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Impacto da mortalidade infantil na atenção à saúde da criança e da

mulher

● Introdução
Desde 2000, as mortes infantis diminuíram quase a metade e as mortes maternas em mais de um
terço, principalmente devido ao acesso melhorado a serviços de saúde disponíveis e de qualidade.
"Nos países em que se fornecem serviços de saúde seguros, acessíveis e de alta qualidade para
todos, mulheres e bebês sobrevivem e prosperam", disse o Tedros Adhanom Ghebreyesus,
diretor-geral da OMS. "Esse é o poder da cobertura universal de saúde"​.
A mortalidade infantil é destacada historicamente como um dos principais problemas sociais. Ao
expressar o estado de saúde da parcela mais vulnerável da população, as crianças menores de um
ano, a taxa de mortalidade infantil é um indicador capaz de refletir as condições de vida e os níveis
de saúde e de desenvolvimento socioeconômico de uma comunidade.
Tendência à queda da taxa de mortalidade infantil vem sendo observada em todo o mundo desde a
década de 1950 e de maneira ainda mais acentuada a partir dos anos 1980.

● Histórico da atenção à saúde da mulher e da criança (Raquel)


A mortalidade infantil é destacada historicamente como um dos principais problemas sociais. Ao
expressar o estado de saúde da parcela mais vulnerável da população, as crianças menores de um
ano, a taxa de mortalidade infantil é um indicador capaz de refletir as condições de vida e os níveis
de saúde e de desenvolvimento socioeconômico de uma comunidade.
Tendência à queda da taxa de mortalidade infantil vem sendo observada em todo o mundo desde a
década de 1950 e de maneira ainda mais acentuada a partir dos anos 1980.
Em 2003, foi elaborado o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007-2023 (PMDI), que é o
plano estratégico de longo prazo para orientar as ações a serem desenvolvidas pelo governo de
Minas. Esse documento define como visão de futuro atingir, em 2023, o melhor resultado de Índice
de Desenvolvimento Humano do país. Para isso, na área da saúde, destaca-se o compromisso de
redução da mortalidade infantil como um dos principais pontos da agenda governamental.25 Foi
nesse cenário que foi criado, ainda em 2003, o Programa de Redução da Mortalidade Infantil e
Materna em Minas Gerais
por meio de uma linha do tempo, apresenta os diversos setores e programas pelos quais foram
desenvolvidas as políticas públicas de atenção à saúde da criança ao longo de 70 anos

- Em 1940, essas atividades foram delegadas ao Departamento Nacional da Criança (DNCr),


criado pelo presidente Getúlio Vargas com a assinatura do Decreto-Lei nº 2.024, de 17 de
fevereiro. O documento estabelecia as orientações para a implantação, nas esferas estadual
e municipal, de serviços públicos e privados de proteção a esses grupos populacionais.O
Departamento tinha como foco: Programa Alimentar, Programa Educativo, Programa de
Formação de Pessoal e Programa de Imunização. Também prestava assistência técnica e
financeira aos estados e municípios e contava com o apoio do Instituto Fernandes Figueira e
do Centro de Orientação Juvenil. Assim, o DNCr coordenou a assistência materno-infantil no
Brasil até o ano de 1969, desenvolvendo atividades dirigidas à infância, à maternidade e à
adolescência, com o objetivo de normatizar o atendimento à dupla mãe-filho e combater a
mortalidade infantil.
- Com a extinção do DNCr, em 1969, foi criada, em 1970, a Coordenação de Proteção
MaternoInfantil (CPMI). Essa coordenação era vinculada à Secretaria de Assistência Médica
e tinha como atribuição planejar, orientar, coordenar, controlar, auxiliar e fi scalizar as
atividades de proteção à maternidade, à infância e à adolescência, conforme Decreto nº
66.623, de 22 de maio de 1970.
- Em 1975, foi criado o Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, cujo propósito era
contribuir para a redução da morbidade e da mortalidade da mulher e da criança. O
programa objetivava concentrar recursos fi nanceiros, preparar a infraestrutura de saúde,
melhorar a qualidade da informação, estimular o aleitamento materno, garantir
suplementação alimentar para a prevenção da desnutrição materna e infantil, ampliar e
melhorar a qualidade das ações dirigidas à mulher durante a gestação, o parto e o puerpério,
e à criança menor de 5 anos. Entre suas diretrizes básicas destacou-se o aumento da
cobertura de atendimento à mulher, à criança e, consequentemente, a melhoria da saúde
materno-infantil. O Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil compreendia seis
subprogramas: Assistência Materna; Assistência à Criança e ao Adolescente; Expansão da
Assistência Materno-Infantil; Suplementação Alimentar por meio do Programa de Nutrição
em Saúde do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (PNS/INAN); Educação para a
Saúde; e Capacitação de Recursos Humanos. Em 1976, a Coordenação de Proteção
Materno-Infantil passou a chamar-se Divisão Nacional de Saúde Materno-Infantil (DINSAMI).
Vinculada à Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde, a DINSAMI se tornou o
órgão responsável, no nível central, pela assistência à mulher, à criança e ao adolescente.
Em 1983, o Ministério da Saúde, por meio da DINSAMI, elaborou o Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher e da Criança (PAISMC).O objetivo era melhorar as condições de
saúde da mulher e da criança, incrementando a cobertura e a capacidade resolutiva da rede
pública de serviços de saúde. No ano seguinte, o PAISMC deu lugar a dois programas
específi cos para a saúde da mulher e da criança, que funcionavam de forma integrada:
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) e Programa de Assistência
Integral à Saúde da Criança (PAISC). Ambos surgiram como resposta do setor saúde aos
agravos mais frequentes desse grande grupo populacional, e seus principais objetivos eram
diminuir a morbimortalidade infantil e materna e alcançar melhores condições de saúde por
meio do aumento da cobertura e da capacidade resolutiva dos serviços, conforme preconiza
a Constituição Federal e o Sistema Único de Saúde (SUS). As principais ações relativas ao
PAISM e PAISC podem assim ser resumidas:
PAISM: assistência pré-natal; prevenção da mortalidade materna; doenças sexualmente
transmissíveis; assistência ao parto e puerpério; planejamento familiar; controle do câncer
ginecológico e mamário; promoção ao parto normal.
PAISC: crescimento e desenvolvimento; controle das diarreias e desidratação; controle das
infecções respiratórias agudas (IRA); prevenção e manejo do recém-nascido de baixo peso;
prevenção de acidentes e intoxicações; assistência ao recém-nascido
- Em 1990, a DINSAMI passou a ser denominada Coordenação de Saúde Materno-Infantil
(CORSAMI), que tinha como competência a normatização da assistência à saúde da mulher
e da criança, em nível nacional, a ser desenvolvida pelas diversas instâncias do Sistema
Único de Saúde (SUS). O objetivo era garantir as condições favoráveis à reprodução sadia e
ao crescimento e desenvolvimento do ser humano. Tal assistência compreendia ações de
caráter promocional, preventivo, recuperador e reabilitador desses grupos. A CORSAMI era
subordinada ao Departamento de Assistência e Promoção à Saúde (DAPS) da Secretaria de
Assistência à Saúde do Ministério, e estavam hierarquicamente ligados a ela dois serviços de
atenção a esses grupos populacionais: Serviços de Assistência à Saúde da Mulher e Serviço
de Assistência à Saúde da Criança.
Em 1996, a CORSAMI foi extinta por meio da Portaria nº 2.179, de 1º de novembro, dando
lugar à Coordenação de Saúde da Mulher e à Coordenação de Saúde da Criança e do
Adolescente, subordinadas à Secretaria Executiva do Ministério da Saúde.
- Em 1998, as coordenações foram substituídas pelas atuais Áreas Técnicas de Saúde da
Mulher, Saúde da Criança e Saúde do Adolescente e do Jovem. Neste mesmo ano, o
Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (INAM) foi extinto, e suas ações
incorporadas pela Área Técnica de Saúde da Criança, que passou a designar-se “Área
Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno (ATSCAM)”. ​O benefício da amamentação
vale por toda a vida. Crianças que mamam têm menos risco de sofrer de doenças respiratórias,
infecções urinárias ou diarréias, problemas que podem levar a internações e até à morte. O bebê
amamentado corretamente terá menos chance de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças
cardiovasculares. Para as mulheres, o ato também traz benefícios, como reduzir o sangramento após o
parto e diminuir a incidência de anemia, de câncer de mama e ovário e também a osteoporose. Até a
década de 70, a mortalidade infantil atingia níveis extremamente elevados em todo o mundo. As causas
principais eram doenças relacionadas ao desmame precoce. Em 1979, a OMS, o Unicef e
representantes de governos e Organizações Não-Governamentais concluíram que a única forma de
reverter esse quadro era estabelecer políticas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno
no mundo inteiro. Em 1981, o Brasil instituiu a Política Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno.

● Dados ao longo dos tempos da mortalidade infantil (Thamiles)

TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL


A taxa mortalidade infantil é um importante indicador da condição de vida
socioeconômica de uma região.
Conceituação
• Número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, em
determinado espaço geográfico, no ano considerado.
• A mortalidade infantil compreende a soma dos óbitos ocorridos nos períodos
neonatal precoce (0-6 dias de vida), neonatal tardio (7-27 dias) e pós-neonatal (28 dias e
mais).
• ele estima o risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro ano de vida.
• As taxas de mortalidade infantil são geralmente classificadas em altas, quando estão
acima de 50 , médias entre 20 e 49 e baixas, quando são menores que 20.
​em função da proximidade ou distância de valores já alcançados em sociedades mais desenvolvidas . Esses parâmetros
devem ser periodicamente ajustados às mudanças verificadas no perfil epidemiológico.
• Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos níveis de
saúde, de desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida. ​Apesar de que taxas reduzidas
também podem encobrir más condições de vida em segmentos sociais específicos.

O CÁLCULO PODE SER FEITO DE FORMA DIRETA OU INDIRETA


No cálculo Direto é feita a divisão do número de óbitos de residentes com menos de um ano
de idade pelo número de nascidos vivos de mães residentes e depois multiplicado por mil.
Esses números são obtidos por meio do SIM, que é o ​Sistema de Informações sobre
Mortalidade e do SINASC- que é o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

O calculo tambem pode ser feito de forma Indireta:


Onde são feitas Estimativas por técnicas demográficas especiais​. Os dados provenientes deste
método têm sido adotados para os estados que apresentam cobertura do Sinasc inferior a 90% ou que não
atingem o valor de 80% de um índice composto, especialmente criado, que combina a cobertura de óbitos
infantis com a regularidade do SIM​3​.

Ministério da Saúde: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações sobre Nascidos
Vivos (Sinasc).
Em 1940, a taxa de mortalidade infantil era de aproximadamente 147,0 óbitos de
crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos, valor que inclusive era
bastante superior ao da mortalidade das crianças entre 1 e 4 anos de idade, 76,7
por mil. A partir de 1940, observaram-se diminuições contínuas nas taxas de
mortalidade de crianças até 5 anos​. Entre 1940 e 2019 a mortalidade infantil
apresentou declínio da ordem de 91,9%. Neste período foram poupadas
aproximadamente 135 vidas de crianças menores de 1 ano para cada mil
nascidas vivas.
No período de 2003 a 2017, houve um declínio relevante na taxa de mortalidade
infantil no Brasil, de 22,5 em 2003 para 13,4 em cada MIL nascidos vivos em 2017.
Houve redução em todas as regiões.

Porém, em 2016 o Brasil registrou aumento na Taxa de mortalidade infantil em


relação à 2015, que voltou a se reduzir de 2016 para 2017. Este repique pode ser
explicado em parte pela redução de nascidos vivos, devido à epidemia de doença
pelo vírus Zika e suas consequências, bem como pelo aumento do número
absoluto de óbitos.

No ano de 2019 a menor taxa de mortalidade infantil foi encontrada aqui no


nosso estado, no Espírito Santo com 7,8 óbitos de crianças menores de 1 ano
para cada 1.000 nascidos vivos. O Estado já está no topo do ranking há alguns
anos. A maior taxa pertenceu ao Estado Amapá, 22,6 por mil, mais que o
dobro da taxa do Espírito Santo e alguns outros estados.

Mesmo os Estados com taxas abaixo de 10 por mil, que são Espírito Santo,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Distrito
Federal, essas taxas estão longe das encontradas nos países mais
desenvolvidos do mundo.

Japão e Finlândia possuem taxas abaixo de 2 obitos por mil


(aproximadamente 1,8 e 1,7 por mil respectivamente, nestes dois países).
Contudo, nossas taxas estão bem abaixo de países da África Ocidental e
Central cujas taxas de mortalidade infantil estão em torno de 90 por mil. Se
compararmos com os países que compõem os BRICS , estamos mais
próximos da China com uma mortalidade infantil de 9,9 por mil. A Rússia
possuía uma taxa de 5,8 por mil, e Índia e África do Sul, com taxas de 32,0 e
27,2 por mil, respectivamente.

CME Info - Child Mortality Estimates​ (imagem)

● Fatores sociais que atuam diretamente com a mortalidade de crianças (Luana)


● O impacto propriamente dito da mortalidade infantil na atenção em saúde (Vinícius)
● Desafios e intervenções.(Daniel)

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452015000400529
https://www.everywomaneverychild.org/wp-content/uploads/2017/10/EWEC_Global_Strateg
y_PT_inside_LogoOK2017_web.pdf
https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49609/CD56-8-pt.pdf?sequence=16&isAllowe
d=y
https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v23n3/0104-1290-sausoc-23-3-0908.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/agenda_compro_crianca.pdf
https://apsredes.org/pdf/sus-30-anos/03.pdf
MORTALIDADEESADEINFANTIL.pdf (​www.gov.br​)
Livreto.indd (unasus.gov.br)

Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Fetal - Mortalidade - Painéis de


Monitoramento - Centrais de Conteúdos - DASNT - SVS/MS (aids.gov.br)

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