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PSICOLOGIA E A PESSOA

COM DEFICIÊNCIA
Prof: Danielle Carvalho Ferreira
EMENTA:
Aspectos históricos e conceituais das
deficiências, suas causas, a incidência e a
prevenção. Diagnóstico e alternativas de
atendimento. Da exclusão às tentativas de
inclusão. Institucionalização da diferença.
Aspectos sócio-políticos, psicológicos,
educacionais e culturais da pessoa com
necessidades especiais. Paradigmas do
conceito de deficiência.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS:
 Refletir sobre as teorias que discutem a
identidade e a diferença;
 Demonstrar a dinâmica familiar e o papel na
sociedade da pessoa com deficiência;
 Discutir sobre as “deficiências” mais comuns,
especificar as formas de atendimento psicológico
para às pessoas com deficiência;
 Descrever o percurso da exclusão às tentativas
de inclusão;
 Apresentar a problemática de integração X
inclusão;
 Investigar instituições, públicas e privadas, que
atuem com pessoas com deficiência.
UNIDADE I:
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA;
 ASPECTOS HISTÓRICOS DA
DEFICIÊNCIA;
 QUESTÕES RELACIONADAS À
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS;
 INTEGRAÇÃO X INCLUSÃO
UNIDADE II:
 DIFERENÇA : CONCEITUAÇÃO
CONTEMPORÂNEA DEFICIÊNCIA E
EDUCAÇÃO FORMAL;
 OS TIPOS DE DEFICIÊNCIA : VISUAL,
AUDITIVA, FÍSICA, MENTAL E
MÚLTIPLAS
 DEFICIÊNCIAS ESPECÍFICAS
UNIDADE III:
 DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO,
COGNITIVO E LINGUAGEM;
 DIFERENÇA ENTRE DEFICIÊNCIA E
DOENÇA MENTAL;
 DEFINIÇÃO DE TRANSTORNO
INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO
(T.I.D.) ;
 A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO
MULTIDISCIPLINAR AO DEFICIENTE;
UNIDADE IV
*A PRÁTICA DO PSICÓLOGO COM AS
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E
TRANSTORNOS;
*A INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA;
*OS NOVOS DIREITOS DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA;
* AS FORMAS DE TRATAMENTO E
INTERVENÇÃO DAS INSTITUIÇÕES,
PARTICULARES E PÚBLICAS, PARA AS
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
A) Metodologia do ensino e
aprendizagem:

 A disciplina, dependendo de sua natureza,


pode ser ministrada através de conteúdos
teóricos, conteúdos práticos, aulas de campo
em instituições específicas e ainda pode
utilizar recursos de exposições dialogadas,
grupos de discussão, seminários, debates
competitivos, apresentação e discussão de
filmes e casos práticos, onde os conteúdos
podem ser trabalhados mais dinamicamente,
estimulando o senso crítico e científico dos
alunos.
B) Recursos audiovisuais:

 ( X ) Plataforma Teams
 ( X ) Lousa branca;
 ( X ) Projetor Multimídia;
D) Metodologia de Avaliação:

 No decorrer de cada período letivo são


desenvolvidas 02 (duas) avaliações por disciplina, para
efeito do cálculo da média parcial. A média parcial é
calculada pela média aritmética das duas avaliações
efetuadas. O aluno que alcançar a média parcial maior
ou igual a 7,0 (sete) é considerado aprovado. O aluno
que não alcançar a média parcial faz em exame final
onde precisa alcançar média final maior ou igual a 5,0.
São aplicadas avaliações dos tipos: provas teóricas,
provas práticas, seminários, trabalhos individuais ou
em grupo e outras atividades em classe e extraclasse.
O exame final é, obrigatoriamente, prova escrita.
História da deficiência,
conceitos e definições
Prof: Danielle Carvalho Ferreira
Por que falar sobre deficiências?

 Segundo a ONU, existem 650 milhões de pessoas com


algum tipo de deficiência, a maioria vivendo em países
em desenvolvimento, ou seja, uma em cada dez pessoas
no planeta tem algum tipo de deficiência.

 O Censo de 2010 revela que o número de pessoas


com deficiência corresponde a 24% da população, isto
é, 24% da população brasileira apresenta algum tipo de
deficiência, o que representa cerca de 45,6 milhões de
pessoas.
A deficiência pode ter dois tipos de causas: congênita
(presente desde o nascimento) ou adquirida (a pessoa
adquire uma deficiência ao longo da vida).

No Brasil, 56,6% das deficiências são adquiridas. Ou seja,


mais da metade das pessoas que têm algum tipo de
deficiência adquiriram durante sua vida, o que é
consequência do aumento considerável da violência
urbana.

Todos os meses, cerca de 8.000 brasileiros adquirem


uma deficiência, seja em consequência de acidentes com
arma de fogo (46%), acidentes de trânsito (30%) ou
outros (24%).
CAUSAS E FATORES DE
RISCO
 PRÉ-NATAIS MATERNOS:

 DESORDENS GENÉTICAS, FILHOS NATIMORTOS,


PREMATUROS, OU ABORTOS RECORRENTES,
INCOMPATIBILIDADE SANGÜÍNEA, IDADE DA MÃE,
DOENÇAS INFECCIOSAS, EXPOSIÇÃO AO RAIO-X, USO
DE DROGAS, FUMO OU ÁLCOOL, INGESTÃO DE
REMÉDIOS, HIPERTENSÃO E EPILEPSIA, ENTRE OUTROS;

 PSICOLÓGICOS: DESORDENS PSIQUIÁTRICAS, NÃO


ACEITAÇÃO DA GRAVIDEZ;

 SOCIAIS: RENDA FAMILIAR MUITO BAIXA, FALTA DE


ASSISTÊNCIA MÉDICA PRÉ-NATAL.
 PERI-NATAIS

CONDIÇÕES DO PARTO: TRABALHO DE PARTO


DEMORADO, APRESENTAÇÃO ANORMAL DO
BEBÊ, USO DE FÓRCEPS, PROLAPSO DO
CORDÃO UMBILICAL, DEPRESSÃO ANESTÉSICA,
RUPTURA TARDIA OU PRÉVIA DA PLACENTA,
ETC.;

CONDIÇÕES DO BEBÊ: PREMATUROS, BAIXO


PESO, HIPERBILIRRUBINA, HIPOTONIA,
HIPERTONIA, TAMANHO ANORMAL DA CABEÇA,
CONVULSÕES, TREMORES, ANÓXIA, CHORO
REDUZIDO, APGAR ALTERADO, DIFICULDADES
RESPIRATÓRIAS, ICTERÍCIA, FACE SINDRÔMICA,
ENTRE OUTROS.
 PÓS-NATAIS

CONDIÇÕES DO BEBÊ: DOENÇAS,


ANORMALIDADES CONGÊNITAS, REAÇÃO
DIMINUÍDA AO SOM E AO ESTÍMULO VISUAL,
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR,
VERBAL OU ADAPTATIVO, PESO E ALTURA
AQUÉM DO ESPERADO, DESIDRATAÇÃO,
DESNUTRIÇÃO;

CONDIÇÕES SOCIAIS: ABANDONO E MAUS


TRATOS, DESORGANIZAÇÃO FAMILIAR,
ORGANIZAÇÃO INADEQUADA DO AMBIENTE
FÍSICO E TEMPORAL DO LAR, PRESENÇA DE
EVENTOS ESTRESSANTES DA VIDA E REDUÇÃO
DAS INTERAÇÕES POSITIVAS DA MÃE COM A
CRIANÇA NA PRIMEIRA INFÂNCIA.
Desordens genéticas e metabólicas
 MALES PROVOCADOS POR ALTERAÇÕES EM
GENES ESPECÍFICOS
 ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS
 MALES PROVOCADOS POR ALTERAÇÕES NO
NÚMERO DE CROMOSSOMOS
 CAUSAS MAIS FREQÜENTES DE DEFICIÊNCIA
MENTAL
 EX. SÍNDROME DE DOWN E SÍNDROME DE FRA-X
 ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS

 INCAPACIDADE DE PRODUZIR DETERMINADAS


PROTEÍNAS OU ENZIMAS

 EX. FENILCETONÚRIA E HIPOTIREOIDISMO


PROGRAMAS DE
PROMOÇÃO DE SAÚDE
 PREVENÇÃO

CONDIÇÕES AMBIENTAIS  “ATENUAM OU


AGRAVAM OS FATORES DE RISCO

IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DESTAS


CONDIÇÕES E ENCAMINHAMENTOS PARA
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS POSSIBILITAM
TRABALHOS PREVENTIVOS.

PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E


DE ESTIMULAÇÃO.
Principais fatores que levam à
deficiência adquirida
- Violência urbana;
- Acidentes desportivos;
- Acidentes de trabalho;
- Acidentes de trânsito;
- Tabagismo;
- Maus hábitos alimentares;
- Uso de drogas;
- Sedentarismo;
- Epidemias/endemias;
- Agentes tóxicos;
- Falta de saneamento básico.

Percebe-se, assim, que, além da violência e dos acidentes,


fatores relacionados à saúde e condições de vida estão
relacionados com as causas das deficiências.
Tipos de deficiências apresentadas pela
população residente no Brasil

2000 2010
 Visual 48,1% 58,3%
 Motora 23,0% 21,6%
 Auditiva 16,6% 15,8%
 Intelectual 8,2% 4,3%

Fonte: IBGE (2000, 2010)


Cultura e deficiências
Aspectos culturais desempenham um papel importante.
A interpretação do que pode ser considerado um
funcionamento “normal” varia entre contextos e
influencia os resultados das medições.

A capacidade para atingir determinados marcos pode


variar não apenas em relação às crianças, mas também
em relação à cultura, uma vez que, as crianças podem
ser estimuladas a tentar novas atividades em diferentes
estágios de desenvolvimento.

Portanto, valores de referência devem ser


estabelecidos levando em consideração a compreensão
e as circunstâncias locais.
Ambivalências...
 INDIOS MASAI MATAVAM SUAS CRIANÇAS DEFICIENTES

 TRIBO AZAND AS AMAVA E PROTEGIAOS

 JUKUN, DO SUDÃO, ACHAVAM QUE ESSAS PESSOAS ERAM UM PRODUTO DOS


ESPÍRITOS DO MAL E OS ABANDONAVAM À MORTEOS

 CHAGGA, DA ÁFRICA ORIENTAL, USAVAM SEUS MEMBROS EXCEPCIONAIS PARA


AFASTAR O MAL

 OS SEM ANG, DA MALÁSIA, CONSIDERAVAM AS PESSOAS COM DEFICIENCIA


FÍSICA COMO SÁBIAS E ELAS TINHAM COMO ENCARGO A RESOLUÇÃO DAS
DISPUTAS TRIBAIS

 OS BALINESES TRANSFORMARAM-NAS EM UM “TABU” SOCIAL

 OS ANTIGOS HEBREUS VIAM A DOENÇA E OS DEFEITOS FÍSICOS COMO UMA


MARCA DOS PECADORESOS

 NÓRDICOS E OS ASTECAS FAZIAM DESSAS PESSOAS DEUSES


Percurso histórico da deficiência no
Brasil

 História da deficiência no Brasil:


perspectiva religiosa, assistencial e médica
= processos de exclusão social.

 Ex: Exclusão dos indígenas,


assistencialismo dos jesuítas, violência da
escravidão, pensamento medicalizante.
Antiguidade
 Período da Exclusão;
 Em Esparta na Grécia a tradição militarista,
privilegiava-se o treinamento do corpo.
 Os recém-nascidos eram examinados por
um conselho de anciãos que ordenava
eliminar os que fossem portadores de
deficiência física ou mental ou não fossem
suficientemente robustos.
 Quem tivesse deficiência mental ou física era
tratado como um ser subumano e banido do
convívio social.
Idade Média
 Com a ascensão da Igreja Católica e o
cristianismo pregando valores de amor ao
próximo, o tratamento aos doentes e
deficientes, esse período é marcado por uma
postura assistencial de caridade e
tolerância.
 Em Roma, pessoas com deficiência NÃO
tinham direitos legais, NÃO podiam fazer
parte dos testamentos e somente se
casavam com a permissão do papa , pois
eram considerados incapazes de gerenciar
seus atos.
IDADE MODERNA
 O abandono de crianças
 Inicialmente, eram usados para receber doações
e mantimentos, mas com o tempo passou a ser o
destino de recém-nascidos rejeitados. Bem como
crianças com deficiências físicas e mentais.
 “Neste período, os pais que tinham filhos
deficientes eram vistos como pecadores, por isso
era uma vergonha apresentar os pequenos à
sociedade”.
 Normalmente a criança era abandonada na
calada da noite e a mãe, assim, tinha a identidade
preservada.
Casa dos Enjeitados- Salvador 1726
IDADE MODERNA
 PERÍODO DA SEGREGAÇÃO

 Naquela época surgiram os asilos e os hospitais


psiquiátricos, com o objetivo não de tratar, mas de
segregar as pessoas com qualquer tipo de deficiência.

 “ Tais instituições eram pouco mais do que prisões”,


segundo Aranha (2001, p.165).

 Pessotti (1984) afirma que, nessa conjuntura, o


deficiente passou a ser tutelado pela medicina, que
tinha a autonomia de julgá-lo, condená-lo ou salvá-lo.
Marcos Históricos no Brasil

 1874: 1ª INSTITUIÇÃO P/ DM - HOSPITAL JULIANO MOREIRA (BA)

 1903: 1ª ESCOLA ESPECIAL P/ CÇAS ANORMAIS (P. BOURNEVILLE)(+


TARDE: PAVILHÃO PARA CÇAS – HOSPÍCIO JUQUERY)

 1ª DÉCADA DE 1900: MOVIMENTO “ESCOLA-NOVA” – ENTRADA


DAPSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO (USO DE TESTES)

 DÉCADA DE 30: HELENA ANTIPOFF – CRIAÇÃO DOS SERVIÇOS


DEDIAGNÓSTICO E CLASSES ESPECIAIS

 1960: CRESCIMENTO DAS INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS (APAEs)

 1973: CRIAÇÃO DO CENTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO


ESPECIAL(CENESP)

 1986: CRIAÇÃO DA COORDENADORIA NACIONAL


PARAINTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE DEF.
(CORDE)

 1990: APROVADO “ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE”

 1996: LEI DAS DIRETRIZES E BASES – AJUSTA-SE À


LEGISLAÇÃO FEDERAL, APONTANDO QUE A
EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DEVE
DAR-SE PREFERENCIALMENTE NA REDE REGULAR DE
ENSINO

 1998: MEC – ADAPTAÇÕES NOS PCNs2001:


PUBLICAÇÃO DAS DIRETRIZES NACIONAIS PARA
AEDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Para refletir...
 De que maneira as representações sociais sobre as pessoas
com deficiência desenvolvidas ao longo da história continuam
presentes na nossa maneira de tratar o tema?

 A pessoa com deficiência como algo “maligno”, “imperfeito”-


Exclusão;

 A pessoa com deficiência como “coitadinha”, alguém digna de


pena- Inferiorização;

 O “médico” (profissional da saúde) como aquele que tem o


poder de determinar o curso de vida da pessoa com
deficiência- Rotulação.
O que é deficiência?

A Convenção da Guatemala, internalizada à


Constituição Brasileira pelo Decreto n º
3.956/2001, no seu artigo 1ª define deficiência
como [...] “uma restrição física, mental ou
sensorial, de natureza permanente ou transitória,
que limita a capacidade de exercer uma ou mais
atividades essenciais da vida diária, causada ou
agravada pelo ambiente econômico e social”.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DE SAÚDE
IMPEDIMENTO
PERDA OU ANORMALIDADE DAS FUNÇÕES OU DA ESTRUTURA
ANATÔMICA, FISIOLÓGICA OU PSICOLÓGICA DO CORPO
HUMANO.

DEFICIÊNCIA
RESTRIÇÃO OU PERDA, RESULTANTE DO IMPEDIMENTO, PARA
DESENVOLVER HABILIDADES CONSIDERADAS NORMAIS PARA O
SER HUMANO.

INCAPACIDADE
DESVANTAGEM INDIVIDUAL, RESULTANTE DO IMPEDIMENTO OU
DA DEFICIÊNCIA, QUE LIMITA OU IMPEDE O CUMPRIMENTO OU
DESEMPENHO DE UM PAPEL SOCIAL, DEPENDENDO DA IDADE,
SEXO E FATORES SOCIAIS E CULTURAIS .
Tipos de deficiências
 Decreto nº 5.296 (Brasil, 2004)

a) deficiência física: alteração completa ou parcial de


um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando
o comprometimento da função física, apresentando-se
sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo,
membros com deformidade congênita ou adquirida,
exceto as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho de funções;
Paraplegia Perda total das funções motoras dos membros
inferiores.
Paraparesia Perda parcial das funções motoras dos
membros inferiores.
Monoplegia Perda total das funções motoras de um só
membro (inferior ou posterior)
Monoparesia Perda parcial das funções motoras de um só
membro (inferior ou posterior)
Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros
inferiores e superiores.
Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos
membros inferiores e superiores.
Triplegia Perda total das funções motoras em três
membros.
Triparesia Perda parcial das funções motoras em três
membros.
Hemiplegia Perda total das funções motoras de um
hemisfériodo corpo (direito ou esquerdo)
Hemiparesia Perda parcial das funções motoras de um
hemisfério do corpo (direito ou esquerdo)
Amputação Perda total ou parcial de um determinado
membro ou segmento de membro.
Paralisia Cerebral Lesão de uma ou mais áreas do sistema
nervoso central, tendo como consequência
alterações psicomotoras, podendo ou não
causar deficiência mental.
Ostomia Intervenção cirúrgica que cria um ostoma
(abertura, ostio) na parede abdominal
para adaptação de bolsa de coleta;
processo cirúrgico que visa à construção
 b) deficiência auditiva: perda bilateral,
parcial ou total, de quarenta e um decibéis
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas
frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e
3.000Hz;
c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual
ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
ótica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05
no melhor olho, com a melhor correção ótica; os casos nos quais
a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for
igual ou menor que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer
das condições anteriores;

d)deficiência mental: funcionamento intelectual


significativamente inferior à média, com manifestação antes dos
dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de
habilidades adaptativas, tais como: 1. comunicação; 2. cuidado
pessoal; 3. habilidades sociais; 4. utilização dos recursos da
comunidade; 5. saúde e segurança; 6. habilidades acadêmicas; 7.
lazer; e 8. trabalho;

e) deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências.


Terminologia
 Aleijado
 Mongolóide
 Paralítico
 Inválido
 Retardado
 Anormal
 Deficiente
 Excepcional
 Pessoa portadora de deficiência
 Portador de necessidades especiais

Pessoa com deficiência


 O termo “excepcional” foi criado pela
psicológa Helen Antipoff na década de 60,
para fugir dos termos pejorativos como
“anormais” e combater a idéia de que a
deficiência fosse algo definitivo, sem
solução, irremediável.

 Nesse sentido, excepcional se referia a


alguém que fugiu da “norma” e que
necessitava de uma atenção especial.
 Excepcional = alguém que é exceção e que, portanto,
deve ficar de fora da sociedade.

 Pessoa com deficiência, alguém que mesmo com as


limitações pode conviver em sociedade, desde que
haja adaptações que possibilitem essa convivência.

 De acordo com a ONU, o termo excepcional é um


termo dotado de um alto grau de preconceito. Apesar
disso, ainda é um termo utilizado por profissionais e
instituições que atuam junto à pessoas com
deficiência.

 Alguns cursos de Psicologia ainda mantêm em sua


grade curricular a disciplina de “Psicologia do
Excepcional”.
Psicologia da pessoa com
deficiência?
 Não é necessário uma psicologia específica,
pois essas pessoas, principalmente do ponto
de vista psicológico, não constituem um
grupo à parte, homogêneo.(Figueira, 2014).

 “Apesar da deficiência em diferentes graus e


diferentes áreas, mantêm a característica
compartilhada por todos os seres humanos:
não são iguais entre si” (Amaral, 2002).
Papel da Psicologia...
Apoiar as pessoas com deficiência em sua
normalização ou adequação em todas as
atividades, sem restrição. Não tem como foco
principal a pessoa propriamente dita, mas atuar
em amenizar conflitos, dificuldades,
particularidades de cada deficiência, visando
estimular a pessoa a superá-los e tornar-se
alguém incluído na sociedade, mesmo que essa
inclusão precise de algumas adaptações para que
essa pessoa consiga fazer, as coisas que as demais
fazem em uma equiparação de oportunidades.
(Figueira, 2014).
Inserir, integrar ou incluir?
 Inserir = Introduzir, colocar em, adentrar

 Integrar = inserir na sociedade as pessoas com deficiência


que estejam preparadas de acordo com os padrões sociais
vigentes. Pressupõe um esforço unilateral de reabilitação e
inserção para superar as barreiras que possam existir.

 Incluir= significa “abranger, compreender, envolver”.

Ou seja, a inclusão envolve um esforço da sociedade para


garantir a igualdade de oportunidades, a adequação dos
ambientes, condições e os instrumentos de trabalho para
“abranger” e “envolver” todas as pessoas.
A pessoa com deficiência pode sentir-se
discriminada em um ambiente que lhe
impõe barreiras e que só destaca a sua
deficiência ou, ao contrário, ser acolhida,
graças às transformações deste ambiente
para atender às suas necessidades.
Habilitação X Reabilitação
(Re)abilitação
 Embora o termo reabilitação seja largamente
usado no campo da saúde como referência
aos processos de cuidado que envolve
medidas de prevenção da perda funcional, de
redução do ritmo da perda funcional e/ou da
melhora ou recuperação da função; e
medidas da compensação da função perdida
e da manutenção da função atual; o uso do
prefixo “re” tem sido bastante debatido
Habilitação
 Habilitar é tornar hábil, no sentido da
destreza/inteligência ou no da autorização legal.
 O “re” constitui prefixo latino que apresenta as
noções básicas de voltar atrás, tornar ao que era.
 A questão que se coloca no plano do processo
saúde/doença é se é possível “voltar atrás”, tornar
ao que era.
 O sujeito é marcado por suas experiências; o
entorno de fenômenos, relações e condições
históricas e, neste sentido, sempre muda; então a
noção de reabilitar é problemática.
 Na saúde, estaremos sempre desafiados a
habilitar um novo sujeito a uma nova
realidade biopsicossocial. Porém, existe o
sentido estrito da volta a uma capacidade
legal ou pré-existente e, por algum
motivo, perdida, e nestes casos, o “re” se
aplica.
Para refletir...

 Até que ponto as dificuldades e limitações


enfrentadas pela pessoa com deficiência
advém da condição de deficiência e até
que ponto são determinadas pelo
ambiente em que vivem?
 https://www.youtube.com/watch?v=wNW
19fSHq_o
REFERÊNCIAS
FERNANDES, A. C.; RAMOS, A. C. R.;
MORAIS FILHO, M. C.; ARES, M. J. J.;
Reabilitação. Barueri, SP: Manole, 2015.
(OBS: Este livro está na biblioteca virtual no
portal da Uninassau)

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