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Pontificia Universidade Catolica Do Rio
Pontificia Universidade Catolica Do Rio
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Resistência dos
Materiais I
Notas de Aula
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Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
II. TENSÕES
Conforme se citou, as tensões que se desenvolvem nas partículas de um corpo são
consequência dos esforços (força ou momento) desenvolvidos. Como os esforços são
elementos vetoriais (módulo, direção e sentido) a tensão como consequência também o será.
Lembra-se do método das seções visto em Isostática:
Supõe-se um corpo carregado e em equilíbrio estático. Ao se cortar este corpo por um
plano qualquer e isolando-se uma das partes, pode-se dizer que na seção cortada devem
se desenvolver esforços que se equivalham aos esforços da parte retirada, para que
assim o sistema permaneça em equilíbrio. Estes esforços são decompostos e se
constituem nas solicitações internas fundamentais. O isolamento de qualquer uma das
partes deve levar ao mesmo resultado.
As resultantes nas seções de corte de ambos os lados devem ser tais que reproduzam a
situação original quando as duas partes forem ligadas novamente, ou seja, pelo princípio da
ação e reação devem ser de mesmo módulo, mesma direção e sentidos opostos.
r r
R e M são as resultantes das solicitações internas referidas ao centro de gravidade da seção
de corte da barra.
Partindo-se deste raciocínio pode-se afirmar que em cada elemento de área que constitui a
seção cortada, está sendo desenvolvido um elemento de força, cujo somatório (integral) ao
longo da área mantém o equilíbrio do corpo isolado.
r
R = ∫ ρ.dA
A
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O Momento M resultante se deve à translação das diversas forças para o centro de gravidade
da seção.
r
A tensão média ( ρ m) desenvolvida no elemento de área citado nada mais é do que a
distribuição do efeito da força pela área de atuação da mesma.
∆F
∆Α
Sejam:
∆Ar → Elemento genérico de área ∆Α
∆ F → Elemento de força que atua em ∆Α
r
ρ m → tensão média
r
r ∆F
ρm =
∆A
Como a tensão é um elemento vetorial se pode representá-la aplicada em um ponto
determinado, que obtem-se fazendo o elemento de área tender ao ponto (∆A→0), e então:
r
ρ = Tensão atuante em um ponto ou tensão resultante em um ponto
r r
r ∆F dF
ρ = lim =
∆A → 0 ∆A dA
ou gráficamente:
Ainda por ser um elemento vetorial ela pode, como qualquer vetor, ser decomposta no espaço
segundo três direções ortogonais que se queira, portanto escolhe-se como referência duas
direções contidas pelo plano da seção de referência "S" (x,y) e a terceira perpendicular à este
plano (n).
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y
x
τy
τx
σ z
S S'
τx τx'
ρ τy ρτy'
σ σ'
Existem casos em que a seção transversal não é a de maior interesse, como será demonstrado
oportunamente nas solicitações compostas. Nestes casos o procedimento será alterado.
A. TENSÕES NORMAIS (σ)
A tensão normal tem a direção perpendicular à seção de referência e o seu efeito é o de
provocar alongamento ou encurtamento das fibras longitudinais do corpo, mantendo-as
paralelas.
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Costuma-se medir a deformação de peças sujeitas a tensão normal pela deformação específica
longitudinal (ε).
1. Conceito:
É a relação que existe entre a deformação medida em um corpo e o seu comprimento inicial,
sendo as medidas feitas na direção da tensão.
σ σ
li
lf
∆l
ε=
li
Observe que no exemplo dado ∆ l > 0 portanto ε > 0 (alongamento)
Pode-se mostrar um outro exemplo onde ∆ l < 0 conseqüentemente ε < 0 (encurtamento)
σ σ
li
lf
2. Sinal:
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(+) alongamento→ Corresponde à uma tensão de tração que também será positiva
(-) encurtamento → Corresponde à uma tensão de compressão que também será negativa
3. Unidade:
- adimensional quando tomarmos para ∆l a mesma unidade que para li
B. TENSÕES TANGENCIAIS ( τ)
É a tensão desenvolvida no plano da seção de referência tendo o efeito de provocar corte ou
cisalhamento nesta seção.
1. Lei da Reciprocidade das tensões tangenciais
Esta lei representa uma propriedade especial das tensões tangenciais. Pode-se provar a sua
existência a partir das equações de equilíbrio estático. Pode-se enunciá-la de forma simples e
aplicá-la.
Suponha duas seções perpendiculares entre si formando um diedro retangulo. Se em uma das
faces deste diedro existir uma tensão tangencial normal a aresta de perpendicularidade das
faces, então, obrigatóriamente na outra face, existirá a mesma tensão tangencial normal a
aresta. Ambas terão o mesmo módulo e ambas se aproximam ou se afastam da aresta de
perpendicularidade. São chamadas de tensões recíprocas."
Para facilitar a compreensão, pode-se representa-la gráficamente:
(c)
τ γ τ
CC' DD'
tg γ = =
A B CA DB
Como em estruturas trabalha-se sempre no campo das pequenas deformações e então γ <<< 1
rad, então arco e tangente se confundem :
CC' DD'
γ≅ =
CA DB
2.1 Conceito:
Distorção específica é a relação entre o deslocamento observado e a distância respectiva,
medida perpendicular ao deslocamento. Representa fisicamente a variação que sofre o ângulo
reto de um corpo submetido a tensões de cisalhamento.
2.2 Unidade:
As observações quanto a unidade da distorção seguem as da deformação específica
longitudinal: adimensional ou taxa milesimal, ressalvando-se que quando adimensional
representa um arco expresso em radianos.
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Pode-se diferenciar os tipos de deformações observando um ensaio simples, de uma mola
presa a uma superfície fixa e submetida sucessivamente a cargas cada vez maiores até a sua
ruptura.
A. DEFORMAÇÕES ELÁSTICAS
Uma deformação é elástica quando cessado o efeito do carregamento o corpo volta a sua
forma original.
Exemplo:
B. DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS:
Se fosse aumentada a carga sobre esta mola ela chegaria a uma situação em que terminaria a
proporcionalidade e apesar da tendência do corpo em assumir sua forma original, sempre
restariam as chamadas deformações residuais.
Considera-se então terminado o regime elástico e o corpo passa a atuar em regime plástico.
Note-se que no regime plástico termina a proporcionalidade e a reversibilidade das
deformações.
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IV. CORPO DE DOUTRINA DA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Em Resistência dos Materiais trabalha-se com corpos que apresentam determinadas
características:
A. CONTINUIDADE:
Um corpo é considerado contínuo quando qualquer de suas amostras trabalha de maneira
idêntica as demais. Não havendo descontinuidade, as tensões e as deformações não variam
bruscamente entre dois pontos vizinhos no interior deste corpo carregado.
Nestes casos tanto as tensões como as deformações podem ser expressas por funções
contínuas em relação as ordenadas dos pontos que constituem o corpo.
Observe-se que a continuidade não implica em homogeneidade pois podemos ter corpos com
material não homogêneo e no entanto eles trabalham de maneira contínua (exemplo :
concreto).
B. HIPÓTESE DE BERNOULLI (SEÇÕES PLANAS)
Bernoulli observou a seguinte característica no funcionamento dos corpos sujeitos à
solicitações:
"Uma seção plana e perpendicular ao eixo longitudinal de uma peça, continuará plana e
perpendicular ao eixo da mesma durante e após sua deformação.
Eixo longitudinal
Linha Elástica
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= +
V. LEI DE HOOKE
A maioria dos projetos de peças serão tratados no regime elástico do material, sendo os casos
mais sofisticados trabalhados em regime plástico e se constituindo no que há de mais
moderno e ainda em estudo no campo da Resistência dos Materiais.
Robert Hooke em 1678 enunciou a lei que leva o seu nome e que é a base de funcionamento
dos corpos em regime elástico.
As tensões desenvolvidas e suas deformações específicas consequentes são proporcionais
enquanto não se ultrapassa o limite elástico do material.
A Lei de Hooke pode ser representada pelas expressões analíticas:
σ
= E(mod . de elasticidade longitudinal)
ε
τ
= G (mod .de elasticidade transversal)
γ
Estes módulos de elasticidade são constantes elásticas de um material, e são determinados
experimentalmente.
notação : εt
Poisson determinou experimentalmente a deformação que as peças sofrem nas direções
perpendiculares a da aplicação da tensão normal.
σ σ
li
D
lf
D+∆D
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A. CONCEITO:
Deformação específica transversal é a relação entre a deformação apresentada e o seu
comprimento respectivo, ambos medidos em direção perpendicular à da tensão.
∆D
εt =
D
Os estudos de Poisson sobre a deformação transversal levam as seguintes conclusões:
1. ε e εt tem sempre sinais contrários
2. As deformações específicas longitudinais e transversais são proporcionais em um mesmo
material
εt
= −µ
ε
O coeficiente de Poisson é a terceira constante elástica de um material, também determinada
experimentalmente.
3. Em uma mesma seção a deformação específica transversal é constante para qualquer
direção perpendicular ao eixo.
σ σ
b b+∆b
li
a
lf a+∆a
∆a ∆b
= = ε t = cons tan te
a b
As constantes elásticas de um mesmo material se relacionam pela expressão:
E
G=
2(1 + µ)
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Resumindo:
σx
εx =
E
σx
ε y = −µ
−µ E
σ
ε z = −µ x
E
µ = Coeficiente de Poisson
σy
σz
σx σx
x
σz
z σy
Poisson observou que uma tensão provoca deformação em sua direção e em direções
perpendiculares a sua também.
Poisson:
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εt σ
= −µ ∴ εt = - µ
ε E
Hooke:
σ σ
=ε ∴ ε t = -µ
E E
O efeito da tensão σx seria:
σx
na direção x : εx =
E
σx
na direção y : ε t − y = −µ
E
σx
na direção z: ε t − z = −µ
E
Pode-se fazer este raciocínio com as demais tensões.
Para determinação da deformação resultante em uma direção, por exemplo x:
σx
efeito de σx εx =
E
σy
efeito de σy ε t − x = −µ
E
σz
efeito de σz ε t − x = −µ
E
εx =
1
E
[ (
σ x − µ σ y + σz )]
análogamente
εy =
1
E
[
σ y − µ(σ x + σz ) ] e εz =
1
E
[ (
σz − µ σ x + σ y )]
Estas expressões se constituem na LEI DE HOOKE GENERALIZADA
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Observações:
1. Tensão em uma só direção não implica em deformação em uma só direção.
2. Para a dedução das expressões anteriores as tensões normais foram representadas de
tração e portanto positivas. Se alguma delas for de compressão deverá figurar nas
fórmulas com o sinal negativo convencionado.
3. Resultados positivos para a deformação específica indicam alongamentos enquanto que
resultados negativos significarão encurtamentos.
A. MATERIAIS DÚTEIS :
São considerados materiais dúteis aqueles que sofrem grandes deformações antes da ruptura.
Dentre os materiais dúteis ainda temos duas categorias:
1. Dútil com escoamento real:
exemplo: aço comum
Num ensaio de tração axial simples costuma-se demonstrar os resultados atravéz de um
diagrama tensão x deformação específica (σ x ε ).
No caso de material dútil com escoamento real a forma deste diagrama segue o seguinte
modelo:
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reta OA - Indica a proporcionalidade entre σ x ε , portanto o período em que o material
trabalha em regime elástico (lei de Hooke). Deformações reversíveis.
σp - Tensão de proporcionalidade
Representa o limite do regime elástico.
curva AB - A curvatura indica o fim da proporcionalidade, caracterizando o regime plástico
do material. Podemos notar que as deformações crescem mais rapidamente do que as tensões
e cessado o ensaio já aparecem as deformações residuais, que graficamente podemos calcular
traçando pelo ponto de interesse uma reta paralela à do regime elástico. Notamos que neste
trecho as deformações residuais são ainda pequenas mas irreversíveis.
σe - Tensão de escoamento
Quando é atingida a tensão de escoamento o material se desorganiza internamente (a nível
molecular) e sem que se aumente a tensão ao qual ele é submetido, aumenta grandemente a
deformação que ele apresenta.
trecho BC - Chamado de patamar de escoamento. Durante este período começam a aparecer
falhas no material (estricções), ficando o mesmo invalidado para a função resistente.
curva CD - Após uma reorganização interna o material continua a resistir a tensão em regime
plástico, porém agora com grandes e visíveis deformações residuais. As estricções são agora
perceptíveis nítidamente. Não se admitem estruturas com esta ordem de grandeza para as
deformações residuais.
σR - Tensão de ruptura
Conforme se pode analisar no ensaio acima, o material pode ser aproveitado até o
escoamento, portanto sua TENSÃO LIMITE será a TENSÃO DE ESCOAMENTO.
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OBSERVAÇÕES:
Os materiais dúteis de uma maneira geral são classificados como aqueles que apresentam
grandes deformações antes da ruptura, podendo também ser utilizados em regime plástico
com pequenas deformações residuais.
Apresentam uma propriedade importantíssima que é resistirem igualmente a tração e a
compressão. Isto quer dizer que o escoamento serve como limite de tração e de compressão.
B. MATERIAIS FRÁGEIS
Exemplo : concreto
São materiais que se caracterizam por pequenas deformações anteriores a ruptura. O diagrama
σ x ε é quase linear sendo quase global a aplicação da lei de Hooke.
Nestes casos a tensão limite é a tensão de ruptura.
Ao contrário dos materiais dúteis, eles resistem diferentemente a tração e a compressão, sendo
necessário ambos os ensaios e obtendo-se assim dois limites:
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Pode-se dizer também que mesmo sendo determinada em laboratório a utilização da tensão
limite em projetos é arriscada, pois os valores são trabalhados com diversos fatôres de
incerteza.
Em vista do que foi exposto adota-se o seguinte critério:
A tensão limite é reduzida divindo-a por um número que se chama coeficiente de segurança
(s). Para que este número reduza o módulo da tensão limite, ele deve ser maior do que a
unidade. Então, para que haja segurança:
s ≥1
As tensões assim reduzidas, que são as que realmente se pode utilizar. São chamadas de
tensões admissíveis ou tensões de projeto. Para serem diferenciadas das tensões limites são
assinaladas com uma barra ( σ ).
σ lim
σ adm =
s
Resumindo analíticamente o critério de segurança conforme abaixo, para os diversos casos:
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Uma barra de latão de seção circular de diametro 3 cm está tracionada com uma força
axial de 50 kN. Determinar a diminuição de seu diametro. São dados do material o
módulo de elastcidade logitudinal de 1,08 . 104 kN/cm2 e o seu coeficiente de Poisson
0,3.
R: 5,89 . 10-4 cm
2. Uma barra de aço de 25 cm de comprimento e seção quadrada de lado 5 cm suporta uma
força axial de tração de 200 kN. Sendo E = 2,4 . 104 kN/cm2 e µ = 0,3 , qual a variação
unitária do seu volume ?
R: 0,000133
3. Suponha a barra do problema anterior sumetida à uma força axial de tração.
Experimentalmente determinou-se o módulo de sua deformação específica longitudinal
0,001. Sabendo-se que o seu coeficiente de Poisson é de 0,33, pergunta-se qual o volume
final desta barra?
R: 625,212 cm3
4. Uma barra de alumínio de seção circular de diametro 30 mm está sujeita à uma força de
tração de 50 kN. Determine:
a. Tensão normal.
b. Deformação específica longitudinal.
c. Alongamento em uma distância padrão de 200 mm.
d. Variação do diâmetro.
e. Variação da área da seção.
f. Variação de volume em um comprimento padrão de 200 mm.
Admite-se E = 0,8 . 106 kgf/cm2 µ = 0,25
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σz
z
y
σz
σz
z z
A
B
y
x
6 cm
σz
σz
2 cm
10 cm
20
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z
Q P
y
P Q
A
B 4 cm
x
4 cm
Q
z
A x B 2 cm
Q
R: εy = - 4,08 . 10-3
∆lz = 5,64 . 10-3 cm
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7. Considere um ensaio cuidadosamente conduzido no qual uma barra de alumínio de 50
mm de diâmetro é solicitada em uma máquina de ensaio. Em certo instante a força
aplicada é de 100 kN e o alongamento medido na direção do eixo da barra 0,219 mm em
uma distancia padrão de 300 mm. O diâmetro sofreu uma diminuição de 0,0125 mm.
Calcule o coeficiente de Poisson do material e o seu módulo de elasticidade longitudinal.
R: µ= 0,33 E =0,7 . 104 kN/cm2
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CAPÍTULO II
I. CONCEITO:
Quando um corpo que está sob ação de forças externas, na direção do seu eixo longitudinal,
origina-se Esforços Normal no seu interior, mesmo sendo de equilíbrio a situação.
Assim como todo o corpo está em equilíbrio, qualquer parte sua também estará.
Adotando-se o método nas seções, e seccionando o corpo, na seção de corte de área A, deve
aparecer uma força equivalente ao esforço normal N, capaz de manter o equilíbrio das partes
do corpo isoladas pelo corte (fig b e c). Observe que se as partes isoladas forem novamente
unidas, voltamos a situação precedente ao corte.
Neste caso, apenas a solicitação de esforço normal N, atuando no centro de gravidade da
seção de corte é necessária para manter o equilíbrio.
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P P
σ
N
N
σ
P P
Σ FV = 0 ∴ N-P=0
N=P
Admite-se que este esforço normal se distribui uniformemente na área em que atua (A),
ficando a tensão definida pela expressão:
sendo:
N N → Esforço Normal desenvolvido
σ=
A A→ Área da seção transversal
A tração ou Compressão axial simples pode ser observada, por exemplo, em tirantes, pilares e
treliças.
A convenção adotada para o esforço normal (N)
+ tração
Normal N
- compressão
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Nas tensões normais, adota-se a mesma convenção.
As deformações desenvolvidas podem ser calculadas diretamente pela lei de Hooke:
P
P
l + ∆l
∆l σ
ε= ε=
l E
N
N=P σ =
A
∆l σ ∆l N
= ∴ = ou :
l E l EA
N.l
∆l =
E.A
Nos materiais reais esta premissa não se verifica exatamente. Por exemplo, os metais
consistem em grande número de grãos e as madeiras são fibrosas.
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Sendo assim, algumas partículas contribuirão mais para a resistência de que outras, e o
diagrama verdadeiro de distribuição de tensões varia em cada caso particular e é bastante
irregular.
Os métodos de obtenção desta distribuição exata de tensões são tratados na teoria
matemática da elasticidade e mesmo assim apenas casos simples podem ser resolvidos.
Neste caso observa-se que quanto mais perto da carga aplicada estiver a seção em estudo,
maior será o pico de tensões normais.
Em termos práticos porém, os cálculos pela equação da tensão uniforme são considerados
corretos.
Dois fatores de concentração de tensões, onde a distribuição uniforme não é válida, são
mostrados abaixo, e representam peças com variações bruscas de seção.
Deve-se ter um cuidado adicional para com as peças comprimidas, pois peças esbeltas devem
ser verificadas a flambagem.
A flambagem representa uma situação de desequilíbrio elasto-geométrico do sistema e pode
provocar o colapso sem que se atinja o esmagamento.
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III. TRELIÇAS
Treliça ideal é um sistema reticulado, indeformável, cujas barras tem todas as extremidades
rotuladas e cujas cargas estão aplicadas nestas rótulas. Pelo fato das rótulas não transmitirem
momento e devido à ausência de cargas nas barras podemos dizer que as barras de uma treliça
estão sujeitas apenas a esforços normais que devem ser calculados.
Treliça é uma opção estrutural em casos de grandes vãos ou grandes carregamentos em que
estruturas tradicionais seriam muito pesadas e dispendiosas. Como as treliças são constituídas
de barras delgadas o peso próprio destas barras é desprezado.
Exemplo:
P P P
P B D F
A C E G H
Observações:
1. Qualquer polígono que constitua um sistema reticulado, quando articulado em seus
vértices é deformável (hipostático) com exceção dos casos abaixo:
P P
2. As treliças surgiram como um sistema mais econômico que as vigas para vencerem vãos
maiores ou suportar cargas maiores.
3. Embora o caso mais geral seja o de treliças espaciais, o mais frequente é o de treliças
planas, que será o estudado em nosso curso.
4. Imaginamos as barras rotuladas em suas extremidades (isto é, sendo livre sua rotação
relativa nos nós), conforme figura a. Não é frequente, no entanto, a união destas barras nesta
forma, sendo mais comum ligar as barras nos nós atravéz de chapas auxiliares, nas quais
rebitamos, soldamos ou parafusamos as barras neles concorrentes (fig. b).
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(a) (b)
Estas ligações criarão sempre pequenas restrições à livre rotação relativa das barras nos nós,
com o aparecimento de pequenos momentos nas barras.
Estudos realizados demonstram que, desde que todas as barras tenham seus eixos no mesmo
plano e que estes eixos se encontrem em um único ponto em cada nó, os resultados reais
diferem muito pouco dos resultados obtidos pela teoria que vamos desenvolver, sendo ela
válida do ponto de vista prático.
A. TRELIÇAS PLANAS
Pode-se facilmente demonstrar que as barras de uma treliça por terem suas extremidades
rotuladas (rótulas não absorvem momento), e por terem as cargas aplicadas apenas nos nós,
desenvolvem apenas esforços normais constantes ao longo de suas barras.
Isto pode ser visualizado isolando-se uma barra de uma treliça.
Sabe-se que uma rótula não transmite momento, e apenas esforços na direção do eixo da
barra. Por outro lado, as cargas externas só estão aplicadas nos nós.
A análise do equilíbrio nos mostra que nas extremidades das barras de uma treliça só existem
esforços na direção do eixo longitudinal da mesma e que são de mesmo módulo, porém
sentidos contrários. A existência de esforços perpendiculares ao eixo da barra (esforço
cortante) é descartada pois as barras não são carregadas ao longo de seu eixo, e tem nas suas
extremidades momentos nulos.
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B. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SUA ESTATICIDADE
Pode-se classificar uma treliça quanto a sua estaticidade de maneira muito simples.
Sejam:
b - número de barras
n - número de nós ou rótulas
r - número de reações externas
As incognitas do problema serão em número de (b + r), representando o número de reações (r)
e a solicitação de esforço normal em cada barra (b).
O número de equações será de 2n, pois em cada nó se aplicam duas equações de equilíbrio de
um ponto material (Σ Fx = 0 Σ Fy = 0 ).
Então:
r+b〈2n Treliça hipostática.
r+b=2n Sugere tratar- se de uma treliça isostática, o que não pode ser confirmado sem
antes analisarmos os apoios externos e a lei de formação interna da treliça em questão.
r+b>2n Sugere tratar- se de uma treliça hiperestática, sendo válidas as observações
feitas no caso anterior.
2. Composta
A treliça é isostática é composta quando for formada por duas treliças simples ligadas por 3
barras não simultaneamente concorrentes ou paralelas, ou por um nó e uma barra sendo que
esta barra não concorre no nó citado.
A resolução de uma treliça composta pode recair no caso de duas treliças simples, mediante o
cálculo prévio dos esforços nos elementos de ligação, o que permitirá isolá-las para fins de
cálculo estático.
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Exemplo:
3. Complexa:
Uma treliça complexa é classificada por exclusão, ou seja, quando não é simples e nem
composta. Observe que não se pode afirmar se ela é isostática pela simples análise (b+r = 2 n)
dos números de barras e nós, que é uma condição necessária mas não suficiente para garantir
a isostaticidade.
Exemplo:
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OBS: Este método apresenta o problema de acumular os erros de cálculos que por acaso
forem cometidos.
Exemplo 1: 20 kN
20 kN
E F
3m
C D
3m
A B
3m
R: VA = - 40 kN HA = 20 kN (← ) VB = 60 kN
NAB = 0 NAC = + 20 kN
NAD = + 28,28 kN NBD = - 60 kN
NCD = - 20 kN NCE = 0
NCF = + 28,28 KN NEF = - 20 kN
NDF = - 40 kN
pp
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Nota-se que nas peças horizontais o peso próprio constitui-se em uma carga transversal ao
eixo, desenvolvendo Momento Fletor e Esforço Cortante.
No caso das peças verticais o peso próprio (G), atua na direção do eixo longitudinal da peça e
provoca Esforço Normal, que pode ter um efeito diferenciado dependendo da sua vinculação:
Nas peças suspensas (tirantes) o efeito do peso é de tração e nas apoiadas (pilares) este efeito
é de compressão.
O peso próprio de uma peça (G) pode ser calculado, multiplicando-se o volume da mesma
pelo peso específico do material:
G = A.γ.l
Sendo:
A - área da seção transversal da peça
l - comprimento
γ – peso específico do material
Na tração ou compressão axial a não consideração do peso próprio é o caso mais simples.
A não consideração do peso próprio se dá em peças construídas em materiais de elevada
resistência, quando a mesma é capaz de resistir a grandes esforços externos com pequenas
dimensões de seção transversal, ficando portanto o seu peso próprio um valor desprezível em
presença da carga externa. Nestes casos é comum desprezar-se o peso próprio da peça.
Exemplo: Treliças e tirantes.
Considere uma barra sujeita a uma carga externa P e ao seu próprio peso, conforme figura
abaixo:
Sejam:
l - comprimento da peça
P
P - carga externa atuante na peça
Pode ser feita a determinação de uma expressão genérica para o cálculo das tensões normais
desenvolvidas ao longo da barra e a deformação total consequente.
Usando o método das seções a barra é cortada por uma seção S qualquer e isolado um dos
lados do corte.
Separar-se em duas partes um corpo. Sendo uma delas extremidade livre, é conveniente que
esta parte seja isolada pois evita o cálculo das reações vinculares.
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Como o peso do material deve ser considerado, na seção cortada deve aparecer um esforço
normal que equilibre a carga externa e também o peso próprio do material isolado.
Isto indica que a posição da seção de corte tem agora importância, pois ela determina o peso
da peça isolado pelo corte.
De acôrdo com esta conclusão deve-se criar uma variável que nos indique a posição da seção
de corte desejada.
Fazendo x ser uma ordenada genérica da posição da seção à ser analizada e como a barra tem
um comprimento L:
N(x)
0≤x≤L
S
g(x) x
Σ Fy = 0 N-P-g=0
N = P + g(x)
N=P+A.γ .x
G = A.γ.l
Pode-se escrever de outra forma o máximo esforço normal:
34
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Nmáx = P + G
P
σ (x) = + γ.x
A
P +G
σ máx =
A
Para a determinação da deformação total ( ∆ l ) sofrida por uma barra sujeita à uma carga
externa (P) e ao seu peso próprio (G), e utiliza-se o método das seções. Isola-se um trecho
35
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desta barra cortando-a por duas seções transversais S e S' infinitamente próximas, formando
um prisma de comprimento elementar dx que se alongará apresentando um comprimento dx +
∆dx.
N+∆N
S
S dx dx +∆dx
l dx
S’
S’
N
x
∆ dx
ε= ∴ ∆ dx = ε . dx
dx
σx σx
σ= ∴ ∆ dx = . dx (alongamento do trecho de comprimento dx)
E E
como visto anteriormente
P
σx = + γ.x
A
então:
P γ. x
∆dx = dx + dx
EA E
Como se quer o alongamento da barra toda deve-se fazer o somatório dos diversos trechos de
comprimento dx que compõem a barra, ou seja:
γ.x
l
P
∆l = ∫ .dx + .dx
0
EA E
Efetuando as integrais:
P.l γ. l 2
∆l= +
E.A 2.E
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Pode-se expressar a equação da deformação total em função do peso total G da peça, fazendo
algumas modificações algébricas:
l G
∆l = P +
EA 2
Observações:
1. Nas expressões acima deduzidas a carga P das primeiras parcelas representa esforços
externos à peça em estudo ficando as segundas parcelas com o efeito do peso próprio.
2. Tanto o esforço normal máximo como a tensão normal máxima foram expressos em
duas equações, uma em função do peso específico do material e outra em função do peso
total da peça. A utilização de uma ou outra equação depende da conveniência do
problema.
3. Como foi utilizado na dedução destas expressões, um exemplo em que tanto a carga
externa como o peso próprio são esforços de tração, ambas as parcelas são positivas. No
caso de haver qualquer um destes efeitos negativo (compressão) deve-se mudar o sinal
da parcela correspondente.
37
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Este procedimento simplificado leva ao que se chama de barra de igual resistência
aproximada , o que na prática é o mais usado.
38
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Corta-se esta peça e adotando-se o método das seções para serem determinadas as tensões
atuantes nestes materiais:
N1 = σ1 . A1
N2 = σ2 . A2
Σ Fv = 0 ∴ P - N1 - N2 = 0
P =N1 + N2
Esta condição da estática não é suficiente pois precisa-se determinar duas incógnitas, de modo
que precisa-se de outra condição para o problema.
Estas são chamadas de Condições de Compatibilidade, são próprias dos casos e normalmente
referem-se à condições de deformações obrigatórias para que os sistemas analisados
trabalhem conforme se observa.
Neste caso pode-se usar a condição de que se a peça trabalha como um bloco único, portanto
a deformação dos diversos materiais deve ser a mesma.
∆ l1 = ∆ l 2 = ∆ l
então:
N1.l1 N 2.l2
=
E1.A1 E 2.A 2
Como l1 = l2 = l
N1.l N 2.l N1 N2
= =
E1.A1 E 2.A 2 E1.A1 E 2.A 2
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σ1. A1 σ2 . A2 σ1 σ2
= ou simplesmente: =
E1.A1 E 2.A 2 E1 E 2
σ1 E1
=
σ2 E 2
Interpretando físicamente a equação acima, ve-se que a quantidade de tensão desenvolvida em
cada material é proporcional à sua elasticidade.
Como E1 e E2 correspondem à constantes de um material a relação entre as tensões também
é uma constante que poderemos chamar de n.
E1
n=
E2
Logo: σ1 = n.σ2
Levando este valor à equação de equilíbrio estático temos:
P = (n.σ2) A1 + σ2 . A 2 ou isolando σ2
P
σ2 =
n.A1 + A2
B. PEÇAS HIPERESTÁTICAS
a b
Em casos como o acima indicado, onde a vinculação é excessiva (peça hiperestática), precisa-
se também condições além das estabelecidas pelo equilíbrio estático.
Como os vínculos nas extremidades são de 3ª espécie, conclui-se que a deformação na direção
da carga aplicada é impedida. Considerando-se a barra formada por dois trechos determinados
pelo ponto de carga aplicada, podemos montar o seguinte sistema:
R1 P R2
a b
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Σ Fx = 0 R1 + P - R2 = 0
Equação de Compatibilidade:
∆l=0
N1.l1 N2.l2
∆l1 + ∆l2 = 0 ∆ l1 = ∆ l2 =
E.A E.A
Pode-se expressar N1 e N2 em função das cargas externas P, R1 e R 2 , e então obtem-se
duas equações com duas incógnitas (R1 e R2 ), o que torna o siatema algébricamente viável.
Seja:
pi - pressão interna
ri - raio interno
t - espessura da parede
Intuitivamente se pode observar suas transformações quando sujeito por exemplo à uma
pressão interna pi:
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Observe que o arco genérico de comprimento dS após a atuação da pressão interna alongou e
passou a medir dS+∆dS, portanto houve uma tensão de tração capaz de alongá-lo.
Como o arco aumentou na sua própria direção, e como o arco considerado dS é um arco
genérico, pode-se concluir que em todos os arcos elementares que constituem a circunferência
se desenvolve uma tensão normal, que por provocar um alongamento é de tração (+) e por ter
a direção da circunferência chama-se de tensão circunferencial( σcirc ).
1. Deteminação da tensão circunferencial e de sua deformação
Para a determinação do valor desta tensões consida-se um tubo de comprimento 'L'
conforme desenho:
Ao efetuar-se o corte, na seção cortada devem aparecer tensões que equilibrem o sistema.
Conforme já foi visto são tensões circunferenciais.
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Aplicando a equação de equilíbrio estático pertinente:
Σ Fy = 0 σcirc 2.L.t - pi.2.ri.L = 0
2.L.t → área de corte onde atua a σcirc
2.ri.L → área onde atua pi
Efetuando modificações algébricas chega-se na expressão:
pi.ri
σcirc =
t
À tensão crcunferencial corresponde uma deformação circunferencial.
∆dS
εcirc =
dS
Considerando-se o comprimento dos arcos como o da circunferencia toda:
comprimento inicial = 2.π.ri
comprimento final = 2.π. (ri + ∆ri )
então ∆dS = 2.π. (ri + ∆ri ) - 2.π.ri = 2.π.∆ri
2.π.∆ri ∆ri
εcirc = = = εrad
2.π.ri ri
σcirc pi.ri
Pela lei de Hooke εcirc = =
E t.E
∆ri pi.ri
então comparando os valores: = ∴
ri t.E
pi. ri 2
∆ri =
t.E
Observações:
Chega-se aos valores das tensões e deformações circunferenciais tomando-se como exemplo
o caso de tubos sujeitos à pressão interna. Quando se estiver diante de um caso onde atuam
pressões externas, pode-se adaptar o formulário.
Pode-se citar como exemplo destes casos tubulações submersas que estão sujeitas à pressão
do líquido na qual estão submersas (pressão externa).
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Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Podemos notar que sob o efeito de pressões internas o comprimento da circunferência que
compõe a seção do tubo diminui ao invés de aumentar e
portanto as tensões circunferenciais são de compressão e
portanto negativas.
Da mesma maneira o raio da seção diminui e portanto também
sua variação é negativa.
O formulário fica:
Pode-se notar que a ação da pressão sobre as paredes longitudinais do reservatório exercem o
mesmo efeito que nos tubos, e que a ação da pressão nas paredes de fechamento faz com que
a tendência do reservatório seja aumentar de comprimento. Isto sugere o aparecimento de
tensões na direção do eixo longitudinal do reservatório chamadas de tensões longitudinais(σ
long). O cálculo do valor destas tensões é feito fazendo um corte transversal no reservatório e
aplicando equações de equilíbrio.
Se fosse isolado um elemento de área da parede do reservatório, a seguinte situação
apareceria:
pi.ri
σcirc =
t
pi.ri
σlong =
2.t
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C. RESERVATÓRIOS ESFÉRICOS DE PAREDES FINAS
Quando submetido à pressão, um reservatório esférico de paredes finas desenvolve tensões
circunferenciais em todas as direções, pois todas as direções formam circunferências.
Um elemento de área da parede deste reservatório seria representado:
pi.ri
σcirc =
2.t
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Uma barra de seção transversal retangular de 3 x 1 cm tem comprimento de 3 m.
Determinar o alongamento produzido por uma carga axial de tração de 60 kN, sabendo-
se que o módulo de elasticidade longitudinal do material é de 2 . 104 kN/cm2.
R: 0,3 cm
2. Determine as tensões normais desenvolvidas no pilar abaixo indicado nas seções de topo,
meia altura e base. O material com que ela é construída tem peso específico 30 kN/m3.
90 kN 90 kN
60 m
30 m 2m
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P
Aço
Seção 50 x 50 300 cm
Alumínio
Seção 100 x 100
500 cm
R : P ≅ 1.900 kN
4. A treliça da figura suporta uma força de 54 tf. Determine a área das seções transversais
das barras BD, CE e DE sabendo-se que a tensão admissível de escoamento do material
é de l.400 Kgf/cm2. Determine também o alongamento da barra DE sendo E= 2,1 .
104kN/cm2.
5. Para a treliça da figura determine as áreas mínimas necessárias às hastes FG e CD, sendo
dados do material :
σT = 4 kN/cm2 σC = 6 kN/cm2 s=2
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R:
ACD=20 cm2
AFG= 19,4 cm2
R: ADF = 9 cm2
ADE = 12,5 cm2
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R: (a) L1 = 66,5 cm
L2 = 23,33 cm
(b) ∆l = 0,04 cm
8. Um pilar de tijolos recebe uma carga axial de 70 kN. Dimensione-o com seção quadrada
de lado “a” levando em conta que a tensão admissível de compressão para esta alvenaria é
de 0,08 kN/cm2. Dimensione também o seu bloco de fundação, com seção igualmente
quadrada e lado “b”, sabendo que o solo onde o sistema assenta tem uma tensão de
compressão admissível de 0,025 kN/cm2.
(DICA: O peso próprio dos materiais deve ser considerado).
Dados : γalvenaria= 15 kN/m3. γconcreto= 25 kN/m3.
70 kN
‘a ‘a
4m
2m
‘ b’
‘ b’
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9. A carga P aplicada à um pino de aço é transmitida por um suporte de madeira por
intermédio de uma arruela de diametro interno 25 mm e de diametro externo "d".
Sabendo-se que a tensão normal axial no pino de aço não deve ultrapassar 35 MPa e que a
tensão de esmagamento média entre a peça de madeira e a arruela não deve exceder
5MPa, calcule o diametro "d" necessário para a arruela.
R: 6,32 cm
10. Aplica-se à extremidade C da barrade aço ABC uma carga de 66,7 kN. Sabe-se que Eaço
é de 2,1.104 kN/cm2. Determinar o diametro "d" da parte BC para a qual o deslocamento
do ponto C seja de 1,3 mm.
R: 21,8 mm
11. Usando o desenho do problema anterior, suponha as duas partes da barra de alumínio com
módulo de elasticidade longitudinal de 0,7 . 104kN/cm2. O diametro da parte BC é de 28
mm. Determinar a máxima força que pode ser aplicada na extremidade C sabendo-se que
o seu deslocamento não pode ultrapassar 3,8 mm. Sabe-se que a tensão de escoamento
admissível para o alumínio é de 16,5 kN/cm2.
R: P ≅ 84 kN
12. O fio de aço CD de 2 mm de diametro tem seu comprimento ajustado para que sem
nenhum carregamento exista uma distancia média de 1,5 mm entre a extremidade B da
viga rígida ABC e o ponto de contato E. Pede-se determinar em que ponto deve ser
colocado o bloco de 20 kgf sobre a viga de modo a causar contato entre B e E.
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Dados do aço: E = 2 . 104 kN/cm2.
R: x = 10 cm
13. Uma barra de aço tem seção transversal de 10 cm2 e está solicitada pelas forças axiais
indicadas. Determinar as tensões desenvolvidas nos diversos trechos da barra.
100 kN 30 kN 20 kN 90 kN
2m 3m 4m
R: trecho 1 : 10 kN /cm2
trecho 2 : 7 kN/cm2
trecho 3 : 9 kN/cm2
14. Uma barra de aço colocada na horizontal mede 5 m. Calcular o seu alongamento quando
suspensa verticalmente por uma extremidade. Dados do aço:
E = 2,1 . 104 kN/cm2 γ = 80 kN/m3
R: 0,004763 mm
15. Um pilar de tijolos comuns deve receber uma carga oriunda de um telhado de 32 kN.
Dimensione-o com seção quadrada sabendo que a alvenaria apresenta peso específico de
19 kN/m3 e tem uma tensão de compressão admissível de 6 kgf/cm2.
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R: a ≥ 24,2 cm
16. Duas barras prismáticas rígidamente ligadas entre si suportam uma carga axial de 45 kN
como se indica a figura. A barra superior é de aço, tem 10 m de comprimento e
seçãotransversal com 65 cm2 de área; a barra inferior é de latão, tem 6 m de comprimento
e seção transversal com 52 cm2de área. Pedem-se as máximas tensões de cada material e
o alongamento do sistema.
Dados: aço latão
E = 2,1 . 104 kN/cm2 E = 0,9 . 104 kN/cm2
γ = 78 kN/m3 γ = 83 kN/m3
aço
10 m
latão 6m
45 kN
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17. Para a peça do problema anterior, supondo toda ela de latão, qual a área necessária para a
parte de cima para que se tenha a mesma tensão máxima desenvolvida na parte de
baixo.Neste caso qual é o alongamento sofrido.
R: Anec ≥ 57,54 cm2
∆ l = 0,1558 cm
18. Determine as dimensões 'a', 'b' e 'c' dos pilares abaixo com seção circular que recebemuma
carga axial de 3.000 kN. Determine também a percentagem de material economizado
quando se adota a segunda distribuição. Dados do material:
γ = 90 kN/m3 σe = 0.5 kN/cm2
R: a ≥ 165.17 cm
b ≥ 109.25 cm
c ≥ 136.56 cm
econ ≅ 44 %
19. Suponha um pilar de concreto de seção quadrada 20 x 20 cm, armado com 4 φ 1/2",
conforme figura. Determine a máxima carga 'P' que se pode aplicar à este pilar, a
percentagem desta carga que cada material absorve e o encurtamento do sistema. São
dados:
aço concreto
σe = 12 kN / cm2 σc = 0. 6 kN / cm2
E = 2.1 . 104 kN/cm2 E = 0.14 . 104 kN/cm2
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R : P ≤ 282.5 kN
concr: 83.88 % aço: 16.12 %
∆ l = 0.171 cm
21. Um tubo vertical de aço cheio de concreto tem diametro externo de 90 cm e interno de 87
cm. Para o aço o limite de escoamento é de 24 kN/cm2 e o coeficiente de segurança
adotado pela norma 2.25. Para o concreto a tensão de ruptura à compressão é de 1.5
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kN/cm2 e o coeficiente de segurança adotado 2.5. Supondo o sistema comprimido por
placas rígidas, determine a carga máxima aplicável, sendo dados:
Eaço = 2.1 . 104 kN/cm2 Econcr = 0.18 . 104 kN/cm2
R: P ≅ 6.500 kN
22. Uma barra de seção quadrada de 5 cm de lado está fixa rígidamente entre duas paredes e
suporta uma carga axial de 20.000 Kgf, conforme figura. Calcular as reações nos engastes
e o alongamento da parte tracionada.
Emat = 2.4 . 106 kgf/cm2
23. A barra prismática da figura é engastada nas extremidades e suporta as cargas que aí se
indicam, aplicadas por intermédio de saliencias rígidamente ligadas à barra. Desprezada a
influência da distribuição de esforços nessas saliências, pede-se calcular as tensões
normais nos trechos AB, BC e CD. A área da seção transversal desta barra é de 10 cm2.
R: σAB = - 2 kN/cm2
σBC = - 6 kN/cm2
σCD = + 6 kN/cm2
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25. Um tanque cilindrico de gasolina com eixo vertical está cheio à partir da extremidade
inferior com 12 m do líquido, tendo a gasolina peso específico de 7.4 kN/m3. Tendo o
tanque 26 m de diametro interno e sendo o limite de escoamento do material do tanque
240 MPa, pede-se calcular com segurança 2 a espessura necessária a parede em sua parte
mais profunda. Qual seria esta espessura se a eficiência da ligação parede-fundo fosse de
85%?
R: t = 0.962 cm
tjunta = 1.13 cm
R: 3 mm
27. Considere uma peça formada por dois tubos co-axiais. Inicialmente existe uma diferença
entre os diametros de 0.025 cm, sendo necessário aquecer o cilindro externo para nele
introduzir o interno. Sendo de aço os dois cilindros; 10 cm o diametro da superfície de
contato; 0.25 cm a espessura do cilindro interno e 0.20 cm a espessura do externo, pede-se
determinar as tensões circunferenciais desenvolvidas em cada um dos cilindros depois de
resfriado o sistema.
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CAPÍTULO III
CISALHAMENTO CONVENCIONAL
I. ASPECTOS GERAIS
Consida-se inicialmente um sistema formado por duas chapas de espessura "t" ligadas entre
si por um pino de diametro "d", conforme esquematizado abaixo:
A largura destas chapas é representada por "l" e a ligação está sujeita à uma carga de tração
"P".
Considerando-se o método das seções, e cortando a estrutura por uma seção "S",
perpendicular ao eixo do pino e justamente no encontro das duas chapas, nesta seção de pino
cortada devem ser desenvolvidos esforços que equilibrem o sistema isolado pelo corte. Então:
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Aplicando as equações de equilíbrio:
Σ Fx = 0
Q-P=0 ∴ Q=P
Σ MS = 0
t
M - P.t/2 =0 ∴ M = P.
2
Conforme os cálculos acima efetuados, pode-se notar que o valor do momento é pequeno já
que se trabalha com a união de chapas que, por definição, tem a sua espessura pequena em
presença de suas demais dimensões.
Nestes casos, pode-se fazer uma aproximação, desprezando o efeito do momento fletor em
presença do efeito do esforço cortante.
Isto facilitaria o desenvolvimento matemático do problema, mas teóricamente não é exato
pois sabemos que momento e cortante são grandezas interligadas:
dM
Q=
dx
Em casos de ligações de peças de pequena espessura, como normalmente aparecem em
ligações rebitadas, soldadas, parafusadas, pregadas e cavilhas, esta solução simplificada leva a
resultados práticos bastante bons. É nestes casos que se adota o cisalhamento aproximado,
também chamado de cisalhamento convencional.
O cisalhamento convencional é uma aproximação do cisalhamento real, onde o efeito do
momento é desprezado.
Tem-se apenas uma área sujeita à uma força contida em seu plano e passando pelo seu centro
de gravidade. Para o cálculo das tensões desenvolvidas é adotado o da distribuição uniforme,
dividindo o valor da força atuante pela área de atuação da mesma. Esta seção é chamada de
ÁREA RESISTENTE, que deverá ser o objeto de análise.
A distribuição uniforme diz que em cada ponto desta área a tensão tangencial tem o mesmo
valor dada por:
Q Q
τ=
Aresist
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Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
A lei exata da distribuição de tensões deve ser posteriormente estudada para os outros casos
em que o cisalhamento convencional não é adotado.
Pode-se observar que na solda de topo, há o desenvolvimento de tensão normal, o que já foi
visto e foge do proposto neste capítulo.
Consideram-se duas chapas de espessura t1 e t2, ligadas entre si por cordões de solda
conforme a figura abaixo:
Sejam:
g - comprimento de trespasse entre as
chapas
h - largura da chapa à ser soldada
t1 - espessura da chapa à ser soldada
Pode-se, intuitivamente, notar que o efeito da força se faz sentir ao longo do comprimento do
cordão de solda, sendo lógico se atribuir uma relação direta entre a área resistente de solda e o
comprimento do cordão.
Nas ligações soldadas, consideramos a área resistente de solda ao produto da menor dimensão
transversal do cordão por seu comprimento respectivo.
Na ligação acima e vê que a chapa de espessura t1está ligada à chapa de espessura t2 por
meio de um cordão de solda. Vamos ver ampliada uma seção transversal desta solda:
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É costume desprezar-se a parte boleada da seção de solda pois é
onde prováveis falhas se localizam(bolhas de ar, etc)
"d" é a menor dimensão da seção resistente deste cordão e que
pode ser calculada como a altura do triangulo retangulo de
catetos iguais à t1 .
Observação:
O diâmetro do cordão de solda é escolhido de acôrdo com a espessura da chapa à ser soldada.
d = t1 . sen 45° d = 0,7 t1
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IV. LIGAÇÕES REBITADAS
A. TIPOS DE LIGAÇÕES REBITADAS
B. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Em qualquer ligação rebitada, além de se levar em conta o cisalhamento nos rebites, outros
fatores também devem ser examinados. Sempre que se projeta ou verifica uma ligação
rebitada deve-se analisar os seguintes itens:
1. Cisalhamento nos rebites.
2. Compressão nas paredes dos furos.
3. Tração nas chapas enfraquecidas.
4. Espaçamento mínimo entre rebites.
Para que a ligação tenha segurança todos estes fatores devem estar bem dimensionados.
Observam-se zonas comprimidas nas duas chapas devido à ação do rebite sobre elas, sendo na
vista de cima, representada a ação do rebite na chapa superior.
À fim de facilitar-se o cálculo destas compressões substitui-se a àrea semi cilindrica, da
parede do furo, por sua projeção, que seria uma área equivalente ou simplificada ficando:
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Aresist = Asimpl = d.t
F=P
F P
σ= σC =
Aresist d.t
Como nos casos de ligações rebitadas existem n rebites, podemos generalizar a expressão::
P
σ=
n.d.t
P
σT =
t.l
Supondo que se façam dois furos em uma mesma seção transversal de chapa para a colocação
de rebites. A nova área resistente será:
64
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
A nova tensão de tração desenvolvida será:
P
σ=
t(l - 2.d)
Para generalizar criamos uma grandeza, n1 que reprezenta o número de rebites colocados em
uma mesma seção transversal;
P
σ=
t (l - n1.d)
A condição de segurança expressa analíticamente será:
P
≤ σΤ
t (l - n1.d)
onde σΤ representa a tensão de tração admissível para o material das chapas ou cobrejuntas
Observações:
1. Em casos de projetos de ligações rebitadas sempre interessa a pior situação do sistema, que
muitas vêzes é determinada com a simples observação. Nos dois itens anteriores (compressão
nos furos e tração nas chapas enfraquecidas) pode-se tirar as seguintes conclusões:
a. Nas ligações por superposição e cobrejunta simples, sempre estará em pior situação
a peça de menor espessura, pois ambas recebem a mesma carga. Resta apenas observar que
para a tração nas chapas enfraquecidas, a seção transversal com maior número de rebites
colocados é a em pior situação (n1 máximo).
65
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b.Nas ligações com cobrejunta duplo seria conveniente a análise das chapas e dos
cobrejuntas já que a espessura dos mesmos é diferente e a carga ao qual eles estão submetidos
também o é.
Cobrejunta: P/2 , t1
Chapas: P, t2
Recomendações da Norma:
3 d - distâcia mínima entre os centros de 2 rebites
2 d - distância mínima entre centro de rebite e borda livre perpendicular à ação da força
1,5 d - distância mínima entre centro de rebite e borda livre paralela à ação da força onde "d"
é o diâmetro do rebite.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Uma guilhotina para cortes de chapas tem mesa com 2 metros de largura de corte e 450
kN de capacidade. Determinar as espessuras máximas de corte em toda a largura para as
chapas :
a. Aço (τ = 220 MPa ) R: (a) 0.10 cm
b. Cobre (τ = 130 MPa ) (b) 0.17 cm
c. Alumínio (τ = 70 MPa ) (c) 0.32 cm
2. As chapas soldadas abaixo na figura tem espessura de 5/8". Qual o valor de 'P' se na solda
usada a tensão admissível ao cisalhamento é de 8 kN/cm2. Determine também o menor
trespasse possível adotando-se todas as possibilidades de solda.
R: P ≤ 356.16 kN
g ≥ 14 cm
3. Considere-se o pino de 12.5 mm de diametro da junta da figura. A força "P" igual à 37.50
kN. Admita a distribuição de tensões de cisalhamento uniforme. Qual o valor destas
tensões nos planos a-a' e b-b'.
R: 1.528 Kgf/cm2
4. De acôrdo com a figura, a força P tende a fazer com que a peça superior (1) deslize sobre
a inferior (2). Sendo P = 4.000 Kgf, qual a tensão desenvolvida no plano de contato entre
as duas peças?
67
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R: 4,71 kN/cm2
R: 231,91 kN
6. Considere-se o corpo de prova da figura, de seção transversal retangular 2.5 x 5 cm, usado
para testar a resistência a tração da madeira. Sendo para a peroba de 1,3 kN/cm2 a tensão
de ruptura ao cisalhamento, pede-se determinar comprimento mínimo "a" indicado, para
que a ruptura se de por tração e não por cisalhamento nos encaixes do corpo de prova.
Sabe-se que a carga de ruptura do corpo por tração é de 10,4 kN.
Corpo de prova
R: a ≥ 0.8 cm
68
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7. Considere-se um pino de aço de 3/8" de diametro sujeito à força axial de tração de 10 kN.
Calcular a tensão de cisalhamento na cabeça do pino, admitindo que a superfície
resistente seja de um cilindro de mesmo diametro do pino, como se indica em tracejado.
R: 1,05 kN/cm2
8. As peças de madeira A e B são ligadas por cobrejuntas de madeira que são colados nas
superfície de contato com as peças. Deixa-se uma folga de 8 mm entre as extremidades de
A e B . Determine o valor do comprimento "L"para que a tensão de cisalhamento nas
superfícies coladas não ultrapasse 0,8 kN/cm2.
R: 308 mm
9. Ao se aplicar a força indicada, a peça de madeira se rompe por corte ao longo da
superfície tracejada. Determine a tensão de cisalhamento média na superfície de ruptura.
R: 6 MPa
69
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10. Sabendo que a tensão de ruptura ao cisalhamento de uma chapa de aço é de 330 MPa,
determine:
a. A força necessária para produzir por punção um furo de 30 mm de diametro em uma
chapa com 9 mm de espessura.
b. A tensão normal correspondente no furador.
11. A placa indicada na figura é presa à base por meio de 3 parafusos de aço. A tensão de
cisalhamento última do aço é de 331 MPa. Utilizando-se um coeficiente de segurança de
3,5 determine o diametro do parafuso à ser usado.
R: 22 mm
70
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R: (a) 1,85 cm (b) 3,75 cm
13. Quais as distancias "a" e "b" necessárias para os entalhes na peça horizontal da treliça
indicada? Todas as peças tem seção transversal de 0,20 x 0,20 m. Admitir a tensão de
cisalhamento da madeira de 3,5 MPa e utilizar coeficiente de segurança 5.
R : a ≅ b ≅24 cm
14. Verificar a ligação rebitada da figura, sendo dados
Rebites Chapas
τ = 100 MPa σ T = 150 MPa
d = 1/2" = 1,27 cm σ C = 250 MPa
71
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R: Não há segurança
(tração nas chapas)
15. Determine a máxima carga P que se pode aplicar à ligação rebitada abaixo sendo dados:
Rebites Chapas e Cobrejuntas
d = 1/2" = 1.27 cm σ T = 150 MPa
τ = 100 MPa
OBS: medidas em mm
72
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R: Não há segurança
17. A junta longitudinal de uma caldeira é de topo com cobrejunta duplo. O diametro interno
da caldeira é de 1,3 m , a espessura de sua chapa de 15 mm e as chapas de recobrimento
(cobrejuntas) de 10 mm. Sabe-se que os rebites são colocados longitudinalmente a cada 8
cm. Determinar a pressão interna que esta caldeira pode suportar e também a eficiência da
ligação rebitada. Os rebites usados tem 12 mm de diâmetro e são dados dos materiais:
Rebites: Chapas e Cobrejuntas:
d = 12 mm σ T = 387 MPa
τ = 310 MPa σ C = 670 MPa
Deve-se adotar segurança 5.
R : pi ≤ 2,7 Kgf/cm2
eficiência ≅ 15%
73
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18. Dimensionar um eixo de uma roldana fixa que deve suportar a elevação de uma carga de
100 kN. Sabe-se que o material do eixo apresenta tensão admisível ao cisalhamento de
120 MPa.
R: 3,25 cm
74
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CAPÍTULO IV
GEOMETRIA DAS MASSAS
I. ASPECTOS GERAIS
Apesar de não estar incluida dentro dos nossos objetivos principais, vamos estudar algumas
grandezas características da geometria das massas com a finalidade de conhecermos alguns
valores necessários ao estudo das solicitações que provoquem a rotação, como o Momento
Fletor e o Momento Torsor.
Vamos nos ater ao cálculo das propriedades das seções planas.
Define-se:
Momento estático de um elemento de área dA em relação a um eixo é o produto da área do
elemento por sua orddenada em relação ao eixo considerado.
Notação : s
Expressão analítica :
s x = y.dA s x = y.dA
Define-se:
Momento estático de uma superfície é a soma dos momentos estáticos em relação a um
mesmo eixo dos elementos que a constituem.
Notação : S
75
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Expressão analítica:
Sx = ∫ y. dA Sy = ∫ x. dA
A A
Observações:
1. unidade: cm3, m3, ...
2. sinal : O momento estático pode admitir sinais positivos ou negativos, dependendo do
sinal da ordenada envolvida.
3. O momento estático de uma superfície é nulo em relação à qualquer eixo que passe pelo
baricentro desta superfície.
xG
G
yG
por definição:
Sx = ∫ y. dA
A
A = ∫ dA então :
A
76
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∫ y. dA
yG = A
∫ dA
A
Análogamente:
∫ x. dA
xG = A
∫ dA
A
OBS: Quando a figura em estudo apresentar eixo de simetria, o seu centro de gravidade estará
obrigatóriamente neste eixo.
Exemplo1:
Determinar a altura do centro de gravidade do semi-círculo de raio R da figura
4. R
R : yG =
3. π
77
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III. MOMENTOS E PRODUTOS DE INÉRCIA
Podemos definir momentos e produtos de inércia de uma superfície , usando como referencia
a mesma superfície de área A referida à um sistema de eixos x,y:
r y
OBS: Sendo o momento de inércia axial de uma superfície o somatório de valores sempre
positivos, ele só admite valores positivos também.
Define-se:
Jo = Jx + Jy
Portanto, o momento de inércia de uma superfície em relação a um ponto é a soma dos
momentos de inércia em relação a dois eixos ortogonais que passem pelo ponto considerado.
C. PRODUTO DE INÉRCIA
Define-se:
O produto de inércia de um elemento de área em relação a um par de eixos é o produto da
área deste elemento por suas coordenadas em relação aos eixos considerados.
Notação : j
Expressão analítica :
jx,y = x.y.dA
Sinal: admite sinais positivos e negativos, de acôrdo com o sinal do produto das coordenadas.
4 4
Unidade : cm , m , ...
Define-se:
O produto de inércia de uma superfície é a soma dos produtos de inércia, em relação ao
mesmo par de eixos, dos elementos que a constituem."
Jx , y = ∫ x.y.dA
A
O produto de inércia de uma superfície por ser o somatório do produto dos elementos que a
constituem pode resultar em um valor negativo, positivo ou nulo.
79
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Exemplo 2:
Determine o momento de inércia de um retangulo b x h , em relação ao eixo horizontal
coincidente com a base.
y
yG
xG
dy
dx
Expressões analíticas:
2
Jx = JxG + A.dy
2
Jy = JyG + A.dx
2
Jo = JG + A . r
Jx,y = JxG,yG + A.dx.dy
O teorema à seguir nos permite calcular momentos e produtos de inércia em relação a eixos
deslocados de um angulo α, de uma referência conhecida.
α
x
O
Expressões analíticas:
1
Jx',y' = Jx,y . cos 2α + (Jx - Jy).sen 2α
2
A convenção adotada na dedução destas expressões na medida de α, segue a convenção
adotada no círculo trigonométrico, ou seja deslocamento no sentido anti horário.
x'
α
x
81
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A. EIXOS E MOMENTOS PRINCIPAIS DE INÉRCIA
Podemos notar que ao efetuarmos a rotação dos eixos que passam por um ponto 'o', os
momentos e produtos variam em função do angulo de rotação α.
Para a determinação do máximo de uma função, por exemplo Jx', podemos utilizar os
conceitos de cálculo diferencial, onde sabemos que uma função é máxima ou mínima no
ponto em que sua primeira derivada for nula.
dJx '
Então: =0
dα
Efetuando as derivações e com algumas simplificações algébricas chegamos à expressão:
2.Jxy
tg 2α =
Jy - Jx
Esta expressão nos permite calcular dois valores para o angulo α, que caracterizam a posição
dos eixos em relação aos quais o momento de inércia assume valores extremos (máximo e
mínimo).
Vamos observar que estes eixos são:
1. Ortogonais entre si.
2. O produto de inércia em relação a este par de eixos é nulo.
3. Na rotação dos eixos a soma dos momentos de inércia é constante.
Jx + Jy = Jx' + Jy'
Os dois eixos determinados chamam-se de eixos principais de inércia e os momentos
correspondentes momentos principais de inércia.
Observações:
1. Se o ponto "o" em tôrno do qual se fez a rotação coincidir com o centro de gravidade da
seção, os eixos passarão a ser chamados de principais centrais de inércia e a eles
corresponderão os momentos principais centrais de inércia.
2. Se a seção tiver eixo de simetria, este será, necessáriamente , um eixo principal central de
inércia.
82
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. As superfícies abaixo indicadas foram construídas em chapas de aço dobradas. Determine
o baricentro das mesmas supondo que as chapas adotadas tem 10 mm de espessura
a. b.
20 cm
21 cm
20 cm
20 cm
83
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c.
y
R: XG = 25; YG = 27
d.
y
6 cm
3 cm 3 cm 4 cm 2 cm
R: XG = 6,57 ; YG = 2,60 ;
3. Determine o momento estático das figuras hachuradas abaixo em relação aos eixos
indicados. Medidas dadas em cm.
a. b. Y
Y
18
12
18
6 X
X
2
9
3 10
84
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4. Determinar o momento de inércia das figuras em relação aos eixos baricentricos horizontail
e vertical. (medidas em cm)
a. b.
c. d.
85
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5. Para as figuras abaixo, determine os seus eixos principais centrais de inércia, bem como
os momentos correspondentes (momentos principais centrais de inércia). As medidas
estão cotadas em cm.
a. b.
86
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TABELA DE MOMENTO DE INÉRCIA DE SEÇÕES USUAIS
b.h 3
JX =
12
x h
h.b3
Jy =
12
B.H 3 b.h 3
Jx = −
12 12
x h H
H.B3 h.b3
Jy = −
12 12
b
B
b.H3 − (B − b )h 3
Jx =
12
x H
h
2(H − h )B3 + h.b3
Jy =
12
b
B
87
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y
B 2 + h.b
e=
2B + h
x
H B.H3 − b.h 3
h Jx =
12
Jy =
3
[
1 3
]
B (H − h ) + b 3 h − (BH − bh ).e 2
b
e
B
y
2/3 h b.h 3
Jx =
36
x
h.b 3
1/3 h Jx =
48
y
2/3 h
b.h 3
Jx =
36
h.b 3
x Jy =
36
h/3
b/3 2/3 b
88
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Y π.R 4
JX = JY =
4
π.R 4
JO =
X 2
O
89
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CAPÍTULO V
TORÇÃO
I CONCEITO:
Diz-se que uma peça está sujeita à solicitação simples de torção, quando a única solicitação a
que ela está sujeita é a de Momento Torsor.
O Momento torsor provoca o giro da seção em torno do seu baricentro, ou de todas as seções
em torno do eixo longitudinal da peça.
(a)Antes da deformação
Círculos permanecem
circulares
Linhas longitudinais
transforman-se em hélices de
pequeníssima curvatura
Linhas radiais
permanecem retas
90
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Peça Vertical:
A. CONSIDERAÇÕES GERAIS:
Seja uma peça de seção circular sujeita exclusivamente à torção (peso próprio desprezado):
Mt
Mt
91
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a. É válida a hipótese de BERNOULLI
"Se uma seção é plana e perpendicular ao eixo de uma peça antes da deformação, continuará
plana e perpendicular ao eixo da peça durante e após a deformação."
b. Válido o princípio da reciprocidade das tensões tangenciais.
"Se em uma seção de uma peça existir uma tensão de cisalhamento, então em uma seção
perpendicular à esta deverá existir a mesma tensão (recíproca). Ambas tem o mesmo módulo,
e ambas se aproximam ou se afastam da aresta de perpendicularidade."
c. Por efeito da torção há o deslizamento de uma seção sobre a outra, desenvolvendo-se entre
elas tensões tangenciais, atuantes no próprio plano da seção. Em qualquer ponto desta seção a
tensão tangencial é perpendicular ao raio.
d. É válida a lei de Hooke
"As tensões e as deformações específicas são proporcionais enquanto não se ultrapassa o
limite elástico do material."
σ
= E ( módulo de elasticidade longitudinal)
ε
τ
= G (módulo de elasticidade transversal)
γ
e. As seções giram sem se deformar em seus próprios planos, isto é , os raios permanecem
retilíneos e o ângulo formado por dois raios é constante.
f. Considera-se que o eixo da peça na torção permaneça retilíneo (não sofra empenamento).
B. TENSÕES E DEFORMAÇÕES
Supõe-se uma peça de seção circular sujeita à torção, trabalhando de acordo com as condições
acima citadas. Seu eixo geométrico permanece retilíneo, mas suas fibras longitudinais
transformam-se em hélices cilíndricas de pequeníssima curvatura. Lembra-se que em
estruturas trabalha-se no campo das pequenas deformações.
92
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Mt
S2 O H
A’
A
Hélice cilíndrica de
pequeníssima
L curvatura.
S1 BB
S2 O A’
A
C C’
Chamamos de:
H - ângulo total de torção 1
L - Comprimento total da peça
S1 BB
93
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Supõe-se que se faça um novo corte, distante uma unidade de comprimento da seção S1 fixa.
Como a peça assim isolada pelo corte tem um comprimento unitário, seu ângulo total de
torção será chamado de ângulo unitário de torção (θ).
S3 O θ
3
C C’
1
γ
S1 BB
Conceito: Ângulo unitário de torção é o ângulo total de torção que uma peça de comprimento
unitário apresenta quando sujeita à um torsor.
Chama-se de :
θ - ângulo unitário de torção
γ - distorção específica
Intuitivamente observa-se que:
H θ
= ou
L 1
H = θ. L
Esta expressão permite calcular o ângulo total de torção em função do ângulo unitário de
torção.
Por geometria diferencial:
CC' = r . θ
Por definição, distorção específica é a relação entre a deformação apresentada e a medida
respectiva perpendicular à esta deformação:
CC'
γ=
1
então γ.1= r.θ ou γ =r.θ
Pela lei de Hooke:
τ τ τ
= G ∴ γ = ou ainda : = r. θ
γ G G
τ = G . θ.r
94
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Esta expressão fornece o valor da tensão tangencial nos pontos da seção S3 caracterizados
pela ordenada r (distância do ponto considerado ao centro da seção), e é válida para qualquer
peça em que não exista o empenamento.
τr
Mt
dA
O
r
Chamamos :
dA - elemento de área genérico da seção.
r - distância genérica do elemento de área dA ao ponto O, centro da seção
0≤r≤R
τr - tensão desenvolvida no elemento de área dA pela atuação de Mt
dF - elemento de força desenvolvido no elemento de área devido à
tensão desenvolvida τr
dF = τr . dA
mt - momento torsor desenvolvido pela força que atua no elemento de área
mt = r . dF = r . τr . dA
O momento torsor total que atua na seção Mt deverá ser a soma dos torsores elementares que
atuam em cada elemento de área que constitui a seção, ou seja:
Mt = ∫A r.τr . dA como τr = G. θ . r
Mt = ∫A G.θ.r . r . dA = G.θ∫A r 2 dA
95
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Jo = ∫A r 2 . dA Momento de Inércia da seção cicular em relação ao seu centro O.
Mt
θ= ângulo unitário de torção
G.Jo
Observações:
1. unidade: rad/cm, rad/m, ...
2. Para a seção circular é tabelado o momento de inércia em relação ao seu centro.
π.R 4
Jo =
2
Assim, ao se determinar o ângulo unitário de torção, podemos determinar também as
deformações totais, partindo de H = θ. L
Mt
H= .L
G.Jo
Para determinação das tensões, basta substituir na expressão τ = G. θ.r o valor determinado
para θ.
Mt
τ = G. .r
G.Jo
Mt
τ= .r
Jo
como r é uma distância genérica que varia (0 ≤ r ≤ R) podemos calcular os valores limites
para a tensão na seção circular:
r = 0 (centro da circunferência) τ =0
Mt
r = R (contôrno da seção) τmáx = .R
Jo
Observações:
l. Distribuição das tensões
A distribuição de tensões é linear (equação de 1º grau), e segue o modelo abaixo:
96
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
τmáx
τmáx
Pode-se adaptar o formulário da seção circular para a coroa circular, pois as hipóteses de
funcionamento da mesma são iguais, respeitadas as diferenças relativas as propriedades
geométricas.
Re
τmáx
Ri
τmáx
Observa-se que a tensão máxima ocorre no contorno externo da seção coroa circular.
97
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
Mt
θ=
G.Jo
H = θ.L
Mt
τr = r onde R i ≤ r ≤ R e
Jo
Mt
τmáx = . Re
Jo
Jo =
π
2
(
Re 4 - Ri 4 )
IV . ÁRVORES OU EIXOS DE TRANSMISSÃO
98
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
N
Mt = 716,2
n
O torsor assim calculado é obtido em kN.cm.
A. HIPÓTESE DE BREDT
Para o estudo da torção em peças de paredes delgadas, além de válidas as hipóteses já
descritas, consideramos:
1. Eixo retilíneo
2. A seção transversal é qualquer , mas constante ao longo do eixo.
3. A espessura da parede é pequena em relação às dimensões da seção transversal:
dm
t≤
10
4. Admitimos que só existe momento torsor em qualquer seção.
99
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
τ
Pelo fato da espessura ser muito pequena, Bredt considerou as tensões tangenciais constantes
em uma mesma espessura:
“Em uma peça tubular de paredes delgadas, e submetida à torção, as tensões tangenciais, nos
pontos de uma mesma espessura, são paralelas e de valor constante. Esta hipótese os conduz a
uma distribuição uniforme de tensões tangenciais ao longo de uma espessura.”
Hipótese de Bredt
B. TENSÕES
100
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
As tensões tangenciais τ1 e τ2 nas espessuras t1 e t2 estão
representadas de acôrdo com a hipótese de Bredt, levando-se
também em conta a reciprocidade das tensões tangenciais.
Como nas seções cortadas devem aparecer tensões que
equilibrem o sistema, podemos verificar as equações de
equilíbrio estático.
Σ Fy = 0 τ1.t1.L - τ2.t2.L = 0
τ1.t1 = τ2.t2
Como estávamos tratando com espessuras genéricas, podemos generalizar a conclusão:
τ1.t1 = τ2.t2 = τ3.t3 = ......... = τn.tn = f
f - fluxo das rensões tangenciais
"Em uma peça tubular de paredes delgadas, submetida à um momento torsor, o fluxo das
tensões tangenciais é constante."
Passemos à considerar agora uma seçã genérica "S":
dω
B
A
Seja:
C - contôrno médio da seção representado pontilhado;
dω - elemento de área compeendido pelo contôrno médio (área OAB)
dS - arco elementar componente do contôrno médio
r.dS
dω =
2
Consideremos um elemento de área ao longo do contôrno:
dA = t.dS
A tensão desenvolvida neste elemento de área dA, dá origem à uma força df:
101
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
df = f dS = τ . t . dS
O momento desta força em relação ao centro de torção o é:
mt = dF . r = ( τ . t . dS) . r = τ . t . r . dS
O momento torsor total da seção será:
Mt = ∫ τ . t .r.dS = τ . t ∫ r.dS
C C
Mt = τ . t . ∫ 2.dω = 2. τ . t . ∫ dω
C C
∫ dω = Ω
C
Mt = 2. τ .t. Ω
Mt
τ=
2.t.Ω
Observações:
1. Esta expressão possibilita calcular as tensões tangenciais em qualquer espessura da
parede do tubo.
2. A tensão máxima ocorre nos pontos de menor espessura.
Mt
τmáx =
2.Ω.tmín
102
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
C. DEFORMAÇÕES
Mt
Sabe-se que τ= e que : τ = G.θ.r
2.Ω.t
Mt
G.θ.r =
2.Ω.t
Integrando esta igualdade ao longo do contôrno médio da seção, obtem-se:
Mt
∫ G.θ.r = ∫
C C 2.Ω.t
Mt dS
∫ = G.θ ∫ r.dS
2.Ω C t C
∫ r.dS = 2.Ω
C
Mt dS
2.G.θ.Ω = ∫
2.Ω C t
Mt dS
θ= ∫
4.G.Ω C t
2
Esta expressão possibilita calcular o angulo unitário de torção em uma peça tubular de
paredes delgadas submetida à torção.
A deformação total pode ser obtida por
H = θ. L
dS
Avaliação de ∫
C t
103
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
C1
t1
t4 t2
C4 C2
t3
C3
dS
n Ci
∫ = ∑
C t i =1 ti
Mt n Ci
θ= ∑
4.G.Ω 2 i = 1 ti
4. Seção transversal com lei matemática para variação da espessura ao longo do contôrno
médio: Neste caso basta substituir t pela sua lei matemática e resolver matemáticamente a
integral.
5. Se a seção transversal não se enquadrar nos casos anteriores a integral deve ser avaliada
por um processo aproximado.
104
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Calcular a máxima tensão tangencial em uma barra de seção circular com 20 cm de
diâmetro, quando submetida a um par de torção de 40 kN.m. Determine também o ângulo
total de torção, sendo o comprimento da peça 3 m e o módulo de elasticidade transversal
do material igual a 8.104 MPa.
R: τmáx = 2,55 kN/cm2
H = 96 . 10-4 rad
R: 2,14 kN/cm2
105
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
6. O eixo de seção variável, como se indica na figura, é de aço com módulo de elasticidade
transversal 0,84 . 104 kN/cm2 . Na extremidade inferior do eixo é aplicado um torsor de 6
kN.m e na seção B um torsor de 9 kN.m, com os sentidos indicados. Determine a tensão
de cisalhamento máxima nos dois trechos de seção constante e o deslocamento angular de
B e C.
Latão 60 cm
Alumínio 60 cm
R: 57,57 kN.cm
Mt
106
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8. Considere um eixo formado por um núcleo cilíndrico de alumínio com 5 cm de diametro
envolto por uma coroa de aço com 6 cm de diâmetro externo. Sendo rígida a ligação entre
os dois metais e estando o eixo solicitado por um torsor de 15 tf.cm, pedem-se as tensões
de cisalhamento máximas nos dois metais.
Dados: GAl = 0,28 . 104 kN/cm2 Gaço = 0,84 . 104 kN/cm2
5 cm 6 cm
9. Um eixo maciço de aço com seção circular é envolvido por um tubo de cobre, rigidamente
ligado ao aço. O conjunto está solicitado a torção. Sabendo-se que o cobre absorve 1,5
vezes o torsor do aço, pede-se determinar a relação entre os diâmetros interno e externo do
tubo de cobre. Dados:
Gaço = 0,84 . 104 kN/cm2 GCu = 0,42 . 104 kN/cm2
Cobre
aço Di
De
R: De = 2 . Di
10. .Admite-se no problema anterior qua a barra de aço tem diâmetro de 6 cm e que as tensões
de cisalhamento admissíveis no cobre e no aço sejam respectivamente 6 e 8 kN/cm2 .
Qual o torsor máximo que se pode aplicar ao eixo.
R: 8,48 kN.m
107
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11. Um momento de torção de 3 kN.m é aplicado ao cilindro maciço de bronze indicado.
Determinar:
a. Máxima tensão de cisalhamento
b. A tensão de cisalhamento no ponto B com 15 mm de raio.
c. A parcela do momento resistida pelo cilindro interior aos 15 mm de raio
60 mm
3 kN.m B
200 mm
R: a. 70,7 MPa
b. 35,4 MPa
c. 6,25 %
12. Os momentos torsores indicados atuam nas polias A B C e D. Sabendo-se que os eixos
são maciços determinar a tensão máxima de cisalhamento:
a. do eixo BC
b. do eixo CD
R: a. 8,34 kN/cm2
b. 8,15 kN/cm2
108
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13. A barra circular maciça BC de aço é presa à haste rígida AB e engastada ao suporte rígido
C. Sabendo-se que G = 0,75.104 kN/cm2 , determinar o diâmetro da barra de modo que
para um P de 450 N a deflexão do ponto A não ultrapasse 2 mm e que a máxima tensão de
cisalhamento não exceda 100 MPa.
R: 40,5 mm
14. Verificar a seção esboçada na figura para resistir à um momento torsor de 30 kN.m,
sabendo-se que a tensão limite de cisalhamento do material é de 50 MPa. Calcule também
o seu ângulo unitário de torção ( G = 0,8 . 104 kN/cm2 ).
2 cm 20 cm 2 cm R: s = 2,53
θ = 2,24 . 10-5 rad/cm
15. As seções da figura abaixo são construidas com o mesmo material e estão submetidas ao
mesmo torsor. Calcular a relação R/e à fim de que trabalhem com a mesma segurança.
109
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2e
R
18e
2e
e 15e e R: 7,4
16. Uma peça tubular cuja seção reta e indicada na figura, é construida com material que
apresenta tensão de cisalhamento admissível de 20 MPa. O comprimento da peça é de 4
metros, seu módulo de elasticidade longitudinal 2 . 105 MPa e seu coeficiente de Poisson
0,3. Determine:
a. Maior torsor que a seção admite.
b. Ângulo total de torção.
2 cm
16 cm
2 cm
1 cm 13 cm 1 cm
R: a. 10,08 kN. m
b. 0,1032 rad
17. A figura abaixo mostra a seção de uma peça tubular de paredes delgadas com material que
apresenta tensão de cisalhamento admissível de 4 kN/cm2 . Pede-se a dimensão 't' da
seção sabendo-se que ela esta submetida a um torsor de 1 kN.m.
2t
12 t
2t
t 26 t t R: 0,32 cm
110
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18. Aplica-se uma torção de 90 N.m ao eixo de seção vasada da figura. Determine as tensões
de cisalhamento nos pontos A e B.
19. Uma barra vasada, tendo seção transversal indicada é feita com uma lamina metálica de
1,6 mm de espessura. Sabe-se que um torque de 339 N.m será aplicado a barra.
Determinar a menor dimensão 'd' de modo que a tensão de cisalhamento não ultrapasse
3,45 MPa.
R: d ≥ 184,4 mm
111
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PEÇAS DE SEÇÃO QUALQUER
FORMULÁRIO
Seção elíptica
π.a.b 3
JT =
2
Mt
τmáx = .b
JT
M t (a 2 + b 2 )
θ=
π.G a 3.b3
OBS: A máxima tensão tangencial ocorre nos pontos externos do eixo maior
a - semi-eixo maior
b - semi-eixo menor
Seção Retangular
a a.b3
n= JT =
b α
1,8 3.n
α = 3+ β=
n 0,63
β.M t Mt
θ= τmáx = .a
G.a.b3 JT
OBS: A máxima tensão tangencial ocorre nos pontos médios dos lados maiores
112
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Seção Quadrada
a4
JT =
4,8
Mt 7,1.M t
τmáx = .a θ=
JT G.a 4
OBS : A máxima tensão tangencial ocorre nos pontos médios dos lados.
Seção Retangulo alongado
a
A seção que apresentar n ≥ 20 é chamada de retangulo alongado, onde n =
b
a.b3
α=β=3 JT =
3
Mt 3.M t
τmáx = .b θ=
JT G.a.b3
OBS: As máximas tensões ocorrem nos pontos médios dos lados maiores
113
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a- Lado maior de cada um dos retangulos
b- Lado menor de cada um dos retangulos
m - número de retangulos
1m M t. b máx
J T = ∑ a i .b i 3 θ=
Mt τ máx =
31 G.J T JT
OBS: A máxima tensão tangencial ocorre nos pontos médios dos lados maiores do retângulo
de maior espessura.
114
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Uma barra de seção elíptica cujos eixos estão na proporção 1:2 é sujeita a uma torção de 2
kN.m. O material é tal que não permite que se ultrapasse a tensão tangencial de 6 kN/cm2 e o
módulo de elasticidade transversal é de 8.10-4 kN/cm2. A peça tem 1,5 m de comprimento.
Calcule o ângulo total de torção.
R: H ≅ 0,03185 rad
2. Calcular a máxima tensão tangencial que ocorre no perfil cantoneira da figura, quando
submetido a um torsor de 0,72 kN.m. Na figura as medidas estão em mm. Assinale os pontos
de tensão máxima.
R: 7,98 kN/cm2
FLEXÃO PURA
I . VIGAS CARREGADAS TRANSVERSALMENTE
Uma viga é um elemento linear de estrutura que apresenta a característica de possuir uma das
dimensões (comprimento) muito maior do que as outras duas (dimensões da seção
transversal).
A linha que une o centro de gravidade de todas as seções transversais constitui-se no eixo
longitudinal da peça, e dizemos que uma viga é carregada transversalmente quando suas
cargas são perpendiculares à este eixo.
Quando uma viga que tem cargas perpendiculares ao seu eixo, desenvolve em suas seções
transversais solicitações de Momento Fletor (M) e Esforço Cortante (Q), sendo o Momento
Fletor responsável pela flexão e o Esforço Cortante responsável pelo cisalhamento da viga.
PURA
FLEXÃO
SIMPLES
116
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FLEXÃO PURA - Desprezado o efeito do Esforço Cortante
FLEXÃO SIMPLES - Momento Fletor e Esforço Cortante considerados.
A posição do carregamento em relação à posição dos eixos principais centrais de inércia da
seção transversal da peça, também deve ser analisada.
Convencionando por x e y os eixos principais centrais de inércia da seção transversal da viga,
e Jx e Jy os Momentos Principais Centrais de Inércia correspondentes.
Chama-se de Plano de Solicitações (PS) ao plano onde se desenvolvem as solicitações, o que
corresponde ao plano das cargas.
A posição deste plano pode ser a mais diversa possível. Comparando esta posição com a
posição dos eixos principais centrais de inércia da seção transversal, pode-se obter as
seguintes situações:
PS
PS
y
x x
y
PS contém eixo y PS contém eixo x
PS
117
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
De acordo com estas observações a flexão é classificada em:
RETA - Ocorre quando o Plano de Solicitações contém um dos eixos principais centrais de
inércia da seção (x ou y), e está representada nos dois primeiros exemplos.
OBLÍQUA - Ocorre quando o Plano de Solicitações é desviado em relação aos eixos
principais centrais de inércia da seção, representada no terceiro exemplo.
A classificação definitiva para a flexão fica:
RETA
PURA
OBLÍQUA
FLEXÃO
RETA
SIMPLES
OBLÍQUA
P
S1 S2
P
S1’ S2’
118
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S1 S1’ S2’ S2
M
M
1. No exemplo observado, as fibras de baixo se alongaram, e isso indica uma tensão normal
de tração, capaz de provocar este alongamento.
2. As fibras de cima se encurtaram e o fizeram porque houve uma tensão normal de
compressão que as encurtou.
3. Existe uma linha na seção transversal na altura do eixo longitudinal constituída por fibras
que não alongaram e nem encurtaram. Conclui-se que nesta linha não existe tensão normal.
Esta linha é chamada de LINHA NEUTRA (LN), e neste exemplo ela coincide com o eixo x,
que é principal central de inércia da seção transversal retangular.
Numa flexão reta a LN é sempre um dos eixos principais centrais de inércia da seção:
PS contendo eixo y → LN coincide com o eixo x
PS contendo eixo x → LN coincide com o eixo y
Numa flexão reta LN e PS são sempre perpendiculares entre si.
A Linha Neutra representa fisicamente o eixo em torno do qual a seção gira.
4. Quanto mais afastada for a fibra da LN maior será a sua deformação e conseqüentemente
maior será a tensão que lhe corresponde (lei de Hooke).
S1’ S2’
LN LN
119
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A. TENSÕES NORMAIS DESENVOLVIDAS
Na formação da expressão que permite calcular as tensões normais desenvolvidas em uma
seção transversal, adota-se o seguinte exemplo:
Uma Viga de seção retangular (bxh) , onde os eixos principais centrais de inércia são os eixos
de simetria (x,y). Plano de Solicitações verticais (cargas peso).
notações e convenções:
σ - Tensões Normais : (+) tração (-) compressão
Jx - Momento de inércia da seção em relação ao eixo x, principal central de inércia (pci).
Mx - Momento Fletor atuante na seção transversal devido à ação das cargas
(+) traciona as fibras da parte de baixo da seção transversal
(-) traciona as fibras de cima
y - ordenada genérica da fibra considerada, ou seja, da fibra para a qual se quer calcular as
tensões normais.
σmáxC
Mx
Mx LN
σmáxT
Mx
σy = .y
Jx
Observando esta expressão, nota-se que a tensão desenvolvida depende diretamente
domomento fletor que atua na seção transversal (responsável pela tendência de giro), e é
inversamente proporcional ao momento de inércia da mesma, o que se explica, pois o
momento de inércia representa fisicamente resistência ao giro.
A tensão também é diretamente proporcional a ordenada y, que representa a distância da fibra
em que se deseja calcular a tensão até a linha neutra, ficando de acordo com a lei de Hooke,
pois as deformações crescem com a distancia à Linha Neutra .
120
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Observações:
1. Esta expressão permite calcular a tensão normal desenvolvida devido ao momento fletor
em qualquer ponto de qualquer seção da viga considerada.
2. Se fosse exemplificado com Plano de Solicitações horizontal, as seções girariam em tôrno
do eixo y e a expressão ficaria:
My
σx = .x
Jy
B. TENSÕES NORMAIS EXTREMAS (MÁX. E MÍN)
As máximas tensões de tração e de compressão ocorrem nos pontos mais afastados da Linha
Neutra, porque são nestes pontos que a deformações são máximas (lei de Hooke).
Para facilitar o cálculo das tensões normais máximas, dividem-se as peças em duas categorias:
1. Peças Simétricas em relação ao eixo de giro (eixo x)
Ex: Seção Retangular
σmáxC
h
YmáxC= Mx
2
Mx LN
h
YmáxT=
2
σmáxT
Observe que em peças simétricas a distancia da fibra mais tracionada e da fibra mais
comprimida até a Linha Neutra é igual à metade da altura total da peça (h/2)
Mx Mx
σmáxT = . ymáxT σmáxC = . ymáxC
Jx Jx
h
ymáxT = |ymáxC | =
2
σmáxT = |σmáxC|
121
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
2. Seções não simétricas em relação ao eixo de giro (eixo x):
Ex: Seção "T"
σmáxC
YmáxC Mx
Mx LN
YmáxT
σmáxT
|ymáxc | ≠ ymáxt
σmáxT ≠ |σmáxC|
Nas seções não simétricas as convenções devem ser observadas com cuidado pois a simples
inversão de qualquer sentido ou sinal torna os resultados diferentes dos observados na prática.
Por definição, módulo de resistência à flexão é a relação entre o Momento de Inércia da seção
em relação à um eixo, e a maior distância da seção em relaçao aqo mesmo eixo. Como foi
exemplificado o caso de cargas verticais em que o eixo de rotação (LN) é x, teríamos:
Jx
Wx =
ymáx
Substituindo este conceito na expressão que nos dá a tensão máxima, tem-se:
Mx
σmáx = . ymáx
Jx
Mx
σmáx =
Wx
Note-se que não se faz distinção entre ymáxt e ymáxc , portanto a utilização prática desta
constante se dá no cálculo da tensão máxima em peças simétricas, onde eles são iguais.
Muitas vezes, em peças comerciais , o valor do módulo de resistência à flexão é tabelado.
Tratando do caso de Momento Fletor M y (rotação em torno de y), a expressão fica:
Jy My
Wy = σmáx =
xmáx Wy
122
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D. SEÇÕES E POSIÇÕES MAIS CONVENIENTES
A melhor forma para a seção transversal de uma viga sujeita à flexão é aquela que tem grande
parte de sua área em regiões o mais afastadas possíveis de sua LN.
Exemplo:
Para uma mesma seção, ou seja, para um mesmo material empregado, o aproveitamento da
melhor forma possível, ou da melhor posição possível, é possível pela análise do seu módulo
de resistência à flexão.
Exemplo 1:
Qual a forma mais conveniente para ser utilizada em uma viga sujeita à flexão, optando-se
entre uma seção quadrada e outra circular, ambas de mesma área?
R
a
a
Seção 1 Seção 2
Exemplo 2:
Qual a posição mais conveniente de uma seção retangular b x B , para servir como seção
transversal de uma viga, sujeita à carga peso?
123
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b B
A. CONCEITO
Uma flexão é classificada como pura quando o efeito do esforço cortante é desprezado e é
oblíqua quando o Plano de Solicitações não contém nenhum eixo principal central de inércia
da seção.
Exemplo: PS
PS
x LN
Numa flexão oblíqua a posição das cargas em relação ao eixo y, principal central de inércia
define o angulo α.
α - ângulo que o PS faz com o eixo y, considerado positivo quando o PS se desloca de y no
sentido horário
A LN representa o eixo em torno do qual a seção gira. Assim como o PS, a LN também não
coincide com os eixos principais centrais de inércia. Além disto a LN e o PS não precisam ser
perpendiculares.
124
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B. TENSÕES NORMAIS DESENVOLVIDAS
O momento fletor é um vetor, e que como tal pode ser representado por uma seta contida pela
seção transversal (regra da mão direita).
Como qualquer vetor em um plano pode ser decomposto segundo duas direções de interesse,
pode-se decompor o vetor M segundo as direções x e y, obtendo:
Mx = M . cosα
My = M . senα
My
= tg α
Mx
PS
Percebe-se que a flexão oblíqua recai no caso da soma de duas flexões retas:
125
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PS
M
M M
α α α My
= +
Mx
α
Mx My
σy = .y σx = .x
Jx Jy
Adotando-se o princípio da Superposição de efeitos pode-se calcular a tensão resultante do
Momento M, somando-se algébricamente os efeitos de Mx e My.
Mx My
σx,y = .y + .x
Jx Jy
Esta equação permite que se calcule a tensão em qualquer ponto da seção em estudo, bastando
para isto a substituição dos valores de x e y pelas coordenadas do ponto.
As tensões máximas devem estar nos pontos mais afastados do eixo em torno do qual a seção
gira, ou seja da LN e portanto para o conhecimento destes pontos precisamos estudar a LN.
Por definição a LN é a linha de tensões nulas e pode ser descrita sob a forma de uma equação,
igualando a equação das tensões à zero.
Mx My
σx,y = 0 ou .y + .x=0
Jx Jy
Jx
y = - tg α. x
Jy
Pode-se concluir por esta equação que:
1. A LN é uma reta
2. A LN passa pelo centro de gravidade da seção que é o ponto de coordenadas (0;0)
3. A LN não é perpendicular ao PS
126
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D. TENSÕES MÁXIMAS
Ocorrem nos pontos mais afastados da LN. Então determinada a LN podemos determinar a
posição destes pontos gráficamente, e calcular nestes pontos as tensões máximas.
Exemplo:
Seção Qualquer (método gráfico)
σmáxT LN
σmáxC
127
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. Uma viga de seção retangular 20 x 30 cm suporta um momento fletor positivo de 20
kN.m. A peça é construida com material que apresenta σT = 18 MPa e σC = 32 MPa.
Determine o coeficiente de segurança desta viga.
R: 2,7
2. Projetar uma peça com seção retangular com altura igual ao dobro da base para servir
como viga conforme a figura abaixo.. A viga será construida com material dútil que
apresenta tensão de escoamento de 400 MPa. Despreze o esforço cortante e adote
segurança 2,5.
R: b≥ 9,5 cm
h≥ 19 cm
3. Determine a medida "b" da seção transversal da viga da figura abaixo. A viga deve resistir
ao carregamento indicado com segurança 5. O material apresenta :
σT = 8 kN/cm2 σC = 16 kN/cm2
R: b≥33,31 cm
128
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
R: 2,34
5. A viga da figura deve ser construida com material dútil que apresenta tensão de
escoamento de 300 MPa. A seção transversal deve ser uma coroa circular de Re = 2.Ri.
Dimensione-a com segurança 3.
R: Re = 5,14 cm
6. Determinar o máximo valor possível para a carga "q" à fim de que a peça abaixo de seção
retangular 20 x 40 cm resista ao carregamento indicado com segurança 3.
Dados:
σT = 30 MPa | σC | = 120 MPa s=3
R: q ≤ 26,67 kN/m
7. Qual a relação entre os momentos fletores máximos que podem suportar com a mesma
segurança uma viga de seção retangular com um lado igual ao dobro do outro, sendo o PS
paralelo ao lado maior e depois paralelo ao lado menor.
R: 2
8. Determinar a percentagem de material economizado quando se substitui uma seção
circular de raio R por uma coroa circular de Di = 0,9 De. As duas vigas são construidas
com o mesmo material e apresentam as mesmas condições de segurança.
R: ≅ 60 %
129
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
9. Para a viga da figura determine a tensão normal desenvolvida no ponto P das seção S,
distante 3 metros do ponto A.
R: 1,317 kN/cm2
10. A viga da figura é construida com material frágil e tem seção transversal constante,
retangular e vasada, com as dimensões indicadas. Calcule o máximo valor para a carga P
possível à fim de que se tenha coeficiente de segurança 3. Dados:
σT = 20 kN/cm 2 σC = 40 kN/cm 2
R: P ≤ 16,12 kN
11. Determine o máximo valor posível para a acarga P da estrutura abaixo à fim de que ela
trabalhe 7com segurança 2. Dados:
σt =50 MPa |σc| = 70 MPa
130
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
R: 2,86 kN.
12. Determine o coeficiente de segurança da viga abaixo, sendo dados do material:
σT = 3 kN/cm2 |σC| = 5 kN/cm2
13. Determinar a medida de "a" necessária à seção T abaixo, sabendo que o material apresenta
tensões admissíveis de tração e de compressão de 30 e 50 kN/cm2 respectivamente.
R: a ≥ 1,03 cm
131
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14. A seção retangular indicada na figura sofre um momento fletor de 150 kN.m em um plano
que faz ângulo de 20° com a vertical. Pede-se as tensões nos 4 vértices da seção, a
equação e a posição da Linha Neutra e o diagrama de tensões relativo à Linha Neutra.
15. Determine as dimensões necessárias à terça da figura abaixo com seção retangular h = 2b
sabendo que o material apresenta: σT = 3 kN/cm 2 σC = 5 kN/cm2
R: b ≥ 10,93 cm
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FORMULÁRIO PADRÃO
INTRODUÇÃO À RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS:
σ ∆
l l
.
F
σ ou τ = ε= (lei deHooke) ε=
Aresist Ε
ε ∆
D D
t
= µ εt =
-
(lei de Poisson)
ε
Lei de Hooke generalizada
εx =
1
[σ x − µ(σ y + σ z )] εy =
1
[σ y − µ(σ x + σ z )]
E E
ε z = [σ z − µ(σ x + σ y )]
1
E
TRAÇÃO OU COMPRESSÃO AXIAL SEM CONSIDERAÇÃO DO PESO PRÓPRIO
N N.L
σ= ∆L =
A E.A
TRAÇÃO OU COMPRESSÃO AXIAL COM CONSIDERAÇÃO DO PESO PRÓPRIO
P P+G
σ máx = +γ σ máx =
l
G = A.γ.l
A A
γ
l A
P E
.
l A
.
l.
2
G
∆ (P + ) ∆ +
l
=
l
=
E
2
E
2
MATERIAIS DIFERENTES
P +
E1
n= σ σ2 σ2 =
n=
.
1
n
.
A
A
E2
1
LIGAÇÕES REBITADAS
1. cisalhamento nos rebites 2. compressão nas paredes dos furos
P P
≤ τ reb ≤ σ C ( chapa sec obr .)
π.d 2 n.d.t
m.n.
4
3. tração nas chapas enfraquecidas 4. espaçamento mínimo entre rebites
P
≤σ( )
t
c
h
a
p
a
s
e
c
o
b
r
.
t (l − )
n
.
d
1
133
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
GEOMETRIA DAS MASSAS
A ΣA i .x i
.
y
∑
i
i
XG =
=
YG
ΣA i
A
∑ i
TABELA:
h
.
3
b
.
b 3
3
h
Jx = Jy =
3b 1
.
h 1
.
3
3
b 2
h2
JxG = JyG =
TORÇÃO
M G
θ
=
t
H = θ.L τr = G.θ.r
.
J
o
Seção Circular:
π.R 4 Mt
Jo = τ máx = .R
2 Jo
Seção Coroa Circular
π 4
Jo = (R e − R i4 ) τ máx =
Mt
.R e
2 Jo
Jx y máx
Mx h
Seção simétrica em relação ao eixo de giro; σ máxt = σ máxC =
Jx 2
134
Resistência dos Materiais I – CCivil . PUCRS- Profa Maria Regina Costa Leggerini
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
NASH, W.A. - Resistência dos Materiais - Editora Mc Graw Hill do Brasil. São
Paulo
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