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Nos combates e operações de busca de informações que tomei parte, relato o ocorrido
com alguns comentários adicionais.
Dizem os bandidos, mesmo assim, inconformados com a derrota, que esta demora de
eliminação do foco, foi por incompetência do EB. São fanáticos; a despeito da anistia e
de mais de trinta anos já terem se passado, mantêm o mesmo ódio inicial contra o
Exército particularmente.
Hoje tentam tornar crível uma serie de mentiras, que sugerem aos moradores da área,
com interesses pecuniários, que repetem. Mas contra fatos não há argumentos. O
PCdoB tem por emblema a foice e o martelo, além do próprio nome revelador.
Todos os componentes do grupo militar da guerrilha, encabeçados por
Zé Carlos (André Grabois), foram formados em terrorismo nos países
comunistas. E, mesmo assim, querem convencer que lutavam contra a
"ditadura".
Já estavam em treinamento, muito antes de 64, logicamente para tomar o poder, fosse
qual fosse o regime. Em 1952, Marighela estava na Academia Militar de Pequim,
aprendendo toda sorte de maldade para aplicar contra seu próprio povo. Em 1935, já
tinham tentado comunizar o país, assassinando inúmeros militares enquanto dormiam.
Em 1963, André Grabois foi fazer curso de terrorismo em Cuba, juntamente com outros
componentes do PCdoB.
Pedro Albuquerque, preso pela Polícia em Fortaleza, CE, por vagabundagem (sem
documentos), declarou ter fugido de um campo de treinamento de guerrilha localizado
no Pará, fornecendo o efetivo em pessoal lá existente e alguns nomes.
Foi montada a operação de busca de informações, chefiada pelo Cel Torres e Maj Licio
como comandante da equipe de busca, efetivo de dez homens da Brigada de
Infantaria.
A grande área presumida foi bloqueada por tropa do Exército nos principais pontos da
Trans-Amazônica (Marabá) e Belém-Brasília (Porto Franco/Tocantinópolis) e Araguaína.
A partir de Xambioá, subindo o rio Araguaia até Pará da Lama, antes da primeira
corredeira, um dia inteiro de marcha pela trilha no sentido do Xingu. Partiram de
madrugada, ainda escuro e no final do dia, já noite, chegaram até a casa do último
morador, Sr. Antonio Pereira.
Na madrugada seguinte foi iniciada a marcha até os "paulistas", indo o filho mais novo
do Antonio Pereira como guia.
Cerca do meio-dia, são avistados dois homens sem camisa sentados em tocos, no
pátio de uma grande palhoça, e uma velha, conversando, descansando para o almoço.
Os cachorros da casa começaram a latir e iniciamos a corrida para onde eles estavam.
Conseguiram fugir para a mata, pois havia sido preparado um obstáculo entre a picada
e as casas: eles aproveitaram um leito de rio seco, cheio de troncos que tornaram
pontiagudos, a guisa de abatises, retardando a nossa aproximação.
Estava, assim, descoberta a "grande área" citada por Marighella em seus documentos
apreendidos.
A equipe retornou a Xambioá, tendo sido o relatório transmitido para o CIE/ADF por
fonia via São Paulo pela estação de rádio de uma serraria.
Quando a equipe (4 homens) chegou lá, o grupo da Dina já estava em fuga, avisado
que fora pelos três elementos que fugiram anteriormente. Eram cerca de vinte pessoas.
O cabo Marra e quatro soldados da PM se juntaram à equipe do CIE, pois tinham
marchado a noite toda até lá.
O Geraldo, mesmo algemado e com uma pesada mochila nas costas, tinha disparado
em desabalada carreira pela mata, tentando fugir, quando foram dados três tiros de
advertência. Novamente preso, com a chegada da equipe, se abrigam num mocambo
de palha e o Geraldo tenta explicar que é morador da área e tinha tentado fugir porque
estava assustado com tanta gente armada na mata.
Nada tendo sido achado de anormal em sua mochila, já estava para ser liberado. O
chefe acatou as ponderações dos demais componentes da equipe e do prisioneiro,
mas antes de soltá-lo resolveu fazer pessoalmente uma nova vistoria na mochila, tendo
achado um tubo de alumínio, de pastilhas de remédio, contendo linhas finas de pesca
e anzóis pequenos, típico material de sobrevivência. Ao perguntar alguns detalhes ao
Geraldo, notou que ele estava ficando pálido e assustado. Retirado todo o material de
pesca do tubo, foi avistado no fundo um papel pautado de caderneta. Era a mensagem
do Osvaldão, comandante do grupo B, para o Antonio da Dina, comandante do grupo
C:
"C - Exército na área com efetivo de uma Cia. Aqui tudo bem - B"
Cada vez mais aumentavam as nossas surpresas. Mas era apenas a extremidade sul da
"grande área".
Graças aos militares, foi recolocado no bom caminho, após julgado, tendo cumprido
curto período de prisão. Resta a dúvida se reconhecerá...
Triste notícia veio dias depois. Dois bandidos perseguiram e assassinaram à facadas o
filho do Antonio Pereira, apenas por ele ter nos acompanhado poucas horas na mata.
Destruíram uma família honesta, simples moradores afastados do mundo, no interior
da mata. Tiveram que se mudar para Xambioá e a família foi se deteriorando, acabando,
morrendo de desgosto. Nunca foi dada pelos bandidos uma nota de arrependimento,
um pedido de desculpas à família do Antonio Pereira. Pelo contrário, encobrem o
assassinato frio e perverso. Hoje distorcem a verdade dos fatos, são irrecuperáveis.
Agora, na expectativa de uns trocados, os moradores, eles próprios, distorcem os
fatos à gosto dos inquiridores.
Primeiro, Pedro Albuquerque já tinha dado o "mapa da mina"; não havia motivo para
torturá-lo. Confessou que tentara o suicídio por medo do justiçamento, pois conhecia
bem os companheiros. Ponderei ao Gen Bandeira inclusive que não havia necessidade
dele ir de guia, seria um estorvo, mais um problema. Fez um passeio pela mata, em
quase três dias, completamente solto, livre, cumprimentado por alguns moradores, não
tentou fugir. Nem mesmo durante a noite, quando dormimos nos abrigos do sítio do
Antonio Pereira. Não estabelecemos nem vigilância, pois não acreditávamos no perigo
do "inimigo".
Quanto a Geraldo, talvez a "tortura" a que ele se refere tenha sido a companhia de
gente carrancuda e armada numa remota área desolada da Amazônia, como ele mesmo
alegou para o fato de ter tentado a fuga. Principalmente depois de lida a mensagem
que portava. Não havia motivo, portanto, para torturá-lo. E está vivo até hoje, e muito
vivo...
José Genoíno declarou em entrevista, que durante dois anos pegou em armas, mas
não disse o que fez nesse período. Seus companheiros assassinaram a facadas, a
sangue, frio o jovem João Pereira, de apenas 17 anos de idade, logo que os militares
saíram da área, levando-o como prisioneiro.
Sobre ele, o Deputado Jair Bolsonaro escreveu:
"Retardei minha saída de casa, já que o Telejornal "Bom Dia Brasil" anunciava o nobre
deputado José Genoíno para uma entrevista já gravada. Quando esse espaço caro é
ocupado por políticos, eles são ou governistas ou opositores que no passado eram
conhecidos pelo jargão sindicalista como pelegos.
Não cabe a mim tecer comentários pelo fato de o ilustre petista começar afirmando que
não acreditava em Deus. É um direito dele falar. Tal afirmativa até se mostra como um
ato de coragem, diante de um povo que não acredita em quase nada, a não ser em
Deus.
Genoíno afirma que por dois anos pegou em armas, mas não disse o que fez nesse
período. Desconheço que qualquer homem, "sem porte", tenha feito alguma ação
social com um "trabuco" na mão. Seus colegas, no Vale da Ribeira em 1970,
aprisionaram um jovem tenente da Força Pública de São Paulo, de apenas 22 anos de
idade, de nome Alberto Mendes Júnior, e após mais de três dias de tortura executaram-
no a golpe de paus e coronhadas de fuzil. Era o grupo de Lamarca, herói nacional na
concepção de Genoíno e do seu PT. Antes, alegaram os executores que invocaram o
"tribunal de honra" para decidir a pena de morte por pauladas, pois até aquela data as
execuções eram feitas por armas de fogo.
Esse fato, pouco explorado pela mídia, bem mostra quem eram aqueles que queriam
mudar o regime pela força.
Nosso guerrilheiro em questão foi preso armado com um revólver, no Araguaia, onde
pelo menos 16 militares foram mortos pelo grupo a que Genoíno pertencia e ia se
integrar. Logo, ninguém estava lá para brincadeiras, e cada prisioneiro feito pelo
Exército tinha, como não podia ser diferente, o seu tratamento. Genoíno, em especial,
foi muito dócil desde o princípio. Nenhuma medida, além do diálogo, foi necessária
para que toda a missão fosse por ele revelada e, graças a Deus, tal episódio marcou o
início do fim da guerrilha, pois as informações recebidas foram vitais para o
desmantelamento de aparelhos da esquerda.
O Brasil não pode continuar sendo o único país no qual os derrotados é que passam a
escrever a história, veiculando sua versão mentirosa sobre os fatos.
Nosso compromisso é com o Brasil, sua soberania e sua grandeza, e com o povo, seu
bem-estar e a sua felicidade. Por isso lutamos com todo o rigor. " - Jair Bolsonaro,
Capitão da Reserva do Exército, Deputado Federal pelo Rio de Janeiro.
Área da Guerrilha:
O combate com o grupo militar da guerrilha foi um dos mais importantes, tendo
desmoralizado o movimento do PC do B: eles perderam em um único combate, 4
elementos dos mais qualificados (um deles, o quinto do grupo, entrincheirou-se atrás
de uma árvore e conseguiu fugir em desabalada carreira após cessado o tiroteio, pois
estava sem arma na mão e ninguém atirou nele), todos com cursos na Albânia,
Argélia, China e Cuba, etc. O que fugiu, soubemos depois, era o João Araguaia,
desapareceu na mata.
Foi iniciada a perseguição com o efetivo de um GC, comandado por Oficial do CIE (Maj
Licio), ainda com o Quartel fumegando, dez horas após terem fugido.
Os bandidos, com a carga que levavam, deixavam batida nítida na mata e a velocidade
de marcha era relativamente pequena devido ao peso da carga resultante do saque.
Do nosso lado, um soldado com ferimento na perna, julgado a princípio que tinha
atingido a femural e outro soldado com distúrbios psicológicos (vomitando
seguidamente e aparvalhado).
Se a intenção fosse realmente acabar com eles, de qualquer maneira, o João Araguaia
não teria sido poupado; estava sem arma na mão e ninguém atirou nele.
O mais gritante de tudo, que anula a versão de já chegar atirando, é que seria muito
mais fácil levar prisioneiros marchando algemados pela mata do que transportar
cadáveres em lombo de muares. Inclusive, vivos, continuariam carregando as próprias
cargas que roubaram. Dificilmente o local dos combates, em mata fechada, permitia o
pouso de helicóptero. As informações que poderiam fornecer também eram de suma
importância e foram perdidas, uma vez que o sobrevivente, muito ferido, não estava
em condições de falar na manhã seguinte. Ele apenas deu o nome de cada um
componente e da importância do grupo. Sofreu muito durante a noite e no caminho
tendo chegado muito mal no sítio da Oneide, onde foi medicado e identificado.
O Pedro Albuquerque está vivo, em Recife, só temendo o justiçamento por parte dos
antigos camaradas de aventura.
3- O CASO "SÔNIA"
Após a terceira advertência, como ela continuava, já tendo a arma na mão, foi alvejada
na perna e caiu. Fui rapidamente até ela e, enquanto procurava o revólver, lhe disse
para ficar quieta que iríamos salvá-la.
Não achei o revólver no meio à densa folhagem, já com razoável escuridão na mata
fechada. Tivemos que ir em perseguição ao restante do grupo de subversivos, que
fugiu, atravessando um córrego e atirando em nossa direção.
Como anoitecia - a mata já ficando bem escura -, voltamos; atravessar o córrego seria
expor-se muito ao inimigo.
Levei dois tiros, um no rosto e outro na mão; o Cap Curió que vinha atrás de mim, foi
atingido no braço.
No grupo de subversivos estava um garoto, morador da região, que relatou depois que
eles tinham preparado uma emboscada, uma vez que estando eu sendo carregado
numa rede armada entre um pau nos ombros de dois soldados, que passaram os fuzis
para outros. Essas armas ficavam batendo uma contra a outra a tiracolo, o que fazia
um barulho nítido de metal contra metal.
Este mesmo garoto declarou muitos anos depois que esteve no local 4 meses após o
incidente e viu os ossos ainda lá. A mulher do morador Tota, Margarida Pereira Felix,
declarou que o irmão, João dos Reis, esteve no local seis meses depois e viu os
restos mortais da Sonia espalhados onde tombou. Uma comissão séria que quisesse
localizar restos mortais já deveria ter ido lá. E por que nunca foi? Por que a Sonia era
pobre ou porque não interessa aos seus reais objetivos?
Pouco antes do local da emboscada, foi feita uma parada para descanso da equipe,
reinando silêncio na mata, já noite alta, tendo eles interpretado como se tivéssemos
pressentido a emboscada, fugiram.
Teria sido uma dura experiência, para nós, devido à total surpresa.
Fui levado para a vila de São José, de lá para Marabá e, em seguida, para Belém, onde
permaneci vinte dias para me recuperar, principalmente, da perda de sangue.
Depois, fui evacuado para Brasília, operado no Hospital das Forças Armadas para
retirada do projétil. Operação delicada, pois o projétil estava alojado no pescoço,
próximo à coluna e eu poderia ficar paraplégico. Após um mês, fui submetido a uma
pequena cirurgia corretiva na feia cicatriz do rosto.
A história de uma nação não pode ser escrita sob o calor dos conflitos ou das
emoções dos fatos ou por revanchistas circunstanciais. Por esse motivo, indignado e
surpreso, acompanho o noticiário da mídia a respeito da busca, na região do Araguaia,
com apoio governamental, de restos mortais de maus brasileiros, notórios
antidemocratas de tempos passados, hoje tidos como heróis da "luta contra a ditadura
militar", embora, na verdade, se trate de guerrilheiros que escolheram o local e os
meios, por eles considerados adequados, para a conquista do poder pela luta armada,
seguidores que eram dos ideais comunistas personificados nos seus famigerados
modelos e guias, Karl Marx, Lênin, Mão Tse Tung, Fidel Castro e "Che" Guevara. É
oportuno lembrar, para exemplificar, que este último preconizava: "É preciso ter o
ódio como fator de luta, o inquebrantável ódio ao inimigo, o ódio que eleva o homem
acima dos seus limites naturais e o transforma numa fria máquina de matar, eficaz,
brutal e seletiva...". Não era, pois, o governo militar, conseqüência de anseios de um
povo que se mobilizou contra os descaminhos da democracia trilhados pelos
dirigentes de então, a verdadeira causa da decantada GUERRILHA DO ARAGUAIA.
Não contavam, também, com o Pedro Albuquerque, um dos seus, o qual, desiludido,
fugiu de um campo de treinamento de guerrilha localizado no Pará e, preso pela
polícia em Fortaleza, Ceará, por vagabundagem, denunciou a existência dos seus
companheiros e indicou a sua localização. A partir da gravidade dos fatos revelados, o
Exército montou eficaz operação de busca de informações, logrando a localização dos
grupos existentes e dispersos e expressiva quantidade de documentos e manuais de
treinamento militar, livros de doutrinação comunista, uniformes abundantes,
armamento, munição, meios de comunicação, instrumentos cirúrgicos e grande
estoque de alimentos.
HERÓIS DE FATO
O Grupo Terrorismo Nunca Mais, com muita freqüência, vem se contrapondo a
jornalistas "investigativos" e a paladinos de direitos humanos de uma só direção
ideológica. Desse modo, e no legítimo cumprimento das suas prescrições estatutárias,
o TERNUMA pauta-se por apontar os exageros de alguns, o exibicionismo de outros -
sedentos de cifrões e da ribalta - e do facciosismo de rancorosos especialistas em
falsear a verdade.
Esse tipo de escrevinhadores chega até ao desplante de utilizar-se de jornais que lhe
dão emprego, para promover, em proveito pessoal, a "lixeratura" que pretendem
lançar no mercado, a título de pesquisa "séria", para auferir pecúnia com a farsa e a
ridicularia.
A inversão de valores vem sendo a tônica do trabalho dessa cepa tendenciosa. Assim,
no episódio da Guerrilha do Araguaia o Exército Brasileiro é enxovalhado como se
fosse um bando de malfeitores a dar combate cruel e criminoso a heróis guerrilheiros,
que lutavam contra uma feroz ditadura militar. Dos fanáticos do PC do B, encobrem a
verdadeira motivação, que era simplesmente a de implantar a "guerra popular
prolongada", com o objetivo de tornar o Brasil mais um satélite do bloco comunista.
SOBRE O AUTOR
Em 1950, prestou exames para a Escola Militar de Resende, onde foi incluído em
março do mesmo ano, sendo declarado Aspirante a Oficial da Arma de Artilharia em
Novembro de 1952, turma Barão do Rio Branco da AMAN.
Em 1968, foi nomeado para o Gab MinEx / CIE / ADF, onde permaneceu até 1974.
Foi agraciado com a Medalha do Pacificador com Palma, em 13/Out/72.
Posteriormente, em 1973, foi ferido em ação.
Até 1985 trabalhou em várias firmas, inclusive no exterior. Daí em diante, dedicou-se
ao magistério e atividades de informática.
Casou-se em 1956, quando Capitão. É pai de três filhos, casados e tem 8 netos.