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1 Funções vetoriais 1
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Curvas parametrizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2.1 Parametrização de uma reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.2 Parametrização de uma circunferência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.3 Parametrização de uma elipse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.4 Parametrização de uma hélice circular. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.5 Parametrização de uma ciclóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.6 Parametrização de uma hipociclóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.7 Parametrização de outras curvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3 Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3.1 Interpretação fı́sica da derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 Comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 Integrais curvilı́neas 25
3.1 Revisão de integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2 Integrais de Linha de Campos Escalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2.1 Cálculo da Integral de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.2 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.3 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3 Integrais de Linha de Campos Vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.4 Integrais Curvilı́neas Independentes do Caminho de Integração . . . . . . . . . . . . . 30
3.5 Teorema de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4 Integrais de Superfı́cie 34
4.1 Representação de uma Superfı́cie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2 Equações Paramétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2.1 Parametrização da Esfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2.2 Parametrização de um cilindro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.2.3 Parametrização de um cone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.4 Parametrização de um parabolóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.5 Superfı́cies Suaves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3 Integral de Superfı́cie de um Campo Escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.4 Integral de Superfı́cie de um Campo Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.5 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.6 Teorema da Divergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Referências 45
Capı́tulo 1
Funções vetoriais
1.1 Introdução
Definição FUNÇÃO VETORIAL Chamamos de função vetorial de uma variável real t, definida
em um intervalo I, a função que a cada t ∈ I associa um vetor f~ do espaço. Denotamos:
f~ = f~(t)
Definição CURVA Dada uma função vetorial contı́nua f ~(t) = f1 (t)~i + f2 (t)~j + f3 (t)~k, t ∈ I,
chamamos curva o lugar geométrico dos pontos P do espaço que têm vetor posição f ~(t).
Se f ~(t) é o vetor posição de uma partı́cula em movimento, a curva C coincide com a trajetória da
partı́cula.
1
2 Capı́tulo 1. Funções vetoriais
Exemplo 1.1 Descrever a trajetória L de um ponto móvel P, cujo deslocamento é expresso por
x = x(t)
y = y(t)
z = z(t)
Essas equações são chamadas equações paramétricas de uma curva e t é chamado parâmetro.
Dadas as equações paramétricas de uma curva, podemos obter uma equação vetorial para ela. Basta
~ de cada ponto da curva. As componentes de r(t)
considerar o vetor posição r(t) ~ são precisamente as
coordenadas do ponto.
Escrevemos:
Observemos que, se as funções x = x(t), y = y(t) e z = z(t) são funções constantes, a curva
degenera-se em um ponto.
• Reta no R2
x=t
y = at + b
Exemplo 1.3 Parametrizar a reta do R2 que passa pelos pontos A(2, 3) e B(−1, 0).
• Reta no R3
A equação vetorial de uma reta qualquer, no espaço, pode ser dada por
~ = t~v
AP
P = A + t~v
sendo que a reta passa pelo ponto A, tem direção do vetor ~v e t um parâmetro real.
4 Capı́tulo 1. Funções vetoriais
x(t) = x1 + t · a
y(t) = y1 + t · b
z(t) = z1 + t · c
Exemplo 1.4 Determinar uma representação paramétrica da reta que passa pelo ponto A(2, 1, −1)
na direção do vetor ~b = 2~i − 3~j + ~k.
Exemplo 1.5 Determinar uma representação paramétrica da reta que passa pelo ponto A(2, 0, 1) e
B(−1, 1/2, 0).
Na figura abaixo, visualizamos o parâmetro t, 0 ≤ t ≤ 2π, que representa o ângulo formado pelo
eixo positivo dos x e o vetor posição de cada ponto da curva.
y(t) = a sin t
Quando a circunferência não está centrada na origem, a equação vetorial é dada por:
Uma equação vetorial da elipse, no plano xy, com centro na origem e eixos nas direções de x e y é
Se a elipe estiver centrada em (x0 , y0 ) e seus eixos forem paralelos aos eixos coordenados sua
equação vetorial é
Exemplo 1.8 Escrever uma equação vetorial da elipse 9x2 + 4y 2 = 36, no plano xy.
Enrolemos à volta da superfı́cie um triângulo retângulo flexı́vel ABC de modo que A seja o ponto
(a, 0, 0) e que o lado AB se enrole sobre a seção do cilindro no plano xy. A hipotenusa AC determina,
então, sobre a superfı́cie cilı́ndrica, uma curva chamada hélice circular.
Para parametrizar a hélice, consideremos um ponto P (x, y, z) da hélice cuja projeção no plano xy
é Q. O ponto P se originou do correspondente ponto M sobre a hipotenusa AC. A projeção de M é N
e obviamente P Q = M N . Temos ainda, AN = AQ = at.
Dessa forma, escrevemos
x(t) = a cos t
y(t) = a sin t
Sua forma lembra um parafuso de rosca à direita quando m > 0 e e um parafuso de rosca à
esquerda quando m < 0.
• A polarização de uma onda de luz é determinada pela curva descrita pelo movimento da extre-
midade do vetor “elétrico”; se omovimento é ao longo de uma hélice circular reta a luz é dita
circularmente polarizada.
Uma hipociclóide é a curva descrita pelo movimento de um ponto fixo P, de um cı́rculo de raio b,
que gira dentro de um cı́rculo de raio a, a > b.
(a − b)
x(t) = (a − b) cos t + b cos t
b
(a − b)
y(t) = (a − b) sin t − b sin t
b
A seguir, encontraremos uma representação paramétrica para algumas curvas dadas como inter-
secção de duas superfı́cies.
Exemplo 1.12 Representar parametricamente a curva dada pela intersecção das superfı́cies x + y = 2
e x2 + y 2 + z 2 = 2(x + y)
1. f~(t) = t ~i + t ~j − (t2 − 4) ~k
2. ~g (t) = t2 ~i + t2 ~j + 3~k
1.3 Derivada
Definição DERIVADA DE FUNÇÃO VETORIAL Seja f~(t) uma função vetorial. Sua derivada
é uma função vetorial f~0 (t), definida por:
Geometricamente temos:
Seja f~(t) uma função vetorial derivável em um intervalo I. Quando t percorre I, a extremidade
livre do vetor f~(t) descreve uma curva C no espaço.
• Se f~0 (t) 6= 0, f~0 (t) é um vetor tangente à curva C. Seu sentido é o do movimento da extremidade
livre do vetor f~(t) ao crescer t.
Exemplo 1.15 Dada f~(t) = t ~i + t2 ~j, determinar f~0 (t). Esboçar a curva C descrita por f~ e os vetores
tangentes f~0 (1), f~0 (−1) e f~0 (0)
Exemplo 1.16 Determinar um vetor tangente à curva C, descrita pela equação vetorial ~g (t) = cos t ~i+
sin t ~j + ~k, t ∈ [0, 2π], no ponto P (0, 1, 1).
Consideremos uma partı́cula em movimento no espaço. Suponhamos que, no tempo t, ~r(t) é o vetor
posição da partı́cula com relação a um sistema de coordenadas cartesianas. Ao variar t, a extremidade
livre do vetor ~r(t) descreve a trajetória C da partı́cula.
Portanto, quando ~r(t) for derivável, a velocidade instantânea sa partı́cula é dada por
1 ~
~r(t) = t ~i + j, t ≥ 0
t+1
uma partição qualquer de [a, b], Indicamos por `n o comprimento poligonal de vértices
Então,
n
X
`n = | ~r(ti − ti−1 |=
i=1
Intuitivamente, podemos afirmar que, se o limite de `n quando n → ∞ existe, esse limite define o
comprimento ` do arco AB da curva C, ou seja.
ou
Z bp
`= [x0 (t)]2 + [y 0 (t)]2 + [z 0 (t)]2 dt
a
12 Capı́tulo 1. Funções vetoriais
Exemplo 1.18 Determine o comprimento do segmento de reta determinado pelos pontos A(−1, 2) e
B(2, 4).
Exemplo 1.19 Encontrar o comprimento do arco da curva cuja equação vetorial é ~r(t) = t ~i + t2/3 ~j,
para 1 ≤ t ≤ 4.
Exemplo 1.20 Encontar o comprimento da hélice circular ~r(t) = (cos t, sin t, t) do ponto A(1, 0, 0) a
B(−1, 0, π).
Capı́tulo 2
Exemplo 2.2 Seja D um sólido esférico de raio r cuja temperatura em cada um de seus pontos
é proporcional à distância do ponto até o centro da esfera. Usando um sistema de coordenadas
cartesianas, descrever a função escalar T que define o campo de temperatura em D.
Definição CAMPO VETORIAL Seja D uma região no espaço e seja f~ uma função vetorial defi-
nida em D. Então, a cada ponto P ∈ D, f~ associa um único vetor f~(P ). A região D, juntamente com
os correspondentes vetores f~(P ), constitui um campo vetorial.
Exemplo 2.3 Seja um fluido percorrendo um encanamento com fluxo constante. Se associamos a
cada ponto a velocidade do fluido nesse ponto, obtemos um campo de vetores F de velocidades do
fluido.
Exemplo 2.4 Seja D a atmosfera terrestre. A cada ponto P ∈ D associamos o vetor ~v (P ) que
representa a velocidade do vento em P. Então ~v define um campo vetorial em D, chamado campo de
velocidade.
13
14 Capı́tulo 2. Derivada Direcional e Campos Gradientes
Exemplo 2.5 Uma superfı́cie metálica é aquecida por um lado de tal modo que perde calor pelo outro;
a forma que flui o calor na placa define um campo de vetores. Como é de esperar, vai das regiões mais
quentes para as mais frias.
Exemplo 2.6 A corrente elétrica de magnitude I fluindo através de um fio induz um campo de vetores
ao redor do fio, chamado campo magnético.
1
F (r, θ) = (−sen(θ), cos(θ)), r>0
r
2.1. Campos escalares e vetoriais 15
O campo F tem direção igual à do vetor tangente ao cı́rculo de raio r centrado na origem:
Observe que kF (r, θ)k → +∞ se r → 0 e kF (r, θ)k → +0 se r → ∞. Este campo de vetores
esta relacionado ao fenomeno da água escoando de um ralo.
Exemplo 2.9 A figura abaixo mostra o esboço de diversos campos vetoriais que ocorrem nas aplica-
ções. Na figura (a) temos um campo de velocidade de um fluido em movimento, em (b) um campo
de força eletrostática, originário de duas cargas de sinais opostos. A figura (c) mostra um campo de
velocidade em um volante em movimento circular uniforme e em (d) vemos o campo de velocidade de
um redemoinho.
16 Capı́tulo 2. Derivada Direcional e Campos Gradientes
∂f
(x)
∂v
e definida por:
∂f f (x + t~v ) − f (x)
(x) = lim ,
∂v t→0 t
se o limite existe.
∂f ~ ∂f ~ ∂f ~
grad f = i+ j+ k.
∂x ∂y ∂z
a) f (x, y, z) = 2(x2 + y 2 ) − z 2 ;
b) g(x, y) = x + ey .
Exemplo 2.14 Em uma esfera metálica de raio 3 cm, a temperatura T (x,y,z) em cada ponto é
proporcional à distância do ponto até a superfı́cie da esfera, sendo 1 o coeficiente de proporcionalidade.
Representar geometricamente o campo gradiente gerado por T (x, y, z).
A temperatura é dada por:
p
T (x, y, z) = 3 − x2 + y 2 + z 2 .
2.3.1 Propriedades
Sejam f e g funções escalares tais que existam grad f e grad g e seja c uma constante. Então:
a) grad (cf ) = c grad f
b) grad (f + g) = grad f + grad g
c) grad(f · g) = f grad g + g grad f
g grad f − f grad g
d) grad ( f/g) =
g2
O gradiente de uma função escalar f (x, y, z) define um campo vetorial denominado campo gradi-
ente.
1
f (x, y, z) = (x2 + y 2 + z 2 ).
2
Consideramos uma função escalar f (x,y,z) e suponhamos que, para cada constante k, em um in-
tervalo I, a equação f (x, y, z) = k representa uma superfı́cie no espaço. Fazendo k tomar todos os
valores, obtemos uma famı́lia de superfı́cies, que são as superfı́cies de nı́vel da função f.
Proposição
Seja f uma função escalar tal que, por um ponto P do espaço, passa numa superfı́cie de nı́vel S de
f. Se grad f 6= 0 em P, então grad f é normal a S em P.
Prova: Seja C uma curva no espaço que passa por P e esteja contida na superfı́cie de nı́vel S de f
Representamos C por
∂f dx ∂f dy ∂f dz d~r
+ + = 0 ou ∇f · = 0.
∂x dt ∂y dt ∂z dt dt
18 Capı́tulo 2. Derivada Direcional e Campos Gradientes
d~r
Como é tangente à curva C em P, segue que ∇f é normal à curva C em P.
dt
√
Exemplo 2.17 Determinar um vetor perpendicular à circunferência x2 + y 2 = 9 no ponto P (2, 5)
Seja ~a o vetor posição do ponto P. Então ~r(s) = x(s)~i + y(s)~j + z(s)~k = ~a + ~bs, onde s ≥ 0 é o
parâmetro comprimento de arco, é uma equação vetorial para a semi-reta C.
∂f
A derivada direcional (P), na direção ~b, em P, é a derivada da função f(x(s), y(s), z(s)) em
∂s
relação a s em P.
Supondo que f (x, y, z) possui derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas e aplicando a regra da
cadeia, temos:
∂f ∂f dx ∂f dy ∂f dz
(P ) = + + (P ). (1)
∂s ∂x ds ∂y ds ∂z ds
Substituindo
dx dy dz
~r’(s) = , , = ~b
ds ds ds
∂f ~ ∂f ~ ∂f ~
e grad f = i+ j+ k em (1) vem
∂x ∂y ∂z
∂f
(P ) = ~b · grad f (P ). (2)
∂s
Exemplo 2.18 Determinar a derivada direcional de f (x, y, z) = 5x2 − 6xy + z, no ponto P (−1, 1, 0),
na direção do vetor ~v = 2~i − 5~j + 2~k.
Proposição Seja f(x,y,z) uma função escalar que possui derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas.
Então, em cada ponto P para o qual ∇f 6= 0, o vetor ∇f aponta na direção em que f cresce mais
rapidamente. O comprimento do vetor ∇f é a taxa máxima de crescimento de f.
∂f
Prova: Como (P) = ~b · ∇f, usando a definição de produto escalar, temos
∂s
2.3. Gradiente de uma função 19
∂f
(P ) = |~b| · |∇f | cos θ,
∂s
onde θ é o ângulo entre os vetores ∇f e ~b.
∂f
(P ) = |∇f | cos θ.
∂s
∂f
O valor máximo de (P) é obtido quando escolhemos θ = 0, isto é, quando escolhemos ~b com
∂s
∂f
Nesse caso, (P ) = |∇f |.
∂s
Assim, o vetor ∇f aponta na direção em que f cresce mais rapidamente e seu comprimento é a
taxa máxima de crescimento de f.
a) Estando no ponto P (1, 1, 2), que direção e sentido devem ser tomados para que a função f cresça
mais rapidamente?
∂f
b) Qual é o valor máximo de (1, 1, 2)?
∂s
Exemplo 2.20 Seja T(x,y,z) = 10 −x2 − y 2 − z 2 uma distribuição de temperatura em uma região
do espaço. Uma partı́cula P1 localizada em P1 (2,3,5) necessita esquentar-se o mais rápido possı́vel.
Outra partı́cula P2 localizada em P2 (0, −1, 0) necessita resfriar-se o mais rápido possı́vel.
Exemplo 2.21 Se
100xy
T (x, y) =
x2 + 4y 2 + 4
é a temperatura em graus Celsius, sobre uma lâmina metálica, x e y medidos em cm, determine a
direção de crescimento máximo de T a partir do ponto (1, 1) e a taxa máxima de crescimento de T ,
nesse ponto.
20 Capı́tulo 2. Derivada Direcional e Campos Gradientes
Exemplo 2.22 eja T (x, y) a temperatura da superfı́cie do oceano de uma determinada região do globo
1 1 1
terrestre. Supondo que T(x,y) é aproximadamente igual a x − x3 − y 2 + .
12 4 2
Exemplo 2.23
1 1
Qual é a taxa de variação da temperatura nos pontos P0 (2, 3) e P1 (4, 1), na direção nordeste √ ,√ ?
2 2
Qual é a taxa máxima de variação da temperatura em P0 ?
Exemplo 3: S
Exemplo 2.24
−x2 +y 2
V (x, y) = 80 − 20xe 20
em volts, x e y em cm.
(a) Determine a taxa de variação do potencial em qualquer direção paralela ao eixo dos x.
(b) Determine a taxa de variação do potencial em qualquer direção paralela ao eixo dos y.
(c) Determine a taxa de variação do potencial na direção do vetor (1, 1).
(d) Qual é a taxa máxima de variação do potencial no ponto (1, 2)?
(e) Em que direção, a partir da origem, o potencial aumenta e diminui?
Exemplo 2.25
Exemplo 5: Uma lâmina metálica está situada no plano xy de modo que a temperatura T =
T (x, y), em graus Celsius, em cada ponto, seja proporcional à distância do ponto à origem. Se a
temperatura no ponto (3, 4) é de 150o C, pede-se:
(a) Ache a taxa de variação de T no ponto (3, 4) na direção (-1, 1).
(b) Em que direções a taxa de variação é zero?
Exemplo
Dado o campo vetorial f~(x,y,z) = 2x4~i + exy~j + xyz~k, calcular div f~.
2.4.1 Propriedades
Sejam f~ = (f1 , f2 , f3 ) e ~g = (g1 , g2 , g3 ) funções vetoriais definidas em um domı́nio D e suponhamos
que div f~ e div ~g existem. Então:
a) div (f~ ± ~g ) = div f~ ± div ~g
b) div (hf~) = h div f~ + grad h · f~, onde h = h(x,y,z) é uma função escalar diferenciável em D.
∂ρ
Reescrevendo a equação (1) na forma = - div ~u,vemos que a divergência de um campo vetorial
∂t
surge como uma medida da taxa de variação da densidade do fluido em um ponto.
Quando a divergência é positiva em um ponto do fluido, a sua densidade está diminuindo com o
tempo. Nesse caso, dizemos que o fluido está se expandindo ou, ainda, que existe uma fonte de fluxo
no ponto.
Quando a divergência é negativa, vale o oposto.
Se a divergência é zero em todos os pontos de uma região, o fluxo de entrada na região é exatamente
equilibrado pelo fluxo de saı́da. O fluxo não é criado nem destruı́do, ou seja, não existe fonte nem
sumidouro na região.
Se ρ = constante, isto é, a densidade não é função das coordenadas x,y,z nem do tempot, dizemos
que o fluido é incompressı́vel. Nesse caso, a equação da continuidade toma a forma div ~v = 0, e o
22 Capı́tulo 2. Derivada Direcional e Campos Gradientes
Exemplo 1: Um fluido escoa em movimento uniforme com velocidade ~v = x~j. Mostrar que todas
as partı́culas se deslocam em linha reta e que o campo de velocidade dado representa um possı́vel
escoamento incompressı́vel.
Exemplo 3: Quando uma função escalar f (x, y, z) tem derivadas de 2a ordem contı́nuas e div
grad f = 0 em um domı́nio, ela é chamada harmônica nesse domı́nio. Verificar se as seguintes funções
são harmônicas:
a) f (x, y, z) = x2 y + ey − z
b)f (x, y, z) = 2xy + yz.
∂ρ
div ~u + =0
∂t
∂ρ
+ grad ρ · ~v + ρ div ~v = 0.
∂t
Definição ROTACIONAL Seja f~(x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k um campo ve-
torial definido em um domı́nio D, com derivadas de 1a ordem contı́nuas em D. Definimos o rotacional
de f~, denotado por rot f~, como:
rot f~ = ∇X f~
Exemplo
Determinar rot f~, sendo f~ = xzy 2~i + xyz~j + 3xy~k.
2.6. Campos Conservativos 23
2.5.1 Propriedades
Sejam f~(x, y, z) = (f1 , f2 , f3 ) e ~g (x, y, z) = (g1 , g2 , g3 ) funções vetoriais definidas em um domı́nio
D com derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas em D. Então:
rot ~v = ~0
Exemplo 1: Um corpo rı́gido gira em torno de um eixo que passa pela origem do sistema de
coordenadas, com vetor velocidade angular w
~ constante. Seja ~v o vetor velocidade em um ponto P do
corpo. Calcular rot ~v .
Podemos dizer que f~ é um campo vetorial conservativo em D e a função u(x, y, z) é chamada de função
potencial de f~ em D.
24 Capı́tulo 2. Derivada Direcional e Campos Gradientes
é um campo conservativo, pois a função u(x, y, z) = 2x2 + 5xyz é diferenciável em R3 e o seu gradiente
é f~. Portanto, u é uma função potencial para f~.
Observações:
(i) A função potencial não é única. Você consegue pensar em outra função u para o exemplo 2.27?
(ii) Este conceito é válido para funções vetoriais de duas, três ou mais variáveis.
Exemplo 2.28 A função vetorial f~ : R2 → R2 definida por f~(x, y) = (2x, 2y) é conservativa. Deter-
mine uma função potencial para f~.
Teorema
Reciprocamente, se U for simplesmente conexo e (1) for verificada, então f~ admite uma função
potencial u = u(x, y, z) em U .
Observamos que (1) pode ser reescrita como
Exemplo 2.29 Usando o teorema, o que podemos afirmar a respeito dos seguintes campos vetoriais
f~ em D?
Integrais curvilı́neas
Nesta seção introduziremos o conceito de integral de linha de um campo escalar. Veremos que ela
constitui uma generalização simples e natural do conceito de integral definida.
De agora em diante, as considerações serão feitas para funções escalares de três variáveis, ou seja,
f : D ⊆ R3 −→ R
(x, y, z) 7−→ f (x, y, z)
Definição INTEGRAL DE LINHA DE CAMPO ESCALAR Seja C uma curva suave, orien-
tada, com ponto inicial A e o ponto terminal B. Seja f (x, y, z) um campo escalar definido em cada
ponto de C. Dividimos a curva C em n pequenos arcos pelos pontos
definida por
25
26 Capı́tulo 3. Integrais curvilı́neas
Z n
X
f (x, y, z)ds = lim f (Qi )∆Si
C max∆Si →0
i=1
Z
Exemplo 2: Calcular (x2 + y 2 − z)ds, onde C é a hélice circular dada por
C
~r(t) = cos t~i + sin t~j + t~k, do ponto P (1, 0, 0) até Q(1, 0, 2π).
Z
Exemplo 3: Calcular xy ds, onde C é a intersecção das superfı́cies x2 + y 2 = 4 e y + z = 8.
C
3.2.2 Propriedades
As propriedades das integrais de linha são análogas às propriedades das integrais definidas.
Nas propriedades que seguem estamos supondo que C é uma curva suave ou suave por partes e
que f (x, y, z) e g(x, y, z) são funções contı́nuas em cada ponto de C.
3.2. Integrais de Linha de Campos Escalares 27
Temos
Z Z
a) kf (x, y, z)ds = k f (x, y, z)ds, onde k é uma constante.
C C
Z Z Z
b) [f (x, y, z) + g(x, y, z)]ds = f (x, y, z)ds + g(x, y, z)ds.
C C C
Z Z Z
f (x, y, z)ds = f (x, y, z)ds + f (x, y, z)ds
C C1 C2
Z Z
d) f (x, y, z)ds = f (x, y, z)ds, onde -C representa a curva C orientada no sentido oposto.
C −C
Z
Exemplo: Calcular 3xy ds, sendo C o triângulo de vértices A(0, 0), B(1, 0), e C(1, 2), no
C
sentido anti-horário.
3.2.3 Aplicações
Vamos supor que sua densidade de massa ρ(x, y, z) seja constante sobre qualquer seção transversal
de áera S. Então o fio pode ser identificado com a curva C.
A função f (x, y, z) = ρ(x, y, z)S é chamada densidade linear de massa ou massa por unidade de
comprimento.
Se o fio é representado pela curva C da figura 9.8 e se a densidade no ponto (x, y, z) é dada por
f (x, y, z), então uma aproximação da massa da parte do fio entre Pi−1 e Pi é dada por
f (Qi )∆Si .
n
X
f (Qi )∆Si .
i=1
Z Z Z
1 1 1
x= x f (x, y, z)ds y= y f (x, y, z)ds z= z f (x, y, z)ds
M C M C M C
Exemplo 1: Calcular a massa de um fio delgado com forma de um semicı́rculo de raio A, consi-
derando que a densidade em um ponto P é diretamente proporcional à sua distância à reta que passa
pelos pontos extremos.
Exemplo 2: Calcular as coordenadas do centro de massa de um fio delgado que tem a forma da
hélice
Momento de Inércia
Cada ponto material em um corpo em rotação tem uma certa quantidade de energia cinética. Um
ponto material P, de massa m, a uma distância r do eixo de rotação, tem uma velocidade v = wr,
1
sendo w a velocidade angular do ponto P. A energia cinética de P é dada por mr2 w2 .
2
Para um corpo composto de massa puntiforme discreta, a energia cinética total é dada por
1
K = (m1 r12 + m2 r22 + ...)w2 (4)
2
3.3. Integrais de Linha de Campos Vetoriais 29
O somatório que aparece em (4) define o momento de inércia do corpo em relação ao eixo de
rotação considerado.
Se o fio delgado tem densidade variável f (x, y, z), fazendo considerações análogas às que foram
feitas na Subseção 9.1.5, concluı́mos que o momento de inércia do fio em relação a um eixo L é dado
por
Z
IL = δ 2 (x, y, z) f (x, y, z)ds, (5)
C
Exemplo
Um arame tem a forma de um semicı́rculo de raio 4. Determinar seu momento de inércia em
relação ao diâmetro que passa pelos extremos do arame, se a densidade no ponto (x, y) é x + y.
Z Z b
f~ · d~r = f~(~r(t)) · ~r 0 (t)dt,
C a
Z
Quando a curva C é suave por partes, definimos f~ · d~r como a soma das integrais sobre cada
C
parte suave de C.
Se o campo f~ tem componentes f1 , f2 , f3 e ~r(t) = (x(t), y(t), z(t)), t ∈ [a, b], a integral curvilı́nea
de f~ ao longo de C pode ser reescrita como
Z Z b
f~ ·d~r = [f1 (x(t), y(t), z(t)) x0 (t)+f2 (x(t), y(t), z(t)) y 0 (t)+f3 (x(t), y(t), z(t)) z 0 (t)]dt. (1)
C a
3.3.1 Propriedades
Anteriormente vimos as propriedades da integral de linha de campo escalar f. As propriedades (a),
(b) e (c) permanecem válidas para a integral de linha de um campo vetorial f~. A propriedade (d) é
substituida por:
Z Z
f~ · ~r = − f~ · d~r.
−C C
Além dessas propriedades, convém destacar a relação existente entre a integral de um campo ve-
torial e a integral de um campo escalar. Temos a seguinte proposição:
Z
Exemplo 1: Calcular (2xdx + yzdy + 3zdz) ao longo da:
C
~v = (−y, x).
ExemploZ
Calcular [sin xdx − 2yzdy − y 2 dz] ao longo de C, de A(0, 2, 0) até B(2, 2, 4), onde C:
C
a) é a parábola z = x2 , y = 2
Teorema
Seja u = u(x, y, z) uma função diferenciável em um domı́nio conexo U ⊂ R3 tal que f~ = ∇u é
contido em U. Então,
Z
f~ · d~r = u(B) − u(A),
C
Exemplo:Z Verificar que o campo vetorial f~ = sin x~i − 2yz~j − y 2~k é um campo conservativo em
R3 . Calcular f~ · d~r ao longo de qualquer caminho C de A(0, 2, 0) até B(2, 2, 4).
C
Teorema
Se f~ = (f1 , f2 , f3 ) é um campo vetorial contido em um domı́nio conexo U ⊂ R3 , são equivalentes
as três afirmações seguintes:
a) f~ é o gradiente de uma função potencial u em U, ou seja, f~ é conservativo em U.
b) A integral de linha de f~ é independente do caminho de integração em U.
c) A integral de linha de f~ ao redor de todo o caminho fechado simples em U é igual a zero.
Z (1,1)
f~ · d~r
(1,0)
Z (1,1)
sendo que a notação significa integral de linha ao longo de qualquer caminho de (1, 0) a (1, 1).
(1,0)
Teorema:
Sejam C uma curva fechada simples, suave por partes, orientada no sentido anti-horário, e R a
região fechada delimitada por C. Se f~ = (f1 , f2 ) é um campo vetorial contı́nuo com derivadas parciais
de 1a ordem contı́nuas em um domı́nio D quem contém R, então:
I Z Z
∂f2 ∂f1
f1 dx + f2 dy = − dxdy
∂x ∂y
C R
3.5. Teorema de Green 33
I
Exemplo 1: Usando o teorema de Green, calcular [y 2 dx + 2x2 dy], sendo C o triângulo de vér-
C
tices (0, 0), (1, 2) e (0, 2), so sentido anti-horário.
I
Exemplo 2: Calcular f~ ·d~r, ao longo da circunferência x2 +(y −1)2 = 1, no sentido anti-horário,
Cp
sendo f~ = (4x2 − 9y, 9xy + y 2 + 1).
Exemplo 3: Área de uma região plana como uma integral curvilı́nea ao longo de seu
contorno
Usando o teorema de Green, podemos expressar a área de uma região R como uma integral curvi-
lı́nea ao longo de seu contorno.
x2 y 2
Calcular a área delimitada pela elipse + = 1.
4 9
Capı́tulo 4
Integrais de Superfı́cie
A maioria dos objetos da natureza são tridimensionais, porém, em muitos casos para estudá-
los, sem perda de generalidade, nós desconsideramos uma caracterı́stica essencial desses objetos: a
dimensão. Por exemplo, uma partı́cula pode ser representada por um ponto (dimensão zero), um
fio de metal por uma curva (dimensão um), uma membrana ou lâmina de metal por uma superfı́cie
(dimensão dois) e um avião por um sólido (dimensão tres).
Neste capı́tulo existem dois tipos de objetos de nosso interesse: os sólidos e as superfı́cies. De forma
intuitiva podemos dizer que os sólidos são os objetos de dimensão 3 em R3 ou, equivalentemente, os
que possuem volume e as superfı́cies são objetos de dimensão 2 em R2 ou, equivalentemente, os que
possuem área, mas tem espessura irrelevante.
Vários conceitos técnicos que serão vistos mais adiante, tem definições rigorosas que estão fora do
contexto destas notas e por isso ficaremos apenas com ideias geométricas.
f (x, y, z) = 0 (1)
Se for possı́vel resolver a equação (1) para uma das variáveis em função das outras, obtemos uma
representação explı́cita de S ou de parte de S.
34
4.2. Equações Paramétricas 35
x2 + y 2 + z 2 = a2
Podemos resolver essa equação, por exemplo, para z em função de x e y, e obtemos duas soluções
dadas por:
p p
z= a2 − x2 − y 2 e z = − a2 − x2 − y 2
Cada uma das equações anteriores constitui uam representação explı́cita de parte da esfera. A
primeira representa o hemisfério superior e a segunda, o hemisfério inferior.
1 1
Exemplo 4.2 A equação x + y + z = a, a > 0, é uma representação implı́cita do plano inclinado
2 3
que corta os eixos coordenados x, y e z nos pontos (a, 0, 0), (0, 2a, 0) e (0, 0, 3a), respectivamente.
x = x(u, v)
y = y(u, v)
z = z(u, v)
sendo que x, y, z são funções contı́nuas das variáveis de u e v, definidas em uma região conexa R
do plano uv, as equações acima são chamadas equações paramétricas de S.
Se denotamos por ~r(u, v) o vetor posição de um ponto qualquer (x(u, v), y(u, v), z(u, v)) da super-
fı́cie, temos
36 Capı́tulo 4. Integrais de Superfı́cie
Dessa forma, a superfı́cie S, parametrizada pelas equações paramétricas, pode ser representada
pela equação vetorial
Substituindo OPo , nas duas últimas equações, obtemos x = a cos v cos u e y = a cos v sin u.
As equações
x = a cos v cos u
y = a cos v sin u
z = a sin v
π π
Fazendo 0 ≤ u ≤ 2π e − ≤ v ≤ , as equações paramétricas descrevem toda a esfera.
2 2
Para obter uma parametrização de uma parte da esfera, devemos determinar os correspondentes
valores de u e v. Por exemplo, uma parametrização do hemisfério superior é dada pelas equações
π
paramétricas, onde 0 ≤ u ≤ 2π e 0 ≤ v ≤ .
2
Observamos que a parametrização da esfera dada pelas equações paramétricas não é única.
Outra parametrização muito usada é dada por
onde 0 ≤ u ≤ 2π e 0 ≤ v ≤ π.
Nessa parametrização, os parâmetros u e v coincidem com os ângulos θ e φ das cordenadas esféricas.
Exemplo 4.4 Obter uma parametrização da parte da esfera x2 + y 2 + z 2 = a2 , que está no 1o octante.
x2 − 2x + y 2 − 4y + 4 + z 2 + 1 = 4.
x = a cos u, y = a sin u e z = v.
√
Exemplo 1: Obter uma parametrização do cone gerado pela semi-reta z = 3y, y ≤ 0 quando
esta gira em torno do eixo positivo dos z.
p
Exemplo 2: Obter uma parametrização do cone z = − x2 + y 2 .
x = u, y = v e z = a2 (u2 + v 2 ).
Observamos que, muitas vezes, as próprias variáveis x e y são usadas como parâmetros.
com 0 ≤ v ≤ 2π e 0 ≤ u ≤ +∞.
Nessa parametrização, os parâmetros u e v coincidem com as coordenadas r e θ das coordenadas
polares.
Dizemos que uma superfı́cies é suave por partes se S pode ser dividida em um número finito de
partes suaves.
Exemplos
c) A superfı́cie de um cubo é uma superfı́cie suave por partes, pois pode ser dividida em seis partes
suaves. Cada parte corresponde a uma face do cubo.
d) A figura (a) mostra esboços de superfı́cies suaves e a figura (b) mostra algumas superfı́cies
suaves por partes.
De certa forma, as integrais de superfı́cie são análogas às integrais curvilı́neas. Definimos as in-
tegrais curvilı́neas usando uma representação paramétrica de uma curva. Definiremos as integrais de
superfı́cie usando uma representação paramétrica da superfı́cie.
Definição
Seja S uma superfı́cie suave, representada por ~r(u, v), (u, v) ∈ R. Seja
Z Z f um campo escalar definido
e limitado sobre S. A integral de superfı́cie de f sobre S, denotada por f dS, é definida pela equação
S
ZZ ZZ
∂~r ∂~
r
f dS = f (~r(u, v)) × du dv
∂u ∂v
S R
ZZ
Exemplo 1: Calcular I = (z − x2 + xy 2 − 1)dS, onde S é a superfı́cie
S
Definição
Sejam S uma superfı́cie suave, representada por ~r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k, (u, v) ∈ R,
e ~n = ~n(u, v) um vetor unitário, normal ~
Z Za S. Seja f um campo vetorial definido sobre S. A integral de
superfı́cie de f~ sobre S, denotada por f~ · ~ndS, é definida pela equação
ZZ Z ZS
∂~r ∂~
r
f~ · ~n dS = f~(~r(u, v)) · ~n(u, v)
× du dv (1)
∂u ∂v
S R
∂~
r ∂~
r
×
~n1 = ∂u ∂v
∂~
r ∂~
r
∂u × ∂v
π π
~r(u, v) = (a cos u cos v, a sin u cos v, a sin v), 0 ≤ u ≤ 2π, − ≤v≤ .
2 2
Se a superfı́cie S é representada por ~r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k, (u, v) ∈ R, o vetor
∂~r ∂~r
× pode ser escrito na forma
∂u ∂v
Assim, se o campo vetorial f~ é dado por f~ = f1~i+f2~j+f3~k, usando a equação (2), podemos escrever
ZZ ZZ ZZ ZZ
∂(y, z) ∂(z, x) ∂(x, y)
f~·~ndS = ± f1 (~r(u, v)) dudv ± f2 (~r(u, v)) dudv ± f3 (~r(u, v)) dudv.
∂(u, v) ∂(u, v) ∂(u, v)
S R R R
Essas integrais lembram a fórmula de mudança de variáveis para integrais duplas e sugerem a
notação tradicional.
ZZ ZZ
f~ · ~ndS = (f1 dydz + f2 dzdx + f3 dxdy).
S S
Teorema
Seja S uma superfı́cie orientável, suave por partes, delimitada por uma curva fechada, simples,
suave por partes, C. Então, se ~g é um campo vetorial contı́nuo, com derivadas parciais de 1a ordem
contı́nuas em um domı́nio que contém S ∪ C, temos
ZZ I
rot ~g · ~ndS = ~g · d~r, (1)
S C
O teorema da divergência expressa uma relação entre uma integral tripla sobre um sólido e uma
integral de superfı́cie sobre a fronteira desse sólido.
Esse teorema também é conhecido como teorema de Gauss e é de grande importância em aplicações
fı́sicas.
44 Capı́tulo 4. Integrais de Superfı́cie
Teorema
Seja T um sólido no espaço, limitado por uma superfı́cie orientável S, Se ~n é a normal unitária
exterior a S e se f~(x, y, z) = f1 (x, y, z)~i + f2 (x, y, z)~j + f3 (x, y, z)~k é uma função vetorial contı́nua que
possui derivadas parciais de 1a ordem contı́nuas em um domı́nio que contém T, então
ZZ ZZZ
~
f · ~n dS = div f~ dV
S T
ou
ZZ ZZZ
∂f1 ∂f2 ∂f3
(f1 dydz + f2 dzdx + f3 dxdy) = + + dxdydz
∂x ∂y ∂z
S T
ZZ
Exemplo: Calcular I = [(2x − z)dydz + x2 dzdx − xz 2 dxdy], onde S é a superfı́cie exterior do
S
cubo limitado pelos planos coordenados e pelos planos x = 1, y = 1 e z = 1.
Referências Bibliográficas
[1] GONÇALVEZ, M. B.; FLEMMING, D. M. Cálculo B. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007.
45