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TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 1)

LISTA B1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não é recomendado para pacientes com menos de 3 anos
A administração de alimentos retarda o efeito (cuidado!)
Não deve ser usado em pacientes com miastemia gravis, insuficiência respiratória e apnéia do sono
Tratamento adjuvante de epilepsia não Pode provocar dependência (física e psíquica) e amnésia anterógrada
responsiva aos anticonvulsivantes usuais em Pode ocorrer efeito rebote (ansiedade, agitação, convulsão e alterações de humor)
monoterapia Pode precipitar suicídio em pacientes depressivos ou com tendências não diagnosticadas primariamente
Clobazam
O uso concomitante com outros anticonvulsivantes pode gerar Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e
Benzodiazepínicos
Adendo: Em outros países é utilizado na Necrólise Epidérmica Tóxica (NET)
(Frisium®)
terapia e manutenção de epilepsias e Provoca fraqueza muscular e sedação (atenção!)
crises associadas a Síndrome de Lennox- O clobazam possui toxicidade reprodutiva (cuidado com mulheres que querem engravidar!)
Gastault Exige cuidado no uso concomitante de fármacos depressores do SNC como ansiolíticos, antidepressivos,
anti-histamínicos de 1ª geração, anestésicos e lítio (efeito aditivo!)
Potencializa o efeito de relaxantes musculares (cuidado!)
O uso concomitante com outros anticonvulsivantes pode ter redução da sua eficácia
Tratamento de transtorno de ansiedade
(fobia social, agorafobia)
O uso pediátrico é apenas para crises e espasmos (não se recomenda uso para ansiedade e TAB)
Tratamento de transtorno de humor (TAB, Não deve ser utilizado por pacientes com insuficiência respiratória grave e glaucoma de ângulo fechado
mania e adjunto na terapia de depressão) (os de glaucoma de ângulo aberto podem mediante tratamento prévio)
O uso concomitante de ácido valpróico pode causar crises de ausência típicas
Tratamento isolado ou como adjuvante em Pacientes com quadro epiléptico múltiplo podem ter aumento de crises
crises epilépticas mioclônicas, acinéticas, Não deve ser utilizado concomitantemente com depressores do SNC (efeito aditivo!)
Clonazepam
ausências típicas e Síndrome de Lenox- Exige cautela em pacientes com doenças respiratórias crônicas (exemplo: DPOC)
Benzodiazepínicos
Gastault Afeta a atenção e reflexos, podendo causar sonolência
(Rivotril®)
Deve haver cautela em pacientes com perfil depressivo/suicida
Tratamento de 2ª linha da Síndrome de West O uso de outros anticonvulsivantes (fenitoína, fenobarbital, carbamazepina e derivados do ácido
(espasmos infantis) valpróico) reduz a concentração de clonazepam (exige ajuste de dose!)
O suco de Toranja (Grape Fruit) pode aumentar a concentração plasmática de clonazepam
Tratamento de 3ª linha de crises epilépticas Pode promover hipersecreção das vias aéreas, bronquite, rinite, faringite, hipotonia muscular, tonturas,
clônicas, parciais simples, parciais alterações da libido, despersonalização, perda de concentração, distúrbios de memória, otite e vertigem
complexas e tônico-clônicas generalizadas
secundárias

Nota: Outros benzodiazepínicos como o Lorazepam (Lorax®), Midazolam (Dormonid®) e o Nitrazepam (Sonebon®) também apresentam propriedades anticonvulsivas, embora
não sejam oficializados como anticonvulsivantes no Brasil (as bulas fazem menção às propriedades, mas não indicam claramente o uso para este fim) nem mesmo no Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Epilepsia do Ministério da Saúde (Portaria nº 1319/2013). Mas em outros países fazem parte dos protocolos (Guidelines).

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 2)

LISTA B1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizado em pacientes com menos de 12 anos
Não deve ser usado por pacientes com glaucoma de ângulo agudo, com apnéia do sono e miastemia gravis
Não deve usar concomitantemente outros depressores do SNC sob risco de sedação grave (coma ou morte),
depressão cardiovascular e/ou respiratória
Podem ocorrer reações psiquiátricas paradoxais (irritabilidade, ansiedade, delírios, raiva, psicoses, pesadelos) e
amnésia anterógrada
Há desenvolvimento de tolerância no uso prolongado, com risco de dependência física ou psicológica (maior em
Tratamento agudo de estados epilépticos pacientes que tendem ao álcool e xenobióticos)
Diazepam
Provoca intensa sedação, amnésia e comprometimento do estado de vigília, além de afetar a força muscular (cuidado
Benzodiazepínicos
Tratamento de outros estados convulsivos com pacientes idosos)
(Valium®)
(tétano) A ingestão de suco de Toranja é contra indicada por potencializar a concentração plasmática de diazepam
O uso concomitante com fluvoxamina, de contraceptivos hormonais e IBPs potencializou a meia vida do diazepam
(cuidado!)
Fármacos estimulantes como a modafilina triplicam a eliminação do diazepam (redução do efeito – cuidado!)
O consumo de metilxantinas (teofilina e cafeína) interfere parcialmente nos efeitos do diazepam (especialmente na
sedação e ansiólise)
Pode provocar xerostomia ou hipersalivação, constipação, hipotensão, frequência cardíaca irregular, vertigem e
depressão respiratória
Não deve ser utilizado por pacientes com insuficiência respiratória severa, porfiria
Pode ter reação paradoxal de agravar crises convulsivas (diagnóstico incorreto da convulsão/epilepsia, toxicidade ou
superdose)
O uso prolongado leva à dependência e pacientes propensos podem exacerbar ideias e comportamento suicidas
Pode gerar SSJ e NET
O fenobarbital é teratogênico podem favorecer ocorrência de fenda palatina, lábio leporino e malformações
Tratamento de epilepsia
cardiovasculares (suplementação de Ca, ácido fólico e vitamina K são necessárias em gestantes fazendo uso)
Provoca sonolência e tontura
Tratamento de crises convulsivas de origens
Interfere com anticoncepcionais orais (necessário complementar com métodos de barreira!)
Fenobarbital diversas
Uso concomitante de ácido valpróico potencializa as concentrações de fenobarbital e este decresce do ácido (exige
Barbitúricos
monitoramento!)
(Gardenal®) Alerta: Não é indicado para o tratamento de
Interfere com anticoagulantes orais (exige ajuste de dose)
convulsões de ausência ou convulsões
O uso concomitante de imipramina pode gerar crises convulsivas generalizadas (necessário ajuste de dose do
mioclônicas (podem ser exacerbadas conforme
anticonvulsivante!)
descrito na bula)
Reduz a eficácia de hormônios progestágenos e estrogênicos usados em reposição
Pode piorar o quadro de hipotireoidismo em pacientes sob tratamento (hipotireoidismo clínico), exigindo
monitoramento mais frequente
Reduz a eficácia de β bloqueadores (cuidado com pacientes hipertensos!)
Uso concomitante de outros depressores do SNC gera potencialização
Tratamento concomitante com fenitoína aumenta os teores séricos de fenobarbital (risco de toxicidade!)

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 3)

LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não é indicado para pacientes com menos de 10 anos (exige cautela pelo risco de dano hepático)
Pode provocar aumento de amônia no sangue (exige monitoramento) que é piorado pelo uso concomitante de
topiramato
Pode provocar alterações plaquetárias (trombocitopenia) e de coagulação
Pode provocar pancreatite em crianças e adultos
Produz sonolência, vertigem e afeta a atenção
Exames de corpos cetônicos em urina são afetados (metabólito com efeito aditivo)
Pode afetar a função tireoidiana (atenção com pacientes com hipotireoidismo e hipertireoidismo em tratamento ou
não)
Tratamento de convulsões mioclônicas e tônico-
Pode gerar hepatotoxicidade (maior em crianças) exigindo cautela em pacientes polimedicados e com Síndrome de
clônicas
Alpers-Huttenlocher
Ácido Valpróico
O uso concomitante com topiramato pode acarretar hipotermia
Tratamento de crises de ausência (simples e
Pode provocar atrofia cerebral/cerebelar com prejuízo psicomotor e de desenvolvimento neurológico em crianças
e complexa)
(especialmente em mães grávidas)
Ácidos carboxílicos
O uso na gravidez sujeita o feto a malformações congênitas (fissura palatina, cardiopatias fetais, defeitos na
derivados Tratamento de crises epilépticas (grande mal)
formação dos membros, espinha bífida entre outros) além de transtornos do desenvolvimento incluindo TDAH (a
ramificados
dosagem deve ser a menor efetiva para minimizar os eventos adversos ao feto e disparar crises na mãe) – a
(Depakene® e Tratamento de crises epilépticas parciais
suplementação de folato minimiza problemas na formação do tubo neural
complexas
Pode provocar amenorreia, dismenorreia, ovários policísticos e taxas maiores de testosterona em mulheres
Depakote®)
O uso concomitantde de ácido salicílico aumenta a fração sorológica de ácido valpróico (cuidado!)
Tratamento de transtorno afetivo bipolar (fase
O uso de colestiramina (agente dislipidêmico) reduz o nível plasmático de ácido valpróico (atenção!)
maníaca)
O ácido valpróico aumenta o teor plasmático de tricíclicos no uso concomitante (necessário ajuste de dose de
amitriptilina e nortriptilina)
O uso concomitante de clonazepam pode induzir crises de ausência (cuidado!)
O uso concomitante do diazepam tem o seu efeito reduzido (por deslocamento do fármaco)
Uso concomitante com etosuximida, lamotrigina, fenobarbital, fenitoína e/ou primidona tem seu metabolismo
afetado (necessário ajuste de doses)
O uso concomitante com quetiapina pode provocar neutropenia
O ácido valpróico reduz a concentração plasmática de olanzapina (atenção!)
Pode provocar alopecia (por alteração nas taxas de testosterona), insônia, tremores, taquicardia e palpitações

Curiosidade: O uso terapêutico do ácido valpróico foi descoberto por acaso enquanto este era usado como solvente para outros compostos possíveis anticonvulsivantes. O
aumento no número de carbonos na molécula potencializa o efeito sedativo e minimiza o efeito anticonvulsivo.

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 4)

LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizado concomitantemente com IMAO
Exige cuidado no uso com pacientes cardiopatas (com bloqueio átrio-ventricular)
Tratamento de crises parciais complexas e A administração concomitante com suco de Toranja (grapefruit) potencializa os efeitos da carbapamzepina
simples (com ou sem perda da consciência e (cuidado!)
generalização secundária) Pode provocar discrasias sanguíneas (leucopenia, anemia aplásica, agranulocitose) no uso monoterápico ou
combinado de forma que sintomas de febre, dor de garganta, úlceras bucais e petéquias demandam intervenção
Tratamento de crises tônico-clônicas médica
generalizadas e suas formas mistas Reações de hipersensibilidade envolvem sintomas dermatológicos severos (Sindrome de Lyell, Síndrome de
Stevens-Johnson), hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, artralgia e mesmo em outros órgãos.
Tratamento de mania aguda e manutenção de Pode ocorrer reação cruzada de hipersensibilidade com oxcarbazepina e fenitoína (atenção!)
transtornos afetivos (evitar recorrências) Pode haver ocorrência de convulsões em pacientes com crises mistas e de ausência (exige reavaliação da
anamnese!)
Tratamento de síndrome de abstinência alcóolica Exige cautela com pacientes usuários de diuréticos e com problemas de ADH (risco de hiponatremia!)
Carbamazepina
Exige cautela com pacientes fazendo reposição e hormônios tireoidianos (a carbamazepina reduz as
Derivados
Tratamento de neuropatia idiopática do trigêmeo concentrações séricas!)
(Tegretol® e
incluindo neuralgia trigeminal de esclerose Pode exacerbar psicose latente me pacientes com transtorno não diagnosticado!
Iminostilbenos
múltipla (típica e atípica) e neuralgia Interfere com contraceptivos orais (risco de gravidez!)
Tegretol CR®)
glossofaríngea idiopática Provoca sonolência, vertigem, visão dupla e/ou debilitada (cuidado com idosos e pacientes que insistem em
dirigir!)
Tratamento de neuropatia diabética dolorosa Provoca malformações no feto e afeta o aporte de folatos (necessário ajuste de dose na gravidez!)
O uso concomitante destes fármacos aumenta as concentrações de carbamazepina: ISRS, azólicos, ibuprofeno,
Tratamento de diabetes insípida central (com loratadina, macrolídeos, olanzapina, vigabatrina, ticlopidina (cuidado!)
poliúria e polidipsiade origem neuro-hormonal) O uso concomitante de primidona, quetiapina, ácido valpróico e progabida pioram os eventos adversos da
carbamazepina
Atenção: Não é eficaz para o tratamento de Os níveis plasmáticos de carbamazepina são reduzidos no uso concomitante de fenobarbital, fenitoína, primidona,
crises de ausência e em crises mioclônicas oxcarbazepina e clonazepam (necessário ajuste de dose!)
(informe da bula e sem indicações na Nota Afeta (reduz) os níveis plasmáticos de paracetamol, varfarina, tricíclicos, outros anticonvulsivantes
Técnica nº 270/2013) benzodiazepínicos, antipsicóticos, anti-helmínticos, corticoides, tadalafila e ansiolíticos
Pode provocar edemas e retenção de líquido (cuidado com hipertensos e cardiopatas!)
Provoca alterações bioquímicas nas transaminases e na fosfatase alcalina no sangue

Curiosidade: A molécula da carbamazepina possui uma curiosa similaridade estrutural com os antidepressivos tricíclicos (um anel central de 7 átomos com um anel benzênico
em cada lado), a despeito de possuir uma ação farmacológica bem diferenciada.

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 5)

LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizado por pacientes menores de 3 anos
Possui efeito teratogênico (atenção em mulheres que desejam engravidar!)
O efeito sedativo é potencializado por fármacos depressores do SNC (cuidado!)
Pode provocar o aparecimento de Lúpus Eritematoso Sistêmico
Há ocorrência de discrasias sanguíneas exigindo monitoramento hematológico (cuidado especial em
casos de infecção!)
Etosuximida
Exige monitoramento de urina, função renal e hepática além de exames oftalmológicos
Succinimidas Tratamento de crises de ausência
O uso em tipos mistos de epilepsia pode promover convulsões tônico-clônicas primárias
(Etoxin®)
No uso concomitante com outros anticonvulsivantes pode haver potencialização (da fenitoína) ou
minimização da etosuximida (pela carbamazepina, primidona e fenobarbital)
O limiar convulsivo é reduzido no uso concomitante de tricíclicos, IMAO, antipsicóticos (fenotiazidas,
butirofenonas)
Pode provocar hiperplasia gengival (com sangramento), agressividade, pesadelos, euforia, miopia,
letargia, soluços
Não deve ser utilizado em pacientes com menos de 12 anos (tratamento de crises)
Tratamento monoterápico de crises parciais
Não utilizar em pacientes com menos de 18 anos no tratamento de dor neuropática
(com ou sem generalização secundária)
Aumento de doses reduzem a biodisponibilidade (atenção!)
O uso concomitante de fármacos opióides promove aumento plasmático de gabapentina (atenção com
Tratamento adjunto de crises parciais (com
sintomas de depressão do SNC)
ou sem generalização secundária)
Gabapentina Análogos do Não se deve espaçar as doses mais que 12 horas (risco de reincidência de convulsões!)
Reações de anafilaxia, hipersensibilidade sistêmica fatal grave com ou não eosinofilia podem ocorrer em
Tratamento de dor neuropática
(Neurontin®) GABA caso de reação alérgica (cuidado!)
Afeta a atenção, concentração e produz sonolência (cuidado especial com pacientes idosos!)
Atenção: Não é considerada eficaz no
Não deve ser administrada com antiácidos à base de magnésio (leite de magnésia) e/ou alumínio
tratamento de síndrome de ausência
(necessário intervalo de 2 horas)
(informe da bula e sem indicações da Nota
Pode afetar exames de urina (falsa proteinúria)
Técnica nº 331/2013)
Pode gerar tremores, rinite, fadiga, cefaleia e alterações de visão (diplopia e ambliopia)

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 6)

LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizada por pacientes com menos de 6 anos
Pode saturar facilmente o citocromo hepático (risco de incremento de doses séricas!)
A apresentação injetável não deve ser utilizada em pacientes com síndrome de Adam-Stokes e
cardiopatias (bradicardia sinusal, bloqueio sino-atrial, bloqueio A-V de 2º e 3º graus)
Pacientes com hipotensão, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio exigem cautela
Pode ocorrer hepatotoxicidade aguda, icterícia, hepatomegalia, alterações de transaminases, leucocitose e
eosinofilia (atenção!)
Tratamento de crises convulsivas epilépticas
Pode ocorrer discrasias sanguíneas (trombocitopenia, leucopenia, granulocitopenia, agranulocitose e
ou parciais
pancitopenia) e linfadenopatia
Exige cautela no uso concomitante de barbitúricos (fenobarbital), oxazolidinedionas, succinimidas
Tratamento de crises convulsivas derivadas
(etosuximida) por possível reação cruzada de hipersensibilidade
de neurocirurgias, traumatismos crânio-
Necessário cautela em pacientes diabéticos (risco de hiperglicemia) e com disfunções tireoidianas
Fenitoína Imidazolidinas encefálico e secundárias
(interferência
Provoca osteomalácia (necessária suplementação com colecalciferol!)
(Hidantal®) (Hidantoínas) Tratamento de crises convulsivas
Pode provocar hiperplasia gengival e complicações correlatas
No caso de gravidez é necessária suplementação de vitamina K (minimizar risco de sangramento para
Adendo: O fármaco também possui
mãe e o feto)
propriedades relaxantes musculares e
A fenitoína pode interferir na formação fetal
antiarrítimicas, sendo também
O uso concomitante com ácido valpróico reduz a concentração plasmática de fenitoína e o metabolismo
aproveitada na medicina veterinária
hepático (exige monitoramento)
O ciprofloxacino reduz a concentração plasmática de fenitoína (cuidado!)
Uso de corticosteroides interfere nos níveis de fenitoína
A fenitoína afeta a ação das estatinas (cuidado com pacientes dislipidêmicos!)
Não se deve utilizar folatos sob o risco de reduzir a eficácia de fenitoína
O uso concomitante de quetiapina exige ajuste de dose!
Tratamento a longo prazo pode gerar polineuropatia periférica
Não usar em pacientes com menos de 16 anos de idade
Exige atenção em pacientes com insuficiência renal em todos os graus
Provoca tonturas, desmaio e perda da consciência (atenção especial em pacientes agitados e idosos!)
Exige cautela em pacientes com cardiopatas (ICC, infarto, falha cardíaca, taquicardia)
Lacosamida Aminoácidos
Tratamento adjuvante de crises parciais Pode ocorrer ideação suicida (atenção redobrada com pacientes assim!)
(com ou sem generalização secundária) O uso concomitante com carbamazepina, lamotrigina e pregabalina pode provocar aumento do intervalo
(Vimpat®) funcionalizados
PR cardíaco
O efeito da lacosamida é reduzido no uso concomitante de carbamazepina, fenitoína e fenobarbital
(exige ajuste de dose!)
Pode provocar dispepsia, xeroftalmia, náuseas, fadiga, astenia, diarréia ou constipação

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 7)

LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizado em pacientes menores de 2 anos (crises convulsivas parciais e generalizadas)
Tratamento de crises parciais não responsivas aos
Não deve ser utilizado em pacientes menores de 12 anos (transtorno bipolar)
protocolos usuais
O uso concomitante de carbamazepina, fenitoína e ácido valpróico aumentam a meia vida da lamotrigina (atenção!)
Pode provocar exantema (rash cutâneo), em alguns casos grave (como Síndrome de Stevens Johnson, Síndrome de
Lamotrigina Derivados das Tratamento de crises tônico-clônicas
Lyell e Necrólise Epidérmica Tóxica) e de maior incidência nos pacientes pediátricos (risco maior também no uso
generalizadas não responsivas aos protocolos
com ácido valpróico)
(Lamictal®) feniltriazinas usuais
O foco terapêutico antidepressivo da lamotrigina também pode potencializar suicidalidade (atenção!) e tendenciar
para mania
Tratamento preventivo de depressão em
O uso de contraceptivos orais aumenta o clearence de lamotrigina (necessário ajuste de dose!)
transtorno bipolar
Pode provocar tontura, sonolência, irritabilidade, fadiga e cefaleia
Não deve ser utilizado em pacientes menores de 6 anos (tratamento adjuvante e em crises tônico clônicas)
Tratamento monoterápico de crises parciais (com Não deve ser utilizado em pacientes com menos de 16 anos (tratamento monoterápico em crises mioclônicas)
ou sem generalização secundária) Pode provocar discrasias sanguíneas (neutropenia, agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia e pancitopenia)
exigindo contagens periódicas (alerta em casos de infecção e febre!)
Tratamento adjuvante de crises parciais (com ou Pode haver ênfase em tendências suicidas em pacientes predispostos (necessária intervenção psiquiátrica!)
Levetiracetam Derivados
sem generalização) O uso concomitante de fármacos antiepilépticos indutores enzimáticos (como a carbamazepina) aumentam a
depuração de levetiracetam (não se recomenda ajuste de dose em pacientes pediátricos!)
(Keppra®) Pirrolidínicos
Tratamento adjuvante em crises mioclônicas Não deve ser administrado concomitantemente com macrogol (antiácido) pois reduz a eficácia
Provoca astenia, cefaleia, fadiga, sonolência, amnésia, tontura, prejuízo da memória, depressão, hostilidade,
Tratamento adjuvante em crises tônico-clônicas distúrbio de personalidade e flutuações de humor
primárias generalizadas Pode potencializar o risco de anorexia no uso concomitante com topiramato
Pode ocorrer pancreatite, hepatite medicamentosa, alopecia, hiponatremia
Pode ser utilizado em pacientes com mais de 1 mês de vida mas pode ser necessário o acompanhamento da função
tireóidea em pacientes com até 2 anos de vida
Pode provocar angioedema e reações dermatológicas sérias (Síndrome de Steven Johnson, eritema multiforme,
Tratamento monoterápico ou adjuvante de 1ª Síndrome de Lyell) no caso de reação alérgica!
linha para crises parciais (simples, complexos e A oxcarbazepina interfere com contraceptivos orais (risco de gravidez!)
de generalização secundária) Pode provocar sonolência, tontura, visão borrada, visão “dupla”, problemas de coordenação motora e depressão da
Oxcarbazepina Derivados consciência
Tratamento monoterápico ou adjuvante de 1ª Pode ocorrer agravamento de convulsões, especialmente em pacientes pediátricos
(Trileptal®) Iminostilbenos linha para crises tônico-clônicas generalizadas Pode provocar hiponatremia (atenção em pacientes hipertensos, cardiopatas e com tendência a edemas!)
Pode provocar hipotireoidismo (cuidado com crianças e pacientes com quadros prévios!)
Adendo: é um pró-fármaco (um derivado ceto Pode provocar discrasias sanguíneas (agranulocitose, anemia aplásica, pancitopenia)
análogo da carbamazepina) Requer administração de vitamina K em gestantes nas semanas finais da gravidez (minimiza hemorragias)
A oxcarbazepina é um indutor do citocromo hepático e o uso concomitante com outros fármacos tem suas
concentrações elevadas (fenitoína, fenobarbital) ou reduzida (carbamazepina)
Podem ocorrer amnésia, nervosismo, alopecia, acne, fadiga e astenia

Curiosidade: A lamotrigina foi inicialmente empregada como um agente antifolato, baseada na ideia errônea de que a depleção do ácido fólico minimizaria a ocorrência das
crises.

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 8)

LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizada por pacientes com menos de 12 anos (crises epilépticas)
Não deve ser utilizada por pacientes com menos de 18 anos (dor neuropática, TAG e fibromialgia)
Pacientes diabéticos podem apresentar ganho de peso (necessário ajuste de dose da medicação
Tratamento de dor neuropática em adultos
hipoglicêmica!)
Pode provocar angioedema (cuidado!)
Tratamento adjunto de crises epilépticas
Provoca tontura, sonolência, confusão mental e até perda da consciência (cuidado com pacientes idosos
parciais (com ou sem generalização
Pregabalina Análogos do e pacientes agitados)
secundária)
Podem ocorrer alterações visuais e na acuidade visual (não realizar tarefas de condução e de
(Lyrica®) GABA concentração!)
Tratamento de Transtorno de Ansiedade
A ocorrência de convulsões e estado epiléptico são possíveis de ocorrer durante o tratamento
Generalizada (TAG) em adultos
Exige cautela no uso com pacientes portadores de cardiopatias (especialmente insuficiência cardíaca)
Potencializa efeitos depressivos do lorazepam (cuidado!)
No controle de fibromialgia
O uso concomitante de oxicodona (Oxycontin®) potencializa o prejuízo cognitivo e na coordenação
motora (cuidado!)
Pode gerar euforia, perda da libido, irritabilidade e aumento do apetite
Não deve ser utilizado por pacientes com menos de 8 anos de idade
Promove osteomalácia em tratamento prolongados (necessária suplementação de ácido fólico e
colecalciferol)
Tratamento monoterápico ou combinado no
Minimiza a tolerância de fármacos depressores do SNC e potencializa seus efeitos (cuidado!)
controle de crises convulsivas tônico-
Pode provocar dependência física e psicológica (maior em pacientes propensos)
clônicas generalizadas (inclusive as
No caso de gravidez deve haver suplementação de vitamina K no mês anterior ao parto (minimiza risco
Primidona Derivados refratárias aos protocolos tradicionais)
de hemorragia neonatal)
O uso pediátrico pode causar excitação paradoxal, como também em idosos
(Primid®) Pirimidínicos Tratamento de crises epilépticas
A terapia crônica pediátrica de convulsões febris pode promover déficit cognitivo
psicomotoras e focais
É forte indutor enzimático minimizando o efeito de corticoides, contraceptivos estrogênicos,
bloqueadores de canais de cálcio, itraconazol, tadalafila, lamotrigina, metronidazol e antidiabéticos do
Tremor essencial (especialmente em idosos)
grupo das “gliptinas”
Uso concomitante de IMAO potencializam a primidona (atenção!)
Uso concomitante de fenitoína reduz a meia vida da primidona e o ácido valpróico aumenta (atenção!)

Curiosidade: Um dos metabólitos ativos da primidona é o fenobarbital, embora ela não seja quimicamente classificada como um barbitúrico (o que a colocaria na lista B1). Por
isso ela compartilha alguns dos eventos adversos do barbitúrico e assim demanda a mesma atenção.

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


TABELA DE FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES (PARTE 9)
LISTA C1
Fármaco
Grupo Foco Terapêutico Observações Importantes
(Referência)
Não deve ser utilizado em pacientes com menos de 2 anos de idade
Pode provocar a ocorrência de ideias suicidas e depressivas (atenção especial!)
Tratamento monoterápico de epilepsia recém
Risco aumentado de nefrolitíase em pacientes propensos (histórico familiar, hipercalciúria ou
diagnostica e como adjuvante também
medicamentoso)
Pode provocar miopia aguda e glaucoma agudo de ângulo fechado (cuidado tanto em pacientes
Tratamento adjuvante de crises epilépticas
pediátricos como adultos!)
parciais (com ou sem generalização
Pode ocorrer acidose metabólica (efeito da inibição da anidrase carbônica), que demanda atenção em
secundária)
pacientes pediátricos (afeta o crescimento) e quadros potenciais (doenças renais, diarreias, dietas
cetogênicas)
Tratamento de crises tônico-clônicas
Monossacarídeo Pode ocorrer hiperamonemia no uso concomitante de ácido valpróico (pode gerar encefalopatia!)
generalizadas primárias
Topiramato Há ocorrência de sonolência, tontura e problemas visuais (cuidado!)
Sulfamato Pode afetar o feto (lábio leporino, baixo peso) durante a gravidez e o uso concomitante com outros
Tratamento adjuvante de crises associadas à
(Topamax®) antiepilépticos é teratogênico
Síndrome de Lennox-Gastaut
substituído O uso concomitante com fenitoína pode potencializar sua concentração plasmática (atenção aos eventos
adversos!)
Tratamento profilático de migraina em
A carbamazepina em uso concomitante reduz as concentrações plasmáticas do topiramato (exige ajuste
adultos
de dose!)
Pode haver redução da eficácia de anticoncepcionais orais à base de estrogênios
Atenção: Não é reconhecido ainda o uso
No caso de pacientes usando concomitantemente lítio é preciso monitoramento contínuo
para tratamento agudo de migraina
O uso concomitante de diuréticos (hidroclorotiazida) aumenta a concentração de topiramato (atenção!)
conforme a Nota Técnica nº 335/2013 e a
Pacientes diabéticos que utilizam metformina e pioglitazona concomitantemente com topiramato
própria bula
precisam de um monitoramente maior (aumento da metformina e redução da pioglitazona)
Não é recomendado o uso concomitante de fármacos depressores do SNC
Não deve ser utilizado em pacientes com menos de 10kg
Afeta o campo visual (estatisticamente afeta mais os homens)
Não deve ser utilizada concomitantemente com fármacos que afetam a retina
Exige cautela no uso com pacientes com quadro prévio de psicose, depressão e distúrbios
Tratamento coadjuvante de epilepsias
comportamentais (pode haver piora com agitação, reações paranoicas, depressão)
parciais (com ou sem generalização
O tratamento de espasmos pode acrescer de distonia, discinesia e hipertonia
secundária) não responsivas aos protocolos
Vigabatrina Análogos do Pode ocorrer aumento da frequência de convulsões e crises epilépticas
usuais ou quando não há tolerância da
Pode provocar malformações congênitas (fenda labial, distúrbios cardiovasculares, alterações no tubo
combinação de outros fármacos
(Sabril®) GABA neural)
O uso concomitante com fenitoína pode haver minimizar a concentração plasmática desta (atenção!)
Tratamento de espasmos infantis da
Promove alteração da dosagem de enzimas hepáticas, anemia e gerar falsa proteinúria (considerar nos
Síndrome de West
exames de rotina!)
Promove aumento de peso (avaliar no IMC e pesagens regulares), sonolência, problemas de memória e
atenção
Podem ocorrer artralgia, fadiga, cefaleias, tremores e vômitos

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511


FONTES

American Academy of Neurology – Efficacy and tolerability of the new antiepileptic drugs II: Treatment of refractory epilepsy (200$)

Bulas para profissionais de saúde dos medicamentos de referência acessados no site da ANVISA (http://portal.anvisa.gov.br)

ChemSpider – Search and Share Chemistry (www.chemspider.com)

DrugBank Database (www.drugbank.ca)

Goodman & Gilman´s: The Pharmacological Basis of Therapeutics, Brunton, Hilal-Dandan, Knollmann, 13th (2018)

Lippincott Illustrated Reviews Pharmacology, Harvey, Champe, Finkel, Cubeddu e Clark, Sixth Edition (2014)

NICE (National Institute for Health and Care Excellence): Guidelines On Anti-Epileptic Drugs – diagnosis and management
(april/2018) (https://www.nice.org.uk/guidance/cg137/chapter/Appendix-E-Pharmacological-treatment)

Nota Técnica nº 17/2012 – Divalproato de sódio, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 50/2012 – Pregabalina, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 62/2012 – Oxcarbazepina, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 101/2012 – Lorazepam, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 270/2013 – Carbamazepina, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica n° 290/2013 (atualizada em 24/11/2015) – Clobazam, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da
União

Nota Técnica nº 293/2013 – Clonazepam, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 331/2013 – Gabapentina, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 335/2013 – Topiramato, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica n° 391/2014 – Diazepam, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 403/2014 – Fenitoína, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 447/2014 – Ácido Valpróico e Valproato de Sódio, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da
União

Nota Técnica nº 478/2014 – Lamotrigina, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Nota Técnica nº 492/2014 – Vigabatrina, Ministério da Saúde/Consultoria Jurídica/Advocacia Geral da União

Novos Sedativos Hipnóticos, Revista Brasileira de Psiquiatria, vol 32 nº 3 (2010)

Portaria nº 1319 de 25 de Novembro de 2013 – Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Epilepsia, Ministério da
Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde

Organizador: MSc Augusto Aragão de Barros CRF-RJ 13511

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