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Sumário
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
A doutrina tradicional ensina que, como processo, a licitação tem duas fases –
uma interna e outra externa. Em breve síntese:
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O SISG foi instituído pelo Decreto 1.094, de 23.3.1994, sendo integrado pelos
órgãos e unidades da Administração Federal direta, autárquica e fundacional.
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO 1.094/94
Art. 1º Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a designação de
Sistema de Serviços Gerais (SISG), as atividades de administração de
edifícios públicos e imóveis residenciais, material, transporte,
comunicações administrativas e documentação.
§ 1º Integram o SISG os órgãos e unidades da Administração Federal
direta, autárquica e fundacional, incumbidos especificamente da execução
das atividades de que trata este artigo.
[...]
Art. 2º O SISG compreende:
I - o órgão central, responsável pela formulação de diretrizes, orientação,
planejamento e coordenação, supervisão e controle dos assuntos relativos
a Serviços Gerais;
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. recomendar, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992,
c/c o art. 250, inciso III, do RI/TCU, à Secretaria de Logística e Tecnologia da
Informação (SLTI/MP) que:
9.1.1. elabore modelo de contratação de bens e serviços pela
Administração Pública, abrangendo as fases de planejamento, seleção do
fornecedor e gestão dos respectivos contratos, bem como promova a
respectiva implementação mediante orientação normativa, utilizando como
parâmetro básico os procedimentos contidos no Apêndice 4 do relatório de
fiscalização localizado na peça 45 deste processo;
(Acórdão nº 2328/2015 - Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI/MP) que:
[...]
9.2.2. elabore um modelo de processo de aquisições para a Administração
Pública, para a contratação de bens e serviços, e a gestão dos contratos
decorrentes, considerando as diretrizes constantes dos Acórdãos 786/2006,
1480/2008 e 1.915/2010, todos do Plenário do TCU, adaptando-os à
aquisição de objetos de todos os tipos e não apenas aos objetos de
tecnologia da informação, em especial:
9.2.2.1. modelagem básica dos processos de trabalho de aquisição,
incluindo o planejamento da contratação, a seleção do fornecedor e a
gestão dos contratos decorrentes;
9.2.2.2. definição de papeis e responsabilidades dos agentes envolvidos em
cada fase;
9.2.2.3. elaboração de modelos de artefatos a serem produzidos;
9.2.2.4. utilização de estudo de modelos já existentes como subsídio para
formulação de seu próprio modelo;
9.2.2.5. planejamento das contratações, iniciando-se pela oficialização das
demandas, o que permitirá o planejamento de soluções completas, que
atendam às necessidades expressas nas demandas;
9.2.2.6. definição de conceitos e referências à legislação e à jurisprudência;
9.2.2.7. mensuração da prestação de serviços por bens e serviços
efetivamente entregues segundo especificações previamente estabelecidas,
evitando-se a mera locação de mão-de-obra e o pagamento por hora-
trabalhada ou por posto de serviço, utilizando-se de metodologia
expressamente definida no edital;
9.2.2.8. inclusão dos controles internos em nível de atividade, podendo
ainda avaliar a inclusão dos demais controles sugeridos no documento
Riscos e Controles nas Aquisições – RCA, que pode ser acessado em
http://www.tcu.gov.br/selog;
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Súmula 222
As Decisões do Tribunal de Contas da União, relativas à aplicação de
normas gerais de licitação, sobre as quais cabe privativamente à União
legislar, devem ser acatadas pelos administradores dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
LEI 8.443/92
(Lei Orgânica do TCU)
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo,
compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta
Lei:
[...]
XVII - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos
legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na
forma estabelecida no Regimento Interno.
[...]
§ 2° A resposta à consulta a que se refere o inciso XVII deste artigo tem
caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Constitui irregularidade a inobservância, pelos administradores de órgãos
e entidades jurisdicionados, dos entendimentos firmados pelo Tribunal de
Contas da União, em especial na área de licitações.
Representação acerca de possíveis irregularidades em pregão eletrônico
promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destinado à
contratação de empresa especializada na prestação de serviços técnicos de
engenharia para fiscalização de obra de edificação, apontara possível
restrição à competitividade do certame, decorrente de exigência editalícia
de quantitativos mínimos para se atestar a capacidade técnica. Em sede de
oitiva, após a concessão da cautelar pleiteada pela representante, a Unifesp
aduziu que os quantitativos exigidos foram fixados com base no enunciado
24 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo, que os admite para serviços similares, em regra, na proporção de 50
a 60% da execução pretendida, ou outro percentual, desde que
devidamente justificado. Analisando o argumento, lembrou o relator que
“não se pode perder de vista que, no que concerne a normas gerais de
licitação, devem as entidades jurisdicionadas acatar o posicionamento do
Tribunal de Contas da União, conforme expresso no enunciado nº 222 da
Súmula de Jurisprudência do TCU, verbis: As Decisões do Tribunal de Contas
da União, relativas à aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais
cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
37. Registro, por oportuno, recente decisão exarada pelo Plenário desta
Corte mediante a qual entendeu-se pela impossibilidade de se exigir, em
relação a todos os licitantes (inclusive daquele em primeiro lugar), a
apresentação de amostras quando a modalidade de licitação utilizada for o
pregão (Acórdão 1.598/2006). Naquela assentada, este Tribunal acolheu
voto proferido pelo ilustre Ministro Relator no sentido de que não há como
impor, no pregão, a exigência de amostras, por ausência de amparo legal e
por não se coadunar tal exigência com a agilidade que deve nortear a
referida modalidade de licitação.
38. Devo ressaltar, todavia, que, no caso que ora se analisa, não há no
edital do Pregão 14/2004, dispositivo condicionando a participação dos
licitantes na fase de lances verbais ao atesto da Administração de que a
respectiva amostra ofertada está em conformidade com os ditames
editalícios. Igualmente, a referida exigência não foi imposta apenas ao
licitante provisoriamente em primeiro lugar.
39. O que o edital previu foi a exigência de amostras e protótipos de todos
os licitantes como condição de participação no certame, fato que se mostra
ainda mais restritivo, não merecendo acolhida desta Corte. (...) (Acórdão
2.407/2006 - TCU - Plenário. Relator: Ministro Benjamin Zymler)
18.16. Portanto, não merece guarida a argumentação apresentada pelos
responsáveis, tendo em vista que o procedimento adotado pela
administração municipal, além de não possuir amparo legal, não se
coaduna com a agilidade que deve nortear licitações realizadas sob a
modalidade pregão, encontrando-se em desacordo a entendimento
jurisprudencial consolidado neste Tribunal, o qual deveria ter sido
observado pela municipalidade, tendo em vista o disposto na Súmula 222
desta Corte de Contas: [omissis]
(Acórdão 2933/2016 – Plenário)
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1º) a execução dos serviços mediante cessão de mão de obra pela pessoa
jurídica contratada; 2º) serem os tais serviços de natureza continuada.
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ORIENTAÇÃO DO TCU
Serviços de natureza contínua são serviços auxiliares e necessários à
Administração no desempenho das respectivas atribuições. São aqueles
que, se interrompidos, podem comprometer a continuidade de atividades
essenciais e cuja contratação deva estender-se por mais de um exercício
financeiro.
DOUTRINA
Serviço de execução continuada é o que não pode sofrer solução de
continuidade na prestação que se alonga no tempo, sob pena de causar
prejuízos à Administração Pública que dele necessita. Por ser de
necessidade perene para a Administração Pública, é atividade que não pode
ter sua execução paralisada, sem acarretar-lhe danos. É, em suma, aquele
serviço cuja continuidade da execução a Administração Pública não pode
dispor, sob pena do comprometimento do interesse público.
(Diógenes Gasparini)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
A natureza do serviço, sob o aspecto da execução de forma continuada ou
não, questão abordada no inciso II, do art. 57, da Lei nº 8.666/1993, não
pode ser definida de forma genérica, e sim vinculada às características e
necessidades do órgão ou entidade contratante.
[VOTO]
25. Quanto a este aspecto, ressalto posicionamento já adotado pelo
Plenário do TCU no sentido de que a natureza de um serviço, se executado
de forma contínua ou não, não pode ser definida de forma genérica, e sim
vinculada às características e às necessidades do órgão ou entidade
contratante. Isso se aplica às ações de publicidade: a sua definição
como serviço de caráter contínuo deverá ser efetivada a partir da análise de
cada caso concreto. Nesse enfoque, cito os Acórdãos 35/2000 - Plenário e
132/2008 - 2ª Câmara.
26. Ao analisar o objeto da licitação, com foco no edital e em seus anexos,
em especial no Anexo 1 (fls. 32/56, Anexo 1), e, a partir da percepção da
natureza da entidade, com funções, dentre outras, de normatização, de
controle, e de julgamento em última instância administrativa de petições
envolvendo o exercício das profissões regulamentadas vinculadas ao
Sistema Confea/Crea, integradas por mais de 800.000 profissionais
registrados, 200.000 empresas da área tecnológica e 27 Conselhos
Regionais, e do detalhamento dos serviços de publicidade e mídia que são
desenvolvidas ao longo do ano, verifico que tais ações se revestem do
caráter de continuidade para o Confea.
(Acórdão 4614/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. A licitação teve por objeto a contratação de empresa especializada na
prestação de serviços de organização, planejamento, promoção e execução
de eventos, elaboração e fornecimento de infraestrutura de locação de
espaço físico, com mobiliário necessário e adequado, fornecimento de
layout ou design para estandes, exposições ou feiras, com montagem,
desmontagem, limpeza, manutenção, instalações elétricas, hidráulicas, de
equipamentos e outros serviços correlatos.
3. A unidade técnica havia apontado os seguintes indícios de
irregularidades no edital:
d) consideração indevida de que os serviços seriam de natureza
continuada.
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Erivan Pereira de Franca
[...]
6. Em instrução de mérito, transcrita no relatório precedente, a Secex/BA
propôs considerar prejudicada a representação, ante a perda de seu objeto,
e dar ciência ao Incra/BA sobre as impropriedades detectadas, para
prevenir ocorrências futuras.
7. Acompanho, na essência, as conclusões da unidade técnica, que
incorporo às minhas razões de decidir, com os ajustes a seguir
mencionados.
[...]
19. Quanto à suposta natureza continuada dos serviços para justificar
prorrogações contratuais de até sessenta meses, a alegação de que teria
sido motivada pela dificuldade e onerosidade do processo administrativo
licitatório não é suficiente para justificar o enquadramento dos serviços de
realização de eventos como contínuos.
20. Como destacado pela Secex/BA, o enquadramento como serviço de
natureza continuada depende de caracterizá-lo como essencial “para
assegurar a integridade do patrimônio público de forma rotineira e
permanente ou para manter o funcionamento das atividades finalísticas
do ente administrativo, de modo que sua interrupção possa comprometer
a prestação de um serviço público ou o cumprimento da missão
institucional” (acórdão 132/2008 - 2ª Câmara - relator ministro Aroldo
Cedraz). Tal avaliação deve ser verificada caso a caso, com base no exame
das atividades típicas a cargo de cada unidade.
21. O Incra/BA não trouxe documentos que comprovassem as atividades
desenvolvidas para justificar a necessidade de serviços continuados de
organização de eventos. A materialidade do contrato possivelmente
justificaria o custo-benefício para realização de licitações anuais e,
isoladamente, não comprova a natureza continuada dos serviços, que
poderiam estar concentrados em um ou poucos eventos anuais com gastos
elevados. Dessa forma, também sobre esse ponto cabe dar ciência à
unidade.
[ACÓRDÃO]
9.3. dar ciência à Superintendência Regional do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária no Estado da Bahia sobre as seguintes
desconformidades constatadas no pregão eletrônico para registro de
preços 2/2017 (PE 2/2017) :
[...]
9.3.5. previsão de prorrogações contratuais por até sessenta meses sem
comprovação de que os serviços a serem contratados teriam natureza
continuada para o funcionamento das atividades finalísticas da unidade, de
tal modo que sua interrupção pudesse comprometer a prestação de serviço
público ou o cumprimento da missão institucional, o que contrariou o art.
57 da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 10.138/2017 – Segunda Câmara)
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IN 05/2017
ANEXO III
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES
3. São diretrizes específicas a cada elemento dos Estudos Preliminares as
seguintes:
[...]
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É irregular a prorrogação de contratos de patrocínio com base no art. 57,
inciso II, da Lei 8.666/1993, uma vez que não se constituem em serviço de
natureza contínua.
O TCU apreciou relatório com a consolidação de achados obtidos em
auditorias de conformidade realizadas na Secretaria Especial de
Comunicação Social (Secom/PR), no Ministério do Esporte e em diversas
empresas estatais, no âmbito de Fiscalização de Orientação Centralizada
(FOC) que objetivou avaliar a conformidade do processo de contratação de
patrocínios firmados entre empresas estatais e entidades esportivas. No
decorrer da fiscalização, foram identificadas situações de prorrogação de
contratos de patrocínio com fulcro no art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993.
Conforme detalhado pelo relator, "referido dispositivo legal prevê a
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. A licitação teve por objeto a contratação de empresa especializada na
prestação de serviços de organização, planejamento, promoção e execução
de eventos, elaboração e fornecimento de infraestrutura de locação de
espaço físico, com mobiliário necessário e adequado, fornecimento de
layout ou design para estandes, exposições ou feiras, com montagem,
desmontagem, limpeza, manutenção, instalações elétricas, hidráulicas, de
equipamentos e outros serviços correlatos.
3. A unidade técnica havia apontado os seguintes indícios de irregularidades
no edital:
[...]
d) consideração indevida de que os serviços seriam de natureza continuada.
[...]
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
11. [...], os serviços objeto do contrato 22101/022/2001 - manutenção,
fornecimento, instalação, recuperação e remanejamento de divisórias,
armários, balcões, lambris e estações de trabalho - não se coadunam com o
conceito de natureza contínua. Dessa forma, o presente caso concreto
refoge ao que preconiza o art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993, v.g.
entendimento firmado por essa Corte no julgamento do Acórdão
2.682/2005, que aponta apenas tratarem de serviços contínuos “contratos
cujos objetos correspondam a obrigações de fazer e a necessidades
permanentes”.
12. Cabe destacar que o parecer DJC/CJAG/CJ 345, de 15/3/2001, emitido
pela Consultoria Jurídica do Mapa, ao analisar as minutas de edital de
concorrência e de contrato para o ajuste em tela, alertou que tais serviços
não poderiam ser definidos como de natureza contínua, razão pela qual
propôs que as referidas minutas fossem retificadas de forma a retirar a
possibilidade de prorrogação inicialmente prevista.
(Acórdão 6528/2013 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência à Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária no Estado do Rio Grande do Sul [de] que:
9.4.4. a contratação de fornecimento de combustível não se caracteriza
como serviço de prestação continuada para fins do disposto no art. 57, II,
da Lei 8.666/1993, conforme reinteradas deliberações desta Corte de
Contas, a exemplo dos Acórdãos nº 4620/2010 - Segunda Câmara (subitem
9.8.4) e 409/2009 - Primeira Câmara (subitem 9.5.4) , (subitem 3.2.2.1 do
Relatório de Auditoria da CGU/RS);
(Acórdão 772/2012 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
25. No que concerne à classificação indevida de objeto de licitação como
sendo serviço de natureza continuada, em certame que resultou no
Contrato nº 1.326/2005, observo que, de fato, o procedimento adotado
pela Amazonas Energia S.A. caracterizou ofensa ao art. 57 da Lei nº 8.666,
de 1993, haja vista que o objeto do referido contrato não se compatibiliza
com o fundamento legal ora mencionado.
26. Ao que consta dos autos, o objeto da licitação em apreço consistia na
"contratação de empresa de engenharia especializada para fornecimento
de mão-de-obra técnica e apoio para execução de serviço de fiscalização,
acompanhamento, controle de qualidade, elaboração de projetos de
obras a cargo do Departamento de Planejamento e Engenharia - TPE nas
diversas áreas da Manaus Energia".
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. Acerca do objeto do contrato, registro que o Tribunal tem o
entendimento de que contratos de conservação rodoviária podem ser
classificados como serviços de execução continuada (Decisão 83/1993-
Plenário, ratificada pela Decisão 129/2002-1ª Câmara). Porém, nesse caso
específico, vejo, com base nos termos do contrato e do projeto básico
constantes dos autos, que os serviços contratados, realmente, não podiam
ser considerados como de natureza continuada, em razão da abrangência
do objeto que, além da manutenção do sistema viário, incluía itens
referentes à pavimentação, terraplenagem, sinalização, drenagem, entre
outros.
(Acórdão 1529/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3 determinar ao Sesi/CN que adote modalidade de licitação mais ampla,
no caso de contratação de serviços de natureza continuada, compatível
com o valor global do contrato, incluindo as possíveis prorrogações
previstas, alertando a entidade que serviços de consultoria não se
enquadram em serviços contínuos, de modo a não prorrogar contratos
dessa natureza, como ocorrido com as prorrogações irregulares do contrato
advindo do Convite nº 005/2004 com o Instituto [omissis];
(Acórdão 11.150/2011 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4. Os demais responsáveis foram chamados aos autos pelas seguintes
ocorrências:
4.1. audiência do Sr. [omissis], então chefe da Divisão Administrativa:
[...]
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
27. A natureza contínua do fornecimento de passagens aéreas deve ser
avaliada a partir da real necessidade do órgão de que esses serviços sejam
necessários ao desempenho de suas atividades negociais. No caso, a
Nuclep se localiza no Rio de Janeiro e seus principais clientes também.
Portanto, a realização de licitação anual para a contratação do serviço não
representa empecilho ao estabelecimento e desenvolvimento de suas
relações comerciais e transacionais.
28. Assim, entende-se que a irregularidade não se encontra na modalidade
adotada, mas na previsão de prorrogação do contrato por até 60 meses,
tendo em vista o fornecimento de passagens aéreas, no caso da empresa,
não se configurar como de natureza contínua, e não se enquadrar na
hipótese prevista no inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666/93, consoante
pacífica jurisprudência desta Corte de Contas (Acórdão nº nº 87/2000 - 2ª
Câmara, Decisão n 2/2002 - 2ª Câmara, Acórdão nº 1136/2002 - Plenário -
TCU, Acórdão nº 1386/2005 - Plenário, Acórdão nº 1895/2005 - Plenário).
[ACÓRDÃO]
9.13. determinar à Nuclebras Equipamentos Pesados S/A - Nuclep que:
9.13.3. abstenha-se de prorrogar contratos de fornecimento de passagens
aéreas como se de serviços continuados fossem, utilizando-se,
equivocadamente, do inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993, em
conformidade com a jurisprudência recorrente deste Tribunal;
(Acórdão 4742/2009 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Isso posto, passo a tratar de outra irregularidade, que também ensejou a
proposta de aplicação de multa aos dirigentes. Trata-se da prorrogação de
contrato com empresa de auditoria, em descumprimento à determinação
deste Tribunal, constante do Acórdão nº 116/2002 - Plenário, in verbis:
‘8.5. determinar [...]
d) abstenha-se de prorrogar contratos de serviços de auditoria contábil, por
não se tratar de serviços a serem executados de forma contínua, não tendo,
portanto, amparo no art. 57, inciso II, da Lei 8.666/93;’
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se, por falta de amparo legal, de prorrogar os contratos de
aquisição de combustível e de passagens aéreas, bem como os dos demais
serviços que não se enquadrem como contínuos no seu caso concreto.
(Acórdão 4620/2010 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
REPRESENTAÇÃO. CONTRATO DE PUBLICIDADE. SERVIÇOS DE NATUREZA
CONTINUADA. DIVULGAÇÃO CONDIZENTE COM A IMAGEM DAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. IMPROCEDÊNCIA.
1. É legal a renovação sucessiva de contrato de publicidade por até
sessenta meses por haver previsão contratual e por se tratar de serviços de
natureza continuada.
(Acórdão 430/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Evite realizar prorrogações indevidas em contratos e observe
rigorosamente o disposto no art. 57, inciso II, da Lei nº 8.666/1993,
considerando que a excepcionalidade de que trata o aludido dispositivo
está adstrita à prestação de serviços a serem executados de forma
contínua, não se aplicando aos contratos de aquisição de bens de
consumo.
(Acórdão 1512/2004 – Primeira Câmara - Relação)
IN RFB 971/2009
Art. 115. Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição da empresa
contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores
que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade
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DECRETO 3.555/2000
REGULAMENTO DO PREGÃO
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:
[...]
II - o termo de referência é o documento que deverá conter elementos
capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de
orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a
definição dos métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução
do contrato;
DECRETO 5.450/2005
Art. 9º Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será observado
o seguinte:
[...]
§ 2º O termo de referência é o documento que deverá conter elementos
capazes de propiciar avaliação do custo pela administração diante de
orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de suprimento,
valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado,
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto,
deveres do contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e
gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara,
concisa e objetiva.
Não importa qual a modalidade de licitação empregada (se uma das previstas
na Lei 8.666/93 ou se por Pregão – presencial ou eletrônico), o orçamento
sempre deverá ser elaborado previamente ao procedimento
licitatório/contratação direta.
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IN 05/2015
Art. 24. Com base no documento que formaliza a demanda, a equipe de
Planejamento da Contratação deve realizar os Estudos Preliminares,
conforme as diretrizes constantes do Anexo III.
§ 1º O documento que materializa os Estudos Preliminares deve conter,
quando couber, o seguinte conteúdo:
[...]
VI - estimativas de preços ou preços referenciais;
[...]
ANEXO V - DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO OU
TERMO DE REFERÊNCIA
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
2.9. Estimativa de preços e preços referenciais:
a) Refinar, se for necessário, a estimativa de preços ou meios de previsão
de preços referenciais realizados nos Estudos Preliminares;
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É imprescindível a fixação, no edital, dos critérios de aceitabilidade de
preços unitários e globais, em face do disposto no art. 40, inciso X, c/c o art.
43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
Não é possível licitar obras e serviços sem que o respectivo orçamento
detalhado, elaborado pela Administração, esteja expressando, com
razoável precisão quanto aos valores de mercado, a composição de todos
os seus custos unitários, nos termos do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº
8.666/1993, tendo-se presente que essa peça é fundamental para a
contratação pelo preço justo e vantajoso, na forma exigida pelo art. 3º da
citada lei.
(Acórdão 2014/2007 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize ampla pesquisa de preços no mercado, a fim de estimar o custo do
objeto a ser adquirido, anexando-a respectivo processo licitatório, de
acordo com os arts. 7º, § 2º, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2479/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Estime os custos previstos para as contratações, inclusive dos materiais
para cada tipo de serviço eventual, caso o custo desses materiais não esteja
incluso no preço desses serviços, publicando-os no Projeto Básico ou no
Termo de Referência, por meio da planilha de custos e formação de
preços, conforme disposto no art. 15, inciso XII, alínea “a”, da Instrução
Normativa SLTI/MPOG 02/2008, c/c o art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993.
(Acórdão 727/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.dar ciência ao Comando Logístico do Comando do Exército Brasileiro de
que foi verificado, no procedimento administrativo (...), realização de
pesquisa de mercado inconsistente, contendo orçamento-base não-
detalhado, e inclusão de termo de referência genérico, sem o
estabelecimento da composição dos custos unitários e do quantitativo
dos itens, em desacordo com o art. 7º, §2º, inciso II, c/c art. 40, §2º, inciso
II, da Lei 8.666/1993, art. 9º, inciso II, e § 2º do Decreto 5450/2005, e
Instrução Normativa 2/2008 SLTI/MPOG, à época vigente.
(Acórdão 2443/2018 – Plenário)
41
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7. Recomendar ao Banco do Brasil, por intermédio da Diretoria de
Suprimentos, Infraestrutura e Patrimônio (Cesup Licitações São Paulo), que
avalie a oportunidade e a conveniência de incluir, em seus editais padrões e
normativos internos que tratam de licitações, a observância à orientação
constante da Súmula-TCU 258, isto é, que apresente, no edital, o
detalhamento do BDI, dos encargos sociais e das composições de custos
unitários de todos os serviços previstos na obra.
(Acórdão 1885/2018 – Plenário – Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao 51º Centro de Telemática do Exército Brasileiro que:
9.3.1. é irregular a ausência da composição de todos os custos unitários
estimados pela Administração para execução de serviços a serem
contratados, pois impossibilita que se conheçam os critérios utilizados para
formação do preço admissível, e, de igual modo, é irregular a ausência das
composições dos custos unitários da planilha orçamentária, do
detalhamento do BDI e dos encargos sociais relativos ao contrato, bem
como a falta de exigência para que as licitantes apresentem suas propostas
com tais elementos;
(Acórdão 5966/2018 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Considerando, contudo, que a unidade técnica registrou a ausência de
detalhamento acerca dos custos indiretos, no termo de referência e na
planilha de formação de curtos e preços, sendo oportuno dar ciência sobre
a jurisprudência uniforme desta Corte de Contas, no sentido de que os atos
convocatórios devem ser redigidos com clareza e precisão, sem
obscuridades, inconsistências ou contradições, sob pena de ferir o princípio
da publicidade, insculpido no art. 37, caput, da Constituição Federal;
[...]
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações:
1.7.1 Dar ciência à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa)
que a discriminação no edital da composição dos custos indiretos, ainda
que de forma exemplificativa como previsto no Caderno de Logística –
Prestação de Serviços de Transporte elaborado pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e já adotado pela autarquia, propicia
melhor entendimento sobre os custos totais envolvidos na licitação, em
atendimento aos arts. 7º, §2º, II, e 40, §2º, II, da Lei 8.666/1993 e à
jurisprudência uniforme desta Corte de Contas, no sentido de que os atos
convocatórios devem ser redigidos com clareza e precisão, sem
obscuridades, inconsistências ou contradições, sob pena de ferir o Princípio
da Publicidade, insculpido no art. 37, caput, da Constituição Federal.
(Acórdão 1815/2018 – Plenário – Relação)
42
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
12. Os documentos acostados aos autos referentes ao orçamento pactuado
confirmam essa imprecisão na especificação dos serviços necessários à
implantação do empreendimento. A título de exemplo destaco planilha
(peça 30, pp. 61 e 62) em que são discriminadas nove etapas que somadas
alcançam o preço total para a obra de R$ 1.792.365,79, sendo que a etapa
de “instalações elétricas/telefônicas/lógica/spda inclusive cabine de força e
gerador 500KVA”, que possui maior impacto financeiro (com custo de R$
819.897,87, ou seja, 46% do valor total) , foi orçada como “verba”, sem
qualquer discriminação dos serviços a serem implementados, não
havendo explicitação dos quantitativos previstos, dos materiais,
equipamentos e mão de obra a serem empregados nas composições de
custos unitários.
13. Nesse esse sentido, cumpre destacar que a existência de unidade de
medida “verba” ou “global” para diversos serviços contraria as
disposições do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei n. 8.666/1993 e que a
jurisprudência pacífica desta Corte de Contas rechaça a utilização de
unidades genéricas para itens do orçamento de obras, medições e
pagamentos, conforme se extrai da Súmula TCU 258 a seguir transcrita:
[omissis]
(Acórdão 1567/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência [...] sobre as seguintes impropriedades, para que sejam
adotadas medidas internas com vista à prevenção da ocorrência [...]:
[...]
9.6.3. estabelecimento de valores de referência para o orçamento da
licitação com base em pesquisa de preços deficiente, em desatendimento
ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
[...]
9.6.5. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem os
custos unitários em contratos de serviços de consultoria em comunicação
nos termos estabelecidos no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
3. [omissis], ex-Diretor-Geral do HU/UFMS, foi ouvido em audiência em
razão das 11 irregularidades listadas a seguir:
[...]
43
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A Administração está obrigada a adotar, desde o projeto básico, planilhas
orçamentárias que expressem a composição dos custos unitários dos itens
de serviço, com detalhamento suficiente à sua precisa identificação,
abstendo-se de utilizar grandes "grupos funcionais" para mão de obra ou
outras unidades genéricas do tipo "quantia fixa" ou “verba”.
Auditoria realizada nas obras das usinas nucleares de Angra I e II, de
responsabilidade da Eletrobrás Termonuclear S.A., apontara possíveis
irregularidades em contrato de prestação de serviços de natureza
continuada, relacionados à área de engenharia e à manutenção de
equipamentos e edificações. Dentre outros aspectos, foram evidenciadas (i)
a ausência de discriminação dos quantitativos de mão de obra em nível de
categoria profissional e (ii) a existência de item contratual, materialmente
relevante, sem qualquer detalhamento e remunerado como verba. Em
exame de mérito, anotou o relator que o orçamento aposto ao contrato
“não foi detalhadamente discriminado, nos termos exigidos pelo art. 7º, §
2º, inciso II da Lei 8.666/1993 e pela jurisprudência deste Tribunal,
consubstanciada na Súmula 258. Limitou-se a quantificar relevante parcela
de mão de obra em valores globais, discriminados por grupo funcional, sem
estabelecer detalhamento de serviços e de categorias profissionais”.
Embora afastada a hipótese de superfaturamento, “o agrupamento de
variadas classes de profissionais em um mesmo item de orçamento, ou a
adoção de parcela genérica como a denominada ‘quantia fixa’, não se
apoiam em preceitos da boa engenharia de custos”. Eventuais empecilhos
ao levantamento dos custos individuais, face a inexistência de paradigmas
para comparação, ponderou o relator, “poderiam ter sido resolvidos
pontualmente, com a adoção de valores de atividade similar em itens
específicos, com a devida justificação”. Nesse sentido, a consolidação de
numerosos itens em um só, concluiu o relator, “leva a uma simplificação
que, muitas vezes, depõe contra a competitividade, a economicidade e
transparência do certame”, razão pela qual o “orçamento detalhado em
planilhas que expressem a composição dos custos unitários possui
importância capital para escolha da proposta mais vantajosa”. Além disso,
anotou, é firme a jurisprudência do TCU no sentido de “não ser admitida
discriminação de quantitativos nas planilhas orçamentárias sob a unidade
‘verba’, ‘grupo’ ou similar sem que exista detalhamento da exata grandeza
44
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] 11. Passo, a seguir, a tratar das irregularidades apuradas neste
processo.
12. A primeira trata da inexistência no processo 738/2011, referente ao
Pregão 83/2011-GES, de documento que detalhe a previsão orçamentária
para contratação pretendida, sendo que sua inclusão no processo
administrativo é obrigatória, conforme determina o inciso III, do art. 3º, da
Lei 10.520/2002, ainda que não o seja no edital.
12.1 O orçamento detalhado possibilitaria aos licitantes formularem suas
propostas adequadamente, com a previsão dos custos unitários de cada
parcela remuneratória dos postos de trabalho e todos os outros custos
afetos a eles nos termos desejados pela administração local. Permitiria a
eles, também, sanear possíveis dúvidas causadas pelas lacunas e
imprecisões do termo de referência, que não detalhava suficientemente a
composição dos custos, além de possibilitar a aferição da vantajosidade da
contratação e da existência de sobrepreço, se comparado o valor do
orçamento detalhado com os valores propostos.
(Acórdão 1513/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. a irregularidade referente à licitação de serviços sem a existência de
orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos
os seus custos unitários, identificada no Pregão Eletrônico 7/2009, afronta
o disposto no art. 7º, §2º, inc. II, da Lei 8.666/1993 c/c o art. 3º, inc. III, da
Lei 10.520/2002 e o art. 9º, §2º, do Decreto 5.450/2005;
(Acórdão 507/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] 23. Ademais, a ausência de planilhas orçamentárias detalhando a
composição do preço final do objeto, bem como seus custos unitários, a
par de ir de encontro às disposições legais supracitadas, acarreta a
impossibilidade dos licitantes terem noção da dimensão do serviço a ser
licitado para avaliar se poderão ou não participar do certame. Essa
supressão ocasiona, ainda, dificuldade e embaraço à atividade dos órgãos
de controle em verificar se as propostas ofertadas estão em consonância
45
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. dar ciência ao [...] quanto à seguinte irregularidade no Pregão
Eletrônico 1.688/2012, em desconformidade com a Lei 10.520/2002, e
regulamentos dela decorrentes:
1.7.1.1. ausência, no termo de referência previsto no art. 9º, §2º, do
Decreto 5.450/2005 e no art. 15, inciso XII, da Instrução Normativa SLTI
2/2008 para a modalidade de licitação pregão, do custo estimado da
contratação, o valor máximo global e mensal estabelecido em decorrência
da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços;
(Acórdão 1974/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos casos de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação para
serviços complexos, compostos por itens diversos, a contratante deve,
sempre que possível, fazer constar dos respectivos processos a planilha de
custos dos itens unitários, em respeito ao que dispõem o art. 7º, § 2º,
inciso II e o § 9º do mesmo artigo, todos da Lei 8.666/93.
Pedido de reexame interposto pelo Banco do Brasil S.A. requereu a reforma
de deliberação proferida nos autos de representação que apontou supostas
irregularidades na contratação da empresa Cobra Tecnologia S.A., por
dispensa de licitação, com suporte no art. 24, inciso XXIV, da Lei nº
8.666/1993. Tal contrato tem por objeto a prestação de serviços de
processamento eletrônico de envelopes que são postados em terminais de
autoatendimento. Anotou o relator que os questionamentos iniciais
estavam embasados na premissa de que o serviço seria divisível em itens
(processamento de numerário, processamento de documentos e
digitalização dos cartões de autógrafos). E de que, por isso, o banco deveria
ter elaborado orçamento para apuração de seus custos unitários, em face
do disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, e § 9º da Lei 8.666/1993, "de modo a
verificar se os preços contratados eram compatíveis com os de mercado,
atendendo à exigência da parte final do art. 24, inciso XXIII, bem como para
fundamentar a justificativa do preço que deve constar dos processos de
dispensa e inexigibilidade, conforme art. 26, parágrafo único, inciso III, da
referida lei". A despeito de julgar improcedente a representação, o
Tribunal, por meio Acórdão 3.356/2007-2ª Câmara, determinou ao Banco
do Brasil que, doravante, "instrua seus processos de contratação por
46
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5.1.2. utilize a sistemática de cálculo para alcance do valor mensal dos
serviços a serem executados e os demais parâmetros estatuídos pela
IN/MPOG/SLTI nº 02, de 30 de abril de 2008, e suas posteriores alterações,
bem como os limites referenciais de preços definidos pelas Portarias
SLTI/MPOG para determinadas atividades, como os serviços de limpeza e
conservação;
47
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...]
9.2.1. elabore, previamente à realização de futuras licitações para
contratações custeadas com recursos públicos federais, o orçamento
detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os custos
unitários dos serviços pretendidos, conforme preconiza a Lei n° 8.666/93,
em seu art. 7°, § 2°, II, anexando-o aos instrumentos convocatórios de
licitação, como determina o art. 40, §2°, inciso II, da Lei n° 8.666/93;
(Acórdão 2099/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.3. passe a observar, principalmente nas licitações destinadas à
contratação de obras e serviços de engenharia, os seguintes
procedimentos:
[...]
9.1.3.2. ao elaborar as supracitadas planilhas de composição de custos
unitários, apresentar todos os dados necessários para possibilitar condições
reais de análise dos parâmetros adotados pela Administração, indicando,
dentre outras informações, os custos de todos os insumos, os índices de
consumo de materiais e de produtividade da mão-de-obra/equipamentos
utilizados, as quantidades de horas para cada tipo de profissional, bem
como os respectivos salários e encargos sociais considerados, que devem
ser acompanhadas das correspondentes memórias de cálculo e referências
de preços utilizadas, além das justificativas acerca de eventuais diferenças
relevantes de preço, em comparação com os valores usualmente
encontrados no mercado;
(Acórdão 1854/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Não aceite elevação do percentual relativo aos encargos sociais incidentes
sobre a remuneração dos prestadores alocados ao contrato, nem a
presença de tributos indevidos, sem que haja justificativa plausível para a
ocorrência que importe majoração do custo.
Adote, no caso de contratação de serviços de limpeza e conservação, a
área como unidade para se chegar ao preço dos serviços, podendo utilizar
como parâmetro a sistemática de cálculo e valores-máximos fixados pelas
Portarias e Instruções Normativas do MPOG/SLTI.
(Acórdão 6771/2009 – Primeira Câmara)
48
Erivan Pereira de Franca
49
Erivan Pereira de Franca
[ACÓRDÃO]
9.3.1. repactue o Contrato 28/2008, para que os índices incorretos,
relativamente aos encargos trabalhistas, impostos e depreciação, lançados
na proposta original, sejam ajustados, sem, contudo, modificar o preço
global contratado;
(Acórdão 3761/2014 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Instrua seus processos licitatórios com orçamento detalhado em planilhas
que expressem a composição de todos os custos unitários do objeto a ser
contratado, fazendo constar do edital, sempre que couber, um modelo
demonstrativo de formação de preços que possibilite demonstrar em sua
completude todos os elementos que compõem o custo da aquisição, à luz
dos arts. 7º, §2º, inciso II, e 40, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993.
Aceite apenas proposta comercial de licitante que contenha um
demonstrativo de formação de preços completo e que evidencie, de forma
inequívoca, todos os elementos que compõem o custo da aquisição, à luz
do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993, que viabiliza eventual
repactuação contratual.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. quando da contratação de serviços, elabore orçamento detalhado,
nos mesmos moldes do exigido aos licitantes, fixado em instrumento
convocatório, nos formatos das Planilhas de Custos e Formação de Preços,
conforme disciplina o art. 7°, § 2o, inciso II, da Lei n. 8.666/1993 e na linha
adotada pela IN/Mare n. 18, de 23 de dezembro de 1997;
(Acórdão 2586/2007 – 1ª Câmara)
Ver também: Acórdão 1595/2006 – Plenário
50
Erivan Pereira de Franca
ANEXO VII-A
DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ATO CONVOCATÓRIO
6.2. As disposições para apresentação das propostas deverão prever que
estas sejam apresentadas de forma clara e objetiva, estejam em
conformidade com o ato convocatório, preferencialmente na forma do
modelo previsto Anexo VII-C, e contenham todos os elementos que
influenciam no valor final da contratação, detalhando, quando for o caso:
a) os preços unitários, o valor mensal e o valor global da proposta;
b) os custos decorrentes da execução contratual, mediante o
preenchimento do modelo de planilha de custos e formação de preços;
[...]
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários e global nos
editais para a contratação de obras, com a fixação de preços máximos
para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor (Súmula TCU 259),
ainda que se trate de empreitada por preço global. Essa obrigação tem
por objetivo mitigar a ocorrência dos riscos associados tanto ao “jogo de
cronograma” quanto ao “jogo de planilha”.
Por determinação contida no Acórdão 2257/2015 Plenário, proferido em
processo de auditoria realizada nas obras de expansão dos Institutos de
51
Erivan Pereira de Franca
52
Erivan Pereira de Franca
Nesse caso, deve o orçamento ser publicado com o edital, de modo a servir de
parâmetro para julgamento das propostas ofertadas pelos licitantes, notadamente
se estas guardam conformidade com os preços praticados no mercado.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
No pregão, o parâmetro normativo para aferição da aceitabilidade da
proposta melhor classificada é o valor estimado pela Administração. É
ilegal utilizar, na etapa de negociação do certame, os valores de propostas
desclassificadas como referência para essa aferição.
Representação relativa a pregão eletrônico conduzido pela Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), objetivando o registro de
preços para aquisição de equipamentos de videocirurgia, apontara, dentre
outras irregularidades, a desclassificação sem motivação de três empresas
para o item 1. No item em questão, após a etapa de lances, foram
desclassificadas, em razão do não cumprimento de exigências técnicas, as
duas empresas melhor colocadas. O pregoeiro, então, passou a convocar as
demais empresas para negociação. Contudo, todas as propostas foram
recusadas, sob o argumento de "impossibilidade de negociação", a despeito
de apresentarem valores abaixo do estimado pela Administração. Diante
desse panorama, o pregoeiro reconvocou a empresa que apresentara a
menor oferta após a negociação, a qual reduziu mais uma vez o valor da sua
proposta, afinal aceita. A Ebserh alegou, em suas justificativas, que o
pregoeiro buscara, durante a negociação, "atingir valores mais próximos
das duas propostas mais vantajosas da fase de lances", recusadas por
desconformidade técnica. Em juízo de mérito, o relator, em consonância
com a unidade técnica, considerou que "a atuação do pregoeiro ofendeu os
53
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência ao Sesi/RO acerca da necessidade de, doravante, adotar as
seguintes medidas em licitações que realizar, conforme orientações
constantes de precedentes julgados deste Tribunal (Acórdão 2.912/2010 –
2ªC, e Acórdãos 356/2011, 1.544/2008, 1.948/2011, e 2.965/2011, todos do
Plenário):
9.4.1. elaborar orçamentos estimados em planilhas de quantitativos e de
preços unitários quando do lançamento das licitações, a fim de balizar o
julgamento das propostas com os preços vigentes no mercado e de
possibilitar a seleção da proposta mais vantajosa, de acordo com o art. 2º
do Regulamento de Licitações da entidade, somente dispensando-a,
motivadamente, naquelas contratações em que a natureza do seu objeto
torne inviável ou desnecessário tal detalhamento;
54
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas licitações regidas pela Lei 8.666/1993, o valor orçado não se confunde
com o preço máximo, a menos que o instrumento convocatório
estabeleça tal condição. Não sendo ela estabelecida, a contratação por
preço superior ao orçado deve ser justificada.
Representação formulada ao TCU apontou possível irregularidade em
convite promovido pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), cujo objeto era
a locação de embarcações. De acordo com o representante, o preço final
contratado teria sido 6,32% superior ao valor orçado pela Petrobras, à
evidência de sobrepreço. Após apreciar as razões de justificativa dos
responsáveis ouvidos em audiência, a unidade técnica propôs que lhes
fosse aplicada multa, bem como expedida determinação à entidade para
que repactuasse o contrato firmado com a vencedora do certame. Ao
discordar da unidade instrutiva, o relator pontuou que “a Lei de Licitações e
Contratos estabelece que o preço da proposta vencedora deve estar
compatível com os preços de mercado, sem embargo de prever a
possibilidade de a entidade licitante estabelecer, no edital, que o valor
global não poderá exceder determinado limite, tal como disposto no art. 48,
inciso II”. A corroborar sua assertiva, o relator invocou o Acórdão 392/2011
Plenário, no qual restou assente que “o valor orçado não se confunde com
preço máximo, a menos que o edital estabeleça tal condição”, e que a
fixação do preço máximo só é obrigatória na contratação de obras e
serviços de engenharia, conforme a Súmula TCU 259. Nesse contexto,
cumpriria então averiguar se o instrumento convocatório da licitação em
exame estabelecera o preço constante do orçamento como limite máximo
para aceitabilidade das propostas. Após transcrever o item do convite
relativo ao julgamento das propostas, o relator concluiu que o orçamento
não fora fixado como preço máximo aceitável pela Petrobras, inexistindo,
dessa forma, afronta ao instrumento convocatório. Ponderou, contudo,
restar como impropriedade “uma aparente insuficiência na justificativa da
contratação por preço superior ao orçado”, sendo bastante, a seu ver, dar
ciência à entidade. Registrou, por fim, que a Lei 13.303/2016 (Lei das
Estatais), em seu art. 56, inciso IV, determina a desclassificação das
propostas que se encontrarem acima do orçamento estimado para a
contratação, lembrando, porém, que o art. 91 do mesmo diploma concedeu
prazo de 24 meses, a partir do início de sua vigência, para que as empresas
públicas e as sociedades de economia mista promovam as adaptações
necessárias à adequação ao disposto na referida lei. Ao final, acolhendo a
proposição do relator, o Plenário decidiu considerar improcedente a
representação e dar ciência à Petrobras acerca da “insuficiência na
justificativa da contratação por preço superior ao orçado, para que sejam
55
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O fato de a empresa não participar da elaboração do edital e do
orçamento base da licitação não a isenta de responsabilidade solidária
pelo dano (art. 16, § 2º, da Lei 8.443/1992) na hipótese de recebimento de
pagamentos por serviços superfaturados, pois à licitante cabe ofertar
preços compatíveis com os praticados pelo mercado (art. 43, inciso IV, da
Lei 8.666/1993), independentemente de eventual erro cometido pela
Administração quando da elaboração do edital e do orçamento.
O TCU apreciou embargos de declaração opostos por empresas que tiveram
suas contas julgadas irregulares e foram condenadas ao pagamento de
débitos e multas por meio de acórdão proferido pelo TCU, em sede de
tomada de contas especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) para apurar irregularidades verificadas na aquisição de
medicamentos. Uma das empresas embargantes aduziu que “sua proposta
decorreu de ação de agentes públicos que participaram da elaboração do
ato convocatório do Pregão Presencial 10/2006 e que a empresa observou
os limites impostos pelo orçamento estimativo do edital, razão pela qual
não haveria qualquer razão para eventual presunção da prática de
sobrepreço.” A empresa entendeu, assim, que “inexistiria qualquer conduta
dolosa ou culposa por ela praticada, sendo irrazoável sua condenação a
devolver os valores ditos como superfaturados.” O relator do processo
esclareceu que o “fato de a empresa não ter participado da elaboração do
edital e do orçamento base da licitação ocorre em todos os casos em
apuração no Tribunal, afinal tais atividades são atribuição exclusiva da
Administração Pública. Nas hipóteses em que essa situação não é
verificada, há ocorrência de ilícito de extrema gravidade, difícil de ser
detectado sem meios próprios de investigação policial. Entretanto, isso não
é relevante para o deslinde da matéria, uma vez que, como será
demonstrado a seguir, cabia à licitante, sponte propria, cumprir a regra
deduzida do art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, qual seja, ofertar preços
compatíveis com os praticados pelo mercado, independentemente de
eventual erro cometido pela Administração quando da elaboração do edital
e do orçamento”. Na mesma linha, o relator continuou sua argumentação:
“Ainda que a Administração, por meio de seus agentes, tenha incorrido em
erro, ao definir, no Pregão Presencial 10/2006, um orçamento-base
superestimado, a conduta da empresa contratada de propor preços acima
dos valores de mercado constituiu ato ilícito, na medida em que infringiu o
dever jurídico preceituado no art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993. Tal
comportamento foi concausa relevante do prejuízo causado ao erário, pois
sem ele não teria havido o superfaturamento. Ainda que os preços
ofertados pelas distribuidoras de medicamentos estivessem em consonância
com os limites fixados no orçamento-base do certame, é de se ressaltar que,
se por um lado orçamento estimativo da licitação serve de parâmetro para
apreciação das propostas da licitação, por outro, torna-se necessário, para
que haja atendimento ao critério legal previsto no art. 43, inciso IV, da Lei
56
Erivan Pereira de Franca
57
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A classificação de proposta com preço superior ao limite admitido no
edital viola o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, não
descaracterizando tal ilegalidade a alegação de urgência na contratação.
Representação formulada por empresa licitante noticiara supostas
irregularidades praticadas [...] no âmbito da licitação [...]. Na instrução de
mérito, a unidade técnica concluiu que não foram observados os princípios
da publicidade e da vinculação ao instrumento convocatório, bem como as
próprias regras estabelecidas para o certame. O relator anuiu integralmente
às considerações da unidade técnica, destacando, em relação à afronta ao
princípio da vinculação ao instrumento convocatório, que a Administração
não desclassificou a licitante vencedora (única participante), cuja proposta,
no valor de R$ 104.618.870,05 (posteriormente reduzida para
R$ 100.957.209,60), situava-se flagrantemente acima do valor inicial
previsto (R$ 83.884.314,47), embora houvesse regra editalícia que
estabelecia textualmente a desclassificação da proposta que apresentasse
preços acima do orçamento estimado. Destacou também que a majoração
do valor contratado veio por acolhimento de sugestão formulada pela
própria licitante, sob a alegação de que, sem o referido acréscimo, o
funcionamento do hospital restaria inviabilizado. Diante da situação,
ressaltou o relator a jurisprudência do TCU no sentido de que a
Administração Pública deve pautar as suas ações pela observância ao
princípio da vinculação ao instrumento convocatório, de tal modo que as
propostas em desacordo com o instrumento convocatório devem ser
desclassificadas. Nessa esteira, observou, concordando com a análise da
unidade técnica, que “se a administração local considerou haver falhas no
projeto e no orçamento que ela mesma elaborou, deveria ter cancelado o
certame para, de maneira regular, elaborar e publicar outro edital mais
adequado” e que “ a alegada urgência não pode servir de motivo para que
a administração desfigure por completo os princípios gerais de licitação, até
porque as situações reconhecidamente urgentes já recebem tratamento
diferenciado da própria legislação, como, por exemplo, a dispensa de
licitação”. De todo modo, considerou também a informação de que a obra
encontrava-se paralisada, tendo a contratada realizado apenas os projetos
básicos e executivo, os serviços preliminares e parte da superestrutura. Por
fim, em razão dessa e de outra ilegalidade, pugnou pela parcial procedência
da Representação, determinando-se a anulação do certame e do contrato
dele decorrente, proposta à qual aderiu o Colegiado.
(Acórdão 649/2016 – Segunda Câmara – INFORMATIVO 273)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos termos da Súmula TCU 259, a fixação de preços máximos é
obrigatória apenas nas contratações de obras e serviços de engenharia.
Nas demais contratações, é facultativa, podendo, por exemplo, o preço
máximo ser definido com base no valor orçado, mas sempre em
conformidade com o mercado.
Em Auditoria [...] foram evidenciadas possíveis irregularidades em tomada
de preços conduzida pelo município, tendo em vista a adjudicação de
58
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nenhum sobrepreço unitário é aceitável nos serviços constantes do
orçamento da licitação, ainda que a planilha orçamentária apresente
preço global inferior aos referenciais adotados pelo TCU.
Em Auditoria realizada na Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero), com o objetivo de fiscalizar o edital de RDC
Eletrônico referente às obras de construção do terminal de passageiros, do
pátio de aeronaves, da central de utilidades e dos acessos do Aeroporto de
Macapá/AP, fora apontado possível sobrepreço nas planilhas
orçamentárias. Realizado o saneamento dos autos, a unidade técnica
responsável concluiu, após alterações promovidas pela Infraero no
orçamento da licitação, pela superação da irregularidade tendo em vista
que “não subsistiria o sobrepreço global inicialmente verificado, apesar de
persistirem alguns sobrepreços unitários”. Analisando o mérito da questão,
o relator anotou que “para o caso de contratos já firmados, a análise dos
preços deve ser realizada levando em conta as compensações entre
59
Erivan Pereira de Franca
subpreços e sobrepreços, de tal forma que o valor global a ser pago pelo
contrato não exceda os referenciais de mercado”. Em tais casos, nos
termos da jurisprudência do TCU, “o interesse público na continuidade do
empreendimento justifica a manutenção do acordo inicial, ressalvados os
casos em que aditivos provoquem desequilíbrio econômico-financeiro da
avença”. Entretanto, pontuou o relator, “quando se trata de análise de
edital de licitação, nenhum sobrepreço unitário é aceitável, ainda que a
planilha orçamentária apresente preço global inferior aos referenciais
adotados por este Tribunal, nos termos do art. 8º, §§ 3º e 4º, da Lei
12.432/2011”. Dessa forma, prosseguiu, “caberia a aplicação da
metodologia descrita no Acórdão 2.319/2009-TCU-Plenário, de forma a não
considerar eventuais compensações para fins de cálculo do sobrepreço”.
Com tais premissas, o Plenário acolheu a proposta da relatoria,
cientificando a Infraero, dentre outros comandos, acerca dos sobrepreços
unitários verificados nos serviços da planilha eletrônica do edital auditado.
(Acórdão 3473/2014 – Plenário – INFORMATIVO 226)
60
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Estando os preços global e unitários ofertados pelo licitante dentro dos
limites fixados pela Administração, é de excessivo rigor a desclassificação
da proposta por divergência entre seus preços unitários e respectivas
composições detalhadas de custos, por afronta aos princípios da
razoabilidade, da ampla competitividade dos certames e da busca de
economicidade nas contratações. Referida divergência se resolve com a
retificação das composições, sem necessidade de modificações ou ajustes
em quaisquer dos valores lançados na proposta a título de preços
unitários.
Representação apontou possíveis irregularidades relacionadas à
Concorrência 001/CPL/2017, cujo objeto era a “execução de reforma com
acréscimo de área da unidade Senac Jaboatão dos Guararapes”. A
representante alegou que fora desclassificada do certame em razão de
divergência, na proposta de preços, entre os valores unitários de quatro
itens de serviços e suas respectivas composições detalhadas de custos, o
que, segundo ela, “caracterizaria critério meramente formal, em desacordo,
portanto, com a jurisprudência do TCU e com os princípios da legalidade, da
economicidade e da ampla competitividade”. Em seu voto, o relator
ressaltou que, “tomando-se como referência e mantido o valor global
oferecido” pela representante, “as constatadas divergências de valores
entre suas propostas de preços e respectivas composições detalhadas de
custos se resolvem exclusivamente pela retificação dessas composições, sem
necessidade de modificações ou ajustes em quaisquer dos valores lançados
nas propostas de preços a título de valores unitários, totais por subitem,
totais por item”. Para o relator, o excessivo rigor da comissão de licitação
do Senac/PE ao decidir pela desclassificação da proposta de preços
vantajosa apresentada pela representante, sem antes lançar mão da
possibilidade de saneamento da falha detectada, enseja a nulidade dessa
61
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. [...] determinar ao Tribunal Superior do Trabalho que, nas futuras
contratações de bens ou serviços por inexigibilidade de licitação, inclusive
de Tecnologia da Informação:
[...]
9.2.2. realize ampla pesquisa de preços, a fim de estimar o custo do objeto
a ser contratado e permitir a verificação da conformidade da proposta
com os valores praticados no mercado, em observância ao disposto no art.
26, parágrafo único, inciso III, da Lei nº 8.666, de 1993, e à jurisprudência
desta Corte (v.g. Acórdãos 740/2004 e 1.182/2004, do Plenário);
(Acórdão 17/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Quando se realiza licitação pelo menor preço global, interessa
primordialmente para a Administração o valor global apresentado pelos
licitantes. É com base nesses valores apresentados que a Administração
analisará as propostas no tocante aos preços de acordo com os dispositivos
legais pertinentes (por exemplo, a exeqüibilidade dos valores ofertados, a
compatibilidade com os preços de mercado e a prática ou não de valores
abusivos).
A exigência, no que toca às licitações que envolvem terceirização de mão
de obra, de apresentação de planilha de custos de preços pelos licitantes
insere-se nesse contexto, pois são instrumento essencial para que se possa
analisar a regularidade dos preços ofertados. Sem essas planilhas, arrisca-
se a dizer que a análise dos preços por parte da Administração restaria em
62
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. A mencionada ausência de planilhas orçamentárias detalhadas, a par de
violar disposições legais, impede a formação de juízo crítico sobre a
adequação do preço estimado pela Manaus Energia àquele que é praticado
no mercado. Ademais, essa ausência impossibilita prever com acuidade o
volume de recursos orçamentários que serão necessários. Finalmente,
cabe ressaltar que a ausência dessas planilhas tem sido reiteradamente
considerada por esta Corte de Contas como uma irregularidade grave, uma
vez que a exigência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição dos custos unitários possui importância capital para a escolha
da proposta mais vantajosa. Essa exigência é complementada pelo disposto
no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/1993, o qual dispõe que o edital
conterá critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedada a fixação de preços
mínimos, de critérios estatísticos ou de faixas de variação em relação a
preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art.
48 dessa Lei - os quais se referem às propostas inexequíveis.
(Acórdão 792/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.3. defina claramente, nos futuros editais licitatórios, o critério de
aceitabilidade de preços unitários e global, com fixação de preços
máximos, tendo como referência os preços de mercado, observando tais
limites quando do julgamento das licitações, de acordo com o disposto no
art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/1993 c/c o art. 3º, inciso I, da Lei nº
10.520/2002;
(Acórdão 2110/2008 – Plenário)
ORIENTAÇÃO DO TCU
Licitações e Contratos: Orientações e Jurisprudência do TCU
Para verificar se a cotação ofertada em determinada licitação está em
conformidade com o mercado, é necessário que à época do julgamento das
propostas a estimativa da licitação esteja devidamente atualizada. Essa
atualização pode ser, inclusive, para mais ou para menos.
63
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.8.9.2. o orçamento do custo de obras objeto da licitação deve conter a
discriminação das composições dos custos unitários dos serviços e
fornecimentos, bem como respectivos quantitativos levantados na
elaboração do projeto e que comporão o custo global da obra ou serviço,
servindo de parâmetro para contratação, devendo estar acessível a todos
os possíveis interessados;
(Acórdão 2012/2007 – Plenário)
A proposta de preço reflete os custos nos quais o licitante irá incorrer para
prestar os serviços, decorrentes de obrigações fiscais, comerciais, trabalhistas,
previdenciárias, ou de qualquer outra natureza, bem como executar o objeto em
conformidade às especificações do Projeto Básico ou Termo de Referência (rotinas
de execução, materiais, equipamentos, mão de obra etc.), além da expectativa de
lucro que almeja auferir com o negócio.
64
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
A manutenção das “condições efetivas da proposta” implica a
obrigatoriedade da preservação do equilíbrio entre os encargos do
contratado e a remuneração da Administração, assumidos ao tempo da
celebração do enlace administrativo após licitação pública. Nos termos da
lei, a equação econômico-financeira inicial da avença deve perdurar
durante a execução do objeto mesmo em face de futuras mutações do
contrato. Tal exigência sobressai em diversas disposições da Lei
8.666/1993: [omissis]
(Acórdão 538/2015 – Plenário)
65
Erivan Pereira de Franca
revisão: art. 65, II, “d” c/c art. 65, § 5º; art. 58, § 2º c/c art. 65, § 6º; e art. 65,
§ 2º, II;
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O estabelecimento do critério de reajuste de preços, tanto no edital
quanto no contrato, não constitui discricionariedade conferida ao gestor,
mas sim verdadeira imposição, ante o disposto nos arts. 40, inciso XI, e 55,
inciso III, da Lei 8.666/1993, ainda que a vigência contratual prevista não
supere doze meses. Entretanto, eventual ausência de cláusula de reajuste
de preços não constitui impedimento ao reequilíbrio econômico-financeiro
do contrato, sob pena de ofensa à garantia inserta no art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, bem como de enriquecimento ilícito do erário e
consequente violação ao princípio da boa-fé objetiva.
Em processo de tomada de contas especial instaurado para apurar
irregularidades no âmbito do Convênio 3.846/2001, celebrado entre a
67
Erivan Pereira de Franca
68
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
28.3 há previsão de reajuste com base na variação do IGP/DI/FGV mas
indicando a possibilidade de ‘negociação entre as partes’, o que contraria o
disposto no § 1º, do art. 3º, da Lei 10.192/2001 (peça 12, p. 32 e peça 23, p.
23, 164 e 178) . Deve-se observar, entretanto, que tanto na Minuta de
Contrato constante do Edital do Pregão 29/2014 (peça 12, p. 142) , como no
contrato assinado (peça 12, p. 173) , os termos foram alterados para ‘o
reajuste se dará (...) com base na variação do Índice Geral de Preços de
Mercado (IGP-M) ’. Já a Minuta de Contrato constante do Edital do Pregão
36/2016 (peça 23, p. 164) e o Contrato 33/2016 (peça 23, p. 178)
apresentam a possibilidade de ‘negociação entre as partes’.
[ACÓRDÃO]
9.4. dar ciência ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) acerca das
seguintes impropriedades, para que sejam adotadas medidas internas com
vistas à prevenção de ocorrências semelhantes:
[...]
9.4.3. a previsão de reajuste indicando a possibilidade de negociação entre
as partes, verificada nos Pregões Eletrônicos 29/2014 e 36/2016 e no
Contrato 33/2016, não se coaduna com o disposto nos artigos 40, inciso XI,
e 55, inciso III, da Lei 8.666/93;
(Acórdão 2247/2017 – Plenário)
69
Erivan Pereira de Franca
LEI 9.069/95
Art. 28 Nos contratos celebrados ou convertidos em REAL com cláusula de
correção monetária por índices de preço ou por índice que reflita a variação
ponderada dos custos dos insumos utilizados, a periodicidade de aplicação
dessas cláusulas será anual.
LEI 10.192/2001
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por
índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de
produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração
igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção
monetária de periodicidade inferior a um ano.
[...]
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração
Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo
com as disposições desta Lei, e, no que com ela não conflitarem, da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo
será contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir.
71
Erivan Pereira de Franca
DOUTRINA
O fundamento jurídico da repactuação é a intangibilidade da equação
econômico-financeira do contrato administrativo. A peculiaridade da
repactuação reside em ser aplicada em contratos com prazo superior a
doze meses e a sua vinculação à variação concreta e efetiva de custos e
vantagens do particular.
A repactuação é destinada a ser aplicada em contratos cuja execução
envolva o uso intensivo de mão de obra, muitos relevantes de variações
previstas em dissídios ou convenções coletivas de trabalho. (sic)
A repactuação aproxima-se da revisão de preços: trata-se de uma discussão
entre as partes relativamente às variações de custo efetivamente ocorridas.
Não se promove a mera e automática aplicação de um indexador de preços,
mas examina-se a real evolução de custos do particular.
(Marçal Justen Filho)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Outra relevante diferença observável entre os contratos de empreitada de
construção civil e os de terceirização de mão de obra refere-se ao
parâmetro de reajuste de preços para os dispêndios decorrentes da mão
de obra, visto que, nos contratos de terceirização, é aplicado o instituto da
repactuação, em que o equilíbrio econômico-financeiro da avença é
mantido por meio do exame da variação efetiva dos custos contratuais,
com data vinculada ao acordo ou à convenção coletiva utilizados para
formulação do orçamento estimativo. Já nas demais espécies de contrato,
inclusive os de empreitada, há mera aplicação de índices de reajuste.
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
72
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O instituto da repactuação de preços aplica-se apenas a contratos de
serviços continuados prestados com dedicação exclusiva da mão de obra.
O Plenário apreciou monitoramento do Acórdão 1.677/2015 Plenário,
proferido em processo de Representação que apontara possíveis
irregularidades em edital de pregão eletrônico promovido pelo
Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), destinado à
contratação de serviço de monitoramento eletrônico de veículos mediante
sistema de leitura automática de placas, utilizando tecnologia de
Reconhecimento Ótico de Caracteres (OCR). Dentre outras questões
tratadas nos autos, dissentiu parcialmente o relator da proposta formulada
pelo titular da unidade técnica de determinação ao DPRF para condicionar a
adjudicação do certame ao fornecimento pela licitante de planilha
detalhada de quantitativos e preços unitários relativos à sua proposta,
“inserindo-a nos autos do procedimento licitatório para fins de subsidiar
eventuais repactuações e reajustes futuros”. Mais especificamente, um dos
pontos da divergência referiu-se à menção ao instituto da repactuação.
Observou o relator que, no voto condutor do Acórdão 1.574/2015
Plenário, restou consignado que o instituto da repactuação “só se aplica a
serviços continuados prestados com dedicação exclusiva da mão de obra,
isto é, mediante cessão da mão de obra, o que não corresponde ao objeto
da contratação a ser realizada pelo DPRF, eis que se trata de serviços
contínuos que não serão prestados mediante dedicação exclusiva da mão de
obra”. Nesse sentido, transcreveu excerto da fundamentação do citado
precedente, no qual se afirma que “a repactuação de preços, como espécie
de reajuste contratual, deverá ser utilizada apenas nas contratações de
serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, desde que
seja observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos
aos quais a proposta se referir, conforme estabelece o art. 5º do Decreto nº
2.271, de 1997”, e, explicando os institutos, se esclarece que “o reajuste de
preços é a reposição da perda do poder aquisitivo da moeda por meio do
emprego de índices de preços prefixados no contrato administrativo. Por
sua vez, a repactuação, referente a contratos de serviços contínuos, ocorre
a partir da variação dos componentes dos custos do contrato, devendo ser
demonstrada analiticamente, de acordo com a Planilha de Custos e
Formação de Preços”. Destacou ainda o relator que o edital da contratação
sob exame fez expressa alusão ao instituto do reajuste de preços e não ao
da repactuação. Ademais, finalizou, “a Lei 8.666/1993 prevê a possibilidade
de readequar a equação econômico-financeira dos contratos nas hipóteses
de álea ordinária e extraordinária. Na situação em tela, a primeira será
efetuada por meio do reajuste de preços. A segunda será realizada via
reequilíbrio econômico-financeiro insculpido na alínea d do inciso II do art.
65 (instituto da revisão ou do realinhamento de preços)”. Assim, ajustou a
proposta de determinação ao DPRF, no sentido de que a mencionada
planilha fosse inserida nos autos do processo licitatório e utilizada “como
parâmetro para subsidiar futuros reajustes e/ou revisões de preço”, o que
foi acolhido pelo Colegiado.
(Acórdão 1488/2016 – Plenário – INFORMATIVO 290)
73
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Analiso (...) inconformidades que verifiquei no Edital de Tomada de Preços
1/2014 [elaboração de projeto executivo para pavimentação de vias
públicas, construção de atracadouro para embarcações com rampa de
concreto e construção de balneário (...) em municípios do Estado do Piauí] e
nos demais documentos carreados aos autos.
A primeira delas refere-se à previsão de repactuação do contrato (...). Tal
disposição está afrontando pacífica jurisprudência deste Tribunal bem
como o art. 37 da Instrução Normativa SLTI nº 2/2008, de que a
repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual, deverá ser
utilizada apenas nas contratações de serviços continuados com dedicação
exclusiva de mão de obra, desde que seja observado o interregno mínimo
de um ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir,
conforme estabelece o art. 5º do Decreto nº 2.271, de 1997.
O objeto licitado não se enquadra nem como serviço continuado, nem
como atividade com dedicação exclusiva de mão de obra. Assim, o edital
deveria prever o uso do instituto do reajuste, e não da repactuação. Como
deixei registrado no voto condutor do Acórdão 1.827/2008-TCU-Plenário, o
reajuste de preços é a reposição da perda do poder aquisitivo da moeda
por meio do emprego de índices de preços prefixados no contrato
administrativo. Por sua vez, a repactuação, referente a contratos de
serviços contínuos, ocorre a partir da variação dos componentes dos
custos do contrato, devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo
com a Planilha de Custos e Formação de Preços.
(Acórdão 1585/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A repactuação de preços aplica-se apenas às contratações de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra e ocorre a partir da
variação dos componentes dos custos do contrato, desde que seja
observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos
quais a proposta se referir, conforme estabelece o art. 5º do Decreto
2.271/97, devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo com a
Planilha de Custos e Formação de Preços.
[...] o relator apontara que a cláusula editalícia de repactuação do contrato
estaria em desacordo com a jurisprudência do Tribunal e com o art. 37 da
Instrução Normativa SLTI 2/2008, segundo o qual “a repactuação de preços,
como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada apenas nas
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de
obra, desde que seja observado o interregno mínimo de um ano das datas
dos orçamentos aos quais a proposta se referir, conforme estabelece o art.
5º do Decreto nº 2.271, de 1997”. Observou o relator que “o objeto licitado
não se enquadra nem como serviço continuado, nem como atividade com
dedicação exclusiva de mão de obra”, ressaltando ainda que “o edital
deveria prever o uso do instituto do reajuste, e não da repactuação”. Sobre
a questão, relembrando o Acórdão 1.827/2008-Plenário, de sua relatoria,
74
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
"2. Em face da instrução, mediante autorização do Relator, realizou-se
oitiva prévia do pregoeiro do CNJ, a fim de obter informações que
possibilitem analisar a questão de maneira mais completa, nos seguintes
termos:
a) ausência de detalhamento da estimativa de preços para a contratação
em planilhas demonstrativas da composição de seus custos unitários, em
desacordo ao disposto no art. 8º, inciso III, alínea "a" do Decreto
3555/2000, c/c o art. 7º, § 2º, inciso II, e 40, § 2º, inciso II, ambos da Lei
8.666/1993;”
[...]
75
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76
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77
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.2. compare as planilhas de custos e formação de preços fornecidas
pela contratada nos momentos da apresentação da proposta e do
requerimento de repactuação, nos termos do § 1º, art. 57 da Lei nº 8.666,
de 16 de junho de 1993, e do art. 5º do Decreto nº 2.271, de 7 de julho de
1997, com vistas a verificar se ocorreu ou não a efetiva repercussão dos
eventos majoradores nos custos pactuados originalmente;
(Acórdão 2094/2010 – 2ª Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A comprovação da necessidade de repactuação de preços, decorrente da
elevação anormal de custos, exige a apresentação de planilhas detalhadas
de composição dos itens contratados, com todos os seus insumos, assim
como dos critérios de apropriação dos custos indiretos.
(Acórdão 2408/2009 – Plenário)
Ver também: Acórdão 658/2011 – Primeira Câmara
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
3 - Imprescindibilidade de composição adequada da planilha de custos.
Na mesma auditoria realizada na Diretoria Regional da Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos do Estado do Rio Grande do Sul (EBCT/DR/RS),
outra possível irregularidade observada pela equipe de auditoria ocorrera
no Pregão Eletrônico nº 56/2006, destinado à locação temporária de
furgões, e no qual foram admitidas planilhas de custos apresentadas pelas
licitantes de modo inconsistente. Ilustrativamente, a unidade técnica
informou que, nas propostas apresentadas, a participação do item
combustível, no preço de uma diária contemplando 150 km de rodagem,
78
Erivan Pereira de Franca
79
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 54 ..................
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,
obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os
termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
80
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
À vista da planilha de custos fornecida pela própria empresa [omissis]
durante a fase de execução do contrato, a equipe de fiscalização do TCU
pôde verificar, de fato, a existência de indícios veementes de
superfaturamento, decorrente de estimativa excessiva de mão de obra,
material, equipamentos e insumos não correspondentes aos efetivamente
utilizados na prestação dos serviços.
Cumpre frisar que tais inconsistências foram identificadas pela unidade
técnica antes mesmo da realização do pagamento dos serviços
superfaturados. Consta dos autos que os responsáveis [...] foram, ainda
outra vez, alertados, pela equipe de acompanhamento deste Tribunal, no
sentido de reverem seus procedimentos, apurarem a quantificação
excessiva dos elementos que integram os serviços avençados e, ao
81
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. verifique se as glosas realizadas até o fim da vigência do Contrato
22/2009 estão de acordo com o entendimento decorrente de tratativas no
âmbito do presente processo, em relação aos seguintes itens:
9.3.1.1. pagamento indevido de adicional noturno, uma vez que não houve
comprovação de prestação de serviços entre 22h de um dia e 5h do dia
seguinte;
9.3.1.2. pagamento irregular de adicional de férias, pois não houve
comprovação de que um percentual de 11,11% foi realmente repassado aos
funcionários da CPM Braxis que prestavam serviço ao Ibama;
9.3.1.3. pagamento irregular de 13º salário, uma vez que não é possível
aceitar valores diferentes do percentual de 8,33% decorrente da legislação;
(Acórdão 301/2013 – Plenário)
82
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.7.3. calcule os valores correspondentes às horas trabalhadas no período
noturno, compare-os com aqueles efetivamente pagos à empresa a título
de adicional noturno, informe-os a este Tribunal, acompanhados da
documentação comprobatória (contracheques, planilhas de controle de
horário e outros), e promova a glosa das quantias eventualmente pagas a
maior;
9.7.4. promova a glosa dos valores correspondentes ao percentual a maior
praticado referente à parcela do ―13º salário, que deveria ser de 8,33%,
em vez dos 11,44% informados na planilha de formação de preços relativa
ao contrato 02.0015.00/2009;
9.7.5. calcule os valores efetivamente pagos à contratada a título de
férias, compare-os com aqueles recebidos pelos empregados da empresa,
a fim de verificar se o total do percentual relativo à rubrica em questão
(14,88%) está sendo efetiva e integralmente repassado aos profissionais, e
promova, caso contrário, a glosa das quantias pagas a maior;
(Acórdão 3231/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3. com relação à fiscalização dos contratos...:
[...]
9.2.3.2. verifique a compatibilidade entre os salários efetivamente pagos
pelas contratadas aos trabalhadores alocados ao DNIT e aqueles
constantes em demonstrativo de formação de preço ou planilha com essa
finalidade, vinculados ao instrumento contratual;
9.3. alertar... que o pagamento de salários em nível inferior ao da
proposta oferecida na licitação constitui causa para o reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em favor da Administração, devendo as
medidas cabíveis ser adotadas imediatamente à constatação de que os
salários efetivamente pagos pelas contratadas aos trabalhadores alocados
ao DNIT são inferiores aos consignados nas propostas apresentadas na
licitação, sob pena de responsabilidade solidária dos responsáveis pelos
pagamentos indevidos;
(Acórdão 1233/2008 – Plenário)
(vide, no mesmo sentido: Acórdão 1009/2011 – Plenário; Acórdão
2477/2010 – Plenário; Acórdão 2647/2009 – Plenário)
83
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O pagamento de salários inferiores aos constantes da proposta somente
configura descumprimento contratual caso exista cláusula expressa no
edital e no contrato exigindo a identidade entre esses valores.
Pedido de Reexame apresentado pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit) contra o Acórdão 1233/2008-Plenário
atacou, dentre outros pontos, determinação para que a autarquia
levantasse valores pagos a maior decorrentes da "incompatibilidade entre
os salários efetivamente pagos pelas empresas contratadas e aqueles
informados nas suas Planilhas de Composição de Custos apresentadas por
ocasião das licitações", e instaurasse "os respectivos processos de tomada
de contas especial no caso de as contratadas se negarem a restituir ao
erário os valores recebidos indevidamente". Os autos trataram,
originariamente, de representação versando sobre contratos de prestação
de serviços especializados de supervisão técnica. Ao discordar do
entendimento do relator, o ministro revisor rememorou precedente
análogo ao caso em exame, no qual externou a seguinte posição sobre a
questão: "Com efeito, é certo que a planilha com os preços unitários
apresentados na licitação vincula o proponente. O equívoco, todavia, é
entender que as quantias ali constantes devem corresponder aos custos
que serão incorridos pelo contratado para cumprir o objeto, pois, no regime
de execução contratual por empreitada, no qual a retribuição do
contratado se dá mediante o preço avençado, e não por uma margem de
lucro, como na contratação por administração, o que a planilha ostenta são
os preços dos insumos considerados pelo concorrente na formação do valor
a ser cobrado da Administração, e não os seus reais custos. (...) A tese que
vincula os gastos com insumos aos valores da proposta confunde custos da
contratada com os seus preços (os quais somente são custos sob o ponto
de vista da Administração) (...) Veja-se que, como consequência disso, a
aferição do superfaturamento acaba sendo feita em relação aos custos do
contratado, e não aos valores de mercado, mesmo diante da inexistência,
como no caso concreto, de dificuldade prática para a estimativa destes com
base em sistemas de referência ou outra fonte confiável de preços, e
desconsiderando-se o fato de o regime de execução contratual ser por
empreitada". Nesse sentido, concluiu o revisor: "O que se depreende,
portanto, dos fundamentos do Acórdão 2784/2012-Plenário, é que o
pagamento de salários inferiores aos da proposta somente configuraria
descumprimento contratual caso houvesse cláusula expressa no edital e
no contrato exigindo a identidade entre esses valores, sendo a regra geral
a de que as quantias constantes da proposta correspondem aos preços dos
serviços, e não aos custos da contratada. Assim, uma vez que não há
cláusula dessa natureza nos contratos de engenharia consultiva em
comento, não se pode falar em violação ao contrato na realização desses
pagamentos". Seguindo o voto do revisor, o Plenário do TCU deu
provimento ao recurso.
(Acórdão 2438/2013 – Plenário – INFORMATIVO 168)
84
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Apurou-se, com base na folha de pagamento da empresa líder do
consórcio, que os salários efetivamente pagos aos empregados eram
inferiores aos que constaram da proposta oferecida na licitação, donde se
concluiu que o consórcio contratado estava a auferir, a princípio, lucros
indevidos. Por isso, foi determinado no Acórdão 327/2009-Plenário, que a
Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, à qual fora sub-
rogado o contrato, fizesse retornar aos cofres públicos a diferença entre os
salários pagos pela contratada a seus empregados e os valores constantes
da proposta, contra o que a contratada demonstrou inconformismo, por
meio de pedido de reexame. Ao examinar o recurso, o 2º revisor, ministro
Valmir Campelo, discordando do voto do relator, ministro Ubiratan Aguiar,
entendeu não ser possível a retenção da diferença dos valores declarados
pela contratada em sua proposta e os efetivamente despendidos aos
funcionários. Segundo ele, para que isso ocorresse, seria necessário que o
edital da licitação contivesse cláusula expressa nesse sentido, o que não
houve.
Para o 2º revisor, nessas contratações de serviços de consultoria por
homem/hora, “a identidade entre o valor declarado e o realmente pago é
condição para a garantia da vantajosidade e moralidade dos certames”.
Entretanto, entendeu que uma determinação genérica ao Dnit para que
fizesse constar em seus instrumentos convocatórios, doravante, cláusula
que estipulasse a necessidade da correspondência entre o valor do salário
contratado com o realmente pago à mão de obra nos contratos de
supervisão iria extrapolar as raias do pedido de reexame em discussão. Por
isso, votou por que o Tribunal constituísse grupo de trabalho para se
aprofundar nos assuntos afetos às contratações de engenharia consultiva,
de modo a contribuir para o aprimoramento dos instrumentos
convocatórios, projetos básicos e dos orçamentos desses contratos.
Ao dar provimento ao pedido de reexame, para tornar sem efeito a redação
do item 9.1 do Acórdão 327/2009, do Plenário, o Tribunal determinou
adoção das providências apresentadas pelo 2º revisor, entre elas a
constituição do grupo de trabalho mencionado. Precedentes citados:
Acórdãos n. 2.632/2007, 2.093/2009, 1.244/2010, 3.092/2010, 446/2011,
2.215/2012, todos do Plenário.
(Acórdão 2784/2012 – Plenário – INFORMATIVO 127)
85
Erivan Pereira de Franca
IN SGD/ME 01/2019
Art. 20. A estimativa de preço da contratação deverá ser realizada pelo
Integrante Técnico com o apoio do Integrante Administrativo para
elaboração do orçamento detalhado, composta por preços unitários e de
acordo com a Instrução Normativa SLTI/MP nº 5, de 27 de junho de 2014,
86
Erivan Pereira de Franca
IN CNJ 44/2012
Art. 11. No processo de contratação deve constar o custo estimado, o qual
conterá os valores máximos global e mensal, demonstrável por meio de:
[...]
II - pesquisa fundamentada dos preços praticados no mercado em
contratações similares;
III - adoção de valores constantes de indicadores setoriais, tabelas de
fabricantes, valores oficiais de referência, tarifas públicas ou outros
equivalentes, se for o caso; e
IV - pesquisa em catálogos de fornecedores, em avaliações de contratos
recentes ou vigentes, em valores adjudicados em licitações de outros
órgãos públicos, em valores registrados em atas de Sistema de Registros de
Preços - SPR e em analogias com contratações realizadas por empresas.
§ 1º Devem ser desconsiderados os valores de quaisquer das fontes
utilizadas para a estimativa de custo que, manifestamente, não
representem a realidade do mercado.
87
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato,
devem ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem
ser priorizadas consultas ao Portal de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, em detrimento de
pesquisas com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve
ser tida como prática subsidiária.
90
Erivan Pereira de Franca
91
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.6.3. Dar ciência à Funasa de que foram encontrados no processo de
contratação relacionado ao Pregão 05/2018 diversas falhas, a seguir
relacionadas, que devem ser objeto de correção em processos similares,
doravante, a fim de evitar novas incidências dessa natureza:
[...]
1.6.3.5. justificativa de preço baseada unicamente em pesquisa de preços
meramente formal, realizada com apenas três empresas, contrariando
jurisprudência do Tribunal (Acórdãos 718/2018-Plenário, Relator Min.
André Carvalho; 2.787/2017-Plenário, Relator Min. Augusto Sherman;
247/2018-Plenário, Relator Min. Walton Alencar Rodrigues). A pesquisa de
preços para elaboração do orçamento estimativo da licitação não pode ter
como único foco propostas solicitadas a fornecedores. Ela deve priorizar os
parâmetros disponíveis no Painel de Preços do Portal de Compras do
Governo Federal e as contratações similares realizadas por entes públicos,
em observância à IN-SLTI 5/2014;
(Acórdão 1717/2018 – Plenário – Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...] que:
9.2.1.1. na elaboração de orçamento, durante a fase de planejamento da
contratação de bens e serviços, devem ser utilizadas fontes diversificadas,
a fim de dar maior segurança no que diz respeito aos valores a serem
adjudicados, priorizando-se os parâmetros previstos nos incisos I e III, do
art. 2º, da IN SLTI/MPOG 5/2014, relacionados com o Portal de Compras
Governamentais e com as contratações similares de outros entes públicos,
sobre os parâmetros contidos nos incisos II e IV do mesmo art. 2º, com
relação à pesquisa junto à mídia especializada, em sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, e junto a fornecedores, cuja adoção
deve ser vista como prática subsidiária e suplementar;
(Acórdão 3351/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
34. Por último, registro minha discordância com a alegação de que houve
vantagem financeira para a Administração na contratação derivada do
pregão 17/2014, sob exame, uma vez os preços pagos ao final do certame
estariam 20% abaixo do patamar estimado pelos gestores, conforme
análise da unidade técnica em sua última instrução.
35. Não é possível aceitar tal argumento sem um parâmetro confiável, pois
não se pode afirmar que realmente houve economicidade caso o
orçamento estimativo não tenha sido feito de forma escorreita e caso não
reflita os preços efetivamente praticados no mercado.
92
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os sistemas oficiais de referência da Administração Pública refletem, em
boa medida, os preços de mercado e, por gozarem de presunção de
veracidade, devem ter precedência em relação à utilização de cotações
feitas diretamente com empresas do mercado.
Em Auditoria realizada nas obras de implantação do corredor de ônibus
Radial Leste - Trecho 1, no município de São Paulo/SP (Fiscobras 2015),
abrangendo o Contrato 43/Siurb/13 e o Edital de Pré-Qualificação 1/2012-
SPobras, foram detectadas pela equipe várias irregularidades ensejadoras
de sobrepreço, tanto relativamente à taxa de BDI como a outros serviços,
em razão da utilização de preços, no orçamento estimativo do certame,
diferentes dos constantes dos sistemas referenciais da Administração,
justificados a partir de cotações feitas diretamente no mercado.
Utilizando-se da metodologia da curva ABC, a equipe de auditoria apurou
três itens com subpreço total de 17 milhões. Por outro lado, apurou
também sobrepreço total de R$ 67 milhões em 23 itens dos 37 que
formavam a composição. Desses 23 itens, seis deles respondem por 48
milhões, 25 milhões referentes a sobrepreço em comparação com os
preços do sistema referência ORSE, do Departamento Estadual de
Habitação e Obras Públicas de Sergipe (DEHOP/SE). Nessa situação,
verificou-se que a Administração realizou cotação própria junto ao
mercado, utilizando-a como parâmetro para composição dos preços, em
detrimento da aplicação do ORSE. Entendeu o relator, alinhando-se à
unidade instrutiva, tratar-se de irregularidade, pois conforme já afirmado
pelo Tribunal no Acórdão 3.061/2011 Plenário, os referenciais oficiais da
Administração refletem, em boa medida, os preços de mercado e, por
gozarem de presunção de veracidade, devem ter precedência em relação à
utilização de cotações realizadas diretamente com empresas do mercado.
Diante dessa constatação e de outras, apontadas pelo relator, decidiu o
Colegiado determinar ao Ministério da Cidades e à Caixa Econômica Federal
que se abstenham de liberar recursos federais para execução do contrato,
em virtude da identificação de preços excessivos frente ao mercado.
(Acórdão 1923/2016 – Plenário – INFORMATIVO 297)
93
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
5. Outrossim, foi determinada a oitiva das partes envolvidas para que se
manifestassem sobre os fatos apontados na denúncia, especialmente
quanto aos abaixo arrolados, que deram ensejo à cautelar expedida por
este Tribunal:
[...]
- inobservância do disposto no art. 2º da Instrução Normativa SLTI/MP
nº 5/2014 na elaboração do orçamento estimado do Pregão Eletrônico nº
16/2017, notadamente quanto à não utilização de variadas fontes de
consultas para estimar os preços unitários de materiais da contratação,
que deveriam priorizar o painel de preços e contratos similares de outros
entes públicos, inclusive a contratação anterior do Ministério (Contrato nº
21/2012) , consoante o disposto no Acórdão nº 3.684/2014-TCU-2ª Câmara;
[ACÓRDÃO]
9.3. dar ciência ao Ministério da Integração Nacional, com fulcro no art. 7º
da Resolução TCU 265/2014, sobre as seguintes impropriedades
identificadas no Pregão Eletrônico nº 16/2017:
9.3.1. realização de pesquisa de preços de mercado, para fins de
elaboração do orçamento estimativo da contratação, restrita a
informações fornecidas por três empresas prestadoras de serviço,
desprezando fontes adicionais de informação, a exemplo de contratações
públicas similares, sistemas referenciais de preços disponíveis, pesquisas na
internet em sites especializados e contratos anteriores do próprio órgão, o
que contraria a jurisprudência do TCU, a exemplo do Acórdão 2.787/2017-
TCU-Plenário e do Acórdão 3.684/2014-TCU-2ª Câmara;
(Acórdão 1548/2018 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com base no art. 7º da Resolução TCU 265/2014, dar ciência à Base de
Apoio Logístico do Exército das seguintes irregularidades detectadas no
Pregão Eletrônico SRP 33/2016 para que se abstenha de adotar tais
condutas, caso promova nova licitação para a aquisição dos serviços
pretendidos:
9.3.1. não inclusão, no processo administrativo relativo à realização do
certame, de prévia pesquisa de preços de mercado realizada para
elaboração do orçamento-base da licitação, a qual deve contemplar a
utilização de fontes diversificadas, priorizando os parâmetros previstos
nos incisos I e III, do art. 2º, da IN SLTI/MPOG 5/2014, consoante
orientação às unidades do Exército Brasileiro contida no Acórdão
3.351/2015 – Plenário, bem como comparações com as contratações
similares de outros entes públicos e com tabelas publicadas em sítios
eletrônicos especializados ou de domínio amplo, além de consultas junto a
fornecedores;
94
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.3. as regras e critérios para elaboração de orçamentos de referência
de obras e serviços de engenharia pela Administração Pública, estão
estabelecidos no Decreto 7.983/2013 – no caso de certames
fundamentados na Lei 8.666/1993 que prevejam o uso de recursos dos
orçamentos da União –, bem como nos arts. 8º, §§ 3º, 4º e 5º, da Lei
12.462/2011, e 31, §§ 2º e 3º, da Lei 13.303/2016, ou seja, devem se
basear precipuamente nos sistemas referenciais oficiais de custo (Sinapi e
Sicro);
9.2.4. os sistemas referenciais Sicro e Sinapi, utilizados para fundamentar o
orçamento estimativo das contratações de obras e serviços de engenharia
pelo Poder Público, consideram, de forma direta ou indireta, os parâmetros
salariais e outras disposições de instrumentos de negociação coletiva de
trabalho na formação de custos com a mão de obra;
95
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. dar ciência ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região sobre as
seguintes impropriedades/falhas, identificadas no edital da Concorrência
01/2017, para que sejam adotadas medidas internas com vistas à
prevenção de ocorrência de outras semelhantes:
9.1.1. sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado,
identificada no item “Cordoalha nua, Aço CP1900RB Fios 15.2MM” da
planilha orçamentária do Edital de Concorrência 01/2017, o que afronta o
disposto nos arts 3º e 4º do Decreto 7.983/2013 e o princípio da eficiência
insculpido no caput do art. 37 da Constituição;
9.1.2. outras falhas no orçamento-base da licitação, tais como serviços
medidos por disponibilização, precificados de forma genérica e indícios de
serviços orçados em duplicidade, em afronta ao art. 6º, inciso IX, alínea “f”,
bem como ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/93, e à Jurisprudência do
Tribunal de Contas da União, em especial à Súmula TCU 258;
(Acórdão 2407/2018 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Esse cenário se torna agudo quando se confronta com um mercado em que
há grande concentração das soluções em poucos fabricantes de software,
bem como elevada dependência desses sistemas para o núcleo do próprio
negócio das organizações públicas. A assimetria econômica e informacional
entre os órgãos da Administração Pública e os grandes fabricantes de
software subverte a lógica da supremacia do interesse público, pois os
órgãos públicos são forçadamente levados a aderir a termos de licenças
preestabelecidos com cláusulas não previstas em contrato, muitas delas
contrárias à legislação pátria.
Assim, torna-se imperiosa a necessidade de maior concentração da
inteligência e do poderio do Estado nos órgãos governantes superiores de
TI, os quais têm maior capacidade de estruturar melhor o processo de
contratação, em especial o planejamento, bem assim da efetiva pesquisa de
preços de mercado e de seleção dos fornecedores, passando pelo
estabelecimento de padrões mínimos de gestão e fiscalização dos
contratos, evitando-se pagamentos indevidos e a ocorrência de
sobrepreços e de superfaturamentos.
[ACÓRDÃO]
9.1. determinar, com fulcro na Lei 8.443/1992, art. 43, inciso I, c/c o art.
250, inciso II, do Regimento Interno do TCU:
9.1.1. à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e ao Conselho
Nacional de Justiça que:
96
Erivan Pereira de Franca
[...]
9.1.1.2.1.11. orientação às organizações sob sua supervisão a respeito dos
riscos da solicitação de cotações de preços, indicando que, caso seja
estritamente necessário obter preços de referência mediante cotações em
face da ausência de outras fontes de preços, como contratações similares,
solicite-se preços diretamente aos grandes fabricantes, de modo a
aumentar a chance de obter um preço de referência minimamente
confiável no âmbito da pesquisa de preços prevista na Lei 8.666/1993, art.
6º, inciso IX, alínea “f”, art. 7º, § 2º, inciso II, art. 40, § 2º, inciso II; na Lei
10.520/2002, art. 3º, inciso III; e na IN - SLTI/MPDG 4/2014, art. 14, inciso
VII, § 4º, art. 22;
(Acórdão 2569/2018 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
25. Merece especial destaque a questão envolvendo a pesquisa de
preços, pois uma vez constatada falhas nas estimativas de preços dos dois
certames em análise, crescem as chances de haver contratações com
sobrepreço. Tal questão torna-se mais grave no caso de comprovada baixa
competitividade no certame, fato esse constatado no PE SRP 36/2017, e no
de ausência da base de cálculo das métricas, constatado no PE SRP
35/2017.
26. Apesar de todas as informações trazidas aos autos, entendo, em linha
com a unidade instrutiva, que não é possível afirmar, com os dados
constantes do processo da contratação do PE SRP 36/2017, que algumas
das empresas que apresentaram cotações tinham conhecimento, de fato,
sobre que solução o MS estaria pretendendo contratar, tampouco se elas
teriam condições de fornecer pelos preços indicados.
27. Ainda sobre pesquisa de preços, registra-se que também foram
encontradas deficiências na pesquisa realizada no âmbito do PE SRP
33/2016, uma vez que constatado que a estimativa de preços desse
certame não apresentava juízo crítico acerca dos valores levantados, sendo
baseada apenas na média de cotações obtidas de poucas empresas e em
uma descrição genérica dos serviços cotados (peça 89, p. 12-122) .
28. Conforme bem ressaltado pela Sefti (peça 62, p 5, subitem 36.1) , a
realização da pesquisa de preços condizente com o objeto licitado deve
observar a Instrução Normativa MPOG/SLTI 05, de 27/06/2014, que dispõe
sobre os procedimentos administrativos básicos para a realização
de pesquisa de preços para aquisição de bens e contratação de serviços em
geral, com as alterações introduzidas pela Instrução Normativa 03, de
20/4/2017, para a qual deverá ser obrigatoriamente juntada aos autos a
análise crítica dos preços coletados, em atendimento ao estabelecido no §
4º do art. 2º dessa IN.
[ACÓRDÃO]
9.3. assinar prazo de 15 (quinze) dias para que o Ministério da Saúde, com
fundamento no artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, c/c artigo 45 da
97
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4. Conforme registrado na instrução de peça 29, a cotação de preços do
pregão em exame, realizada exclusivamente junto a fornecedores,
resultou na fixação de valores unitários até 743% superiores aos da
licitação anterior (PE 64/2013), fato aparentemente ignorado pelos
gestores da DPU. Quadro comparativo constante da mencionada instrução
demonstrou que, em média, os preços unitários estimados no PE 150/2017
foram 191,48% superiores aos do PE 64/2013, apesar de a variação do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo período
ter sido de 30,17% e a variação do dólar, no mesmo intervalo de tempo, ter
sido de 39%.
5. Ainda que fracassado o certame, pertinente a análise da Selog sobre a
necessidade de uma ampla pesquisa de preços durante a fase
preparatória de licitações públicas, a teor da vasta jurisprudência do TCU,
da qual cito, em adendo ao que já foi apontado pela unidade instrutiva,
outras deliberações mais recentes (Acórdãos 718/2018, 2.787/2017,
2.318/2017 e 1604/2017, todos do Plenário).
6. Ademais, a Selog identificou que o novo pregão lançado pela DPU para
contratação do mesmo objeto (PE 3/2018) tem o mesmo valor estimado.
Ainda que o novo pregão eletrônico tenha sido suspenso, conforme aviso
publicado no Portal de Compras Governamentais (peça 43), e que ao fim,
teria sido anulado, conforme comunicação eletrônica da Coordenadora de
Gerenciamento de Processos Licitatórios da DPU, convém que a unidade
instrutiva se certifique desse fato, e caso não se confirme, autue
representação específica em relação ao referido certame.
7. Diante dessas constatações, entende-se que a Representação deve ser
considerada procedente, dando-se ciência à Defensoria Púbica da União das
impropriedades verificadas, para que aprimore o mecanismo de estimativa
de preço em licitações, de forma a contemplar, entre outros critérios,
98
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
21. Em sua análise, como principais referências, a Selog adotou o Pregão
Eletrônico 7/2016 do Ministério da Cultura, com o subsequente Contrato
13/2016, e o Pregão Eletrônico 8/2017 do então MDIC, destacando as
discrepâncias nos preços praticados a partir da seguinte linha de
comparação:
[...]
22. A partir dessa comparação, constata-se que, caso tivesse sido adotado
os preços praticados no âmbito dos referidos Pregões 7/2016-MinC e
8/2017-MDIC, o Ministério da Cultura poderia ter auferido a economia de
R$ 7.256.908,00 ou de R$ 12.488.700,00, respectivamente, mas,
estranhamente, o MinC optou por limitar a sua pesquisa de mercado a
três orçamentos colhidos junto a empresas do ramo, deixando de se valer
dos referenciais obtidos nas contratações similares pelas demais
instituições públicas e até mesmo no Painel de Preços do Portal de
Compras do Governo Federal, conforme a orientação veiculada pela então
Instrução Normativa SLTI/MPOG 5/2014 (com a redação dada pela IN
3/2017) .
[ACÓRDÃO]
9.3. determinar, nos termos do art. 45 da Lei 8.443, de 1992, que, nas
futuras licitações, o Ministério da Cultura se abstenha de incorrer nas
seguintes irregularidades:
[...]
9.3.2. pesquisa de preços com base unicamente na solicitação de 3 (três)
propostas de fornecedores, com inobservância, assim, à orientação dada
pela então IN 5/2014 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão no sentido de que, na realização da pesquisa de preços com vistas à
formulação do orçamento estimado, sejam priorizados os parâmetros
disponíveis no Painel de Preços e as contratações similares realizadas pelos
demais entes públicos, dando ênfase, principalmente, às anteriores
contratações similares no próprio órgão ou entidade;
(Acórdão 718/2018 – Plenário)
99
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. Recomendar à Secretaria de Estado de Saúde de Roraima, com
fundamento no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 combinado com o art.
250, incisos II e III, do Regimento Interno do TCU, que avaliem a
conveniência e a oportunidade de adotar os seguintes procedimentos:
[...]
1.7.1.2. utilizar, para a cotação de preços de mercado, dentre outras
fontes, os valores registrados no Banco de Preços de Saúde (BPS), que a
partir de dezembro de 2017 é de utilização obrigatória pelos entes públicos
para registros de suas aquisições, conforme a Resolução CIT 18/2017, pois
tal sistema elenca os preços pagos pelos medicamentos pelos entes
públicos, retratando mais fielmente os preços de mercado da região, para
melhor observar o disposto na Lei 8.666/1993, art. 15, inciso V;
(Acórdão 1716/2018 – Plenário – Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O Banco de Preços em Saúde (BPS) é válido como referencial de preços de
mercado na aquisição de medicamentos, diferentemente da tabela da
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), uma vez que
os preços da Cmed são referenciais máximos que a lei permite a um
fabricante de medicamento vender o seu produto, o que não se confunde
com os preços praticados no mercado.
O TCU, ao apreciar tomada de contas especial instaurada em razão de
prejuízos apurados na aplicação de recursos repassados pelo Fundo
Nacional de Saúde (FNS) à Prefeitura Municipal de Taubaté/SP, apontou,
entre outras ocorrências, a aquisição de medicamentos e materiais médico-
hospitalares e odontológicos com sobrepreço. Como parâmetro para
averiguar a adequação dos preços contratados aos preços de mercado, o
Tribunal utilizou, sempre que possível, os registros constantes no Banco de
Preços em Saúde (BPS) referentes a contratações em datas e locais
próximos às aquisições feitas pelo município e que envolviam quantitativos
similares. Acerca das constatações, os responsáveis alegaram, entre outras
razões, que não caberia a utilização dos dados do BPS como referência de
preços e que as compras foram realizadas com valores inferiores aos
estabelecidos em resoluções da Câmara de Regulação do Mercado e
Medicamentos (Cmed) e em outros indicadores oficiais de preços de
medicamentos. Ao se pronunciar sobre a questão, o relator consignou que
a Lei de Licitações e Contratos, em seu art. 15, inciso V, exige, sempre que
possível, que as referências utilizadas para aquisições públicas sejam
baseadas em outras aquisições do setor público. Nesse sentido, esclareceu
que “ao consolidar as informações de aquisições na administração pública,
o BPS possibilita ao gestor ter uma referência de preços, com a facilidade de
selecionar os registros que mais se aproximem da realidade de sua
contratação, mediante a consideração de região de fornecimento,
quantitativos, fabricante, fornecedor, tipo de entidade contratante etc.” O
relator ressaltou que o TCU vem entendendo, a exemplo dos Acórdãos
100
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A mera comparação dos valores constantes em ata de registro de preços
com os obtidos junto a empresas consultadas na fase interna de licitação
não é suficiente para configurar a vantajosidade da adesão à ata, haja
vista que os preços informados nas consultas, por vezes superestimados,
não serão, em regra, os efetivamente contratados. Deve o órgão não
participante (“carona”), com o intuito de aferir a adequação dos preços
praticados na ata, se socorrer de outras fontes, a exemplo de licitações e
contratos similares realizados no âmbito da Administração Pública.
No âmbito do Acórdão 998/2016 – Plenário, depois de concluir pela
ausência de documentos hábeis a demonstrar a viabilidade técnica e
econômica da adesão, pelo Ministério da Saúde, à ata de registro de preços
gerenciada pela Companhia Energética de Alagoas (CEAL), com a
consequente contração da beneficiária da ata para execução de serviços de
call center, em detrimento de procedimento licitatório instaurado no
próprio ministério, o Pleno decidiu julgar irregulares as contas dos
responsáveis identificados nos autos e aplicar-lhes multa. Inconformados,
eles interpuseram recursos de reconsideração, apontando equívoco no
acórdão recorrido, sob o argumento de o Tribunal haver concluído que a
ampliação do número de postos de atendimento levou em consideração
tão somente a demanda da CEAL, órgão gerenciador da ata de registro de
preços. Os recorrentes aduziram, ainda, que a adesão levou em
consideração o fato de “o contrato firmado pela CEAL prever modalidade de
posto de atendimento que se aproximava à necessidade do Departamento
de Ouvidoria Geral do SUS”, bem como a circunstância de os preços
contratados pelo órgão gerenciador estarem abaixo dos preços obtidos com
a pesquisa que serviria de parâmetro para o procedimento licitatório que se
encontrava em curso. Ao apreciar os recursos, o relator destacou a ausência
de elementos que “justifiquem o fato de o Ministério da Saúde aderir à ata
de registro de preços da CEAL, emitir a nota de empenho correspondente a
essa adesão e, posteriormente, encaminhar o processo à área demandante
para avaliação dos serviços e quantitativos a serem contratados”. Segundo
101
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A confrontação do orçamento contratado com outro elaborado com
parâmetros de custo obtidos depois de vários anos é imprópria para
aferição de adequação da proposta contratada com valores de mercado,
isso porque as correções de preços por índices em datas demasiadamente
longas não conseguem reproduzir as exatas condições da obra à época da
assinatura do contrato ou da celebração dos aditivos.
Recurso de revisão interposto pelo Ministério Público junto ao TCU para
reabertura das contas dos gestores responsáveis pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial/Administração Nacional (Senac/AN) no exercício
de 2002, originalmente julgadas regulares com ressalva, visava apurar fatos
supervenientes ao exame das contas tratados em processo de
representação convertida em tomada de contas especial, envolvendo
irregularidades nas obras do Centro Administrativo do Senac/AN e do
Serviço Social do Comércio/Administração Nacional (Sesc/AN), na Barra de
Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Entre as irregularidades suscitadas,
mereceram destaque os indícios de superfaturamento no Contrato
01/2002, calculado em R$ 391.092,71. Em seu voto, o relator ressaltou que
o principal elemento de defesa do Presidente dos Conselhos Nacionais do
Senac e Sesc fora o laudo técnico elaborado pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe), o qual estaria a evidenciar a inexistência do
referido sobrepreço. No entanto, o relator ponderou haver diversas
102
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.8.1. dar ciência ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, nos termos do art. 7º da Resolução TCU 265/2014, das
seguintes impropriedades constatadas no instrumento convocatório do
pregão eletrônico 16/2017, de modo a evitar ocorrências semelhantes,
especialmente na eventual realização de novo certame para contratação do
mesmo objeto:
1.8.1.1. baixa abrangência da pesquisa de preços que subsidiou a
estimativa da contratação, uma vez que não se utilizaram fontes variadas
de informação, baseada em cesta de preços aceitáveis, a exemplo de seus
próprios contratos atualizados, do Painel de Preços e de outros contratos
da Administração, em desacordo com os arts. 15, § 1º, e 43, inciso IV, da Lei
8.666/1993, c/c o art. 2º da IN SLTI/MPOG 5/2014, que dispõe sobre o
procedimento administrativo para realização de pesquisa de preços para
aquisição de bens e contratação de serviços em geral, e com a
jurisprudência do TCU (acórdãos 3.684/2014-2ª Câmara, relatora a ministra
Ana Arraes, e 2.637/2015-Plenário, relator o ministro Bruno Dantas) ;
(Acórdão 79/2018 – Segunda Câmara – Relação)
103
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao Ministério da Integração e ao Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas (DNOCS) das seguintes impropriedades identificadas
no Pregão Eletrônico 11/2017 – SRP, com fundamento no art. 7º da
Resolução – TCU 265/2014, para que sejam adotadas medidas internas com
vistas à prevenção de novas ocorrência da espécie:
9.3.1. a pesquisa de preços para elaboração do orçamento estimativo da
licitação não deve se restringir a cotações realizadas junto a potenciais
fornecedores, devendo serem utilizadas outras fontes como parâmetro, a
exemplo de contratações similares realizadas por outros órgãos ou
entidades públicas, mídias e sítios eletrônicos especializados e portais
oficiais de referência de custos, em conformidade com a Instrução
Normativa 05, de 27 de junho de 2014, em conjunto com a jurisprudência
desta Corte de Contas, a exemplo dos Acórdãos 1604/2017, 247/2017,
1678/2015 e 2816/2014, todos do Plenário, dentre outros;
(Acórdão 2787/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2.Como impropriedade, a equipe apontou a utilização de metodologia
deficiente ou inadequada para definição do orçamento e preço de
referência dos itens que não constam das tabelas oficiais, incluindo o
fornecimento de tubos em poliéster reforçado com fibra de vidro em
diâmetros variados. Segundo a equipe, a Companhia de Águas e Esgotos de
Rondônia (Caerd) adotou, na licitação, a mediana dos valores obtidos em
cotação de preços, ao invés de assumir o preço mais baixo dentre os
cotados. Caso fosse adotado tal procedimento, o orçamento de referência
teria sido reduzido em R$ 1,4 milhão.
3.Conforme anotado, a jurisprudência mais atual do TCU é no sentido de
que deve ser empregada a média ou a mediana dos preços obtidos por
meio das cotações apenas em condições de mercado competitivo,
situação em que se pretende eliminar valores discrepantes oriundos de
situações específicas e pontuais, tais como promoções. Mencionou, como
paradigmas, os Acórdãos 7290/213-2ª Câmara (Relatora Ministra Ana
Arraes) e 1639/2016-Plenário (Relator Ministro Benjamin Zymler) .
[...]
6.Assiste razão à unidade técnica. De fato, os paradigmas jurisprudenciais
apontados amoldam-se à situação problema, sendo exigível a utilização dos
menores valores cotados, ao invés das medianas das cotações realizadas.
No entanto, não é correto o raciocínio da SeinfraUrbana de que a adoção
dos menores valores cotados conduziria à elaboração de um menor
orçamento referencial, o que, por sua vez, levaria a uma contratação por
valor mais baixo. Na realidade, a partir da existência de um orçamento mais
enxuto, é razoável supor que o proponente apresentasse um desconto de
menor proporção.
[ACÓRDÃO]
104
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
É da competência do pregoeiro e da autoridade que homologa o certame
verificar se houve pesquisa recente de preços junto ao mercado
fornecedor do bem licitado e se essa pesquisa orientou-se por critérios
aceitáveis.
[VOTO]
31.No campo da responsabilização, o pregoeiro e a ordenadora de
despesas aduzem que não teriam atribuição técnica de realizar pesquisa
de preços. Ocorre que não foi esse o objeto da audiência endereçada aos
agentes. Rememora-se que o [Pregoeiro] responsável pela condução do
Pregão Eletrônico 11/2016, foi ouvido por ter aceitado proposta do licitante
[Empresa] em valor superior aos preços de mercado, contrariando os
comandos dispostos no art. 4º, inciso XI, da Lei 10.520/2002 c/c o art. 43,
inciso IV, da Lei 8.666/1993; e a [Autoridade homologadora], Chefe da
Unidade Avançada de Administração e Finanças em Atibaia/SP, por ter
homologado certame permeado por essa falha.
32.Ou seja, ainda que a pesquisa de preços tenha sido efetuada por
outrem, ao pregoeiro e à autoridade superior que homologou o certame
cabem verificar se a coleta de preço seguiu critérios aceitáveis, consoante
sobressai do magistério jurisprudencial desta Casa de Contas, verbis:
Acórdão 4.828/2017 – 2ª Câmara (trecho do voto, rel. min. Ana Arraes)
11. Os responsáveis não comprovaram a busca no mercado de preço de
referência para orientar o orçamento do pregão. No entanto, é da
competência da comissão permanente de licitação, do pregoeiro e da
autoridade superior verificar se houve recente pesquisa de preço junto a
fornecedores do bem a ser licitado e se esta observou critérios aceitáveis.
Acórdão 4.464/2017 – 2ª Câmara (trecho do voto, rel. min. Aroldo Cedraz)
14. Acrescento que a jurisprudência do TCU aponta no sentido de que ‘a
CPL, o pregoeiro e a autoridade superior devem verificar: primeiro, se houve
pesquisa recente de preço junto a fornecedores do bem e se essa observou
critérios aceitáveis’ (trecho do Voto condutor do Acórdão 3.516/2007 – TCU
– Primeira Câmara). No mesmo sentido o Acórdão 2.147/2014-TCU-
Plenário.
33.Como se nota, o pregoeiro pode ser responsabilizado por acolher
proposta da licitante [Empresa] em valor superior aos preços de mercado,
em desobediência ao art. 4º, inciso XI, da Lei 10.520/2002 c/c o art. 43,
105
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
11.Concordo com a unidade técnica que, não obstante haver indícios de
que o caráter competitivo do Pregão 20.062/2016 não restou
comprometido, de fato não ficou suficientemente demonstrado que as
cotações apresentadas no certame, as quais serviram de base para a
elaboração do orçamento estimativo da licitação, retratavam fielmente os
preços praticados no mercado à época, tudo isso porque a pesquisa de
preços que balizou o orçamento da administração não teria sido realizada
adequadamente [no caso, foram colhidos apenas dois orçamentos junto a
fornecedores], à luz das normas vigentes.
[ACÓRDÃO]
9.2. determinar à Prefeitura Municipal de Natal/RN que:
[...]
9.2.2. condicione a prorrogação do Contrato 182/2016 à demonstração da
vantajosidade dos preços dos serviços pactuados, em comparação com os
de mercado à época da renovação, realizando, para tanto, ampla pesquisa
de preços, priorizando consultas a Portais de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, utilizando apenas
subsidiariamente a pesquisa com fornecedores, tudo à luz dos parâmetros
definidos na IN-SLTI/MPOG 5/2014;
(Acórdão 1604/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
No tocante às irregularidades [...] referentes à pesquisa de preços [...],
restou esclarecido que a prefeitura o fez com respaldo em orçamentos
apresentados por duas empresas participantes da licitação. Embora não
tenha ocorrido sobrepreço, a forma de coleta de preços de referência não
se alinha à prescrição do art. 15, inciso V, da Lei 8.666/1993. Acertada a
proposta da unidade técnica de dar ciência à Prefeitura de Timon/MA sobre
o normativo citado e acerca do Banco de Preços em Saúde, do Ministério da
Saúde, entre outros bancos de dados referenciais.
[ACÓRDÃO]
9.7. dar ciência ao Município de Timon/MA de que:
106
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O Banco de Preços em Saúde (BPS), se empregado de forma adequada, é
válido como referência de preços da aquisição de medicamentos, seja
pelo gestor público para balizar o preço de suas contratações, seja pelos
órgãos de controle para avaliar a economicidade dos contratos.
Em Tomada de Contas Especial, apurou-se dano ao erário decorrente de
superfaturamento na aquisição de medicamentos no âmbito de pregão
presencial promovido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e nos
contratos dele decorrentes. A metodologia de apuração do prejuízo
utilizada pela unidade técnica se baseou, dentre outras fontes, no maior
valor dos preços constantes do Banco de Preços em Saúde do Ministério da
Saúde (BPS). Divergindo do relator, que, acompanhando o parquet
especializado, considerou haver limitações no BPS a impedir sua utilização
como parâmetro seguro para estimativa do débito, o ministro revisor
consignou que “se empregado da forma adequada, a utilização do BPS
como referência de preços é plenamente válida e desejável, seja pelo
gestor público para balizar o preço de suas contratações, seja pelo TCU ou
outros órgãos de controle para avaliar a economicidade dos contratos”,
ressaltando que, no caso em tela, a unidade técnica solicitara pesquisa
específica à equipe do BPS do Ministério da Saúde sobre os valores do ano
de 2007, exercício posterior à realização do certame, refutando assim a
alegada limitação de que a média do referido sistema é calculada com base
nos últimos dezoito meses. Além disso, a pesquisa adotara como referência
o maior valor dentre todos os registros encontrados para cada
medicamento, afastando qualquer alegação de defasagem nos preços
pesquisados. Enfatizou ainda que a pesquisa também incorporara preços
registrados no Siasg/ComprasNet, segundo funcionalidade desenvolvida
pela equipe do BPS. Registrou o revisor, a propósito, que o BPS pode ser
utilizado como uma interface auxiliar para a pesquisa de preços nos
sistemas da Administração Pública Federal, tais como o
Siasg/ComprasNet. Assim, “os preços coletados pela unidade instrutiva
são, na verdade, provenientes dos sistemas de compras governamentais,
critério eleito como prioritário pela recente Instrução Normativa SLTI nº
5/2014, que dispõe sobre os procedimentos administrativos básicos para a
realização de pesquisa de preços para a aquisição de bens e contratação de
serviços em geral”. Com a utilização de tal banco, prosseguiu, “é possível
eliminar grande parte do trabalho dos gestores, traduzido pela mudança da
busca não sistematizada em diversas fontes e por mais de um meio (diários
oficiais, sistemas de informação, internet etc.) pela consulta em lugar
único, com variedade bem maior de registros. Assim, ao consolidar as
107
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os preços divulgados pela Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (Cmed) não são o parâmetro mais adequado para servir
como referência para aquisições públicas de medicamentos ou como
critério de avaliação da economicidade de tais aquisições por parte dos
órgãos de controle, pois são referenciais máximos que a lei permite a um
fabricante de medicamentos vender o seu produto.
Ainda na Tomada de Contas Especial que apurara dano ao erário
decorrente de superfaturamento na aquisição de medicamentos no âmbito
de pregão presencial promovido pela Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), o revisor também divergiu do posicionamento do MP/TCU,
endossado pelo ministro relator, no sentido de que a base de dados da
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) seria mais
adequada para aferição da razoabilidade dos preços de aquisição de
medicamento, pois seria o órgão que possui controle sobre o que é
comercializado de fato no setor de medicamentos, por concentrar o
conjunto de todas as compras, tanto as do setor público quanto as do setor
privado. Considerou o revisor que, embora a regulação do mercado de
medicamentos efetuada pela Cmed seja de extrema importância, os preços
divulgados pelo referido órgão não seriam “o parâmetro mais adequado
para servir como referência para aquisições públicas de medicamentos ou
como critério de avaliação da economicidade de tais aquisições por parte
dos órgãos de controle”. Mesmo reconhecendo haver precedentes do TCU
reputando a base de dados da Cmed mais qualificada do que a do BPS para
o processo de construção de referência de preços, discordou o revisor de
tal assertiva e acrescentou não ver “alinhamento jurisprudencial claro nesse
sentido, pois existem julgados do Tribunal em sentido diametralmente
oposto”. Em particular, destacou o Acórdão 3.016/2012 Plenário, que
tratara de Auditoria Operacional com o objetivo de avaliar a atuação
regulatória da Cmed, tendo constatado o superdimensionamento dos
preços de fábrica divulgados pelo referido órgão. Fora verificado, dentre
outros achados, que os preços de tabela eram “significativamente
superiores aos praticados em compras públicas, com casos em que chegam
a mais de 10.000% de variação”. Citou ainda o Acórdão 693/2014 Plenário,
que também tratara da debilidade na regulação dos preços de
medicamentos e nos correspondentes procedimentos de aquisição, para
concluir que “os preços da Cmed são referenciais máximos que a Lei permite
a um fabricante de medicamento vender o seu produto, fato que não
dispensa a obrigação de os gestores pesquisarem e observarem os preços
108
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas licitações e prorrogações contratuais de serviços de manutenção
predial, a Administração deve, em atenção ao art. 6º, inciso IX, alíneas c e
f, e art. 7º, § 4º, da Lei 8.666/1993, incluir, nos estudos técnicos
preliminares da contratação: (i) estudo e previsão da quantidade de
material a ser utilizado; (ii) estudo e definição do tipo e da quantidade de
postos de trabalho que serão utilizados; e (iii) estimativa de preços,
considerando uma cesta de preços, devendo documentar o método
utilizado no processo de contratação.
Fiscalização de Orientação Centralizada destinada a avaliar as práticas de
governança e gestão das aquisições na Administração Federal realizou [...]
auditoria na contratação de serviços de manutenção predial [...], de modo a
verificar sua aderência às boas práticas gerenciais e à legislação correlata.
No contrato auditado restou evidenciado, entre outros achados, a não
realização de estudo técnico preliminar para identificar a quantidade de
material a ser utilizado e a quantidade e tipos de postos de trabalho
necessários à execução dos serviços, bem como deficiências na estimativa
de preços. Nesses termos, acolheu o Plenário a proposta do relator para,
entre outros comandos, determinar ao TRT/MG que, em atenção à Lei
8.666/1993, art. 6º, inciso IX, alínea c e f, e art. 7º, § 4º, antes da eventual
prorrogação do contrato vigente, ou da elaboração de edital para licitação
com vistas a substituí-lo, inclua, nos estudos técnicos preliminares da
contratação: (i) “o estudo e previsão da quantidade de material que será
utilizada na prestação de serviços de manutenção predial”; (ii) “o estudo e
definição do tipo e da quantidade de postos de trabalho que serão
utilizados na prestação de serviços de manutenção predial”; (iii) “a
estimativa de preços, considerando uma cesta de preços, podendo utilizar-
se das diretrizes contidas na IN SLTI 5/2014, e documente o método
utilizado no processo de contratação para a prestação de serviços de
manutenção predial”.
(Acórdão 2352/2016 – Plenário – INFORMATIVO 303)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. dar ciência à Secretaria Geral de Administração do TCU das seguintes
impropriedades ocorridas no Pregão Eletrônico 83/2011, cujo objeto
109
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1 se abstenha de prorrogar o contrato decorrente da ata de registro de
preços resultante do Pregão Eletrônico 14/2015, para que, caso deseje,
deflagre novo certame licitatório em tempo hábil, ou seja, durante os seus
doze meses de vigência, sem os vícios identificados nesta representação,
em especial:
9.3.1.1 realização de pesquisa de preços em desconformidade com as
regras estabelecidas no art. 15, III, da Lei 8.666/1993 e no art. 2º da
Instrução Normativa-SLTI/MP 5/2014;
(Acórdão 696/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência à Secretaria-Executiva do Ministério do Trabalho e
Previdência Social (MTPS) sobre as seguintes impropriedades:
[...]
9.3.4. pesquisa de preços, identificada no planejamento da contratação da
Dataprev, que deu origem ao Contrato 27/2013, realizada com amplitude
insuficiente, tendo-se baseado somente em contratos da própria Dataprev
com outros órgãos da Administração Pública ou desconsiderando-se a
utilização de preços de contratações similares na Administração Pública
com empresas privadas, e, ainda, informações de outras fontes, tais como
o Comprasgovernamentais.gov.br e outros sites especializados, afrontando
o art. 26, parágrafo único, inciso III, da Lei 8.666/1993, e o art. 15, inciso IV,
da Instrução Normativa SLTI/MP 4/2010, conforme entendimento do TCU, a
exemplo do Acórdão 2.637/2015-TCU-Plenário.
(Acórdão 716/2016 – Plenário)
110
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Espírito Santo sobre as seguintes impropriedades, para que sejam
adotadas medidas internas com vista à prevenção da ocorrência de outras
semelhantes:
[...]
9.6.3. estabelecimento de valores de referência para o orçamento da
licitação com base em pesquisa de preços deficiente, em desatendimento
ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
[...]
9.6.5. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem os
custos unitários em contratos de serviços de consultoria em comunicação
nos termos estabelecidos no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
3. [omissis] , ex-Diretor-Geral do HU/UFMS, foi ouvido em audiência em
razão das 11 irregularidades listadas a seguir:
[...]
b) inexistência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os custos unitários do serviço licitado por meio do
Pregão 243/2011, em infração ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8666/1993;
[...]
11. O mesmo pode-se dizer em relação à ausência de orçamento
detalhado. A estimativa de 2% sobre o valor dos equipamentos é apenas
um referencial rudimentar de custo, que não atende aos arts. 3º, III, da Lei
10.520/2002 e 9º, §2º, do Decreto 5.450/2005. Observo que o agente
sequer levou em consideração os custos históricos de manutenção dos
aparelhos. Seria mister estimar o custo de uma forma mais precisa e
fundamentada. No caso da manutenção preventiva, por exemplo, seria
necessário levar em consideração a periodicidade na qual os serviços
deveriam ser realizados em cada aparelho. Não é demais lembrar que, na
gestão de recursos públicos, o agente tem a obrigação de ser eficiente, o
que equivale a dizer que ele precisa otimizar o aproveitamento dos
recursos disponíveis. Para que isso ocorra, é fundamental que ele orce
adequadamente os custos dos serviços, não se admitindo estimativas por
meio de ilações, sobretudo em se tratando de um contrato de quase dois
milhões de reais.
[ACÓRDÃO]
9.5. aplicar aos responsáveis abaixo-arrolados a multa respectiva [...]
(Acórdão 434/2016 – Plenário)
111
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar [...] que:
[...]
9.1.32. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de
bens e serviços, e na gestão dos contratos decorrentes que vierem a ser
elaborados, inclua os seguintes controles internos na etapa de elaboração
dos estudos técnicos preliminares:
[...]
9.1.32.2. definir método para a estimativa de preços, considerando uma
cesta de preços, podendo utilizar-se das diretrizes contidas na IN-SLTI
5/2014;
9.1.32.3. documentar o método utilizado para a estimativa de preços no
processo de contratação, juntamente com os documentos que lhe dão
suporte;
(Acórdão 1520/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com base no art. 7º da Resolução-TCU 259/2014, dar ciência à
Fundação Nacional de Saúde sobre as seguintes impropriedades, relativas
ao pregão eletrônico 2/2015, para que sejam adotadas medidas internas
com vistas à prevenção de ocorrências semelhantes:
9.3.1. realização de pesquisas de preços com utilização de orçamento
manifestamente superior à prática de mercado (cerca de 40% superior ao
segundo orçamento de maior valor), o que contraria o art. 2º, § 6º, da IN-
SLTI/MPOG 5/2014 e o posicionamento do TCU representado no Acórdão
2.943/2013, do Plenário;
9.3.2. realização de pesquisa de preços com amplitude insuficiente,
restrita ao possível envio de dois e-mails a oito empresas do ramo, tendo-se
obtido apenas três orçamentos, não obstante o mercado fornecedor do
serviço ser vasto; e, ainda, que não se considerou a utilização de preços de
contratações similares na Administração Pública e a informações de
outras fontes, tais como o ComprasNet e outros sites especializados,
afrontando o art. 26, parágrafo único, incisos II e III, e o art. 43, inciso IV, da
Lei 8.666/1993, conforme entendimento do TCU, a exemplo dos Acórdãos
2.170/2007 e 819/2009, ambos do Plenário;
(Acórdão 2637/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As empresas que oferecem propostas com valores acima dos praticados
pelo mercado, tirando proveito de orçamentos superestimados
elaborados pelos órgãos públicos contratantes, contribuem para o
superfaturamento dos serviços contratados, sujeitando-se à
responsabilização solidária pelo dano evidenciado.
112
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[ACÓRDÃO]
9.6. alertar o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA que:
9.6.1. o orçamento estimado foi elaborado com base tão somente em
consulta a fornecedores, contrariando jurisprudência do TCU no sentido de
que, na elaboração de orçamento na fase de planejamento da contratação
de bens e serviços, devem ser utilizadas fontes diversificadas, a fim de dar
maior segurança no que diz respeito aos valores a serem adjudicados, de
acordo com o art. 2º da IN SLTI/MP 5/2014 c/c o art. 15, inciso V, da Lei
8.666/1993 e Acórdãos 2816/2014-TCU-Plenário, 265/2010-TCU-Plenário,
171/2012-TCU-Plenário, 1266/2011-TCU-Plenário, 895/2015-TCU-Plenário e
1445/2015- TCU-Plenário);
(Acórdão 1678/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
113
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato,
devem ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem
ser priorizadas consultas ao Portal de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, em detrimento de
pesquisas com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve
ser tida como prática subsidiária.
Em Representação acerca de pregão eletrônico [...] para a contratação de
empresa especializada na prestação de serviços de transportes, incluindo
veículos e motoristas, a unidade técnica apontara, dentre outras
irregularidades, que a pesquisa de preços efetuada pelo MJ para subsidiar
114
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A justificativa do preço em contratações diretas (art. 26, parágrafo único,
inciso III, da Lei 8.666/93) deve ser realizada, preferencialmente,
mediante: (i) no caso de dispensa, apresentação de, no mínimo, três
cotações válidas de empresas do ramo, ou justificativa circunstanciada se
115
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
42. No que se refere à adjudicação de proposta com fortes indícios de
sobrepreço e contrária à economicidade da contratação, são responsáveis
pela irregularidade os servidores da Funasa que realizaram a estimativa de
preço e que elaboraram o termo de referência, uma vez que, conforme
demonstrado pela unidade instrutiva, os preços tomados por referência
não serviam de parâmetro para balizar a economicidade da contratação,
haja vista serem referentes a quantitativos significativamente inferiores aos
que seriam licitados, e a quantidade de equipamentos a serem
disponibilizados estava superestimada. [...]
[ACÓRDÃO]
116
Erivan Pereira de Franca
9.1. conhecer da representação, com fulcro nos arts. 235 e 237, VII, do
Regimento Interno/TCU c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no
mérito, considerá-la procedente;
[...]
9.3. dar ciência à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com fundamento
no art. 7º, da Resolução TCU 265/2014, sobre as seguintes falhas
identificadas no Pregão Eletrônico 1/2015, para que sejam adotadas
providências internas que previnam a ocorrência de outras semelhantes:
[...]
9.4. realizar, com fundamento no art. 250, IV, c/c o art. 237, parágrafo
único, do RI/TCU, a audiência dos servidores [omissis], para que, no prazo
de quinze dias, apresentem razões de justificativa pelas seguintes
irregularidades observadas no Pregão Eletrônico 1/2015 da Funasa:
[...]
9.4.2. adjudicação de proposta com fortes indícios de sobrepreço e
contrária à economicidade da contratação, em razão das deficiências na
pesquisa de preços de referência realizada no âmbito da Funasa, que não
considerou a economia de escala decorrente da quantidade de
impressões/copias a serem contratadas, e pelo superdimensionamento
do número de impressoras a serem disponibilizadas para atender a
demanda da entidade, em infração ao art. 3º, caput, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 1297/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência ao Ministério da Saúde que:
[...]
9.4.2. a realização da pesquisa de preços prévia junto a apenas duas
empresas, ocorrida no Pregão Eletrônico 9/2014, não se mostra suficiente
para justificar o valor do orçamento estimativo da contratação, estando
em desacordo com os arts. 3º, inciso III, da Lei 10.520/2002 e 9º, §§ 1º e 2º,
do Decreto 5.450/2005 e com a jurisprudência do TCU, representada pelos
Acórdãos 1.805/2014, 1.179/2014, 819/2009 e 2.170/2007, todos do
Plenário;
(Acórdão 1002/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3. a prorrogação ou renovação de contratos de prestação de serviços
executados de forma contínua, sem a devida demonstração, nos autos do
respectivo processo administrativo, de que tal medida assegura a obtenção
de condições e preços mais vantajosos para administração, evidenciado
com pesquisa de mercado para serviços similares, contraria o disposto nos
arts. 3º e 57, inciso II, da Lei nº 8.666/93;
9.2.4. a realização de pesquisa de preços de mercado de forma indireta,
por meio de corretora, sem a devida documentação das propostas no
117
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. [...], determinar ao Ipea que aprimore o mecanismo de estimativa de
preço em licitações, de forma a contemplar, dentre outros critérios,
cotações com fornecedores, contratos anteriores do próprio Instituto e
contratos de outros órgãos.
(Acórdão 3684/2014 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
9. Restou comprovado dessa análise que: as pesquisas de preços não
refletem a realidade praticada no mercado, sendo, pois, inadequadas para
delimitar as licitações; as pesquisas não apresentam consistência, uma vez
que a diferença entre a menor e a maior cotação, em muitos casos, é
desarrazoada, chegando a quatro vezes; e as empresas, em resposta a
pesquisas realizadas pela Administração Pública, tendem a apresentar
propostas de preços com valores muito acima daqueles praticados no
mercado, retirando desse instrumento a confiabilidade necessária para
balizar contratações que envolvem quantias consideráveis.
[...]
15. A questão é saber se os agentes públicos à frente do planejamento e
execução das licitações estão com pleno domínio das técnicas e métodos
necessários para a realização de pesquisas de preços isentas de
enviesamentos, como os constatados nestes autos.
16. Nesse sentido, entendo que a recomendação sugerida pela Selog é
pertinente por ser uma medida necessária no processo de aperfeiçoamento
do planejamento das contratações. Porém, ela será insuficiente se não for
acompanhada de ações efetivas de treinamento técnico, que envolvam
aspectos econômicos, financeiros e estatísticos da formação e estimativa de
preços.
[...]
18. Assim, deve-se recomendar especial atenção ao disposto no art. 2º da
IN 5/2014 SLTI/MP, combinada com ações efetivas de treinamento em
formação e estimativa de preços, a partir de pesquisas feitas com
fornecedores, em mídia e sítios especializados, em contratações similares
de outros entes públicos e nos portais oficiais de referenciamento de
custos.
19. Portanto, conquanto a representação deva ser julgada improcedente,
uma vez que o indício de conluio, levantado na exordial, não foi
confirmado, ficou assente que o processo de pesquisa de preços para a
orçamentação das contratações públicas precisa ser aperfeiçoado para se
que se minimize o risco de que a Administração Pública faça contratações
por valores indevidos.
[ACÓRDÃO]
118
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É recomendável que a pesquisa de preços para a elaboração do
orçamento estimativo da licitação não se restrinja a cotações realizadas
junto a potenciais fornecedores, adotando-se, ainda, outras fontes como
parâmetro, como contratações similares realizadas por outros órgãos ou
entidades públicas, mídias e sítios eletrônicos especializados, portais
oficiais de referenciamento de custos.
Representação formulada por sociedade empresária apontara indícios de
conluio em licitações realizadas no âmbito da Secretaria Executiva da Casa
Civil da Presidência da República, da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República e da Universidade Federal da Integração Latino-
Americana. O relator, alinhado à análise da unidade técnica, concluiu pela
improcedência da Representação tendo em vista que os questionamentos
levantados pela representante não teriam se confirmado. Contudo,
considerando a significativa redução observada nos valores contratados em
relação aos valores estimados, “o que, por um lado, denotaria grande
economia de recursos para a Administração Pública, mas, por outro,
poderia indicar uma estimativa irreal ou mesmo uma contratação por
quantia inexequível”, determinou o relator a realização de diligência junto
aos órgãos envolvidos a fim de obter justificativas para as estimativas
realizadas. Ao analisar as informações apresentadas, observou o relator que
a diferença acentuada entre o valor estimado e o contratado é uma
questão recorrente na Administração Pública. Destacou a inadequação e a
inconsistência das pesquisas de preços examinadas, que “não refletem a
realidade praticada no mercado, sendo, pois, inadequadas para delimitar as
licitações”. Constatou ainda que, em muitos casos, a diferença entre a
menor e a maior cotação se mostrou desarrazoada, e que, nas pesquisas
realizadas pela Administração Pública, as empresas “tendem a apresentar
119
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É da competência da comissão permanente de licitação, do pregoeiro e da
autoridade superior verificar se houve recente pesquisa de preço junto a
fornecedores do bem a ser licitado e se essa pesquisa observou critérios
aceitáveis.
Em autos de Acompanhamento, a unidade técnica constatou, dentre outras
ocorrências, que não fora realizada pesquisa de preços para respaldar a
planilha orçamentária usada como referencial em concorrência lançada
pelo Serviço Social da Indústria - Departamento Regional do Paraná
(Sesi/PR) para a execução das obras de ampliação do Centro Integrado dos
Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná. Ouvidos em audiência,
os responsáveis alegaram que a estimativa dos custos unitários da planilha
orçamentária fora realizada com base em dados de revista especializada e
em tabelas dispostas em resolução da Secretaria de Obras Públicas do
Governo do Estado do Paraná (Seop). Ao analisar o caso, o relator deixou
claro que foram disponibilizados ao Tribunal apenas os dados da Seop.
Afirmou que a pesquisa de preços “é essencial para balizar o julgamento
das propostas, por meio da consideração dos preços vigentes no mercado, e
possibilitar a seleção da proposta mais vantajosa para o Sesi/PR”. Afirmou,
ainda, “que não foi acostado aos autos do processo licitatório pesquisa
realizada por meio de consulta a sistemas oficiais ou da obtenção de
120
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na fixação dos valores de referência da licitação, além de pesquisas de
mercado, devem ser contemplados os preços praticados por outros
órgãos e entidades da Administração Pública, nos termos do art. 15, inciso
V e § 1º, da Lei 8.666/93.
Representação apresentada por membro do Ministério Público junto ao
TCU questionara possíveis irregularidades em pregão destinado à
contratação de empresa especializada na prestação de serviços de
produção de materiais gráficos e de conversão de conteúdo para leitura em
meio digital. A unidade técnica apontara a “ausência de ampla pesquisa de
preços de mercado que retratasse de maneira fidedigna o valor de mercado
dos bens e serviços licitados”. O relator concordou que o valor estimado
pela UFJF apresentava discrepância em relação ao da oferta vencedora (R$
38 milhões para o lote 1 e R$ 11 milhões para o lote 2, diante da estimativa
de R$ 64 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente), mas não lhe pareceu
possível afirmar, apenas com base no apontamento da unidade técnica,
“que houve irregularidade no processo de levantamento de preços, mesmo
porque, como se tem observado em processos semelhantes nesta Corte de
Contas, não são raras as licitações em que diferenças desta ordem são
observadas”. Acreditou, além disso, que os potenciais lances mais
vantajosos apresentados por empresas desclassificadas não deveriam ser
usados como referencial de preço, uma vez que a maioria delas não
manifestou intenção de recorrer da decisão que as excluiu do certame,
“circunstância que fragiliza a integridade de suas propostas. Deste modo,
não seria prudente utilizá-las como parâmetro para questionar os valores
da contratação”. O relator aduziu que os “atos de desclassificação e recusa
de propostas potencialmente mais vantajosas, foram todos plenamente
justificados, não se identificando vício nos motivos determinantes dos
sobreditos atos”, considerando importante “ressaltar, mais uma vez, que as
empresas com propostas mais vantajosas não recorreram contra suas
desclassificações”. Destacou, por fim, como pertinência dos preços
levantados no caso concreto, a existência de pregão eletrônico realizado
121
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
5. Primeiramente, são questionadas as disposições contidas no subitem
9.3.1.2. do acórdão recorrido, as quais estabelecem que as justificativas
de preços para as contratações da empresa [omissis] devem ser precedidas
da apresentação de três cotações junto ao mercado.
[...]
7. Embora as cotações junto ao mercado sejam uma forma direta e
objetiva de justificar os preços nas contratações sem licitação, poderá
haver casos em que a adoção desse procedimento não seja possível ou
não seja a mais adequada. Cito, por exemplo, as situações em que o preço
do objeto consta de algum sistema oficial de referência ou em que o
mercado seja de tal forma restrito que não permita a obtenção de tais
cotações.
8. Nesse sentido, a jurisprudência desta Corte de Contas estabelece que a
apresentação de cotações junto ao mercado é apenas a forma
preferencial de se justificar o preço, podendo, caso não seja aplicável tal
procedimento, ser utilizados outros meios.
[...]
10. Acompanho, pois, o posicionamento da unidade técnica no sentido que
cabe a reforma da deliberação impugnada. Acolho, outrossim, a sugestão
colocada em declaração de voto efetuada pelo ilustre Ministro Raimundo
122
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração de orçamentos destinados às licitações, deve a
administração desconsiderar, para fins de elaboração do mapa de
cotações, as informações relativas a empresas cujos preços revelem-se
evidentemente fora da média de mercado, de modo a evitar distorções no
custo médio apurado e, consequentemente, no valor máximo a ser aceito
para cada item licitado.
Auditoria [...] apontara possível sobrepreço na contratação, mediante
pregão eletrônico, de serviços de buffet. Dentre os fatores incidentes para a
conformação de sobrepreço, fora verificada a inclusão, na planilha de
cotação, de preços, fornecidos por uma determinada sociedade
empresária, significativamente diferentes dos apresentados pelas demais
pesquisadas. Nesse ponto, anotou o relator que o fato “provocou
significativa elevação dos preços médios e, por conseguinte, do valor
máximo que veio a ser admitido pelo MRE no Pregão 3/2009".
Exemplificando, destacou que, no lote de maior relevância econômica, cuja
média apurada fora de R$ 215,00 por convidado, a média cairia para R$
201,50 caso fosse excluída a cotação exorbitante. Em termos globais, a
inclusão da empresa implicou na elevação em 16% no valor orçado.
Nessas condições, concluiu o relator que “a inclusão da empresa no mapa
de cotação elevou indevidamente a média e afetou negativamente a
competição, ao permitir que os licitantes cotassem preços maiores que
aqueles praticados por eles mesmos”. Assim, o Plenário, acolhendo a
proposta do relator, determinou ao Cerimonial do Ministério das Relações
Exteriores, dentre outras medidas, que nas futuras licitações da espécie
“deixe de considerar, para fins de elaboração do mapa de cotações, as
informações relativas a empresas cujos preços revelem-se evidentemente
fora da média de mercado (...) de modo a evitar distorções no custo médio
apurado e, consequentemente, no valor máximo a ser aceito para cada
item licitado”.
(Acórdão 2943/2013 – Plenário – INFORMATIVO 175)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas empreitadas por preço global, erros ou omissões relevantes no
orçamento poderão ensejar termos aditivos, de modo a evitar o
enriquecimento sem causa de qualquer das partes.
Ainda no âmbito do estudo sobre o regime de empreitada por preço global,
o relator continuou analisando o tema da legalidade e da legitimidade dos
aditivos contratuais. Agora com enfoque nos casos de erros ou omissões
nos orçamentos, situação que considerou “o ponto mais controverso sobre
a prática contratual nas empreitadas globais”. Para o relator, “a dicotomia
em questão está em balancear a idealização da empreitada global com a
123
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os orçamentos de licitações em obras e serviços de engenharia devem
considerar a desoneração instituída pela Lei 12.844/13, que possibilita a
redução de custos previdenciários das empresas de construção civil,
caracterizando sobrepreço a fixação de valores em contrato que
desconsidere tal dedução.
No caso concreto, o orçamento da licitação não considerara a desoneração
instituída pela Lei 12.844/13, que, ao alterar o art. 7º da Lei 12.546/11
permite a redução dos custos previdenciários das empresas de construção
civil nas obras de construção de edifícios, de instalações prediais, de
acabamento e outros serviços especializados de construção. O relator
anotou que a desoneração "impacta diretamente e significativamente nos
encargos sociais sobre a mão de obra, aplicável ao objeto da presente
contratação. São 20% a menos a serem aplicados sobre os custos de todos
os operários. Ao mesmo tempo, como medida compensatória, deve-se
incluir 2% sobre o lucro bruto relativo à Contribuição Previdenciária sobre a
Renda Bruta (CPRB), a ser incluída diretamente no BDI". Ressaltou ainda
que "a não consideração dessa novidade em matéria tributária ensejou um
sobrepreço em toda a mão de obra do empreendimento". O Tribunal
124
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.2. efetue, quando da realização de processos licitatórios, a pesquisa
prévia dos preços, junto a, no mínimo, três fornecedores, justificando a
inobservância deste número mínimo, sempre que houver impossibilidade
de cotação, em razão de restrições do mercado por ausência do número
mínimo de fornecedores, em observância ao Acórdão 1861/2008-1ª
Câmara;
(Acórdão 1543/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.13 atentem para a necessidade de realização de cotação eletrônica ou
pesquisa de preços, com, no mínimo, três fornecedores do ramo
pretendido, devidamente comprovada no processo licitatório, e com a
identificação do servidor responsável e de quem revisou o trabalho; [...]
9.3.17 implementem mecanismos para que seja feita a conferência das
pesquisas de preços;
(Acórdão 1162/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.6. elabore mapas de preço de referência para as aquisições com base
em pesquisa consistente do mercado, que abranja pelo menos três
fornecedores, submetendo os preços obtidos à análise crítica, com vistas a
descartar, de modo fundamentado, aqueles que se acham muito
destoantes em relação aos demais;
9.2.7. adote medidas com vistas a conferir os procedimentos de coleta e
elaboração de mapas de preço, de modo a evitar falhas recorrentes.
(Acórdão 749/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. é imprescindível a realização de ampla e prévia pesquisa de preços,
que integrará o processo administrativo, quando da adesão a ata de
125
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A pesquisa de preços que antecede a elaboração do orçamento de
licitação demanda avaliação crítica dos valores obtidos, a fim de que
sejam descartados aqueles que apresentem grande variação em relação
aos demais e, por isso, comprometam a estimativa do preço de
referência.
Representação de unidade técnica do Tribunal apontou irregularidades na
elaboração do orçamento que serviu de base para a contratação de serviço
de manutenção predial. Segundo a autora da representação, a estimativa
de preços que integrou o projeto básico da licitação revelou-se
inconsistente, visto que os valores pesquisados apresentaram grandes
variações de preços, “suficientes para se afirmar que a média desses preços
não se presta para representar os preços praticados no mercado”. Anotou,
a esse respeito, que o órgão poderia ter-se valido dos preços praticados em
outros contratos celebrados pelo órgão com objetos similares. Tal
fragilidade teria ficado patente a partir da verificação de que a proposta
vencedora (R$ 3.292.668,90) apresentou valor muito menor do que o
estimado pela COGRL/MF e que constou do edital (R$ 6.423.490,12). O
relator, ao endossar a avaliação da unidade técnica, considerou ser
indispensável que a Administração “avalie, de forma crítica, a pesquisa de
preço obtida junto ao mercado, em especial quando houver grande
variação entre os valores a ela apresentados”. E fez menção à ementa do
Acórdão 1.108/2007-Plenário: “Não é admissível que a pesquisa de preços
de mercado feita pela entidade seja destituída de juízo crítico acerca da
consistência dos valores levantados, máxime quando observados indícios de
preços destoantes dos praticados no mercado”. Concluiu, por isso, ter
havido violação ao disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993.
Anotou, no entanto, que desse vício não resultou dano ao erário, porque a
disputa entre as licitantes conduziu à contratação do serviço por valor
adequado. O Tribunal, então, ao acolher proposta do relator, decidiu
apenar os responsáveis com multa do art. 58 da Lei nº 8.443/1992.
Precedente mencionado: Acórdão 1.108/2007-Plenário.
(Acórdão 403/2013 – Plenário – INFORMATIVO 139)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. estabeleçam formalmente, em seus normativos, procedimentos
mínimos para o adequado planejamento das contratações, documentados
nos autos dos respectivos processos, prevendo: [...]
9.2.1.3. avaliação do custo, mediante orçamento detalhado, em que
constem os preços unitários relativos a cada item de serviço e o valor
global, elaborado a partir de fundamentada pesquisa de preços praticados
no mercado, incluindo consultas a diversas fontes de informação, de modo
a demonstrar, no caso das contratações diretas, a compatibilidade do preço
126
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.5.4. em futuros leilões, faça constar da documentação remetida a este
Tribunal as memórias de cálculo que evidenciem como foram obtidos os
preços unitários dos serviços envolvidos nas obras civis, bem como, de
forma clara e objetiva, a metodologia adotada para estimativa dos preços
dos equipamentos eletromecânicos acompanhada de memória de cálculo
que demonstre os preços obtidos, subsidiada por cotações realizadas junto
a fornecedores, ou por banco de preços, ou por outros métodos;
(Acórdão 2514/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência [...] alertando os gestores daquele órgão que a reincidência
injustificada em tais falhas sujeitará os responsáveis à sanção prevista no
inc. II do art. 58 da Lei 8.443/1992:
9.3.1. o orçamento que compôs o projeto básico do certame licitatório não
contemplou, em sua totalidade, o disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993, considerando não haver apresentado, de forma clara e
precisa, todas as memórias de cálculo e/ou pesquisas de mercado que
formaram os preços dos insumos e dados de entrada utilizados para
compor o preço total da obra;
(Acórdão 2603/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] Em relação à estimativa de preços [...], correta a unidade instrutiva
ao afirmar que aquela não somente não se encontra devidamente
documentada no respectivo processo administrativo, como, também,
apresenta erros de cálculo e não foi realizada adequadamente quanto à
amplitude da consulta aos entes que poderiam prestar os serviços, além da
insuficiência de informações quanto aos preços praticados para bens e
serviços equivalentes em contratações atualizadas feitas por outros entes
públicos.
(Acórdão 492/2012 – Plenário)
127
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. determinar [...] que faça constar em seus futuros processos licitatórios
toda a documentação utilizada como base à formação do preço estimado
pela administração, valor esse utilizado como parâmetro nas contratações
de bens e serviços;
(Acórdão 329/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas sete visitas in loco, “foram encontrados processos que sequer possuíam
pesquisa de preços, mesmo que superficial”, e a análise das respostas aos
questionários eletrônicos mostrou que “apenas 45% [dos respondentes]
afirmaram ter realizado estimativa de preço realizada com base em
informações de diversas fontes”, conforme destacou a unidade técnica. A
relatora registrou a necessidade de observância de orientação contida no
Acórdão nº. 2.170/2007 – Plenário, “visto que naquela deliberação foram
discutidos, de modo percuciente, entre outros aspectos, os parâmetros que
podem nortear o gestor público a realizar, de modo adequado, a pesquisa
de preços que antecede o lançamento do processo licitatório”. O Tribunal,
então, decidiu recomendar ao MPOG que oriente os integrantes do Sistema
de Administração de Recursos de Informação e Informática – Sisp a
executarem as seguintes ações nas contratações de serviços de tecnologia
da informação (TI): [...] 9.2.5. elaborar orçamento detalhado em planilhas
à luz do acórdão 2.170/2007 – Plenário e do item 9.1.6 do acórdão
2.471/2008 – Plenário, inclusive nos casos de dispensa e inexigibilidade de
licitação, em atenção ao disposto nos arts. 6º, inciso IX, alínea “f”, e 7º, §
2º, inciso II, da Lei 8.666/1993”.
(Acórdão 54/2012 – Plenário; Informativo 90)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
O entendimento dominante do Tribunal é de que, se não for possível obter
preços de referência nos sistemas oficiais, deve ser realizada pesquisa
contendo o mínimo de três cotações de empresas ou fornecedores
distintos, fazendo constar do respectivo processo a documentação
comprobatória dos levantamentos e estudos que fundamentaram o preço
estimado. Além disso, não sendo possível obter esse número de cotações,
deve ser elaborada justificativa circunstanciada. Como precedentes, os
acórdãos 1.379/2007, 3.219/2010 e 1.266/2011, todos do Plenário.
[ACÓRDÃO]
9.2. fixar prazo de quinze dias para [...] alteração/correção das cláusulas do
edital [...] condicionando a republicação do edital à correção das seguintes
irregularidades:
9.2.6. o orçamento não apresenta todas as composições de preços
unitários, contém serviços discriminados na forma de verba e não indica o
percentual e a composição da taxa de encargos sociais, descumprindo os
128
Erivan Pereira de Franca
arts. 6º, IX, "f", e 7º, § 2º, II, da Lei 8.666/1993, conforme tratado no item
3.4 do relatório;
9.2.7. não foi elaborada adequada pesquisa de mercado para definir os
custos de todos os serviços sem referência em sistemas oficiais, com
cotação em três fornecedores distintos ou a apresentação de justificativa
para a sua falta, em afronta ao art. 6º, IX, "f", da Lei 8.666/1993, e a
jurisprudência deste Tribunal;
(Acórdão 3280/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.3. realize levantamento de preço dos possíveis veículos que atendem às
especificações editalícias, utilizando-se, para tanto, do mercado ou de
revistas e sítios eletrônicos especializados, de forma a orientar a atuação
da Comissão de Licitação durante a realização do procedimento,
especificamente no que concerne à aceitabilidade das propostas que
vierem a ser apresentadas;
(Acórdão 2956/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Registrou o relator, que a jurisprudência do TCU é no sentido de que “no
caso de não ser possível obter preços referenciais nos sistemas oficiais
para a estimativa de custos que antecederem os processos licitatórios, deve
ser realizada pesquisa de preços contendo o mínimo de três cotações de
empresas/fornecedores distintos, fazendo constar do respectivo processo
a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos
que fundamentaram o preço estimado. [...] caso não seja possível obter
esse número de cotações, deve ser elaborada justificativa circunstanciada”.
O Plenário determinou a anulação dos atos relativos ao Pregão Eletrônico
nº 62/2011, cujos procedimentos somente poderão ser reiniciados
mediante a realização de nova pesquisa de preços de mercado com, no
mínimo, três empresas do ramo e na abrangência territorial adequada.
(Acórdão 2531/2011 – Plenário; Informativo 80)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Proceda à pesquisa de mercado, em atenção ao art. 14, inciso IV, da IN/SLTI
nº 04/2008, considerando as seguintes opções:
• preços praticados em contratações similares com empresas públicas e
privadas;
• consulta às empresas que apresentaram questionamentos no âmbito do
certame em questão;
• consulta a órgãos da Administração, que informaram estar em processo
de aquisição de solução semelhante (...).
(Acórdão 280/2010 – Plenário)
129
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize ampla pesquisa de preços no mercado, a fim de estimar o custo do
objeto a ser adquirido, anexando-a respectivo processo licitatório, de
acordo com os arts. 7º, § 2º, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2479/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize detalhada estimativa de preços com base em pesquisa
fundamentada em informações de diversas fontes propriamente avaliadas,
como, por exemplo, cotações específicas com fornecedores, contratos
anteriores do próprio órgão, contratos de outros órgãos e, em especial, os
valores registrados no Sistema de Preços Praticados do SIASG e nas atas
de registro de preços da Administração Pública Federal, de forma a
possibilitar a estimativa mais real possível, em conformidade com os arts.
6º, inciso IX, alínea “f”, e 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A teor do art.43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, a estimativa de custos para
fins de licitação deve ser feita com base em efetiva pesquisa de preços no
mercado, e não a partir da aplicação de índices inflacionários sobre os
valores referentes a licitações similares anteriores.
(Acórdão 2361/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. recomendar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -
MPOG que preveja, em documento normativo [...] que os projetos básicos
ou termos de referência, utilizados pelos entes da Administração Pública
Federal para contratar serviços de Tecnologia da Informação, contenham,
no mínimo, os tópicos a seguir:
[...]
9.1.6. Estimativa do preço, que deve ser:
- realizada com base em informações de diversas fontes, estando
justificado nos autos, o método utilizado, bem como as fontes dos dados
que a subsidiaram (Lei nº 8.666/1993, art. 6º, IX, "f”, e itens 32 a 36 do
Voto do Acórdão nº 2.170/2007 - Plenário);
- detalhada em seus custos unitários (Lei nº 8.666/1993, art. 7º, § 2º, inciso
II)
- detalhada em planilhas que expressem a composição de todos os seus
custos unitários (Lei nº 8.666/1993, art. 7º, §2º);
(Acórdão 2471/2008 – Plenário)
130
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.7. instrua os processos de contratação referentes à prestação de
serviços de tecnologia da informação, com pesquisa de preços
fundamentada e detalhada, utilizando, para isso, consulta, por exemplo, a
fornecedores, outros órgãos da Administração Pública e contratações
anteriores com objeto similar, em conformidade com o disposto nos arts.
40, § 2°, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993;
(Acórdão 1163/2008 – Plenário)
Veja também: Acórdão 3.516/2007 – 1ª Câmara
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
1. A aferição de preços nas aquisições e contratações de produtos e
serviços de tecnologia da informação, no âmbito da Administração Pública
federal, na fase de estimativa de preços, no momento de adjudicação do
objeto do certame licitatório, na contratação e alterações posteriores, deve
se basear em valores aceitáveis, que se encontrem dentro da faixa
usualmente praticada pelo mercado em determinada época, obtida por
meio de pesquisa a partir de fontes diversas, como orçamentos de
fornecedores, valores adjudicados em licitações de órgãos públicos -
inclusos aqueles constantes no Comprasnet -, valores registrados em atas
de Sistema de Registro de Preços, entre outras, a exemplo de
compras/contratações realizadas por corporações privadas em condições
idênticas ou semelhantes àquelas da Administração Pública.
2. Preço aceitável, a ser considerado na faixa de preços referida no item
precedente, é aquele que não representa claro viés em relação ao contexto
do mercado, ou seja, abaixo do limite inferior ou acima do maior valor
constante da faixa identificada para o produto ou serviço.
3. A utilização de fontes que não sejam capazes de representar o mercado
de tecnologia da informação para produtos com certa complexidade ou
serviços fornecidos para o setor público - como sites na Internet, inclusive
internacionais - pode servir apenas como mero indicativo de preço, sem
que sirvam os valores encontrados, por si sós, para caracterização de
sobrepreço ou superfaturamento.
(Acórdão 2170/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É imprescindível a fixação, no edital, dos critérios de aceitabilidade de
preços unitários e globais, em face do disposto no art. 40, inciso X, c/c o art.
43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
Não é possível licitar obras e serviços sem que o respectivo orçamento
detalhado, elaborado pela Administração, esteja expressando, com
razoável precisão quanto aos valores de mercado, a composição de todos
os seus custos unitários, nos termos do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº
131
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Deve ser estabelecido procedimento padronizado de pesquisa de preços,
em que seja exigido o mínimo de três propostas e completo detalhamento
da proposta pelo fornecedor, em conformidade com o solicitado e deve
haver vinculação entre o valor indicado na proposta e o efetivamente
contratado.
(Acórdão 127/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.4. a realização de pesquisa de preços de mercado de forma indireta, por
meio de corretora, sem a devida documentação das propostas no processo
administrativo correspondente, contraria o disposto nos arts. 3º e 57, inciso
II, da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 600/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.7. instrua os processos de contratação referentes à prestação de
serviços de tecnologia da informação, com pesquisa de preços
132
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Faça constar dos processos licitatórios toda a documentação que deu
suporte à formação do preço estimado pela Administração, valor esse
utilizado como parâmetro nas contratações de bens e serviços.
(Acórdão 663/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência [...] alertando os gestores daquele órgão que a reincidência
injustificada em tais falhas sujeitará os responsáveis à sanção prevista no
inc. II do art. 58 da Lei 8.443/1992:
9.3.1. o orçamento que compôs o projeto básico do certame licitatório não
contemplou, em sua totalidade, o disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993, considerando não haver apresentado, de forma clara e
precisa, todas as memórias de cálculo e/ou pesquisas de mercado que
formaram os preços dos insumos e dados de entrada utilizados para
compor o preço total da obra;
(Acórdão 2514/2012 – Plenário)
133
Erivan Pereira de Franca
Cada encargo será analisado: sua origem legal; questões controversas, com
destaque para a reforma trabalhista e o seu impacto no cálculo dos encargos
estudados; bem como o entendimento dos Tribunais Superiores e do Tribunal de
Contas da União sobre a matéria.
134
Erivan Pereira de Franca
Nº do Processo
Licitação n.º
135
Erivan Pereira de Franca
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
Nota 1: Esta tabela poderá ser adaptada às características do serviço contratado, inclusive no
que concerne às rubricas e suas respectivas provisões e/ou estimativas, desde que haja
justificativa.
Nota 2: As provisões constantes desta planilha poderão ser desnecessárias quando se tratar de
determinados serviços que prescindam da dedicação exclusiva dos trabalhadores da
contratada para com a Administração.
136
Erivan Pereira de Franca
Se você considerar que a contratação por postos é a que melhor atende aos
interesses da Administração, justifique a impossibilidade de medir e pagar por
resultados; no exemplo que utilizamos para a elaboração da nossa planilha,
adotamos a contratação por postos porque não é possível contratar serviço de
vigilância por resultado; é da natureza desse serviço a medição por posto, em que
se exige a presença do prestador por uma jornada definida;
137
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO V – DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU
TERMO DE REFERÊNCIA (TR)
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
[...]
2.6. Modelo de gestão do contrato e critérios de medição e pagamento:
[...]
d) Definir a forma de aferição/medição do serviço para efeito de
pagamento com base no resultado, conforme as seguintes diretrizes, no
que couber:
d.1. estabelecer a unidade de medida adequada para o tipo de serviço a ser
contratado, de forma que permita a mensuração dos resultados para o
pagamento da contratada e elimine a possibilidade de remunerar as
empresas com base na quantidade de horas de serviço ou por postos de
trabalho, observando que:
d.1.1. excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da
contratada por quantidade de horas de serviço, devendo ser definido o
método de cálculo para quantidade, qualificação da mão de obra e tipos de
serviços sob demanda, bem como para manutenção preventiva, se for o
caso;
d.1.2. excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da
contratada por postos de trabalho, devendo ser definido o método de
cálculo para quantidades e tipos de postos necessários à contratação;
d.1.3. na adoção da unidade de medida por postos de trabalho ou horas de
serviço, admite-se a flexibilização da execução da atividade ao longo do
horário de expediente, vedando-se a realização de horas extras ou
pagamento de adicionais não previstos nem estimados originariamente no
ato convocatório.
IN SGD/ME 01/2019
Art. 5º É vedado:
[...]
VIII - adotar a métrica homem-hora ou equivalente para aferição de
esforço, salvo mediante justificativa e sempre vinculada à entrega de
produtos de acordo com prazos e qualidade previamente definidos;
138
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Em contratações de serviços de supervisão, fiscalização ou gerenciamento
de obras, a Administração deve evitar a previsão de pagamentos por
homem-hora (ou homem-mês) ou relacionados à mera permanência de
mão de obra ou disponibilização de equipamentos. Os pagamentos nesses
casos devem estar estritamente atrelados a produtos entregues ou
resultados alcançados, os quais devem ser previamente definidos em
bases compreensíveis, tangíveis, objetivamente observáveis e
comprováveis, com níveis esperados de qualidade da prestação do serviço
e respectivas adequações de pagamento.
Em processo de Auditoria, o TCU examinou o contrato de supervisão das
obras relativas ao Lote 5S da extensão sul da Ferrovia Norte-SUL (FNS),
celebrado pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. (Valec). Entre
outros achados de auditoria, a unidade técnica identificou a aprovação, por
dirigentes da empresa estatal à época dos fatos, de “critério de medição de
recursos humanos e materiais alocados em detrimento de medição por
produtos entregues, ou de forma mista que atendesse aos princípios da
economicidade e da razoabilidade.” De acordo com a instrução processual,
o mencionado contrato, celebrado em 2010, com vigência inicial de 2 anos
139
Erivan Pereira de Franca
140
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É irregular a contratação de serviços por postos de trabalho, com medição
e pagamento por hora trabalhada ou por posto de serviço, sempre que a
prestação do serviço puder ser avaliada por determinada unidade
quantitativa ou por nível de serviço alcançado (aferição por resultados),
em obediência ao art. 3º, § 1º, do Decreto 2.271/97.
Em Auditoria realizada na área de licitações, contratos e convênios do
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul,
fora apontada, entre as irregularidades encontradas, a ausência de critérios
quantitativos para contratação e pagamento de serviços de manutenção
predial, com previsão de pagamento por hora trabalhada. Como destacou
a unidade instrutiva, a natureza dos serviços a serem licitados (manutenção
predial preventiva e corretiva, que compreende serviços de hidráulica,
elétrica, pintura, carpintaria, esquadrias, cobertura, gesso e serralheria)
permite a quantificação dos custos com base em critérios estabelecidos em
publicações técnicas e governamentais, como Sinapi e a TCPO (Tabela para
Composição de Custos para Orçamentos), de larga utilização em certames
públicos. Adotar remuneração por hora trabalhada, para esse tipo de
serviço, possibilita a ocorrência do aumento do lucro da empresa
proporcionalmente à sua inaptidão na execução dos serviços, pois quanto
mais tempo usar para realizar um serviço maior será o seu lucro. Taxativo
em seu voto, e acolhendo a manifestação da unidade técnica, o relator
afirmou a inadequação do critério de pagamento por hora trabalhada, bem
como sua contrariedade à jurisprudência do Tribunal. Foram rejeitadas as
razões de justificativa dos responsáveis, com imputação de multa.
(Acórdão 5157/2015 – Primeira Câmara – INFORMATIVO 259)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas contratações para a prestação de serviços de tecnologia da
informação (TI), a utilização de métricas semelhantes a Unidade de
Serviço Técnico (UST) e Unidade de Medida de Serviços (UMS) mostra-se
inadequada para a remuneração de serviços que não geram resultados ou
produtos aferíveis pelo ente público contratante, e não se coaduna ao
disposto na Súmula TCU 269.
Relatório de consolidação das auditorias realizadas para avaliar o processo
de trabalho de gestão de contratos de Tecnologia da Informação (TI) em
órgãos da Administração Pública Federal apontara, dentre outros achados,
falhas relacionadas à mensuração de serviços em contratos de suporte ou
sustentação à infraestrutura de tecnologia da informação e comunicações.
Nesse aspecto, a unidade técnica destacara que – apesar de um dos pilares
do novo modelo de contratações de TI, regulamentado pela IN 4/10, da
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, consistir na remuneração vinculada ao
alcance de resultados, em consonância coma a Súmula TCU 269 – alguns
contratos auditados utilizaram-se de métricas de resultados para serviços
que não geram qualquer produto ou resultado aferível. Como
consequência, ainda segundo a unidade técnica, ter-se-ia um maior risco de
pagamento por serviços não realizados, assim como “de conflito de
141
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O preço do serviço de degravação deve ser cotado com base no resultado,
ou seja, no quantitativo de horas efetivamente degravadas, e não no
tempo necessário para a realização do serviço de degravação, sob pena de
se estabelecer sistemática em que quanto mais lento o serviço, maior a
remuneração.
Tomada de Contas Especial instaurada pelo TCU apurara possível dano ao
erário decorrente de irregularidades ocorridas em contrato celebrado para
a realização da 3ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca, patrocinada
pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Dentre as irregularidades
apontadas, destaca-se o pagamento por serviços não prestados referentes
a horas de degravação. A unidade técnica explicara que a empresa
contratada cobrara “uma quantidade de horas de áudio muito superior às
142
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As contratações de serviços de TI devem ocorrer mediante remuneração
vinculada a resultados, evitando-se a mera alocação de mão de obra e o
pagamento por hora-trabalhada ou por posto de serviço.
Em Prestação de Contas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), relativa ao exercício de 2009, foram verificadas, entre outras
ocorrências, contratações de empresas de informática para execução de
“serviços técnicos de desenvolvimento de soluções integradas para internet,
a ser executado de forma contínua nas dependências da Contratante”, que,
conforme salientado pelo relator, serviram para suprir a ausência de
pessoal efetivo na instituição superior de ensino. Tais contratações, nas
palavras do relator, “foram realizadas em desacordo com a jurisprudência
do TCU, a qual estabelece que as contratações de serviços de TI devem
ocorrer mediante remuneração vinculada a resultados, evitando-se a mera
alocação de mão de obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por posto
de serviço”. Apesar dessa situação, o condutor do processo, acolhendo
argumentos do Ministério Público junto ao TCU, considerou que a falha não
ostentava gravidade suficiente para macular as contas dos responsáveis,
tendo em vista a ausência de prejuízos ao erário, o reconhecimento de que
os gestores não agiram de má-fé e a circunstância de enorme carência de
143
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É lícito o estabelecimento de remuneração por horas de trabalho para
serviços de tecnologia da informação, quando não for possível vinculá-la a
resultados
Representação apontou supostas irregularidades na condução do Pregão
destinado à contratação de serviços de operação de central de
atendimento a usuários de tecnologia da informação (service desk) e de
suporte técnico presencial. Entre as impugnações destaque-se a suposta
“dissonância entre o modelo de remuneração dos serviços previstos no
edital, baseados em homem-hora de trabalho, e o determinado pelo TCU,
baseado em resultados”. A unidade técnica, ao examinar esse
questionamento, anotou que “a jurisprudência do Tribunal é pacífica
quanto à importância de se vincular a prestação a resultados ou ao
atendimento de níveis de serviço (Acórdãos 2619/2008 – P, 2.296/2012 –
P)”. Observou, no entanto, que o Tribunal admite exceção a essa regra,
conforme revela o enunciado da Súmula-TCU 269, lavrado nos seguintes
termos: “Nas contratações para a prestação de serviços de tecnologia da
informação, a remuneração deve estar vinculada a resultados ou ao
atendimento de níveis de serviço, admitindo-se o pagamento por hora
trabalhada ou por posto de serviço somente quando as características do
objeto não o permitirem, hipótese em que a excepcionalidade deve estar
prévia e adequadamente justificada nos respectivos processos
administrativos”(grifos da unidade técnica). Acrescentou que as
justificativas que impediam a submissão ao regramento de remuneração
por resultados constaram do respectivo processo de licitação. Por isso, não
se teria configurado a ilegalidade aventada pela autora da representação. O
relator, ao endossar o pronunciamento da unidade técnica, anotou que “a
contratação envolve o dimensionamento dos serviços por homens-
hora/postos de serviço” para parte das tarefas a serem executadas, mas
que o edital estabelece, também, a necessidade de “vinculação dos
pagamentos mensais ao atendimento de indicadores de níveis de serviço
detalhados no termo de referência”. Fez menção à IN-SLTI/MP 04, de 2010,
que dispõe sobre o processo de contratação de Soluções de Tecnologia da
Informação pelos órgãos integrantes do Sistema de Administração dos
Recursos de Informação e Informática (SISP) do Poder Executivo Federal,
observada de forma subsidiária pelo TST. Consoante estipulado nos §§ 2º e
3º de seu art. 15: “§ 2º - A aferição de esforço por meio da métrica homens-
hora apenas poderá ser utilizada mediante justificativa e sempre vinculada
à entrega de produtos de acordo com prazos e qualidade previamente
definidos. § 3º - É vedado contratar por postos de trabalho alocados, salvo
os casos justificados mediante a comprovação obrigatória de resultados
144
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se de contratar por postos de trabalho, evitando a mera
alocação de mão de obra e o pagamento por hora trabalhada ou por posto
de serviço, dando preferência ao modelo de contratação de execução
indireta de serviço baseado na prestação e na remuneração de serviços
mensuradas por resultados sempre que a prestação do serviço puder ser
avaliada por determinada unidade quantitativa de serviço prestado ou por
nível de serviço alcançado, em obediência ao § 1º do art. 3º do Decreto nº
2.271/1997.
Proceda a mensuração dos serviços prestados por intermédio de
parâmetros claros de aferição de resultados, fazendo constar os critérios e
a metodologia de avaliação da qualidade dos serviços no edital e no
contrato, conforme disposto no art. 6º, inciso IX, alínea “e”, da Lei nº
8.666/93, no § 1º do art. 3º do Decreto nº 2.271/1997.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Fixe mensuração, sempre que possível, da prestação de serviços por
resultados segundo especificações previamente estabelecidas, evitando-se
a mera locação de mão de obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por
posto de serviço, utilizando metodologia expressamente definida no edital
que contemple, entre outros, os seguintes pontos básicos:
• a fixação dos procedimentos e dos critérios de mensuração dos serviços
prestados, abrangendo métricas, indicadores, valores aceitáveis etc.;
• a quantificação ou a estimativa prévia do volume de serviços
demandados, para fins de comparação e controle;
• a definição de metodologia de avaliação da adequação dos serviços às
especificações, com vistas a aceitação e pagamento;
• a utilização de um instrumento de controle, geralmente consolidado no
documento denominado “ordem de serviço” ou “solicitação de serviço”;
• a definição dos procedimentos de acompanhamento e fiscalização a
serem realizados concomitantemente à execução para evitar distorções na
aplicação dos critérios.
(Acórdão 1453/2009 – Plenário)
145
Erivan Pereira de Franca
146
Erivan Pereira de Franca
147
Erivan Pereira de Franca
148
Erivan Pereira de Franca
149
Erivan Pereira de Franca
Perceba que a remuneração é composta por várias parcelas, ainda que estas
não sejam denominadas propriamente, no contracheque do empregado, sob a
rubrica “salário”.
150
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
32. Mas, no que tange ao presente contrato, em que percentuais e salário-
base estão em desacordo com a realidade do Distrito Federal, não cabe
cobrar da empresa o pagamento/repasse aos empregados dos percentuais
atinentes ao estado da Bahia [conforme proposta apresentada na licitação].
[ACÓRDÃO]
9.2.1.1. promova, em conjunto com a empresa contratada, o ajuste das
planilhas de formação de custos e formação de preços que o embasam à
realidade do mercado de Brasília/DF [local da prestação dos serviços],
desde que essa medida não importe em aumento de custos do contrato;
(Acórdão 1202/2014 – Plenário)
Não havendo norma que fixe o salário da categoria, este deve ser obtido
mediante pesquisa de preços junto ao mercado local, vale dizer, o salário praticado
na localidade em que serão prestados os serviços. Para tanto, conforme estudamos
anteriormente, a melhor fonte de consulta são outras contratações similares
realizadas pela Administração Pública, no local da prestação dos serviços.
151
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO V – DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU
TERMO DE REFERÊNCIA (TR)
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
[...]
2.4. Requisitos da contratação:
[...]
b) Enquadrar as categorias profissionais que serão empregadas no serviço.
152
Erivan Pereira de Franca
153
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com fundamento no art. 45 da Lei 8.443/1992, assinar prazo para que
a Amazonas Distribuidora de Energia S.A., no que tange ao Pregão
Eletrônico 14/2018-AmD, adote as medidas abaixo, necessárias ao exato
cumprimento da lei:
9.3.1. ajustar o edital e anexos do Pregão Eletrônico 14/2018-AmD,
identificando de forma clara e precisa o sindicato, acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa que rege a categoria
profissional que executará o serviço, com base na Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO) , com a respectiva anulação de todos os atos já praticados
no Pregão Eletrônico 14/2018-AmD desde a publicação do instrumento
convocatório;
9.3.2. identificado o sindicato, acordo coletivo, convenção coletiva ou
sentença normativa que rege a categoria profissional que executará o
serviço, realizar nova orçamentação, uma vez que o preço de mercado do
serviço é medido pela respectiva convenção coletiva;
(Acórdão 1501/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4.Insurge-se a autora, em síntese, quanto ao fato de o edital considerar os
salários vigentes em 2016, relativos aos profissionais que deverão prestar
os serviços, cuja categoria é abrangida pelo Sindicato dos Empregados nas
Empresas de Asseio e Conservação da Região do Sul Fluminense do Estado
do Rio de Janeiro (SIEEACON), apesar de nova convenção coletiva ter sido
celebrada em março de 2017.
[...]
12.Relevante a observação de que o art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005
dispõe sobre diversos elementos que devem estar contidos no termo de
referência, entre os quais o valor estimado em planilhas de acordo com o
preço de mercado e que, elastecer esse conceito a ponto de posicioná-lo
154
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Quanto à confusão acerca de qual convenção coletiva deveria ter sido
utilizada pelas licitantes para formulação de suas propostas, embora a
ausência de especificação no edital e a atuação pouco precisa do pregoeiro
tenham motivado a desclassificação de duas propostas de menor valor que
a vencedora, entendo que não houve má-fé do responsável. Conforme
levantando pelo próprio auditor instrutor, o recurso da licitante não foi
claro na especificação da convenção coletiva que deveria reger a
contratação em comento, e a resposta ao recurso elaborada pelo pregoeiro
demonstra que, aparentemente, tampouco ele percebeu a confusão.
[ACÓRDÃO]
9.4. dar ciência à Prefeitura Universitária da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) que foram constatadas as seguintes irregularidades no
pregão eletrônico para registro de preços 21/2014:
[...]
9.4.2. ausência, nos estudos técnicos preliminares de contratação de mão
de obra terceirizada, da indicação de forma clara e precisa do sindicato,
acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa que rege a
categoria profissional que executará o serviço, com base na Classificação
155
Erivan Pereira de Franca
Brasileira de Ocupações - CBO, em afronta ao art. 6º, inciso IX, alínea "a",
da Lei 8.666/1993.
(Acórdão 3982/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações.
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
156
Erivan Pereira de Franca
157
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.6. em face do princípio do formalismo moderado e da supremacia do
interesse público, que permeiam os processos licitatórios, o fato de o
licitante apresentar composição de custo unitário contendo salário de
categoria profissional inferior ao piso estabelecido em instrumento
normativo negociado é, em tese, somente erro formal, o qual não enseja a
desclassificação da proposta, podendo ser saneado com a apresentação de
nova composição de custo unitário desprovida de erro;
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
158
Erivan Pereira de Franca
diferenciada, prevista no artigo 511, § 3º, o que não é o caso dos autos.
Logo, não há como prevalecer o entendimento do Regional que manteve a
aplicação das normas firmadas pelo Sindicato dos Empregados em
Estabelecimento de Serviços de Saúde de Curitiba (SINDESC), em
detrimento daquelas firmadas pelo ente sindical representativo da real
empregadora da reclamante, Sindicato dos Auxiliares de Administração
Escolar no Estado do Paraná (SAAEPAR). Ademais, o fato de a reclamante
prestar serviços no Hospital Marcelino Champagnat não altera o
enquadramento sindical, que é definido segundo a atividade
preponderante de seu empregador, e não há tese da ausência de
preponderância. Recurso de revista conhecido e provido.
(ARR - 1700-54.2015.5.09.0084, DEJT 20/04/2018)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7. Recomendar à Fundação Universidade Federal do Rio Grande, com
fundamento no art. 250, III, do Regimento Interno do TCU, que avalie o
contrato n. 54/2018, decorrente do Pregão 53/2018, relativamente à
correição do enquadramento sindical dos trabalhadores e a
correspondente adequação das condições de trabalho (remuneração,
benefícios, etc), com vistas a minimizar riscos de futuras demandas
trabalhistas.
(Acórdão 12.371/2008 – Primeira Câmara – Relação)
CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
160
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IN 05/2017
ANEXO VII-A – DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ATO
CONVOCATÓRIO
6. Da proposta:
[...]
6.2. As disposições para apresentação das propostas deverão prever que
estas sejam apresentadas de forma clara e objetiva, estejam em
conformidade com o ato convocatório, preferencialmente na forma do
modelo previsto Anexo VII-C, e contenham todos os elementos que
influenciam no valor final da contratação, detalhando, quando for o caso:
[...]
c) a indicação dos sindicatos, Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos
de Trabalho que regem as categorias profissionais que executarão o
serviço e as respectivas datas-bases e vigências, com base na Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO);
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IN 05/2017
Art. 6º A Administração não se vincula às disposições contidas em Acordos,
Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que tratem de pagamento
de participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa
contratada, de matéria não trabalhista, ou que estabeleçam direitos não
previstos em lei, tais como valores ou índices obrigatórios de encargos
sociais ou previdenciários, bem como de preços para os insumos
relacionados ao exercício da atividade.
Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vincular-se às disposições
previstas nos Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que
tratem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com
a Administração Pública.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. O consulente pretende ver esclarecidas as seguintes questões:
a) o benefício concedido aos empregados de empresas que prestam
serviços continuados à Administração previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros pode ser considerado custo de
venda dos serviços?
3. [...] a participação nos lucros será objeto de negociação entre a empresa
e seus empregados, visando o aumento da produtividade, a redução dos
custos e, por consequência, o aumento dos lucros. Trata-se, como se vê,
exclusivamente de uma relação entre a empresa e seus funcionários, que
não envolve a eventual contratante do serviço prestado pela empresa. Não
pode, assim, ser considerada custo de venda dos serviços.
4. Diferente é a relação entre a Administração e a empresa contratada.
Todas as parcelas que integram a remuneração do contratado devem estar
previstas no edital e no contrato dele decorrente, de tal forma que haja
uma justa remuneração pelos serviços prestados. Se a empresa contratada
inserisse na remuneração de seus empregados uma parcela referente à
participação nos lucros, introduziria um elemento de incerteza incompatível
com os rigores exigidos nas contratações públicas, na medida em que não
há definição prévia nem quanto à ocorrência da participação nos lucros em
si (condicionada que está à existência de resultado positivo), nem quanto
aos valores a serem transferidos aos empregados.
[ACÓRDÃO]
9.2. responder ao consulente que:
9.2.1. o benefício aos empregados de empresas que prestam serviços
continuados à Administração, previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros e resultados, não é considerado
custo da venda dos serviços, uma vez que se trata de obrigação exclusiva
do empregador;
(Acórdão 3336/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
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Enquanto não for editada lei que altere a base de cálculo do adicional de
insalubridade, continua sendo aplicado o art. 192 da CLT (salário mínimo),
podendo, entretanto, norma coletiva fixar base de cálculo distinta, desde que mais
benéfica para o trabalhador. É o que decidiu o STF ao julgar a ADPF 151-MC:
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Direito do
Trabalho. Art. 16 da Lei 7.394/1985. Piso salarial dos técnicos em radiologia.
Adicional de insalubridade. Vinculação ao salário mínimo. Súmula
Vinculante 4. Impossibilidade de fixação de piso salarial com base em
múltiplos do salário mínimo. Precedentes: AI-AgR 357.477, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 14.10.2005; o AI-AgR 524.020, de
minha relatoria, Segunda Turma, DJe 15.10.2010; e o AI-AgR 277.835, Rel.
Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 26.2.2010. 2. Ilegitimidade da
norma. Nova base de cálculo. Impossibilidade de fixação pelo Poder
Judiciário. Precedente: RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno,
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Caso a CCT não estabeleça o piso normativo como base de cálculo, o adicional
de insalubridade será calculado tendo por base de cálculo o salário mínimo, cujo
valor para 2018 é de R$ 998,00 (Decreto 9.661, de 1º.01.2019). Assim seria o
cálculo, considerando a insalubridade em grau mínimo:
- R$ 998,00 x 10%
- R$ 99,80
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Assim, não basta que uma perícia aponte a condição insalubre, por exemplo;
a atividade tem de constar de Portaria do Ministério da Economia. Havendo
descaracterização ou reclassificação, o adicional deixa de ser devido.
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Súmula 248
A reclassificação ou descaracterização da insalubridade, por ato da
autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional,
sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.
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Além desse benefício, que tem sua razão de ser em questões afetas à
preservação da saúde, o trabalhador terá direito a um acréscimo na sua
remuneração – o adicional noturno – correspondente a 20% sobre o valor da
hora normal/diurna.
CLT
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
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Memória de cálculo:
- remuneração = 3.900,00
- valor da hora diurna = (remuneração / 220)
= 3.900,00 / 220
= 17,73
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O art. 73, § 1º, da CLT, se limita a fixar a contagem ficta do tempo, de modo
reduzido, para a hora noturna. Não cria qualquer obrigação de natureza financeira.
Esse modo peculiar de contagem do tempo tem impacto no cálculo do valor do
adicional noturno. A remuneração pela jornada de trabalho pactuada não sofre,
reiteramos, qualquer impacto da contagem ficta da hora noturna.
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noturnas. Aqui residiria a única explicação plausível para a rubrica “hora noturna
adicional”.
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Noticie-se que estudo sobre a composição dos custos dos valores limites para
serviços de vigilância, publicado pelo extinto Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, exclui, no cálculo do custo do posto de serviço
executado no Distrito Federal, a rubrica "hora noturna reduzida", justificando, para
tanto, a ausência de previsão de pagamento dessa verba na norma coletiva do
trabalho aplicável. O que sugere que a despesa é prevista no modelo de planilha
quando houver expressa previsão em norma coletiva do trabalho.
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Para essa jornada especial, o salário básico a ser cotado na planilha é aquele
indicado no instrumento coletivo de trabalho ou em lei específica. Sempre será
assim; não identificamos até o momento nenhuma exceção. A norma coletiva ou a
lei, ao disciplinar a jornada 12 x 36 definirá o salário normativo
correspondente.
aqueles que não forem essenciais, substituir por recepcionistas aqueles que
tenham como efetiva atribuição o atendimento ao público e definir
diferentes turnos, de acordo com as necessidades do órgão ou entidade,
para postos de escala 44h semanais, visando eliminar postos de 12 x 36 h
que ficam ociosos nos finais de semana.
Ante a nova disciplina, estabelecida pelo art. 59-A da CLT, entendemos que
não é mais obrigatória a previsão, nos orçamentos estimados para
contratação de serviços terceirizados, de rubrica para cobertura dos seguintes
encargos (ante a compensação legalmente autorizada), na hipótese de realização
dos serviços observando-se a jornada 12 x 36:
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Há quem entenda que tal despesa tenha sido imposta às empresas pelo
Tribunal Superior do Trabalho, em razão da Súmula 444:
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Súmula 444
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por
trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor
prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Como o Poder Judiciário, por óbvio, não legisla, a única interpretação que
julgamos possível é aquela segundo a qual o TST se limitou a explicitar que, mesmo
em caso de jornadas excepcionais de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, é
devido o pagamento em dobro por serviços prestados em feriados.
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Isso não significava dizer, por óbvio, que a despesa antes não existisse. O que
se fez foi, tão somente, explicitá-la na planilha. A planilha de custos e formação de
preços do contrato não exaure os custos nos quais o particular incorre para prestar
os serviços contratados pela Administração. A planilha é demonstrativa da
formação do preço proposto. Não esgota os custos incorridos, frise-se.
Portanto, a interpretação que se devia dar, a nosso ver, para a previsão dessa
despesa na planilha, era que a IN 05/2017 houve por bem em discriminá-la. Nada
além disso.
Para ilustrar como era feito o cálculo dessa despesa (admitida, repetimos,
somente em contratações de serviços prestados ininterruptamente, em jornada de
12 x 36 horas), adotaremos os seguintes dados, meramente hipotéticos:
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= {[133,33 x 15] / 2} / 12
= {1.999,95 / 2} / 12
= 999,97 / 12
= 83,33
Onde:
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Contudo, ante a introdução dos artigos 611-A e 611-B na CLT, pela Lei
13.467/2017, essa questão certamente será objeto de discussão nos Tribunais do
Trabalho, dada a dubiedade da redação dos dispositivos legais que tratam da
chamada "prevalência do negociado sobre o legislado", regra por si só de duvidosa
constitucionalidade (afora a extravagância que é a lei autorizar a inobservância da
própria lei). Veja-se, para exemplificar, os dispositivos a seguir transcritos:
CLT
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho,
observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
[...]
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos
para jornadas superiores a seis horas;
[...]
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos
seguintes direitos:
[...]
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei
ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
[...]
Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho
para os fins do disposto neste artigo
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Súmula 269
Nas contratações para a prestação de serviços de tecnologia da
informação, a remuneração deve estar vinculada a resultados ou ao
atendimento de níveis de serviço, admitindo-se o pagamento por hora
trabalhada ou por posto de serviço somente quando as características do
objeto não o permitirem, hipótese em que a excepcionalidade deve estar
prévia e adequadamente justificada nos respectivos processos
administrativos.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
10.Em suma, as ocorrências pelas quais os responsáveis foram ouvidos em
audiência referem-se a: 1) edital e contrato com previsão de pagamento
de salários superiores ao salário-base estipulado na convenção coletiva de
trabalho, aplicável em percentuais entre 73% a 184% sem justificativa
adequada; [...]
11.No tocante à ocorrência 1, a jurisprudência do TCU é no sentido de que
a regra é a vedação de fixação de piso salarial mínimo para as
contratações de serviços. Entretanto, existem vários precedentes que
admitem a flexibilização de tal regra em situações específicas (p.ex.,
Acórdãos 256/2005, 290/2006, 1.327/2006, 332/2010, 1.584/2010 e
189/2011, todos do Plenário).
12.No presente caso, os gestores alegam que o piso salarial mínimo
superior à convenção teria sido fixado com vistas a garantir o
desenvolvimento de serviços com a qualidade necessária e que teria levado
em conta a contratação anterior. A reitora, [responsável 1], inclusive
reafirma que “o ato praticado foi INTENCIONAL realizado com CONVICÇÃO
da legalidade” e com suposto respaldo em decisões do TCU.
13.Contudo, conforme exposto pela Secex-AM, deixou-se de demonstrar a
superioridade da mão-de-obra contratada, bem como as especificidades da
Ufam que justificassem a alegada maior qualificação dos terceirizados
contratados para o desempenho de atividades rotineiras: atendimento ao
público, expedição de documentos, tramitação de papeis, telefonista, entre
outras.
[ACÓRDÃO]
9.2. aplicar aos responsáveis abaixo relacionados, individualmente, as
multas indicadas, com fulcro no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992,
fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação, para
comprovarem, perante o Tribunal, o recolhimento das dívidas aos cofres do
Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente na data do efetivo
recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em
vigor:
(Acórdão 2799/2017 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 dar ciência à Casa da Moeda do Brasil sobre as seguintes
impropriedades:
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. [...] restaram pendentes os seguintes pontos:
a) o item 5.15 do termo de referência estabeleceu que, para a composição
da proposta deveria ser observado o pagamento de salários não inferiores
aos praticados atualmente em contratos firmados com a Administração
Pública, em conformidade com a média demonstrada na planilha de
salários pagos obtida a partir de pesquisa de mercado realizada pelo MDA
por meio do Portal de Compras Governamentais, pesquisa essa que não
teria consistência, visto que, para o condutor de serviços comuns foi
referenciado apenas um contrato como média dos salários praticados e,
para o condutor de veículo institucional, apenas dois contratos foram
arrolados;
[...]
17. Como já registrado na instrução, o procedimento retirou dos licitantes
a possibilidade de se utilizarem dos valores estabelecidos em acordos e
convenções coletivas firmados com seus respectivos sindicatos. Além
disso, não há evidência de que os valores salariais mínimos previstos no
edital do MDA fossem efetivamente valores de mercado, visto que se
apresentaram aproximadamente 55% e 62% superiores aos pagos pelo
Ministério do Esporte.
18. Essas considerações, mais aquelas juntadas pela Selog, demonstram
que há o risco aumentado de que o Pregão Eletrônico 10/2015 venha a
resultar em uma contratação antieconômica. Por conseguinte, a anulação
do certame apresenta-se como a solução mais indicada nesse caso.
[ACÓRDÃO]
9.3. determinar ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) , com
fundamento no art. 250, inciso II, do RI/TCU, que, caso opte por realizar
nova licitação em substituição ao Pregão Eletrônico 10/2015:
9.3.1. abstenha-se de fixar valores mínimos de remuneração para os
prestadores de serviço, tendo em vista a vedação contida no art. 40, inciso
X da Lei 8.666/93;
(Acórdão 607/2016 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. cientificar o Ministério das Cidades de que eventual instauração de
novo procedimento licitatório que tenha objeto semelhante ao do pregão
eletrônico 14/2012, revogado pelo órgão, deve ser escoimado das
irregularidades verificadas a seguir, sob pena de o certame ser anulado por
este Tribunal, em resposta a provocação de terceiros ou como resultado de
ação própria:
9.3.1. fixação de valores salariais mínimos no edital da licitação, não
amparada em justificativas fundamentadas, em desacordo com o art. 40,
X, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 697/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3.1. somente estipule valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores, nos contratos em que há alocação de postos de trabalho,
quando houver necessidade de afastar o risco de selecionar colaboradores
com capacitação inferior à necessária para execução dos serviços
contratados;
9.2.3.2. estabeleça os valores mínimos de que trata o subitem anterior a
partir de pesquisas de mercado efetuadas previamente, de dados obtidos
junto a associações e sindicatos de cada categoria profissional, e de
informações divulgadas por outros órgãos públicos que tenham
recentemente contratado o mesmo tipo de serviço;
9.2.3.3. abstenha-se de fixar valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores nas contratações de serviços que devem ser medidos e pagos
por resultados;
(Acórdão 2582/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1. Na realização de licitações visando à contratação de serviços de TI
mediante alocação de postos de trabalho ou por outra modalidade
assemelhada à simples terceirização de pessoal, a administração pública
deverá observar, em regra, a proibição de não fixar, no edital, valores
mínimos para os salários do pessoal, conforme estabelecido no art. 40,
inciso X, da Lei 8.666/1993, facultando-se ao gestor, excepcionalmente, na
hipótese de não estar sujeito ao art. 6º, II, da IN SLTI/MPOG 4/2008,
estabelecer, em face de comprovado risco de aviltamento salarial,
limitante inferior para o custo da mão de obra, justificando-se o
parâmetro mínimo escolhido no processo administrativo pertinente, assim
como a estrutura remuneratória que serviu de base à elaboração do
orçamento básico da li citação, que deverá mostrar-se compatível com a
qualidade esperada dos serviços pretendidos.
(Acórdão 332/2010 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na realização de licitações visando à contratação de serviços de TI mediante
alocação de postos de trabalho ou por outra modalidade assemelhada à
simples terceirização de pessoal, a administração pública deverá observar,
em regra, a proibição de não fixar, no edital, valores mínimos para os
salários do pessoal, conforme estabelecido no art. 40, inciso X, da Lei
8.666/1993, c/c o art. 6º, inciso II, da IN SLTI/MPOG 4/2008.
(Acórdão 331/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5. Determinações:
[...]
1.5.12. abster-se, quando da realização de procedimentos licitatórios com
vistas à contratação de mão-de-obra terceirizada, de fixar valores mínimos
de remuneração, tendo em vista a vedação contida no art. 40, inciso X da
Lei nº 8.666/93, bem como no art. 20, inciso II da IN/MPOG nº 02/2008,
que veda a fixação dos salários das categorias ou dos profissionais que
serão disponibilizados para a execução do serviço pela contratada, nos
instrumentos convocatórios [...]..
(Acórdão 3570/2009 – 2ª Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. somente estipulem valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores, nos contratos em que há alocação de postos de trabalho,
quando houver necessidade de afastar o risco de selecionar colaboradores
com capacitação inferior à necessária para execução dos serviços
contratados;
9.2.2. estabeleçam os valores mínimos de que trata o subitem anterior a
partir de pesquisas de mercado efetuadas previamente, de dados obtidos
junto a associações e sindicatos de cada categoria profissional, e de
informações divulgadas por outros órgãos públicos que tenham
recentemente contratado o mesmo tipo de serviço;
9.2.3. se abstenham de fixar valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores nas contratações de serviços que devem ser medidos e
pagos por resultados;
(Acórdão 2647/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. apresente a devida fundamentação caso decida fixar a remuneração
em valores superiores ao piso salarial das categorias profissionais a serem
contratadas por meio de licitações de serviços terceirizados;
(Acórdão 1122/2008 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
Acórdão 2144/2006-Plenário
Acórdão 890/2007-Plenário
Acórdão 331/2010-Plenário
Acórdão 1597/2010-Plenário
213
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”. (revogada pela IN 07/2018, DOU 24.09.2018)
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Erivan Pereira de Franca
Memória de cálculo
Adicional de periculosidade:
= (3.000,00 x 0,3)
= 900,00;
onde:
R$ 3.000,00 = valor do salário normativo do vigilante;
0,3 (ou 30%) = percentual incidente sobre o salário base (salário
normativo, no caso), conforme art. 193, § 1º, da CLT
-------------------------------
Nº do Processo
Licitação n.º
215
Erivan Pereira de Franca
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
MÃO DE OBRA
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”. (revogada pela IN 07/2018, DOU 24.09.2018)
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Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”. (revogada pela IN 07/2018, DOU 24.09.2018)
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ENCARGOS TRABALHISTAS
o 13º salário;
o adicional de férias.
ENCARGOS SOCIAIS
o salário educação;
o FGTS.
o Transporte;
o Auxílio-alimentação/refeição;
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Por tais razões, optamos por manter no Submódulo 2.1 apenas o 13º
salário e o adicional de férias.
Em regra, o 13º deverá ser pago em duas parcelas: a primeira entre os meses
de fevereiro e novembro (até o dia 30.11) e a segunda até o dia 20 de dezembro,
conforme determina o regulamento.
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO 57.155/65
Art. 1º O pagamento da gratificação salarial, instituída pela Lei nº 4.090, de
13 de julho de 1962, com as alterações constantes da Lei nº 4.749, de 12 de
agôsto de 1965, será efetuado pelo empregador até o dia 20 de dezembro
de cada ano, tomando-se por base a remuneração devida nesse mês de
acôrdo com o tempo de serviço do empregado no ano em curso.
[...]
Art. 3º Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o
empregador pagará, como adiantamento da gratificação, de uma só vez,
metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior.
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Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 / 12)
= 325,00
Onde:
Esse direito é disciplinado pela CLT (artigos 129 a 153), sendo, portanto, de
observância cogente. Apresentamos, a seguir, os principais dispositivos que
disciplinam a aquisição e a concessão do direito às férias anuais.
CLT
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
224
Erivan Pereira de Franca
225
Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 /3) / 12
= 1.300,00 / 12
= 108,33
Onde:
226
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da
CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho
de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
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Erivan Pereira de Franca
Tal norma foi revogada em 5.4.2013 pela Instrução Normativa CNJ nº 49,
passando aquele Conselho, a partir daí, a observar a disciplina da Resolução CNJ
169 (alterada pela Resolução 183).
A Instrução Normativa CNJ n.º 1/2008 foi editada com o claro, explícito
propósito de mitigar riscos associados aos contratos de terceirização, como
evidencia o próprio preâmbulo da norma (destacamos):
231
Erivan Pereira de Franca
Em 23 de dezembro de 2013 foi editada a IN 06, que deu nova redação ao art.
19-A, para tornar obrigatória a adoção da conta vinculada e atualizou o Anexo VII.
Tal ato tornou, em nossa percepção, opcional a adoção da conta vinculada aos
contratos de terceirização, como alternativa ao procedimento de pagamento
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO VII-B – DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA ELABORAÇÃO DO ATO
CONVOCATÓRIO
1.7. No caso do Pagamento pelo Fato Gerador, os órgãos e entidades
deverão adotar os seguintes procedimentos:
a) Serão objeto de pagamento mensal pela Administração à contratada, a
depender da especificidade da contratação, o somatório dos seguintes
módulos que compõem a planilha de custos e formação de preços, disposta
no Anexo VII - D:
1. Módulo 1: Composição da Remuneração;
2. Submódulo 2.2: Encargos Previdenciários e FGTS;
3. Submódulo 2.3: Benefícios Mensais e Diários;
4. Submódulo 4.2: Intrajornada;
5. Módulo 5: Insumos; e
6. Módulo 6: Custos Indiretos, Tributos e Lucro (CITL), que será calculado
tendo por base as alíneas acima.
b) Os valores referentes a férias, 1/3 (um terço) de férias previsto na
Constituição, 13º (décimo terceiro) salários, ausências legais, verbas
rescisórias, devidos aos trabalhadores, bem como outros de evento futuro e
incerto, não serão parte integrante dos pagamentos mensais à contratada,
devendo ser pagos pela Administração à contratada somente na ocorrência
do seu fato gerador;
c) As verbas discriminadas na forma da alínea “b” acima somente serão
liberadas nas seguintes condições:
c.1. pelo valor correspondente ao 13º (décimo terceiro) salário dos
empregados vinculados ao contrato, quando devido;
c.2. pelo valor correspondente às férias e a 1/3 (um terço) de férias previsto
na Constituição, quando do gozo de férias pelos empregados vinculados ao
contrato;
c.3. pelo valor correspondente ao 13º (décimo terceiro) salário
proporcional, férias proporcionais e à indenização compensatória
porventura devida sobre o FGTS, quando da dispensa de empregado
vinculado ao contrato;
c.4. pelos valores correspondentes às ausências legais efetivamente
ocorridas dos empregados vinculados ao contrato; e
c.5. outras de evento futuro e incerto, após efetivamente ocorridas, pelos
seus valores correspondentes.
1.8. A não ocorrência dos fatos geradores discriminados na alínea “b”
acima não gera direito adquirido para a contratada das referidas verbas
ao final da vigência do contrato, devendo o pagamento seguir as regras
previstas no instrumento contratual e anexos.
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 18. Para as contratações de que trata o art. 17, o procedimento sobre
Gerenciamento de Riscos, conforme especificado nos arts. 25 e 26,
obrigatoriamente contemplará o risco de descumprimento das obrigações
trabalhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada.
§ 1º Para o tratamento dos riscos previstos no caput, poderão ser adotados
os seguintes controles internos:
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- calcule o valor dos itens que compõem o Submódulo 2.1 (13º salário e
adicional de férias) e preencha a planilha abaixo.
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO 9.580/2018
Art. 258. O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por
este Regulamento (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, caput).
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro
líquido de cada período de apuração em observância às disposições das leis
comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º).
[...]
Art. 259. O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do
lucro operacional, das demais receitas e despesas, e das participações, e
deverá ser determinado em observância aos preceitos da lei comercial
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 1º, e art. 67, caput, inciso XI; Lei nº
7.450, de 1985, art. 18; e Lei nº 9.249, de 1995, art. 4º).
[...]
Art. 587. A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário
anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito
milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais)
multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário
anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de
tributação com base no lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13,
caput).
§ 1º A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva
em relação a todo o ano-calendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 1º).
§ 2º Relativamente aos limites de que trata este artigo, a receita bruta
auferida no ano anterior será considerada de acordo com o regime de
competência ou caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica,
caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro
presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 2º).
§ 3º Somente a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo
lucro real poderá optar pela tributação com base no lucro presumido.
§ 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento
da primeira ou da quota única do imposto sobre a renda devido
correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário
(Lei nº 9.430, de 1996, art. 26, § 1º).
Art. 588. O imposto sobre a renda com base no lucro presumido será
determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31
de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
77. No regime de incidência cumulativa [vide: art. 4º, IV,Lei 9.718/98 c/c o
art. 10, II, Lei 10.833/2003], a base de cálculo é o total das receitas da
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins
são, respectivamente, de 0,65% e 3,00%.
78. As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa.
79. No regime de não-cumulatividade do PIS e COFINS, instituído pelas leis
nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, permite-se o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica.
Nesse regime, as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e da Cofins são,
respectivamente, de 1,65% e 7,60%.
80. Cabe mencionar que, de acordo com a Secretaria da Receita Federal, as
empresas tributadas com base no lucro real estão sujeitas à incidência
não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de
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Erivan Pereira de Franca
poderia nos desviar dos objetivos deste curso. Basta-nos definir o regime, o que
nos permitirá efetuar os cálculos desejados.
Há órgãos que têm feito essa opção, inclusive, para evitar questionamentos
de empresas de maior porte (cujo faturamento lhes impede de optar pelo
recolhimento pelo lucro presumido), de que o orçamento construído considerando
o lucro presumido - por constituir parâmetro de julgamento (art. 25 do Decreto n.º
5.450/2005) - imporia desvantagem competitiva a essas empresas.
DECRETO 5.450/2005
Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta
classificada em primeiro lugar quanto à compatibilidade do preço em
relação ao estimado para contratação e verificará a habilitação do
licitante conforme disposições do edital.
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Erivan Pereira de Franca
Regime de COFINS
PIS/PASEP Encargos Sociais
Tributação do IRPJ
Lucro presumido 0,65% 3,00% Integral
(Submódulo 2.2)
Lucro real 1,65% 7,60% Integral
(Submódulo 2.2)
Simples Nacional Recolhimento FGTS, em regra
unificado dos tributos. INSS + RAT
Percentual sobre a AJUSTADO,
receita bruta. exceção
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Abono pecuniário;
Vale-transporte
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LEI 12.546/2011
Art. 7º-A. A alíquota da contribuição sobre a receita bruta prevista no art.
7º será de 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento), exceto para as
empresas de call center referidas no inciso I, que contribuirão à alíquota de
3% (três por cento), e para as empresas identificadas nos incisos III, V e VI,
todos do caput do art. 7º, que contribuirão à alíquota de 2% (dois por
cento).
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Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”. (Revogada pela IN 07/2018 - DOU
24.09.2018)
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Erivan Pereira de Franca
MÓDULO 6: CUSTOS INDIRETOS, LUCRO E TRIBUTOS (REGIME TRIBUTÁRIO CONSIDERADO: LUCRO PRESUMIDO
E ALÍQUOTA MÁXIMA DO ISS)
Fator (F)
= 1 – (X/100)
= 1 – (13,15 / 100)
= 1 – 0,1315
= 0,8685
= 10.000,00 / 0,8685
= 11.514,10 x 0,045
= 518,13
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LEI 12.546/2011
Art. 9º .....
[...]
§ 1º No caso de empresas que se dedicam a outras atividades além das
previstas nos arts. 7º e 8º, o cálculo da contribuição obedecerá:
I - ao disposto no caput desses artigos quanto à parcela da receita bruta
correspondente às atividades neles referidas; e
II - ao disposto no art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991,
reduzindo-se o valor da contribuição dos incisos I e III do caput do referido
artigo ao percentual resultante da razão entre a receita bruta de atividades
não relacionadas aos serviços de que tratam o caput do art. 7º e o § 3º do
art. 8º ou à fabricação dos produtos de que trata o caput do art. 8º e a
receita bruta total.
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”. (Revogada pela IN 07/2018 - DOU
24.09.2018)
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LEI 9.424/96
Art 15. O Salário-Educação, previsto no art. 212, § 5º, da Constituição
Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em
regulamento, é calculado com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por
cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer
título, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei
nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
261
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.212/91
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
[...]
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer
do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado grave.
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Erivan Pereira de Franca
3.2.7. SEBRAE
265
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.029/90
Art. 8° É o Poder Executivo autorizado a desvincular, da Administração
Pública Federal, o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa -
CEBRAE, mediante sua transformação em serviço social autônomo.
[...]
§ 3º Para atender à execução das políticas de apoio às micro e às
pequenas empresas, de promoção de exportações, de desenvolvimento
industrial e de promoção do setor museal, fica instituído adicional às
alíquotas das contribuições sociais relativas às entidades de que trata o art.
1º do Decreto-Lei nº 2.318, de 30 de dezembro de 1986, de: [omissis]
[...]
Art. 9º Compete ao serviço social autônomo a que se refere o artigo
anterior planejar, coordenar e orientar programas técnicos, projetos e
atividades de apoio às micro e pequenas empresas, em conformidade com
as políticas nacionais de desenvolvimento, particularmente as relativas às
áreas industrial, comercial e tecnológica.
3.2.8. INCRA
3.2.9. FGTS
266
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da
CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho
de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
Abono pecuniário;
Vale-transporte
Indenização adicional
267
Erivan Pereira de Franca
ALÍQUOTAS (%)
Prev. Salário- Fundo Total
CÓDIGO GILRAT INCRA SENAI SESI SENAC SESC SEBRAE DPC SENAR SEST SENAT SESCOOP
Social Educação Aeroviário Outras
DO FPAS
Ent. Ou
--- --- 0001 0002 0004 0008 0016 0032 0064 0128 0256 0512 1024 2048 4096
Fundos
515 20 Variável 2,5 0,2 --- --- 1,0 1,5 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8
268
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”. (Revogada pela IN 07/2018 - DOU
24.09.2018)
Memória de cálculo
Adicional de periculosidade:
= (3.000,00 x 0,3)
= 900,00;
onde:
R$ 3.000,00 = valor do salário normativo do vigilante;
0,3 (ou 30%) = percentual incidente sobre o salário base (salário
normativo, no caso), para apuração do adicional de periculosidade,
conforme art. 193, § 1º, da CLT
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O custo estimado de tais itens deve ser obtido mediante consulta às normas
municipais que definem as tarifas do transporte coletivo e à norma coletiva de
trabalho à qual se submete a empresa prestadora dos serviços.
3.3.1. Vale-transporte
DECRETO 95.247/87
Art. 4° Está exonerado da obrigatoriedade do Vale-Transporte o
empregador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em
veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento, residência-
trabalho e vice-versa, de seus trabalhadores.
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Valor do vale-transporte:
(5,00 x 4) x 22
= 20,00 x 22
= 440,00
– (3.000,00 x 0,06)
= – 180,00
440,00 – 180,00
= 260,00
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3.3.2. Auxílio-alimentação
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DECRETO 5/91
Art. 4º Para a execução dos programas de alimentação do trabalhador, a
pessoa jurídica beneficiária pode manter serviço próprio de refeições,
distribuir alimentos e firmar convênio com entidades fornecedoras de
alimentação coletiva, sociedades civis, sociedades comerciais e sociedades
cooperativas.
[...]
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= 440,00 – 88,00
= 352,00
280
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IN 05/2017
ANEXO VII-B – DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA ELABORAÇÃO DO ATO
CONVOCATÓRIO
2. Das vedações:
2.1. É vedado à Administração fixar nos atos convocatórios:
[...]
b) os benefícios, ou seus valores, a serem concedidos pela contratada aos
seus empregados, devendo adotar os benefícios e valores previstos em
Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho, como mínimo
obrigatório, quando houver;
[...]
Art. 57. .....
§ 1º É vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de benefícios não
previstos na proposta inicial, exceto quando se tornarem obrigatórios por
força de instrumento legal, Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de
Trabalho, observado o disposto no art. 6º desta Instrução Normativa.
281
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com fundamento no art. 45 da Lei 8.443/1992, assinar prazo para que
a Amazonas Distribuidora de Energia S.A., no que tange ao Pregão
Eletrônico 14/2018-AmD, adote as medidas abaixo, necessárias ao exato
cumprimento da lei:
9.3.1. ajustar o edital e anexos do Pregão Eletrônico 14/2018-AmD,
identificando de forma clara e precisa o sindicato, acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa que rege a categoria
profissional que executará o serviço, com base na Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO) , com a respectiva anulação de todos os atos já praticados
no Pregão Eletrônico 14/2018-AmD desde a publicação do instrumento
convocatório;
9.3.2. identificado o sindicato, acordo coletivo, convenção coletiva ou
sentença normativa que rege a categoria profissional que executará o
serviço, realizar nova orçamentação, uma vez que o preço de mercado do
serviço é medido pela respectiva convenção coletiva;
(Acórdão 1501/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4.Insurge-se a autora, em síntese, quanto ao fato de o edital considerar os
salários vigentes em 2016, relativos aos profissionais que deverão prestar
os serviços, cuja categoria é abrangida pelo Sindicato dos Empregados nas
Empresas de Asseio e Conservação da Região do Sul Fluminense do Estado
do Rio de Janeiro (SIEEACON), apesar de nova convenção coletiva ter sido
celebrada em março de 2017.
[...]
12.Relevante a observação de que o art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005
dispõe sobre diversos elementos que devem estar contidos no termo de
referência, entre os quais o valor estimado em planilhas de acordo com o
preço de mercado e que, elastecer esse conceito a ponto de posicioná-lo
em qualquer marco temporal pretérito não atende ao princípio da
razoabilidade, por afastar-se da necessidade de os valores orçados terem
de refletir aqueles praticados atualmente. Necessário, portanto, levar ao
conhecimento da Eletronuclear o juízo realizado pela unidade técnica a
respeito da matéria.
[...]
17.Quanto ao mérito, entendo que o presente processo deve ser julgado
parcialmente procedente, anuindo-se pelo prosseguimento do certame,
todavia, sem prejuízo de que seja dada ciência à Eletronuclear quanto à
283
Erivan Pereira de Franca
afronta ao art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005, uma vez que o orçamento
estimativo não refletiu os preços praticados no mercado quando da
deflagração do certame.
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer da presente representação, por atender os requisitos de
admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237 do Regimento Interno deste
Tribunal, c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no mérito, considerá-
la parcialmente procedente;
9.2. dar ciência à empresa Eletrobras Termonuclear S.A. (Eletronuclear) ,
com fundamento no art. 7º, da Resolução-TCU 265/2014, em relação à
defasagem dos preços constantes no orçamento estimativo elaborado para
o pregão eletrônico 125/2017, os quais não refletiam os preços praticados
no mercado por ocasião da deflagração do certame, em afronta ao art. art.
9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005;
(Acórdão 2443/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Quanto à confusão acerca de qual convenção coletiva deveria ter sido
utilizada pelas licitantes para formulação de suas propostas, embora a
ausência de especificação no edital e a atuação pouco precisa do pregoeiro
tenham motivado a desclassificação de duas propostas de menor valor que
a vencedora, entendo que não houve má-fé do responsável. Conforme
levantando pelo próprio auditor instrutor, o recurso da licitante não foi
claro na especificação da convenção coletiva que deveria reger a
contratação em comento, e a resposta ao recurso elaborada pelo pregoeiro
demonstra que, aparentemente, tampouco ele percebeu a confusão.
[ACÓRDÃO]
9.4. dar ciência à Prefeitura Universitária da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) que foram constatadas as seguintes irregularidades no
pregão eletrônico para registro de preços 21/2014:
[...]
9.4.2. ausência, nos estudos técnicos preliminares de contratação de mão
de obra terceirizada, da indicação de forma clara e precisa do sindicato,
acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa que rege a
categoria profissional que executará o serviço, com base na Classificação
Brasileira de Ocupações - CBO, em afronta ao art. 6º, inciso IX, alínea "a",
da Lei 8.666/1993.
(Acórdão 3982/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
284
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
286
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.6. em face do princípio do formalismo moderado e da supremacia do
interesse público, que permeiam os processos licitatórios, o fato de o
licitante apresentar composição de custo unitário contendo salário de
categoria profissional inferior ao piso estabelecido em instrumento
normativo negociado é, em tese, somente erro formal, o qual não enseja a
desclassificação da proposta, podendo ser saneado com a apresentação de
nova composição de custo unitário desprovida de erro;
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7. Recomendar à Fundação Universidade Federal do Rio Grande, com
fundamento no art. 250, III, do Regimento Interno do TCU, que avalie o
contrato n. 54/2018, decorrente do Pregão 53/2018, relativamente à
correição do enquadramento sindical dos trabalhadores e a
correspondente adequação das condições de trabalho (remuneração,
benefícios, etc), com vistas a minimizar riscos de futuras demandas
trabalhistas.
(Acórdão 12.371/2008 – Primeira Câmara – Relação)
CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
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IN 05/2017
Art. 6º A Administração não se vincula às disposições contidas em Acordos,
Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que tratem de pagamento
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. O consulente pretende ver esclarecidas as seguintes questões:
a) o benefício concedido aos empregados de empresas que prestam
serviços continuados à Administração previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros pode ser considerado custo de
venda dos serviços?
3. [...] a participação nos lucros será objeto de negociação entre a empresa
e seus empregados, visando o aumento da produtividade, a redução dos
custos e, por consequência, o aumento dos lucros. Trata-se, como se vê,
exclusivamente de uma relação entre a empresa e seus funcionários, que
não envolve a eventual contratante do serviço prestado pela empresa. Não
pode, assim, ser considerada custo de venda dos serviços.
4. Diferente é a relação entre a Administração e a empresa contratada.
Todas as parcelas que integram a remuneração do contratado devem estar
previstas no edital e no contrato dele decorrente, de tal forma que haja
uma justa remuneração pelos serviços prestados. Se a empresa contratada
inserisse na remuneração de seus empregados uma parcela referente à
participação nos lucros, introduziria um elemento de incerteza incompatível
com os rigores exigidos nas contratações públicas, na medida em que não
há definição prévia nem quanto à ocorrência da participação nos lucros em
si (condicionada que está à existência de resultado positivo), nem quanto
aos valores a serem transferidos aos empregados.
[ACÓRDÃO]
9.2. responder ao consulente que:
9.2.1. o benefício aos empregados de empresas que prestam serviços
continuados à Administração, previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros e resultados, não é considerado
custo da venda dos serviços, uma vez que se trata de obrigação exclusiva
do empregador;
(Acórdão 3336/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
de trabalho, em desacordo com o art. 13 da Instrução Normativa MPOG
2/2008 e com a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos 657/2004,
1.699/2007, 650/2008 e 381/2009, todos do Plenário);
(Acórdão 9036/2011 – Primeira Câmara)
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= 300,00 – 30,00
= 270,00
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Nota 1: O valor informado deverá ser o custo real do benefícios (descontado o valor
eventualmente pago pelo empregado).
Nota 2: Observar a previsão dos benefícios contidos em Acordos, Convenções e Dissídios
Coletivos de Trabalho e atentar-se ao disposto no art. 6º desta Instrução Normativa.
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[(3.900,00 / 30) x 7] / 12
= [130,00 x 7] / 12
= 910,00 / 12
= 75,83
Onde:
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Por força do art. 15, c/c o art. 18 da Lei 8.036/90, e do art. 214 do
Regulamento da Previdência Social, há incidência do FGTS e de encargos
previdenciários e outras contribuições – previstos no Submódulo 2.2 – sobre o
aviso prévio trabalhado.
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e o trabalhador avulso: a remuneração auferida em
uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os
ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes
de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa;
LEI 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da
CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho
de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
75,83 x 0,398
= 30,18
Onde:
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Embora se possa argumentar que esse custo poderia ser excluído da planilha,
desde que devidamente justificado, pois a decisão de indenizar o aviso prévio, ao
invés de concedê-lo, é arbitrária da empresa, há casos em que é da conveniência
da Administração que não haja cumprimento de aviso prévio nas suas
dependências ou no local de execução, como, por exemplo: segurança e vigilância;
motorista de autoridades; terceirizados que têm acesso a informações sigilosas ou
a sistemas informatizados etc. Se os serviços envolverem áreas sensíveis, esse
custo há de ser estimado e cotado em nossa planilha.
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Ademais, essa despesa pode ser utilizada - conforme informado aos licitantes
no edital do certame - para remunerar a empresa pelo custo decorrente de
demissões havidas no curso da execução do contrato (taxa de rotatividade).
= 325,00 x 0,05
= 16,25
Onde:
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Remuneração, aqui, nos termos definidos nos arts. 457 e 458 da CLT, ou seja,
inclui o salário básico e demais parcelas recebidas pelo empregado a propósito dos
serviços prestados.
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LEI 8.212/91
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa.
[...]
III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes
individuais que lhe prestem serviços;
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LEI 10.522/2002
Art. 19. Fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional autorizada a não
contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto,
desde que inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão
versar sobre:
[...]
V – matérias decididas de modo desfavorável à Fazenda Nacional pelo
Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos
dos art. 543-C da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil, com exceção daquelas que ainda possam ser objeto de
apreciação pelo Supremo Tribunal Federal.
[...]
§ 5º As unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil deverão
reproduzir, em suas decisões sobre as matérias a que se refere o caput, o
entendimento adotado nas decisões definitivas de mérito, que versem
sobre essas matérias, após manifestação da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional nos casos dos incisos IV e V do caput.
16,25 x 0,08
= 1,30
Onde:
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Impende destacar que nada muda com relação ao valor da despesa relativa
ao aviso prévio no primeiro ano de vigência do contrato administrativo,
porquanto a Lei 12.506/2011 manteve o prazo de 30 dias previsto no art. 487, II,
da CLT, para o empregado mensalista – direito agora estendido ao empregado que
recebe salário por quinzena.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. Inicialmente, dentre outras apurações, foi constatada a necessidade de
promover a repactuação do contrato 174/2006 a fim de adequar a planilha
de custos do serviço contratado em relação à reserva técnica, ao aviso
prévio trabalhado e às taxas de administração e lucro (respectivamente,
itens 9.2.1, 9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão 3.006/2010-TCU-Plenário).
3. Posteriormente, por meio do Acórdão 2.308/2014-TCU-Plenário, este
Colegiado, em meio a outras providências, tornou insubsistente o item 9.2
do Acórdão 3.006/2010-TCU-Plenário, motivo pelo qual determinei à Secex-
RJ que promovesse nova instrução dos autos, com a necessária oitiva do
órgão contratante e da empresa contratada. Portanto, está em apreciação
nesta assentada a reanálise de eventuais irregularidades na planilha de
custos do serviço contratado, objeto do precitado item.
4. Após a análise das oitivas em razão dos indícios apontados nos autos, a
unidade instrutiva coligiu que as justificativas apresentadas pelo Nerj/MS e
pela empresa MGI não elidiram todas as irregularidades examinadas nesta
representação. Diante disso, concluiu que: 1) a inclusão de reserva técnica
sem justificativa razoável imporia a devolução integral dos valores atinentes
a essa rubrica, pagos indevidamente; 2) a questão do aviso prévio
trabalhado estaria resolvida, ante a repactuação consensual do contrato
174/2006; e 3) os excessos nos percentuais de lucro e de taxa de
administração deveriam ser expurgados, com a devolução das quantias
pagas indevidamente.
(Acórdão 3295/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
41. No item 3.31, foi registrado que, no Contrato 47/2013 (prestação de
serviços de limpeza), a provisão para aviso prévio trabalhado presente na
planilha de custos e formação de preços não foi retirada após o primeiro
ano de vigência contratual. Os referidos itens 7.2.2.1 e 7.2.2.2 da proposta
de encaminhamento sugeriram, respectivamente, determinações para que
o TRF 2ª Região adotasse medidas com vistas à alteração da planilha e à
recuperação dos valores indevidamente pagos. Quanto ao Contrato
70/2013, a proposta é de que, após o primeiro ano de vigência, exclua da
respectiva planilha de custos e formação de preços a parcela "aviso prévio
trabalhado".
42. Considero apropriadas tais medidas destinadas à correção dos
contratos, a fim de evitar a concretização de prejuízos ao erário, bem
como à recuperação dos valores já pagos indevidamente. Às
determinações sugeridas, em relação as quais promovo ajustes de redação,
acrescento ressalva para que o TRF 2ª Região assegure aos interessados o
exercício do contraditório e da ampla defesa.
[ACÓRDÃO]
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. supressão do percentual de 1,94 % da Planilha de Custos dos
Serviços Contratados, referente ao Aviso Prévio Trabalhado, tendo em
vista que os referidos custos consideram-se integralmente pagos no
primeiro ano do Contrato, devendo ser zerado nos anos subsequentes, nos
termos do cálculo demonstrado quando da apreciação do Acórdão TCU nº
1904/2007 - Plenário;
(Acórdão 3006/2010 – Plenário)
Irregularidade não sanada, conforme Acórdão 1686/2013 - Plenário
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. A instauração desta tomada de contas especial decorreu da constatação,
no âmbito do processo de auditoria (TC-029.385/2015-6) na modalidade de
Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC) com o objetivo de avaliar as
práticas de governança e de gestão de aquisições públicas no âmbito da
Administração Pública Federal, de irregularidade na execução do
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feita pela Lei n. 12.506/2011, mantendo os trinta dias como módulo que
abrange todos os aspectos do instituto, inclusive os desfavoráveis ao
empregado, ao passo que a proporcionalidade favorece apenas o
trabalhador, é sensata, proporcional e razoável, caso considerados a lógica
e o direcionamento jurídicos da Constituição e de todo o Direito do
Trabalho. Trata-se da única maneira de se evitar que o avanço normativo da
proporcionalidade se converta em uma contrafacção, como seria impor-se
ao trabalhador com vários anos de serviço gravíssima restrição a seu direito
de se desvincular do contrato de emprego. Essa restrição nunca existiu no
Direito do Trabalho e nem na Constituição, que jamais exigiram até mesmo
do trabalhador estável ou com garantia de emprego (que tem - ou tinha -
vantagem enorme em seu benefício) qualquer óbice ao exercício de seu
pedido de demissão. Ora, o cumprimento de um aviso de 60, 80 ou 90 dias
ou o desconto salarial nessa mesma proporção fariam a ordem jurídica
retornar a períodos selvagens da civilização ocidental, antes do advento do
próprio Direito do Trabalho - situação normativa incompatível com o
espírito da Constituição da República e do Direito do Trabalho brasileiros.
Recurso de revista conhecido e parcialmente provido." (RR-1682-
51.2015.5.17.0006, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma,
DEJT 26/05/2017);
"(...) AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL TRABALHADO. RESILIÇÃO UNILATERAL
PATRONAL. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO EXCLUSIVO DO EMPREGADO. O
aviso prévio proporcional previsto na Lei nº 11.506/2011, a qual
regulamenta o art. 7º, XXI, da CR/88, aplica-se exclusivamente aos
empregados, uma vez que tal instituto está inserido no rol de direitos e
garantias mínimas dos trabalhadores urbanos e rurais. Assim, na hipótese
de resilição unilateral de iniciativa patronal, somente poderá ser exigido do
empregado o cumprimento de 30 dias de labor (aviso prévio clássico
mínimo) previsto no art. 487 da CLT. Precedentes. No caso em exame, o
empregador exigiu que o empregado trabalhasse o período relativo ao
aviso prévio proporcional de 9 (nove dias), o que, juntando com o período
de aviso prévio mínimo de 30 (trinta dias), totalizou 39 (trinta e nove dias),
tendo tal conduta encontrado amparo na decisão regional. Como o direito é
extensível somente aos empregados, a decisão, tal qual proferida, violou o
art. 7º, XXI, da CR/88. Recurso de revista conhecido por violação do art. 7º,
XXI, da CR/88 e provido. (...)" (RR - 1478-06.2013.5.09.0004, Relator
Ministro: Alexandre Agra Belmonte, 3ª Turma, DEJT 3/7/2017);
"RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. LEI Nº 13.015/2014. AVISO PRÉVIO
PROPORCIONAL TRABALHADO. LIMITAÇÃO DO PERÍODO DE TRABALHO AOS
TRINTA PRIMEIROS DIAS. AUSÊNCIA DE AMPARO LEGAL. (...) 3 - O aviso
prévio previsto no art. 487 da CLT é direito recíproco do empregado e do
empregador. Contudo, o aviso prévio proporcional previsto na Lei nº
12.506/2011, a qual regulamenta o art. 7º, XXI, da CF/88, é direito apenas
dos trabalhadores. 4 - Se o empregado pede demissão e não tem interesse
no gozo do aviso prévio proporcional excedente de 30 dias (por motivos
pessoais, profissionais etc.), o empregador não pode exigir a
proporcionalidade, sob pena de indenização, pois a proporcionalidade não
é direito do empregador; se o empregado é dispensado e o empregador
não concede o aviso prévio proporcional que é direito do trabalhador,
também será cabível a indenização substitutiva da obrigação de fazer; no
entanto, se o empregado é dispensado e o empregador concede o aviso
324
Erivan Pereira de Franca
- deve ser criada rubrica denominada, por exemplo, “aviso prévio indenizado
– efeitos da Lei 12.506/2011”, cujo valor corresponderá a 3 (três) dias de
remuneração do trabalhador (Módulo 1), considerando a mesma probabilidade de
ocorrência para a rubrica original “aviso prévio trabalhado”; no nosso caso, 100%
da mão de obra empregada;
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Relembrando:
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= 346,67 x 0,4
= 138,67
Onde:
= 138,67 x 0,05
= 6,93
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Onde:
Relembrando:
= 346,67 x 0,1
= 34,67
Onde:
332
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= 34,67 x 0,05
= 1,73
Onde:
-------------------------
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AUSÊNCIAS LEGAIS
Direito Trabalhista Fundamento Legal
Férias Arts. 129-153, CLT, c/c art. 7º, XVII, CF/88
Ausências legais Art. 473, CLT
Art. 473, III, CLT, c/c art. 7º, XIX e art. 10, § 1º, II, ADCT,
Licença paternidade
CF/88
Ausência por acidente do
Arts. 19-23 e 60, Lei 8.213/91, c/c art. 75, RPS
trabalho
Afastamento maternidade art. 7º, XVIII da CF/88 c/c o art. 392 e 392-A da CLT
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Por tais razões, optamos por manter no Submódulo 2.1 apenas o 13º salário e
o adicional de férias. A rubrica férias foi por nós mantida no Módulo 4 - Custo de
Reposição do Profissional Ausente, no Submódulo 4.1 – Substituto nas
Ausências Legais. Isso porque entendemos que essa despesa é, de fato, despesa
com substituição, vale dizer, remuneração do substituto do terceirizado, caso
exigida a substituição por ocasião das férias.
340
Erivan Pereira de Franca
Esse direito é disciplinado pela CLT (artigos 129 a 153), sendo, portanto, de
observância cogente. Apresentamos, a seguir, os principais dispositivos que
disciplinam a aquisição e a concessão do direito às férias anuais.
CLT
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte
e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.
[...]
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só
período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado
tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser
inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a
cinco dias corridos, cada um.
§ 2o (Revogado).
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede
feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao
empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
participação o interessado dará recibo.
[...]
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador.
341
Erivan Pereira de Franca
[...]
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata
o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
[...]
Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que
lhe for devida na data da sua concessão.
[...]
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período
de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração
que lhe seria devida nos dias correspondentes.
[...]
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do
abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início
do respectivo período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com
indicação do início e do termo das férias.
(3.900,00 / 12)
= 325,00
Onde:
A rigor, entendemos que essa rubrica não deveria ser objeto de provisão
na conta vinculada, porquanto se trata da remuneração devida ao substituto do
profissional que goza férias, paga em folha de pagamento da própria administração
da empresa contratada; vale dizer, o pagamento do substituto não é registrado na
folha de pagamento do tomador dos serviços, tampouco na GFIP.
343
Erivan Pereira de Franca
Sob esse viés, a inclusão dessa rubrica nos depósitos a serem feitos na conta
vinculada não se justificaria. Entretanto, tanto a IN 05/2017 como a Resolução CNJ
169 mencionam apenas a rubrica “férias”, sem estabelecer a distinção,
determinando a provisão em conta vinculada do valor correspondente.
IN 05/2017
ANEXO VII-B – DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA ELABORAÇÃO DO ATO
CONVOCATÓRIO
[...]
1.2. No caso da Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para
movimentação, os órgãos e entidades deverão adotar:
a) provisionamento de valores para o pagamento das férias, 13º (décimo
terceiro) salário e verbas rescisórias aos trabalhadores da contratada, que
serão depositados pela Administração em Conta-Depósito Vinculada ―
bloqueada para movimentação, conforme Anexos XII e XII-A;
[...]
ANEXO XII
CONTA-DEPÓSITO VINCULADA ― BLOQUEADA PARA MOVIMENTAÇÃO
2. O montante dos depósitos da Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada
para movimentação será igual ao somatório dos valores das seguintes
provisões:
a) 13º (décimo terceiro) salário;
b) férias e 1/3 (um terço) constitucional de férias;
344
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II – 1/3 constitucional;
[...]
V – incidência dos encargos previdenciários e FGTS sobre férias, 1/3
constitucional e 13º salário; e
345
Erivan Pereira de Franca
[(3.900,00 / 30) x 7] / 12
= [130 x 7] / 12
= 910,00 / 12
= 75,83
Onde:
Todo trabalhador que tiver filho terá direito a afastar-se do trabalho por 5
dias, sem prejuízo da remuneração.
CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
346
Erivan Pereira de Franca
[...]
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
ADCT
Art. 10 ....
[...]
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da
Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de
cinco dias.
= 54,17 x 0,02
= 1,08
347
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Onde:
[(3.900,00 / 30) x 5] / 12
= [130,00 x 5] / 12
= 650,00 / 12
= 54,16
Onde:
Porém, como o modelo proposto pela IN 05/2017 não prevê essa despesa e
seu o impacto financeiro é irrelevante (pois depende da ocorrência de acidente do
trabalho que acarrete afastamento superior a 16 dias), não cotaremos o respectivo
custo em nossa planilha.
Toda empregada que tiver filho tem direito a afastar-se do trabalho por 120
dias (art. 7º, XVIII da CF/88 c/c o art. 392 da CLT), podendo a licença ser
prorrogada por mais 60 dias, no âmbito do Programa Empresa Cidadã (vide art. 1º
da Lei 11.770/2008, alterada pela Lei 13.257/2016).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
CLT
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120
(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
LEI 8.213/91
Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social,
durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e
oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as
situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à
maternidade.
[...]
Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou
obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-
maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
§ 1º O salário-maternidade de que trata este artigo será pago diretamente
pela Previdência Social.
[...]
Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou
trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração
integral.
§ 1º Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva
empregada gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto
no art. 248 da Constituição Federal, quando do recolhimento das
contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço.
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Nesse ponto cabe uma ponderação: essa despesa não poderia ser
considerada custo indireto – despesa administrativa do contratado – e, assim, ser
inclusa no item “Custos indiretos”, componente do Módulo 6? Ou, mais
apropriadamente, não poderia ser incluída no Submódulo 4.1 - Custo de Reposição
do Profissional Ausente?
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= 144,43 x 0,02
= 2,89
Onde:
356
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458,96 x 0,398
= 182,67
Onde:
357
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A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
calcule o valor dos itens que compõem o Submódulo 4.1 (custo de reposição
do profissional ausente) e preencha a planilha abaixo.
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Assim, quando a substituição não for exigida, por óbvio essa despesa
não será cotada na planilha, nem admitida em proposta de preços.
Que custos, então, devem compor essa despesa? Isso não foi esclarecido
pelo MP.
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(3.900,00 / 220) x 22
= 17,73 x 22
= 390,06
Onde:
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Ante a nova disciplina, estabelecida pelo art. 59-A da CLT, entendemos que
não é mais obrigatória a previsão, nos orçamentos estimados para
contratação de serviços terceirizados, de rubrica destinada ao pagamento pela
supressão sistemática do intervalo intrajornada (despesa que, como vimos, já
considerávamos, antes da reforma trabalhista, ilegal); com a reforma, essa despesa,
agora autorizada, tem caráter indenizatório.
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Nota: Quando houver a necessidade de reposição de um empregado durante sua ausência nos
casos de intervalo para repouso ou alimentação deve-se contemplar o Submódulo 2.2.
(revogada pela IN 07/2018 – DOU 24.09.2018)
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A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
Nota: Quando houver a necessidade de reposição de um empregado durante sua ausência nos
casos de intervalo para repouso ou alimentação deve-se contemplar o Submódulo 2.2.
(revogada pela IN 07/2018 – DOU 24.09.2018)
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6.1. UNIFORMES
(250 x 3) / 12
= 750,00 / 12
= 62,50
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6.2. MATERIAIS
(2.400,00 / 12)
= 200,00
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(3.600,00 x 0,1) / 12
= 360,00 / 12
= 30,00
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Esse item é cotado mediante utilização de taxa (em termos percentuais), por
ser impossível o detalhamento dos custos indiretos.
Adotaremos, para fins de cálculo do valor mensal dos custos indiretos que a
taxa média praticada no mercado, pelas empresas prestadoras de serviço de
vigilância, é de 15%.
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= 8.724,98 x 0,15
= 1.308,75
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7.2. LUCRO
A taxa média de lucro dever ser obtida, no nosso caso, mediante pesquisa
de preços junto ao mercado de empresas prestadoras de serviço do mesmo ramo
do objeto licitado, no nosso caso, vigilância.
Esse item é cotado mediante utilização de taxa (em termos percentuais), por
ser impossível o detalhamento do lucro.
O taxa de lucro incide sobre o total das despesas com mão de obra e
insumos (somatório dos Módulos 1, 2, 3, 4 e 5), mais os custos indiretos.
IN 05/2017
ANEXO I - DEFINIÇÕES
XI - LUCRO: ganho decorrente da exploração da atividade econômica,
calculado mediante incidência percentual sobre o efetivamente executado
pela empresa, a exemplo da remuneração, benefícios mensais e diários,
encargos sociais e trabalhistas, insumos diversos e custos indiretos.
Adotaremos, para fins do cálculo do valor mensal do lucro que a taxa média
praticada no mercado, pelas empresas prestadoras de serviço mediante
terceirização, é de 10%. Faz-se o cálculo da seguinte maneira:
= 10.033,73 x 0,1
= 1.003,37
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7.3. TRIBUTOS
DECRETO 3.000/99
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por
este Decreto.
[...]
Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário
anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de reais, ou a
dois milhões de reais multiplicado pelo número de meses de atividade no
ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo
regime de tributação com base no lucro presumido.
[...]
§ 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento
da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro
período de apuração de cada ano-calendário.
§ 5º O imposto com base no lucro presumido será determinado por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de
junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário,
observado o disposto neste Subtítulo.
[...]
Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada
trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito
por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração,
observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições deste
Subtítulo.
[...]
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
77. No regime de incidência cumulativa [vide: art. 4º, IV,Lei 9.718/98 c/c o
art. 10, II, Lei 10.833/2003], a base de cálculo é o total das receitas da
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins
são, respectivamente, de 0,65% e 3,00%.
78. As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa.
79. No regime de não-cumulatividade do PIS e COFINS, instituído pelas leis
nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, permite-se o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica.
Nesse regime, as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e da Cofins são,
respectivamente, de 1,65% e 7,60%.
80. Cabe mencionar que, de acordo com a Secretaria da Receita Federal, as
empresas tributadas com base no lucro real estão sujeitas à incidência
não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de
crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de
créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à
saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de
transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102/1983, e as sociedades
cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária
e as sociedades cooperativas de consumo).
81. Dessa forma, verifica-se que, quanto aos serviços de vigilância, as
empresas estão sujeitas à incidência cumulativa, entretanto, em relação aos
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Tal contribuição tem por base de cálculo o total das receitas auferidas, ou, em
outros termos, o faturamento mensal da empresa, incidindo, portanto, sobre o
valor dos serviços objeto do nosso contrato, conforme Lei 9.718/98 e art. 1º da Lei
10.637/2002 (na redação dada pela Lei 12.973/2014), na alíquota de 0,65% para
as empresas prestadoras de serviço (art. 8º, II), optantes pelo regime tributário do
lucro presumido.
LEI 9.718/98
Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas
pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu
faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas
por esta Lei.
LEI 10.637/2002
Art. 1º A Contribuição para o PIS/Pasep, com a incidência não cumulativa,
incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação contábil.
[...]
§ 2º A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep é o total das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, conforme definido no caput e no §
1º.
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Fator (F)
= 1 – (X/100)
= 1 – (8,65 / 100)
= 1 – 0,0865
= 0,9135
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= 11.037, 10 / 0,9135
= 12.082,21 x 0,0065
= 78,53
= 12.082,21 x 0,03
= 362,47
= 12.082,21 x 0,05
= 604,11
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- PIS = 0,65%
- COFINS = 3%
- ISS = 2%
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LEITURA COMPLEMENTAR
- Alencar, Aristhéa Totti Silva Castelo Branco de. Pesquisa de preços sob a
égide do Tribunal de Contas da União / Aristhéa Totti Silva Castelo Branco de
Alencar. -- In: Publicações da Escola da AGU, n. 30, p. 59-82, set. 2013.IN
- Barros, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6ª ed. São Paulo:
LTr, 2010, p. 451-458.
388
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- Coelho Motta, Carlos Pinto. Eficácia nas licitações e contratos. 11ª ed. – Belo
Horizonte: Del Rey, 2008, p. 176-179.
389
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- Franca, Erivan Pereira de. Boa prática / Erivan Pereira de França. -- In: JAM
jurídica: administração pública, executivo & legislativo, administração municipal, v.
19, n. 5, p. 95-96, maio 2014.
390
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- Jesus, Noel Antonio Tavares de. O projeto básico na fase interna da licitação
para a execução de obras e serviços de engenharia. In: Revista Zênite ILC:
Informativo de licitações e contratos, n. 112, p. 498, jun.2003.
391
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- Oliveira Aristeu de. Manual de Prática Trabalhista, 43ª ed. São Paulo: Atlas,
2009, p. 43-53; 114-133; 134-149; 342-376; 481-506; 509-651.
393
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- Reis, Paulo Sérgio de Monteiro. Justificativa técnica dos atos da fase interna
do pregão. In: Revista Zênite ILC: Informativo de licitações e contratos, n. 119, p.
41, jan.2004.
- Santana, Jair Eduardo. Quais são os "atores" no termo de referência? In: JAM
jurídica: administração pública, executivo & legislativo, administração municipal, v.
18, n. 7, p. 93-94, jul. 2013.
- Santos, Ulisses Otávio Elias dos. Terceirização: aspectos lícitos e ilícitos. In:
Justiça do trabalho, v. 23, n. 265, p. 58-62, jan. 2006.
- Uehara, Juliana Miky. Termo de referência: o que é e para que serve? In: O
pregoeiro, v. 10, n. 113, p. 27-29, abr. 2014.
- Viana, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas, 10ª
ed. São Paulo: LTr, 2009, p. 297-398; 420-464; 556-578; 661-669; 700-730; 756-
894.
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