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Portanto, esta teoria nega a existência de um direito à prestação por se considerar que,
por ser incoercível, o cumprimento da obrigação se apresenta como um acto
absolutamente livre, não sendo o objecto do direito do credor. Portanto, o direito de
crédito consiste na faculdade de executar o património do devedor.
A teoria do crédito como relação entre patrimónios é a concepção mais extrema das
teses realistas, entendendo que o direito de crédito deixou de ser um vínculo pessoal,
transformando-se num vínculo entre patrimónios, sendo as pessoas do credor e do
devedor meros representantes jurídicos dos seus bens. Assim, não é o devedor que
deve ao credor, mas sim o património do devedor que deve ao património do credor.
Nesta tese, o direito de crédito é um direito sobre bens que recai colectivamente em
todo o património do devedor. O sujeito das obrigações seria o património, enquanto
que o homem seria apenas seu mero elemento.
A teoria do crédito como um direito à transmissão dos bens do devedor é uma
concepção que qualifica a obrigação como um processo de aquisição de bens,
colocando o objecto de crédito em bens em vez da prestação. Nesta teoria, a obrigação
tem como fim a aquisição da propriedade, diferindo de um direito real pois na
obrigação haveria um fenómeno de propriedade indirecta, i.e., um direito à aquisição
de bens do devedor.
A teoria do crédito como expectativa da prestação [...]
Características da obrigação