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Pode-se, então, resumir política pública como o campo do conhecimento que busca, ao mesmo
tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando
necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A
formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos
traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão
resultados ou mudanças no mundo real. (Souza, 2006)
O Estado é peça fundamental do processo e sua política social é fonte importante de sustentação
do desenvolvimento nacional, tendo conexão com todos os fatores do desenvolvimento. (Castro,
2012). E se provocado pela sociedade ele pode fazer políticas públicas para intervir na
desigualdade.
Na ausência de um conceito inequívoco de política social, então, as concepções
adotadas por pesquisadores e formuladores de políticas estão preocupadas tanto
com aspectos teóricos, mas, em muitos casos, também ligadas à prática concreta
das políticas. Grande parte das reflexões sobre a política social varia, por isso,
conjunturalmente e é reflexo das condições e problemas sociais vigentes em cada
país, não significando que a discussão sobre o tema torna-se irrelevante em termos
teóricos.
A bibliografia internacional, por exemplo, em grande medida, vinha concentrando-
se no entendimento e análise da experiência europeia, tendo em vista o elevado
grau de desenvolvimento de suas economias e os avanços, em termos
comparativos, na discussão da consolidação dos direitos sociais e sistemas de
proteção social1.2Ademais, o debate sobre política social mistura-se às diversas
interpretações analíticas da lógica e evolução dos Welfare State2,3porque a política
social é uma ferramenta primordial utilizada pelo Estado para gerar bem-estar
social e as várias formas e possibilidades de implementação dessa ação levam a
diferentes
tipos e/ou padrões de atuação governamental na resolução das questões sociais
( Castro, 2012. 10013)4.
Sugestão de leitura:
Ler o texto complementar: SOUZA, Celina. "Políticas Públicas: uma revisão da literatura".
Presente na bibliografia complementar da UD1 da Disciplina 3.
B) UD 2 – Política Social
1. O que são políticas sociais? Qual sua importância no Brasil?
As políticas sociais são um conjunto de programas e ações do Estado que se concretizam na garantia da
oferta de bens e serviços, nas transferências de renda e regulação de elementos do mercado. Para tanto, a
política social busca realizar dois objetivos conjuntos que são a proteção social e a promoção social para dar
respostas aos direitos sociais67e a outras situações não inclusas nos direitos as quais dizem respeito às
contingências, necessidades e riscos que afetam vários dos componentes das condições de vida da população,
inclusive os relacionados à pobreza e à desigualdade.
Para efeito da análise da política social e suas conexões com o processo de desenvolvimento, será adotado
um conceito organizador da política social como sendo o conjunto de políticas, programas e ações do Estado,
com objetivo de efetuar a proteção e a promoção social em repostas aos direitos sociais e a outras situações
não inclusas nos direitos referentes às contingências, necessidades e riscos que afetam vários dos
componentes das condições de vida da população. Tais programas e ações concretizam-se na garantia da
oferta de bens e serviços, transferências de renda e regulação de elementos do mercado. (Castro, 2006)
A importância das políticas sociais no Brasil é um papel estratégico da política social para o
desenvolvimento do país, mediante a ampliação da justiça social, do favorecimento do
crescimento e da distribuição de renda, reafirmando-se como variável indispensável e estratégica
não apenas para enfrentar situações conjunturais adversas como também criar alicerces da
construção de uma nação econômica e socialmente mais forte e democrática. (Castro, 2006)
A concepção sobre a política social sustenta-se no fato de que ela, em seu estágio mais avançado, se faz
presente mediante complexos esquemas de distribuição renda, produção e provisão de bens e serviços,
distribuição de ativos patrimoniais, aplicando significativas parcelas do Produto Interno Bruto (PIB) além de
regular alguns setores do mercado e empregar expressiva parcela da força de trabalho do país. Em seu
desenrolar, essas políticas afetam a situação social dos indivíduos, famílias e grupos sociais, induzindo
melhorias na qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, dadas suas dimensões, alteram a economia
e a autonomia de um país, o meio ambiente e o próprio patamar de democracia alcançado, tornando-se,
assim, elemento fundamental para o processo de desenvolvimento nacional.
É determinista - assume que é possível predizer O planejamento se dá sob incerteza dura, com
ou tratar como constante o comportamento de variáveis que estão fora do controle do ator que
muitas variáveis que o governo não controla planeja.
Os fracassos dos planos são explicados por O Plano deve considerar essas variáveis como
mudança de variáveis utilizadas durante a não predizíveis, trabalhando com cenários
elaboração. móveis.
Num novo Plano elas voltam a ser tratadas Logo, um plano relativo a cada cenário, para
como constantes. enfrentar as surpresas desse sistema complexo
Para tornar o plano viável
Momento Explicativo
Momento de compreender a realidade identificando os problemas que o ator quer
atuar – corresponde ao foi, é, tende a ser
Por exemplo, o Presidente Lula definiu que uma de suas prioridades era o
combate à fome
Ou seja, ele resolveu enfrentar esse problema. Outros presidentes não
escolheram esse tema para atuar.
Não cessa nunca - a realidade muda e é necessário atualizar permanentemente a
explicação do problema
Momento Normativo
desenhar o Plano num contexto de forte incerteza - corresponde ao deve ser
Feito o Plano, é necessário analisar sua consistência através do exame de 2
aspectos:
eficácia das operações para atingir a situação-objetivo, e
balanço entre os recursos necessários e os disponíveis
Para isso, é necessário analisar as variáveis que afetam o Plano e, para aquelas
que não se controla, construir cenários possíveis de comportamento, construindo
planos de contingência
Momento Estratégico
fazer a análise estratégica do Plano e construir o processo de viabilidade política
para as operações não viáveis, articulando o deve ser com o pode ser
Além de bom desenho normativo do Plano, é necessária uma boa estratégia para
lidar com os outros jogadores e tornar o Plano viável
Críticas
Aumento da concentração da renda – o elevado crescimento e a elevação
substantiva da margem de lucro não foram repassados aos salários, apesar do
crescimento da demanda por mão de obra
Salário mínimo real continuou sua trajetória de queda, caindo mais 15%
Prevaleceu a ideia de que o “bolo” deveria crescer para depois distribuir
Ano Plano
Dez 1979 Delfim I
1981 Delfim II
Fev 1983 Delfim III/FMI
1985 Dornelles
fev 1986 Cruzado I
nov 1986 Cruzado II
jun 1987 Bresser
Jan 1988 “Feijão com Arroz”
Jan1989 Plano Verão
Mar 1990 Collor I
Jan 1991 Collor II
1991-1992 Marcílio
Jun 1994 Plano Real
Com o Plano Real a inflação é controlada, mas com elevado custo para as
contas públicas, além do baixo crescimento, em razão da política de juros
altos
Alterações de 1999 corrigem parte dos problemas :
Deterioração das contas públicas foi contida, com a política de
superávits primários e a elevação da carga tributária
Desequilíbrio das contas externas decorrente da política de âncora
cambial e de câmbio fixo, altera-se positivamente com a desvalorização
cambial e a política de câmbio flutuante
Permanece a política de juros altos e, em consequência, as baixas
taxas de crescimento econômico
Nesse período, prevaleceu a falência do planejamento e um profundo
descrédito quanto ao seu potencial
Ministério do Planejamento foi extinto durante o governo Collor, pois a visão era
de que planejamento do desenvolvimento era ultrapassado; o mercado se
encarregaria de viabilizar o desenvolvimento, com a menor intervenção do
Estado
Com a estabilização, em 1994, ressurge a controvérsia sobre a necessidade
do planejamento do desenvolvimento, agora com um novo modelo, aprovado na
Constituição de 1988, baseado nos planos plurianuais
Instrument
Envio ao Legislativo Aprovação pelo Legislativo
o
30 de agosto do primeiro ano do Final dos trabalhos do Legislativo no
PPA
mandato mesmo ano
D) UD 4 – Orçamento Público
1. Explique como o processo orçamentário pode ser um instrumento de planejamento
governamental
2. Explique as mudanças no Orçamento Público instituídas pela Constituição de 1988.
3. Apresente e explique o que é cada um dos instrumentos da estrutura orçamentária
instituídos pela legislação brasileira (PPA, LDO e LOA).
4. Qual a diferença entre projeto e atividade na peça orçamentária? Explicite cada uma
das categorias e sua articulação nos programas orçamentários.
5. Explique a relação entre política econômica e política orçamentária.