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PALESTRA SOBRE DIZIMO (MORDOMIA)

 A DEFINIÇÃO E DIFERENÇA ENTRE DIZIMO E OFERTA


 O CONTEXTO HISTÓRICO
o O PRINCIPIO DOS POVOS PAGÃOS QUE DIZIMAVAM AOS DEUSES
o O DIZIMO SEM TEMPLO NO TEMPO DOS PATRIARCAS
o O DIZIMO INSTITUÍDO PARA O SUSTENTO DOS LEVITAS PERÍODO DA PEREGRINAÇÃO.
o A INSTITUIÇÃO DOS DÍZIMOS PARA O PERÍODO DO POVO ESTABELECIDO EM CANAA
o O DIZIMO NO PERÍODO DOS REIS
o O DIZIMO NO PERÍODO DE MALAQUIAS
o O DIZIMO NO TEMPO DE Jesus
o O DIZIMO NO NOVO TESTAMENTO?

 O PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE
o NO PERÍODO PATRIARCAS
o NO PERÍODO DA PEREGRINAÇÃO, NA INSTITUIÇÃO E EM CANAA
o DA IGREJA
A DEFINIÇÃO E A DIFERENÇA ENTRE DIZIMO E OFERTA

DIZIMO.
A palavra dízimo maaser (hebraico) e dexatem (grego) significa 10% de alguma coisa ou de algum
valor. O dízimo não é uma cota de 1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o que o homem recebe
(Gn 14.20; Ml 3.10). O dízimo não é invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo
não é dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é
oferta, é dívida; não é sobra, é primícias; não é um peso, é uma bênção.

OFERTA

Presente, tributo, dadiva, oblação. Ato de adoração a Deus por sua bondade e generosidade. Ato de
louvor e exaltação. Presente segundo a alegria e condições do ofertante (2Co. 9.7).

O CONTEXTO HISTÓRICO

A Origem da oferta data-se dos primórdios da primeira família. Em Genesis Gn 4:3-5 Passado algum
tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das
primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua
oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou.

Não temos aqui a menção do dízimo apenas das ofertas; todavia registro históricos antigos afirmam
que povos fora da cultura judaico-cristã, também tinham o habito de dizimar de suas posses aos deuses,
como também de oferecer sacrifícios como oferta a eles. (Ver I Macabeus 11:35; Heród. 1:89; 4:152; 5:77;
Diod. Sic. 5:42; 11:33; 20:44; Cícero, Verr. 2,3,6,7; Xenofonte, Ãn6b. 5:3, parte 9.) De onde vieram então essa
cultura dos dízimos dos povos antigos?
Vemos também Noé, oferecendo sacrifício quando ele sai da arca, depois do diluvio (Gn 8.20-22).
Vemos ainda no Gênesis, a história de Abrão que pagou o dizimo a Melquezedeque. Essas são as
primeiras informações que temos sobre mordomia na bíblia. Até mesmo poderíamos perguntar quem
instituiu ou instrui a Abrão sobre a devolução do dizimo? Muito provavelmente esse era um costume antigo
praticado em Ur dos caldeus de onde viera Abrão.
Concluindo, não podemos afirmar quando e como começou a pratica de devolver o dizimo. Porem
temos algumas pistas, pelos sacrifícios de ofertas que agem com o mesmo princípio dos dízimos, que é de
reconhecimento da grandeza e soberania da divindade; podemos ter uma luz no fim do túnel, uma faísca de
possibilidade de que o dizimo surge junto com as ofertas, ou logo posterior a elas; como um meio de
padronizar em quantidade a oferta devida a divindade.

O PRINCIPIO DOS POVOS PAGÃOS QUE DIZIMAVAM AOS DEUSES

Dízimo existia em muitas culturas antigas, sob uma forma ou outra. O trecho de Gênesis 14:17·20
nos informa sobre o costume, antes da lei mosaica. Sabemos que a prática existia entre os gregos, os
romanos, os cartagineses e os árabes. Ver I Macabeus 11:35; Heród. 1:89; 4:152; 5:77; Diod. Sic. 5:42; 11:33;
20:44; Cícero, Verr. 2,3,6,7; Xenofonte, Ãn6b. 5:3, parte 9. Nessas culturas, tal como entre os hebreus, o
dizimo fazia parte da piedade religiosa.
O que precisa ficar claro, não é que o povo de Deus adotou uma cultura pagão. Não! O que
aconteceu, foi que uma vez que os primeiros homens foram instruídos a sacrificarem a Deus (como no caso
de Caim e Abel) seus descendentes seguiram seus costumes; ainda que sacrificando não mais ao Senhor e
sim a outros deuses.
Portanto não é correto afirmar que o dizimo é instituído por Deus por causa dos israelitas, pois ele
veio muito antes, quando estes ainda nem existiam como nação. Portanto, podemos dizer que o dizimo é
um princípio para a humanidade e não somente para os judeus ou os cristãos.

O DIZIMO SEM TEMPLO NO TEMPO DOS PATRIARCAS

Em Genesis 14.18-20 vemos Abrão depois de uma batalha contra cinco reis, e de resgatar a Ló seus
bens e todo o povo de Sodoma que fora levado cativo por Quedorlaomer; ele se encontra com um homem
que é rei e ao mesmo tempo sacerdote, chamado Melquizedeque, a quem Abrão devolve o dizimo dos
despojos da guerra.
Este é o primeiro registro bíblico que temos do dizimo. Abrão entrega a Melquizedeque, porem o
dizimo aqui não segue os parâmetros que nós praticamos hoje. A quantia não sabemos qual era (a proporção
nós temos, “de tudo”), para o sustento de quem, também não nos é informado (apesar de que não é difícil
afirmar que seria de Melquizedeque), e não havia templo, levitas, ordem de culto, igreja, nada.

Outro texto é Genesis 28.22, o voto que Jacó faz a Deus depois de um sonho-visão. Ele ergue uma
coluna de pedra, e vota dizendo que se Deus fosse com ele e o abençoasse, de tudo quanto Deus o desse ele
daria o dizimo. Para Jacó o princípio do dizimo não é uma lei, mas uma reação a bondade de Deus. Para Jacó
o dizimo tem o sentido que ele tem para as culturas da antiguidade, ele era uma forma de pacto, de contrato,
de pertencimento, ou seja, a que divindade você pertence, você adora? Que divindade faz brotar a sua
semente, qual divindade é responsável por te dar proteção, sustento e vida? Era como se Jacó respondesse:
o Senhor será o meu Deus. E como prova disso eu lhe pagarei tributo. A pergunta porem é: Para quem Jacó
devolveu seu dizimo? Jacó devolveu o dizimo? O texto simplesmente não diz. O que o texto afirma é o voto
que ele fez. Cremos sim que Jacó cumpriu sua palavra, porem o texto não fala a respeito disso, ou seja, onde,
como, a quem, quanto e quando Jacó cumpriu sua parte em devolver o dizimo.
O dizimo de Jacó era para o Senhor, porém não somos informados sobre como Jacó gastaria esse
dinheiro: talvez na forma de esmolas, sacrifícios e promoção do Yahwismo, com seus altares e ritos, ou
mesmo mostrando-se generoso para com outras pessoas. Uma outra hipótese seja os presentes dados a Esaú
seu irmão quando eles se reencontram (Gn 33.8-11), neste texto Jacó, insistindo para que Esaú aceite o
presente Diz: “...Se te agradaste de mim, aceita este presente de minha parte, porque ver a tua face é
como contemplar a face de Deus”. Porem esta hipótese não é fácil de ser assim interpretada.

Antes da lei, os dízimos já existiam, embora não parecesse fazerem parte regular do culto religioso.
Em outras palavras, não havia preceito que requeresse o dizimo como um processo continuo e especifico.
Porém, não se pode duvidar de que o dizimo era praticado pelos patriarcas, antes mesmo de sua instituição
legal.

Concluindo, o dizimo no período patriarcal era diferente do que nos é hoje, pois não haviam naquela
época elementos que vieram ser instituído durante a plenitude da revelação de Deus. Todavia isto nos
mostra um princípio importante do dizimo. Antes de tudo ele pertence ao Senhor, independente de se ter
uma estrutura seja de casa, templo, ou mesmo pessoas para recebe-lo. Portanto ninguém será inocente no
fato de não devolve-lo ao Senhor. Ou seja, se quando não tinha templo, sacerdotes, levita, pastores e etc,
para receber, ele já existia e era devolvido. O que dirá de hoje!

O DIZIMO INSTITUÍDO PARA O SUSTENTO DOS LEVITAS PERÍODO DA PEREGRINAÇÃO.

Quando chegamos no tempo da peregrinação do povo de Israel no deserto depois de serem livres da
escravidão do Egito. Deus precisava organizar essa multidão de escravos, que ainda não tinham um culto
organizado, uma vida civil, e social regulada. Tudo era novo. Não conheciam sequer a Deus e sua vontade
direito. Eles conheciam o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas quem era esse Deus na realidade? Como se
relaciona, como deve ser adorado? É neste contexto de construção do povo de Deus; que ele então regulariza
o dizimo, algo que como nós vimos era irregular no aspecto da quantidade, da funcionalidade, da
objetividade e etc.
Na organização deste povo que nasce, Deus agora tem um lugar onde o povo vai para adora-lo, que
é o tabernáculo, ou a tenda da congregação. E este lugar precisa ser administrado e ministrado por pessoas,
e Deus escolhe dentre as dozes tribos de Israel, uma que não receberá herança de terra em Canaã, mas
servirá ao ministério do tabernáculo, essa é a tribo de Levi.
Podemos observar que no início de Levíticos, os primeiros capítulos a instrução de Deus vêm sobre
as ofertas de sacrifícios. Mais uma vez a bíblia trata primeiro das ofertas e depois dos dízimos. Isso nos mostra
que a adoração está atrelada a obediência. Quem adora obedece. Quem adora tem um pacto, um acordo,
eu serei seu servo, e o senhor será meu Deus.
Os dízimos passaram então a ser usados dentro do sistema de sacrifícios, como parte do culto
prestado a Deus, para sustento dos sacerdotes levíticos; e, provavelmente, esses fundos também eram
usados para ajudar os pobres, em suas necessidades. Todavia inicialmente era prioritariamente dados apenas
aos levitas no período da peregrinação.
Coisas que eram dizimadas. Colheitas, frutas, animais do rebanho (Lev. 27:30-32). Não era permitido
escolher animais inferiores. Ao passarem os animais para pastagem, de cada dez, um era separado como o
dízimo (Lev. 27:32). Esses dízimos eram levados a tenda e entregue aos levitas.
Portanto observamos aqui, que neste período Deus não institui o dizimo, ele já era praticado, Deus
apenas o regulamenta.

A INSTITUIÇÃO DOS DÍZIMOS PARA O PERÍODO DO POVO ESTABELECIDO EM CANAÃ

Em Dt 12.5-19 Moises orienta o povo pela última vez sobre o dizimo, a diferença agora é que ele vai
tratar do dizimo para quando o povo entra em Canaã. La na terra prometida, Deus escolherá um lugar para
por ali o seu nome. Ou seja, enquanto estavam no deserto, o dizimo se limita a ordem de Levíticos 27. 30-34.
Originalmente era dado somente aos levitas, para manutenção do culto. Mas quando chegarem em Canaã,
o dizimo passará por mais uma, digamos atualização.
Em Canaã, isso ficou mais complexo ainda, Primeiro porque o dizimo era acumulado de 3 em 3 anos
e então era feita uma celebração e era levado para um lugar especifico, pois havia três tipos de dizimos.
O primeiro dizimo dizia respeito aos levitas somente Nm 18.21-24. Deus havia dados os dízimos que
era ao Senhor aos filhos de Levi pelo sacerdócio. Ou seja, 10% de tudo aquilo que era colhido, nascido ou
produzido deveria ser trago aos levitas.
O segundo dizimo dizia respeito ao próprio ofertante Deuteronômio 14:22-27. Este texto fala de um
dízimo sendo usado para prover para as festas e festivais religiosos de Israel. O povo de Israel devia usar este
dízimo para comer na presença do Senhor, em Jerusalém (o local que Ele escolheu para estabelecer seu
nome). Se fosse demasiadamente incômodo para as pessoas de longe trazerem seus dízimos por todo o
caminho até Jerusalém, seria permitido que elas o vendessem e trouxessem o dinheiro até Jerusalém, onde
poderiam comprar aquilo de necessidade para os festivais. O objetivo era que o povo se alegra-se diante do
senhor, e aprende-se a temer da Deus para sempre. Ou seja, como se aprende a temer a Deus? Através da
lei que era lida especificamente nestas festas.
O terceiro dízimo dizia respeito aos pobres Deuteronômio 14:28-29. Aqui, somos ensinados a
respeito de um terceiro dízimo que é coletado a cada terceiro ano. As pessoas de cada aldeia deviam trazer
uma décima parte de suas colheitas e rebanhos e ajuntar tudo, para prover para os pobres da aldeia,
incluindo os estrangeiros, os órfãos, e as viúvas.
Concluindo, percebemos uma mudança radical com relação ao modo e ao método que o dizimo
tomou desde o tempo dos patriarcas.

O DIZIMO NO PERÍODO DOS REIS

No período dos reis, o dizimo agora estava estabelecido, regulado e praticado. Porem ele estava
sendo sonegado. A idolatria da qual o povo insistia em se entregar, desvia-se seu propósito. Pois o povo de
Deus oferecia seus sacrifícios, ofertas e dízimos as divindades pagãs da terra de Canaã provocando assim a
ira do senhor e causando terríveis problemas.
Pois uma vez que eles não dizimavam ao senhor, os levitas perdiam seu sustento e padecia de
terríveis misérias, pois também não tinham terras para plantar e sobreviver.
Neste período a fidelidade e a adoração do povo estava muito relacionada a postura do rei diante de
Deus. Uma frase corriquei que percebemos neste período e´: “e fez o que era mal aos olhos do Senhor” ou “
fez o que era reto ao Senhor”. A postura do rei diante de Deus definia a fidelidade do povo a Deus ou não.
Neste período vemos a clareza de que sacrifícios, dízimos e ofertas estão intimamente ligadas a adoração
pactual a divindade. Ou seja, o dizimo pode ser devolvido a seu verdadeiro proprietário por direto, Deus; ou
banalizado e desviado a outros deuses.
É também neste período que vemos o povo de Deus enfrentar o cativeiro por causa das suas rebeldias
e provocações a Deus. É exatamente neste período também que o povo de Deus vai adorar a Deus no templo
levando seus dízimos, porem sua atitude de obediência e adoração era pecaminosa, pois da mesma forma
que serviam e adoravam a Deus, também o faziam aos outros deuses; e pior ainda, ao invés de cuidar e
sustentar o pobre, esse era explorado e escravizado, como é denunciado nos livros de Isaias e Amós.
Ou seja, o dizimo que era para adoração ao Senhor, para assistência dos pobres. Servia apenas como
destaque social, pois gostavam de mostrar que eram religiosos. Mas era também sonegado o seu outro
proposito que era o cuidado do próximo. E também por isso Deus levanta a babilônia para castigar seu povo.

O DIZIMO NO PERÍODO DE MALAQUIAS

Quando o povo de Deus volta do cativeiro babilônico e está novamente em sua terra, no período do
profeta Malaquias. Este é o período em que provavelmente o que impera em Israel não seja um rei mais, um
período sacerdotal, ou pelo menos o profeta fala diretamente a classe sacerdotal, pois estes que tinham a
responsabilidade de orientar o povo a respeito da vontade de Deus estavam sendo omissos com relação as
coisas de Deus.

Vejamos alguns pontos importantes sobre o dízimo.


Em primeiro lugar, o dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus. A palavra dízimo maaser
(hebraico) e dexatem (grego) significa 10% de alguma coisa ou de algum valor.95 O dízimo não é uma cota
de 1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o que o homem recebe (Gn 14.20; Ml 3.10).96 O dízimo
não é invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é
ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é
primícia; não é um peso, é uma bênção.

O dízimo não é uma questão meramente financeira, mas, sobretudo, espiritual. O bolso revela o
coração. Durante o reinado de Ezequias, houve um grande despertamento espiritual e o resultado foi a
dedicação de dízimos e ofertas ao Senhor (2Cr 31.5,12,19). Sempre que o povo de Deus se volta para o Senhor
com o coração quebrantado, os dízimos são devolvidos.

Em segundo lugar, o dízimo é santo ao Senhor (Lv 27.32). Quando o rei Belsazar usou as coisas santas
e sagradas do templo de Deus para o seu próprio deleite, o juízo divino caiu sobre ele (Dn 5.22-31). Quando
Acã apanhou o que eram as primícias para Deus (Js 6.18,19) e as escondeu
debaixo da sua tenda, o castigo de Deus veio sobre ele (Js 7.1).

Em terceiro lugar, o dízimo faz parte do culto. A devolução dos dízimos fazia parte da liturgia do culto.
“A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos...” (Dt 12.6). A
devolucão dos dízimos é um ato litúrgico, um ato de adoração que deve fazer parte do culto do povo de Deus.

Em quarto lugar, o dízimo é para o sustento da Casa de Deus. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos
em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação” (Nm 18.21). O dízimo é
o recurso que Deus estabeleceu para o sustento de pastores, missionários, obreiros, aquisição de terrenos,
construção de templos, compra de literatura, assistência social, bem como toda a manutenção e extensão
da obra de Deus sobre a terra. Se no judaísmo os adoradores traziam mais de 10% de tudo que recebiam
para a manutenção da Casa de Deus e dos obreiros de Deus, bem como para atender às necessidades dos
pobres, muito mais agora, que a Igreja tem o compromisso de fazer discípulos de todas as nações.

Vejamos algumas desculpas descabidas quanto ao dízimo

A primeira desculpa é a justificativa financeira: “O que eu ganho não sobra”. Dízimo não é sobra, é
primícia. Deus não é Deus de sobra, de resto. A sobra nós damos para os animais domésticos. A ordem de
Deus é: “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda...” (Pv 3.9). Os homens fiéis sempre separaram o
melhor para Deus, ou seja as primícias (Êx 23.19; 1Cr 29.16; Ne 10.37).
Hoje os cristãos gastam mais com cosmético do que com o Reino de Deus. Investem mais em coisas
supérfluas do que com a salvação dos perdidos. Gastamos mais com aquilo que perece do que com a
evangelização do mundo. Quando acumulamos justificativas e desculpas para sonegarmos o dízimo, estamos
revelando apenas que o Reino de Deus não é nossa prioridade e que o nosso amor por Deus é menor do que
o apego ao dinheiro. Quando dizemos que a razão de retermos o dízimo é que se o pagarmos vai nos faltar
o básico, estamos permitindo que Satanás encha o nosso coração de incredulidade. É Deus quem cuida do
Seu povo. Dele vem a nossa provisão. Cabe-nos obedecer a Deus e deixar as conseqüências em Suas mãos.
Ele é fiel!

A terceira desculpa é a justificativa matemática: “Eu não entrego o dízimo, porque tem crente que
não é dizimista e prospera ao passo que tem crente dizimista pobre”. Não basta apenas ser dizimista, é
preciso ter a motivação correta. É um ledo engano pensar que as bênçãos de Deus limitam-se apenas às
coisas materiais. As pessoas mais ricas e mais felizes do mundo foram aquelas que abriram mão do que não
podiam reter, para ganhar o que não podiam perder. Dízimo não é barganha nem negócio com Deus.
Precisamos servir a Deus por quem Ele é e não pelo que vamos receber em troca. Se o seu coração está no
dinheiro, você ainda precisa ser convertido. A prosperidade financeira sem Deus pode ser um laço. Um
homem nunca é tão pobre como quando ele só possui dinheiro. Jesus disse que a vida de um homem não
consiste nas riquezas que ele possui. Nada trouxemos para este mundo, nada levaremos dele. O máximo que
o dinheiro pode oferecer ao homem é um rico enterro. Riqueza sem salvação é a mais consumada miséria.

A quarta desculpa é a justificativa sentimental: “Eu não sinto que devo entregar o dízimo”. Pagar o
dízimo não é questão de sentimento, mas de obediência. O crente vive pela fé e fé na Palavra. Não posso
chegar diante do gerente e dizer que não sinto vontade de pagar a dívida no banco. Não posso encher o meu
carrinho de compras no supermercado e depois dizer para o caixa: “eu não sinto vontade de pagar essa
dívida”. Apropriar-se do dízimo é desonestidade, é roubo, é subtrair o que não nos pertence. Enganam-se
aqueles que sonegam o dízimo porque julgam que Deus não bate à sua porta para cobrar nem manda seu
nome para o SPC do céu. A Bíblia diz que de Deus não se zomba, aquilo que o homem semear, isso ceifará. A
retenção do dízimo provoca a maldição divina e a ação devastadora do devorador.

A quinta desculpa é a justificativa da consciência: “Eu não sou dizimista, mas dou oferta”. Dízimo é
dívida, oferta é presente. Primeiro, você paga a dívida, depois dá o presente. Não posso ser honesto com
uma pessoa, se devo a ela dez mil reais, e chego com um presente de quinhentos reais, visando, com isso,
liquidar a dívida. Não podemos subornar a Deus. Ele não pode ser comprado nem enganado. Deus requer
fidelidade!

A sexta desculpa é a justificativa política: “A igreja não administra bem o dízimo”. Deus mandou que
eu trouxesse todos os dízimos à casa do Tesouro, mas não me nomeou fiscal do dízimo. Eu não sou juiz do
dízimo de Deus. Minha obediência não deve ser condicional. Quem administra o dízimo vai prestar contas a
Deus.
A sétima desculpa é a desculpa da visão mesquinha: “A igreja é rica, ela não precisa do meu dízimo”.
Em primeiro lugar, o dízimo não é meu, mas de Deus. Em segundo lugar, meu dever é entregá-lo com
fidelidade como Deus me ordenou e onde Deus me ordenou. Ainda perguntamos: será que temos tomado
conhecimento das necessidades da igreja? Vislumbramos as possibilidades de investimento em prol do
avanço da obra? Além do mais, o dízimo não é da igreja, é do Senhor. É Ele quem o recebe (Hb 7.8).

A oitava desculpa é a desculpa da discordância pessoal: “Eu não concordo com o dízimo”. Temos o
direito de discordar, só não temos o direito de escolher as consequências das nossas decisões. Quando
discordamos do dízimo, estamos discordando da Palavra de Deus que não pode falhar. Quando discordamos
do dízimo, estamos indo contra a palavra dos patriarcas, dos profetas, e acima de tudo, do Senhor Jesus, que
disse: “Dai a César (os impostos, os tributos e as taxas) o que é de César e a Deus o que é Deus (os dízimos e
as ofertas)” (Mt 22.21).

Pecados graves quanto ao dízimo. Malaquias denuncia alguns pecados graves quanto ao dízimo que
estavam sendo cometidos pelo povo.
O povo estava roubando a Deus: 1) trazendo ofertas indignas (1.13); 2) oprimindo os pobres (3.5); 3)
retendo os dízimos (3.8). A palavra roubar, portanto, significa tomar à força, ou seja, é uma espécie de assalto
intencional, planejado e ostensivo. A única vez que esse verbo aparece novamente é em Provérbios 22.23
para descrever o despojamento do pobre. Reter o dízimo santo ao Senhor é uma insensatez, pois ninguém
pode roubar a Deus impunemente.
O segundo pecado é subtrair o dízimo. A Bíblia ordena: “Trazei TODOS os dízimos” (3.10). O dízimo é
integral. Muitas pessoas pensam que podem enganar a Deus quando estão preenchendo o cheque do dízimo.
Elas colocam um valor muito inferior ao que representa os 10% estabelecidos pelo Senhor. Pelo fato de
enganarem a igreja, pensam que também enganam o Senhor da Igreja. Isso é um terrível engano. Deus não
precisa de dinheiro, pois Dele é o ouro e a prata (Ag 2.8). Deus não precisava da árvore da ciência do bem e
do mal no Jardim do Éden. Deus queria a fidelidade de Adão. Deus não precisava do sacrifício de Isaque, Ele
queria a obediência de Abraão. Assim, também, Deus não precisa de dinheiro. Ele requer a fidelidade do Seu
povo.
O terceiro pecado é administrar o dízimo. A Bíblia ensina: “Trazei todos os dízimos à CASA DO
TESOURO” (3.10). Não temos o direito de mudar uma ordem do Senhor (Dt 12.11). Não podemos fazer o que
bem entendemos com o que é de Deus. Não somos chamados a administrar o dízimo nem sermos juízes dele,
mas a devolvê-lo ao seu legítimo dono. Deus mesmo já estabeleceu em Sua Palavra que o dízimo deve ser
entregue em Sua Casa. Há pessoas que repartem o dízimo para várias causas: enviam 2% à uma igreja
necessitada; remetem 3% para uma obra social; ajudam um missionário com mais 2% e depois, entregam 3%
à igreja, onde frequentam. Essa prática está errada. Não temos o direito de administrar o dízimo.
Há pessoas, ainda, que frequentam uma igreja e entregam todo o dízimo em outra. Isso é o mesmo
que jantar num restaurante e pagar a conta em outro. Se quisermos ajudar uma causa, devemos fazê-lo com
o que nos pertence e não com o dízimo do Senhor. Este deve ser trazido integralmente à casa do Tesouro.

O DIZIMO NO TEMPO DE JESUS

O dizimo no tempo de Jesus era praticado e uma das melhores referências que temos sobre o
assunto é Mt. 23.23 "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã,
do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a
misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. A critica de Jesus
neste texto não é quanto ao dizimo e sim quanto, ao fato de praticar o dizimo, os mestres da lei e
os fariseus, pensavam que podiam justificar as suas faltas de ajuda ao próximo.
No que Jesus os reprende dizendo que: se vocês praticam os dízimos até daquilo que não
está na lei, que é o dizimo de ervas; quanto mais deveriam praticar aquilo que está na lei: a justiça,
a misericórdia e a fidelidade. O problema dos mestres e fariseus no tempo de Jesus, é que eles
ensinavam e praticavam aquilo que Deus não havia pedido.
Esse tem sido o grande perigo da igreja da atualidade, crer e pregar coisas sobre Deus ou
sua vontade que Deus não pediu. Tao perigoso e errado é fazer qualquer coisa de maneira errada,
quanto é fazer aquilo que Deus não pediu. Toda vontade de Deus é plenamente e suficientemente
revelada pela escritura. O que passar disso é puro pragmatismo (onde o fim justifica os meios, ou
seja, se dá certo, é por que é certo; ainda que não seja isto que Deus tenha pedido. Exemplo: Caim,
Saul, etc)
Todavia no tempo de Jesus o dizimo é praticado, porem ele tem particularidades assim como
toda a lei de Deus, do que Jesus chamou de tradições dos homens. E o objetivo de Jesus é resgatar
o verdadeiro sentido das coisas. Em Lucas 18.9-14, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano
exatamente para demonstrar essa discrepância. Onde na parábola o fariseu usa o dizimo para
justificar-se diante de Deus enquanto despreza o publicano. Para o fariseu o dizimar é uma questão
de status social. É como se dissesse: “eu posso dizimar, e faço isso de tudo quanto tenho. ”

O DIZIMO NO NOVO TESTAMENTO?

E no novo testamento temos referência ao dizimo? Não há referência ao dizimo no novo


testamento, no que se refere a novas mudanças. Como vimos no tema anterior, o que existe na
verdade é Jesus restaurando seu verdadeiro sentido e significado.
Todavia a argumentação de alguns homens maus, que pervertem e torcem as escrituras para
sua própria condenação; afirmam por assim entenderem que, se o novo testamento não trata do
assunto com exaustão, pensam que não se deve praticar o pagamento do dizimo. Ora isso
claramente é um erro, pois, onde estão a ordem de que não se deve mais na nova aliança devolver
o dizimo do Senhor? Em lugar algum existe tão ordem. O novo testamento trata o dizimo como
trata o sábado. Os dois são instituídos por Deus, e antes da regulamentação da lei. Os dois não
pertencem a leis cerimoniais e civis, mas retrata e revelam o caráter do próprio Deus que as instituiu.
O sábado revela o atributo de um Deus criador de todas as coisas, e o dizimo a sua fidelidade; e as
duas coisas revelam que este Deus é santo, portanto revelam sua santidade, e isso é imutável. O
dizimo não é para revelar nossa fidelidade a Deus, é uma forma escolhida por Deus, para adorarmos
a ele por sua fidelidade.
Pelo contrário o novo testamento reforça o dizimo de forma ainda mais ampla, na carta aos
hebreus 7. O autor fala a respeito da diferença entre o sacerdócio segundo a ordem de Levi e o
segundo a ordem de Melquezedeque. E ele afirma que as tribos de Israel pagavam o dizimo aos
sacerdotes e a tribo de Levi, que Abraão que foi o patriarca de todo o Israel pagou o dizimo a
Melquezedeque que era sacerdote do Deus altíssimo. Porem, O sacerdócio de Levi era transitório,
de homens e não está mais em vigor. Mas o sacerdócio de Melquizedeque é eterno, perfeito, pleno
e divino. Pois está fundamentado na pessoa de Jesus Cristo (sacerdote segundo a ordem não de
Levi, mas sim de Melquezedeque) Sl. 110.4 Hb 5.6.
Ou seja, se na antiga aliança devolvia-se o dizimo ao Senhor aos filhos de Levi, Quanto mais
hoje que estamos sob o sacerdócio de Cristo.
O PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE

NO PERÍODO PATRIARCAS

A proporcionalidade do dizimo é o que marca a sua revelação, digamos evolutiva. É isso que veremos
nesta parte.

No período dos patriarcas, como vimos no início, temos a menção de Abraão e Jacó devolvendo o
dizimo. Portanto nossa indagação é: qual era a proporção, era dez por cento? O texto de Genesis 14.20 nos
diz: ... E Abrão lhe deu o dízimo de tudo. A própria palavra dizimo, já especifica que foi 10%, pois ela
significa exatamente isso. Todavia o que precisa ficar claro é que Abraão, não está dizimando de
suas propriedades e bens e sim dos espólios da guerra da qual está voltando. Esses mesmo espólios
eram os bens da qual Abrão havia resgatados de Ló e dos moradores de Sodoma (Hb 7.4).
Já em Jacó vemos a mesma proporcionalidade: ... e de tudo o que me deres certamente te darei
o dízimo" (Gn 28.22). Portanto 10% de tudo que ele recebesse do Senhor, ele devolveria. No caso de
Jacó, como já levantamos antes; não nos é dito onde, como, e a quem ele devolve o dizimo, mas
temos a proporção de 10%.
Concluindo nos patriarcas temos a proporção inicial de 10% de todo o espolio da guerra em
Abraão, e de tudo que Jacó como pastor de ovelhas recebesse devolveria ao Senhor.

NO PERÍODO DA PEREGRINAÇÃO, INSTITUIÇÃO E EM CANAÃ

Neste período no deserto prevalece ainda os mesmo 10%, agora porem temos a observação de que
não era apenas de espólios de guerra, e de gado, mas também de frutas, grãos, óleos e vinho, ou seja, tudo
aquilo que era produzido pelo povo era dizimado aos Senhor durante este período e entregue aos levitas.

A diferença é que aqui no período em que eles chegam na terra de Canaã, eles tinham três tipos de
dízimos diferentes, como vimos anteriormente. Que eram os dízimos de tudo ao Senhor, depois um dizimo
para o próprio dizimante que era uma espécie de poupança que ele tinha que fazer para que nos períodos
das festas tivesse condições de ir até ao lugar da tenda ou do templo para adorar ao Senhor, e aprender de
sua lei. E um dizimo que era de três em três anos que era dados na cidade ou vila em que morasse, onde
tinha um deposito, para dele ser utilizado os pobres, as viúvas e órfãos, os viajantes e os levitas itinerantes
ou não.

NO PERÍODO DA IGREJA

Quando chegamos ao período da igreja observamos que o novo testamento não nos traz nenhuma
nova revelação a esse respeito. Porém o que vemos é que a igreja não trata do dizimo como o judaísmo trata.
Se no judaísmo o dizimo é uma lei como símbolo de pacto de fidelidade a Deus; para a igreja ele é a marca
de uma nova vida em Cristo. Ou seja, no judaísmo o povo devolvia o dizimo e por isso pensavam que
obtinham comunhão com Deus. Para a igreja, o crente cheio do Espírito Santo devolve o dizimo.

Porem sua limitação não se refere a 10%. No período da igreja não é a lei dos 10% que impera e sim a lei da
prioridade do reino (Mt 6.33). No período da igreja o que determinava era “e tinham tudo em comum” como
vemos em At 4:32-37 Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava
unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham. Com grande poder os
apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos
eles. Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o
dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada
um. José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa encorajador,
vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos.

Crentes cheios do Espírito têm o coração aberto e o bolso também. O amor não consiste naquilo que
falamos, mas no que fazemos. A comunhão passa pelo compartilhar. A unidade da igreja transformou-se em
solidariedade. Pessoas eram mais importantes do que coisas, pois os crentes adoravam a Deus, amavam as
pessoas e usavam as coisas.

É isso que rege a igreja o amor, e não a imposição da lei simplesmente. Ai alguém poderia dizer então
vou dar o meu dizimo como caridade a alguém! Mas não foi isso que a igreja primitiva fez. Ela dizimava
conforme a lei, porque isso já era regulamentado e eles entenderam muito bem isso, a ponto de não precisa
que os apóstolos orientassem a esse respeito, pois não era problema para a igreja. William Barclay é claro
nesse ponto: “A sociedade chega a ser verdadeiramente cristã não quando a lei nos obriga a repartir, mas
quando o coração nos move a fazê-lo”.

Vemos neste texto uma outra particularidade importante. As administrações destes bens eram feitas
agora pelos apóstolos e não mais pelos sacerdotes. Por que? Porque o entendimento da igreja é que ela é
um ministério distinto do ministério do santuário, do templo (Atos 1.17; 8.21). Então não era e nem é o caso
de que na igreja não se dizimava ou os dízimos e ofertas eram administrados pelos próprios crentes, não!
Eram trazidos aos pés dos apóstolos e os distribuíam de acordo com as necessidades de cada um.

Os próprios apóstolos faziam uso destes recursos para atenderem a igreja de Deus em sua viagem e
compromissos, e ainda por acompanhados de suas esposas (1Co.9.5). Deste texto em tela analisaremos:

1Co 9:1-14 Não sou livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Não são vocês resultado do
meu trabalho no Senhor? Ainda que eu não seja apóstolo para outros, certamente o sou para vocês! Pois
vocês são o selo do meu apostolado no Senhor. Esta é minha defesa diante daqueles que me julgam. Não
temos nós o direito de comer e beber? Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente como
fazem os outros apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro? Ou será que apenas eu e Barnabé não temos o
direito de deixar de trabalhar para termos sustento? Quem serve como soldado às suas próprias custas?
Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não bebe do seu leite? Não
digo isso do ponto de vista meramente humano; a Lei não diz a mesma coisa? Pois está escrito na Lei de
Moisés: "Não amordace o boi enquanto ele estiver debulhando o cereal". Por acaso é com bois que Deus está
preocupado? Não é certamente por nossa causa que ele o diz? Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque "o
lavrador quando ara e o debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar da colheita".
Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais? Se outros têm
direito de ser sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós nunca usamos desse direito. Pelo
contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculo algum ao evangelho de Cristo. Vocês não sabem que
aqueles que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar
participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho,
que vivam do evangelho.

O problema da igreja de corinto não era com relação a dízimos e ofertas, mas sim com a autoridade
apostólica de Paulo. Todavia paulo aborda o assunto mostrando que a igreja praticava e que os apóstolos e
líderes da igreja eram os administradores e também os beneficiários.

Argumento que Paulo usa é o seguinte: “Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta
uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?
” (9.7). Paulo utiliza três metáforas comuns para descrever um ministro cristão. O ministro é um soldado, um
agricultor e um pastor. E ele diz o seguinte: Que soldado vai à guerra às próprias custas? Qual é o agricultor
que colhe o fruto da lavoura e não tem o direito de comer desse fruto? Qual é o pastor que cuida do rebanho
e não se alimenta do leite do rebanho? Paulo usa a linguagem da experiência humana nessas três figuras
para dizer que ele tinha o direito de receber o sustento da igreja. Ele utiliza também três figuras para a igreja.
A igreja é como um exército, um campo e um rebanho. A lição era clara: O ministro cristão tem o direito de
esperar os benefícios do seu labor. Se isso é verdade no âmbito secular, quanto mais no âmbito espiritual!

O outro argumento que Paulo usa para reafirmar o direito de receber sustento da igreja é a lei do
Antigo Testamento. Ele diz: Não atarás a boca ao boi, quando pisa o trigo. Acaso, é com bois que Deus se
preocupa? Ou é, seguramente, por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito;

Era muito comum usar o boi para debulhar o trigo. E Deus proveu meios na Sua Palavra para cuidar
até dos animais. Se o animal deve comer depois de trabalhar, quanto mais os seus obreiros! A lógica do
apóstolo é a seguinte: “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens
materiais? ” (9.11).

O argumento agora está fundamentado na prática do Antigo Testamento. “Não sabeis vós que os
que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu
sustento? ” (9.13). A aplicação feita pelo apóstolo Paulo é clara: Se os ministros do Antigo Testamento, que
estavam sob a lei, recebiam sustento financeiro do povo a quem eles ministravam, não deveriam os ministros
de Deus, no Novo Testamento, sob a graça, receberem também suporte financeiro?

O último argumento que Paulo usa é provavelmente o mais forte, pois se trata de uma palavra do
próprio Senhor Jesus: “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do
evangelho” (9.14). Talvez Paulo esteja citando o que Jesus mencionou em Mateus 10.10 e Lucas 10.7 - “[...]
digno é o trabalhador do seu salário”. Paulo diz que esse é um princípio fundamental que a igreja não pode
negligenciar. Essa não é uma ordem qualquer, mas um mandamento direto do Senhor Jesus. Aquele que
trabalha no ministério deve viver do ministério. A ordem é revestida da mais alta autoridade, visto que veio
de Cristo. Dessa maneira, Paulo fecha o seu argumento dizendo que receber sustento da igreja era um direito
legítimo e bíblico que lhe pertencia como apóstolo.

Portanto neste texto paulo não só deixa claro que a igreja participava intensamente no investimento
do reino de Deus, quanto também quem era os beneficiários destes investimentos: como toda a comunidade
de Jesus. E isso incluía aquilo que era benefício para todos e também os líderes da igreja, como apóstolos e
pastores. Como por exemplo quando a igreja em Jerusalém envia barnabé a Antioquia (Atos11.26).

Concluindo, o dizimo na igreja moderna hoje, penso que temos uma oportunidade como nenhuma
geração de crentes teve em toda a história da igreja. Temos muitos recursos, muito mais do que precisamos
para contribuirmos como nunca no reino de Deus. Porem para nossa tristeza creio que sejamos a pior geração
neste sentido. Somos uma geração de egoísta, onde investimos tudo nesta terra onde a ferrugem come e o
ladrão rouba.

Se na geração de Barnabé a 2000 anos atrás, eles liberalmente vendiam suas propriedades e
entregavam no reino de Deus aos apóstolos, fico me perguntando o deveríamos esperar desta geração
incomparavelmente mais rica do que a de Barnabé?

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