LIPIDOSES
Na camada intima, os macrófagos capturam LDL oxidada
Conceito: São acúmulos intracelulares de outros lipídeos
que não triglicerídeos. Em geral, representam depósitos de
colesterol e seus ésteres, sendo raros acúmulos de lipídeos
complexos, como esfingolipídios e gangliosideos, que se
forma em doenças metabólicas.
DEPÓSITOS DE COLESTEROL
→ ATEROSCLEROSE: é uma doença caracterizada
por deposito de colesterol, ésteres do colesterol e, em
menor quantidade, de fosfolipídios e glicerídeos, na intima
de artérias de médio e grande calibres. É multifatorial, com
participação de fatores genéticos e ambientais.
Dislipidemia, com aumento de triglicerídeos e colesterol no
plasma é o principal fator de risco, além de hipertensão
arterial, diabetes melito, estresse e sedentarismo.
PATOGÊNESE: É considerada uma doença inflamatória,
que não tem agente iniciador conhecido. Sabe-se que
ocorrem lesões ao endotélio vascular, causadas por
agentes físicos, químicos ou biológicos, inclusive a
hipercolesterolemia. A lesão resulta em: aumento dos
espaços Inter endoteliais, que favorecem a penetração de
lipídeos na intima; adesão e agregação de plaquetas; maior
expressão de moléculas de adesão no endotélio e captura
de monócitos circulantes. A LDL oxidada é responsável por
induzir a síntese de TNF-alfa e IL-1, os quais ativam células
endoteliais a expor moléculas de adesão e a produzir outras
citocinas e quimiocinas, responsáveis por ativar a
diapedese de monócitos para a intima, cuja sobrevivência é
favorecida por um citocina – CSF-M. O acumulo de LDL
oxidada precede a captura e a migração de leucócitos para
a intima. O ambiente da intima favorece a oxidação
progressiva de LDL, por ser pobre em antioxidantes e por
acumular macrófagos, que possuem efeitos antioxidantes.
Vanessa Oliveira – Farmácia XVIII
por meio dos receptores SCAVENGERS, sem o controle de
incorporação de lipídeos, o que lhe confere o aspecto de
células espumosas. Os macrófagos ativados produzem mais
citocinas (IL-1 beta) e quimocinas, (CCL-2,3,4 e 5) que
favorecem maior ativação endotelial e exsudação de mais
monócitos para a intima. Tais macrófagos ativados também
possuem maior número de receptores de remoção,
aumentando a capacidade de endocitar a LDL oxidada;
também expressão mais proteínas da família ABC, o que
favorece a excreção de colesterol para matriz extracelular,
começando a formar o núcleo lipídico. Os linfócitos T que
chegam à intima liberam citocinas, as quais contribuem
para ativar macrófagos, que endocitam LDL e liberam
fatores de crescimento, como PDGF, FGF e VEGF, os quais
induzem neoformação de vasos e migração de células
musculares lisas para a intima e a multiplicação destas. As
células musculares lisas também endocitam LDL oxidada e
originam células espumosas, ao lado disso transformam-se
em miofibroblastos e passam a sintetizar matriz
extracelular, contribuindo para formar a capa fibrosa de
que envolve o núcleo lipídico.
→ ARTERIOSCLEROSE: Colesterol e seus
ésteres, além de outros lipídeos e proteínas plasmáticas,
podem depositar-se também na intima de pequenas
artérias e arteríolas, pois os lipídeos depositados,
originados do plasma, associam-se a proteínas, formando o
que se denomina lipo-hialinose da intima.
→ GLICOGENOSES: São doenças genéticas
caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio em células do
fígado, rins, músculos esqueléticos e coração, e que tem
como causa deficiência de enzimas no processo de sua
degradação. Acumulo de glicogênio pode ocorrer também
por outros mecanismos. É o que acontece em células
tubulares renais no diabetes melito por causa da
reabsorção da glicose presente em excesso no filtrado
glomerular.
→ MUCOPOLISSACARIDOSES: São
depósitos anormais de poliglicanos e/ou proteoglicanos,
resultando de deficiências enzimáticas e se caracterizam
por acumulo intralisossomico dessas moléculas e/ou de
seus catabólicos. As mucopolissacarideoses apresentam
manifestações diferentes, porém anormalidades no
esqueleto, em artérias e em valvas cardíacas, retardo
mental e opacificação da córnea existem em todas elas.