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Universidade do Sul de Catarina – UNISUL

UA: Prática de Estágio no Ensino Médio em Letras

Professora: Marilete Severo

Acadêmica: Thalia Eluar do Nascimento Semestre: 8º Data: 19/09/18

FREITAS, Sirley Leite; COSTA, Michele Gomes Noé; MIRANDA, Flavine de Assis.
Avaliação Educacional: formas de uso na prática pedagógica. In: Meta: Avaliação.
Rio de Janeiro, v. 6, n. 16, p. 85-98, jan./abr. 2014.

O artigo “Avaliação Educacional: formas de uso na prática pedagógica” foi


escrito por Sirley Leite Freitas, Michele Gomes Noé da Costa e Flavine Assis de
Miranda e publicado pela revista Meta: Avaliação em 2014. O trabalho objetiva discutir
sobre abordagens avaliativas, apresentar conceitos referentes aos tipos de avaliação de
acordo com diversos autores e analisar as abordagens de avaliação em seu aspecto
tradicional. Além disso, tem como proposta superar a visão classificatória e punitiva da
avaliação como uma medida para classificação de conhecimento e de exclusão social.

Muito se discute acerca do tema avaliação, sobretudo quando relacionado ao


âmbito escolar. No entanto, conforme as autoras do artigo, o termo ultrapassa o universo
educacional, fazendo parte da condição humana. No que diz respeito à etimologia,
avaliar deriva do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em
estudo LUCKESI, 2002). No caso da avaliação educacional, Freitas, Costa e Noé (2014,
p. 86) apontam como proposta no processo de ensino “avaliar continuamente a
aprendizagem, atribuindo valores em escalas relacionadas aos aspectos quantitativos e
qualitativos”. Sob uma perspectiva mais abrangente, Luckesi (1996, p. 165) sustenta a
ideia de que “avaliar significa identificar impasses e buscar soluções” e é justamente
nesse cenário que surgem os tipos de avaliações, uma vez que existem diferentes
abordagens de acordo com o momento do processo de ensino-aprendizagem.

Bloom e outros autores (1983) classificam a avaliação em três tipos: avaliação


diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somativa. É fundamental que o docente
tenha conhecimento da teoria acerca da avaliação, visto que o diálogo entre teoria e
prática faz com que a eficiência nos processos avaliativos seja maior. Portanto, quando
se fala sobre as possíveis classificações da avaliação, é importante analisar as distinções
entre elas e, especialmente, refletir sobre as maneiras de praticá-las no cotidiano escolar.
A avaliação diagnóstica tem como propósito averiguar se os alunos possuem os
conhecimentos básicos e indispensáveis às novas aprendizagens. A avaliação formativa
é aquela realizada ao longo do curso com o objetivo de verificar se os alunos estão
dominando gradativamente cada etapa proposta. A avaliação somativa, por sua vez, é
aquela realizada ao final do curso e que consiste na identificação da aquisição de
conhecimento dos alunos no que diz respeito às competências necessárias para
desenvolver novas etapas do processo de aprendizagem. Embora seja oportuna a
abordagem dos tipos de avaliação no artigo, é necessário buscar alternativas para não as
usar com o objetivo de classificar o aluno, visto que a “a avaliação é um instrumento de
aprendizagem fundamental para o crescimento pessoal e profissional do indivíduo”
(ZEFERINO, PASSERI, 2007, p.43), isto é, não se restringe somente ao desempenho
escolar.

O artigo também aborda a visão tradicional da avaliação, usada como


instrumento de controle, de medida, de comparação de classificação. No cenário da
educação brasileira, a avaliação tem sido usada muito mais como forma de mensuração
e punição do que como um instrumento de auxílio na transformação no processo de
ensino-aprendizagem. A crítica das autoras é bastante pertinente, uma vez que, quando
se tem como objetivo orientar e transformar, “a avaliação da aprendizagem escolar não
deve servir de instrumento de ordenação ou punição, de segregação, exclusão” (PINHO,
VIDAL, SILVA, p. 309).

Em oposição a concepção tradicional, apresenta-se no artigo a avaliação como


mediadora de aprendizagem. Nesse sentido, a avaliação é vista como um processo que
visa direcionar uma nova ação. Aponta-se que a implantação da avaliação mediadora
exige um esforço em que a reflexão e o diálogo são fatores imprescindíveis. A posição
do professor é de grande importância nessa nova perspectiva, visto que ele tem a chance
de romper com o tradicionalismo ao refletir sobre sua prática pedagógica e buscar meios
de tornar a avaliação um processo contínuo.

Em suma, o artigo apresentou conceitos e abordagens bastante interessantes


sobre a avaliação, provocando a reflexão do leitor acerca do tema. É relevante continuar
pesquisando sobre a avaliação, sobretudo no que tange ao papel do professor e seu
discernimento sobre as abordagens avaliativas na sua prática pedagógica.
Referências:

BLOOM, Benjamim S. et. al. Manual de avaliação formativa e somativa do aprendi
zado escolar. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1983.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola e a questão das


representações sociais. In: Eccos Revista Científica, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 79-88,
2002.

______. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo,


Cortez, 1995.

PINHO, Maria José; VIDAL, Rita de Cássia Castro; SILVA, Bruno Leite. Pressupostos
Epistemológicos da Complexidade: reflexões sobre a avaliação da aprendizagem.
In: Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 10, n. 29, p. 299-317, maio/ago. 2018.

ZEFERINO, Angélica Maria Bicudo. PASSERI, Silvia Maria Riceto Ronchim.


Avaliação da aprendizagem do estudante. Cadernos ABEM, Volume 3, p. 39-43, out.
2007.

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