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em virtude de incidir sobre todo o património do devedor, considerado universalidade.

Portanto, esta teoria nega a existência de um direito à prestação por se considerar que,
por ser incoercível, o cumprimento da obrigação se apresenta como um acto
absolutamente livre, não sendo o objecto do direito do credor. Portanto, o direito de
crédito consiste na faculdade de executar o património do devedor.
A teoria do crédito como relação entre patrimónios é a concepção mais extrema das
teses realistas, entendendo que o direito de crédito deixou de ser um vínculo pessoal,
transformando-se num vínculo entre patrimónios, sendo as pessoas do credor e do
devedor meros representantes jurídicos dos seus bens. Assim, não é o devedor que
deve ao credor, mas sim o património do devedor que deve ao património do credor.
Nesta tese, o direito de crédito é um direito sobre bens que recai colectivamente em
todo o património do devedor. O sujeito das obrigações seria o património, enquanto
que o homem seria apenas seu mero elemento.
A teoria do crédito como um direito à transmissão dos bens do devedor é uma
concepção que qualifica a obrigação como um processo de aquisição de bens,
colocando o objecto de crédito em bens em vez da prestação. Nesta teoria, a obrigação
tem como fim a aquisição da propriedade, diferindo de um direito real pois na
obrigação haveria um fenómeno de propriedade indirecta, i.e., um direito à aquisição
de bens do devedor.
A teoria do crédito como expectativa da prestação [...]

Características da obrigação

A Doutrina tem vindo a apontar como características da obrigação a


patrimonialidade, a mediação ou colaboração devida, a relatividade e a autonomia.

Por patrimonialidade entende-se a susceptibilidade de a obrigação ser avaliável em


dinheiro tendo, portanto, conteúdo económico. No entanto, a obrigação não necessita
de ter carácter pecuniário, devendo, no entanto, corresponder a um interesse do
credor, digno de protecção legal (art.º 398.º, n.º 2, CC), entendendo Menezes Cordeiro
e MENEZES LEITÃO que apenas não será admissível a constituição de obrigações
que tenham como objecto situações oriundas de outros complexos normativos.
No entanto, afirmando GALVÃO TELLES entenda que a obrigação revestirá
natureza patrimonial na maioria dos casos, sendo, consequentemente, excepcionais os
casos em que tal

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