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A reestruturação de crenças na terapia cognitiva é descrita e explicada por meio de um

modelo cognitivo segundo o qual pensamentos disfuncionais comuns a todos os transtornos


psicológicos influenciam o humor e o comportamento do paciente.

O pensamento disfuncional se caracteriza por ser uma avaliação automática geralmente não
percebida pela pessoa. Ele é disfuncional por ser uma interpretação errônea dos eventos e
está diretamente relacionado a alterações de humor e de comportamento (FROESELER et al.,
2013, p. 43).

A noção de erro para a terapia cognitiva está relacionada a interpretação de eventos,


situações, sensações, previsões que apresentam falhas na sua construção lógica. De acordo
com Zulgman (2015, p. 1), os pensamentos conscientes podem ser classificados em reflexivos
e automáticos. “Os reflexivos são mais lentos, profundos e demandam esforço mental. Os
automáticos são mais rápidos e surgem espontaneamente, de acordo com cada situação. Por
estarem associados a um raciocínio superficial, estes últimos têm chance maior de apresentar
erros de lógica1 ”.

O desenvolvimento das crenças está relacionado às ideias que os indivíduos elaboram sobre si
mesmos, sobre os outros indivíduos e sobre o seu mundo desde os primeiros estágios de
desenvolvimento. As crenças são uma tentativa de as pessoas entenderem o ambiente e
organizarem as experiências de forma coerente para funcionarem de forma adaptativa.
Conforme Judith Beck2,3 (2013, p. 55), as diferentes interações com o mundo e com os outros,
assim como a predisposição genética, conduzem a esses entendimentos particulares.

1
Por exemplo, o indivíduo pode tirar uma conclusão sem ter evidências para tal, assim como
generalizar, supervalorizar, desconsiderar aspectos na construção da sua interpretação. Na seção 2.3,
serão apresentadas mais informações sobre esse nível cognitivo.

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