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AULA 1 – Introdução à Ciência Política RESUMO

MODELOS DE ANÁLISE EM CIÊNCIA POLÍTICA

É o mesmo que falar dos grandes modelos que a disciplina oferece para análise dos
fenómenos políticos. Existem diferentes vias de se observar ou analisar os fenómenos
políticos e que a forma como os fenómenos políticos são analisados produzem
resultados diferentes e que em algum momento os resultados podem ser conflitantes.

Isto é, se reparar para os Fenómenos políticos olhando para uma perspectiva em que o
principal foco da sua atenção for os indivíduos reparados de forma isolada.

Dentro da Ciência Política existem dois grandes grupos:

• Das tendências individuas


• Holística ou de grupo

TENDÊNCIAS INDIVIDUAS

Das tendências individuas é baseada no individualismo metodológico e parte do


princípio de que ação política tem sempre uma origem em homens individualmente
considerados. Ou seja, o objeto observável é sempre o comportamento dos indivíduos.
Aqui não discutimos grupos, discutimos indivíduos. Como que o comportamento dos
indivíduos pode influenciar a dinâmica política dentro de uma sociedade.

Subdivide-se em dois modelos

• Escolha racional
• Neo-Institucionalismo

Escolha Racional

Este modelo sugere que o comportamento político dos indivíduos é intencionalmente


motivado, o que origina a ação política é sempre a razão. Nisso, os racionais são aqueles
que em condições de informação completas e adequadas descriminam os melhores
meios para atingir os fins propostos a um custo relativamente inferior, essa é uma
Alberto Ussete, 2021

interpretação de Tsebelis (1998).

Quando analisamos um fenómeno político, pegando no modelo da Escolha Racional, o


indivíduo faz um cálculo de modo que só se envolvem se o benefício for superior ao
custo.

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RESUMO
Em suma: esse modelo foi inspirado na economia neoclássica em que as grandes
decisões são agregados de múltiplas micro-decisões tomadas por indivíduos racionais
que buscam maximizar os seus interesses. O modelo de Escolha Racional na CIÊNCIA
POLÍTICA não surge do nado, fez empréstimo dos debates da economia neoclássica.

Peças-Chave: Princípio Racionalidade, constrangimentos, natureza da interação


estratégica e busca por solução de equilíbrio.

✓ Princípio Racionalidade

Exigências no princípio da racionalidade

Coerência, impossibilidade de existirem crenças e desejos contraditórios

Decidir de acordo com as regras de cálculo de probabilidade (significa que temos que
interagir e procurar ver até que ponto os resultados finais serão guiados numa base de
cálculo de probabilidades).

Consciência clara de que os indivíduos racionais interagem com outros racionais

✓ Constrangimentos: na conduta dos atores que podem derivar da escassez de


recursos disponíveis, mas sobretudo derivam das organizações e das
instituições1.
✓ Interação estratégica -os indivíduos decidem com base no princípio da
razoabilidade, que corresponde ao processo de tomar decisões contra as decisões
tomadas pelos adversários. Ou seja, significa que não somos os únicos atores
racionais, a forma como agimos na sociedade será limitada ou influenciada pela
ação dos outros indivíduos que são igualmente racionais.

Crítica: assimetria de informação, ou seja, a informação que tu tens não é suficiente para
tomar uma decisão.

✓ Solução de equilíbrio: é uma situação em que nenhum ator em interação


estratégica tem motivo para mudar a sua escolha se o outro não mudar a sua. Se
enquadra no debate da escolha racional, chamado de Ótimo de Pareto.
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1São um conjunto de regras, procedimentos e normas que norteiam o comportamento de indivíduos.


Servem para diminuir o nível de incerteza numa sociedade, servem de mecanismos para constranger a
conduta dos indivíduos. Podem ser formais e informais.
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RESUMO
Modelo Neo-institucionalista

O acostamento dos atores é determinado por alguma racionalidade endógena, ou de


maneira inversa, por algum tipo de restrições exógenas. Ou seja, por mais que um
individuo seja racional, existem fatores que confiram limitações na sua tomada de
decisões, as regras vão ajudar a constranger ou a limitar o nível de ação ou de
funcionamento dos indivíduos.

As instituições têm papel coercitivo, sugerindo que os indivíduos estejam inseridos num
contexto de regras e a ação individual nasce sempre de uma adaptação ótima ao
ambiente institucional.

Não se limita as instituições formais, porque estas, por si só, não são capazes de garantir
a ordem social, apelando a combinação coerente entre as informais e formais para
auxiliar na distribuição de benefícios.

HOLÍSTICA OU DE GRUPO

Baseada no coletivismo método lógico, esta perspectiva faz ressaltar a importância das
intervenções colegiais para a fundamentação da ação política. Neste sentido, a luta pela
aquisição, exercício e manutenção do poder, é basicamente um fenômeno de grupos e
não de indivíduos isolados. O enfoque desta corrente defende que é ação política dos
indivíduos é socialmente determinada por estruturas de clivagens econômicas, étnicas,
religiosas, sexo e geográfica.

Este modelo emergiu a partir dos anos 1960. As análises centravam-se na clivagem sobre
o comportamento político. Esta perspectiva foi bastante utilizada no estudo sobre as
lógicas do voto. Eles defendem a existência de um forte impacto social sobre as decisões
políticas, assim como investigam papel das classes sociais no comportamento eleitoral.

Segundo Lipset e Rokkan (1967) A disputa político partidária é uma tentativa de


enquadrar em moldes democráticos o embate entre dois polos que marcavam
claramente suas fronteiras. A clivagem social para esses autores, compreende a
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diferença entre ricos e pobres, os status, a renda, a pertença os sindicatos de


trabalhadores e a religião.

Modelo Discursivo

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RESUMO
Heywood (2002) Avança que os modelos de decisão que enfatizam o papel das crenças
ideologias, procuravam mostrar até que ponto o comportamento dos tomadores de
decisão é estruturado pela percepção.

Uma outra variante dos modelos discursivos refere que, na prática a percepção dos
cidadãos em relação aos processos políticos depende daquilo que é a sua visão e
compreensão das instituições existentes.

Este modelo é aplicável na análise das decisões dos indivíduos com base no sistema de
crenças em que estão inseridos.

Exemplo: um parlamento de orientação ideológica.

Feminista marxista tem tendências de formular políticas que promovem a afirmação


positiva das mulheres, justiça social. Enquanto os liberais tem tendências políticas de
estimular a concorrência mesmo que causem assimetrias na distribuição da riqueza.

Perspectiva sistemática

A perspectiva sistemática foi transportada para as ciências sociais por intermédio de


Parsons e desenvolvida por David Easton. Para Almond e Powell (1966), O sistema
político é constituído por um conjunto de sub sistemas submetidos a uma série de
interações recíprocas com Jordão legislativos, o eleitorado, os grupos de pressão, e as
Cortes judiciais.

Em suma:

Alberto Ussete, 2021

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