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UnP – Universidade Potiguar

ProAcad - Pró-Reitoria Acadêmica


Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia
Disciplina: Ciências dos Alimentos

RESENHA DO TEXTO “O IMPÉRIO E A MCDONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE:


ALIMENTAÇÃO, CULTURA E PODER”.

Fábio Augusto Silvério Ferreira (ferreirarn@gmail.com)

O autor trabalha a temática do texto, trazendo uma concepção mais ampla do que é a
alimentação. Observa que o processo de se alimentar deve ser entendido em um conceito mais
amplo, perpassando pelo viés econômico, cultural e social. Que alimentar-se vai muito mais
além do que o ato de comer, pois, nenhum alimento que entra em nossas bocas é neutro e o que
se come é tão importante quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem se
come.

As diversas mudanças ocorridas durante os vários períodos da humanidade vêm


modelando o ato de se alimentar ou mesmo de comer. Nesse sentido, novos comportamentos
com a introdução de novos produtos permitiram o desenvolvimento de novos hábitos
alimentares e novos padrões culturais.

Numa nova sociedade em desenvolvimento pós a segunda guerra mundial, os EUA


passaram por mudanças em vários âmbitos da sociedade. Com novas relações de trabalho
pautadas pelas novas tecnologias e a superação das fronteiras em decorrência da globalização
e da internet dentre outras. O ritmo com que as pessoas passaram a viver suas vidas acelerou de
forma jamais vista, fazendo com que a alimentação deixasse o ambiente doméstico, a casa, o
lar e passasse a ser uma atividade cotidiana como qualquer outra, levando a ausência de tempo
e ao aumento do consumo de refeições fora do lar.

Diante de um quadro de acentuado desenvolvimento capitalista, e diante de uma nova


sociedade do trabalho, se sobressaiu uma nova concepção de tempo, ligado não apenas à
produção, mas também ao lazer e prazer. Desta forma estavam dadas as condições ideais para
o surgimento da mais nova forma de se alimentar, o Sistema Fast Food. Sistema esse que em
pouco tempo iria impor a sua dominação alimentar em termos econômico, social, político e
cultural, embalada por uma grande explosão de consumo.
Com uma concepção inovadora os irmãos McDonald criam o que posteriormente se
tornou um das maiores franquias no que diz respeito ao comércio de fast Food a nível global,
levando aos consumidores refeições praticas, rápidas de comer e acessível financeiramente a
todos, permitindo com que as famílias pobres de operários frequentassem esse tipo de
estabelecimento. Dai se dá início ao Império McDonald.

Com produtos de qualidade nutricional baixa, mas de grande aceitação principalmente


pela população infantil acompanhada pela dos jovens, eles popularizaram e levaram o
hamburguer, a batata frita e a Coca-Cola a todos que desejavam.

Este tipo de alimentação pouco elaborada entra em conflito com diversos anos de
história da gastronomia clássica, que tem dentro do seu cerne refeições bem elaboradas. Tendo
como contraponto refeições consideradas dieteticamente perigosas a saúde.

Esse novo método levou a preocupação de especialistas, pois impõe um padrão


alimentar com prejuízos dietéticos em relação a alimentação convencional.

Indo contra este modelo de consumo de comida barata e não saudável imposta por
franquias como a do McDonald, desenvolveu-se um movimento internacional pela educação
alimentar do bom gosto e pela sua biodiversidade, onde traz de volta o prazer de sentar-se a
mesa com refeições tranquilas e carregadas de memórias e sociabilidade. O Slow Food já está
em diversos países e se expandindo mais, agregando um público cada vez mais diversos.

Portanto, ao se olhar com mais atenção percebesse que mesmo em um cenário


consolidado histórica e culturalmente o surgimento de novos modelos alimentares como os do
fast food, não anularam as raízes alimentares construídas através das gerações e do tempo.

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