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Fecundação 

Dos 300 milhões de ​espermatozóides​ que saem na ejaculação, 200


milhões atingem o útero (curiosidade apenas ok) e apenas um
fecunda o oócito II, ​este processo de mobilidade é facilitado pelo
muco uterino​.

Se houver fecundação, ​é nas trompas de Falópio que se forma ovo, a


sensivelmente no terço superior da trompa​.

O ​espermatozoide é atraído para o oócito II​ através de uma


substância segregada pelas ​células foliculares que rodeiam o
oócito II​.

O ​oócito​ que foi libertado na ovulação ​é deslocado através dos


cílios existentes no lúmen da trompa​, da c​ontração das suas
paredes​ e de fluidos aí existentes ​(ele não se desloca,
deslocam-no)​.

 
Os ​espermatozoides que conseguem penetrar as células foliculares,
atingem a ​zona pelúcia (zona gelatinosa que protege externamente
oócito) e ​ligam-se a ele por recetores específicos​. - Esta ligação
desencadeia a ​reação acrossómica ​em que se dá a exocitose das
enzimas do acrossoma (que reveste a parte anterior da cabeça do
espermatozoide), ​e estas irão digerir a zona pelúcia​, ​fazendo com
que um espermatozoide atinja a membrana do oócito II e ​possa
ocorrer a fusão dos dois gametas​ (cariogamia).

Esta ​fusão deve-se aos recetores existentes na membrana do


espermatozoide serem reconhecidos na membrana do oócito II, esta
especificidade p​ermite que a fecundação só ocorra em seres da
mesma espécie​.

Nota: ​Muco cervical – muco rico em fibras produzido por glândulas do colo uterino.
Fora do período da ovulação, as fibras do muco formam uma rede de malha apertada,
impedindo a progressão dos espermatozóides. No período da ovulação, o muco é mais
fluido e a rede de fibras menos apertada, permitindo a passagem dos espermatozóides
mais activos.

- As ​membranas dos dois gametas fundem-se​, o núcleo do


espermatozoide entra no oócito e o flagelo acaba a sua função
e degenera.
- Logo após a ​fusão o oócito reinicia a Meiose II e ​conclui a
meiose​, dá-se a formação de duas células, um óvulo e uma
célula mais pequena (menos citoplasma), segundo glóbulo
polar, que acabará por degenerar.
- A ​membrana do óvulo torna-se impermeável a outros
espermatozoides que acabam por morrer.
- O ​núcleo haploide do óvulo e o núcleo do espermatozoide
recebem, prospectivamente, os ​nomes pronúcleo feminino e
pronúcleo masculino ( a formação do pronúcleo masculino dá-se
a partir da descondensação do núcleo do espermatozoide ) ​, a
fusão dos núcleos forma um núcleo diploide ao centro do ​óvulo
com 23 pares de cromossomas homólogos e a nova célula é o
ZIGOTO.
- Através de mitoses sucessivas dá-se a multiplicação de
células ​e dá-se início à fase embrionária​.
Esta interacção das membranas dos gâmetas tem várias
consequências, como:

- Alteração da zona pelúcida, que se torna resistente à


penetração de outros espermatozóides;
- Incorporação progressiva do espermatozóide no oócito II;
- Finalização da 2a divisão da meiose do oócito II, que passa a
óvulo, com formação do pronúcleo feminino e do 2º glóbulo
polar;
- Formação do pronúcleo masculino a partir da descondensação do
núcleo do espermatozóide;
- Migração dos dois pronúcleos para o centro do oócito II;
- Ocorrência da fecundação.

Com a união desses núcleos temos a formação da célula-ovo ou


zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.

Na fecundação, o espermatozoide fornece para o zigoto o núcleo e o


centríolo. As mitocôndrias dos espermatozoides desintegram-se no
citoplasma do óvulo. Assim, todas as mitocôndrias do corpo do novo
indivíduo são de origem materna.

Muitas doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial são


transmitidas diretamente das mães para seus descendentes. A
análise do DNA mitocondrial tem sido usada em testes de
maternidade para verificar quem é a mãe de uma criança.

Desenvolvimento Embrionário
​  
Processos biológicos fundamentais do desenvolvimento
embrionário:

- Segmentação ou crescimento;
- Morfogénese ou gastrulação;
- Diferenciação celular;

Nota: estes processos não são sequenciais!


Segmentação/Crescimento:

- O ​ovo​, algumas horas após a sua formação, inicia um


processo de multiplicação celular onde sofre sucessivas
divisões mitóticas.
- As primeiras divisões originam uma esfera compacta de
células, a Mórula. Posteriormente, ​surge uma cavidade no
interior e forma-se uma esfera oca, o Blastocisto​ - cada
célula que o rodeia é um Blastómero, a cavidade é o
Bastocélio e a camada de células que o rodeia é o
Trofoblasto​.
- Nesta etapa, todas as células do embrião são
pluripotentes.
- ​Sete dias após a fecundação o Blastocisto implanta-se
no útero – é a ​Nidação.
- O ​Blastocisto​ produz uma hormona, a Gonadotrofina
Coriónica Humana (HCG)​ que impede a degeneração do corpo
amarelo e a consequente expulsão do endométrio.
Morfogénese:

As células do Blastocisto​ rearranjam-se e formam a Gástrula,


que é um embrião com 3 Camadas Germinativas: endoderme
(origina o revestimento do tubo digestivo, o fígado, o
pâncreas e os pulmões), ectoderme (origina sistema nervoso) e
epiderme (origina pele e órgãos dos sentidos), a mesoderme
desenvolve-se no esqueleto, músculos, sistema circulatório e
reprodutor.

Diferenciação Celular:

As interações entre as células embrionárias induzem alterações


nas expressões dos genes em diversos sentidos – indução
embrionária.
Logo…

O ​embrião implanta-se nas paredes do endométrio (NIDAÇÃO) de onde


vai receber nutrientes​, nesta fase.

Este processo é delicado pois o embrião tem de ter atingido um


determinado desenvolvimento e as paredes do endométrio tem de
estar preparado para o receber​.

Continua o desenvolvimento do embrião e por processos complexos o


blastocisto forma anexos embrionários e vai começar a migrar e
constituir três camadas que por sua vez, irão dar, por
diferenciação celular, origem a diferentes estruturas: a
endoderme, camada mais interna; a mesoderme, camada intermédia e
ectoderme, camada mais externa.

A ​Ectoderme originará o sistema nervoso, órgãos dos sentidos e


epiderme.

Blastocisto implantado no endométrio

A ​mesoderme irá constituir o esqueleto, músculos, sistema


reprodutor, sistema excretor e sistema circulatório.

A ​endoderme irá formar o sistema respiratório, o fígado e pâncreas


e a ainda o revestimento do tubo digestivo.
Anexos Embrionários 

Os anexos embrionários são importantes no desenvolvimento do


embrião mas não fazem parte dele e irão persistir até ao
nascimento e são eles o âmnio, o córion, o saco vitelino, o
alantoide e a placenta.

O ​saco vitelino e o alantoide não têm significado no


desenvolvimento dos mamíferos, e irão no saco vitelino, originar
as primeiras células sanguíneas e primeiras células germinativas
de gametas e o alantoide (localizado no cordão umbilical)
originará parte da bexiga do embrião.

O ​âmnio ​vai envolver o embrião criando uma cavidade que ficará


cheia de líquido amniótico que tem como função proteger o embrião
dos choques térmicos e mecânicos.

A ​placenta tem forma discoide e é seletiva, deixando passar o


oxigénio, nutrientes e anticorpos para o feto e deixar passar o
dióxido de carbono, excreções e produtos metabólicos para a mãe. O
sangue materno e do feto não contactam diretamente existindo uma
barreira de células a separar e a placenta comunica com o embrião
através do cordão umbilical.

O ​córion formado a partir do trofoblasto é a porção embrionária da


placenta.

 
O primeiro trimestre de gestação é onde ocorrem as modificações
mais significativas e onde ocorrem três processos: ​crescimento
(devido a sucessivas divisões mitóticas), morfogénese (organização
dos tecidos que se diferenciam em estruturas especificas,
consequência de divisões mitóticas desiguais em que algumas
células têm ciclos de divisão mais rápidos) e diferenciação
(especialização das células)​.

Findas as 8 semanas de gestação, a grande maioria dos órgãos está


esboçada e na sua posição final. O embrião já se aparenta com uma
pessoa e passa a designar-se por feto.

O feto passa agora, no ​segundo trimestre​, por uma série de


transformações que levam à maturação dos órgãos e ao crescimento e
proporções do corpo.

Às 14 semanas o feto já tem 16 cm de comprimento, com 20 semanas


tem cerca de 26 cm e pesa cerca de meio quilo. Com o
desenvolvimento do sistema nervoso o feto manifesta comportamentos
e a mãe já sente os movimentos do feto. Os olhos abrem e os dentes
estão já me formação.

No ​último trimestre que decorre entre as 26 semanas e as cerca de


40 semanas, o feto aumenta de peso e de tamanho.

Os aparelhos circulatório e respiratório começam a adaptar-se para


a vida no exterior, permitir a respiração autónoma. O feto adquire
a capacidade de regular a temperatura do corpo.

Com o crescimento do feto, o espaço uterino fica totalmente


preenchido e o feto move-se menos.
 

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