste c»So a funçSo S (a. b) é da form a (con­
frontar a expressSo (2)):
n
S(a,b)= V 1=1
(Vi — («*#-4-*)]*- (6)

Ê uma funçSo de duas vanáveis a c b (x t c y4 s io os números dados:


cf. o quadro anterior). Por conseguinte:

-~ 2 2
1-1
n

i«=l

isto é. o sistema de equações i5j ó neste caso da forma:

y yfij—<7y *f— b v xi=o,


i- t i= t i= t
n n
y U i— n V xj — ím = 0.
i- 1 i“ l

Obtivem os um sistema de duas equações lineares a duas incógnitas a c b.


ê evidente que este sistema tem um a sduçSo determinada c que para o
valores encontrados a e b a funçSo S (a. b ) admite um m in im o (•).

II. Suponham os que tínham os escoihido na qualidade de função de


aproxim ação o trinóm io do segundo grau

i/ = u j* bz -f- c.

( •) Isto pode ser tam bém facilmente estabelecido com o apoio das
condições suficientes (teor. 2. Cap. V III. mSx. e mín. dum a funçSo). C om
efeito, aqui

—9 V r*•
ía * _ 2 2 l ' ’
_£!£_—
da db
2V •
2 2 j X| •
r
db1
n
*■ '
í= l <-i
Por conseguinte,

ã*S d*S
d a '1 0b*
1=1 1=1

-s 2 ^ - > 0 .
Neste caso, a expressão (2), é da forma:

n
S (a, b, e ) = Iv i — ( a x í- fò x j- f c)}2. (8)
t= J

ê um a funçSo de três variáveis a. b. c. O sistema das equações (5)


escreve-se, c n tlo :

n
V h I — («*|+ +«*)I = o.
i-l
n
V [ y t — (a x * - f b x i - \ - c ) \ x i = 0,
1-1
n
2 (y j— + =
1-1

ou sob a forma explíata:

n n n n
y ViXi — a
S xt- - b y
x* — e V
Li
i- l j- t i- i i= i
n n n n
V ytx t —' a yxl - 6 V xj — e V
a <»>
<«1 1=1 1=1
n n n
■a y * ; - » s , C|—
2 U i~
i-l
O btem os um sistema de equações lineares para determinar as incógnitas
a, b. c. Resulta da natureza do problema que o sistema possui, um a toluçáo
determinada e que para os valores obtidos a, b. c a fu n ç lo S (a. b. c ) admite
um m ínim o.

E xem p lo — Suponham os que a experiência nos tenha fornecido quatro


valores da funçSo y = ç (*) para os quatro valores da variável independente
(n m 4 ) apresentadas sob a form a de quadro:

X 1 2 3 5

3 4 2 .5 0 ,5
V

Procuraremos a funçSo <? sob a form a de funçáo linear y = ax + b.


Form em os a expressão S (a, b):

S («, *>) = X ll/l — ( « l + *)!*■


Para lormjr o MStcma (7) com o fim de determinar os coeficientes a c b
calculemos, primeiramente:

V y / x ,= 2 1 ; V x?=39; V x, = l l ; V Vl = 10.
1= 1 it T j l- i

O sistema (2) põe-se sob a forma:

21- 3 '.* a -1 1 6 = 0 , |
10— 1 la —46 = 0. I
Resolvendo este sistema, encontramos a c 6:

26 109
a;— 55- ~35 '
A recta procurada, (fig. 243c), ó

2G 159
y ---
AN EX O n

F ó r m u la d e I n t e r p o la ç â o d e N e w t o n . D e r iv a ç ã o n u m é r ic a

Suponhamos que sáo conhecidos (« + I) valores y#. y ,, ... yH da fu n ç lo


f ( x ) para os (rt + I) valores da variável independente x0, x v ..., x *. A dife­
rença entre os valores consecutivos da variável independente supõe-se cons­
tante. Designcmo-la por /». Podemos assim estabelecer o quadro seguinte dos
valores da funçáo desconhecida y = ç U ) para os valores correspondentes da
variável independente.

X X0 X\— * X2 = x0 -{-2h ...

Vo i/l yz ... Vn

Form em os um po lin óm io de giau n ão superior a n quç toma o* yaloic*


correspondentes de y para os valores correspondentes de x. Este polinóm io
representará, aproximadam ente, a fu n ç lo ? (x).
Introduzamos, primeiramente, as notações:

Ay0 = í / i— I^ot = j/2 — i/i, — j/3— j/2 ,

Aai/o=y2 — Sj/t + Vo— Ayj — Ay0. A*y t = Ay2— Aj/i.........


A V o ~ Ü2 — 3 * 2 + 3 y t — y0 -^ A ay , — A2j/0..........

A ni/o - — A a ~tyo-

É o que se chama diferenças de 1.“, 2.“, ..., n ordem. Eacrevamos o


po lin óm io que form am os valores y0, y ,, rcvpcclivamente, para x0, xv
Este será o po lin óm io do l.° grau.

P ,( x ) = yo ~ A{/ o— • 0)

Com efeito,

P t (* )U -,0=yo* P t U-rj^vo+Aj/o^ = v o + (i/ i—yo)Bs!/i-

Escrevamos o p o lin ó m io que forma os valores y0, y ,, ya, respectivamente,


para x0. x ,, xr
Este será um po lin óm io do 2.® grau.

(2,
De facto.
p2 ~ yo, Pi U „ = Vi.

P% ! « , - * » + ^ o - 2 + ^ “ (^ - l)= lte -

O polinóm io de terceira ordem terá da forma.

P 3 W = , 0+ â^ +^ ^ (^ _ , ) +

+ ^ f ^ ( £^ - i ) ( £^ - 2)- (3)
Finalmente, o polin óm io de ordem n que tom a 05 valores y0, y %,
y7......... y*. respectis^amcnte. x0, x „ xIt xn. será da forma:

!) + . . •

• ;-+ ^ f - [ t S - H ’ w
o que se pode verificir por substituição directa, ê o que se cham a a fórm ula
de interpolação ou o p o lin óm io de Interpolação de Newton.
De facto, para este quadro, o po lin óm io dc Lagrange e o po lin óm io de
Newton são idênticos, se bem que diferentemente escritos, porque o polinóm io
de grau nSo superior a n que tom a n -f 1 valores dados para os n + I valores
dados de x. i determinado unWocamente.
E m numerosos casos o polin óm io de interpolação de Newton i mais
côm odo do que 0 polinóm io de interpolação de Lagrange. A particularidade
deste po lin óm io reside no fzeto dc que ao passar do polinóm io do grau k
ao po lin óm io do grau (k + 1) os (k + I) primeiros termos não são modificados;
só um novo termo se vem juntar que é igual a zero para todos os valores
anteriores da variivel independente.
Mota — Segundo as fórm ulas de interpolação de Lagrange (conforme a
fórm ula (3). 5 10) e de Newton (fórm ula (4)) os valores da função são deter­
m inados sobre o intervalo xfl < x < x n. Se se determina segundo esitas fórm ulas
o valor da funç3o x < x0 (pode-se fazi-lo para baixos valores de |x — x0 1),
diz-se, então que sc efectua uma extrapolação J<i quadro no passado. Sc
se determina o valor da funçSo para x„ < x. diz-se que se efectua uma
extrapolação do quadro no futuro.
Suponhamos que os valores de um a certa função incógnita <p (x ) são
dados pclp quadro apresentado no começo deste anexo. Pede-se, para deter­
m inar aproxim adam nte a derivada desta função. Este problema resolve-se da
maneira seguinte. Constrói-se o polinóm io dc interpolação de Lagrange ou
de Newton e determina-se a derivada deste polinóm io.
C o m o a m aior parte das vezes se considera quadros para os quais
as diferenças entre os valores consecutivos da variável independente são cons­
tantes, utilizaremos a fórm ula de interpolação de Newton. Sejam dados trés
valores da função y„, y x, y . para os valores x s. da variável independente.
Eacrevamos, então, o polin óm io (2) c derivemo-lo. Obtemos o valor aproximado
da derivada da função sobre o segmento x0 < x < x,

<P(x)a./>,(*)=— +-2*- { - —jr~ 1j * (S)

Para x = xg, obtemos


Sc considerarmos o polinóm io do 3.° grau (3), obtemos, para derivada
a expressio:

Em particular, para x = x0, obtemos:

«p' ( z o) ^ • < * > = ^ 0 - ^ r + ^ r * (8>

Se utilizarmos a fórm ula (4), obtemos, para a expressão aproxim ada da


derivada para x = x0

T (x0) ^ Pu (x)= --- 3JT"r ~3h-{9)


Notem os que para as funções que têqi derivadas, a diferença Ay0 i
um infinitam ente pequeno dc primeira ordem, A3ylt um infinitam ente pequeno
da segunda ordem, A*y0 um infinitam ente prqueno de terceira ordem e assim
sucessivamente, em relaçSo a h.
I N D I C E A L F A B É T I C O

Aceleração. 130 — dum a figura plana. 496


— instantânea, 130 — polares. 30
— média, 130 Coseno. 24. 83-84, 170
 ngulo dc contingência, 225 — hiperbólico, 115, 117
Area. 477-482 Cotangcntc, 24
— dum corpo de revolução, 490 — hiperbólica. 115,117
Argum ento dum nüm ero complexo, 250 Crescimento c decrescimento da função,
Assímptota. 202, 204 175-176
Astróide. 112. 213. 485 Ciclóide, I I I , 237, 479
Curvatura. 224-237. 352-356
Binôm io diferencial. 405
Binorm al, 356-357 Dependência funcional. 20
DcrivaçSo. 75
C álculo aproximado das raízes reais, — quadro da* fórm ulas, 106
240-245 — dos veetores. 347-349
Cardióide, 33, 246. 486. 499. 501 Derivada, 74
Centro dc curvatura. 232 — total. 295
— dc gravidade. 494-498 — dum a constante, 83
— de vizinhança, 18 — segundo um a dada direcção. 304.
C írculo. 31. 110 305
— dc curvatura, 232 Derivada de diferentes ordens. 123,
Catenária. 490, 498, 501 124. 125
Circunferência, 246, 4S4. — dum a função complexa. 259
C om prim ento dum arco de curva, 222 — dum a funçSo composta, 89, 293
— cm coordenadas cartesianas, 482 — dum a função dada sob a forma
polares. 486 paramétrica. 113
Concavidade da curvatura. 196-201 — dum a função im plícita, 94, 295
Constante, 16 — dum a função vcctorial, 340, 342
— absoluta, 17 — interpretação geométrica, 76, 283
Continuidade dum a funçSo. 34, 279-281 — mecânica, 129
Convexidade da curvatura. 196-201 — logarítmica, 98
Coordenadas do centro de gravidade, — parcial, 281
494-498 dc ordem n 298-302
— dum a curva plana, 494 -— dum produto, 85
Derivada do quociente dc duas fu n ­ — dc Moivre, 254
ções, 87 dc Newton-Leibniz, 441. 443
— dum a soma, 84 — dc Simpson, 459. 461
— total. 295 — Serret-Frénct, 360
Diferencial, 118-122 — dc Taylor. 162-166
— de ordem n, 126 — de Tchébychev. 467. 468
— total. 284. 286 — dc W allis, 450
— da variável independente, 286 — das parábolas. 459
Diferenciais dum a funçSo comporta, 121 — dos rcctângulos. 457-458
— de diferentes ordens, 125 — dos trapézios. 458-459
D o m ín io lim itado. 275 Fracçlo racional. 29. 385
— de definiçSo (de existência) duma Fronteira do dom inio. 274
funçSo, 20, 23. 274 FunçSo, 20
— fechado, 275 — algébrica, 29
— aberto (nSo fechado), 275 — lim itada, 42. 43
— de definiçSo dum a variável, 17 — complexa duma variável real. 258
— composta (funçSo dc funçSo). 26
Eixo im aginário, 204 — exponencial, 97
— numérico, 13 — continua, 60, 62-63
— polar, 30 — crescente. 21
— real, 257 — decrescente. 21
Elipse. 110, 479 — derivável, 78
Elipsóide. 488 — de duas variáveis, 273
EquaçSo algébrica, 262 — do segundo grau. 29
— binôm io, 256 — diferenciável, 286
— paramétricas, 108, 337 — descontínua, 63
— vecloriais dum a curva, 337 dada sob a form a paramétrica. 108
Erro. 289-292 dada sob a form a derivada. 113
— relativo. 291 — exponencial, 24, 96. 258
— m áxim o, 291 — dada com o auxílio dc quadros, 21
Esfera, volume. 489 — elementares, 28. 61
Espiral de Arquimedes. 32. 231. 247 hiperbólicas. 114
Evoluta. 234-237 — irracional, 29
Fvolventc, 234 — par e ímpar, 207,
ExprcssSo analítica, 22 — transcendentes, 30
— sob o sinal somativo, 370 — trigonométricas, 25*27
Extremidades dum segmento (intervalo — inversas, 24. 102. 103
fechado), 18 — de funçáo (composta), 26
Extrem o, 178, 313, 314 — dc Gauss, 416
ligudo, 321 im par 207
— im plícita. 94. 95
F ó lio dc Descartes, 213 — im plícita, derivada, 94
F ó rm ula de Euler. 260 — a integrar, 370
— dc Leibniz, 125, 469-470 — inversa. 98-102
— dc M aclaurin, 166 — lienar, 29
I

— logarílm ica, 25, 88 Lagrange, fórm ula de interpolaçSo, 267


— m ultívoca, 21 — fórm ula para o resto, 165
— não lim itada, 43 — teorema, 150
— par, 207 Lemniscata, 33, 246, 481
— periódica, 25 Limite, 34. 37-40, 47-52, 54-59. 279
— dc várias variáveis, 73 Limite inferior do integral, 433
— potência, 24, 96 — superior, 433
— racional inteira, 29, 261 Linha (superfície) de nível, 304
— sob o sinal soma, 37Ò Logaritmo décimal, 50, 60
— unívoca, 21 natural (neperiano), 59, 60
— da variável complexa, 257
— vectorial, 340 M .tior c menor valor dum a função sobre
um segmento, 64, 190
G radiantc, 306 M áx im o e m ín im o dum a função, 177-
G ráfico da lu n ç lo . 22, 207-211 -183, 193-195, 312-326
G rau de polinóm io, 261 — ligado, 321
M elhor aproxim ação. 270
Hélice, 339, 343, 344, 356, 361, 485 M étodo de integração de Ostrogradsky,
Hclicóide, 339 — das cordas, 241
H ipoclóidc, 498, 500 dc Newton (método das tangentes),
Hodográfico do vector, 337 243
M inim ax , 318
Infinitam ente grande, 36
M ó d u lo (valor absoluto), 15
Infinitam ente pequenos, 45-48. 67-68
— dum núm ero complexo, 250
— equivalentes, 67
— de transição, 60
Integração (da funçSo), 370
M oivrc, fórm ula de, 254
— por m udança de variável, 375-377
M udança dc variável. 375, 445
— pelo método de Ostrogradsky, 396-
— universal para a integração da«
-400
expressões trigonométricas. 410
— por partes, 381-384
Integral absolutamente convergente, 454 N orm al, 131-134. 343. 361. 364
— definido. 429, 431-437 principal. 352
— definido, cálculo aproxim ado, 457 N úm ero complexo, forma exponencial.
— definido, propriedades, 437 260
— dependendo dum parâmetro, 468 forma trigonométrica, 250
— eléptico, 416 — parte im aginária. 249
— geométrico do diferencial, 122 — parte real. 249
— indefinido, 368-370 — representação geométrica. 249
— indefinido, propriedades, 373 N úm ero e. 54. 56
— indefinido, quadro. 371 — real. 13
— im próprio, 467 Núm eros irracionais. 13
InterpolaçSo, 268 — racionais, 13
Intervalo, 17 N úm eros reais. 13. 249
— fechado, 17
Interpretação geométrica do diferencial, Parábola. 23
122 — fórm ula. 459

A
Sub-normal, 131, 132-134
Parabolóide de rcvoluç3o, 277
Substituiçlo de Euler, 401-405
Parâmetro, 108 -1C9
Sub-tangcnte, 131, 132-134
Período dum a função. 25
Período dum pêndulo, 292 Superfície, 277

Plano norm al. 343. 345 — de nível, 303


— osculador, 356 — de revoluçSo, 490
— tangente. 361, 363
P olinóm io . 29-261, 267 Tangente, 24. 131
— de Bcrnstein, 271 hiperbólica, 115, 117
— de Tchébychev. 271 Taylor, fórm ula de, 162-166, 310-312
P ólo. 31 Tchébychev, fórm ula de, 467, 468
Ponto duplo. 329 Teorema de Bézout, 261
- de dcscontinuidade, 63
de Cauchy, 152
— de in fle x ío . 196, 199
fundam ental da álgebra, 262
— interior do dom ínio, 275
— de Lagrange. 151
— isolado da curva, 332
— dc Rolle, 148
— de revers3o dc primeira espécie, 330
— dc Wcierstrass, 270
— de rcversüo de segunda espécie. 331
T o rçio , 357, 360
— singular da superfície, 361
Trabalho, 492.493
da tangência. 331
Pontos singulares dum a curva. 327-332 Traçáo (iractrice), 247
— valores críticos, 186, 326 Transformações trigonamétricas, 413
Potencial do cam po, 494 Trapézio curvilineo, 433
Prim itiva, 368 Trapézios, fórm ula dos, 458-459
Principais funções elementares, 23
Valor absoluto (m ódulo), 15
R a io de curvatura, 231, 352
Variável, 16
— dc torçSo, 358
— lim itada, 29
— vector. 337
— de vizinhança, 18 crescente, 19

R a iz da equaç5o, 261 — decrescente, 19


— da funçSo. 148 — independente, 20
— do polinóm io. 261 — intermediária, 89
Regra de L‘Hospital, 153 — m onótona. 19
Representação analítica dum a funçüo, 22 ordenada. 19
— gráfico. 22 Velocidade, 72
Resto da fórm ula de Taylor, 164 — instantânea do movimento, 73
— média. 72
Segmento (intervalo fechado), 17
Verdadeiro valor das indctcrminações,
Scmi-intervalo uberto, 18
153, 156
Senos. 24, 81,166
V izinhança, 18, 279
— hiperbólico, 115, 116, 117
Volum e. 488
Serret-Frcnete, fórmulas de, 360
— d u m corpo de revoluçáo, 490
Som a integral, 432
— inferior. 430
— superior, 430 Wcierstrass, teorema dc, 270

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