CONCEITOS
Outro conceito que define o termo Segurança de Voo e deve ser considerado estabelece que
Segurança de Voo seja “o estado no qual o risco de prejudicar pessoas ou causar danos em bens é
reduzido a, e está mantido em ou abaixo de, um nível aceitável, através de um processo contínuo
de identificação de perigos e gerenciamento de riscos”. Esta definição é estabelecida pela
Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) em
seu documento 9859.
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Acompanhando a história de Dédalo e Ícaro, pode-se constatar, neste contexto, o não
cumprimento de uma recomendação de segurança, assim como a descrição do que pode ser
considerado o primeiro acidente aéreo.
Nas tentativas históricas de voar realizadas pelo homem, identificam - se nos desenhos e nos
próprios engenhos construídos, indícios claros de sua constante preocupação com a segurança de
voo.
Somente após a invenção do avião é que a prevenção de acidentes firmou - se como uma
atividade definida, inicialmente, apenas com funções basicamente estatísticas, evoluindo
rapidamente de sua origem empírica para adquirir conotações científicas (investigações).
No Brasil, a primeira atividade registrada foi à investigação do acidente ocorrido com um balão de
ar quente do exército em 1908, esta investigação concluiu que a válvula de ar quente havia
emperrado por corrosão, permitindo a fuga do ar e a consequente queda do balão; isto mostra
que houve um trabalho efetivo de prevenção com base nesta primeira investigação.
Em 1944, foi instituído o "Inquérito Técnico Sumário" que pesquisava a ocorrência de culpa ou
responsabilidade nos acidentes aeronáuticos.
Em 1948, foi criado, pelo decreto 24.749, o "Serviço de Investigação de Acidentes Aeronáuticos",
que continuava realizando inquéritos, ou seja, pesquisando a ocorrência de culpas ou
responsabilidades.
DOCUMENTO BÁSICO
Observação: No âmbito da OACI, em 1974 ocorreu a substituição da palavra “inquiry” pela palavra
“investigation”.
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RESPONSABILIDADES DOS ESTADOS CONTRATANTES DA OACI
Estado Contratante ou Signatário são as designações dadas ao país filiado a OACI. De acordo com
a Legislação Internacional, os Estados contratantes assumem as seguintes responsabilidades no
que diz respeito à segurança de voo:
Importância da revisão contínua dos regulamentos através da aplicação de medidas mais atuais.
COMPETÊNCIA
CRIAÇÃO DO SIPAER
FINALIDADE DO SIPAER
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ATIVIDADES DO SIPAER
ESTRUTURA E ATRIBUIÇÕES
ÓRGÃOS SIPAER
Órgão central do Sistema que elabora as normas do SIPAER fundamentado nos padrões contidos
no Anexo 13 da OACI; O CENIPA, Organização do Comando da Aeronáutica (COMAER), criada em
1971. Tem como finalidade planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades que estejam
relacionadas à prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos.
1. DIPAA – Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos: setor que faz parte da
estrutura básica do CENIPA, em conjunto com outras Divisões presentes no organograma deste
órgão.
ATRIBUIÇÕES
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• Acompanhar, analisar e elaborar pareceres sobre relatórios de acidentes aeronáuticos
ocorridos no exterior, nos quais estejam envolvidos operadores ou fabricantes de
aeronaves brasileiros, de acordo com o Anexo 13 da OACI.
• NOTA: O Representante Acreditado é uma pessoa designada por um país, em função de
suas qualificações técnicas e profissionais, para participar de uma investigação conduzida
por outro país.
ATRIBUIÇÕES
• ATRIBUIÇÕES
• Gerenciar e supervisionar as atividades de prevenção voltadas à segurança operacional
conduzidas pelas organizações subordinadas ao DECEA.
5. SERIPA - Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos:
organização do COMAER, subordinada administrativamente ao COMAR (Comandos
Aéreos Regionais) em cuja área está sediada e, técnica e operacionalmente, ao CENIPA,
tendo sua estrutura definida em regulamento e regimento interno próprio – Os SERIPAs
foram criados em 5 de janeiro
de 2007.
ATRIBUIÇÕES
5
ATRIBUIÇÕES
ATRIBUIÇÕES
ATRIBUIÇÕES
10. GGIP - Gerência Geral de Investigação e Prevenção: setor pertencente à estrutura da Agência
Nacional de Aviação Civil (ANAC).
ATRIBUIÇÕES
NOTA: De acordo cm a Lei 11.182, de setembro de 2005, que estabelece a criação da ANAC, é
atribuição desta Agência representar o país junto aos Organismos Internacionais de Aviação
Civil, com exceção dos assuntos que forem relativos ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo
Brasileiro (SISCEAB) e ao Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(SIPAER); a Agência, atuando como Autoridade de Aviação Civil, deve regular e fiscalizar a
Infraestrutura Aeronáutica, com exceção das atividades e procedimentos relacionados ao
SISCEAB e ao SIPAER e, também, integrar o SIPAER.
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ATRIBUIÇÕES:
• Participar das reuniões ou outros eventos, mediante convocação do seu presidente, com
a finalidade de avaliar condições de risco à atividade aérea e contribuir para o
estabelecimento de soluções, nos termos de seu Regimento Interno.
Grupo de Pessoas designadas para colher informações, dados e itens que possam levar a uma
conclusão das causas do acidente, bem como realizar toda a investigação.
OSV – Oficial de Segurança de Voo ou OSO – Oficial de Segurança Operacional Pessoa militar,
oficial das Forças Armadas ou auxiliares que concluiu o Curso de Segurança de Voo nos seus dois
módulos (habilitado pelo CENIPA), habilitado para realizar as atividades de investigação e
prevenção de acidentes e incidentes aeronáuticos.
Pessoa civil que concluiu o Curso de Segurança de Voo nos seus dois módulos (habilitado pelo
CENIPA), habilitado para realizar as atividades de investigação e de prevenção de acidentes e
incidentes aeronáuticos.
EC PREV – Elemento Credenciado em Prevenção Pessoa (civil ou militar) que concluiu o Estágio de
Segurança de Voo habilitado pelo CENIPA para exercer as tarefas de prevenção de acidentes e
incidentes aeronáuticos (Atividades educativas em sua organização, participação em Vistorias de
Segurança Operacional).
Pessoa (civil ou militar) que concluiu o Estágio de Segurança de Voo habilitado pelo CENIPA para
exercer as tarefas de prevenção e de investigação específicas (dentro de sua área de habilitação).
Em função de sua área de atuação, cada profissional formado como Elemento Credenciado terá
uma credencial específica, emitida de acordo com a sua especialidade, assim como o
estabelecimento das tarefas que são de sua competência. Seguem os exemplos de Elementos
Credenciados:
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- Elemento Credenciado – Comissária de Voo: EC-CVO.
Elos-SIPAER
São setores de prevenção de todas as organizações civis relacionadas com a operação, fabricação,
circulação e manutenção de aeronaves.
ATRIBUIÇÕES
NOTA: Encontra-se estabelecido aquilo que compete a cada profissional que é um elemento
do SIPAER na NSCA 3-2, norma do SIPAER que define a “Estrutura e Atribuições dos Elementos
Constitutivos do SIPAER”.
Para poder se deslocar no meio ambiente, o homem necessita da máquina. Tem – se aí a tríade
básica da atividade aérea: o homem, o meio e a máquina.
O homem pode conhecer o meio, mas não pode modificá-lo, a máquina pode ser aprimorada, seja
em sua concepção, construção, manutenção ou operação, mas para isso, será preciso a presença
do homem, que é responsável por todas estas fases; por conseguinte, devem ser dirigidos para o
homem os esforços em busca da melhoria e do aumento da segurança de voo.
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Os princípios que fundamentam a ação do SIPAER são os apresentados a seguir:
A) Todo o acidente resulta de uma sequência de eventos e nunca de uma “causa” isolada.
Um dos entendimentos que se tem em relação aos acidentes aeronáuticos está relacionado à
ideia de que dificilmente um acidente resulta de um único fato. Os acidentes aeronáuticos
resultam quase sempre, da combinação de vários fatores diferentes, os chamados fatores
contribuintes.
Cada fato, analisado isoladamente, pode parecer insignificante. Quando combinado, porém, com
outros, pode completar uma sequência de eventos, alcançando o ponto de inevitabilidade ou de
irreversibilidade, resultando no acidente.
Originalmente, pensava - se que alguns acidentes eram inevitáveis. Mais tarde, porém ao se
estabelecer a relação entre os fatores contribuintes para determinado acidente e seus respectivos
efeitos, descobriu - se que, verdadeiramente, nenhum acidente ocorre por fatalidade, os
acidentes resultam de uma sequência de acontecimentos que têm sua origem sempre na
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eficiência – ou falta desta – atribuída a dois fatores básicos: fatores humanos – dos quais fazem
parte os aspectos fisiológicos, psicológicos e operacionais – e os fatores materiais.
Uma vez identificados e analisados todos os fatores que colaboram para a ocorrência de
acidentes, pode – se constatar que existem e estão disponíveis medidas adequadas à
neutralização de tais fatores. Dessa forma, pode - se concluir que, para cada ação ou omissão que
possa contribuir para um acidente, há providência de cunho profissional, técnico ou educacional
que, uma vez adotada, anulará os efeitos dessa ação ou omissão; ou, também, possibilitará que
tais ações ou omissões não voltem a ocorrer (seja a curto ou em longo prazo).
Assim, embora alguns tipos de acidentes de natureza mais complexa requeiram trabalhos de
prevenção mais intensos, mais demorados, conclui - se que todos os acidentes poderão ser
evitados. Para lograr isso, basta que sejam desenvolvidas, por pessoal adequadamente
qualificado, tarefas eficazes de prevenção de acidentes aeronáuticos dirigidas a dois dos três
elementos abrangidos pela atividade aérea: o homem e a máquina.
A prevenção de acidentes, por sua natureza, não produz os efeitos desejados senão sob a forma
de mobilização geral. Para alcançar seus objetivos, todos, sem distinção, têm que se integrar em
um esforço global e, ao mesmo tempo, conscientizar-se de que a segurança deve ser algo
inerente e integrante a tudo o que fazem. Logo, a segurança deve se integrar a todas as tarefas
desenvolvidas em aviação e ser sempre encarada do ponto de vista profissional. As menores
ações do dia-a-dia devem se cercar de um grau adequado de segurança. A segurança coletiva é,
sem dúvida, o somatório da individual e somente através de um programa educativo bem dirigido
lograr- sê-a elevar os índices de segurança individual, elevando, em decorrência, a coletiva.
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E) O propósito da prevenção de acidentes não é restringir a atividade aérea; ao contrário, é
estimular seu desenvolvimento com segurança.
A intenção da prevenção é aprimorar a operacionalidade para que, voando melhor, se voe mais, e
de forma segura.
Ainda que, muitas vezes, a missão, por si mesma, já contenha certo índice de risco, deve - se ter a
preocupação constante de anular ou, pelo menos, minimizar esse risco. Não basta cumprir a
missão, é necessário que ela seja executada de forma planejada e segura.
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forma que o acidente não chegou a acontecer, enriquecendo outros profissionais da área da
aviação com estas situações vividas.
Pode ser entendido, portanto, que diante da preocupação com a segurança de voo e tratando-se
da questão da prevenção, segredos e bandeiras passam a não ter maior relevância ou espaço.
Diante do entendimento de que são causas de acidentes as consequências das falhas e erros
cometidos pelas pessoas e, estando claro o fato de que as pessoas, como seres humanos,
cometem erros, qualquer acusação, culpabilização ou aplicação de sanções àqueles que
cometeram erros só estaria favorecendo a inibição de relatos de erros, relatos estes que podem
ser considerados matéria-prima para os trabalhos de prevenção de acidentes, para a
compreensão das causas de um acidente, e prevenção de futuros acidentes.
Além disso, acusações e sanções provavelmente deixariam presente uma tensão, um receio na
atividade, no trabalho de cada um, no sentido de as pessoas ficarem preocupadas com o fato de
que podem cometer erros, com medo de errar, já que haveria a questão da culpabilização e de
sanções ou punições.
Acusações e sanções são essencialmente contrárias à intenção e à filosofia dos trabalhos voltados
para a prevenção.
ACIDENTE AERONÁUTICO
É toda ocorrência relacionada com a operação de uma aeronave, ocorrida entre o período em que
uma pessoa nela embarca com intenção de realizar um voo, até o momento em que todas as
pessoas tenham dela desembarcado e, durante o qual, pelo menos uma das situações abaixo
ocorra:
1. Qualquer pessoa que sofra lesão grave ou morte como resultado de:
a) Estar na aeronave;
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b) Estar em contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que delas tenham
se desprendido, ou
NOTA: Exceção será feita, quando as lesões resultarem de causas naturais, forem auto
(em si mesmo) ou por terceiros infligidos ou forem causadas a clandestinos acomodados
fora das áreas destinadas a passageiros ou a tripulantes.
NOTA: Exceção será feita para falhas ou danos relacionados ao motor, suas carenagens
ou acessórios; ou para danos relacionados a hélices, pontas de asa, antenas, pneus, freios,
carenagens do trem de pouso, regiões do revestimento da aeronave que foram levemente
amassadas e que sofreram pequenas perfurações.
INCIDENTE AERONÁUTICO
É toda ocorrência que não seja classificada como um acidente, associada à operação de uma
aeronave, havendo intenção de voo, que afete ou possa afetar a segurança da operação.
Exemplos: Alteração estrutural ou aerodinâmica, colisão (exceto ocasionadas por falta de órgão
de controle de tráfego aéreo), colisão com pássaros, outros aspectos operacionais, entre outros.
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INCIDENTE GRAVE
OCORRÊNCIA DE SOLO
É todo incidente envolvendo a aeronave no solo sem que exista a intenção de voo, do qual exista
como resultado dano ou lesão.
CICLO DA PREVENÇÃO
O ciclo de prevenção de acidentes nada mais é do que um conjunto de ferramentas voltadas para
a segurança de voo, manejadas por pessoas que, independentemente da posição que ocupem no
Ciclo, sempre estarão trabalhando para a prevenção.
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2. A análise de Relatório de Prevenção ou de Incidentes é uma técnica desenvolvida por um
elemento de segurança de voo ASV ou OSV/OSO, ou então por um setor especializado em
segurança de voo, com a finalidade de propor medidas preventivas ou corretivas.
3. Os Programas Educativos devem ser constantes em qualquer organização, seja para a formação
básica, seja para reciclagem ou aperfeiçoamento do pessoal. As atividades educativas podem ser
fruto de recomendações provenientes de Vistoria de Segurança ou de análise de Relatórios de
Prevenção ou de Incidentes.
A Análise de Tendências nada mais é que a observação de que determinado ponto, seja um setor,
um procedimento ou um equipamento, está deteriorando sua performance, perdendo
rendimento ou não está mais atingindo os níveis desejados; esta observação permitirá que se
tomem providências antes que alguma falha ocorra vindo a se constituir em um dos elos da
cadeia de eventos que leva a um acidente. A Análise de Tendências permite antecipar o problema.
• F.O.D.
• Perigo Aviário e Fauna
• CFIT
• CRM
• FOQA
• LOSA
DESCRIÇÔES
É o dano sofrido por um ou mais componentes de uma aeronave, em função do contato direto
com objeto estranho àquele meio.
DEFINIÇÃO
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PERIGO AVIÁRIO E FAUNA
A colisão com a fauna é um dos grandes perigos para a aviação. Perdem-se aeronaves e vidas em
acidentes decorrentes de colisão com aves.
Como procedimento, qualquer ocorrência com a fauna deve ser reportada; a comunicação deve
ser realizada em formulários específicos, que devem seguir como anexos em mensagens
eletrônicas encaminhadas ao CENIPA, direcionadas a endereço eletrônico que trata
especificamente desta questão. Em situação de Colisão com Fauna, as fichas CENIPA 5 (referente
a acidente ou incidente) e a CENIPA 15 (referente à colisão com a fauna) devem ser preenchidas e
enviadas; em caso de Quase Colisão ou Avistamento da Fauna, deve ser enviada a ficha CENIPA
15. Esta comunicação também pode ser feita através do Relatório de Prevenção, em situações nas
quais se tem conhecimento apenas de informações básicas sobre a ocorrência (o dia, à hora e o
local do evento). Todos podem reportar, desde os profissionais de pátio do aeroporto até os
operadores da torre de controle, que eventualmente avistam pássaros próximos ao aeroporto.
Como em todo desastre, há a existência de vários fatores contribuintes para que o acidente
ocorra normalmente encontrado dentro da estrutura de uma empresa; nos acidentes do tipo
CFIT, no entanto, é constatada a elevada contribuição da tripulação em sua ocorrência.
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Este tipo de acidente acontece principalmente nas fases de aproximação final e pouso, e foi foco
de enormes preocupações entre os anos de 1988 e 1997, pois neste período, o CFIT foi o tipo de
acidente que mais ocorreu no mundo em operações de empresas de linha aérea. Foi criado o que
foi chamado de Força Tarefa CFIT, tendo como objetivo reduzir em 50% no ano de 1998 os
acidentes deste tipo, e continuar realizando esforços para diminuir mais os acidentes do tipo CFIT.
O trabalho da Força Tarefa CFIT, composta por especialistas de vários locais do mundo, diminuiu
em mais de 50% este tipo de acidente no ano de 1998 e, durante estudos realizados, foram
geradas várias recomendações sobre alguns procedimentos a serem adotados para se evitar
acidentes deste tipo; entre as conclusões, ficou constatada a necessidade de implantação do
Programa de Prevenção CFIT.
Este treinamento é regido pela (Instrução de Aviação Civil) (IAC) 060-1002 A - ANAC, de 14 de
abril de 2005, que normatiza os procedimentos para sua realização.
FOQA é um programa específico que utiliza dados dos gravadores de voo da aeronave (Flight Data
Recorder - FDR) para identificar, utilizando um software especializado, desvios ocorridos na
operação da aeronave que possam levar a um aumento dos riscos na operação, ou à ineficiência
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operacional. Tem como resultado a compreensão, o entendimento em relação aos dados que
apontam falhas e desvios na operação.
LOSA é um programa que pretende, a partir dos registros realizados por um observador treinado
voando na cabine dos pilotos, junto com a tripulação técnica, identificarem as ameaças que
estiveram presentes no voo, os erros que foram cometidos e, principalmente, como os tripulantes
lidaram com estas situações, o que foi feito pela tripulação para que as situações críticas
terminassem com um resultado positivo, com a segurança de voo preservada.
Este programa pretende observar o desempenho de uma tripulação em uma operação normal de
voo; identificar os aspectos em relação aos quais se tem eficiência e êxito na operação, e aqueles
que são vulneráveis em relação ao desempenho de uma tripulação.
A INVESTIGAÇÃO
Tem por finalidade a prevenção de acidentes aeronáuticos, ou seja, a eliminação dos fatores que
possam de alguma forma, contribuir para repetição das ocorrências ou de parte delas, através da
emissão e cumprimento de recomendações de segurança.
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RESPONSABILIDADE DA INVESTIGAÇÃO
1. Em caso de incidente com aeronave civil brasileira – será investigado pelos operadores que
possuam ASV credenciado pelo CENIPA.
2. Aeronave civil brasileira de transporte aéreo regular ou que opere segundo o RBHA 121: a
organização encarregada da investigação será o CENIPA, podendo delegar a investigação a um
determinado SERIPA.
OS RELATÓRIOS
TIPOS DE RELATÓRIOS
1. RELATÓRIO DE AÇÃO INICIAL (RAI) – Relatório Inicial para adoção de medidas corretivas de
curto prazo após a ocorrência enquanto se processa a
investigação. Prazo 30 dias após o ocorrido.
(Ostensivo)
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6. RELATÓRIO DE PREVENÇÃO (RELPREV) – É o
documento que contém o relato de fatos perigosos ou
potencialmente perigosos para a atividade aérea, e
que permite à autoridade competente, o
conhecimento dessas situações, com a finalidade da
adoção de medidas corretivas e preventivas
(Reservado).
As ferramentas que fazem parte do Ciclo da Prevenção, voltadas para a segurança de voo, podem
ser classificadas em três tipos, que são os seguintes:
A) Ferramentas PREDITIVAS:
- A divulgação daquilo que foi observado faz parte destes trabalhos para melhorar a segurança de
voo.
B) Ferramentas PRÓ-ATIVAS:
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C) Ferramentas Reativas:
NORMAS DO SIPAER
O SIPAER rege-se por Normas de Sistemas do Comando da Aeronáutica (NSCA), que são
periodicamente atualizadas*:
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ART. 87. DO CBA (CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA)
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REMOÇÃO DA AERONAVE E SEUS DESTROÇOS
Exceto para efeitos de salvar vidas, restaurar a segurança da operação ou preservar a propriedade
de terceiros, nenhuma aeronave acidentada, seus destroços, ou coisas por ela transportados,
podem ser removidos sem a liberação por parte do responsável pela investigação SIPAER.
Caso as circunstâncias o permitam, devem ser anotadas as posições e os dados de cada pessoa
envolvida nos acidentes, dentro ou fora da aeronave: local na cabine, número do assento, se
estava usando o cinto de segurança, à distância em relação à aeronave, etc. A preservação dos
dados e indícios são de capital importância para a investigação.
Devem-se fotografar os destroços e levantar os dados para o croqui: das partes, direção e ângulo
de impacto, sinais importantes de colisão e fogo, na presença de pessoal especializado e dos
bombeiros, deve-se colher amostras de combustível dos tanques e do filtro. É importante
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certificar-se de que a bateria está desconectada. Só então o combustível deve ser removido e seu
volume medido. Em caso de vazamento, deve-se evitar o uso de rádio, flashes, equipamentos
elétricos, motores e cigarros. O perigo de fogo e explosão é grande.
Não se deve aumentar o número de vítimas. Em caso de fogo, não se deve esquecer que os
pneus, as garrafas de ar comprimido e de oxigênio, quando expostas a altas temperaturas, podem
explodir.
A área deve ser isolada e o movimento de pessoas deve ser controlado e restringido ao máximo;
tal medida evitará o desaparecimento de peças no solo e nos destroços e furto de partes
importantes pelos “caçadores de lembranças”.
Para preservar as evidências – marcas de fogo, impactos no solo etc. – faz-se necessária à ação
imediata da equipe de investigação (OSV/OSO/EC) ou, em sua falta, das ações já indicadas. Caso
seja possível, devem-se cobrir as evidências, para protegê-las da chuva e dos outros fatores.
Deve-se providenciar o levantamento das testemunhas, com indicação do nome, endereço e local
de onde observaram o acidente.
O livro de bordo, as cadernetas e toda documentação existente na aeronave devem ser recolhidos
e examinados.
Após um acidente, todo tripulante terá o Certificado Médico Aeronáutico (CMA) cancelado,
devendo ser submetido a novo exame de saúde inicial.
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Conforme a legislação em vigor, os proprietários deverão enviar à ANAC, o mais breve possível, as
fotos e o detalhamento dos danos, para agilizar o laudo de danos, que é fundamental para os
trabalhos de recuperação da aeronave e para a retirada do prêmio do seguro.
Os mesmos cuidados para levantar um Incidente são válidos para a ocorrência de um acidente; a
diferença básica é que, dependendo de sua complexidade, o incidente é investigado pelo ASV –
Agente de Segurança de Voo do operador ou da localidade.
Concluindo, após uma ação inicial minuciosa e eficaz, a investigação propriamente dita se tornará
mais fácil e eficiente.
Dependendo do local da ocorrência, é possível que uma única pessoa tenha contato estreito com
acidente. Sua responsabilidade é grande e sua contribuição, valiosa.
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ÁREAS DE ESPECIAL ATENÇÃO PARA SEGURANÇA DE VOO
PESSOAL DE APOIO
PRESSÕES CONJUNTURAIS
Hoje em dia é difícil uma pessoa não ter problemas, todos os têm. São preocupações pessoais,
familiares, sociais, financeiras, profissionais etc.
A vida atual exige muito de cada indivíduo e os expõe a vários tipos de pressão e cobrança.
Muitas vezes, o tripulante sai para o voo num clima de tensão e ansiedade que em nada se
relaciona com a atividade aérea; algumas vezes, este clima é tão tenso, que domina o indivíduo,
embotando seu raciocínio e comprometendo seus reflexos.
Todo tripulante deve ter cuidado e treino, com o exercício constante de sua profissão, para
desenvolver a habilidade de se concentrar para realizar seu trabalho, o voo e as tarefas que são
de sua responsabilidade e autonomia cumprir.
Assim, quando realiza os procedimentos voltados para a preparação do voo, e quando executa o
voo, até o encerramento de sua jornada de trabalho daquele dia, é importante que se desenvolva
e se adquira a capacidade para realizar os voos, cumprir seu trabalho com as cargas “extras” que
fazem parte das bagagens dos seres humanos, no sentido de estas não se relacionarem
exclusivamente com aspectos que dizem respeito à profissão. Esta capacidade diz respeito a uma
maturidade profissional (e pessoal).
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CUIDADOS PRÁTICOS SEGURANÇA: É a maneira de reduzir ao mínimo as possibilidades de riscos
na operação.
Este procedimento é muito importante não só com relação aos equipamentos de segurança,
como também para a segurança de voo em geral.
• Cintos de segurança
• Saídas desobstruídas
• Galleys e Toillets
• Bagagens soltas
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CONCLUSÃO
Observando – se uma estatística feita em âmbito mundial, verificou – se que 75% dos acidentes
tiveram como contribuinte o fator humano (tripulação), 12% razões técnicas, mas que incluem o
fator humano no desenho, na construção e na manutenção da aeronave, em 13% o meio
ambiente esteve presente, em sua maioria com contribuições meteorológicas adversas, mas
englobando também controle de tráfego, aeroportos, terreno, auxílios à navegação, falta de
informações e falhas no suporte de voo.
Isto corrobora a afirmativa de que o alvo de todas as investidas para melhorar a segurança de voo
deve ser o homem, peça importante e única a poder ser trabalhada na área emocional da tríade
básica da atividade aérea.
Após a conscientização individual, tem – se que buscar a mobilização coletiva, pois, através da
cooperação, os objetivos serão facilmente atingidos.
O que não se pode de maneira alguma esquecer, é que todos são responsáveis para a prevenção
de acidentes aeronáuticos.
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BIBLIOGRAFIA
- Organização Internacional de Aviação Civil (OACI) – Safety Management Manual (SMM) – Doc
9859 (Firts Edition – 2006). Consultado através dewww.icao.int/fsix library/SMM-
9859_1ed_en.pdf. (abril 2010).
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