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ISSN 2179-9660 REVISTA FAIPE, v. 8, n. 1, p. 85-100, jan./jun.

2018

Relação interdisciplinar entre ortodontia e a


fonoaudiologia

Interdisciplinary relationship between orthodontics and


phonoaudiology
Rafael Ferreira FIGUEIREDO1
Bruna Lorena dos SANTOS2
Ana Paula AGUIAR3
Leonardo Monteiro da SILVA4
Maria de Lourdes Silva CREPALDI5
Adriana Aparecida CREPALDI6
RESUMO
A Fonoaudiologia e a Ortodontia são grandes aliados e se completam em várias
propostas terapêuticas, mais especificamente na Motricidade Oral, nesta área o
Fonoaudiólogo visa sobretudo prevenir, habilitar ou reabilitar as funções
estomatognásticas (mastigação, respiração, deglutição, sucção) visando o equilíbrio
miofuncional. Assim sendo, possuindo a mesma área de atuação, o sistema
estomatognático, ortodontistas e fonoaudiólogos agregam a isso a responsabilidade
de trabalhar em conjunto. As habilidades necessárias para que o profissional esteja
apto, devem ser desenvolvidas desde a vida acadêmica, pois o profissional da saúde
deve ter a consciência e ser capaz de produzir e desenvolver conhecimentos que
tenham por norte os condicionantes biopsicosocioculturais do processo saúde doença
e de promover a comunicação entre pacientes e demais profissionais. Apesar disso,
muitos especialistas em ortodontia possuem dificuldades sobre quais casos
necessitam de intervenção fonoaudiológica e o momento apropriado para a realização
desta. O objetivo deste artigo é analisar a importância da interdisciplinaridade entre
Odontologia e Fonoaudiologia.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Ortodontia. Fonoaudiologia.

ABSTRACT
Speech Therapy and Orthodontics are great allies and are complemented in several
therapeutic proposals, more specifically in Oral Motricity, in this area the Speech
Therapist is mainly aimed at preventing, enabling or rehabilitating the stomatognathic
functions (chewing, breathing, swallowing, sucking) aiming at myofunctional balance.
Thus, having the same area of action, the stomatognathic system, orthodontists and

1 Cirurgião dentista, aluno do curso de Esp. em Ortodontia e Ortopedia Facial, FAIPE. E-mail:
dr_rafaelff@hotmail.com
2 Mestre em Ortodontia, Prof.ª Especialização em Ortodontia, FAIPE. E-mail: brunalorena.ipe@hotmail.com
3 Mestre em Ortodontia, Prof.ª Especialização em Ortodontia, FAIPE. E-mail: paulaaguiarodonto@gmail.com
4 Esp. em Prótese e Endodontia, Prof. Especialização em Prótese Dentária, FAIPE, Prof. Graduação em
Odontologia, UNIVAG. E-mail: leonardomonteirodasilva@hotmail.com
5 Doutora em Educação. E-mail: crepaldi.ml@hotmail.com
6 Mestre em Ortodontia USP-SP. E-mail: adrianacrepald@yahoo.com.br

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speech therapists add to this the responsibility of working together. The skills
necessary for the professional to be able, must be developed since the academic life,
since the health professional must be aware of and be able to produce and develop
knowledge that has as a basis the biopsychosocial and cultural conditioning of the
process health and to promote communication between patients and other
professionals. Despite this, many orthodontic specialists have difficulties about which
cases require speech-language intervention and the appropriate time to perform it. The
aim of this article is to analyze the importance of interdisciplinarity between Dentistry
and Speech Therapy.
Keywords: Interdisciplinarity. Orthodontics and Speech – Language.

INTRODUÇÃO
Toda profissão existe por causa do consumo ou necessidade de uma população, e
todas as profissões estão de certa forma interligadas em uma grande cadeia de
produção, prestação de serviços e consumo. Na atualidade, os profissionais das
diferentes áreas, geralmente não possuem ocupação de forma isolada no mercado.
Seja em cadeias produtivas ou mesmo em relações ocasionais, muitas profissões se
interligam em vários aspectos. Isso porque o paradigma dominante na ciência tem
levado à continua divisão do conhecimento em disciplinas e subdisciplinas. A
proliferação dos conhecimentos, se transformam rapidamente e com frequência se
encontram divididos em áreas isoladas, passando a ser entendida por
“disciplinaridade”, caracterizada pela fragmentação do objeto e pela crescente
especialização do sujeito científico (VILELA; MENDES, 2003).

Com isso, trabalhar em equipe multidisciplinar se tornou de extrema importância e de


necessidade para os profissionais da saúde decorrente de suas limitações em suas
especialidades. No campo da saúde esse fator, é ainda mais evidente e indispensável,
pois a experiência clínica demonstra a cada dia que uma patologia dificilmente tem
origem unifatorial, ou seja, é comum que um paciente necessite consultar e se tratar
com mais de um especialista em saúde para poder se curar de alguma enfermidade
especifica (VILELA; MENDES, 2003).

Por isso que durante a formação acadêmica, os profissionais são incentivados a


trabalhar com a pratica da inter-relação de várias disciplinas e profissionais para o
planejamento de tratamentos de alguns pacientes. Uma disciplina sempre depende
da interação com outras, acontecendo em diferentes níveis, como por exemplo, a

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interdisciplinaridade, que de acordo com (PIAGET, 1973), trata-se do nível em que a


interação entre várias disciplinas ou setores heterogêneos de uma mesma ciência
conduz a interações reais, a uma certa reciprocidade no intercambio levando a um
enriquecimento mútuo.

O trabalho em conjunto, interdisciplinar, de qualidade pode ser aplicado pelos


profissionais, se o conhecimento for compartilhado de forma ética, buscando sempre
os melhores resultados para os pacientes. Essa troca de informações e
conhecimentos aspiram favorecer o crescimento profissional e proporcionar ao
paciente um tratamento melhor assistido. Dessa forma, a atuação multiprofissional,
exclui enfaticamente o modelo individualista, ampliando o trabalho em equipe,
compartilhando o planejamento, a divisão de tarefas, cooperando para que o conjunto
seja capaz de contribuir permanentemente para a sociedade, sobretudo no âmbito da
saúde, onde pressupõe-se que todos os problemas são interdisciplinares (MORITA;
KRIGER, 2004).

No caso da ortodontia, uma grande aliada é a fonoaudiologia, visto que ambas se


completam em várias propostas terapêuticas, buscando sempre o equilíbrio
miofuncional através da prevenção, habilitação ou reabilitação das funções
estomatognástica (mastigação, respiração, deglutição, sucção). Qualquer alteração
nesse sistema pode ocasionar modificações estruturais e funcionais no indivíduo,
como crescimento facial, oclusão e estética. E as alterações dentárias e ósseas
podem interferir significativamente nas funções de mastigar, deglutir, falar e até
mesmo respirar (CARVALHO, 2004).

Por essa razão, sabendo-se que um bom funcionamento com integridade e equilíbrio
do sistema estomatognático é o que se busca para os pacientes, a fonoaudiologia em
conjunto com a ortodontia realiza importantes avaliações e tratamentos
mortofuncionais na intenção de corrigir os desvios das funções do sistema
estomatognático, e promover assim uma melhor qualidade de vida para esses
pacientes (AMARAL et al., 2006).

Assim sendo, esse trabalho será desenvolvido com intuito de ressaltar, através de
pesquisas bibliográficas, a importância do trabalho interdisciplinar na área da saúde,

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com enfoque na associação entre a Ortodontia e Fonoaudiologia para a promoção da


saúde, bem como mostrar a relevância da abordagem interdisciplinar desde a vida
acadêmica para a formação de profissionais mais habilitados e humanizados para o
atendimento integral dos indivíduos, capazes de trabalhar em equipe.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
É importante constar que a saúde, por si só, já é uma área eminentemente
interdisciplinar, e a integração de disciplinas no âmbito da formação dos recursos
humanos para atuar nesse campo, certamente poderá levar à preparação de
profissionais mais comprometidos com a realidade de saúde e com a sua
transformação (VILELA; MENDES, 2003).

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR


Para que o trabalho seja interdisciplinar é necessária uma relação de reciprocidade,
de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente a ser assumida frente ao
problema de conhecimento, isto é, substituir a concepção fragmentaria pela unitária
do ser humano (SAMPAIO et al., 1989).

Demo (1997), defendeu que o trabalho em equipe é a verdadeira interdisciplinaridade,


na qual os conhecimentos sempre especializados buscam a convergência e,
possivelmente, a constituição de uma atividade única, realizada por muitas mãos.
Ressalta-se ainda que nem todo grupo pode ser tomado como interdisciplinar, pois
não é o número de pessoas no conjunto que traz a interdisciplinaridade, mas sua
formação diversificada.

Para Rodrigues (1998), a principal característica do trabalho interdisciplinar, é não ferir


a especificidade das profissões e tampouco seus campos de especialidade, mas sim,
requerer originalidade e diversidade dos conhecimentos. Para o autor, na prática, a
interdisciplinaridade é possibilidade de criar estratégias enriquecedoras para a ação
profissional, produzindo competência que dificilmente o indivíduo sozinho teria.
Ressalta-se, contudo, que nem todos os profissionais possuem a mesma perspectiva
de trabalho, isso porque muitas vezes tiveram formações metodológicas de ensino

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diferentes.

Dentre os vários autores que tem estudado a interdisciplinaridade e a formação


profissional, alguns dão maior ênfase para a análise dessas questões. Carrara (2001),
a exemplo, enfatizou que o ensino superior, atualmente, é composto por duas
naturezas distintas de universidades, a de consumo, configurando a grande maioria
das escolas que se dedicam exclusivamente ao ensino como regra, em nível de
graduação e, excepcionalmente, ministram cursos de extensão e aperfeiçoamento, e
a de produção, constituídas por Centros de Excelência, que estão sempre procurando
desenvolver pesquisas e ministrar cursos de pós graduação, articulando fontes
externas em âmbitos político, econômico e cultural, identificando as necessidades
manifestas pela sociedade. Percebendo-se inclusive que uma das demandas é a
mediação entre as disciplinas e profissões em trabalho de equipe.

Isto é, a interdisciplinaridade pode ser entendida como um trabalho em comum, onde


se consideram a interação das disciplinas cientificas, de conceitos, diretrizes, de sua
metodologia e de seus procedimentos, buscando integrar as profissões de modo a
torna-las comunicativas entre si. Segundo Fazenda (2002), o pensar interdisciplinar
parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional,
pois o diálogo com outras formas de conhecimento pode se complementar. Assim, por
exemplo, aceita-se o conhecimento do senso comum como válido, pois é através do
cotidiano que damos sentido à vida, e o ampliamos através do diálogo com
conhecimento cientifico, tendendo a uma dimensão, ainda que utópica, capaz de
permitir o enriquecimento da inter-relação entre as pessoas e o mundo.

Para Morita e Kriger (2004), o trabalho interdisciplinar garante maior interação entre
os alunos, os professores, além de promover experiência e convívio grupal. A
interdisciplinaridade, utiliza uma metodologia em prol da união escolar em torno do
objetivo comum de formação de indivíduos sociais, apresentando aos acadêmicos
possibilidades diferentes de observar para o mesmo fato.

De toda forma, é certo que o indivíduo não nasce competente, torna-se através do
tempo e das experiências. Isso ocorre por meio da busca do saber, conhecendo novas
teorias, técnicas e as colocando em prática com comprometimento e responsabilidade

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junto ao trabalho. Nesse sentido, a universidade possui um papel de extrema


importância na formação de profissionais comprometidos com o seu trabalho,
priorizando a qualidade do mesmo, tendo a consciência de que, para desenvolve-lo
com êxito, é necessário a participação de uma equipe competente e disposta a
caminhar junta (OLIVEIRA et al., 2005).

Além disso, o trabalho interdisciplinar implica responsabilidade, respeito aos colegas


e suas atitudes. Não é apenas uma metodologia, mas uma filosofia de vida, pois o
profissional realiza seu trabalho voltado para o grupo, buscando aprimoramento e
novas formas de desenvolver suas atividades, de forma que a equipe cresça,
principalmente na qualidade dos serviços oferecidos. Basta ver que a formação da
equipe se faz em torno de um sujeito, ou objetivo, e a interdisciplinaridade deve ser
compreendida como interlocução de várias disciplinas, com o mesmo objetivo, onde
cada uma delas desenvolve seu trabalho de forma competente, para que todos
possam contribuir, garantindo bons resultados dos trabalhos desempenhados pela
equipe e a satisfação daqueles que dele necessita (OLIVEIRA et al., 2005).

Saupe (2006) achou contundente mencionar que interdisciplinaridade é o campo no


qual atuam uma ou mais disciplinas ou ramos do conhecimento. No entanto, o trabalho
interdisciplinar não exige apenas a coincidência de um mesmo objeto de estudo entre
duas disciplinas e sim a integração de conteúdos e procedimentos, com vistas à
formulação de um saber complementar desse objeto de estudo.

É importante ainda conhecer que a globalização, quebra de barreiras, estreitamento


de relações são termos cada mais utilizados para resumir o atual momento de
evolução e desenvolvimento que muitos países estão vivendo. No âmbito acadêmico,
como consequência e extrema necessidade, surgiu uma nova situação: a
interdisciplinaridade, que de acordo com Silva (2008), caracteriza-se por uma atitude
de busca, de inclusão, de acordo e de sintonia diante do conhecimento. Logo, torna-
se explicita ocorrência de uma globalização de conhecimentos para o bem comum de
todos os envolvidos.

Por fim, um trabalho interdisciplinar entre Fonoaudiologia e Ortodontia prescinde de


comunicação entre os profissionais envolvidos, para que seja possível a padronização

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dos registros e contemplação dos objetivos terapêuticos no atendimento aos


pacientes, preferencialmente no mesmo espaço físico (RECH et al., 2015).

A FONOAUDIOLOGIA PARA A ORTODONTIA NA HISTÓRIA


A interação entre a Fonoaudiologia e a Odontologia vem se aperfeiçoando
satisfatoriamente, fundamentada, entre outros aspectos, no interesse partilhado na
saúde e fisiologia do sistema estomatognático. Por ser um sistema interdependente e
desenvolver funções comuns, qualquer alteração em um de seus componentes
acarretara um desarranjo geral. Todavia, não se justifica que os fonoaudiólogos
conheçam apenas as estruturas ativas, da mesma forma que o dentista conheça
apenas as estruturas passivas (CAMPOS et al., 2002).

A atuação entre o ortodontista e o fonoaudiólogo no tempo, está intimamente


relacionada, pois a intervenção de um intercede e depende do trabalho do outro.
Dessa maneira, estes profissionais buscam constantemente um atendimento
globalizado, eficiente e adequado, com intuito de proporcionar uma melhor qualidade
de vida ao paciente. Inclusive, muitos dentistas se dizem convencidos de que não
existe um resultado satisfatório em um tratamento ortodôntico, sem que haja um
trabalho associado com a fonoaudiologia, principalmente quando existe uma alteração
miofuncional (CAVASSANI et al., 2003).

Coutinho et al. (2003) questionou uma equipe de cirurgiões dentistas, e constatou em


sua pesquisa, que 75% dos entrevistados tinham a cultura de encaminhar seus
pacientes para o tratamento fonoaudiológico. Estes profissionais consideram que os
casos onde a avaliação fonoaudiológica é importante são a alteração na articulação
dos sons, a deglutição atípica e a respiração bucal.

Nos tratamentos ortodônticos e ortopédicos nos quais é necessário o


restabelecimento do equilíbrio da musculatura orofacial, o auxílio do fonoaudiólogo
também é substancial de acordo com (MARCHESAN; SANVERINO, 2004), uma vez
que forma e função estão intimamente correlacionadas. Estudos realizado por esses
autores, apontaram que a postura da língua é uma das principais causas da ocorrência
de recidivas orais. Ou seja, se o paciente após o término do tratamento

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ortodôntico/ortopédico não for capaz de corrigir a respiração oral, as chances de


reincidência serão grandes. A vista disto alertam que antes do início de qualquer
intervenção, o dentista deve prevenir o paciente sobre a necessidade de tratar a
respiração oral com médicos e fonoaudiólogos, para obter resultados estáveis.

Ainda assim, Amaral et al. (2006), após muito estudar sobre a inter-relação entre a
odontologia e a fonoaudiologia na motricidade orofacial, chegaram à conclusão de que
ainda falta conhecimento por parte dos cirurgiões-dentistas sobre quais casos
necessitam de intervenção fonoaudiológica e o momento apropriado para a realização
da mesma.

De todo modo, não há como dissociar forma e função, pois a inter-relação existente
entre as más oclusões e distúrbios oromiofuncionais pode ser causa ou consequência
uma da outra. Esse é considerado o ponto sobre o qual fonoaudiólogos e ortodontistas
devem pensar, a dificuldade em separar forma e função. Logo, torna-se impossível
isolar esses tratamentos, os quais devem caminhar juntos para a melhora global do
paciente. As alterações da forma e função promovem consequências de diversas
ordens, que acarretam prejuízos para o ser humano e geram a necessidade de um
diagnóstico e de um tratamento multidisciplinar (FILHO et al., 2006).

Sabe-se, contudo, que o ponto de encontro entre a odontologia e a fonoaudiologia é


a cavidade oral, onde encontra-se órgãos que intervém em diferentes funções, que
por sua vez mudam e amadurecem com o desenvolvimento do indivíduo. O trabalho
com motricidade oral atua nas desordens miofuncionais para a obtenção de uma
maior harmonia e restabelecimento das funções orofaciais. Na ortodontia, a duração
da força é um fator mais importante que a intensidade. Pressões suaves e continuas
são mais eficientes na mobilização dos dentes que forças intensas e breves. Dessa
forma, a força da língua e dos lábios é um fator que atua na oclusão dental. A
fonoaudiologia trabalha a função e a ortodontia a forma, em conjunto realizam um
trabalho miofuncional de adequar os órgãos fonoarticulatórios e funções
neurovegetativas (SOUZA, 2007).

Constata-se, contudo, que nos dias de hoje, a atuação interdisciplinar é extremamente


importante para incluir os profissionais da saúde as diferentes áreas de atuação e que

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estejam integrados no propósito de beneficiar o paciente. A primeira vista pode não


parecer muito óbvio, mas fonoaudiologia e odontologia, em conjunto, são áreas muito
importante para os cuidados com os dentes e com a linguagem verbal. Isso porque,
enquanto a ciência busca o restabelecimento das funções da fala, respiração,
mastigação e deglutição, a fonoaudiologia dispõe de técnicas que auxiliam o trabalho
da ortodontia. Isto posto, esses dois campos de conhecimento tendem a se ajudar
mutuamente quando o dentista ou o fonoaudiólogo é capaz de identificar as
necessidades do seu paciente no que se refere ao tratamento dessas duas áreas
juntamente (VARANDAS et al., 2008).

No Brasil, a profissão de fonoaudiologia, foi regulamentada em 1981, porém ainda


hoje necessita de maiores estudos, para de fato ser difundida e reconhecida como
parte da Equipe de Saúde não só pelos profissionais atuais, mas também pela
população. Em sua atuação, o fonoaudiólogo preocupa-se com o equilíbrio dos órgãos
fonoarticulatórios, das funções estomatognásticas, bem como da musculatura
associada, que constitui um sistema miofuncional (BARRETO; BARBOSA; FRIZZO,
2010).

Sabe-se ainda que o sistema estomatognático é formado por diversas estruturas


estáticas e dinâmicas como ossos, músculos, nervos e articulações que trabalham em
conjunto para realizar importantes funções como: fonação, mastigação, deglutição,
respiração, entre outras. O trabalho harmônico deste sistema favorece o equilíbrio
neuromuscular e oclusal, e o funcionamento adequado da articulação
temporomandibular (ATM). Dessa forma o fonoaudiólogo pode vir a contribuir, após
ou concomitante ao tratamento odontológico, reorganizando as funções alteradas pela
disfunção, com exercícios musculares, que podem promover estabilidade e melhorias
(BARRETO; BARBOSA; FRIZZO, 2010).

A Fonoaudiologia é de fato um grande aliado na resolução de alguns problemas


ortodôntico. Os casos de mordida aberta e respiradores bucal, por exemplo, só são
corrigidas com exercícios de reposicionamento lingual executados pelo
fonoaudiólogo. Existem casos onde deve-se tratar o paciente primeiramente com
ortodontia e em outros casos deve-se iniciar com fonoaudiologia, ou como na maioria
dos casos, trabalhar simultaneamente. A prioridade é a ortodontia, quando a forma

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está interferindo na função e a fonoaudiologia, quando as funções estão interferindo


na forma. Por isso que, a parceria entre a fonoaudiologia e ortodontia é tão importante,
cabendo aos profissionais envolvidos analisarem as prioridades de tratamento para
cada paciente. A fonoaudiologia é, realmente, uma grande aliada da ortodontia, sendo
que ambas as partes tem como objetivo principal o resultado que pode ser resumido
num sistema estomatognático equilibrado, estável e uma face mais harmoniosa do
ponto de vista estético (CARVALHO, 2015).

A ORTODONTIA E A FONOAUDIOLOGIA NA PRÁTICA CLÍNICA


A interdisciplinaridade é hoje uma realidade e cada vez mais se mostra como uma
necessidade da área médica, possibilitando ao paciente maior segurança e
confiabilidade na reabilitação. A odontologia e a fonoaudiologia vêm a cada dia
concretizando as diversas possibilidades de atuação conjunta. Há muito tempo as
visões multidisciplinares e interdisciplinares vem sendo discutidas e abordadas em
diversos âmbitos na sociedade. Na área da saúde, não é diferente. A necessidade da
integração profissional é a melhor forma de aperfeiçoar os processos de diagnóstico
e intervenção. Na pratica clínica, essa demanda também pode ser observada (SILVA,
2004).

Vislumbra-se o quanto o trabalho em equipe composta por odontólogos e


fonoaudiólogos cresceu consideravelmente nos últimos anos. Pereira e Felício (2005)
informaram que as primeiras especialidades da Odontologia a interagirem com a
Fonoaudiologia foram a Odontopediatria e a Ortodontia. Sequenciado, por Oclusão,
Cirurgia Ortognática, Prótese e Periodontia que passaram a analisar o papel da
musculatura e funções como fatores etiológicos, perpetuantes ou agravantes de
dificuldades antes consideradas apenas de competência da Odontologia que,
portanto, passaram a ser também alvo da Fonoaudiologia. Em casos de fissuras
labiopalatinas, por exemplo, o ortodontista atua na correção dos desvios do
crescimento facial e dos distúrbios oclusais e o fonoaudiólogo restabelece as funções
estomatognásticas que são a fala, sucção, mastigação, deglutição e respiração. Além
disso, ele e atua nas áreas de linguagem, voz e audição, quando alteradas.

As equipes multiprofissionais estão ganhando cada vez mais força no mercado atual

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e, cada vez mais, a junção fono-odontológico vem sendo estabelecido com resultados
clínicos promissores. Entretanto Pereira e Felício (2005) alertam que essa parceria
precisa ser mais difundida para melhorar a integração e comunicação entre as áreas,
garantindo que os benefícios dessa relação transpassem a teoria e, de fato,
beneficiem a população.

O fonoaudiólogo em conjunto com o ortodontista, busca trabalhar de maneira ativa no


tratamento e acompanhamento dos casos de más oclusões, pois normalmente a
correção ortodôntica só se mantém adequada se harmonizada com o equilíbrio da
musculatura do paciente. Sendo assim, consenso na literatura que o ortodontista deve
aguardar a alta fonoaudiológica para a concessão da alta ortodôntica, visto que a
estabilidade após a mesma é obtida depois do restabelecimento do equilíbrio
muscular. Alguns autores, entretanto, relatam casos nos quais o reestabelecimento
funcional se deu apenas com a correção ortodôntica, não necessitando de terapia
miofuncional (AMARAL et al., 2006).

Como já mencionado, a abordagem multidisciplinar diminui os riscos de recidivas do


tratamento ortodôntico e os ortodontistas visam a estabilidade do tratamento a longo
prazo, apesar de existir inúmeras causas das recidivas ortodônticas, abrangendo
desde questões relacionadas à técnica ortodôntica utilizada à experiência do
profissional, passando pelo grau de colaboração do paciente, higienização e
frequência ao tratamento até as alterações miofuncionais orofaciais. Naturalmente,
tanto o envelhecimento da face como a instabilidade da oclusão ocorrem em
harmonia, tanto das estruturas ósseas quanto das musculares (PERILO et al., 2007).

Varandas et al. (2008) promoveram um estudo sobre a adesão ao tratamento


fonoaudiólogo após a indicação de ortodontistas e odontopediatras. Nesse estudo
entrevistaram 60 especialistas, de ambos os sexos nos quais 100% afirmaram
considerar importante a atuação fonoaudiólogo junto à sua especialidade e
encaminhar pacientes para fonoterapia. A maior parte dos entrevistados relatou que
seus pacientes necessitam de intervenção fonoaudiológica com frequência moderada,
e que encaminham seus pacientes para fonoaudiólogos logo após a avaliação. Apesar
de se considerar que cada paciente apresente uma necessidade diferenciada,
entende-se que o encaminhamento logo no início do tratamento odontológico permite

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uma discussão melhor dos casos, evitando uma intervenção tardia. A maioria dos
encaminhamentos são realizados geralmente pelo mesmo motivo, entretanto, apenas
uma parte dos pacientes buscam o tratamento fonoaudiológico após a indicação do
especialista ortodôntico.

Um novo campo de atuação interdisciplinar entre essas profissões é a periodontia.


Campos et al. (2010) relataram que a pressão incorreta da língua contra os dentes
pode comprometer a saúde periodontal. Portadores de doença periodontal
apresentam maiores chances de serem respiradores orais. Com isso, podem vir a
apresentar também problemas na fala, já que podem ter dificuldade em articular
melhor alguns fonemas.

Apesar disso e pelas dificuldades encontradas na pratica clínica, de acordo com a


opinião de vários profissionais que atuam nesse âmbito, ainda é grande as
dificuldades de comunicação e integração encontradas, pois muitos não consideram
os benefícios da parceria, indicando a necessidade de ampliar a visão quanto à
importância de trabalho interprofissional. A realização de uma pesquisa sobre a
interação entre a odontologia e a fonoaudiologia em relação a motricidade orofacial
na cidade de Maringá PR, e concluíram após entrevistar alguns especialistas de
ambas profissões que a grande maioria dos ortodontistas desse município tem o
conhecimento de que a Motricidade Orofacial é a área da Fonoaudiologia que mais
colabora com o tratamento ortodôntico, porém demonstraram falta de informação,
citando outras áreas da fonoaudiologia que não contribuem com o tratamento
odontológico. Nesse município em questão, ocorre a iniciativa para trabalho integrado
do cirurgião-dentista e fonoaudiólogo, principalmente quando durante o tratamento de
pacientes ocorre o comprometimento das funções do sistema estomatognático, sendo
necessários ainda ajustes quanto aos critérios de alta correlacionados e de avaliação
das recidivas (AUDA et al., 2013).

CONCLUSÃO
É entendimento comum na literatura que a consciência da importância da formação
de equipes interdisciplinares é imprescindível para uma boa formação acadêmica e
melhor atendimento dos pacientes. Dentro deste contexto, os profissionais de

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odontologia e a fonoaudiologia, por terem o campo de atuação em comum, devem


estar preparados para trabalharem em conjunto, já que a habilidade interdisciplinar se
tornou uma exigência no âmbito da saúde para o mercado de trabalho. Os
profissionais contemporâneos devem ser capazes de trabalhar em equipe para que
ofereçam melhores alternativas terapêuticas aos seus pacientes, com objetivo de
ampliar o bem-estar dos mesmos e obter melhores resultados clínicos.

Não se pode negar que a ortodontia trabalhou sozinha por muitos anos e teve
excelência nos tratamentos. No entanto, diante do avanço científico atual, pela
possibilidade de juntar conhecimento visando principalmente à melhoria do paciente
como um todo, prefere-se indicar o trabalho associado da odontologia com a
fonoaudiologia (RODRIGUES et al., 2003).

Obviamente que, o desenvolvimento do trabalho e habilidade multidisciplinar não é


uma tarefa tão fácil na prática quanto é na teoria. Aliás, diversos autores já relatam as
muitas dificuldades encontradas pelos profissionais da saúde nesse contexto, visto a
necessidade de ampliação de certos traços da personalidade, tais como: flexibilidade,
humildade, confiança, paciência, intuição, capacidade de adaptação, sensibilidade em
relação às demais pessoas, aceitação de riscos, aprender a agir na diversidade,
aceitar novos papéis, entre outros (VILELA; MENDES, 2003).

Atualmente, a oferta de serviços de saúde é muito grande. Portanto, nesse contexto


os pacientes estão, cada vez mais, exigindo competência, preparo e habilidades
diferenciadas do profissional que os atendem. E por consequência a formação
acadêmica desses profissionais deve ser completa, levando em consideração a
preocupação com o desenvolvimento da consciência multidisciplinar e ressaltando a
importância da opinião de outros profissionais da saúde com diferentes áreas de
atuação (GARCIA et al., 2007).

O trabalho interdisciplinar, tornou-se indispensável na área da saúde, incluindo as


áreas de Odontologia e Fonoaudiologia, que apresentam o mesmo campo de atuação:
o Sistema Estomatognático. Dessa forma, é essencial que as habilidades necessárias
para fazer parte de uma equipe interdisciplinar sejam estimuladas e desenvolvidas
desde a vida acadêmica, com o objetivo de formar profissionais mais capacitados,

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humanizados e completos, cientes do processo saúde-doença e levando em


consideração o contexto biopsicossocial dos pacientes (SILVA, 2013).

Conclui-se, portanto, que a atuação conjunta destas especialidades é fundamental em


todos os sentidos, sempre visando a obtenção de um equilíbrio muscular e ósseo
adequado para o bom desempenho das funções orofaciais. O trabalho dessas
especialidades é essencial no sentido de minimizar as recidivas ortodônticas, cabendo
ao ortodontista saber a importância que o profissional da fonoaudiologia tem e que, a
atuação dessas duas áreas, proporcionará um tratamento adequado e eficaz para
seus pacientes.

Dessa forma, o trabalho em equipe continua sendo o melhor caminho para a


integração desses profissionais visando ao tratamento apropriado do paciente. A
relação entre essas ciências gera a harmonia do sistema, refletindo em saúde e bem-
estar. A aproximação dessas áreas é relevante e crescente, objetivando
complementação teórica e aperfeiçoamento profissional.

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